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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

REPENSANDO OS RECURSOS HÍDRICOS A PARTIR DO USO DO

GOOGLE EARTH EM AMBIENTE ESCOLAR

Jerri Augusto da Silva1 Patrícia Fernandes Paula Shinobu2

Resumo: O tempo social da modernidade apresenta uma contradição com o meio natural,

retratando um desequilíbrio ecológico permanente. Assim, a educação ambiental utilizando a tecnologia - em nosso caso o software © 2013 Google Earth (2013) surge como um desafio, pois, mencionando o recurso água, a utilização do mesmo vem ocorrendo de forma não sustentável e até mesmo predatória na grande maioria das bacias hidrográficas, fato que justifica nosso trabalho. Não obstante, o principal objetivo foi utilizar o software Google Earth como um recurso didático para o ensino de Geografia, aplicado à análise e reconhecimento de bacias hidrográficas, em que foram coletados dados a campo em dois córregos (da Glória e da Verdade) pertencentes ao município de Cambé/PR. Assim, o emprego do software © 2013 Google Earth (2013) possibilitou aos alunos uma apreensão sistêmica e integradora da área de estudo, favorecendo a análise do meio ambiente e ecossistemas associados, demonstrando potencial para vir a se tornar uma ferramenta construtiva para formar cidadãos mais críticos e atuantes na edificação e transformação do espaço geográfico.

Palavras-chave: Geografia; Meio Ambiente; Recursos Hídricos; Google Earth.

1. Introdução

Devido ao fato da sociedade atual ser totalmente tecnológica, conclui-se que

o conhecimento produzido e acumulado com relação ao potencial e dinâmica de

utilização das tecnologias espaciais deve ser repassado para toda a sociedade.

Desta forma, estes agentes tecnológicos podem ajudar a mitigar facetas

socioambientais que atualmente afligem a raça humana e seu futuro. Assim, a

utilização do software Google Earth como um recurso didático para o ensino de

Geografia aplicado a análise e reconhecimento de bacias hidrográficas irá permitir o

surgimento de uma consciência crítica e ampliada em relação à atuação humana no

espaço geográfico e suas implicações.

A partir do exposto, o Projeto de Intervenção Pedagógica foi aplicado na

Escola Estadual São José – E.F., localizada no município de Cambé/PR. Vale

destacar que foi escolhida uma turma dos anos finais do Ensino Fundamental (7º

MA) devido ao fato de que a familiaridade destes alunos para com a tecnologia e

seus recursos pôde ser considerada funcional. Ademais, os mesmos possuem

maturidade suficiente para serem inseridos em um projeto deste porte e concluírem

o mesmo com êxito.

1 Professor PDE e Doutorando em Geografia e Dinâmica Sócio Espacial – UEL. [email protected]

2 Professora Doutora e Orientadora do Projeto do PDE – UEL. [email protected]

Para tanto, a metodologia adotada foi a apresentação do software aos alunos,

objetivando eventual manipulação, em que os conceitos básicos de impacto

ambiental, vegetação ripária e bacia hidrográfica foram trabalhados. A partir da

demarcação de um trabalho de campo ocorreu o reconhecimento da área e de sua

problemática. As informações colhidas foram manipuladas para a confecção de

cartas temáticas, gráficos, quadro e tabelas, em que o resultado final foi apresentado

a professores e alunos através de um workshop.

2. A Modernidade, o Processo Educacional e a Questão da Água

O tempo social da modernidade apresenta uma contradição com o meio

natural com base em uma suposição que é o desencaixe do tempo com o espaço e

o predomínio das dinâmicas temporais sobre as espaciais. Waldman (1995, p. 14)

diz que a “reconstrução permanente do espaço expressa um dinamismo autofágico

do sistema, retratado no desequilíbrio ecológico permanente.” Desta forma, o

rompimento com a natureza acaba sendo inevitável, porém, apenas a Educação

pode amenizar/mudar essa situação.

E a Educação voltada para o meio ambiente é o grande trunfo a ser utilizado

por todos os setores da sociedade. Pelegrini e Vlach (2011, p. 188) nos relatam que

“dentre os grandes desafios que se apresentam aos professores de todos os níveis

do ensino, a educação ambiental talvez esteja entre os mais complexos”.

