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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Agente Educacional I – Atitudes e habilidades para uma melhor

convivência no trabalho.

Autor: Claudia Regina Silva Slomski

Disciplina/Área:

Pedagogia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Tiradentes –Ensino

Fundamental e Médio

Município da escola: Curitiba

Núcleo Regional de Educação: Curitiba

Professor Orientador: Suzane Schmidlin Löhr

Instituição de Ensino Superior: Universidade Federal do Paraná – UFPR

Resumo:

Esta produção Didática decorre da necessidade, constatada no contexto escolar, que o Agente Educacional I, por ser um educador no sentido amplo da palavra, lide de forma apropriada com o público com o qual se relaciona. As diversas funções desempenhadas por tal categoria profissional demandam manejo apropriado das relações humanas no trabalho. Assim, a produção que será descrita tem como objetivos: propor temas que permitam desenvolver e aprimorar algumas atitudes e habilidades que visem melhor convivência entre as pessoas que compõem o ambiente escolar; disponibilizar ao Agente Educacional I formação continuada necessária para a compreensão e intervenção no ambiente escolar; estimular a participação ativa do Agente Educacional I na função social da escola. Esta Unidade Didática fundamenta a Intervenção Pedagógica direcionada aos Agentes Educacionais I. Os assuntos previstos para serem trabalhados são: relacionamento interpessoal; empatia na escola e na vida; autoconhecimento; lidar com os sentimentos e as emoções e valor humano. Considerando que a Semana de Capacitação Pedagógica faz parte do

calendário escolar e prevê espaço para formação continuada dos profissionais que atuam na escola, é o momento onde se pretende iniciar a aplicação deste material, além de criar outros espaços de discussão dos assuntos elencados durante o ano.

Palavras-chave:

Agente Educacional. Relações Humanas. Formação do Educador.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Agente Educacional I

Unidade Didática

Apresentação

Esta Produção Didática está vinculada ao Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, e tem como

eixo norteador as relações humanas, tendo como objetivo fornecer informações e

suscitar reflexões por parte do Agente Educacional I sobre as relações humanas no

trabalho e habilidades para melhorar as relações interpessoais.

Partindo da visão de que todos que trabalham na escola são educadores por

estarem em contato direto ou indireto com alunos, pais e demais profissionais da

escola, o Agente Educacional I também precisa ser capacitado para que exerça sua

função de forma mais produtiva para todos. Um profissional com boa formação em

temas que estão ligados ao seu fazer profissional, desenvolverá o trabalho com

maior competência, atingindo com maior prontidão os objetivos propostos,

encontrando assim maior realização profissional, ao mesmo tempo em que aqueles

a quem o trabalho é direcionado se sentirão melhor atendidos.

Existem várias formas do ser humano adquirir novas habilidades. O ser

humano aprende vivenciando diretamente situações que ocorrem em sua vida,

aprendendo ao experimentar as consequências do seu comportamento, forma de

aprendizado que as vivências que serão descritas podem suscitar. O ser humano

aprende por observação do comportamento de outras pessoas, ao ver o

comportamento emitido pela outra pessoa no sentido de solucionar um determinado

problema, verificando se a solução proposta foi efetiva ou não. Atividades realizadas

em grupos criam oportunidades para tal forma de aprendizado. Aprende também

com o que os outros dizem a ele sobre como proceder para solucionar determinada

questão, no chamado aprendizado por instrução. A análise da dinâmica proposta,

com exposição direta da pessoa que conduz a atividade cria condições para esta

modalidade de apreensão de um novo conteúdo. Em síntese, pode-se dizer que as

atividades que serão apresentadas, as quais foram estruturadas pensando em

habilidades que o Agente Educacional I precisa possuir, contemplam as três formas

de aprendizado descritas anteriormente.

É importante que o profissional que trabalha em um ambiente escolar tenha

oportunidade de se capacitar e a ele sejam ofertados meios para refletir e aprender

sobre o desempenho de sua função e suas vivências.

O presente material didático fornece os conteúdos teóricos e

atividades/dinâmicas que servirão de base para um processo de aprendizado

envolvendo as três modalidades de aprendizado acima mencionadas, agrupadas no

Projeto de Intervenção.

Os conteúdos que serão tratados nesta unidade não fazem parte do

currículo disciplinar do Ensino Fundamental, Médio ou Universitário na sua maioria,

o que significa dizer que independente do grau de formação do indivíduo, muito

provavelmente não teve oportunidade de aprender, conversar, discutir ou refletir, de

forma sistemática, sobre habilidades que possam favorecer as relações

interpessoais tornando o ambiente de convivência mais agradável.

