os desafios da escola pÚblica paranaense na … · da leitura e da escrita de textos da esfera...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: Leitura e escrita: o gênero resumo numa perspectiva do letramento
Autor: Sandremere Pereira Lisboa
Disciplina/Área:
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Sapopema - EFMNP
Município da escola: Sapopema
Núcleo Regional de Educação: Telêmaco Borba
Professora Orientadora: Pascoalina Bailon de Oliveira Saleh
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Relação Interdisciplinar:
Todas as áreas
Resumo:
A leitura e a escrita constituem formas de se compreender tudo o que existe, pois estimula a capacidade de pensar, de se relacionar, de interagir com o outro. Dentre os diversos gêneros que são incluídos nas práticas de leitura escolares, percebe-se a dificuldade dos alunos em desenvolver a proficiência da leitura e da escrita de textos da esfera acadêmica/científica. Diante disso, esta produção didático-pedagógica pretende contribuir para a prática de letramento por meio de um gênero tão comum na escola nas diversas áreas do conhecimento: o resumo escolar/acadêmico.
Palavras-chave: Resumo; Leitura; Escrita; Letramento.
Formato do Material Didático: Unidade didática
Público:
1º ano do Ensino Médio
Apresentação
De acordo com Soares (2009), a palavra letramento vem de
literacy (língua inglesa):
... literacy é o estado ou condição que assume aquele que aprende
a ler e escrever. Implícita nesse conceito está a ideia de que a
escrita traz consequências sociais, culturais, políticas, econômicas,
cognitivas, linguísticas, quer para o grupo social em que seja
introduzida, quer para o indivíduo que aprenda a usá-la. (SOARES,
2009, p.17)
A autora esclarece que no contexto em que é empregada em
nossa língua assume o sentido de estado ou condição do sujeito que faz uso
efetivo da escrita nas diversas situações sociais.
Ainda segundo Soares, saber ler e escrever, ou seja, ser alfabetizado,
não é garantia para que se possa usufruir plenamente da cultura escrita
de forma a interagir com os diferentes gêneros e seus contextos sociais.
Sendo assim, não basta que a escola “ensine” a ler e a escrever. É
fundamental que a escola ensine a fazer o uso social da leitura e da
escrita. Para isso precisa desenvolver seu currículo num processo de
letramento, que é “o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e
escrever: o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo
como consequência de ter-se apropriado da escrita.” (SOARES, 2009, p.
18)
Para Kleimam (2007), a escola é o espaço ideal para que os
sujeitos “experimentem” maneiras de participar das práticas sociais letradas.
Dessa forma, é papel da escola letrar o educando para que faça uso da leitura
e da escrita na vida social. Para tanto, a escola precisa se desvencilhar
de concepções tradicionais e adotar em suas práticas uma concepção social de
escrita. Concepção essa em que a leitura e a escrita são tomadas
enquanto práticas discursivas desenvolvidas em determinados contextos.
A leitura e a escrita constituem uma das formas de se compreender tudo
o que existe, pois estimula a capacidade de pensar, de se relacionar, de
interagir com o outro.
Dentre os diversos gêneros que são incluídos nas práticas de leitura
escolares, percebe-se a dificuldade dos alunos em desenvolver a proficiência
da leitura e da escrita de textos da esfera acadêmica/científica. Diante
disso, esta produção didático-pedagógica pretende contribuir para a prática de
letramento por meio de um gênero tão comum na escola nas diversas áreas do
conhecimento: o resumo escolar/acadêmico.
A escolha desse gênero deve-se ao fato de que o resumo é
constantemente cobrado na escola nas diversas disciplinas e, mesmo
assim, conforme Machado, Lousada e Tardelli (2004), o que se constata
é que muitos alunos chegam na graduação e até mesmo na pós graduação
apresentando grande dificuldade em produzir resumos com eficiência. Além
disso, dominar esse gênero contribui para a pesquisa, para a produção de
outros gêneros como resenhas, relatórios, artigos. Sem contar, como lembram
as autoras, que constitui-se em um instrumento fundamental para o
professor avaliar, também, a leitura dos alunos.
Dessa forma, faz-se necessário chamar a atenção para a importância
das diferentes áreas utilizar o resumo como ferramenta de estudo aproveitando
da melhor maneira possível os recursos que a escrita desse gênero pode
proporcionar ao estudante. Portanto, é necessário ensinar-lhe as estratégias
usadas para se fazer um resumo.
Antunes (2009) alerta para a necessidade do empenho de todos
para uma formação eficiente dos estudantes, conforme se pode perceber no
trecho a seguir: O momento nacional é de luta, de renovação e incita à mudança, a
favor de uma participação cada vez maior de toda a população
e de um exercício cada vez mais pleno da cidadania. O professor
não pode ausentar-se desse momento nem, tampouco, estar nele
de modo superficial. (ANTUNES , 2009, p.15)
Nesse sentido, o domínio da leitura e da escrita passa a ser um
diferencial na formação cidadã dos estudantes e isso depende de um trabalho
consciente e conjunto.
De acordo com Silva ( 2005), a leitura ocupa lugar de destaque em todas
as disciplinas acadêmicas que almejam a transmissão de cultura e de valores
para as atuais gerações.
A promoção da leitura é uma responsabilidade de todo corpo
docente de uma escola e não apenas dos professores de língua
portuguesa. Não se supera uma dificuldade ou uma crise com
ações isoladas. Falamos em centros de interesse, em
interdisciplinaridade, em construção coletiva do conhecimento, em
integração em sequenciação e unidade curricular, mas não
colocamos tais esquemas pedagógicos em prática. (SILVA,
2005, p.24)
A garantia de acesso ao saber sistematizado, aos conteúdos do
conhecimento, depende, segundo Silva (2005), da qualificação e
capacitação contínua dos leitores ao longo das séries escolares.
Convém ressaltar que o ensino do gênero objeto dessa proposta não se
esgota nessa produção. É necessário um trabalho contínuo que auxilie os
estudantes a tomar consciência das estratégias de sumarização.
Essa proposta contempla apenas o resumo escolar/acadêmico
(informativo) e está embasada em autores, pesquisadores que sistematizaram
o estudo desse gênero.
Proposta metodológica para o trabalho com o resumo escolar /acadêmico Trabalhar com o gênero resumo escolar / acadêmico é uma das formas de possibilitar ao aluno fazer uso efetivo da linguagem. De acordo com (BACKTIN, 2003), os textos se materializam nos diferentes gêneros. E é por meio deles que o homem age nas diversas esferas da atividade humana. A realização deste trabalho segue uma sequência de oficinas que por meio de leituras e atividades de escrita busca letrar o aluno para que se aproprie do gênero resumo escolar / acadêmico. As oficinas estão assim divididas:
Oficina 1:
O Resumo escolar / acadêmico e suas características; Apresentação do projeto; Sensibilização dos alunos quanto a importância do gênero resumo escolar / acadêmico.
Oficina 2:
O Plano global do texto-fonte; Reconhecimento das características globais do gênero artigo de opinião (texto-fonte do resumo analisado).
Oficina 3:
Procedimentos úteis para a produção de resumos; A importância da sumarização; Estratégias de sumarização: a supressão, a generalização, a seleção, a construção.
Oficina 4:
Elementos articuladores: mecanismos que estabelecem relação de sentido entre as partes do texto.
Oficina 5:
A construção colaborativa de resumo; Revisão e reescritura do texto em conjunto.
Oficina 6:
O plano global do texto-fonte da produção de resumo individual; A compreensão das características do texto-fonte (artigo de opinião) e das ideias do texto.
Oficina 7:
Produção final (individual).
Oficina 8:
Revisão e refacção do texto individual.
Para a elaboração das atividades levou-se em conta, principalmente, aspectos de análise textual salientados por Bronckart (1999) que compreendem: o contexto de produção, o conteúdo temático, a infraestrutura geral dos textos, os mecanismos de textualização, os mecanismos enunciativos.
“O contexto de produção pode ser definido como o conjunto dos
parâmetros que podem exercer uma influência sobre a forma como um texto é organizado” (BRONCKART, 1999, p.93). Dentre os fatores que exercem influência na organização do texto o autor destaca o lugar em que o texto é produzido; o momento em que é produzido; quem é o produtor desse texto (emissor); para quem esse texto foi produzido (receptor).
“O conteúdo temático (ou referente) de um texto pode ser definido como o conjunto das informações que nele são explicitamente apresentadas”. (BRONCKART, 1999, p.97). Essas informações são construídas pelo agente-produtor do texto.
A infraestrutura geral do texto é constituída pelo plano global, o tipo de discurso, as articulações entre os tipos de discurso e as sequencias textuais. (BRONCKART, 120-121)
Os mecanismos de textualização são responsáveis pelo estabelecimento da coerência temática. (BRONCKART, 1999, p.122)
O que realmente é essencial para vivermos num mundo
melhor, de uma forma melhor?
Você já parou para pensar no que realmente é essencial para todos?
Ao pensar sobre o que é essencial para todos, podemos citar: saúde,
educação, segurança. Mas também podemos pensar em lazer, qualidade de
vida, ter os direitos respeitados, igualdade racial, igualdade de direitos para as
minorias discriminadas etc.
Nessa unidade você lerá vários textos e será estimulado (a) a refletir,
analisar e observar as características deles. Também, irá conversar sobre
questões polêmicas que circulam na sociedade.
Além disso, terá oportunidade de aprimorar uma habilidade muito
importante: a capacidade de análise e de síntese de texto.
No decorrer das oficinas você será orientado a realizar leitura análise /
leitura estudo com a finalidade de sintetizar o que leu em um texto escrito: o
resumo.
Oficina 1: O Resumo escolar / acadêmico e suas características
Objetivos: - (re) conhecer as características do gênero resumo escolar / acadêmico, seu contexto de produção e sua finalidade. - estudar de forma sistemática a organização textual deste gênero: organização global e relações entre as ideias centrais; - perceber que a organização do resumo deve reproduzir relações de sentido, tais como se encontram no texto original; - perceber a importância de se mencionar o autor do texto original; - interpretar ações no texto original e atribuí-las ao autor do texto.
Certamente, no decorrer de sua vida escolar, você foi solicitado muitas
vezes a produzir resumos. Você é capaz de se lembrar das situações em
que isso ocorreu?
Para quem você produziu resumo?
Para quê são produzidos resumos?
Para você, produzir o resumo de um texto é uma tarefa fácil? Por quê?
A atividade de resumir é uma das situações que envolve o uso da leitura e da
escrita na escola, nas diferentes disciplinas.
Leia os dois textos que seguem com atenção e realize as atividades propostas:
Texto 1:
O autor do texto diz que a cultura é um campo do conhecimento humano que nos
permite pensar a diferença e que é importante que nossa legislação passe por uma
transformação. O conceito de cultura é tão reivindicado quanto controverso. Incentivar
as manifestações culturais de um povo é condição indispensável de desenvolvimento.
Este debate gera reações curiosas. A aprovação do projeto vai ser um passo
importante.
Texto 2:
Em seu artigo, Gustavo Barreto aborda uma questão de interesse público que também
é título do artigo “O que é essencial para todos?”. Em resposta a essa questão, o autor
afirma que a cultura é essencial para todos, pois possibilita pensar a diferença. Além
disso, o homem é um ser de cultura. Barreto usa essa introdução para tratar da
questão do Vale-Cultura lançado, na época, pelo governo de São Paulo que gerou
debates e questionamentos sobre se isso era uma boa iniciativa ou não. Diante disso,
ele destaca a importância de nossa legislação passar, urgentemente, por uma
transformação em relação à cultura. Em seguida, aponta o caráter polêmico sobre o
conceito de cultura uma vez que existem bons e maus empregos do conceito e alerta
para o fato de que ele fará um bom uso. Para reforçar sua posição, o autor se refere
ao Vale-Cultura como sendo um programa que incentiva as manifestações culturais e,
por isso, investe no que é essencial para todos,pois a cultura é a própria essência do
ser humano. Além disso, favorece a democratização do acesso à cultura e introduz
recursos no mercado cultural. Segundo Barreto, o Vale-Cultura provocou reações
“curiosas”. Para refutar tais reações o articulista utiliza argumentos que denunciam os
reais interesses de seus oponentes. Assim, desqualifica tanto esses oponentes
quanto as posições defendidas por eles. Ao concluir seu artigo o produtor cultural
reafirma a posição de que a aprovação do Vale-Cultura será benéfico para a inserção
de milhões de pessoas nesse universo privilegiado, enfim, para as políticas públicas
do setor.
Adaptado de: RANGEL, E. O.; GAGLIARDI, E.; AMARAL, H. Pontos de vista : caderno do
professor : orientação para produção de textos. São Paulo: Cenpec, 2010, p.92-95. — (Coleção
da Olimpíada).
Os textos que você leu são resumos do artigo “O que é essencial para todos?”
de Gustavo Barreto.
De acordo com Machado, Lousada e Abreu-tardelli (2004, p.17), um bom
resumo deve apresentar as seguintes características :
correção gramatical e léxico adequado à situação escolar/acadêmica;
selecionar as informações colocadas como as mais importantes no texto
original;
indicar dados sobre o texto resumido, no mínimo autor e título;
demonstrar ao professor que o autor do resumo compreendeu o texto
lido, uma vez que é possível perceber a compreensão global, o
desenvolvimento das ideias do texto e a articulação entre elas;
apresentar as ideias principais do texto e de suas relações;
mencionar o autor do texto original em diferentes partes do resumo e de
formas diferentes;
mencionar as diferentes ações do autor do texto original ( o autor,
questiona, debate, explica...);
ser um texto compreensível por si mesmo.
1) Quanto aos textos que você leu, indique aquele que mais se aproxima das
características de um bom resumo, apontadas por Machado, Lousada e Abreu-
tardelli (2004). Qual deles pouco ou nada traz das características apontadas
pela autora? Justifique sua resposta.
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2) Você acabou de ler um resumo escolar/acadêmico. A função desse gênero
textual é “apresentar as informações principais de um texto-fonte, de forma
organizada e num novo texto” que envolve estratégias como “selecionar e
omitir certas informações”. (SOUZA, A. L.; CORTI, A. P.; MENDONÇA, M.
2012, p.74)
Resumo é uma condensação fiel das
ideias ou dos fatos contidos no texto.
Resumir um texto significa reduzi-lo ao
seu esqueleto essencial sem perder de
vista três elementos:
a) cada uma das partes essenciais do texto;
b) a progressão em que elas se sucedem;
c) a correlação que o texto estabelece
entre cada uma dessas partes.
(FIORIN, SAVIOLI, 2006. p.420)
Resumir um texto pressupõe a
criação de um segundo texto,
pela reelaboração do texto
original, ou texto fonte,
reduzindo-se as suas
dimensões. Isso vai requerer o
uso exclusivo das
informações básicas ou mais
importantes contidas no texto
fonte (SERAFINI, 2000, p. 184).
Características da situação de produção do resumo escolar/acadêmico.
a) O resumo escolar/acadêmico costuma ser produzido por estudantes. b) O destinatário do resumo é o professor; c) Esse texto costuma circular na escola e na universidade; d) De acordo com Silva e Mata (2002), o resumo ESCOLAR/ACADÊMICO pode ser elaborado com dois objetivos:
avaliação de leitura: é “uma prática discursiva da comunidade acadêmica que responde a uma demanda de atividades de ensino/aprendizagem: atividade de leitura e, p extensão, de produção de texto ” (p. 4);
registro de leitura para recuperação futura de informações : “uma prática discursiva da comunidade acadêmica (...) o aluno-produtor projeta-se como futuro leitor desse texto-resumo, que poderá utilizá-lo como finalidade de estudo ou como fonte de consulta para a produção de outros gêneros do domínio acadêmico” (p. 8).
(SILVA, J. Q. G.; MATA, M. A. da. Proposta tipológica de resumos: um estudo exploratório das práticas de ensino da leitura e da produção de textos acadêmicos. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 6, n. 11, p. 123 -133, 2º sem. 2002.)
3) O resumo acima condensa um artigo de opinião. Ao lê-lo é possível perceber
de que trata o texto resumido?
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4) É possível identificar a posição do autor do texto-fonte nesse resumo? Qual
é a posição assumida por ele?
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5) Segundo Machado, Lousada e Abreu-tardelli (2004), “indicar dados sobre o
texto resumido” é essencial em um resumo. O texto lido contempla essa
característica? Comente.
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6) Fazer menção ao autor do texto resumido é outra característica fundamental em um bom resumo (MACHADO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI, 2004).
Localize no resumo que está sendo analisado expressões que foram usadas para se referir ao autor do texto ou ao texto em si.
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7) Outra característica apontada por Machado, Lousada e Abreu-tardelli (2004),
é a atribuição de atos ao autor do texto resumido.
No resumo é possível perceber várias ações do autor do texto original. O
produtor do resumo é quem interpreta e usa os verbos adequados para cada
ação.
Os verbos listados no quadro abaixo indicam atos. Leia-os atentamente para
responder as questões.
aborda – afirma – enfatiza – define – incita – classifica – busca levar a – nega - ressalta – trata de – acredita – enumera – duvida - argumenta
Copie os verbos que em um texto poderiam indicar:
- posicionamento do autor sobre a sua crença na verdade do que é dito;
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- o conteúdo geral do texto;
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- organização das ideias do texto;
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- a relevância de uma ideia do texto;
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- a ação do autor em relação ao leitor.
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Fonte: Adaptado de (MACHADO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI, 2004).
8) Releia o resumo acima e copie os verbos que indicam as diferentes ações atribuídas ao autor do texto original.
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9) No desenvolvimento do resumo é fundamental a utilização de palavras e/ou expressões que assegurem a ligação entre as partes do texto estabelecendo relações de sentido entre as ideias do texto original. Essas palavras ou expressões são os organizadores textuais ou conectivos. Identifique no resumo do artigo “O que é essencial para todos?” palavras usadas com essa função. _______________________________________________________________ 10) Observe e analise a tabela com conectivos abaixo e encontre outros que poderiam substituir os conectivos do item anterior.
Conectivos que indicam contraste entre ideias ou argumentos contrários
Conectivos que introduzem conclusões
Conectivos que introduzem argumentos, justificativas, causas
No entanto Entretanto Todavia Apesar de Ainda que Porém Contudo
Logo Assim Assim sendo Isso posto
Já que Uma vez que Pelo fato de Devido a Por isso Como
(MACHADO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI, 2004, p.43)
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11) Observe atentamente os conectivos abaixo e acrescente-os na tabela
acima observando a coluna que considerar adequada conforme a ideia que
indica.
porque – portanto – mas – pois
Observação:
Você já sabe que, ao produzir resumos, é preciso mencionar o autor do texto
original, além de usar verbos adequados que indiquem os diferentes atos
desse autor.
Veja, então, alguns verbos que podem ajudá-lo a indicar as ações do
autor do texto a ser resumido:
(MACHADO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI, 2004, p.50)
Oficina 2: O Plano global do texto-fonte: o artigo de opinião
Objetivos: - ler, analisar e compreender o plano global do artigo de opinião resumido para o estudo da oficina 1; - identificar no artigo de opinião: a questão discutida; a tese (opinião) defendida e rejeitada pelo autor; os argumentos que sustentam ambas as posições; conclusão final do autor; - reconhecer artigos de opinião em jornais impressos, bem como as características desse gênero.
Para refletir...
O que você considera ser essencial para todos?
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apontar - definir - descrever - elencar - enumerar – classificar –
caracterizar – exemplificar – dar exemplos - contrapor – confrontar –
comparar – opor - diferenciar – começar – iniciar – introduzir –
desenvolver – finalizar – terminar – concluir – pensar – acreditar – julgar –
afirmar – negar – questionar – criticar – narrar – relatar – explicar – expor
– comprovar - provar – defende a tese – argumentar – dar argumentos –
justificar – dar justificativas – apresentar – mostrar – tratar de – abordar –
discorrer – esclarecer – sugerir etc.
Você irá ler e analisar, juntamente com o professor, o artigo de opinião (texto
original) que gerou os resumos acima. Mas antes saberá um pouco sobre o
autor do texto “O que é essencial para todos?”.
Gustavo Barreto é produtor cultural no Rio de Janeiro e mestrando do
Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura na UFRJ.
Você sabe o que faz um produtor cultural?
Veja o que diz o texto abaixo:
Levando em conta o autor do texto e sua função social, como você imagina que ele abordará o tema? E que posição acha que ele vai assumir nesse artigo de opinião?
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O que é essencial para todos?
Gustavo Barreto
“O homem é essencialmente um ser de cultura”, argumenta o professor
Denys Cuche, da Universidade Paris V. A cultura é um campo do
conhecimento humano que nos permite pensar a diferença, o outro, é dar um
fim às explicações naturalizantes dos comportamentos humanos. As questões
étnica, nacional e de gênero, por exemplo, não podem em hipótese alguma
serem observadas em seu “estado bruto”. É o caso da relação homem-mulher,
cujas implicações culturais são mais importantes do que as explicações
biológicas.
E por que se faz importante fazer esta breve introdução, na questão da
ideia do Vale-Cultura, lançada pelo Governo Federal e atualmente em
discussão com os atores sociais da área? Porque urge que nossa legislação
Produtor cultural: O produtor cultural cria e organiza projetos artísticos e culturais, como espetáculos de teatro, dança e música, produções televisivas, festivais, mostras e eventos. Ele cuida de todas as etapas, da captação de recursos à realização final. Pode trabalhar com artistas ou com organizações e empresas voltadas para a área cultural. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/comunicacao-informacao/producao-cultural-688147.shtml>. Acesso em: 26/10/2013.
passe por uma transformação, dado que a principal lei do setor está defasada
(é de 1991) e é insuficiente para os desafios atualmente expostos.
O conceito de “cultura” é tão reivindicado quanto controverso. Ouvimos
esta palavra diariamente, para os mais diversos usos: cultura política, cultura
religiosa, cultura empresarial. Também serve para complexificar e ampliar um
debate sobre um tema difícil (“isso é cultural”), para finalizá-lo (“não tem jeito,
isso é cultural”) ou gerar preconceito contra um grupo social (“o povo não tem
cultura”). São múltiplos os usos.
Está claro que incentivar as manifestações culturais de um povo é
condição indispensável para seu desenvolvimento. É certo que este
instrumento deve atingir um de seus principais objetivos: a desconcentração
regional e a democratização do acesso a produtos culturais. A simples injeção
de R$ 600 milhões por mês no mercado cultural, podendo atingir até 12
milhões de brasileiros, já é um grande benefício.
O curioso na iniciativa do Governo, que já tramitava no Congresso desde
2006, é a questão tardiamente (e fatalmente) gerada para reflexão: o que é
essencial para todos? Se o trabalhador possui o Vale-Transporte e o Vale-
Alimentação, por que não o Vale-Cultura? Este debate – e o debate é
justamente este – gera reações ainda mais curiosas.
A mais risível é a que ataca a proposta como “dirigista”, afirmando que o
tempo do dirigismo cultural já acabou em todo o mundo. Uma simplificação
melancólica e uma inverdade: governos de países que alcançaram bons
índices de desenvolvimento humano investem muito mais na cultura do que o
Brasil. Os ataques têm nome: são os mesmos que falam em “alta cultura” e
compõem as velhas oligarquias deste setor, pois concentraram por muito
tempo a exclusividade dos “negócios” da cultura. Alguns chegam a duvidar da
“qualidade estética” dos produtos culturais a serem consumidos.
Estão claros os inimigos deste discurso conservador: o trabalhador, que
passa a ser progressivamente um crítico de cultura, e as manifestações da
cultura popular – ora atacada, por exemplo, por meio da restrição à cultura do
funk carioca.
A aprovação do Vale-Cultura será um passo importante, dentro de uma
longa caminhada, para a inserção de milhões de brasileiros no universo
privilegiado da cultura local, regional e nacional.
RANGEL, E. O.; GAGLIARDI, E.; AMARAL, H. Pontos de vista : caderno do professor :
orientação para produção de textos. São Paulo : Cenpec, 2010, p.92-95. — (Coleção da
Olimpíada).
Disponível em: <http://www.nre.seed.pr.gov.br/irati/arquivos/File/cadernoOpiniao.pdf>. Acesso
em: 19/11/2013.
1) Preencha o quadro abaixo com as informações sobre o texto “O que é essencial para todos?”:
Gênero do texto
Meio de circulação
Autor e sua função social
Data de publicação
Tema
Agora volte ao texto e leia-o integralmente para responder as questões a seguir.
2) Destaque no texto palavras que você considera essenciais na constituição do artigo.
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3) Qual a questão polêmica desse artigo de opinião?
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4) Como o autor responde a essa questão?
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5) Qual a opinião/posição do autor sobre o Vale-cultura?
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O tipo de texto que você está analisando circula com frequência em
jornais, revistas etc. Ele é um artigo de opinião. Esse gênero textual
traz sempre uma questão, um tema que em determinado momento
gerou polêmica na sociedade. Como você pôde perceber, o autor
manifesta seu ponto de vista sobre um tema em debate na sociedade
no momento em que o texto foi escrito e publicado.
6) Que argumentos o autor utilizou para defender seu ponto de vista?
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7) De que forma o autor conclui o texto?
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8) O texto, originalmente publicado no Jornal do Brasil, apresenta um objetivo muito claro. Que objetivo é esse?
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9) Sua hipótese sobre a posição do autor no artigo se confirmou? O que você concluiu em relação a isso?
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10) Volte ao resumo que você considerou mais adequado na oficina 1 e verifique se ele realmente reproduziu as principais ideias do texto. Não se esqueça de justificar sua resposta.
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11) Aponte palavras e/ou expressões que “ligam” as partes do texto estabelecendo entre elas relações de sentido.
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12) Na elaboração de um resumo, descartam-se os exemplos e expressões recorrentes e focalizam-se apenas as ideias centrais. Releia o texto e verifique quais informações poderiam ser retiradas sem prejuízo para a compreensão do texto. Em seguida, sublinhe, no próprio texto, as ideias centrais de cada parágrafo.
Oficina 3 : Procedimentos úteis para a produção de resumos
Objetivo: - conhecer e praticar procedimentos de sumarização.
Você já deve ter percebido a importância de se resumir textos, pois essa
habilidade revela a capacidade de leitura de um indivíduo.
Medeiros (2012) afirma que um leitor demonstra que compreende um
texto quando consegue resumi-lo com as próprias palavras.
Para ir além... Nas atividades acima você analisou um artigo de opinião para reconhecer algumas características desse gênero. Como você pôde perceber, o artigo de opinião apresenta um posicionamento acerca de determinado fato. É muito importante que você também construa seu próprio ponto de vista sobre questões polêmicas que surgem em determinados momentos no contexto social em que vive. Por isso, você é convidado, nesse momento, a manusear um veículo onde o artigo de opinião costuma ser frequentemente publicado: o jornal impresso. Ao “folhear” os jornais (entregues pelo seu professor) procure com um colega identificar os artigos de opinião desses suportes. Procure também observar os temas abordados, se estes têm relação com outros textos do jornal, e a forma como o texto é estruturado. Lembre-se de que alguns elementos costumam aparecer com certa regularidade no artigo de opinião. São eles:
Contextualização e/ou apresentação da questão que está sendo
discutida.
Apresentação de uma tese/posição/opinião que é defendida.
Utilização de argumentos para sustentar a opinião assumida.
Consideração da posição contrária à opinião defendida.
Utilização de argumentos para refutar a posição contrária.
Conclusão feita pela ênfase ou retomada do posicionamento
defendido.
Após a análise, anote as observações em seu caderno.
Resumo aqui tem o sentido de recriação do texto original, e só pode
ser realizado por quem analisou o texto, dividiu-o em partes principais
e sabe distinguir o essencial do secundário. A análise exige
compreensão profunda do texto (MEDEIROS, 2012, p.75 )
Convém ressaltar que quando Medeiros menciona escrever com as
próprias palavras está se referindo a escrever, por meio de paráfrases, o que o
autor do texto original pensa.
“Parafrasear é, pois, traduzir as palavras de um texto por outras de
sentido equivalente, mantendo, porém, as ideias originais”. (MEDEIROS, 2012,
p.168)
O uso de algumas estratégias contribui para que o autor do resumo
mantenha as ideias originais do texto a ser resumido. São elas, de acordo com
Serafini (1986) apud Raupp e Fontana:
A supressão – apagamento – eliminar palavras secundárias: advérbios,
adjetivos, preposições, conjunções, desde que não necessários à
compreensão do texto.
[Esse atleta é] Marcelo Naves, tem 22 anos de idade [e, acreditem,] corre desde os 6 anos de idade. [Hoje em dia, ele] treina [no Parque Barigui,] em Curitiba [e enche os curitibanos de orgulho.]
A generalização – substituir elementos específicos por outros genéricos.
Na última olimpíada, realizada em Pequim, o paranaense venceu a prova dos 100 metros rasos e trouxe para o Paraná a medalha de ouro. Na última olimpíada, realizada em Pequim o corredor foi campeão em sua modalidade.
A seleção – eliminar obviedades ou informações secundárias e ater-se às
ideias principais.
[Sensacional numa pista de corrida, quando não está em uma, Marcelo é um moço comum. Tem muitos amigos, mas não gosta muito de baladas.] A paixão dele é mesmo o esporte. [Os amigos reclamam que para ele nada é mais importante que o atletismo.]
A construção – é o momento da paráfrase, em que se realiza a própria escrita,
respeitando-se as ideias do texto original.
[Esse não é o único feito de Marcelo Neves. De acordo com o ranking mundial ele ocupa a quarta posição nos 100 metros rasos para competidores de sua faixa etária. Pode acreditar: Marcelo é o quarto atleta do mundo nessa prova.] De acordo com o ranking mundial, Neves é o quarto melhor atleta do mundo na modalidade 100 metros rasos. Exemplos adaptados de RAUPP e FONTANA, 2009, p.60.
1) Resuma os trechos abaixo pensando no seu destinatário, o professor.
Lembre-se de que por meio desse resumo seu professor pode avaliar a sua
compreensão das ideias globais desses trechos. Para resumir use os
procedimentos estudados nessa oficina.
a) Chegou em casa lavou a louça, varreu a casa, tirou o pó dos móveis, passou
um pano úmido no chão, lavou o banheiro, passou a roupa e só então foi
descansar.
Chegou em casa realizou os afazeres domésticos e só então foi
descansar.
b) Maria arrumou a mala, chamou um táxi, foi até a rodoviária, comprou uma
passagem, aguardou a chegada do ônibus, entrou, assentou-se no lugar
reservado a ela, colocou o sinto e partiu.
Maria foi viajar.
c) Estude para o vestibular ou, então, não conseguirá fazer o curso que tanto
deseja.
_______________________________________________________________
d) Marcelo e Patrícia se encontraram num jardim repleto de flores coloridas e
pássaros de várias espécies.
_______________________________________________________________
e) “Para a antropóloga Yvonne Maggie, professora da Universidade Federal do
Rio de janeiro (UFRJ), instituir o conceito de raça só traz sofrimento”. ( Folha de
S. Paulo, 7/7/2006 apud GAGLIARDI, E.; AMARAL, H.; 2008, p.37)
_________________________________________________________
f) (...)Na grande São Paulo, por exemplo, 60% dos homicídios são cometidos
por pessoas sem histórico criminal e por motivos banais, como brigas de
trânsito, discussões em bares e outras situações em que o destempero e os
efeitos do álcool se associam à existência de uma arma à mão para produzir
uma tragédia (...)
( Folha de São Paulo, 15 de maio 2005, p. A2 ) Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1505200501.htm>. Acesso em: 25/11/2013
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
g) (...) A esse respeito, a campanha de desarmamento, que recolheu mais de
300 mil artefatos principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, parece já
estar produzindo resultados auspiciosos. Estudo divulgado nessa semana
indica que internações hospitalares relacionadas a ferimentos por tiros caíram
10,5% em SP e 7% no RJ desde o início da coleta (...)
(Folha de São Paulo, 15 de maio 2005, p. A2.) Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1505200501.htm> Acesso: 25/11/2013.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
h) (...) 93% dos consumidores de produtos do comércio ilegal apontam a
diferença de preço como principal motivação da compra. Parte da diferença de
preço é explicável pela pesada tributação dos bens de consumo. Os produtos
mais comprados – CDs, apontados por 86% dos entrevistados, e DVDs,
indicados por 35% - são muito caros para grande parte dos brasileiros (...)
( O Estado de São Paulo, 16/102006 apud CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, 2010, p.212)
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i) (...) as entrevistas mostraram que os consumidores têm consciência dos males causados pelo comércio ilegal. Prejuízos para o artista foram mencionados por 83%. Sonegação de impostos foi citada por um número igual. Vantagens para o crime organizado foram apontadas por 70%. Tudo isso compõe um exemplo notável de como a vantagem pessoal pode pesar mais,
nas decisões de cada um, do que a percepção dos males sociais acarretados pelo crime (...)
( O Estado de São Paulo, 16/102006 apud CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, 2010, p.213)
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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j) (...) Muitos pais buscam parâmetros para avaliar o comportamento e o
desenvolvimento dos filhos à procura de um sinal que indique qual providência
devem tomar para ajudá-los e/ou se há motivos para preocupação. O problema
é que, muitas vezes, eles esquecem que os próprios filhos é que devem dar as
referências sobre si mesmos. E esse esquecimento é o suficiente para
provocar muitas confusões. Quer ver? (...)
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1209200213.htm>. Acesso:
25/11/2013.
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Oficina 4: Os elementos articuladores: mecanismos que estabelecem relação de sentido entre as partes do texto
Objetivos: - ler, analisar e compreender o plano global do texto a ser resumido de forma colaborativa na oficina 5; - conhecer os elementos articuladores e a função que esses elementos exercem entre as partes do texto;
A seguir você fará a leitura de outro artigo de opinião. Leia apenas o título do texto e escreva o que o título revela ao leitor antes mesmo de ler o artigo na íntegra.
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Sou contra a redução da maioridade penal
Renato Roseno
A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da redução da idade penal. A violência seria resultado das penas que temos previstas em lei ou do sistema de aplicação das leis? É necessário também pensar nos porquês da violência, já que não há um único tipo de crime. De qualquer forma, um sistema sócio-econômico historicamente desigual e violento só pode gerar mais violência. Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos. Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema penal. Fazer isso não diminuirá a violência e formará mais quadros para o crime. Além disso, nosso sistema penal como está não melhora as pessoas, ao contrário, aumenta sua violência. O Brasil tem 500 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la. Sou contra a redução da idade penal porque tenho certeza que ficaremos mais inseguros e mais violentos. Sou contra porque sei que se há possibilidade de sobrevivência e transformação destes adolescentes, está na correta aplicação do ECA. Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Agora não podemos esperar que adolescentes sejam capturados pelo crime para, então, querer fazer mau uso da lei. Para fazer o bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade. Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal, além de ineficiente para atacar o problema, desqualifica a discussão. Isso é muito comum quando acontecem crimes que chocam a opinião pública, o que não respeita a dor das vítimas e não reflete o tema seriamente. Problemas complexos não serão superados por abordagens simplórias e imediatistas. Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva lá. A decisão agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Caderno de atividades: Língua Portuguesa. Curitiba, 2009, p.21-22).
Renato Roseno é advogado. Coordenador do CEDECA – Ceará e da ANCED – Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente. 21/11/2003
CEDECA - CEARÁ | Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará
1) Leia o artigo atentamente. Leve em consideração a estrutura do artigo de
opinião estudada na oficina 3 e responda ao que se pede a seguir:
Assunto abordado no texto
Autor do texto
Papel social do autor / sua especialidade
Finalidade desse texto
Questão polêmica
Veículo de circulação do texto
Possíveis leitores
Adaptado de: MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.;ABREU-TARDELLI, L. S. Resumo. São
Paulo: Parábola Editorial, 2004, p. 22.
GAGLIARDI, E.; AMARAL, H. Pontos de vista. São Paulo: Cenpec: Fundação Itaú Social;
Brasília, DF: MEC, 2008, p.28-29.
2) Que fato motivou Renato Roseno a escrever o artigo?
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_______________________________________________________________
3) Escreva os argumentos usados pelo autor para defender seu ponto de vista
contrário à redução da maioridade penal.
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_______________________________________________________________
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4) O articulista prevê possíveis contra-argumentos a fim de contestá-los.
Contra-argumentar é apresentar razões que se opõem a outro argumento, no caso a do
autor Renato Roseno.
Argumentar é apresentar razões que buscam convencer o leitor do texto.
Localize no artigo argumentos contrários ao do autor.
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5) O que você pensa sobre esse assunto? Escreva sua opinião e não se esqueça de usar argumentos que justifiquem seu ponto de vista.
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Elementos articuladores
Os elementos articuladores são palavras ou expressões que estabelecem relações de sentido, ligando as diferentes partes do texto. Por isso, conhecer esses elementos responsáveis por estabelecer essa relação de sentido é muito importante. Vamos, então, ao estudo dos elementos articuladores. Observe as palavras e expressões destacadas no artigo “Sou contra a redução da maioridade penal” e veja como elas estabelecem relações entre as diferentes partes do texto. Esses elementos articuladores são fundamentais para estabelecer a coesão e a coerência textual. De acordo com PLATÃO & FIORIN, “a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto chama-se coesão textual”. Ainda de acordo com os autores, “a coerência, da mesma família de aderência e aderente, provém do latim cohaerentia ( formada do prefixo co = junto com + o verbo haerere = estar preso). Significa, pois, conexão, união estreita entre ideias que se harmonizam, ausência de contradição. É a coerência que distingue um texto de um aglomerado de frases”. No artigo de opinião “Sou contra a redução da maioridade penal”, você percebeu que há palavras e expressões destacadas. Note como essas palavras e expressões ligam as partes do texto estabelecendo vínculo entre elas. FIORIN,J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática.1996, p.370, 393.
Veja, a seguir, as principais ideias que os elementos articuladores (conectivos) estabelecem:
Elementos articuladores O que indicam
Do meu ponto de vista / na minha opinião / pensamos que / pessoalmente acho
Tomada de posição
Sem dúvida / está claro que / com certeza / é indiscutível
Certeza
Provavelmente / me parece que / ao tudo que indica / é possível que / é provável
Probabilidade
Porque / pois / então / logo / portanto / consequentemente
Relação de causa e consequência
Além disso / também / ademais Acréscimo de argumentos
Mas / porém / todavia / contudo / entretanto / apesar de / não obstante No entanto / ainda que
Restrição, contraste entre as ideias, argumentos contrários
Inicialmente / primeiramente / em segundo lugar / por um lado / por outro lado / por fim
Organização geral do texto
Assim / finalmente / para finalizar / concluindo / enfim / em resumo Logo / assim sendo / isso posto / Pois dessa forma
Introdução de conclusão
Conectivos que introduzem argumentos, justificativas causas
Já que / uma vez que / pelo fato de / devido a / por isso / como
Adaptado de: RANGEL, E. O.; GAGLIARDI, E.; AMARAL, H. Pontos de vista : caderno do
professor: orientação para produção de textos. São Paulo: Cenpec, 2010, p.112-113. —
(Coleção da Olimpíada).
1) Encontre no texto elementos articuladores responsáveis por manter a relação de sentido entre as partes do texto. Analise a ideia que cada conectivo indica no texto.
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Oficina 5: Produção de resumo colaborativa
Objetivos: - produzir de forma colaborativa o resumo do artigo de opinião analisado na oficina 4; - revisar e reescrever o resumo tendo em vista as características estudadas nas oficinas anteriores.
Após a compreensão do texto, vamos realizar os procedimentos para a produção de resumo do artigo “Sou contra a redução da maioridade penal”. Para isso levaremos em consideração as especificidades observadas nas oficinas anteriores sobre o gênero resumo escolar e os elementos articuladores. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Após a produção coletiva na lousa, faremos juntos a revisão e a refacção do resumo.
Oficina 6: O plano global do texto-fonte da produção de resumo (individual)
Objetivo: - ler, analisar e compreender o plano global do artigo a ser resumido individualmente;
ANIMAL NÃO É INVIOLÁVEL
Felipe Fernández-Armesto
"Não vejo nenhum problema em comer carne. Do ponto de vista estritamente lógico, isso se aplica até à carne humana. É extremamente difícil para qualquer pessoa que consuma a carne de animais repudiar o canibalismo sem apelar para a suposição de que a humanidade ocupa uma posição diferenciada e privilegiada entre outras espécies – uma suposição duvidosa, do ponto de vista lógico. Isso não significa que temos necessariamente de tratar os humanos e os não humanos do mesmo modo, em todos os sentidos. A vida humana é inviolável para os humanos, enquanto a vida de outros animais não o é, com base no fato de que a humanidade constitui uma comunidade moral, que surge do reconhecimento mútuo e de um sentido universal de grupo. Pessoas que eventualmente reconheçam os macacos, as formigas, os elefantes ou qualquer outra criatura como membro de sua comunidade moral teriam sérias objeções a criá-los apenas para matá-los. Mas essas pessoas não têm o direito de impor esse padrão moral às demais. Eu diria mais: não se pode negar aos humanos a inclusão em nossa comunidade moral, mas, se assim quisermos, podemos negá-la às demais espécies. A primeira questão sobre comer outros animais, então, seria: "Onde se devem estabelecer os limites de nossa comunidade moral? Por que excluir dela outros animais?". Ressalte-se que boa parte da humanidade já segue uma dieta vegetariana. Não acho que sofreríamos muito ao abandonar a dieta animal. No entanto, perderíamos uma boa parte da biodiversidade hoje existente no planeta, uma vez que muitas espécies criadas predominantemente para servir de alimento perderiam seu interesse imediato e desapareceriam. Não sei se resolveríamos nossos dilemas morais fazendo isso. O debate, provavelmente, seria transferido para outra questão: se é moral ou não criar plantas para nossa nutrição." (Veja, 24 nov. 2004) Felipe Fernández-Armesto Historiador inglês, professor da Universidade de Londres e autor de mais de dez livros; entre eles, Idéias que Mudaram o Mundo e Comida – Uma História
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/241104/p_114a.html>. Acesso em: 19 nov. 2013.
1) Onde o texto foi publicado?
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2) Quem escreveu o texto? Que informações você tem sobre o autor?
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_______________________________________________________________
3) Quem são os possíveis leitores desse texto?
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4) De que trata o texto? ______________________________________________________________________________________________________________________________
5) Com que finalidade o texto foi escrito?
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6) Você já deve ter percebido que esse texto é um artigo de opinião e que esse
gênero textual discute uma questão polêmica. Qual é a questão polêmica do
discutida nesse artigo?
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_______________________________________________________________
7) Qual a posição apresentada pelo autor? Que argumentos ele usou para
defender seu ponto de vista? Grife no texto: palavras, expressões, frases que
expressam a opinião do autor.
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7) O texto apresenta o pensamento de pessoas com posição contrária à do
articulista? Comente.
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8) Encontre no texto os elementos articuladores, ou seja, palavras e
expressões que estabelecem vínculo entre as partes do texto e indique a ideia
que esses elementos estabelecem.
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Oficina 7: Praticando o que aprendeu
Objetivos: - produzir individualmente o resumo do texto estudado na oficina anterior; - aplicar os procedimentos de sumarização e demais elementos característicos do resumo estudados ao longo das oficinas; - socializar o texto produzido.
Produção de resumo (individual)
Chegou o momento de você colocar em prática suas habilidades de sintetizar e analisar textos. Releia o artigo Racismo e discriminação no meio de todos nós. Em seguida, produza um resumo do texto observando os procedimentos estudados para a realização desse gênero. Seu texto circulará na escola e o seu destinatário é o professor.
Sugestão: Após concluir seu resumo troque-o com um colega para que um avalie o texto do outro. Cada um deve anotar as considerações feitas pelo colega sobre a sua produção.
Oficina 8: Revisão e reescrita do texto
Objetivos: - avaliar o texto seguindo as orientações da ficha de autoavaliação; - revisar e reescrever o resumo para adequá-lo às características do gênero.
Depois do texto concluído avalie-o de acordo com os critérios listados abaixo para, em seguida, revisar e reescrever o seu texto fazendo as correções necessárias.
Ficha de autoavaliação 1. O texto está adequado ao objetivo de um resumo acadêmico / escolar? 2. O texto está adequado ao (s) destinatário (s)? ( ou seja, a seu professor?) 3. O texto transmite a imagem que você quer passar de si mesmo? ( isto é, a imagem de quem leu e compreendeu adequadamente o texto original?) 4. Todas as informações que o autor do texto original coloca como sendo as mais relevantes estão expressas no seu resumo? (principalmente a questão que está sendo discutida, a posição do autor e seus argumentos?) 5. No início do resumo há uma indicação clara do título e do autor do texto resumido? 6. As relações entre as ideias do texto original estão claramente explicitadas por conectivos e verbo adequados? 7. Fica claro de quem são as ideias resumidas, mencionando-se o seu autor, de diferentes formas? 8. O resumo pode ser compreendido em si mesmo por um leitor que não conhece o texto original? 9. A seleção lexical (vocabulário utilizado) está adequada ao gênero? 10. Não há problemas de pontuação, frases incompletas, erros gramaticais, ortográficos etc.?
MACHADO, A. R. (Coordenação), LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resumo. São
Paulo: Parábola Editorial, 2004, p. 57-58.
Orientações metodológicas
Caro, professor
O eixo temático desse material didático é o trabalho sistematizado do
gênero resumo escolar / acadêmico.
Para a realização desse trabalho a unidade foi dividida em oficinas.
A primeira oficina parte da apresentação da situação e do projeto à
classe. Para iniciar foram levantadas algumas questões para instigar os alunos
a pensar sobre quando e por que produziram resumos. Nesse momento, o
professor poderá interagir com os alunos, após ouvi-los, sobre situações em
que é comum o uso de resumos. O professor pode, também, levar exemplos de
resumos para a classe para mostrar como é comum o uso desse gênero no
nosso cotidiano, bem como mencionar as diferenças apresentadas tendo em
vista os objetivos de cada texto apresentado.
Em seguida, é necessário falar sobre o uso do resumo na esfera escolar
/ acadêmica e como a proficiência desse gênero contribui para o estudo, para o
desenvolvimento da habilidade de análise e síntese de um texto. É importante
deixar bem claro para os alunos que, nesse projeto, eles trabalharão com o
resumo escolar / acadêmico.
Após esse primeiro momento o professor irá propor a leitura e análise de
dois resumos para que os alunos percebam as características do resumo
escolar / acadêmico, (re) conheçam as características desse gênero, seu
contexto de produção, sua finalidade, a organização global e as relações entre
as ideias centrais.
Outro aspecto relevante a ser explorado nessa oficina é mostrar ao
aluno que ao resumir é necessário manter-se fiel às ideias do texto original e
que esse texto e o seu autor devem ser mencionados no resumo.
Essa oficina propõe ainda que o aluno perceba que é necessário
interpretar as ações do autor do texto original para que use verbos adequados
na elaboração do resumo.
Obs.: Conforme Gonçalves e Barros (2010), nesse discurso há a voz neutra
do autor do resumo e a voz ativa do autor do texto original perpassada pela
interpretação do autor do resumo.
A segunda oficina, inicia-se com um questionamento que antecipa o
assunto do texto. Nesse momento, o professor é convidado a ouvir e interagir
com os alunos sobre questões presentes na sociedade que geram polêmica.
Essa é uma boa oportunidade para estimular a reflexão, o
posicionamento e a construção de argumentos sólidos para a defesa de uma
tese.
Em seguida, o professor apresentará aos alunos informações sobre o
autor do texto resumido na oficina 1. A partir dessas informações, os alunos
tentarão antecipar a forma como o autor vai abordar o tema e como irá se
posicionar.
No decorrer dessa oficina os alunos farão a leitura do artigo de opinião
na íntegra para confirmar ou não suas hipóteses. Também, irão analisar e
compreender o plano global do gênero artigo de opinião. As atividades
propostas objetivam que o aluno identifique: a questão discutida, a tese
defendida e rejeitada pelo autor, os argumentos que sustentam ambas as
posições, a conclusão final do autor.
Ao final dessa oficina, os alunos são estimulados a reconhecer artigos
de opinião em jornais impressos, bem com as características desse gênero.
Obs.: É muito importante que o professor selecione esse material com bastante
antecedência e em número suficiente tendo em vista o número de alunos da
turma.
Após a realização da atividade pelos alunos, o professor deve retomar o
que foi estudado e verificar o desempenho deles na atividade proposta. A partir
dessa verificação, o professor terá condições de perceber o que os alunos
dominam e quais aspectos ainda precisa de sua intervenção.
A terceira oficina propõe um trabalho com os procedimentos de
sumarização. Primeiramente, os alunos têm contato com exemplos de cada
estratégia: a supressão, a generalização, a seleção, a construção. Logo a
seguir, são propostas atividades para que os alunos pratiquem as estratégias
de sumarização. Começa-se com frases curtas, parágrafos e depois textos.
Obs.: É importante que o professor esteja atento à necessidade de propor mais
atividades com trechos curtos antes de propor o resumo de textos.
A quarta oficina propõe a leitura e compreensão do plano global de
outro artigo de opinião. Esse artigo será o texto-base para a produção de um
resumo de forma colaborativa na oficina 5.
Após a leitura e compreensão do texto, os alunos estudarão os
elementos articuladores e a função que estes podem exercer num texto. Logo a
seguir, voltarão ao texto analisado para identificar esses elementos
responsáveis por manter a relação de sentido entre as partes do texto. Além de
analisar a ideia que cada conectivo indica.
A quinta oficina propõe aos alunos a produção de um resumo
colaborativo do texto estudado na oficina anterior. Para isso, o professor
poderá projetar o texto utilizando um projetor multimídia, ou mesmo usando o
quadro de giz. É fundamental retomar os procedimentos de sumarização
trabalhados na oficina anterior.
Durante a produção do resumo o professor deve seguir as orientações
dos alunos. Só após a conclusão do texto o professor analisa o resumo com os
alunos e realiza as intervenções necessárias. Nesse momento, o professor
retoma os conteúdos necessários para a produção de um bom resumo, revisa
e reescreve o texto juntamente com os alunos.
Obs.: Convém que o professor ressalte que esses procedimentos são muito
úteis e podem auxiliá-los, também, a produzir bons resumos para as diferentes
disciplinas.
A sexta oficina propõe a leitura e análise de outro artigo de opinião e
dos elementos que costumam aparecer com certa regularidade nesse gênero.
O objetivo dessa oficina é que o aluno conheça o texto-fonte do resumo que irá
produzir individualmente. Ao realizar as atividades os alunos precisam ler
várias vezes o texto. É importante que o professor ressalte a necessidade de
várias leituras de um texto antes de resumi-lo.
A sétima oficina propõe a produção individual de resumo a partir do
texto estudado na sexta oficina. Nesse momento, os alunos irão aplicar os
procedimentos de sumarização e os elementos necessários para a produção
de um bom resumo que foram estudados ao longo das oficinas.
É fundamental deixar bem claro quem é o interlocutor e qual a finalidade
do resumo a ser elaborado. Pois, essa informação auxilia o autor do resumo a
selecionar o que é relevante no texto-fonte tendo em vista o objetivo de seu
destinatário.
Após a produção o professor motivará os alunos a socializar o texto
produzido e solicitará que ao trocar o texto com o colega, um avalie o texto do
outro. O autor de cada resumo deve anotar as observações feitas pelo colega.
Obs.: Essa atividade é muito importante para que os alunos entrem em contato
com outras produções, avalie-as levando em conta o que aprendeu sobre o
gênero e ainda perceba a necessidade de reler o que produziu para revisar e
reescrever seu texto quantas vezes forem necessárias.
A oitava oficina propõe aos alunos a autoavaliação de seu texto a partir
das orientações indicadas pelo professor.
Aqui cada aluno deverá observar todos os itens indicados na ficha de
autoavaliação para revisar e reescrever seu texto tendo em vista adequá-lo às
características do gênero.
Após esse trabalho de reescrita, o professor recolhe a versão final do
texto para avaliar o resultado desse projeto de intervenção.
Obs.: O trabalho não acaba aqui. Após avaliar as produções dos alunos o
professor deverá fazer um levantamento dos aspectos positivos e negativos
para futuras intervenções. Um trabalho sistemático com esse e outros gêneros
deve ser constante na escola para que os alunos desenvolvam a proficiência
na leitura e na escrita.
Bom trabalho e sucesso a todos!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BAKHTIN, M.(Volochinov).Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. De Michel Lahud e Yara Frateschi. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
________.Estética da Criação Verbal. Os Gêneros do Discurso; tradução: Maria Ermantina Galvão, 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos : por um interacionismo sociodiscursivo. Trad. Anna Rachel Machado. São Paulo, Educ, 2003.
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES. T. C. Português linguagens: vol. 1- 7. Ed. reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.
DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. (Tradução e organização: Roxane Rojo; Glaís Sales Cordeiro).
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática.1996.
______________. Para entender o texto – Leitura e redação. 16. Ed. São Paulo: Ática, 2006
GAGLIARDI, E.; AMARAL, H. Pontos de vista. São Paulo : Cenpec: Fundação Itaú Social; Brasília, DF: MEC, 2008.
GONÇALVES, Adair Vieira; BARROS, Eliana Merlin Deganutti de. Planejamento sequenciado da aprendizagem: modelos e sequencias didáticas. Linguagem e Ensino, Pelotas, v. 13, n. 1, p.37-69, jan. 2010. Semestral. Disponível em: <http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rle/article/view/70>. Acesso em: 19 nov. 2013.
KLEIMAN, A. Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna. In: Signo. Santa Cruz do Sul, v. 32, n. 53, p. 1-25, dez., 2007. Disponível em: <http://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/viewFile/242/196>. Acesso em: 06 maio 2013.
MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.;ABREU-TARDELLI, L. S. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
MEDEIROS, J. B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. São Paulo: Atlas, 2004.
NASCIMENTO, E. L. A transposição didática de gêneros textuais: uma
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(Orgs.). Gêneros textuais: teoria e prática. Londrina: Moriá, 2004.
NUNES, L. M.; MATTA, S. S. Prática de ensino II. Ponta Grossa, Ed. UEPG/NUTEAD, 2009.
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