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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA CATOLOGRÁFICA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

PROFESSOR PDE-2013

Título: O Holocausto e suas representações: biografia, cinema e quadrinhos.

Autor

ANTONIO CARLOS BITTENCOURT

Disciplina/Área

História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Col. Est. Profª. Helena Ronkoski Fioravante Av. Cel. Rogério Borba, nº 945 - Centro

Município da escola Reserva

Núcleo Regional de Educação

Telêmaco Borba

Professor Orientador Prof. Dr. Erivan Cassiano Karvat

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Relação Interdisciplinar

Público Alvo Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

Palavras-chave Holocausto. Biografia. Memórias. Cinema. Quadrinhos.

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Resumo

Esta Unidade Didática, propõe como objetivo principal, um estudo sobre o tema Holocausto, a partir de diferentes representações que vão além da linguagem escrita dos livros didáticos. Terá como público-alvo alunos do 9º ano do Ens. Fundamental. Como objetivos específicos destacam-se: a reflexão sobre o tema em estudo; o estímulo ao repúdio à todos os tipos de preconceito; facilitar a percepção de que é o conhecimento favorece o respeito e a tolerância. Na fundamentação teórica do Projeto de Intervenção Pedagógica, que serviu de embasamento para esta Produção, estão presentes vários autores que analisam o antissemitismo e o Holocausto no contexto do regime nazista, e também discussões sobre o mesmo tema na historiografia atual. Foram escolhidas as seguintes representações sobre o Holocausto para o trabalho em sala de aula: 1) A biografia e memórias (diário) de Anne Frank, e as memórias de Aleksander

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Laks; 2) O Holocausto e o cinema, a partir dos filmes A vida é bela e Anne Frank: the whole story; 3) Histórias em quadrinhos e o Holocausto com a obra Maus: a história de um sobrevivente. Como principal expectativa, espera-se que os alunos percebam que a História pode ser narrada por diferentes fontes.

Apresentação

Considerando que habilidades e aprendizagens ocorrem por meio de

diferentes fontes de estudo, o presente trabalho estabelece como objetivo principal,

um estudo sobre o tema Holocausto, a partir de diferentes representações que vão

além da linguagem escrita dos livros didáticos. Nesta Unidade Didática, definiu como

público-alvo, os alunos do 9º ano do Ens. Fundamental.

Como objetivos específicos destacam-se: o estímulo a reflexão sobre o tema

em estudo; o estímulo ao repúdio à todos os tipos de preconceito; a conscientização

de que vivemos em uma sociedade multicultural e pluriétnica; facilitar a percepção

de que é o conhecimento favorece o respeito e a tolerância.

Na fundamentação teórica do Projeto de Intervenção Pedagógica, que serviu

de embasamento para esta Produção, estão presentes vários autores que analisam

o antissemitismo e o Holocausto no contexto do regime nazista, e também

discussões sobre o mesmo tema na historiografia atual. Foram escolhidas as

seguintes representações sobre o Holocausto para o trabalho em sala de aula: 1) A

biografia e memórias (diário) de Anne Frank; 2) O Holocausto e o cinema, a partir

dos filmes A vida é bela e Anne Frank: the whole story; 3) Histórias em quadrinhos e

o Holocausto com a obra Maus: a história de um sobrevivente.

Como principais expectativas espera-se que os alunos percebam que a

História pode ser narrada por diferentes fontes. E que nós, professores da Educação

Básica, possamos rever nossas práticas pedagógicas, de acordo com os novos

paradigmas propostos pela Diretrizes Curriculares da Educação Básica, e que

tenhamos a oportunidade de sermos sujeitos epistêmicos, ou seja, construindo e

analisando o conhecimento histórico por meio de nosso trabalho em sala de aula.

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Livros didáticos e o Holocausto

O trabalho pedagógico com diferentes documentos e fontes exige que o

professor esteja atento à rica produção historiográfica que tem sido publicada em

livros, revistas especializadas e outras voltadas ao público em geral, muitas das

quais disponíveis também em meios eletrônicos.

Além dessas produções, o professor de História pode fazer uso de diferentes

recursos didáticos sobre um determinado tema. Nesse sentido, pode-se ampliar o

universo de consultas para entender melhor diferentes contextos, e ainda,

oportunizar variadas interpretações de um mesmo acontecimento histórico.

Pode-se, dessa forma, romper com os limites dos livros didáticos. Para

exemplificar essa situação, faz-se necessário citar as considerações contidas nas

Diretrizes,quanto ao uso dos mesmos:

[...] o professor precisa relativizar o livro didático, uma vez que as

explicações nele apresentadas são limitadas, seja pelo número de páginas

do livro, pela vinculação do autor a uma determinada concepção

historiográfica, seja pela tentativa de abarcar uma grande quantidade de

conteúdos em atendimento às demandas do mercado editorial.

(DIRETRIZES, 2008, p.70).

Para tentar superar essas limitações presentes nos manuais didáticos,

principalmente no que se refere aos conhecimentos sobre o Holocausto e suas

representações enquanto proposta pedagógica para alunos do 9º ano do Ensino

Fundamental, algumas observações devem ser feitas.

É oportuno ressaltar, que os livros didáticos que nossos alunos manuseiam,

sempre trazem informações sobre ideias racistas muito presente na Alemanha e

outros países europeus, a partir do século XX. Sendo assim, pretende-se mostrar

que o antissemitismo moderno, basicamente político, fundamenta-se nas teorias

racistas do século XIX. No caso específico da Alemanha, será destacado as ideias

racistas pregadas pelos seguintes teóricos: Friedrich Ludwing Jan, que por volta de

1810, em suas teorias despertava o sentimento nacionalista germânico e o ódio aos

judeus; Wilhelm Marr, reconhecido escritor, que publicou em 1879, um caderno

antissemita, mais tarde conhecido como o Tratado de Marr; e as teorias embasadas

na pseudociência, defendidas por Theodor Fritsch, Houston Chamberlaim, Arthur de

Gobineau e outros, as quais destacavam os judeus como integrantes de uma raça

inferior.

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Quanto as primeiras décadas do século XX, será apresentado aos alunos a

trajetória política de Adolf Hitler, desde sua juventude em Viena, na Áustria, onde

tomou contato com muitas obras antissemitas, o seu ingresso no Partido Nazista, o

período que escreveu seu livro Mein Kampf e sua chegada ao poder, em 1933.

Em relação ao livro escrito por Hitler, enquanto esteve na prisão, Maria Luiza

Tucci Carneiro faz considerações quanto ao antissemitismo pregado pelo líder

nazista:

Em sua obra Mein Kampf ― verdadeiro manual de conduta do partido e dos

seus membros ― ele apresenta a essência de suas propostas anti-semitas

expondo, sem escrúpulo, justificativas para o extermínio de judeus. A seu

ver o sangue era a base tanto da força como da fraqueza do homem.

Assim, somente uma raça pura e sem mistura conseguiria impor-se,

garantindo a supremacia sobre os demais grupos. (CARNEIRO, 2000,

p.25).

Em seguida, uma análise sobre os principais pontos das Leis de Nurenberg,

promulgadas em setembro de 1935, as quais privavam os judeus de seus direitos

civis e os proibiam de se casar com alemão ariano.