Na escola o Agente Educacional I está em contato direto ou indireto com

qualquer pessoa que adentre o ambiente escolar, seja abrindo os portões para os

alunos, professores ou visitantes; pelos corredores; espalhando o cheirinho de

lanche pelo ar; ou na higienização dos ambientes, entre outras funções que podem

desempenhar no ambiente escolar. Desta forma, é necessário destacarmos a

importância da formação continuada para eles, que é inclusive mencionada pelo

Ministério da Educação e Cultura (MEC).

A formação continuada pode modificar a percepção do próprio trabalho,

fazendo com que este deixe de ser apenas o desempenho mecânico da função e

torne-se mais pessoal, humanizado, envolvendo a pessoa como um todo,

comprometendo o funcionário no seu fazer, ao mesmo tempo em que recebe aquele

que busca o serviço de forma mais acolhedora.

Adotar uma postura mais humanizada e integral no trabalho que executa e

nas relações interpessoais requer, em alguns casos, mudar condutas, atitudes,

comportamentos, visando melhorar as relações no ambiente de trabalho.

Cotidianamente na vida das pessoas em pequenas e grandes decisões que tomam,

na resolução de dilemas do dia a dia e nas várias escolhas que surgem ao longo da

vida é necessário refletir, pensar a respeito das consequências de seus atos sobre si

mesmo, outras pessoas ou grupo em que está inserido.

“É preciso e até urgente que a escola vá se tornando um espaço escolar acolhedor e multiplicador de certos gestos democráticos como o de ouvir os outros, não por puro favor, mas por dever, o de respeitá-los, o de tolerância,

o do acatamento às decisões tomadas pela maioria, a que não falte, contudo o direito de quem diverge de exprimir sua contrariedade” (FREIRE, 1993, p. 91).

Enquanto instituição social a escola esta intimamente relacionada com a

própria humanização da pessoa, na medida em que o ser humano por meio da

educação se torna sujeito histórico na produção de sua existência. O ambiente

escolar pode propiciar relacionamentos de qualidade, que incluem consenso e

consentimento sobre questões importantes, como as questões éticas.

“Hoje, as escolas não são mais somente instituições de ensino, mas de educação. E a educação escolar comporta vários profissionais, além dos professores” (MONLEVADE, 2012, p41).

Este material foi elaborado para desenvolver e aprimorar algumas atitudes e

habilidades que visam uma melhor convivência entre as pessoas que compõem o

ambiente escolar. Trata-se de um tema amplo e com características específicas a

cada grupo que o compõem. Assim, o presente material estabeleceu como alvo da

proposta ser direcionada ao Agente Educacional I. Esta Unidade Didática é

composta de conteúdos que possam ser necessários para o Agente Educacional I,

prevendo-se que cada um deles precise em torno de 8 horas para uma

apresentação preliminar. Em cada tópico além do conteúdo teórico, sugerem-se

formas de abordagem e sugestões de leituras complementares.

A metodologia utilizada visa proporcionar momentos de reflexão e

compreensão de conteúdos importantes para a facilitação das relações

interpessoais, como: relacionamento interpessoal; empatia na escola e na vida;

autoconhecimento; lidar com os sentimentos e as emoções; valor humano e

amizade.

MATERIAL DIDÁTICO

CONTEÚDO 1 - Relacionamento Interpessoal.

Objetivos:

o Compreender o que facilita e o que dificulta os relacionamentos.

o Discutir o papel dos preconceitos e estereótipos.

o Ampliar a capacidade de resolução de problemas e conflitos.

o Aprender a lidar com as diferenças.

O que é:

Segundo o dicionário Aurélio online, relacionamento é definido como ato ou

efeito de relacionar-se, ter amizades, criar intimidade e, a palavra interpessoal se

refere ao relacionamento entre duas ou mais pessoas.

O desenvolvimento do ser humano ao longo da vida possibilita a

aprendizagem de atitudes e habilidades que se expressam em comportamentos

socialmente habilidosos. Ter habilidades sociais cria oportunidades para a pessoa

fazer as melhores escolhas na construção de seus relacionamentos interpessoais,

inclusive no ambiente de trabalho, o que tem potencial para levar a relações mais

produtivas.

Cada pessoa tem características próprias para interagir socialmente, estas

interações interferem não só no próprio comportamento, mas também naquele com

quem interagem, é uma relação de causa e efeito uma sobre a outra

“qualquer atuação profissional envolve interações com outras pessoas onde são requeridas muitas e variadas habilidades sociais, componentes da competência técnica e interpessoal necessária para o envolvimento em várias etapas do processo produtivo. [...] os novos paradigmas organizacionais que orientam a reestruturação produtiva tem priorizado processos de trabalho que remetem diretamente à natureza e qualidade das

relações interpessoais” (DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2001).