Salientando Farnesi e Melo (2002), a Educação Ambiental surgiu da carência

de uma educação com visão interdisciplinar, voltada para os problemas atuais e

urgentes, que preparasse o indivíduo para viver e se desenvolver em harmonia com

as leis naturais, abordando a busca das soluções de forma global e participativa, em

que, segundo Meller (1997) apud Farnesi e Melo, (2002), a mesma não pode ser

apenas uma disciplina, mas refletir-se de modo interdisciplinar dos conteúdos das

diferentes áreas de conhecimento e interpor-se ao currículo escolar como um Tema

Transversal.

Pois, conforme argumenta Mendonça (2002), no final do século XX e início do

século XXI não só a humanidade vive em crise, mas também a civilização, onde há

de serem buscados novos rumos para o presente e para o futuro. É uma crise

moral, ética, política, econômica, energética, educacional, ambiental, dentre outros

itens que poderiam ser mencionados. Como nosso foco de estudo é o recurso

ambiental água, vale mencionar Tundisi (2008, p. 07), em que:

Segundo alguns especialistas, a crise da água no século XXI é muito mais de gerenciamento do que uma crise real de escassez e estresse (Rogers et al., 2006). Entretanto, para outros especialistas, é resultado de um conjunto de problemas ambientais agravados com outros problemas relacionados à economia e ao desenvolvimento social (Gleick, 2000). Para Somlyody & Varis (2006), o agravamento e a complexidade da crise da água decorrem de problemas reais de disponibilidade e aumento da demanda, e de um processo de gestão ainda setorial e de resposta a crises e problemas sem atitude preditiva e abordagem sistêmica. Tundisi & Matsumura-Tundisi (2008) acentuam a necessidade de uma abordagem sistêmica, integrada e preditiva na gestão das águas com uma descentralização para a bacia hidrográfica.

Desta forma, a utilização dos recursos hídricos vem ocorrendo de forma não

sustentável e até mesmo predatória na grande maioria das bacias hidrográficas.

Várias são as ações de degradação, principalmente as de origem antrópica,

resultando em alteração de vazões, poluição, modificação e perda de habitats e

rebaixamento de lençol freático, dentre outros fatores, tendo como resultado final os

já tão conhecidos „problemas socioeconômicos e ambientais do recurso água‟.

Assim, Santos (2006) menciona o ciberespaço (espaço virtual para a

comunicação disposto pelo meio de tecnologia), sendo parte integrante da

sociedade contemporânea, em que o mesmo vem a ser uma realidade que a

Geografia deve buscar compreender. Este fato adquire fundamental importância,

pois, a educação que ocorria apenas em sala de aula, atualmente acontece em

diferentes espaços, principalmente o virtual (MORIN, 2007).

Não obstante, a utilização do software © 2013 Google Earth (2013) enquanto

ferramenta educacional conduz a uma a uma análise mais detalhada da práxis da

ciência geográfica, pois, o processo de globalização atual afeta e transforma as

relações (entre os homens e entre o homem e a natureza) com uma frequência e

magnitude jamais imaginados.

3. Análise Espacial - Caracterização Geoecológica da Área de Estudo

Há uma consonância no meio científico atual de que a bacia hidrográfica é a

unidade ambiental mais adequada para o tratamento dos componentes e da

dinâmica nos padrões de uso do solo e dos próprios recursos hídricos, evidenciando

alternativas sustentáveis sob o prisma econômico, social e ambiental e suas

implicações concernentes à gestão e ao planejamento como um todo. Pois, “as

bacias hidrográficas surgem como unidades de planejamento físico-territorial e

geoeconômico, sugerindo a ocupação racional do espaço para os assentamentos

humanos e as atividades produtivas” (COIMBRA, 1995, p. 4).

Assim, a bacia hidrográfica do Ribeirão Cafezal abrange parte dos municípios

de Londrina, Cambé e Rolândia, sendo manancial de abastecimento de parcela da

população destes três municípios. A bacia citada apresenta uma área de

aproximadamente 20.621,7 hectares ou 206.217.000 m² (figura 1). Esta situa-se

entre as latitudes 23°16'30" e 23°22'30" S e as longitudes 51°11'40'' e 51°23'30'' W.