Vale destacar ainda, o que diz Carneiro, quanto ao uso de imagens pelo

governo nazista para difundir suas ideias políticas:

O nazismo, particularmente, usou imagens em grande escala para seduzir

as massas que diariamente se viam rodeadas por cartazes, jornais, revistas,

livros, exposições e filmes doutrinários. Por intermédio desses veículos de

comunicação, o Reich conseguiu reforçar junto ao povo a imagem negativa

do judeu que não atendia aos padrões idealizados pelo regime.

(CARNEIRO, 2000, p. 31).

Essa mesma autora, para facilitar a compreensão, apresenta de forma

objetiva e didática três fases distintas para a chamada Solução Final:

1ª etapa - 1933-1938: Banimento dos judeus alemães de todos campos da

vida econômica, social e política por meio da aplicação de uma legislação

anti-semita, de progrons, boicotes comerciais, prisões, espancamentos

públicos, etc.

2ª etapa - 1938-1941: Recrudescimento do anti-semitismo a partir da Noite

dos Cristais, extermínio de homens e mulheres pelo trabalho forçado e

prática de um programa de eutánasia, massacres sistemáticos, proliferação

de guetos e de campos de concentração.

3ª etapa - 1941-1945: Instalação dos campo de extermínio, inaugurando

nova faze da metódica eliminação dos judeus na Europa." (CARNEIRO,

2000, p. 36-37).

O historiador Michael Robert Marrus, em sua obra A assustadora história do

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Holocausto, também faz um estudo sobre o tema, e com base nas considerações de

outros estudiosos, destaca as especificidades próprias e a singularidade desse

genocídio sem precedentes na história humana.

Aqui, Marrus recorre a observação feita por Yehuda Bauer: " O que torna o

Holocausto único é o conjunto da ideologia e sua tradução de pensamento abstrato

em um planejado assassinato total logicamente implementado." (BAUER apud

MARRUS, 2003, p. 63).

O próprio Marrus, ao identificar os campos de extermínio como um símbolo do

fenômeno Holocausto em sua totalidade, destaca sua particularidade:

A referência aos campos pode ser importante como uma forma de evocar

aquilo que provavelmente é o mais terrível aspecto da destruição da

comunidade judaica européia ― a sistemática desumanização das vítimas,

o processo de assassinato em massa, tal qual uma linha de montagem, e a

organização burocrática em escala continental que transferia pessoas de

todos os cantos da Europa para serem mortas. Esses elementos com

certeza são parte do Holocausto e eu concordo que constituem parte de sua

singularidade. (MARRUS, 2003, p. 63-64).

Em sua consistente análise sobre o uso do terror pelos regimes totalitários

implementados por Hitler e Stálin, Hannah Arendt comenta sobre o transporte, a

tortura e destruição da pessoa humana nos campos de extermínio.

[...] Começam com as monstruosas condições dos transportes a caminho do

campo, onde centenas de seres humanos amontoam-se num vagão de

gado, colados uns aos outros, e são transportados de uma estação para

outra, de desvio a desvio, dia após dia; continuam quando chegam ao

campo: o choque bem organizado das primeiras horas, a raspagem dos

cabelos, as grotescas roupas do campo; e terminam nas torturas

inteiramente inimagináveis, dosadas de modo a não matar o corpo ou, pelo

menos, não matá-lo rapidamente. O objetivo desses métodos, em qualquer

caso, é manipular o corpo humano ― com as suas infinitas possibilidades

de dor ― de forma a fazê-lo destruir a pessoa humana tão inexoravelmente

como certas doenças mentais de origem orgânica. (ARENDT, 1989, p. 504)

Feito essas colocações, conclui-se que, o Holocausto deve ser considerado

um dos acontecimentos mais impressionantes revelados ao mundo durante o final

da Segunda Guerra Mundial. Esse extermínio caracterizado pela perseguição e

"sistemático assassinato em massa, cometido pelos nazistas, contra judeus, ciganos

e demais minorias consideradas inferiores" (MARRUS 2003 p. 23), simbolizou o

ápice da intolerância, do preconceito, da discriminação e do racismo.

Analisando ainda essa temática, como parte integrante de um determinado

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processo histórico, deve-se citar o comentário do filósofo e historiador alemão Jörn

Rüsen em relação ao sentido histórico que ela adquire na forma elemento de

orientação para nossa vida atual. Para nós professores, enquanto educadores, e

para nossos alunos, na condição de educandos.

História, como processo que se desenrola no passado, tem sentido quando é importante e significativa para se entender e para se lidar com circunstâncias de vida contemporânea. Em geral, essa importância consiste no fato de que o passado oferece a experiência de que se necessita para orientar-se no presente e para desenvolver uma sólida perspectiva de futuro. Essa experiência faz sentido quando pode ser utilizada para a configuração da própria vida. (RÜSEN, 2001, p. 11).

Até mesmo o professor de História, que atua na Educação Básica, deve estar

atento as discussões no campo da historiografia envolvendo esse tema. Jörn Rüsen

ao comentar sobre o livro Os carrascos voluntários de Hitler, de Daniel Goldhagen,

procura demonstrar o quanto é polêmico e inesgotável o debate em torno de

interpretações do Holocausto.

Em comparação com as muitas explicações complexas dos especialistas, essa tese é facilmente entendível e Goldhagen a conecta com uma crítica fundamental a todas as interpretações do Holocausto publicadas até hoje: nenhuma é suficiente para explicar a peculiaridade do Holocausto, que o distingue de todos os demais genocídios da História. (RÜSEN, 1997, p 118).

E pode-se ainda citar Hayden White, que em Enredo e verdade na escrita da

História, descreve os problemas e dificuldades envolvendo narrativas sobre

interpretações da época nazista e de eventos como a solução final.

[...] para o discurso histórico tradicional, é presumido existir crucial diferença entre uma 'interpretação" dos "fatos" e uma "estória" contada sobre eles. Essa diferença é indicada pela aceitação de noções de uma estória "real" (contra uma imaginária) e uma estória "verdadeira" (contra uma falsa). (WHITE apud MALERBA, 2006, p. 194).

Carlo Ginzburg, no capítulo O extermínio dos judeus e o princípio da realidade

do livro A história escrita: teoria e história da historiografia, aborda a polêmica que

envolve estudiosos e escritores de posições opostas em relação ao tema: de um

lado, os que defendem a existência do Holocausto em toda extensão, como é o caso

do historiador e intelectual francês Pierre Vidal-Naquet, autor de Um Eichaman de

papel; e de outro, os revisionistas que procuram negar esse genocídio, e que tem o

professor francês Robert Faurisson como um dos principais expoentes de suas

ideias. Faurisson contesta a existência das câmaras de gás e dos campos de

extermínio.

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O uso da biografia enquanto uma reflexão para a própria História

Como já apontado anteriormente, um dos objetivos deste trabalho, será a

elaboração de uma proposta pedagógica que faça uso do gênero biografia,

enquanto uma representação escrita, para abordar o antissemitismo e o Holocausto.

Porém, antes de direcionar o foco para a história de vida selecionada, deve-se

resgatar algumas discussões presentes na historiografia, quanto ao uso desse

gênero como fonte histórica.

Primeiramente deve-se definir o que é uma biografia na atualidade, e na

sequência, apontar as possibilidades de seu uso em sala de aula.

Biografia: 1- Narração oral, escrita ou visual dos fatos particulares das

várias fases da vida de uma pessoa ou personagem. 2- O suporte físico

(livro, filme, texto teatral, disco óptico, etc) onde se insere uma biografia. 3-

A história da vida de alguém. 4- Compilação de biografias de homens

célebres. 5- Gênero literário cujo objeto é o relato da aventura biográfica de

uma pessoa ou de uma personagem. 6- Ciência relativa a essa espécie de

descrição.(HOUAISS apud BORGES, 2006, p. 204).