Sugestão para trabalhar o conteúdo - 1:

Atividade:

Iniciar o encontro com a dinâmica “Abrigo Subterrâneo”. O coordenador

deverá formar subgrupos de 4 a 7 pessoas, em seguida distribuir uma cópia da

história do “abrigo Subterrâneo” (apresentada ao final do conteúdo) para cada

participante e orientar que cada pessoa escolha, de forma individual, até seis

pessoas dentre as que compõem a lista de candidatos a serem abrigados,

considerando os seis de sua preferência.

Em seguida, cada subgrupo deverá tentar estabelecer consenso,

escolhendo seis pessoas definidas pelo grupo. Após trinta minutos, o coordenador

sugere retornar ao grande grupo, para que cada subgrupo possa relatar os seus

resultados. Ao termino do relato, o coordenador promove uma debate sobre os

critérios adotados nas escolhas, a importância do respeito pelas diferenças

individuais e como isto pode melhorar os relacionamentos.

Essa atividade permite ainda a percepção de que algumas características

físicas são apreciadas ou rejeitadas, reflexões sobre como os estereótipos, rótulos,

preconceitos e ideias preconcebidas fazem parte das relações humanas e o quanto

é importante o respeito pelas diferenças individuais, fato este que pode minimizar os

prejuízos nos relacionamentos interpessoais.

Anexo 1

Abrigo subterrâneo

Você está correndo um sério perigo de vida. Sua cidade está sendo

ameaçada de um bombardeio. Você recebe a ordem de que deverá acomodar em

um abrigo subterrâneo apenas seis pessoas, entretanto há doze precisando entrar

no abrigo. Abaixo, estão descritas as pessoas e suas características. Faça a sua

escolha. Apenas seis poderão entrar no abrigo:

Um violinista, 40 anos, viciado;

Um advogado, 25 anos;

A mulher do advogado, 24 anos, que acaba de sair do manicômio. Ambos

preferem ou ficar juntos no abrigo, ou fora dele.

Um sacerdote, 75 anos;

Uma prostituta, 37 anos;

Um ateu, 20 anos, autor de vários assassinatos.

Uma universitária, 19 anos, que fez voto de castidade;

Um físico, 28 anos, que só aceita entrar no abrigo se puder levar consigo

sua arma;

Um declamador fanático, 21 anos, baixo QI;

Um homossexual, 47 anos, geólogo;

Um débil mental, 32 anos, que sofre de ataques epilépticos;

Uma menina, 12 anos, baixo QI.

Para saber mais

No convívio diário estabelecemos relações diretas e indiretas com outras

pessoas, propiciando as chamadas relações interpessoais. Quando uma pessoa

tem facilidade para iniciar e manter relacionamentos, nos mais diversos contextos,

como família, trabalho, amizades, pode-se dizer que tal pessoa é habilidosa

socialmente. Possuir tal habilidade é importante para o nosso bem estar mental e

social. Precisamos ser capazes de estabelecer, manter e inclusive terminar relações

de forma não conflituosa, ou fazendo do conflito uma oportunidade para criar

soluções produtivas para todos os envolvidos.

Segundo Pedroza (2012), é necessário desenvolver no contexto escolar

relações interpessoais que permitam uma integração das diversas áreas do

conhecimento e das diferentes funções de cada membro da escola.

Del Prette e Del Prette (2001), afirmam que habilidade social é a

denominação dada às diferentes classes de comportamentos sociais, disponíveis no

repertório de uma pessoa, que contribuem para a qualidade e a efetividade das

interações que ela estabelece com as demais.

Uma pessoa habilidosa socialmente é capaz de ser empática. Ao colocar-se

no lugar do outro, provavelmente ela não agirá de forma preconceituosa ou

estigmatizante. A dinâmica proposta visa incitar os participantes a pensarem em tais

relações.

Sugestão de leitura:

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira. No contexto da

travessia para o ambiente de trabalho: treinamento de habilidades sociais com

universitários. Estud. psicol. (Natal), Natal, v.8, n.3, dez. 2003. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

294X2003000300008&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 02 dez. 2013.

DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir. Um sistema de

categorias de habilidades sociais educativas. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão

Preto, v.18, n.41, dez. 2008. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

863X2008000300008&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 02 dez. 2013.

DEL PRETTE, Zilda A. Pereira et al. Habilidades sociais do professor em sala de

aula: um estudo de caso. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v.11, n.3, 1998.

Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S0102-

79721998000300016&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 02 dez. 2013.