Figura 1 – Localização Geográfica da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cafezal e

Cursos D’água Analisados

Fonte: Adaptado de IBGE (1963) e Elaborado pelo Autor

Retratando o foco de estudo, o Córrego da Glória (representado no mapa pelo

número 1) e o Córrego da Verdade (representado no mapa pelo número 2) têm suas

nascentes em direção Centro Sul do município de Cambé, desaguando no Ribeirão

São Domingos, sendo que estão inseridos na bacia hidrográfica do Ribeirão Cafezal,

localizando-se ao norte do Estado do Paraná.

A bacia hidrográfica do Ribeirão Cafezal (da qual fazem parte os dois cursos

de água analisados) encontra-se na porção sudeste da Bacia Sedimentar do

Paraná, na qual afloram regionalmente as rochas do Grupo São Bento, constituído

pelos arenitos das Formações Pirambóia e Botucatu, e os derrames basálticos da

Formação Serra Geral (MILANI et al., 2007). Em termos geomorfológicos a bacia

hidrográfica do ribeirão Cafezal encontra-se inserida no terceiro planalto, mais

precisamente no planalto de Guarapuava (MAACK, 1981).

As áreas dos municípios de Londrina e Cambé, segundo Bhering e Santos

(2008), apresentam sob o ponto de vista geológico um modelado heterogêneo de

rochas eruptivas Mesozóicas e de rochas sedimentares do Cretáceo. As rochas

Mesozóicas irão situar-se em ambientes suavizados de interflúvios, onde irão

sobressair o Latossolo Vermelho, o Nitossolo Vermelho e o Neossolo Regolítico de

maior profundidade (EMBRAPA, 2001; BOGNOLA et al. 2011).

Corrêa et al. (1982, p. 12) definem o clima da área de acordo com a

classificação de Thornthwaite como sendo do tipo “úmido, mesotérmico, com

pequena amplitude térmica anual, não chegando a apresentar deficiência hídrica no

período de inverno”. O clima, segundo a classificação de Köppen é do tipo “Cfa -

Clima subtropical; temperatura média no mês mais frio inferior a 18ºC (mesotérmico)

e temperatura média no mês mais quente acima de 22ºC, com verões quentes,

geadas pouco frequentes e tendência de concentração das chuvas nos meses de

verão, contudo sem estação seca definida”, onde a média de pluviosidade está entre

1.400mm a 1.600mm anuais (IAPAR, 2013).

Atualmente, a acessibilidade de mapas e imagens de satélites via Internet,

mudou satisfatoriamente o tratamento e a apresentação dos dados e informações do

espaço geográfico. Softwares como o Google Maps, Google Earth, entre outros,

acrescentam conteúdos que se somam à base de dados. Estas ferramentas de

apresentação de dados permitem ao usuário não somente visualizar o espaço em

diferentes escalas e perspectivas, onde os mapas, que antes se apresentavam num

formato impresso, preestabelecido, estático e sem nenhuma possibilidade de

interatividade, atualmente podem ser encontrados em meio eletrônico e o usuário

pode manipulá-lo e interagir com o mesmo, como realizar uma „viagem pelo mundo‟.

Este fato fica destacado na figura 2:

Figura 2 - Barra de Ferramentas do Google Earth.

Fonte: Google Earth Elaborado pelo Autor

A partir da descriminação dos itens, podemos ver que:

1- Caixa de texto: o usuário digita que parte do globo terrestre quer visualizar.

2- Ferramenta pesquisa: ao lado, tendo o usuário digitado que parte do globo

terrestre quer visualizar, tecla em pesquisar.

3- Ferramenta mostrar barra lateral: a partir da mesma o usuário tem acesso a

todas as classificações e subcategorias que já foram descriminadas em seu mapa.

4- Ferramenta marcador: serve para marcar o que o usuário quer destacar.

5- Ferramenta polígono: serve para demarcar uma área ou objeto. Pode ser

pintado de outras cores.

6- Ferramenta adicionar caminho: o usuário pode usar esta tecla para destacar

um caminho que possa lhe interessar.

7- Ferramenta de superposição de imagem: a partir desta tecla o usuário pode

sobrepor imagens e temas diferenciados.

8- Ferramenta gravar passeio: esta funcionalidade dá ao usuário a opção de

gravar suas ações na tela.

9- Ferramenta mostrar imagens históricas: tem a função de dar ao usuário a

opção de escolher algumas datas específicas da mesma localização.

10- Ferramenta que mostra a luz do sol na paisagem: regulando, ao lado, o

horário que o usuário que ver na foto, a luminosidade vai alternando conforme esta

escolha.

11- Ferramenta para alternar Terra, Céu, Lua ou Marte. A partir destas opções, o

usuário escolhe o ambiente que quer visualizar.

12- Ferramenta régua: com ela, o usuário pode medir a distância entre dois ou

mais pontos.

13- Ferramenta e-mail: esta funcionalidade permite ao usuário capturar um ponto

na tela ou até mesmo a tela inteira e enviar via e-mail.

14- Ferramenta imprimir: este item dá ao usuário a opção de escolher um ponto

específico na tela para impressão ou até mesmo imprimir toda a visualização da tela.

15- Ferramenta salvar imagem: com esta opção o usuário salva a imagem que

está na tela.

16- Ferramenta visualizar no Google Maps: esta função permite ao usuário

considerar a mesma localização, agora no software Google Maps.

No ensino da disciplina de Geografia e demais disciplinas a inserção das

geotecnologias possibilita formação crítica dos alunos, tanto para o conhecimento do

lugar onde vivem, como para participação ativa dos indivíduos nas tomadas de

decisão pela sociedade, fazendo destes, cidadãos atuantes na construção e

transformação do espaço geográfico em que estão inseridos.

Carneiro e Silva (2012, p. 334) deixam claro que:

O aplicativo [software © 2013 Google Earth (2013)] reúne diversas imagens que permitem a visualização do globo terrestre em 3D a partir de imagens obtidas por satélites de empresas como a AirPhotoUSA, Digital Globe, ESpatial, GeoEye, dentre outras (CAZETTA, 2011), que trabalham em faixas da luz visível do espectro eletromagnético, sobrepostas em um SIG. O conjunto proporciona a visualização de pontos georreferenciados da superfície terrestre. As imagens possuem diferentes resoluções espaciais que variam com a importância da localidade [...].

Pode ser notado que o Google Earth é um programa simples. É

necessário apenas o professor deter conhecimentos básicos sobre interpretação das

imagens para trabalhar com seus alunos (e, algumas vezes o conhecimento do

aluno é tão expressivo que pode ocorrer interatividade com relação ao assunto).

5. Materiais e Métodos

Retornando ao foco de estudo, o Córrego da Glória (representado no mapa

pelo número 1) e o Córrego da Verdade (representado no mapa pelo número 2), que

têm suas nascentes no município de Cambé, desaguando no Ribeirão São

Domingos, sendo que estão inseridos na bacia hidrográfica do Ribeirão Cafezal,

foram analisados a partir de uma base de dados cartográfica composta pelo

software © 2013 Google Earth (2013). As várias etapas realizadas neste trabalho

intencionando atingir os objetivos propostos são apresentadas na figura 3:

Figura 3 - Organograma da Metodologia Empregada

Fonte: Elaborado pelo Autor

Inicialmente foi realizado trabalho de campo objetivando a coleta de dados e o

reconhecimento da área nos dois cursos d‟água mencionados. Após foram

tabulados todos os dados obtidos durante a execução do respectivo trabalho de

campo. Desta forma os dados coletados foram transformados em cartas temáticas,

tabelas, quadro e gráficos relacionados aos mais diversos impactos ambientais que

puderam ser encontrados na área de estudo, sendo que o princípio norteador para

este fato ocorrer foi a utilização do software © 2013 Google Earth (2013).

Para que o levantamento dos dados pudessem ser realizados e

posteriormente transformados em resultados, as atividades foram desenvolvidas em

três passos:

1° Passo: Desenvolvido em Sala de Aula Antecedendo a Aplicação do Projeto

Político Pedagógico na Escola: A partir do exposto, o Projeto de Intervenção

Pedagógica foi aplicado na Escola Estadual São José – E.F. Inicialmente, este

projeto de cunho didático pedagógico foi apresentado aos alunos, demonstrando

que a partir do empenho e dedicação de todos os envolvidos o mesmo pode vir a se

tornar uma ferramenta construtiva para formar cidadãos mais críticos e atuantes na

edificação e transformação do espaço geográfico, em que a busca pela mitigação de

impactos ambientais deve ser constante, objetivando fraternidade, igualdade e

equilíbrio entre povos e culturas.

TRABALHO DE CAMPO CÓRREGO DA

GLÓRIA

CÓRREGO DA

VERDADE

COLETA E TABULAÇÃO DE DADOS

CONSTRUÇÃO DE

CARTAS TEMÁTICAS

CONSTRUÇÃO DE

GRÁFICOS

CONSTRUÇÃO DE

TABELAS E QUADRO

REPENSANDO OS RECURSOS HÍDRICOS A PARTIR DO USO DO GOOGLE EARTH EM AMBIENTE ESCOLAR

Como foi necessário, para o êxito deste projeto, encontrar alunos que

tivessem certa familiaridade (ao menos em nível inicial) para com a tecnologia e

seus recursos, destacamos a figura 4, que retrata os alunos integrantes do mesmo:

Figura 4 – Passo a passo: Professor e Alunos que Fizeram Parte do Desenvolvimento do Projeto

Fonte: Elaborado pelo Autor

Assim, foi com estes alunos que contamos para o desenvolvimento e

conclusão deste importante projeto. Desta forma, chegou o momento de saber, com

relação aos alunos, se possuem ou não habilidades quanto ao uso do computador,

da internet e principalmente, do software © 2013 Google Earth (2013). Como passo

inicial desta etapa foi entregue aos alunos um texto contendo o tutorial básico a

respeito do software ©2013 Google Earth (2013), que pode ser encontrado na

página: http://www.google.com.br/intl/pt-br/earth/learn/.

Com base no exposto, o laboratório de informática do colégio foi visitado, em

que cada item desta página foi explorado e impresso, destacando que cada aluno

obteve uma cópia. Após passada a etapa de aprendizagem, mediamos uma

atividade objetivando a avaliação do processo de ensino e aprendizagem do tema

proposto. A partir da aplicação desta atividade, verificou-se a qualidade e

porcentagem de fixação do conteúdo trabalhado. Assim, observamos que a maioria

dos alunos demonstrava afinidade com a tecnologia e seus recursos.

O próximo passo a ser destacado foi a apreensão e revisão do conceito de

impacto ambiental, em que se relacionou o mesmo às bacias hidrográficas. Para

tanto, o texto de Ferreira e Aoki (2008) – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A

PROBLEMÁTICA DO USO DA ÁGUA: CONHEÇER PARA CUIDAR - foi adaptado e

usado como base. Após a leitura individual do texto, passou-se à discussão. Desta

maneira, as carteiras foram dispostas em forma circular objetivando que a temática

pudesse ser debatida em uma mesa redonda, visando uma forma de avaliação

deste tópico. Os principais pontos do texto puderam ser debatidos sob a forma de

argumentação, enfocando as causas destes impactos ambientais e suas principais

consequências para a sociedade. Assim é visto que todos os alunos se sentiram

mais envolvidos, em que notamos que o debate conduziu à reflexão e esta, à

conscientização. O próximo passo a ser realizado foi o trabalho de campo.

2° Passo: Levantamento de dados em Campo: Neste momento o trabalho de

campo torna-se uma ferramenta fundamental para a consolidação do processo de

aprendizagem. Principalmente nas séries iniciais é fundamental que ocorra a

compreensão do espaço local, ou seja, o espaço vivenciado pelo aluno em seu

cotidiano (que envolve a casa, a escola, a rua, o bairro, a cidade), pois, salientando

Tomita (1999, p.13) “o ensino de Geografia encorpado de um bom cabedal teórico,

deve partir do conhecido para o desconhecido, do concreto para o abstrato, do

próximo para o mais distante”, onde o ponto inicial será a realidade vivenciada pelo

aluno, através do uso das categorias geográficas.

Ainda frisando a autora, o espaço organizado pela sociedade focado na

relação homem-natureza pode apresentar melhor compreensão quando há uma

participação ativa dos alunos na apreensão da realidade que o cerca. Devido a sua

importância, foi selecionado um roteiro específico para o trabalho de campo que

englobou os itens que nos propomos a diagnosticar - o roteiro do trabalho de campo

(Córrego da Glória e Córrego da Verdade) e respectivas paradas podem ser

observados na figura 1, que indica a localização geográfica da bacia do Cafezal.

Objetivando a localização precisa dos impactos ambientais dentro da área

estudada, foi utilizado um GPS (Sistema de Posicionamento Global) em que, a partir

de um bloco de notas, foram anotadas as coordenadas geográficas destes impactos,

sendo os mesmos também descritos e fotografados com o intuito de uma posterior

manipulação destes dados colhidos.

Porém, um fato quase que frustrou o desenvolvimento e aplicação deste

projeto: os computadores do Laboratório de Informática da Escola não possuíam o

software © 2013 Google Earth (2013). Então, foi pedido aos técnicos em informática

do Núcleo Regional de Londrina para instalarem o mesmo. Porém, constatou-se que

a configuração do hardware dos computadores é „ultrapassada e obsoleta‟, não

admitindo sua instalação. A saída foi seu desenvolvimento e aplicação utilizando o

meu computador (notebook). Desta forma o projeto seguiu sua conclusão

normalmente, porém com mudanças centradas no objetivo inicial – ao invés dos

alunos realizarem todas as etapas de seu desenvolvimento, a maioria delas ocorreu

em meu notebook com os alunos apenas observando. Mas, mesmo assim, o projeto

foi muito bem aceito na Escola.

Deste modo, no software © 2013 Google Earth (2013) verificou-se todos os

pontos críticos em que foram encontrados impactos ambientais durante o trabalho

de campo. Para tanto, utilizou-se as anotações realizadas durante o trabalho de

campo e contidas no bloco de notas. Estas informações foram tabuladas objetivando

melhor análise com relação à problemática. Todavia, propomos a seguinte divisão

para efeitos de tabulação:

Tabela 1 - Forma Predominante do Impacto Ambiental

Forma predominante do impacto ambiental

Impacto diverso Impacto urbano Impacto industrial Impacto rural

Elaborado pelo Autor

Objetivando um melhor esclarecimento, impacto diverso é aquele que engloba

mais de um ou até mesmo todos os impactos descritos ao mesmo tempo,

independente da frequência e magnitude com que este irá atuar. Impacto urbano

será aquele derivado exclusivamente das atividades urbanas. Impacto industrial

será aquele derivado exclusivamente das atividades industriais. E, fechando a

explicação, impacto rural será aquele que teve sua gênese exclusivamente das

atividades rurais.

Passada esta fase de observação em tela, chegou-se ao 2º momento da

atividade proposta aos alunos. Tão importante quanto as outras fases realizadas,

esta consistiu na tabulação, que tem por objetivo básico o maior detalhamento e a

melhor classificação possível do impacto ambiental. Neste momento os alunos

tabularam os dados derivados do trabalho de campo. Juntamente à tabulação, nesta

fase também ocorreu à classificação da forma predominante do impacto ambiental

encontrado durante o percurso. Assim, pautados na tabela 1, os alunos realizaram a

classificação destes impactos ambientais evidenciados.

3° passo: Utilização do Software Google Earth para a Confecção de Cartas

Temáticas, Gráficos, Tabelas e Quadro: Após ocorrer a manipulação dos dados

coletados, chega-se ao objetivo principal de nossa proposta pedagógica: - Utilizar o

software Google Earth como um recurso didático para o ensino de Geografia,

aplicado à análise e reconhecimento de bacias hidrográficas. Ou seja, os dados

coletados foram transformados em cartas temáticas, tabelas, quadro e gráficos

relacionados aos mais diversos impactos ambientais que foram encontrados na área

de estudo, sendo que o princípio norteador para a ocorrência deste fato foi à

utilização do software mencionado, através das ferramentas já apresentadas, sendo

o marcador a ferramenta que norteou o resultado das cartas temáticas elaboradas.

Parafraseando a aprendizagem significativa em sua essência, neste momento

ocorreu a interação do aluno com o software em questão. Assim, tem início a

construção das atividades propostas.

A partir da utilização do Google Earth, inicialmente foram construídas as

cartas temáticas. Na tabela 2, a seguir, é demonstrado o processo de divisão dos

impactos e a forma como ocorreu a construção dos respectivos títulos destas cartas:

Tabela 2 - Classes e Construção dos Títulos das Cartas Temáticas

Cartas temáticas relativas aos impactos ambientais

Impacto diverso TÍTULO = Impacto diverso + descrição do impacto

Impacto urbano TÍTULO = Impacto urbano + descrição do impacto

Impacto industrial TÍTULO = Impacto industrial + descrição do impacto

Impacto rural TÍTULO = Impacto rural + descrição do impacto

Elaborado pelo Autor

É destacado que os impactos foram divididos em 04 classes, a saber:

- Impacto diverso, Impacto urbano, Impacto industrial e Impacto rural. Não

obstante, a construção do título foi resultado da classe a que este impacto está

submetido e sua devida descrição.

Desta forma, ocorreu a construção de cartas temáticas da área em estudo

enfocando os impactos ambientais encontrados (demarcando os mesmos). A

caracterização destes impactos (determinando a forma predominante do impacto

ambiental, conforme já descrito), sua localização geográfica (coordenadas

geográficas), a altitude em que se encontra, sendo também medida a distância e

determinada a correlação entre um impacto ambiental e outro, sendo realizados no

processo. Nas figuras 5 e 6 pode ser observado todas as paradas deste trabalho de

campo e os respectivos impactos ambientais encontrados, impactos estes que

aguçaram, cada vez mais, o interesse e a percepção dos alunos envolvidos com a

temática retratada:

Figura 5 - Paradas de I a VI e Localização dos Impactos Ambientais

Elaborado pelo Autor

Figura 6 - Totalidade de Impactos Ambientais Encontrados nas Seis Paradas

Elaborado pelo Autor

Inicialmente lembramos que nas cartas temáticas a ordenação das paradas

apresenta-se em números arábicos, enquanto que nos demais documentos poderão

ser observados sob a numeração romana. Desta forma, a partir das figuras pode ser

observada a localização de cada parada e dos respectivos impactos ambientais

encontrados. Tendo como referência a localização dos impactos em cada parada, o

passo seguinte foi a elaboração de um quadro demonstrativo objetivando detalhar e

caracterizar ainda mais estes impactos ambientais e sua ocorrência.

Quadro 1: Paradas e Tipos de Impactos Ambientais PARADA / LOCAL TIPO DE IMPACTO AMBIENTAL

Parada I – ponte sobre a av. Canadá

Impacto Diverso – bairro e indústria Impacto Industrial – poluição e desmatamento Impacto Urbano – bairro Impacto Rural - desmatamento

Parada II – portão da SANEPAR

Impacto Diverso – desmatamento, bairro e indústria Impacto Diverso – pastagem e bairro Impacto Rural – desmatamento Impacto Urbano - desmatamento

Parada III – nascente do Parque Recreativo „Zezão‟

Impacto Urbano – urbanização plena

Parada IV – ATI do Parque Recreativo „Zezão‟

Impacto Urbano – urbanização plena

Parada V – Fundos do Parque Industrial de Cambé (margens da Br 369)

Impacto Industrial – parque industrial (poluição) Impacto Urbano – bairro Impacto Urbano – condomínio fechado Impacto Rural - pastagem

Parada VI – Fundos do Residencial Sta. Adelaide

Impacto Rural – desmatamento Impacto Industrial – parque industrial (poluição) Impacto Urbano – bairros Impacto Rural - pastagem

Elaborado pelo Autor

Vale destacar que o local de cada parada (I, II, III, IV, V E VI) estão

discriminados na figura 1. Desta forma, os alunos foram divididos em seis grupos,

em que cada grupo ficou encarregado de discriminar os impactos ambientais de uma

parada em particular. O quadro 1 é resultado desta atividade. A etapa seguinte foi a

construção de um gráfico para cada parada analisada, em que foram demonstrados

a proporção em que os impactos ambientais foram encontrados. Vale salientar o

envolvimento dos alunos, também neste momento. Este fato pode ser demonstrado

nas figuras 7 e 8:

Figura 7 - Paradas de I a VI, Localização e Respectivos Impactos Ambientais

Elaborado pelo Autor

Figura 8 – Percentual de Cada Impacto Ambiental Durante Todas as Paradas

Elaborado pelo Autor

Assim, foram construídos quadro geral e gráficos derivados das cartas

temáticas da área em estudo enfocando as características dos impactos ambientais

encontrados, que tiveram por finalidade a colaboração na distinção da

caracterização destes impactos (diferenciando a forma predominante do impacto

ambiental, conforme já descrito).

Sem dúvida, esta é a fase mais importante do projeto. Neste momento os

alunos demonstraram todo discernimento e amadurecimento com relação ao tema

trabalhado. Os alunos ficaram perplexos no momento em que chegamos à figura 8,

destacando a quantidade de informações que podem ser tiradas de simples

imagens. Deste modo, constatamos que o impacto diverso (formado por dois ou

mais tipos de impactos) responde a 17% do total de impactos encontrados. O

impacto industrial também responde a 17%. Já o impacto urbano foi o „grande

vencedor‟ no quesito, respondendo a 39% do total encontrado. Finalizando com o

impacto rural, implicando em 28% da proporção dos impactos na área estudada.

Para a finalização do trabalho, deixamos os alunos proporem soluções para

os impactos encontrados (figura 9). Assim, os alunos foram novamente divididos em

06 grupos, em que cada grupo ficou responsável pela análise dos impactos de um

ponto de parada do trajeto percorrido. A partir deste exercício, obtivemos dos alunos

os mais diversos pontos de vista com relação à temática, em que ficou nítido o

quanto estão conscientes e preocupados com a questão ambiental.

Após a construção das cartas temáticas, gráficos, quadro e tabelas, estes

foram expostos, num primeiro momento, em um Workshop com o intuito de que

alunos, professores e funcionários do colégio pudessem estar participando do

evento, percebendo-se como agentes atuantes e modeladores do espaço (figura 9).

Figura 9 - Propostas dos Alunos e Workshop.

Alunos propondo soluções para os impactos ambientais encontrados.

Apresentação dos resultados - Workshop.

Elaborado pelo Autor

Não obstante, devido à abrangência e magnitude do projeto, entregamos os

resultados obtidos a alguns vereadores do município, onde o discurso foi unânime:

“Um excelente projeto e que estarão utilizando o mesmo, tentando amenizar os

impactos ambientais encontrados no menor tempo possível.”

Considerações Finais

O software © 2013 Google Earth (2013) mostrou-se uma ferramenta

totalmente eficaz no processo de ensino e aprendizagem. Assim, um projeto

inicialmente de cunho didático pedagógico pode vir a se tornar uma ferramenta

construtiva para formar cidadãos mais críticos e atuantes na edificação e

transformação do espaço geográfico, em que a busca pela mitigação de impactos

ambientais deve objetivar o equilíbrio econômico, social e ambiental.

Porém, a constatação da obsolescência dos equipamentos educacionais

presentes nas escolas do governo do Estado do Paraná, frente ao uso do software ©

2013 Google Earth (2013) deixa-nos um alerta: “Para que o processo educacional

possa ser instigante e desafiador aos alunos, torna-se necessário que o mesmo

acompanhe a evolução (principalmente tecnológica) que a maioria dos alunos

vivenciam fora dos muros da Escola.” Que nossos governantes se sensibilizem com

o contexto do cotidiano educacional, passando também a ouvir mais os professores,

que são os que entendem, de fato, os „porquês‟ da situação da educação atual.

Deste modo, este trabalho pode ser considerado mais uma „sementinha‟

cultivada no vasto campo do saber, em que seus objetivos e resultados esperados

são os mais promissores e nobres possíveis. O mesmo, com certeza, não tem a

pretensão de mudar o mundo, sanando de uma só vez todos os problemas

ambientais. Este tem a humildade de entender que essa premissa virá focada nos

encontros (e confrontos) dos múltiplos saberes e centrada na diversidade de ideias e

opiniões. Mas, seu valor reside em seu significado na formação inicial do cidadão,

podendo vir a ser uma valiosa ferramenta no processo educacional como um todo.

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