Feito essas definições, parte-se do princípio de que uma biografia é uma

narrativa sobre a vida de alguém. O enfoque, dependendo das escolhas feitas pelo

biógrafo, pode privilegiar pontos da vida profissional, pessoal, religiosa, cultural ou

política. Enfim, uma biografia pode tratar de aspectos que tornaram certa pessoa

singular.

A utilização desse gênero, abre a possibilidade para que os alunos ampliem o

contato com livros e desenvolvam o hábito e o gosto pela leitura. Além disso, a

leitura de textos biográficos contribui para que crianças e jovens possam conhecer

realidades históricas e sociais de determinada época, lugar, de forma significativa e

contextualizada. E ainda, segundo o texto biografias na Sala de Aula:

Conhecer biografias diversas permite que os alunos ampliem seus

horizontes e conheçam outras formas de viver, diferentes da sua. Hábitos e

costumes de outras épocas e locais mostram que existem múltiplas

maneiras possíveis e legítimas de ser e de agir no mundo. Isso favorece a

tomada de consciência das características da própria sociedade em que se

vive, quanto a constituição de um sentimento de tolerância e valorização da

diferença. (KUBRIC 2007, p. 2).

Reforçando ainda essas afirmações, a análise biográfica permite ao professor

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de História, principalmente do Ensino Fundamental, lançar um olhar mais

abrangente sobre a pessoa biografada. "Na ótica dessa concepção, o indivíduo é

observado no interior de uma rede complexa que envolve vínculos de amizade,

condição social, pertencimento a grupos filosófico-religiosos, região em que atuou

etc." (SILVA, 2012 p. 7).

No capítulo Grandezas e misérias da biografia, do livro Fontes Históricas, a

historiadora Vany Pacheco Borges procura esquematizar de forma simples, alguns

tipos de biografia, de acordo com a finalidade e o grau de elaboração. Entre os

modelos definidos por ela, e com base em outros estudiosos dessa área, aponta-se

dois, que podem dar credibilidade a obra escolhida para este trabalho:

O primeiro tipo, definido por ela como biografia científica ou literária, que são

as "obras mais importantes com preferência narrativa e finalidade histórica,

que trabalham com documentação numerosa e variada" (BORGES, 2006, p.

213).

O segundo tipo, também conhecido como biografia pura, baseado nos

estudos do francês Phillippe Lejeune, conhecedor do tema, que pode ser

"aquela na qual o narrador não conheceu seu objeto de estudo e visa dar uma

imagem completa de sua existência a partir de documentos e testemunhos."

(LEJEUNE apud BORGES, 2006, p. 213).

Essa mesma autora enfatiza que, ao se ler uma biografia, percebe-se quantas

áreas da História se cruzam ou se confundem, quantos temas estão contidos:

a micro-história, os estudos de caso; a História oral, as histórias de vida; os

trabalhos sobre vida cotidiana, sobre sensibilidade, sobre sociabilidade.

Também a discussão sobre memória, sobre geração, sobre família, sobre

gênero são de grande interesse para quem precisa entender uma vida

individual. (BORGES, 2006, p. 215).

Para finalizar essa discussão, faz-se uso aqui, das ideias defendidas pelo

sociólogo francês Pierre Bourdieu. No texto A ilusão biográfica, ele afirma que, ao se

tentar compreender uma vida como série única e por si suficiente de acontecimentos

sucessivos, sem considerar a relação com o espaço social no qual eles se realizam

"é quase tão absurdo quanto tentar explicar a razão de um trajeto no metrô sem

levar em conta a estrutura da rede, isto é, a matriz das relações objetivas entre as

diferentes estações." ( BOURDIEU, 2006, p.189-190).

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A biografia e as memórias de Anne Frank: uma representação do Holocausto

Atento as essas discussões, e acreditando que a obra biográfica selecionada

atende a essas "exigências", propõe-se abordar o tema Holocausto, situando a

personagem Anne Frank nesse contexto.

Cabe ressaltar, que essa garota não é uma figura anônima. Pelo contrário,

tornou-se uma das vítimas mais conhecidas nazismo. Isso se deve principalmente

as suas memórias, registradas em um diário, enquanto permaneceu escondida dos

nazistas, por um período de vinte e cinco meses - junho de 1942 à agosto de 1944 -

em Amsterdã, na Holanda.

Em 1947, esse diário foi publicado pela primeira vez, com o título O diário de

Anne Frank, tornando-se a partir daí, um dos livros mais lidos em todo o mundo,

principalmente pelo público infanto-juvenil.

Como obra biográfica para uso didático-pedagógico, será utilizado o livro

Anne Frank: uma biografia, pois considera-se atualmente, uma das produções que

melhor retrata a vida e as experiências individuas da menina Frank, sem perder o

pano de fundo histórico.

O olhar de Anne, naturalmente muitas vezes fragmentado, sobre seu

ambiente e o mundo do externo que se reflete no diário, deve ser ampliado

por meio de um olhar geral de fora. Ele documenta seu caminho de vida e

sua via-crúcis, bem como de seus parentes mais próximos e amigos mais

íntimos, copiando a partir da "vítima mais conhecida" de Hitler, que todos

imaginavam conhecer e da se sabe tão pouco, a loucura do regime nazista:

da propaganda de ódio, passando pela expatriação, degradação e privação

dos direitos, até a deportação e massacre organizado dos judeus.

(MÜLLER, 2007, p.11).

Como última observação, vale destacar que serão utilizados fragmentos do

próprio diário durante as atividades previstas na intervenção pedagógica. No seu

pequeno caderno quadriculado, Anne narrou suas experiências diárias, além de

seus medos, pequenas alegrias, aflições amores, coragem e fraquezas humanas.

Descreve também como todo o grupo enfrentou a fome, o tédio, a realidade do

confinamento e a ameaça constante de serem descobertos e mortos.

O Holocausto representado no cinema

As fontes audiovisuais (cinema, televisão e os recursos sonoros em geral),

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tornaram-se nas últimas décadas, objeto de estudo por parte dos historiadores. Um

dos objetivos deste trabalho, seguindo essa tendência, será a utilização e análise de

uma determinada produção cinematográfica, enquanto representação do

Holocausto, sem a pretensão de mostrar a história como realmente ocorreu. Tão

pouco, apresentar a sequência dos fatos por meio de uma caricatura falsa.

[...] a utilização do cinema nas aulas de História não precisa enaltecer ou

ridicularizar a representação do filme em nome de uma pretensa visão

correta da História. Os alunos podem aprender algo mais interessante se

conseguirem entender que o cinema não passa de uma representação.

(CARDOSO apud CAMPOS, 2009, p. 54).

Sendo assim, cabe ao professor, mostrar ao aluno, que um filme não é uma

produção fiel da realidade histórica, mas uma construção que modifica a realidade

por meio dos seguintes elementos: "articulação de imagens, palavras, sons e

movimentos. Os elementos relacionados à produção (iluminação, enquadramento,

movimentos de câmera, cores) fazem parte da linguagem fílmica, que também

transforma e interpreta a realidade." (FERREIRA, 2009, p. 128).

Marcos napolitano em A História depois do papel, ao salientar de forma mais

sólida, diz que o olhar do historiador deve estar atento a tudo que sê e ouve em

determinado filme e às estratégias de ligação dos planos e das sequências.

[...] os personagens, o figurino, o cenário, a textura e os tons predominantes

nas imagens, o ângulo da câmera, os diálogos, a trilha sonora ― musical ou

não ―, os efeitos de montagem etc. Nessa perspectiva, percebe-se que o

elemento verbal (os diálogos, base do roteiro de um filme) é um entre tantos

elementos constituintes da linguagem fílmica e o historiador deve cotejá-los

co a imagem-movimento que lhes correspondem. (NAPOLITANO, 2006, p.

275).

Outra questão crucial, em relação aos filmes históricos, e que não pode

passar despercebida, diz respeito a análise das escolhas do diretor quanto aquilo

que ficou de fora do filme, mas que, por dedução lógica, poderia estar nele contido.

[...] o importante não é apenas o que se encena do passado, mas como se

encena e o que não se encena do processo ou evento histórico que inspirou

o filme. Não se trata de cobrar do diretor a fidelidade ao evento encenado

em todas as suas amplitudes e implicâncias, mas de perceber as escolhas e

criticá-las dentro de uma estratégia de analise historiográfica. (

NAPOLITANO, 2006, p. 275).

Existem atualmente, dezenas de filmes que retratam o Holocausto e que

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oferecem para o ensino de História, muitas possibilidades para o trabalho escolar.

[...] O importante é o professor que queira trabalhar sistematicamente com o

cinema se perguntar: qual o uso possível deste filme? A que faixa etária e

escolar ele é mais adequado? Como vou abordar o filme dentro da minha

disciplina ou num trabalho interdisciplinar? Qual a cultura cinematográfica

dos meus alunos? (NAPOLITANO apud CAMPOS, 2009, p. 54).

Visto como objeto de análise em uma atividade didático-pedagógica para

Ensino Fundamental, o filme apresenta aspectos que vão além dos objetivos de

quem o criou, pois sua produção está inserida numa realidade histórica.

[...] Sua utilização como recurso didático pressupõe um exercício crítico, no

qual professores e alunos deverão tornar-se aptos a ler. Considerando

esses elementos, o filme podes ser um poderoso aliado para a discussão de

comportamentos, visões de mundo, valores e identidades de uma

sociedade em um dado momento histórico. (FERREIRA, 2009, p. 129).

Procurando atender à todas essas orientações, será desenvolvido em sala de

aula, um trabalho com os seguintes filmes: A vida é bela e Anne Frank: The Whole

Story.

De acordo com a sinopse, o filme Anne Frank: The Whole Story, lançado em

2001, é uma produção da rede ABC dos Estados Unidos, que está baseado no livro

Anne Frank: uma biografia de Melissa Müller. Filmado em formato de mini-série para

a televisão, foi dirigido por Robert Dornhelm. A fundação Anne Frank se recusou a

atestar a legitimidade e proibiu o uso de qualquer citação do Diário.

Ben Kingsley ganhou o prêmio da Screen Acto's Guild por sua performance

como Otto Frank e Hannah Taylor-Gordon foi indicada ao Globo de Ouro e ao Emmy

por sua interpretação de Anne.

A vida é bela, escolhido aqui, como uma das diferentes representações do

Holocausto. Produzido em 1997 e dirigido por Roberto Benigni, esse filme italiano

ganhou três prêmios do Oscar em 1999, inclusive de melhor filme estrangeiro.

Esse filme concilia aspectos antagônicos como o encantamento pela vida e os

horrores do Holocausto. Constituído de duas partes: na 1ª parte, uma sátira ao

totalitarismo fascista italiano de Benito Mussolini; em sua 2ª parte, transforma-se em

uma fábula, a partir do momento que o personagem Guido tenta fazer seu filho

acreditar que a vida no campo de concentração nada mais é que um simples jogo,

um simples divertimento. Isso tudo para que o menino não perceba o ambiente cruel

no qual estão inseridos.

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Histórias em quadrinhos e o Holocausto

Abrindo um pouco mais esse leque de possibilidades pedagógicas ligadas ao

tema, opta-se agora para uma reflexão sobre a história em quadrinhos, vista como

uma representação diferenciada sobre o Holocausto.

De início deve-se compreender o que são as histórias em quadrinhos. Os

quadrinhos "não são um subproduto da literatura e nem das artes plásticas; são, isto

sim, uma arte específica com sua própria linguagem. Nesses artefatos não existe

separação entre palavra e imagem, mas, sim circularidade entre elas." (SOBANSKI,

2009, p. 48).

Segundo o teórico em quadrinhos e quadrinista estadunidense Will Eisner, as

histórias em quadrinhos podem ser conceituadas como uma arte sequencial, onde

uma série de imagens estão dispostas em sequência. "Os quadrinhos são uma

antiga forma artística ou método de expressão humana, que se transformou em tiras

ou revistas em quadrinhos, lidas amplamente, que se firmaram em uma posição

inegável na cultura popular dos séculos XX e XXI." (EISNER apud SOBANSKI,

2009, p. 48).

Scott McCloud, outro quadrinista estadunidense, apresenta uma definição

mais específica para esse tipo de artefato. " As histórias em quadrinhos são imagens

pictórias e outras justapostas em sequência deliberada destinadas a transmitir

informações e/ou a produzir uma resposta no espectador." (McCLOUD apud

SOBANSKI, 2009, p, 49).

Buscando atrair a atenção dos alunos e ao mesmo tempo despertar neles o

gosto e o prazer pelo estudo de História, muitos professores estão lançando mão de

alternativas para inovarem suas aulas. Entre essas metodologias, pode-se destacar

o uso das histórias em quadrinhos.

Inseridos no contexto da sala de aula, os quadrinhos podem ser utilizados

como ferramenta para a prática educativa, uma vez que seu formato pode propiciar

uma leitura agradável.

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Sem falar na presença de técnicas artísticas como enquadramento, é

preciso pensar também que os quadrinhos são uma forma de texto duplo,

eles unem harmonicamente o texto imagético e o texto escrito, nesse

sentido, ao lê-los os alunos estariam também se alfabetizando visualmente.

As HQ são um conjunto de técnicas que tanto podem ajudar a melhorar a

leitura do texto em si como a leitura das imagens, imagens que dialogam

numa sequência de símbolos e signos, formando um conjunto harmônico de

enunciados que envolvem o leitor. (LIRA, 2011, p.160).

É preciso lembrar que recentemente os professores receberam um respaldo

legal para sua utilização, pois os próprios órgãos oficiais de educação passaram a

reconhecer a importância de se inserir as histórias em quadrinhos no currículo

escolar, desenvolvendo orientações específicas para seu uso. "É o que aconteceu

no Brasil, por exemplo, onde o emprego das histórias em quadrinhos já é

reconhecido pela LDB (Lei de Diretrizes e bases) e pelos PCN (Parâmetros

Curriculares Nacionais)." (VERGUEIRO, 2004, p. 21).

Além disso, as histórias em quadrinhos aumentam a motivação dos

estudantes para o conteúdo das aulas, aguçando sua curiosidade e desafiando seu

senso crítico. "A forte identificação dos estudantes com os ícones da cultura de

massa ― entremos quais se destacam personagens dos quadrinhos ―, é também

um elemento que reforça a utilização das histórias em quadrinhos no processo

didático." (VERGUEIRO, 2004, p. 21).

Sua inclusão na sala de aula, propicia ao aluno um aumento de possibilidades

relacionadas aos meios de comunicação, incorporando linguagem gráfica às

linguagens oral e escrita, que normalmente utiliza.

Devido aos variados recursos da linguagem quadrinhística ― como balão, a

onomatopéia, os diversos planos utilizados pelos desenhistas ―, os

estudantes têm acesso a outras possibilidades de comunicação que

colaboram para seu relacionamento familiar e coletivo. (VERGUEIRO, 2004,

p. 24).

Feito essas considerações, aponta-se agora a história em quadrinhos

selecionada para ser utilizada em sala de aula. Maus: a história de um sobrevivente,

escrita pelo cartunista e ilustrador Art Spiegelman, memoriza a experiência vivida

por seu pai Vladek, durante o Holocausto.

Essa representação impar, que mostra de forma artística, quadro a quadro as

experiências de Vladek Spiegelman, desde sua juventude na Polônia até o

confinamento em Auschwitz.

Fazendo uso do antropozoomorfismo, Art transforma os judeus em ratos,

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nazistas em gastos, estadunidense em cães e poloneses em porcos.

Na escolha desses animais representando esses povos, Art procura ilustrar a

conjuntura política e social do período. No caso específico dos judeus, ilustrados

como ratos pelo autor, há uma referência ao termo com que os nazistas se referiam

à raça inferior: vermes da sociedade.E segundo as palavras Adolf Hitler, repetidas

na abertura do Capítulo Um dessa obra "Sem dúvida, os judeus são uma raça, mas

não são humanos."

Apresentação do projeto de intervenção pedagógica para o público-alvo:

alunos do 9º ano. (carga horária: 1 h/aula)

De início, cabe ao professor justificar a escolha do tema, considerando que

habilidades e aprendizagens ocorrem por meio de diferentes fontes de estudo, não

se restringindo apenas ao livro didático.

Além disso, justificar a necessidade de superar a superficialidade de

informações contidas nos livros didáticos, principalmente sobre o tema Holocausto.

Em seguida, o professor deve destacar o principal objetivo do projeto:

proporcionar um conhecimento sobre o tema Holocausto, a partir de representações

que vão além da linguagem escrita dos livros didáticos.

Como passo seguinte, apresentar as diferentes representações que serão

utilizadas para estudo e reflexão sobre o tema Holocausto: uma biografia e as

memórias do biografado, duas produções cinematográficas e uma história em

quadrinhos.

No próximo momento, citar alguns dos objetivos específicos do trabalho que

será implementado. Entre outros destacam-se os seguintes: estimular o repúdio a

todos os tipos de preconceito (de raça, classe, gênero, religião, etc) e favorecer

atitudes de tolerância e respeito; conscientizar para o fato que vivemos em uma

sociedade multicultural e pluriétnica e incentivar o respeito pelas culturas dos

diferentes grupos étnicos que vivem no Brasil.

Por último, citar o que se espera, ao final da implementação do projeto. Ou

seja, que os alunos adquiram a seguinte percepção: "que a história pode ser narrada

por diferentes fontes (livros, cinema, relatos de memória, etc), sendo que os

historiadores se utilizam destas fontes para construírem suas narrativas históricas."

(DIRETRIZES, 2008, p. 69).

E que ao término da Educação Básica, esses mesmos alunos entendam que

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"não existe uma verdade histórica única, e sim que verdades são produzidas a partir

de evidências que organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes

diversas." (DIRETRIZES, 2008, p. 69).

1º Momento. Os alunos partem de uma pesquisa prévia em seus livros didáticos

sobre os seguintes termos: antissemitismo e Holocausto. Muito provavelmente, as

informações sobre essas palavras serão muito restritas e superficiais. Mostra-se

então os limites desses manuais didáticos. Como passo seguinte, inicia-se uma

pesquisa-ação sobre esses temas utilizando o acervo bibliográfico do Colégio e/ou

uma fonte de pesquisa do meio eletrônico.

Atividade 1- (carga horária: 1 h/aula)

1.1. Abra seu livro didático de História no Sumário e localize os capítulos que

abordam os seguintes conteúdos: O Nazismo na Alemanha e A Segunda Guerra

Mundial. Feito isso, leia o texto, identifique e copie uma definição para os termos a

seguir:

a) antissemitismo. ___________________________________________________

___________________________________________________________________

b) Holocausto. ______________________________________________________

___________________________________________________________________

1. 2. Algum dos termos acima citados, não consta em seu livro didático de História?

Qual deles? _________________________________________________________

___________________________________________________________________

Atividade 2- (carga horária: 2 h/aulas)

2.1. Pesquise no acervo bibliográfico do Colégio ou no meio eletrônico outras

definições para esses mesmos termos.

Como sugestão de pesquisa eletrônica, pode-se indicar aos alunos, os

seguintes endereços: o site da Wikipédia, a Enciclopédia Livre, disponível em

http://www.pt.wikipedia.org; o site do Museu Judaico do Rio de Janeiro,

disponível em http://www.museujudaico.org.br núcleo de estudos

Holocausto; o site da Enciclopédia do Holocausto, disponível em

http://www.ushmm.org opção português (BR); o blog do Holocausto, disponível

em http://holocausto-doc.blogpot.com.br. .

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2º Momento. Apresentar ao público-alvo, um panorama sobre o regime totalitário

implantado pelo governo nazista, contemplando os seguintes tópicos: 1º ascensão,

medidas totalitárias, ideologias e doutrinação, antissemitismo e ódio aos judeus; 2º

principais líderes, bem como suas ideias e mecanismos para segregação e

extermínio de judeus; 3º reservado ao estudo dos campos de concentração. O uso

de imagens (fotos, cartazes, ilustrações, etc), pesquisadas sites em especializados

será fundamental para mostrar nesta fase, aspectos de doutrinação e veneração as

lideres, flagrantes de hostilização e toda logística de transporte e a estrutura dos

campos de extermínio.

Apresentação (carga horária: 3 h/aulas)

O professor fará a apresentação por meio do programa Microsoft Power Point.

Devem ser produzidos vários slides, contendo informações e imagens sobre cada

um dos tópicos acima delimitados.

As imagens, imprescindíveis nesse momento, podem ser pesquisadas e

selecionadas em sites de busca tais como: www.google.com.br;

www.yahoo.com.br. Em ambos, deve-se clicar primeiramente no item imagens,

para então, dar-se início a pesquisa.

3º Momento. Leitura e análise de fragmentos da memória de sobreviventes desses

campos. Será utilizado o livro de memórias de Aleksander Laks e Tova Sender O

sobrevivente: memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz. Para encerrar

esta etapa, os alunos assistirão o documentário Aleksander Laks, sobrevivente do

Holocausto nazista, do programa Fantástico, da Rede Globo.

Atividade 3- (carga horária: 3 h/aulas)

1. Leia o capítulo 5 da obra O sobrevivente: memórias de um brasileiro que escapou

de Auschwitz de Aleksander Laks e Tova Sender.

2. Após a leitura desse capítulo, faça um fichamento do mesmo, seguindo o roteiro:

2. 1. Identifique a fonte de leitura:

( ) livro ( ) revista ( ) jornal;

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · diferentes fontes de estudo, o presente trabalho estabelece como objetivo principal, um estudo sobre o tema Holocausto, a partir

2. 2. Título da obra. ___________________________________________________

2. 3. Título do capítulo. _________________________________________________

2. 4. Nome do(s) autor(es). _____________________________________________

2. 5. Nº de páginas ( parte lida).___________ 3. 2. 6. Ano de publicação. _______

2. 7. Nome da editora. _____________________ 2. 8. Nº da edição. ____________

2. 9. Localização da obra:

( ) biblioteca do colégio ( ) biblioteca pública ( ) propriedade do próprio aluno;

2. 10. Tema da obra. __________________________________________________

___________________________________________________________________

2. 11. Palavras-chave. _________________________________________________

___________________________________________________________________

2. 12. Ideia ou ideias principais do autor. __________________________________

___________________________________________________________________

2. 13. Objetivo principal do autor. _________________________________________

___________________________________________________________________

2. 14. Comentários do aluno sobre a leitura. ________________________________

___________________________________________________________________

2. 15. Dúvidas da leitura que deseja esclarecer em aula. ______________________

___________________________________________________________________

O roteiro de fichamento acima apresentado, foi adaptado do modelo sugerido

pelo prof. Diego Fruscalso disponível em:

http://www.slidesshare.net/fruscalsodiego/modelo-de-fichamento-de-leituta.

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3. 3. Para encerrar o 3º momento, os alunos devem assistir o documentário

Aleksander Laks, sobrevivente do Holocausto nazista (duração de 8:26 minutos),

apresentado no programa Fantástico, da Rede Globo.

Sugestão

Após o vídeo, o professor deve destacar alguns pontos relacionados à

importância de se preservar até hoje, boa parte da estrutura de Auschwitz. A seguir

alguns deles:

● testemunho concreto dos horrores cometidos em nome de uma suposta

"inferioridade de certas raças";

● memorial para gerações futuras refletirem sobre situações extremistas de

intolerância e ódio;

● o reencontro de uma testemunha ocular e vítima, com os locais de seu martírio e

de crimes contra seu povo;

● importância das imagens para ilustrar e relacionar com o livro de memórias de

Aleksander Laks.

4º Momento. Análise da biografia de Anne Frank, sem perder contudo, o pano de

fundo histórico, destacando o contexto do antissemitismo e holocausto. A obra Anne

Frank: uma biografia, de Melissa Müller, servirá de principal fonte para as atividades

propostas nesse fase. Será oportunizado também aos alunos, o contato direto com

as memórias da própria Anne, por meio de seus registros presentes no Diário de

Anne Frank. Ou seja, esse livro também será explorada em sala de aula.

Atividade 4- *(carga horária: 5 h/aulas)

Biografia de Anne Frank

1ª parte ( professor)

Para iniciar esta momento, sugere-se que o professor faça uma

apresentação superficial sobre a vida de Anne Frank, utilizando algumas fotos

da mesma, que podem ser facilmente encontradas em www.google.com.br

ou www.yahoo.com.br, clicando sempre no campo imagens.

Nessa apresentação, que pode ser feita através do programa Microsoft

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Power Point, deve constar as seguintes informações: sua família (pais e irmã);

seu nascimento e a infância em Frankfurt; o convívio com as medidas e leis

antissemitas; e a emigração para Amsterdã, na Holanda.

2ª parte ( alunos)

Em seguida, a turma deve ser dividida em duplas, para que os mesmas,

façam a leitura, análise e apresentação oral sobre seus respectivos capítulo

do livro Anne Frank: uma biografia.

Essa apresentação, que será feita pelos alunos, deve seguir um roteiro

pré-estabelecido pelo professor . A seguir, os principais tópicos:

● Grupo 1- Capítulo 5. Na ante-sala dos assassinos

a Holanda era segura?

a Holanda ainda era segura?

os judeus holandeses;

● Grupo 2- Capítulo 6. Na armadilha (parte I)

10 de maio de 1940, invasão da Holanda;

judeus e as tentativas de fuga da Holanda;

atitude dos Frank;

agosto de 1940, ordens para judeus alemães;

● Grupo 3- Capítulo 6. Na armadilha (parte II)

julho de 1941, controle do "capital judeu";

10 de janeiro de 1941, ordens para todos os judeus do país;

ano de 1941, começo do verão e os judeus da Holanda;

junho de 1941, novas carteiras de identidade para os holandeses;

● Grupo 4- Capítulo 6. Na armadilha (parte III)

Page 21: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · diferentes fontes de estudo, o presente trabalho estabelece como objetivo principal, um estudo sobre o tema Holocausto, a partir

os judeus e os locais públicos;

29 de abril de 1942, estrelas de cor amarela;

por que a estrela tinha que ser amarela?

● Grupo 5- Capítulo 7. No esconderijo (parte I)

sexta feira, 12 de julho. presente de aniversário;

judeus e a prática de esportes;

toque de recolher e o bonde;

Anne e suas autoras prediletas;

● Grupo 6- Capítulo 7. No esconderijo (parte II)

Central de Emigração e a convocação de Margot;

Otto e os preparativos do esconderijo;

as responsabilidades de Miep Gies;

● Grupo 7- Capítulo 8. A casa dos fundos (parte I)

treinamento diário para uso do banheiro e programa diário até o meio-dia;

personalidade de Anne e a solidão;

o diário e as amigas fictícias;

os estudos de Anne e Margot no esconderijo;

● Grupo 8- Capítulo 8. A casa dos fundos (parte II)

relação de Anne e sua mãe Edith no esconderijo;

Anne seu pai Otto;

Anne e sua irmã Margot;

Anne e Peter Van Pels;

● Grupo 9- Capítulo 8. A casa dos fundos (parte III)

o primeiro beijo;

doenças no esconderijo;

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · diferentes fontes de estudo, o presente trabalho estabelece como objetivo principal, um estudo sobre o tema Holocausto, a partir

clandestinos delatados;

● Grupo 10- Capítulo 9. O último trem para Auschwitz (parte I)

de Amsterdã para Westerbork;

características de Westerbork;

Anne no alojamento;

dia de trabalho;

● Grupo 11- Capítulo 9. O último trem para Auschwitz (parte II)

os Frank e a partida de Westerbork;

os vagões de trem;

a viagem;

o desembarque em Auschwitz;

● Grupo 12- Capítulo 9. O último trem para Auschwitz (parte III)

seleção em Auschwitz;

tatuagem e aviltamento gradual;

comércio de cabelos, sala de ducha, pó para piolhos e chamadas para

contagem;

● Grupo 13- Capítulo 9. O último trem para Auschwitz (parte IV)

Anne em Auschwitz;

evacuação para Bergen-Belsen;

vagões de gado e a viagem;

● Grupo 14- Capítulo 9. O último trem para Auschwitz (parte V)

morte de Edith em Auschwitz;

como Otto escapou da morte;

condições desumanas em Bergen-Belsen;

morte de Anne e Margot;

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● Grupo 15- Capítulo 10. Anseio

Anne e suas contradições;

seus objetivos de vida;

sonho de Anne;

os nazistas assassinos e a vida de Anne.

Atividade 5- (carga horária: 3 h/aulas)

O diário de Anne Frank

Cada dupla de alunos receberá um texto correspondente as datas abaixo

selecionadas pelo professor.

Em seguida, essas duplas terão de 5 à 10 minutos para realizar

silenciosamente a leitura. Após esse tempo, será feita a troca dos textos. Essa

sistemática deverá acontecer por até 5 vezes. Dessa forma, os alunos poderão ter

um contato com a maior quantidade possível de momentos (datas) dos registros de

Anne.

8 de julho de 1942; 29 de setembro de 1942;

9 de outubro de 1942; 19 novembro de 1942;

13 de janeiro de 1943; 30 de janeiro de 1943;

4 de agosto de 1943; 5 de agosto de 1943;

6 de janeiro de 1944; 27 de fevereiro de 1944;

3 de abril de 1944; 6 de abril de 1944

28 de abril de 1944; os interesses de nossa família no Anexo;

31 de maio de 1944; 13 de junho de 1944.

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Observação: Os tópicos acima selecionados, aparecem distribuídos em momentos

bem pontuais ― datas (dia, mês e ano) ― uma vez que o livro O diário de Anne

Frank, também está organizado dessa maneira, sem a divisão em capítulos com

títulos específicos. Basta uma rápida folheada na obra para se notar isso.

Após as leituras, cada dupla deverá receber um quadro/síntese, conforme

modelo abaixo. O professor montará no quadro de giz, um modelo do mesmo.

Em seguida, os alunos devem expor oralmente as informações de acordo

com cada item do quadro/síntese.

O professor fará o registro no quadro de giz, e juntamente os alunos, em

seus respectivos quadros/síntese.

QUADRO/SÍNTESE

Título da obra:

Autor:

Alunos:

Relação de Anne com sua

mãe Edith.

Relação de Anne com seu

pai Otto.

Leituras que Anne mais

gostava.

Estudos realizados por

Anne no esconderijo.

Alimentação do grupo no

esconderijo.

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Seus medos e angústias

no anexo.

Anne e Peter van Pels.

Rotina do grupo no

esconderijo: almoço/jantar.

Anne e sua relação com a

irmã Margot.

Passatempos preferidos de

Anne.

Com esse exercício, os alunos poderão adquirir uma visão mais ampla sobre

as impressões registradas por Anne, durante o período que permaneceu no

esconderijo.

5º Momento. O uso do cinema como fonte histórica. Aqui, os alunos terão a

oportunidade ver o Holocausto representado por meio da linguagem

cinematográfica. Deverão assistir aos filmes A vida é bela e Anne Frank: The Whole

Story. Para auxiliar na "leitura" dos filmes, serão estabelecidos roteiros de análise

por intermédio de questões.

Exibição do filme Anne Frank: The Whole Story. (carga horária: 3 h/aulas).

Sinopse. O filme Anne Frank: The Whole Story, lançado em 2001, é uma produção

da rede ABC dos Estados Unidos, que está baseado no livro Anne Frank: uma

biografia de Melissa Müller. Filmado em formato de mini-série para a televisão.

Procura retratar Annelies Marie Frank antes e depois de refugiar-se no esconderijo.

A fundação Anne Frank se recusou a atestar a legitimidade e proibiu o uso de

qualquer citação do Diário. Ben Kingsley ganhou o prêmio da Screen Acto's Guild

por sua performance como Otto Frank e Hannah Taylor-Gordon foi indicada ao

Page 26: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · diferentes fontes de estudo, o presente trabalho estabelece como objetivo principal, um estudo sobre o tema Holocausto, a partir

Globo de Ouro e ao Emmy por sua interpretação de Anne.

Ficha Técnica. País de origem: EUA e República Theca. Duração de 120 minutos.

Roteiristas: Melissa Müller e Kirk Ellis. Gênero: drama/biografia; Direção: Robert

Dornhelm.

Esse filme pode ser encontrado em Dvd, e também disponível no site

http://www.youtube.com dividido em 20 partes legendadas, com a seguinte

identificação: Anne Frank 2001. leg. Emb. Parte 1. Caberá ao professor decidir, se

utilizará na íntegra, ou uma certa quantia de recortes.

Atividade 6- Análise do filme. (carga horária: 3 h/aulas).

Roteiro para análise

Deve ser composto de duas partes.

1ª) a parte informativa que "a título de subsídio para o aluno, deve conter ao menos

os seguintes elementos:" (NAPOLITANO, 2006, p. 82).

FICHA TÉCNICA

a) título original._______________________________________________________

b) nome do diretor._______________________. c) país de origem. _____________

d) ano de produção. _____________________ e) duração.____________________

f) gênero: ( ) drama ( ) comédia ( ) aventura ( ) suspense.

g) tema central. ______________________________________________________

h) lista dos personagens principais. _______________________________________

___________________________________________________________________

2ª) a parte interpretativa composta de um "conjunto de questões que dirija o olhar

do aluno para aspectos mais importantes do filme e é fundamental que elas sejam

bem direcionadas e produtivas, estimulando a assimilação e o raciocínio crítico do

aluno." (NAPOLITANO, 2006, p. 83).

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QUESTÕES

1) Qual é o tema do filme? O que os realizadores do filme tentaram nos contar? Eles

conseguiram passar sua mensagem? Justifique sua resposta.__________________

___________________________________________________________________

2) Você assimilou/aprendeu alguma coisa com este filme? O que? ______________

___________________________________________________________________

3) Algum elemento do filme não foi compreendido? _________________________

___________________________________________________________________

4) Do que mais gostou neste filme? Por quê? ______________________________

___________________________________________________________________

5) Qual é o seu personagem principal do filme? Por quê? _____________________

___________________________________________________________________

6) Todos os eventos retratados no filme são verdadeiros (ou verossímeis)? Descreva

as cenas que você achou especialmente bem coerentes e fiéis à realidade. _______

___________________________________________________________________

7) Quais as sequências que parecem menos realistas? Por quê? _______________

___________________________________________________________________

8) Qual é a síntese da história contada pelo filme? __________________________

___________________________________________________________________

fonte: NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. p.

83-84.

Sugestão. O esconderijo em 3D

Acessando o site www.annefrank.org (traduzir esta página) é possível

conhecer os vários ambientes do anexo secreto. Basta clicar seguindo os seguintes

passos: Anne Frank; The secret anexo online; Vá para dentro; clique

na estante móvel. Em seguida. pode-se conhecer todos os cômodos do

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esconderijo, inclusive o quarto de Anne.

Exibição do filme A vida é bela. (carga horária: 3 h/aulas).

Sinopse. Produzido em 1997 e dirigido por Roberto Benigni, esse filme italiano

ganhou três prêmios do Oscar em 1999, inclusive de melhor filme estrangeiro.

Concilia aspectos antagônicos como o encantamento pela vida e os horrores do

Holocausto. Constituído de duas partes: na 1ª parte, uma sátira ao totalitarismo

fascista italiano de Benito Mussolini; em sua 2ª parte, transforma-se em uma fábula,

a partir do momento que o personagem Guido tenta fazer seu filho acreditar que a

vida no campo de concentração nada mais é que um simples jogo, um simples

divertimento. Isso tudo para que o menino não perceba o ambiente cruel no qual

estão inseridos.

Ficha Técnica. Direção: Roberto Benigni; País de origem: Itália; Duração: 116

minutos; Gênero: drama/comédia.

Atividade 7- Análise do filme. (carga horária: 2 h/aulas).

Roteiro para análise

Deve ser composto de duas partes.

1ª) a parte informativa que "a título de subsídio para o aluno, deve conter ao menos

os seguintes elementos:" (NAPOLITANO, 2006, p. 82).

FICHA TÉCNICA

a) título original_______________________________________________________

b) nome do diretor._______________________ c) país de origem.______________

d) ano de produção. _____________________ e) duração.____________________

f) gênero: ( ) drama ( ) comédia ( ) aventura ( ) suspense.

g) tema central. ______________________________________________________

h) lista dos personagens principais. _______________________________________

___________________________________________________________________

Page 29: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · diferentes fontes de estudo, o presente trabalho estabelece como objetivo principal, um estudo sobre o tema Holocausto, a partir

i) além dos personagens principais, que outros podemos encontrar no filme?

( ) terciários ( ) secundários e figurantes ( ) especiais

2ª) a parte interpretativa composta de um "conjunto de questões que dirija o olhar

do aluno para aspectos mais importantes do filme e é fundamental que elas sejam

bem direcionadas e produtivas, estimulando a assimilação e o raciocínio crítico do

aluno." (NAPOLITANO, 2006, p. 83).

ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO FÍLMICA

1) Sinopse: pequeno resumo escrito do filme, contendo a trama básica e os

personagens principais (máximo dez linhas). _______________________________

___________________________________________________________________

2) Fotografia: é responsável pela qualidade, pela textura, pelo sombreamento e pelo

colorido da imagem que vemos na tela.

( ) sombrio ( ) luminoso ( ) preto e branco ( ) colorido

3) Figurino: são todos os trajes e acessórios usados pelos personagens de uma

produção artística (cinema, teatro ou novela). No filme, esse aspecto procura ser fiel

á realidade tetratada? Comente. _________________________________________

___________________________________________________________________

4) Cenário: é o espaço real ou virtual, onde a história se passa.

( ) interior ( ) exterior ( ) limpo ( ) sujo ( ) natural ( ) estúdio ( ) realista

5) Trilha sonora: compõe-se da parte musical do filme. Quais são as intenções do

dos responsáveis e do diretor ao escolher determinados sons para aconpanhar as

imagens? ___________________________________________________________

___________________________________________________________________

6) Herança cultural: a qual conteúdo cultural, escolar ou contexto sócio-histórico o

filme se relaciona? ____________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 30: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · diferentes fontes de estudo, o presente trabalho estabelece como objetivo principal, um estudo sobre o tema Holocausto, a partir

7) Valores: quais os conceitos centrais e as categorias de formação de

caráter/cidadania ou valor moral veiculados pelo filme? _______________________

___________________________________________________________________

fonte: NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. p.

83-84.

6º Momento. Holocausto em quadrinhos. Oportunidade de contato com a obra

Maus: a história de um sobrevivente. Uma apresentação diferenciada sobre o tema,

já que os diferentes grupos humanos, são representados por animais. Os alunos,

conhecendo o contexto político-social, deverão fazer uma leitura dessa

representatividade antropozoomórfica.

Atividade 8- Leitura de quadrinhos na sala de aula. (carga horária: 2 h/aulas).

A obra Maus: a história de um sobrevivente (296 páginas), está dividida em

duas partes: parte I, meu pai sangra história; e parte II, e aqui meus problemas

começaram.

As atividades elaboradas a partir desse livro, analisam os seguintes capítulos

da parte II: capítulo um / Mauschwitz; capítulo dois / Auschwitz (o tempo voa); e

capítulo três / ... e aqiu meus problemas começaram... .

Atividade 9- Análise de quadrinhos na sala de aula. (carga horária: 3 h/aulas).

De acordo com as sugestões propostas no livro Como usar as histórias em

quadrinhos na sala de aula, algumas questões podem ser colocadas para uma

discussão geral com a turma, após a leitura.

● o significado em alemão do termo Maus;

● a simbologia envolvendo animais e diferentes nacionalidades e etnias. Ex:

Ratos - Judeus: Podem ser vistos como vítimas fracas e indefesas e simbolizam a ideia nazista dos judeus serem insignificantes, assim como a incapacidade dos nazistas de acabar com essa raça por causa do seu grande número populacional.

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Porcos - Poloneses: Os poloneses ficaram ofendidos, mas Spiegelman explica que os porcos têm boa reputação com os americanos por causa de programas de TV como: Miss Piggy e Pork Pig.

Gatos - Alemães: Inimigos e perseguidores naturais dos ratos.

Sapos - Franceses: Referência direta ao apelido francês e participação dos sapos na culinária francesa.

Cachorros - Estadunidenses: Compara a antipatia do cão ao gato aos estadunidenses e alemães, inimigos na II Guerra Mundial.

Renas - Suíços

Ursos - Russos

Peixes - Britânicos

Spiegelman queria dar um ar de sofisticação aos franceses, e em uma conversa com sua esposa transcrita nos quadrinhos ele fala que coelhos seriam muito inocentes para os franceses pois teriam sido anti-semitas.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maus

● na disciplina de história, essa obra pode ser utilizada de diferentes maneiras ou

sob diferentes enfoques:

a) para ser lida e estudada como registro da época que foi produzida;

b) para ser utilizada como ponto de partida de partida de discussões de conceitos

importantes para a História. Ex: "civilizado", "superior", inferior", etc.

● outras possibilidades a serem consideradas:

a) pode ser utilizada para ilustrar a época em que é ambientada. ex: uniformes,

armas, veículos, etc.

b) pode servir como ponto de partida para discutir temas, conceitos e aspectos

importantes sempre atuais: o eixo dominação-resitência, o conceito de

etnocentrismo, os ideais de convivência pacífica entre os povos, o respeito à

diversidade cultural. o respeito à diferença.

● procedimentos de leitura.

a) quem é (são) o(s) autor(es)?

b) quando e onde foi produzida?

c) por quem fala? expressa uma posição pessoal ou foi criada sob encomenda?

d) a quem se destina? ( público-alvo)

e) qual é a sua finalidade? entretenimento, informativo, educativo, didático ou

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propaganda (ideias políticas)?

● histórias em quadrinhos e memória.

a) pretende reconstruir momentos da própria vida do autor?

b) é autobiográfica, ou seja, um relato de certas memórias do autor?

c) ela pode ser considerada uma reconstituição dos fatos a que se refere, tal como

aconteceram, ou uma recriação de acordo como são lembrados pelo autor?

d) tais memórias se referem a fatos direta ou indiretamente relacionados a vida do

autor?

Atividade final. Uma reflexão. (carga horária: 3 h/aulas).

Para encerrar esta Unidade Didática, algumas indagações devem ser feitas

aos alunos. Elas devem aparecer em forma de questões escritas ou em discussões

em sala de aula.

1) Você é capaz de perceber que a História pode ser narrada por diferentes fontes

(livros, cinema, relatos de memória, quadrinhos,etc.)? Comente.

2) É possível notar que na História não existe uma verdade única, e sim verdades

produzidas a partir de problematizações fundamentadas em fontes diversas?

3) A sua participação nas atividades desse projeto, servirá para despertar em você

as seguintes atitudes:

a) estimular o repúdio a todos os tipos de preconceito (de raça, classe,

gênero, religião, etc);

b) facilitar a percepção de que é o conhecimento que favorece o respeito e a

tolerância e de que não há cultura superior à outra;

c) conscientizar para o fato que vivemos em uma sociedade multicultural e

pluriétnica e incentivar o respeito pelas culturas dos diferentes grupos étnicos

que vivem no Brasil.

Fonte: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMA, Angela (Org.). Como usar histórias em

quadrinhos na sala de aula. 1ª São Paulo: Contexto, 2004. 160 p.

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J) REFERÊNCIAS

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