MARQUES, Patrícia Batista; CASTANHO, Marisa Irene Siqueira. O que é a escola

a partir do sentido construído por alunos. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), Maringá,

v.15, n.1, Junho, 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.

php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572011000100003&lng=en&nrm=iso>.

Acessado em: 02 dez. 2013.

MARTINELLI, Selma de Cássia; SCHIAVONI, Andreza. Percepção do aluno sobre

sua interação com o professor e status sociométrico. Estud. psicol. (Campinas),

Campinas, v.26, n.3, Set. 2009. Disponível em <http://www.scielo.

br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103166X2009000300006&lng=en&nrm=iso>.

Acessado em: 02 dez. 2013.

PEDROZA, Regina Lucia Sucupira. Relações interpessoais: abordagem

psicológica. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e

Tecnológica. 4ª ed. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso, Rede e-Tec

Brasil, 2012. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option

=com_content&view=article&id=13155>. Acessado em: 06 nov. 2013.

PINHEIRO, Maria Isabel Santos et al. Treinamento de habilidades sociais

educativas para pais de crianças com problemas de comportamento. Psicol.

Reflex. Crit., Porto Alegre, v.19, n.3, 2006. Disponível em <http://www.

scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722006000300009&lng=

pt&nrm=iso>. Acessado em: 02 dez. 2013.

TOGNETTA, Luciene Regina Paulino; ASSIS, Orly Zucatto Mantovani de. A

construção da solidariedade na escola: as virtudes, a razão e a afetividade.

Educ. Pesqui., São Paulo, v.32, n.1, abr. 2006. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-970220060001

00004&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 02 dez. 2013.

TOGNETTA, Luciene Regina Paulino; LA TAILLE, Yves de. A formação de

personalidades éticas: representações de si e moral. Psic.: Teor. e Pesq.,

Brasília, v.24, n.2, jun. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php

?script=sci_arttext&pid=S0102-37722008000200007&lng=pt&nrm=iso>. Acessado

em: 02 dez. 2013.

CONTEÚDO 2 – Empatia na escola e na vida.

Objetivos:

o Compreender o que significa ser empático.

o Identificar as dificuldades de ser empático em situações positivas e negativas.

o Analisar a empatia em diversos contextos de vida.

o Discutir as contribuições da empatia para o contexto escolar.

O que é:

Segundo o dicionário Aurélio online, empatia é definida como a capacidade

de perceber de que modo uma pessoa pensa ou sente. Embora não tenhamos

conhecimento direto da mente dos outros, muitas vezes podemos fazer suposições

bastante precisas acerca da maneira como as outras pessoas sentem ou no que

pensam.

Se conseguirmos nos colocar no lugar do outro, provavelmente estamos

apresentando uma das etapas da empatia, que envolve perceber o outro e suas

necessidades. Após a discriminação das necessidades do outro, a pessoa

genuinamente empática tentará acolher e respeitar o outro em suas necessidades.

A empatia pode ser considerada a base primordial para todas as outras

competências e habilidades que permitem ao indivíduo ou grupo desenvolver

relacionamentos significativos também no trabalho. Para uma melhor compreensão

do significado dessa competência, entendida como “a capacidade de compreender e

sentir o que alguém pensa e sente em uma situação de demanda afetiva,

comunicando-lhe adequadamente tal compreensão e sentimento” (DEL PRETTE e

DEL PRETTE, 2001), ou seja, é a capacidade de colocar-se no lugar do outro e na

sequência acolhê-lo.

Enxergar através dos olhos do outro é essencial para o sucesso das

interações. Quando o conflito está presente, esta habilidade permite uma melhor

negociação na busca de soluções.

Sugestão para trabalhar o conteúdo - 2:

Atividade 1:

Iniciar o encontro com a dinâmica “POSSO ENTRAR?”. Nela, o coordenador

prepara previamente um cartaz com várias figuras de rostos humanos (evitando-se

artistas conhecidos e pessoas públicas) com idade, sexo e raças diferentes. O

número de rostos deve ser pelo menos três vezes maior que o número de

participantes do grupo.

O coordenador narra a seguinte situação: “Vamos imaginar que vocês vão

autorizar a entrada de duas pessoas, uma ou nenhuma aqui neste ambiente, mas a

escolha de quem vai entrar terá que ser através de uma foto”.

Pede-se a cada membro do grupo que examine o cartaz e decida quem ele

vai permitir entrar e quem o colega da sua esquerda vai permitir. Em seguida,

solicita-se aos participantes que escrevam a razão pela qual escolheram

determinada figura e porque o colega da esquerda escolheria aquela figura. Depois,

cada participante apresenta a razão pela qual escolheu a figura e a razão pela qual

acredita que o colega teria escolhido “X” figura.

Comparam-se as respostas do grupo e o que foi atribuído. Discute-se o

conceito de empatia; o que facilita e o que dificulta a capacidade de colocar-se no

lugar do outro. Esta atividade visa aumentar a capacidade de entender e

compreender o outro, aceitar o comportamento das pessoas, diminuir julgamentos e

melhorar os relacionamentos.

Atividade 2:

Assistir ao filme “Intocáveis”, dirigido por Eric Toledano e Oliver Nakache.

Este filme é baseado em uma história real, conta sobre a vida de Philippe

(François Cluzet), que é um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente, fica

tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um

jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu

estado. Aos poucos ele aprende a função, apesar das diversas gafes que comete.

Philippe, por sua vez, se afeiçoa cada vez mais a Driss por ele não tratá-lo como um

pobre coitado. Aos poucos a amizade entre eles se estabelece, com cada um

conhecendo melhor o mundo do outro.

Conforme caminhamos nessa história vemos por todo lado sofrimentos, de

ambas as partes. Um busca respostas, o outro busca saídas para as dificuldades

que enfrenta. A relação não é de dor nem culpa, é de gratidão pela amizade.

Quando um entra no universo do outro, mesmo que superficialmente, o

entendimento fica mais fácil para os dois seguirem seus próprios caminhos.

Debater com o grande grupo sobre os temas apontados no filme, tais como,

preconceito, atitudes positivas e negativas, confiança, valorização da pessoa no

trabalho, etc.

Para saber mais

A Empatia pode ser entendida como a capacidade de compreender o

outro, entender o que leva um indivíduo a comportar-se de determinada

maneira. Trata-se de aceitar a diferença e não julgar, implicando em uma ação

de solidariedade e aceitação.

Empatia “não é apenas um comportamento, mas pode ser definida

como uma classe de respostas cuja principal função está relacionada à

manutenção da relação entre indivíduos com base na compreensão e

expressão de sentimentos” (ROCHA, 2010, p. 70). Segundo a autora, a

empatia pode ser aprendida, modificada e aprimorada ao longo da vida. A

escola é um campo frutífero para o aprendizado desta habilidade social,

constituindo-se em espaço no qual ela pode ser aprendida, significada,

vivenciada e contextualizada por todos aqueles que nela convivem.

Sugestão de leitura:

FALCONE, Eliane Mary de Oliveira et al. Validade convergente do

Inventário de Empatia (IE). Psico-USF, Itatiba, v.18, n.2, ago. 2013.

Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

82712013000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 18 nov. 2013.

MOTTA, Danielle da Cunha et al. Práticas educativas positivas favorecem

o desenvolvimento da empatia em crianças. Psicol. estud., Maringá, v.11,

n.3, dez. 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S1413-73722006000300008&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em:

18 nov. 2013.

PASSOS-FERREIRA, Cláudia. Seria a moralidade determinada pelo

cérebro? Neurônios-espelhos, empatia e neuromoralidade. Physis, Rio de

Janeiro, v.21, n.2, 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?

script=sci_arttext&pid=S0103-73312011000200008&lng=pt&nrm=iso>.

Acessado em: 18 nov. 2013.

PIMENTEL, Perla Klautau de Araujo; COELHO JUNIOR, Nelson. Algumas

considerações sobre o uso da empatia em casos e situações limite.

Psicol. clin., Rio de Janeiro, v.21, n.2, 2009. Disponível em <http://www.scielo.

br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652009000200004&lng=pt&nrm

=iso>. Acessado em: 18 nov. 2013.

ROCHA, Giovana Velosso Munhoz da. Empatia. In GOMIDE, Paula Inez

Cunha (Org.). Comportamento Moral: uma proposta para o

desenvolvimento das virtudes. Curitiba: Editora Juruá, 2010.

RODRIGUES, Marisa Consenza; RIBEIRO, Nathalie Nehmy. Avaliação da

empatia em crianças participantes e não participantes de um programa

de desenvolvimento sociocognitivo. Revista Psicologia: Teoria e Prática.

Volume 13. Número 2. Páginas 114 a 126, 2011. Disponível em

<http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/2665/2981>.

Acessado em: 18 nov. 2013.

SAMPAIO, Leonardo Rodrigues; CAMINO, Cleonice Pereira dos Santos;

ROAZZI, Antonio. Revisão de aspectos conceituais, teóricos e

metodológicos da empatia. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 29, n. 2, 2009.

Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-

98932009000200002&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 18 nov. 2013.

CONTEÚDO 3 – Autoconhecimento.

Objetivo:

o Reconhecer a si mesmo.

o Conhecer suas habilidades.

o Desenvolver suas capacidades e saber seus limites.

O que é:

Segundo o dicionário Aurélio online, autoconhecimento é definido como

conhecimento de si próprio, das suas características, qualidades, imperfeições,

sentimentos etc., que caracterizam o indivíduo por si próprio.

Autoconhecimento não é um tema simples para ser abordado, pois não faz

parte das conversas e discussões do cotidiano. Segundo Gongora & Abib (2001) o

autoconhecimento não envolve descobrir um modo de buscar algo que já se

encontra lá, mas sim aprender o que buscar.

As pessoas nas suas interações verbais com a comunidade ensinam e

aprendem a se auto-observar e a descrever seus comportamentos, construindo

assim, o autoconhecimento e o conhecimento sobre o outro. Esta situação poderia

ser exemplificada da seguinte forma

“alguém sabe que está com medo pela mesma maneira que os outros sabem que ele está, ou seja, pelos comportamentos observáveis desse alguém, a única diferença é que esta pessoa tem acesso direto a comportamentos encobertos (pensamentos, imagens, sensações)” (MARÇAL, 2004).

Como as práticas vivenciadas em cada comunidade variam, também variam

o seu significado, e o tipo de autoconhecimento dos seus membros.

“É somente através do crescimento gradual de uma comunidade verbal que

o indivíduo se torna “consciente”. Ele acaba por se ver como os outros o veem ou,

pelo menos, como os outros insistem que ele se veja.” (Skinner, 1956, p140, apud

GONGORA e ABIB, 2001).

Sugestão para trabalhar o conteúdo - 3:

Atividade 1:

Iniciar o encontro com a dinâmica “Jogo dos Bilhetes” (anexo 2 ao final do

conteúdo) previamente preparados. O coordenador solicita aos participantes que

formem um circulo em seguida explica que irá grudar uma frase nas costas de cada

um e que em hipótese alguma pode ser falado ou contado o que está escrito nas

costas do próprio dono do bilhete.

Terminado o processo inicial, os integrantes devem circular pelo ambiente,

ler os bilhetes dos colegas e atendê-los sem dizer o que está escrito. Todos devem

atender ao maior número possível de bilhetes.

Após algum tempo, o coordenador deve orientar que voltem à posição

original, e que cada participante tente adivinhar o que está escrito no bilhete grudado

em suas costas e as razões pela qual chegou a tal conclusão. Caso não tenha

descoberto, os outros integrantes devem auxiliá-lo com dicas.

Depois que todos já souberem o que estava escrito o coordenador realiza

uma discussão sobre o que facilitou ou dificultou a descoberta dos bilhetes, o que

mais chamou a atenção, como esta dinâmica se reproduz no cotidiano, como se

sentiu em relação ao grupo, a importância de reconhecer atitudes e características

pessoais, de refletir sobre o processo de autoconhecimento, o qual ajuda nas

escolhas pessoais e pode melhorar os relacionamentos interpessoais.

Atividade 2:

Apresento aqui outra dinâmica que pode ser usada para trabalhar o

conteúdo Autoconhecimento, mas o coordenador deve ficar atento para a

importância do respeito de todos com todos e por todos, pois algumas pessoas

podem se expor demasiadamente.

Na dinâmica “O jogo da Bicharada” (anexo 2 ao final do conteúdo) o

coordenador forma um grande círculo com os participantes do grupo e orienta sobre

a importância do respeito com todos, que este é um momento de refletir sobre si

mesmo, de aprender e que não devemos julgar ninguém; em seguida distribui uma

lista com nome de vários bichos e suas características. Cada uma das pessoas do

grande grupo, em silêncio, lê a lista e escolhe três bichos com os quais mais se

assemelhem.

Dos três bichos escolhidos, a pessoa é orientada a escolher apenas um,

aquele com o qual mais se identificou. Em seguida o coordenador orienta os

participantes a formar grupos por bicho escolhido e durante alguns minutos partilhar

com o subgrupo porque escolheu tal bicho; o grupo deve ainda fazer um resumo do

que foi discutido, planejar uma apresentação de maneira criativa, com encenação,

dramatização, etc.; as características do bicho escolhido.

Em plenária o pequeno grupo partilha o resumo dos motivos porque

escolheram tal bicho, como as características se manifestam no cotidiano das

pessoas do grupo e apresentar de forma criativa as características do bicho.

Terminada as apresentações o coordenador da inicio a uma discussão sobre

o que mais chamou a atenção, como se sentiu em relação ao pequeno grupo, a

importância de reconhecer atitudes e características pessoais, de refletir sobre o

processo de autoconhecimento, o qual ajuda nas escolhas pessoais e pode

melhorar os relacionamentos interpessoais.

Anexo 2

Jogos de bilhetes

Material: Pedaços de papel com mensagens (deve ser igual ao número de

participantes) e fita adesiva.

Descrição: Os integrantes devem ser dispostos em um círculo, lado a lado,

voltados para o lado de dentro do mesmo. O coordenador deve colar nas costas de

cada integrante um cartão com uma frase diferente. Terminado o processo inicial, os

integrantes devem circular pela sala, ler os bilhetes dos colegas e atendê-los, sem

dizer o que está escrito no bilhete. Todos devem atender ao maior número possível

de bilhetes. Após algum tempo, todos devem voltar a posição original, e cada

integrante deve tentar adivinhar o que está escrito em seu bilhete. Então cada

integrante deve dizer o que está escrito em suas costas e as razões porque chegou

a esta conclusão. Caso não tenha descoberto, os outros integrantes devem auxiliá-lo

com dicas. O que facilitou ou dificultou a descoberta das mensagens? Como esta

dinâmica se reproduz no cotidiano?

Sugestões de bilhetes:

Em quem votou para presidente?

Sugira um filme para eu ver.

Briguei com a sogra, o que fazer?

Cante uma música para mim.

Gosto quando me aplaudem.

Sou muito carente. Me dê um apoio.

Tenho piolhos. Me ajude!

Estou com fome. Me console!

Dance comigo.

Estou com falta de ar. Me leve à janela.

Me descreva um jacaré.

Me ensine a pular.

Tem uma barata em minhas costas!

Dobre a minha manga.

Estou dormindo, me acorde!

Me cumprimente.

Meu sapato está apertado. Me ajude.

Quantos anos você me dá?

Me elogie.

Sou sósia de quem?

Como conquistar um homem?

Veja se estou com febre.

Chore no meu ombro.

Estou de aniversário, quero meu presente.

Sorria para mim.

Me faça uma careta.

O jogo da Bicharada

Material: papel com a lista dos bichos e suas características.

Descrição: Todos recebem uma lista com nomes e características de bichos.

Em silêncio as pessoas devem ler a lista e escolher três com os quais mais se

assemelham.

Agora dos três bichos escolhidos, ficar com apenas um, com o qual se

identifica.

Em seguida formar grupos por bichos escolhidos – grupo dos gatos, grupo

dos tigres, etc.; e durante 15 minutos partilhar por que escolheu tal bicho e como se

manifestam as características no dia a dia da própria vida.

Em plenária o grupo apresenta o seu bicho de forma criativa, com

encenação, dramatização colocando as características do bicho escolhido.

Lista dos Bichos e características.

Leão: Rei da reunião. Quando urra, todos participam. Os ratinhos tremem à

sua frente. Não é agressivo. Está certo de sua superioridade. Boceja

despreocupadamente, pacientemente, com as peraltices dos outros.

Hiena: Não tem opinião própria. Aprova sempre o leão. Sempre recorda o

que o leão disse.

Tigre: É um leão ressentido por não ser reconhecido como rei pelo grupo.

Fica de mau humor, às vezes mais competente que o leão. É agressivo, irônico, irrita

o grupo que o coloca na jaula, e não toma conhecimento de sua presença.

Raposa: Surpreende sempre o grupo; desvia o assunto; sofista, força o

assunto. Jamais caminha em direção ao objetivo.

Pavão: Mostra sempre a sua cultura. Não se interessa pelo objetivo e pelo

grupo. Não perde ocasião de mostrar seus conhecimentos. Preocupa-se sempre

consigo mesmo.

Cobra: Envenena as relações. Sempre de bote armado. Ai de quem comete

uma asneira. Provoca brigas e fica de fora.

Papagaio: Fala por todos os poros; comenta tudo. Fala alto, grita. Ninguém

lhe dá importância, nem ele próprio. Sempre por fora do assunto.

Coruja: Não fala, presta muita atenção. Pisca quando não entende. assusta-

se quando alguém a interpela. Pede desculpa quando intervém.

Carcará: Não gosta de discussão. Irrita-se quando o grupo não progride.

Quer decisões rápidas. Impaciente, levanta, mas volta.

Girafa: Pelo modo de sentar-se e rir, acha o grupo indigno de sua

participação. Seu silêncio não permite saber-se se ela está por cima mesmo.

Macaco: Anedoteiro, espirituoso, bagunceiro, inteligente e superficial.

Sempre faz rir; ninguém o leva a sério. Anima, mas termina irritado. No fim está

amuado e sem graça.

Gaivota: Voa pelo alto - abaixa. Mas sobe logo. Vive solitária.

Cão: Inteligente, fareja tudo, mas ladra demais. Faz muito barulho por

pouco. Sempre vigilante para defender suas ideias.

Boi: Obstinado, lento. Não acompanha o grupo. Devagar e sempre.

Elefante: Sem sutileza. Leva tudo a peito. Não é feito para viver em grupo.

Quer ação. Quando intervém é para acabar a reunião.

Gato: Mia para chamar a atenção. Solicitado, se enrosca e não quer falar.

Dengoso, prefere agir depois da reunião.

Coelho: Simpático, ágil, pulador. Não tem planos. Não é consequente.

Encolhe-se quando os maiores aparecem.

Esquilo: Acanhado, fugitivo, embaraçado. Dificilmente participa. Quebra

sozinho suas nozes. Se insistir muito, não volta.

Pombo: Fica arrulhando com o companheiro do lado. Só vive de par. Se o

interpelam, voa e volta ao companheiro.

Araponga: Sempre igual e vibrante. Tem ideia fixa. Só tem uma ideia. É

incapaz de seguir uma reunião.

Pica-Pau: Pega uma ideia e pulveriza-a. Não tem objetivos. Só sabe picar

ideias. Na discussão fica picando o que ficou para trás.

Aranha: É mestra em teia, onde se envolvem mosquitos e besouros. Na

discussão amarra um fio no outro. Não prepara plano, prepara armadilha.

Ouriço: Fica espinhento por tudo. Para ele, no grupo, não há ideias; tudo são

intenções.

Antílope: É arisco. Sempre farejando o ar para ver se não o querem pegar

de surpresa. Está sempre de sobreaviso. Não acredita em ninguém.

Hipopótamo: Fica mergulhado no assunto. Não sai das discussões. Sempre

mergulhado.

Ratinho: Nunca aparece, mas caminha entre todos. Rói as ideias. Passa

pela plateia às carreiras.

Zebra: Em cada fase da discussão apresenta ponto de vista diferente. Não

sabe somar as ideias. É preto ou Branco.

Camaleão: Está de acordo com todos. Vai para onde o leva o vento.

Foca: Muito curiosa e imaginosa. Interessa-se por tudo e mexe em tudo.

Adora brincar.

Quati: Fuçador. Intromete o nariz nas coisas com o objeto de beneficiar-se.

Uma vez satisfeito, perde o interesse.

Para saber mais

O autoconhecimento pode ser entendido como a habilidade de

reconhecer-se de maneira realista, passando a observar os próprios

pensamentos, sentimentos e comportamentos. Esta habilidade implica na

aceitação de nossos pontos fracos e fortes, interesses e gostos pessoais.

“Ter consciência de si corresponde ao comportamento de discriminar comportamentos próprios e variáveis que os controlam. O autoconhecimento é autoconsciência, então, autoconhecimento é autodiscriminação de comportamentos e estímulos a eles relacionados” (BRANDENBURG, 2005).

Com isso é possível compreender que fatores ambientais influenciam

os comportamentos, os quais são produtos de contingências ambientais.

Sugestão de leitura:

BRANDENBURG, Olivia Justen; WEBER, Lidia Natalia Dobrianskyj.

Autoconhecimento e liberdade no behaviorismo radical. Psico-USF (Impr.),

Itatiba, v.10, n.1, jun. 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.

php?script=sci_arttext&pid=S1413-82712005000100011&lng=pt&nrm=iso>.

Acessado em: 18 nov. 2013.

GONZAGA, Alessandra Rodrigues; MONTEIRO, Janine Kieling. Inteligência

emocional no Brasil: um panorama da pesquisa científica. Psic.: Teor. e

Pesq., Brasília, v.27, n.2, jun. 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo

.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722011000200013&lng=pt&nrm=iso>.

Acessado em: 18 nov. 2013.

MARÇAL, João Vicente de Sousa. O autoconhecimento no behaviorismo

radical de Skinner, na filosofia de Gilbert Ryle e suas diferenças com a

filosofia tradicional apoiada no senso comum. Revistas Universitas:

Ciências da Saúde. Brasília, v.2, n.1, jan./jun. 2004. Disponível em <http://www.

publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/cienciasaude/article/view/526/347

>. Acessado em: 02 dez. 2013.

ROBERTS, Richard D.; FLORES-MENDOZA, Carmen E.; NASCIMENTO,

Elizabeth do. Inteligência emocional: um construto científico?. Paidéia

(Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 12, n. 23, 2002. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X20020002

00006&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 18 nov. 2013.

Conteúdo 4 – