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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
1. Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: O ensino de Geografia e a Aprendizagem Significativa Através de Trabalhos
Práticos e o uso das Tics na Educação Básica -Ensino Médio
Autor: Ivone Aparecida da Silva Barp
Disciplina/Área: Geografia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Col. Est. Profª. Maria Cintra de Alcântara Ensino Fundamental e Médio
Município da escola: Tamarana
Núcleo Regional de Educação: Londrina
Professor Orientador: Dra. Eloiza Cristiane Torres
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar: Matemática, L. Portuguesa, Sociologia, Física, História
Resumo:
Esse estudo do Ensino de Geografia na Educação Básica para o Ensino Médio, consiste num processo de apropriação do conhecimento por intermédio de uma aprendizagem significativa, nos valendo para tanto, da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Objetiva valer da aprendizagem por computador, com o uso da internet, através da construção de um Blog, conhecida como ferramenta para aumentar habilidades sociais e colaborativas humanas, chamado também de software social, que são uma nova onda das tecnologias da informação e comunicação (TICs). E, a resolução de problema sugerido através da WebQuest, uma proposta metodológica para usar a internet de forma criativa, no sentido de desenvolver competências e habilidades que conduza a uma formação crítica e cidadã no ensino e aprendizagem em geografia como elementos estruturantes da prática educativa, redimensionando o sujeito ao aprendizado no (não) lugar, midiatizando o contato com outras culturas (portanto possível de se viver a alteridade), possibilitando, ainda contextualizar e recontextualizar o seu próprio espaço e, sobretudo, propiciando novos modos de aprender.
Palavras-chave: Aprendizagem significativa, TIC, Geografia, Educação Básica, Ensino Médio
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos do Ensino Médio
2. PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO
2.1. Título: Novas Tecnologias e a Sociedade do Conhecimento
Segundo Castells1 (2005, p. 17), o nosso mundo está em processo de
transformação estrutural desde a década de 80 do século XX. É um processo
multidimensional, mas está associado à emergência de um novo paradigma
tecnológico, baseado nas tecnologias de comunicação e informação, que
começaram a tomar forma nos anos 60 e que se difundiram de forma desigual por
todo o mundo. Contudo, sabe-se que a tecnologia não determina a sociedade: A
sociedade é que dá forma à tecnologia de acordo com as necessidades, valores e
interesses das pessoas que utilizam as tecnologias. Além disso, as tecnologias de
informação e comunicação são particularmente sensíveis aos efeitos dos usos
sociais da própria tecnologia. A história da Internet fornece-nos amplas evidências
de que os utilizadores, particularmente os primeiros milhares, foram, em grande
medida, os produtores dessa tecnologia.
Nessa direção, propomos uma reflexão sobre as Tecnologias e ao mesmo
tempo, pensando: Como que essas tecnologias podem ser inseridas dentro do
currículo escolar? Qual a abordagem? Que currículo é esse, que se busca para a
inserção dessas tecnologias? Assim, quando pensamos em tecnologia, no ambiente
escolarizado temos que estar pensando no planejamento do professor, na
metodologia de ensino, nas formas avaliativas.
A inserção das tecnologias de informação e comunicação exigem currículos
mais flexíveis, exige que o professor saiba lidar, também com esses recursos
tecnológicos em sua pratica pedagógica enquanto uma ferramenta para o processo
de ensino e aprendizagem.
Nós teremos aqui, nesta Unidade Didática 32 aulas. Onde vamos focar a
questão da tecnologia, principalmente, com aulas teórica/prática para que os alunos
possam compreender que tecnologia nós estamos falando.
Mas as perguntas que não querem se calar, são: tecnologia educacional
dentro da escola, o que é isso? Como que chega à escola, essas tecnologias? O
1 CASTELLS, Maunel. CARDOSO, Gustavo. A Sociedade Em Rede – do conhecimento à ação política.
Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2005.
que isso tem a haver com o ensino e aprendizagem de Geografia? Mais
especificamente com os principais problemas urbanos e rurais específicos de nossa
região, a saber: transporte local e falta de emprego?
3. INVETIGAÇÃO DISCIPLINAR
3.1 Título: TICs, Transporte Local e Falta de Emprego na Perspectiva da Geografia Crítica, tomando-se os conceitos geográficos e o objeto da Geografia sob o método dialético.
Concordamos com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica Geografia
(2008, p. 53) quando afirma que:
Para a formação de um aluno consciente das relações socioespaciais de seu tempo, o ensino de Geografia deve assumir o quadro conceitual das abordagens críticas dessa disciplina, que propõem a análise dos conflitos e contradições sociais, econômicas, culturais e política, constitutiva de um determinado espaço.
Considerando nossa proposta, que é fazer a integração curricular das TICs
em Geografia na educação básica, sustentada por teorias crítica, na intenção de
fazer com que as prerrogativas das DCEs, possam se efetivar para a formação de
um(a) aluno(a) consciente, vamos começando por definir o que é tecnologia.
A tecnologia não se restringe, apenas aos recursos tecnológicos e não é do
nosso século apenas. Desde o surgimento da humanidade, nós já tínhamos
tecnologias, porque as tecnologias não se tratam apenas de recursos tecnológicos,
mas meios que os homens constroem para sua própria sobrevivência.
É possível perceber a existências dessas tecnologias, desde o homem
primitivo, que descobre que ao bater na semente com uma pedra, a mesma se abre
com mais facilidade. Para este homem a pedra é uma ferramenta que ele podia
utilizar para facilitar sua sobrevivência. Com o passar do tempo, essa ferramenta, a
pedra, foi sendo aprimorada, transformada em artefatos como lanças e machados.
Na idade do metal, obviamente, ele já tem conhecimento do metal, com este
ele pode fazer um machado e com esse machado ele cortar os alimentos, e, também
se defender dos animais ferozes. Com o passar dos anos chega-se, a idade do
bronze, cada vez mais os instrumentos vão ficando eficazes, pontiagudos e
eficientes.
Desde a pré-história, o homem vem construindo suas ferramentas inovando
suas técnicas, portanto, tecnologia não é algo novo que surge a partir da 1ª
Revolução Industrial, nem tão pouco, com os equipamentos eletrônicos de última
geração. Faz parte da evolução do homem através do tempo, marcada por vários
períodos distintos, que com o acúmulo de conhecimento o homem moderno cria
uma grande variedade de ferramentas com tecnologia avançada, com o objetivo de
facilitar sua "vida" e garantir sua sobrevivência.
É possível que a roda – pensando a roda do homem primitivo – possa ter
trazido, mudanças na vida das pessoas? Sim. Porque, a roda foi uma tecnologia
inventada. E enquanto transporte facilitou, a vida das pessoas no sentido de se
locomoverem de forma mais rápida, ajudando a vida socialmente dos indivíduos. Daí
a necessidade de repensarmos o momento em que estamos vivendo, no que diz
respeito à questão dos transportes: Quanto tempo perdemos para nos deslocarmos
de um lugar para outro? O transporte coletivo poderia ser mais eficiente? Por que o
número de carros aumenta nas ruas, avenidas e rodovias? A quem compete buscar
soluções para estas questões? A bicicleta é um meio de transporte individual que
permite ao homem fazer exercícios físicos, o que melhora sua saúde, e não polui o
meio ambiente. Por outro lado é um risco muito grande à vida sair pedalando, fato
este que pode ser observado visto ao grande número de acidentes envolvendo
ciclistas.
Ao mesmo tempo, se nós pensarmos as ferramentas que temos hoje, que é
o celular, que é o notebook e que são todos esses recursos tecnológicos, eles
também, altera nossa forma de viver. Através desses recursos nós conseguimos
falar via internet com uma pessoa do outro lado do mundo, em tempo real, podemos
saber o que está acontecendo hoje no mundo, também em tempo real. Antigamente
levava-se muito tempo para termos essas informações. As tecnologias quando são
inventadas elas modificam não só a forma da pessoa pensar, mas de viver e de se
relacionar. Sua utilização deve ser da melhor forma possível, buscando sempre a
melhoria das condições para "vida".
Observe as imagens, que tem o objetivo de ilustrar e, ao mesmo tempo,
estar refletindo sobre a evolução tecnológica. É possível perceber a existências
dessas tecnologias, desde o homem primitivo.
figura 1 : O homem da pré-história criando artefato
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/prehistoria--4-milhoes-de-anos-ao-ano-4000-ac.html
<acesso em 07 de dezembro de 2013>.
Figura 2: O guerreiro na pré-história
http://gaianews.it/wp-content/uploads/homo-erectus.jpg
acesso em 07 de dezembro de 2013
Figura 3: A invenção da roda
http://historiofobia.blogspot.com.br/2010/05/invencoes-humanas.html
acesso em 07 de dezembro de 2013
Figura 4; A roda
http://oficinadecoisas.com.br/2013/03/01/edicao-no-9-roda-roda/ <acesso em 08 de dezembro
de 2013>.
Figura 5: A evolução do homem
http://pt.slideshare.net/Mousinho13/do-meio-natural-ao-mtci<acesso em 08 de dezembro de
2013>.
3.2 AS MÚLTIPLAS FORMAS DO APRENDER
Pelo que vimos até agora, podemos ressaltar que as tecnologias de
informação e comunicação, favorecem, proporcionam e modificam algumas
dimensões da nossa inter-relação com o mundo, da nossa percepção da realidade,
da interação com o tempo e o espaço. Por exemplo, antigamente o telefone
interurbano, por ser caro e demorado, era usado em casos extremos, com o
barateamento das chamadas falar com outro estado ou país tornou-se mais habitual,
assim como o telefone celular, onde, nos dá mobilidade inimaginável em relação há
algum tempo atrás.
A miniaturização das tecnologias de comunicação vem permitindo uma
grande maleabilidade, mobilidade e personalização, que facilitam a individualização
dos processos de comunicação. O estar sempre disponível em qualquer lugar e
horário. Essas tecnologias portáteis, expressam de forma patente à ênfase do
capitalismo no individual, mais do que no coletivo, a valorização da liberdade de
escolha de eu poder agir, seguindo a minha vontade. Elas vêm de encontro às forças
poderosas, instintivas, primitivas dentro de nós, as quais somos extremamente
sensíveis e que por isso conseguem fácil aceitação social.
A tecnologia de redes eletrônicas modifica profundamente o conceito de
tempo e espaço, pois, independentemente de onde eu estiver posso me comunicar
com o resto do mundo, posso estar em contato com meus colegas, meus familiares,
acessar bibliotecas, fazer parte do meu trabalho em minha própria casa, posso tirar
férias, estar à beira mar com meu notebook, e enquanto descanso visualizar o que
anda acontecendo em meu ambiente de trabalho.
Essas possibilidades eram quase que impossível há pouco tempo.
Atualmente só depende da aceitação de cada um adotar estas ferramentas. Para
atualizar-me profissionalmente posso acessar cursos a distância via computador ou
até mesmo pelo celular, iPad ou outro equipamentos de fácil portabilidade.
Nesse sentido, somos forçado a perceber que a sala de aula não é mais a
mesma. A tecnologia, outrora restrita às aulas de informática, passa a fazer parte do
cotidiano de alunos e professores.
Esse processo, ainda incipiente em muitas instituições, exige um novo tipo
de profissional, mais flexível e maduro. Um profissional que não apenas conheça a
tecnologia, mas também seja capaz de transformar o espaço escolar, modificar e
inovar o processo de ensino e aprendizagem.
Contudo, temos que ter consciência de que a tecnologia é um meio, um
apoio, não podendo se converter numa finalidade em si. Nesse sentido, o importante
é desenvolver o senso crítico no processo de construção e de organização da
aprendizagem, mantendo o equilíbrio entre o contato físico e o virtual, entre as
atividades intelectuais (predominantemente lógicas) e as sócio afetivas que se dão
por meio das redes, do relacionamento, da interação presencial e da conexão a
distância, do estar juntos virtualmente.
Observamos que os conteúdos estruturantes, - “saberes, conhecimentos de
grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os diferentes
campos de estudos das disciplinas escolares...” (ARCO-VERDE, 2005) – da
Geografia no ensino médio, em suas dimensões econômicas, políticas,
socioambientais, culturais e demográficas, bem como seus conceitos essenciais:
paisagem; região; lugar; território; natureza e sociedade, muitas vezes, não vem
sendo considerados na perspectiva crítica, o que acaba se traduzindo nos
planejamentos de ensino e nas aulas, onde não há, uma orientação, segundo a
matriz teórica estabelecida, nas diretrizes para a área.
Acreditamos que as práticas pedagógicas para o ensino de Geografia: aula
de campo; recursos áudio visuais e cartografia. Possam ser melhores assimiladas
com o uso das TICs, uma vez que, praticamente, todos os alunos tem acesso aos
recursos tecnológicos.
Trabalhar os conteúdos estruturantes e seus conceitos na perspectiva
crítica, integrando-os às TICs, é condição determinante para transformá-los e torná-
los saberes, conhecimentos mais atraentes e aplicáveis à realidade da escola, no
que diz respeito ao ensino médio. Nesse sentido, COLL (1997), citado por Sílvia
Pereira, relembra que há três categorias fundamentais de conteúdos de ensino, que
são: conceituais, factuais e de princípios, correspondente ao compromisso
científico da escola em transmitir o conhecimento histórico e socialmente produzido;
os atitudinais, de normas e valores, correspondente ao compromisso filosófico da
escola de promover aspectos que completam o ser humano, que nos dão uma
dimensão maior, razão e sentido ao conhecimento científico; e os procedimentais
traduzidos pelos objetivos, resultados e meios para alcançá-los, articulados por
ações, passo ou procedimentos a serem implementados e aprendidos.
Assim, para que possamos ampliar os sentidos e significados práxicos dos
conteúdos, integrados as TICs, faz-se necessário que sua inserção se consolide no
planejamento pedagógico da Geografia, até porque, as Diretrizes Curriculares de
Geografia para a Educação Básica do Estado do Paraná, sugere que
A análise acerca do ensino de Geografia começa pela compreensão do seu objeto de estudo. [...] a expressão espaço geográfico, bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade – não se auto-explicam. Ao contrário, são termos que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento teórico a que se vinculam, refletem posições filosóficas e políticas distintas. (DCEs/Paraná 2008, p.51)
Nesse sentido, nossa tarefa é tornar crítica as aulas de Geografia, no ensino
médio para que seus conteúdos estruturantes, seus conceitos básicos e práticas
pedagógicas, possam ter sentido e significado práxicos. Entendendo que,
Para a formação de um aluno consciente das ralações socioespaciais de seu tempo, a ensino de Geografia deve assumir o quadro conceitual das abordagens críticas dessa disciplina, que
propõem a análise dos conflitos e contradições sócias, econômicas, culturais e políticas, constitutivas de um determinado espaço. (DCEs/Paraná, 2008, p.31)
Para tanto, em nossa implementação pedagógica vamos focar os principais
problemas urbanos e rurais específicos de nossa região, a saber: transporte local e
falta de emprego. Até porque, o município de Tamarana, tem vivido ao longo das
últimas décadas: precariedade do transporte local (coletivo), o que dificulta o
deslocamento tanto de estudante quanto de trabalhadores. E a falta de emprego que
faz o trabalhador (inclusive o Jovem) optar por uma migração pendular ou definitiva.
A Mobilidade Urbana é um dos temas que mais chamam a atenção nas últimas
décadas, com o crescimento cada vez maior dos grandes centros as vias de
circulação estão cada vez mais congestionadas e o trabalhador perde muito tempo
no deslocamento de casa para o trabalho e vice-versa. O estudante também está
inserido neste contexto, ao utilizar o transporte público enfrenta sérias dificuldades e
quando se trata do aluno/trabalhador as dificuldades são ainda maiores; conciliar
trabalho e estudo/transporte e custo são tarefas árduas. Assim sendo, estudar estes
temas buscando propostas que possam dar solução a situação que o município
enfrenta em relação ao transporte e a falta de emprego é uma necessidade.
4. PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
A interdisciplinaridade é considerada uma forma de pensamento que procura
explicar fatos sob diferentes pontos de vista. Daí resulta que os principais problemas
urbanos e rurais específicos de nossa região, a saber: transporte local e falta de
emprego, bem como outros conteúdos estruturantes, são objetos para o qual
convergem diversas disciplinas e pode ser estudada, por exemplo, sob o ponto de
vista da Sociologia, História, Matemática, Língua Portuguesa.
Considerando as tentativas de conceituar a interdisciplinaridade nas suas
diferentes versões no campo educacional, optou-se neste trabalho tratar a
interdisciplinaridade no aspecto didático, ou seja, na tentativa de esse conceito ser
norteador na elaboração do plano de trabalho docente.
As idéias de inter-relação dialógica entre campos de saberes aparentemente
opostos não tem nada de novo. Essa possibilidade dialógica entre diferentes
campos científicos não é um conceito criado em nossa época, existe há quase
2.500anos. Foi a civilização helênica quem primeiro nos possibilitou, com
Parmênides, Heráclito, Platão e Sócrates, a visão de um mundo holístico, o que não
foi possível ao findar da Idade Média graças a teoria de Descartes, especificamente
em o Discurso sobre o Método. Isso possibilitou uma estrutura gnosiológica
fragmentar. Para Piccolo (2010, p. 2) “a estrutura gnosiológica fragmentar foi
construída a partir do momento em que o sistema capitalista se tornou o regime
social dominante e promoveu um verdadeiro esfacelamento da ciência, cujo principal
guia foi o método cartesiano”.
Descartes (1978) teve sua ideia fundamentada em Newton, de que o mundo
era composto por uma aparelhagem de relações estáveis e inalteráveis as quais
podiam ser precisadas por rígidos procedimentos matemáticos e físicos que
compusessem este todo em partes compreensíveis e significativos.
A criação, portanto, de barreiras entre os diferentes campos disciplinares é o
principal legado cartesiano a estrutura atual do sistema escolar. A necessidade de
um contato dialógico entre as disciplinas escolares, hoje se traduz no conceito de
interdisciplinaridade.
Entretanto, a compreensão de interdisciplinaridade passa necessariamente
pelo entendimento do que vem a ser disciplina, para tanto, Luck, citado por Piccolo
(2009) nos esclarece que disciplina é
um conjunto específico de conhecimentos de características
próprias, obtido por meio de método analítico, linear e atomizador da realidade, que produz um conhecimento aprofundado e parcelar (as especializações). Ela corresponde, portanto, a um saber especializado, ordenado e profundo, que permite ao homem o conhecimento da realidade a partir de especificidades ao mesmo tempo em que deixa de levar em consideração o todo de que faz parte.
A adjetivação do conceito de disciplinaridade pelo substantivo inter traz
consigo a ideia da incorporação nas análises científicas de outras variáveis que não
apenas aquelas isoladas do contexto em que se formam. Ao invés do isolamento, a
interdisciplinaridade pressupõe o diálogo e a cooperação rumo à resolução de
problemáticas comuns a diversos campos de estudo, dentre eles, o do ensino
escolar, cujo objetivo se direciona a apropriação do patrimônio histórico-cultural
acumulado pela humanidade. O estabelecimento de um diálogo em torno de objetivo
comum produz como consequência uma relação recíproca entre as diversas
disciplinas componentes do currículo escolar, transformando a diferença em algo a
ser valorizado, fato que estabelece uma quebra nas relações historicamente
assimétricas assumidas pelas disciplinas escolares e das quais a Geografia tem sido
uma das mais prejudicadas em termos de valoração social.
A interdisciplinaridade não se configura apenas como um aumento no
diálogo entre as disciplinas, mas sim, como uma transformação deste diálogo,
pressupondo a desterritorialização de relações assimétricas antes tidas por naturais,
fato que implica na mudança de status das próprias disciplinas.
A interdisciplinaridade representa uma nova postura filosófica e prática que
visualiza nas contradições elementos ricos para um repensar sobre a própria
humanidade entendida em termos plurais e polissêmicos. Logo, a
interdisciplinaridade abre uma interessante fenda na teia de certezas estabelecidas
pela escola. Coloca a dúvida e a incerteza como movimentos possíveis e como
sendo de fundamental importância para a produção e transformação do
conhecimento. O próprio conceito de interdisciplinaridade nos assenta a
necessidade de romper com os modelos lineares e normatizadores da educação
escolar, posto colocar a premência na interconexão entre as mais diversas áreas de
conhecimento.
Assim, com a Matemática, o transporte local e a falta de emprego, abre a
possibilidade de trabalhar com a geometria, estatística, montagem, leitura e
interpretação de gráficos, probabilidade, entre outros.
Na disciplina de Língua Portuguesa a leitura, interpretação e produção
textual, serão bastante exploradas para apresentação de resultados através de
relatórios e painéis.
Com a Sociologia abre uma perspectiva contemporânea de investigação dos
aspectos da vida social humana, tais como poder, política, grupos, regras, entre
outros.
A Física possibilita o estudo da força, velocidade, atrito, cinesiologia e
biomecânica.
Já a História possibilita a compreensão do surgimento do trabalho,
transporte.
5. CONTEXTUALIZAÇÃO
5.1 Breve Histórico da Evolução do Transporte Urbano de Passageiros no Brasil – por, Ana Maria Volkmer de Azambuja2
Segundo Brasileiro (1996), até 1955 os transportes urbanos de passageiros
no Brasil eram compostos por transportistas modestos (mecânicos, motoristas de
veículos intermunicipais, proprietários de postos de combustíveis ou policiais) que,
nas horas vagas, operavam um veículo de pequeno porte: ônibus (12 a 40 lugares),
microônibus (12 lugares), pick-ups, caminhonetes, furgões e kombis.
A partir de 1955, os prefeitos de cada município assumiram a
responsabilidade da organização dos transportes coletivos, até então a cargo dos
governadores de cada estado do Brasil. Isso ocorreu devido a dois motivos. Primeiro
porque nas cidades se priorizavam a construção da rede viária para facilitar a
circulação de automóveis, ficando o transporte coletivo em segundo plano nas
preocupações do Estado Federal. O segundo motivo foi devido às primeiras eleições
municipais ocorridas em 1955 nas capitais brasileiras, tornando-se plano de
campanha dos candidatos, a reorganização dos transportes coletivos. Além disso, a
constituição de 1946 estabeleceu autonomia municipal, passando o transporte
coletivo a ser considerado um serviço de interesse comum, posto sob a
responsabilidade dos prefeitos de cada município.
O primeiro tipo de contrato realizado entre prefeitura e proprietários de
transporte foi do tipo permissão a título precário3, por linha de ônibus, para que
operassem o serviço.
Este tipo de contrato se adequava à realidade da política institucional da
época. Primeiro porque os municípios não possuíam recursos financeiros nem
materiais suficientes para impor às operadoras normas mais rígidas e eficazes.
Também porque estes contratos se baseavam, na maioria das vezes, em critérios
políticos, em função de amizades, de parentesco ou de favores eleitorais. Seu
2 Texto retirado na integra da Introdução (p. 1 à 4) da Tese apresentado para obtenção de título de doutor em Engenharia de
Produção no Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção sob o título: Análise de Eficiência na Gestão
do Transporte Urbano por ônibus em municípios Brasileiros. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis 2002 3 Segundo Brasileiro (1996), o direito administrativo brasileiro define a permissão como um ato unilateral da
municipalidade que concede uma permissão a um particular através de um simples decreto. O prefeito não necessita de autorização da Câmara de Vereadores, nem realizar uma licitação. No entanto, a permissão pode ser retirada em qualquer momento sem indenização ao permissionário.
caráter flexível permitia que os poderes públicos adequassem a oferta de transporte
coletivo às variações de demanda.
A partir daí, tornou-se incompatível a organização, urbanização e uso do
solo das cidades com a manutenção de uma oferta dispersa de transporte e sem
nenhum controle por parte dos poderes públicos municipais. Assim, em diversas
cidades, foram postos em prática, regulamentos proibindo a circulação de veículos
de pequeno porte nas áreas centrais, e os proprietários foram pressionados para se
agruparem em empresas de ônibus, passando os mesmos por um processo de
profissionalização, onde foram separadas as atividades de administração, operação
e manutenção. Como os municípios não dispunham de recursos humanos e
financeiros para coordenar e regular uma oferta de transportes que funcionava de
forma deficiente, na segunda metade dos anos 70, ocorreu uma centralização na
esfera federal. Para tanto, foram criadas as regiões metropolitanas, a Empresa
Brasileira de Transportes Urbanos - EBTU, o Fundo de Desenvolvimento dos
Transportes Urbanos - FDTU, as Empresas Metropolitanas de Transportes Urbanos -
EMTUs e as Superintendências de Transportes Urbanos - STUs. Como a
organização da oferta de transportes coletivos, baseada na pequena propriedade, se
mostrava incompatível com o crescimento urbano acelerado (instalação de fábricas
de automóveis e indústrias de autopeças e carrocerias de ônibus e populações
habitando as periferias das grandes cidades), com a crise energética e com as
pressões crescentes dos movimentos de usuários por melhores transportes, sua
transformação respondeu, então, a convergência de interesses, para os vários
atores do transporte urbano:
- O Estado Federal interveio no setor, pois precisava re-equilibrar
a matriz energética do país e resolver os problemas reivindicados pelos
usuários
- As grandes empresas fabricantes de chassis e de carrocerias
precisavam de um mercado para seus produtos.
- As pequenas empresas de ônibus necessitavam de subsídios e
de segurança para investir.
- Os poderes públicos municipais, sem condições financeiras,
outorgavam ao Estado a gestão dos transportes públicos urbanos.
Assim, a política federal do período de 1976/84 foi orientada para a
reorganização do setor privado de ônibus, propondo para isso: a racionalização dos
itinerários, dos pontos de parada e terminais; o reagrupamento dos proprietários
individuais em empresas de transportes (estabelecendo uma frota mínima para a
empresa continuar operando); a adoção de subsídios para a renovação da frota de
ônibus; e uma política de formação de recursos humanos com a criação de
organismos de tutela eficientes. Isso fez com que o setor privado investisse na
renovação e ampliação das frotas. Ainda, foram definidos novos tipos de contratos,
chamados de "permissão condicionada", onde os poderes públicos municipais
definiam um prazo, que variava de cinco a sete anos, para as empresas operarem
em monopólio, contemplando não mais linhas isoladas, mas sim setores de
operação definidos pelas cidades. Nesses contratos, também constavam parâmetros
e indicadores operacionais que deveriam ser cumpridos pelas empresas, obrigando-
as a recrutarem pessoal técnico de nível superior, reforçando o processo de
modernização gerencial (Brasileiro, 1996; Vera, 1999).
Na segunda metade dos anos 80, ocorreu um processo de desengajamento
do Estado Federal em relação à organização e financiamento dos transportes
coletivos urbanos (um exemplo foi a extinção da EBTU em 1991) (Brasileiro, 1996;
Siqueira, 1998). Ainda, percebeu-se um processo de fortalecimento do setor privado
de ônibus urbanos, que se manifestou, por exemplo, através da criação, em 1987,
da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano - NTU.
Hoje, a tutela sobre os transportes coletivos retornou ao controle dos
municípios. Isto se deve em parte pela Constituição de 1987, que coloca o transporte
como um problema local, que deve ser gerido pelo município. Também, com o
retorno às eleições diretas dos prefeitos em 1985, os transportes readquiriram um
lugar de destaque nos programas de governo municipais (como nos anos 50) e os
prefeitos tendem a não abdicarem do exercício de tutela sobre um serviço essencial
para a população.
Assim, esse processo de modernização empresarial, nas empresas privadas
de ônibus urbanos no Brasil, é resultado da convergência de vários fatores: a forma
específica de produção do serviço de transporte, as características culturais e
sociológicas do perfil dos primeiros transportistas, e o modo particular de
desenvolvimento econômico e urbano bem como das relações entre os setores
público e privado, na gestão dos transportes coletivos (Brasileiro, 1996).
5.2 FALTA DE EMPREGO
Segundo Silva e Kassoul (2002)4, a questão do emprego e sua qualidade
têm preocupado todas as nações ao redor do mundo, trata-se de um grave problema
social que vem afetando economias desenvolvidas e em desenvolvimento. A taxa de
desemprego no Brasil situava-se em 1997 em patamares relativamente baixos
(5,7%) em comparação com outros países, especialmente Espanha (20,6%),
Argentina (16,3%), Polônia (11,2%), França (12,3%) e Itália (12,1%). A taxa de
desemprego no Brasil é mais próxima da dos Estados Unidos (4,9%), Coréia (2,6%)
e Japão (3,4%). Apesar de a taxa de desemprego brasileira ser baixa, ela encontra-
se elevada para determinados grupos populacionais, sendo bastante elevada
principalmente para os jovens. Havia no Brasil, em 1998, quase 31 milhões de
jovens com idade entre 15 e 24 anos, dos quais 19.432.545 (63%) eram
economicamente ativos. Da população jovem ativa, mais de três milhões não tinham
nenhum trabalho, produzindo assim, uma taxa de desemprego de 17,2%.
Segundo Koreman e Neimark (1997), entre as economias desenvolvidas, os
países da Europa enfrentam uma crise de emprego entre os jovens. No período de
1970 a 1994, a taxa média de desemprego entre os jovens com idade entre 15 e 24,
nos 11 países europeus estudados pelos autores, aumentou 16 pontos percentuais
(de 4,2 para 20,6%), enquanto a taxa média de desemprego entre os adultos com
idade entre 25 e 54 anos aumentou de 1,6 para 9,7%. Ainda segundo os autores,
nos Estados Unidos, no mesmo período, a taxa de desemprego entre os jovens
aumentou de 11,0 para 12,5%, e dos adultos de 3,4 para 5%. Para este mesmo
período, a média da taxa de emprego dos jovens nos 11 países europeus caiu de
59% para 41%, enquanto o emprego entre os adultos aumentou ou permaneceu
estável.
No Brasil as taxas de desemprego entre os jovens de 15 a 24 anos de idade
aumentaram substancialmente. Em 1990 existiam 10,7% de jovens desempregados,
4 Texto retirado na integra da introdução do artigo intitulado: A exclusão dos jovens no mercado de trabalho
brasileiro. De Nancy de Jesus Vieira Silva e Ana Lúcia Kassoul, publicado na Revista Brasileira de Estudos de
População. V.19, n.2, jul/dez. 2002.
enquanto em 1998 já somavam 17,2%. Os jovens de 15 a 24 anos representavam
51% e 49% dos desempregados brasileiros em 1990 e 1998, respectivamente
(PNAD, 1990 e 1998).
Além dos problemas econômicos gerados pelo desemprego entre os jovens,
talvez o mais grave seja que “o desemprego e a baixa empregabilidade dos jovens
têm contribuído para o aumento da violência, da prostituição, e do consumo de
álcool e drogas, assim como sua vulnerabilidade social em todo o mundo” (OIT,
1999, p. 2). Vários estudos correlacionam a situação de desemprego com a
criminalidade juvenil. Em estudo realizado pela OIT (2000), aspectos extremamente
negativos foram observados em situação de alto desemprego entre os jovens, tais
como consumo de drogas, aumento na participação em crimes e aumento de
suicídio. Freeman (1996) apresenta evidências de que o mercado de trabalho em
crise para homens menos especializados nas décadas de 80 e início dos anos 90
tem contribuído para aumentar o crime por estes homens. Em contrapartida,
Freeman (1999) estimou os efeitos do impacto da expansão da economia
americana, no período de 1992 a 1998, sobre o mercado de trabalho para os
homens com menos escolaridade. Entre outros resultados, observou maior queda na
taxa de criminalidade nos estados onde a taxa de desemprego entre os jovens caiu
mais. Ademais, vários estudos na área da saúde procuram correlacionar a saúde
dos indivíduos com o status ocupacional, tendo vários deles mostrado associação
entre desemprego e doenças físicas e psíquicas (como depressão e perda de
confiança) entre os jovens. Alguns trabalhos demonstram, ainda, que desemprego e
suicídio entre os jovens estão altamente correlacionados (ver, entre outros, Morrel, et
al., 1998; Morrel, et al.,1999; Wadsworth, et al., 1999; Goldsmith, et al., 1996).
Portanto, existem fortes evidências de que a falta de perspectiva enfrentada pelos
jovens em um ambiente de altas taxas de desemprego gera graves problemas
sociais, os quais são mais difíceis de serem equacionados que a própria causa.
No Brasil, o problema do desemprego entre os jovens pode ser analisado
detalhadamente utilizando-se os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
domicílios (PNAD) de 1998. Esta pesquisa, realizada pelo IBGE, contém dados
sobre os padrões social e econômico dos indivíduos e permite o estudo do
desenvolvimento socioeconômico do país. Com base nestes dados, fatos
importantes sobre o desemprego dos jovens no Brasil foram constatados.
5.3 O CEMCA
O Col. Est. Profª Maria Cintra de Alcântara, localizado à Av. João Domingues
Gonçalves nº340, no município de Tamarana, caracteriza-se por ser escola urbana,
mas recebe em sua grande maioria alunos oriundos da zona rural, principalmente,
nos períodos matutino e noturno.
O município de Tamarana (62 Km ao sul de Londrina; 320 Km de Curitiba) é
um dos municípios mais pobres do Estado do Paraná, com uma população
censitária total de 12.262 habitantes em 2010 fonte IBGE e estimada para 2013,
13.298 habitantes dos quais 21,90% estão abaixo da linha da pobreza.
O município encontra-se numa das regiões mais pobres do Estado
conhecido como corredor da fome, e faz divisa com Ortigueira (que tem 29,5% de
sua população vivendo abaixo da linha de pobreza, uma dos piores índices do
Estado), São Jerônimo da Serra (25,64% da população é considerada pobre ou
indigente) e Marilândia do Sul (20,72% de pobres), todos com índices muito abaixo
da média Estadual, que é de 10,83%. Além disso, Tamarana tem um dos IDH-M
(Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo do Estado:0,621 (PNUD/IPEA/FJP,
2010).
A economia do município de Tamarana gira basicamente em torno da
produção de soja, trigo, milho, tomate, além da criação de galinhas (avicultura),
bovinos e suínos (pecuária). Tamarana também é um grande pólo de produção de
hortaliças principalmente para o abastecimento do município de Londrina.
No campo os dados da pobreza são ainda mais alarmantes: do total de
habitantes que vivem na Zona Rural (5.901) 69,14% estão abaixo da linha da
pobreza. É neste contexto socioeconômico que o Col. Est. Profª Maria Cintra de
Alcântara se situa.
O PPP apontam, que a maioria dos alunos vem de comunidade rural, que
são formados por assentamentos do movimento sem-terra (MST). Os que residem
na Zona Urbana, em grande parte, têm residência fixa, diferentemente da zona rural
que, devido aos assentamentos vivem mudando de região. É, portanto, uma
comunidade mista, com tendência itinerante. A renda familiar é variada, na maioria,
extremamente baixa.
Já no aspecto cultural, são conservadores, não dando valor à educação
necessária e ao conhecimento, poucos são, os que têm acesso a cultura, como
cinema, teatro etc.
Ainda, os moradores da Zona Rural (campo) não valorizam seu trabalho no
campo e com isso pensam que para viver não necessitam de estudos, e observa-se
pouca tendência ao sentimentalismo humanitário. Razão pela qual, o Capitalismo
assola o campo. Nesse sentido, são desenraizados dos valores materiais,
ambientais e morais. É rara a família que almeja o prosseguimento do estudo de
seus filhos.
Outra característica é a não conscientização dos pais quanto o que seja a
“coisa pública”. Os pais não têm o hábito de visitação ao colégio, a participação em
reuniões, palestras ou eventos promovidos pelo colégio é de quórum abaixo do
mínimo de 51%.
6. PROPOSTA DE ATIVIDADE
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.” Albert Einstein.
6.1 INTRODUÇÃO
Propomos trabalhar o tema Transporte Local, fazendo a construção de um
blog. Blog é a denominação atual para aquilo que foi chamado de WebBlog. Em
síntese, seria uma forma de fazer registro na internet. O blog integra a categoria do
que é chamado software social. Software social vem sendo definido como uma
ferramenta para aumentar habilidades sociais e colaborativas humanas, O software
social é uma nova onda das tecnologias da informação e comunicação (TIC).
Prepara os estudantes para participarem em redes onde o conhecimento é
coletivamente construído e compartilhado (MEJIAS, 2006).
Sete motivos para um professor criar um blog:
1. É divertido;
2. Aproxima professor e alunos;
3. Permite refletir sobre suas colocações;
4. Liga o professor ao mundo;
5. Amplia a aula;
6. Permite trocar experiências com colegas;
7. Torna o trabalho visível.
Blog é isso, interatividade e colaboração em rede, melhorando, dinamizando
a educação.
Já para Falta de Emprego, propomos trabalhar com a WebQuest. O
conceito de WebQuest foi criado em 1995, por Bernie Doge, professor da
Universidade Estadual da Califórnia – EUA, como proposta metodológica para usar a
internet de forma criativa. “É uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a
informação com que os alunos interagem provém da internet.” Bernie Dodge
Em sua essência, é uma proposta metodológica para usar a internet de
forma criativa. Na WebQuest, o próprio nome já diz é pela web. Todas as atividades
para o aluno resolver, a proposta investigativa dele é através do acesso à internet, é
navegando pela rede.
É uma proposta de investigação, essa é a principal característica dela. Não
pode perder isso de vista. E toda informação como que o aluno vai adquirir? Vai ser
através da internet, ele vai interagir diretamente com a internet. É aberta ao público.
Como elaborar uma WebQuest?
Em geral uma WebQuest é elaborada pelo
professor para ser solucionada pelos alunos, reunidos em grupos;
Parte de um tema e propõe uma tarefa que envolve
consultar fontes de informação especialmente selecionadas pelo
professor;
Essas fontes (também chamadas de recursos)
podem ser livros, vídeos e mesmo entrevistas, são sites ou páginas
na web.
A WebQuest geralmente é elaborada pelo professor, que dá condições ao
aluno de solucionar a investigação que o professor colocou na web Quest. De
preferência a orientação é que seja feita em grupo de duas, três pessoas, no
máximo quatro.
Pode ser uma WebQuest curta, como longo. A WebQuest curta, dura de uma
a três quatro aulas e a WebQuest quando é mais longa, pode estar fazendo essa
proposta para desenvolver durante um bimestre ou durante um mês, pode ser
também proposta de forma interdisciplinar, abarcando várias temáticas, sem nenhum
problema.
A WebQuest, parte sempre de um tema em que o aluno vai investigar e,
sempre vai existir uma tarefa para o aluno. Essa tarefa para ser resolvida, envolve
esse aluno a entrar na internet, consultar fontes de informação, principalmente as
fontes de informação selecionadas pelo professor, ou seja, o professor vai deixar
sites, os links prontinhos na internet, na WebQuest, para que o aluno ao clicar vai
levá-lo direto a esse ambiente, a essa fonte. Essas fontes podem ser para ele ler um
fragmento de um livro, para ele assistir um trecho de um vídeo do Youtube ou da TV
escola ou talvez um vídeo de uma entrevista, uma imagem. São sites e páginas na
web que o aluno vai acessar onde professor, já selecionou para ele. O professor
seleciona, porque se ele não passar por todos esses processos ele não consegue
fazer a tarefa proposta do professor. Então para ele chegar a finalização dessa
tarefa ele tem que estar passando por esses processo.
A construção da web Quest para discutir a Falta de emprego, tem que
seguir necessariamente, um roteiro do que vai ser feito.
Web Quest
São propostas de uso da internet com planos arquitetônicos do saber desenhados pelo docente;
É preciso professor-autores com imaginação.
O roteiro não pode ser coisa decoreba, o professor tem que ter planos
arquitetônicos, esse professor é um professor ator-autor, ele tem que ter imaginação,
ele tem que ter criatividade.
ETAPAS DE UMA WEB QUEST
o Introdução; o Tarefa; o Processo; o Avaliação; o Conclusão/Créditos
Pegando o conteúdo Falta de Emprego, na introdução eu vou escrever:
caro aluno nós iremos refletir sobre a falta de emprego em nosso munícipio, levando
em conta que não temos empresas suficiente para atender a demanda, que é
grande. Essa é minha introdução.
A tarefa fica por conta do aluno, no município fazer um trabalho de campo,
por exemplo, uma investigação para identificar quantas empresas há no município. É
fazer um trabalho investigativo sobre o número, o índice, a estatística de
desempregados.
Mas para ele fazer isso, não pode ser do nada. Tem um processo que
necessita ser demonstrado. O aluno do ensino médio tem que entender o que é falta
de emprego. Então o que é processo? Processo é quando o professor vai colocar
os links para o aluno entrar nesses links e conhecer um pouco o assunto, e dentre
esses links eu poderia estar colocando um link que levasse o aluno a ler um artigo
específico, por exemplo, Exploração do Trabalho. Depois que ele lesse esse artigo,
outro link que seria um segundo link que ele assistisse a um vídeo, por exemplo, do
youtube que falasse das questões da empregabilidade no Brasil. Dessa forma eu
poderia colocar outro link que levasse ele a ver uma charge, que mostrasse situação
de desempregados em nosso país em estado vulneráveis, em situações vulneráveis.
Propor um fragmento de um artigo ou qualquer outra coisa para ele se enturmar
sobre o assunto, de repente uma entrevista, para ele ouvir. Assim quando o aluno for
lá realizar a tarefa, ele já sabe, então vai preparado para realizar as perguntas e
respostas. Já avaliação é o professor que define como você quer que ele apresente
esse trabalho, como seminário, através de um cartaz, etc. A conclusão, você vai falar
para ele o que você queria com esse trabalho, quando você propôs. Colocar o nome
do professor como autoria da web quest.
Aonde ir,
www.cfpa.pt/phpwebquest
www.webquestbrasil.org/criador2/
A diferença da Web Quest para o blog é que no blog o professor põe um
texto, põe um vídeo, põe uma imagem e os alunos não tem tarefa para fazer, eles
vão postar um comentário, assistir ao vídeo, vão falar o que achou do vídeo, da
imagem, tem um debate entre aluno e professor, há uma interatividade, há uma rede
de comunicação entre alunos e aluno, do professor e professor, do aluno e
professor. No blog não há uma tarefa, e sim um debate, um fórum de discussão,
onde há essa interação.
Já na Web Quest. Não. O professor passa o link para o aluno. Com o link ele
acessa a rede e vai fazer aquela atividade que está proposta lá no ambiente, no
servidor. Na Web Quest, o professor cria uma proposta de investigação, um desafio,
um mistério, uma atividade de campo, uma atividade prática, mas para o aluno
resolver essa atividade prática, ele tem que passo a passo navegar pela internet,
pelos links que o professor passa. O blog não, o blog não tem uma tarefa, ele tem
uma discussão, onde há essa interação.
6.2 RELAÇÃO DAS ATIVIDADE QUE SERÃO DESENVOLVIDAS
a) Atividade 1 - Apresentação do Projeto de Intervenção à
comunidade Escolar;
b) Atividade 2 - Apresentação do Projeto de Intervenção ao público
alvo "1ª série do Ensino Médio”; e Aplicação de questionário para coleta de
dados.
c) Atividade 3 - Construção e manutenção de um blog – sendo o
títilo Transporte Local -, com os alunos;
d) Atividade 4 - Elaboração da WebQuest com o tema de
investigação - Falta de Emprego;
e) Atividade 5 - Síntese dos trabalhos;
f) Atividade 6 - Apresentação dos resultados da investigação.
No mês de Fevereiro, na semana pedagógica, será apresentado o projeto de
intervenção pedagógica à comunidade escolar.
Ainda em Fevereiro, início das aulas, primeiro momento, será apresentação
do Projeto de Intervenção Pedagógica e explicação da dinâmica de trabalho aos
alunos da 1ª série do Ensino Médio. E será aplicado um questionário para coleta de
dados sobre a concepção que os alunos apresentam sobre as TICs. Sendo o tempo
estimado para isso 4 horas aulas.
Em Fevereiro e Março, realizaremos a construção de um Blog com os
alunos, sendo o tema proposto Transporte Local. Tempo previsto 10 horas aulas.
Já em Março e Abril, com 11 horas aulas, propomos a investigação do tema
Falta de Emprego, através da elaboração da WebQuest.
A síntese dos trabalhos dos alunos e aplicação de questionário para a
verificação se a abordagem sugerida foi bem assimilada pelos alunos, ocorrerá nos
mês de Maio, com 4 horas aulas.
Finalmente, ainda, em Maio, com 3 horas aulas, propomos a apresentação
dos resultados obtidos com a investigação sobre Transporte Local e Falta de
Emprego, pelos alunos, à comunidade escolar.
6.3 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
6.3.1 AULA 1 – Fevereiro (4 aulas)
Objetivos:
Apresentar o projeto de Intervenção Pedagógica;
Explicar a dinâmica de trabalho;
Aplicar questionário para verificar a concepção dos alunos sobre as TICs.
Procedimento:
Em sala de aula:
Por intermédio do uso corrente e efetivo da tecnologia no processo de
escolarização, os alunos têm a chance de adquirir complexas capacidade em
tecnologia, sob a orientação do principal agente, que é o professor. Nesse sentido, é
necessário primeiramente aplicar o questionário. Após apresentar e discutir o Projeto
de Intervenção Pedagógica com os alunos e estabelecer a dinâmica dos trabalhos a
serem realizados.
Avaliação:
Avaliação será realizada através do(a):
Reflexão contínua sobre a prática educativa;
Acompanhamento sistemático da aprendizagem,
retomando sempre que necessário os conteúdos abordados;
Uso de diferentes formas de avaliação:
a. Produção oral e escrita, tanto individual quanto em
grupo;
b. Participação e interação em sala de aula e
ambiente virtual.
6.3.2 AULA 2 – Fevereiro/Março (10 aulas)
Objetivos:
Construir com os alunos um Blog, com o Tema: Transporte Local;
Introduzir contato com computador e web, via laboratório de informática;
Procedimento: Em sala de aula:
Para viver, aprender e trabalhar bem em uma sociedade cada vez mais
complexa, rica em informação e baseada em conhecimento, os alunos e professores
devem usar a tecnologia de forma efetiva, pois em um ambiente educacional
qualificado, a tecnologia pode permitir que os alunos se tornem: usuários
qualificados das tecnologias da informação; pessoas que buscam, analisam e
avaliam a informação; solucionadores de problemas e tomadores decisões; usuários
criativos e efetivos de ferramentas de produtividade; comunicadores, colaboradores
editores e produtores; cidadãos informados, responsáveis e que oferecem
contribuições. Acredita que com a construção do Blog essas competências possam
ser adquiridas.
Avaliação:
Avaliação será realizada através do(a):
Reflexão contínua sobre a prática educativa;
Acompanhamento sistemático da aprendizagem,
retomando sempre que necessário os conteúdos abordados;
Uso de diferentes formas de avaliação:
c. Produção oral e escrita, tanto individual quanto em
grupo;
d. Participação e interação em sala de aula e
ambiente virtual.
6.3.3 AULA 3 – Março/Abril (11 aulas)
Objetivos:
Elaborar uma WebQuest com o Tema de investigação Falta de Emprego;
Desenvolver competências de investigação na Web.
Procedimento:
Em sala de aula:
Os professores na ativa precisam adquirir a competência que lhes permitirá
proporcionar a seus alunos oportunidades de aprendizagem com apoio da
tecnologia. Estar preparado para utilizar a tecnologia e saber como ela pode dar
suporte ao aprendizado são habilidades necessárias no repertório de qualquer
profissional. Os professores precisam estar preparados para ofertar autonomia a
seus alunos com as vantagens que a tecnologia pode trazer. A Web Quest,
oportuniza essa competência, uma vez que é o professor quem monta a Web Quest.
Avaliação:
Avaliação será realizada através do(a):
Reflexão contínua sobre a prática educativa;
Acompanhamento sistemático da aprendizagem,
retomando sempre que necessário os conteúdos abordados;
Uso de diferentes formas de avaliação:
e. Produção oral e escrita, tanto individual quanto em
grupo;
f. Participação e interação em sala de aula e
ambiente virtual.
6.3.4 AULAS 4 e 5 – Maio (04 e 03 aulas)
Objetivos:
Sintetizar os trabalhos do grupos, através de apresentações e entrega dos trabalhos;
Aplicação do questionário, verificando a assimilação ativa dos alunos sobre os conteúdo propostos;
Apresentar os resultados obtidos com a investigação sobre Transporte Local e Falta de Emprego, à comunidade escolar.
Procedimento:
Em sala de aula:
As mudanças na prática pedagógica envolvem o uso de diversas
tecnologias, ferramentas e conteúdo eletrônico como parte de todas as atividades da
turma, do grupo e individuais. As mudanças na prática docente envolvem saber
onde e quando usar (ou não usar) a tecnologia para as atividades e apresentações
em sala de aula para tarefas de gestão e aquisição de conhecimento adicional
pedagógico e sobre a matéria para, assim, apoiar o desenvolvimento profissional do
próprio docente. As tecnologias envolvidas podem incluir o uso de computadores
unto com programa de produtividade; exercícios e prática, tutorial e conteúdo da
web; e uso de redes para fins de gestão.
É momento dos alunos apresentarem o que assimilaram ativamente, no
decorrer do processo desenvolvido.
Avaliação:
Avaliação será realizada através do(a):
Reflexão contínua sobre a prática educativa;
Acompanhamento sistemático da aprendizagem,
retomando sempre que necessário os conteúdos abordados;
Uso de diferentes formas de avaliação:
g. Produção oral e escrita, tanto individual quanto em
grupo;
h. Participação e interação em sala de aula e
ambiente virtual.
6.4 CRONOGRAMA
Atividades 2014 Fev
ereiro
M
arço
A
bril
M
aio
Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica à comunidade escolar
X
Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica ao público alvo"1ª série do Ensino Médio"
X
Construção e manutenção de um blog com os alunos – Transporte Local
X
X
Elaboração da WebQuest com o tema de investigação Falta de Emprego
X X
Síntese dos trabalhos X apresentação dos resultados
da investigação X
7. BIBLIOGRAFIA
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Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2002. http://www.tede.ufsc.br/teses/PEPS2352.pdf - acesso em 10/11/2013.
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pedagógicas para o ensino médio. Nelson Rego, Antonio Carlos Castrogiovani, Nestor André Kaercher - Porto Alegre: Artmed, 2007. CAVALCANTE, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimento. Campinas, Ed. 16º. SP: Papirus, 1998. ____________. A Geografia Escolar e a Cidade: Ensaios Sobre o Ensino de Geografia Para a Vida Urbana Cotidiana. Campinas, Ed. 3º, SP: Papirus, 2008
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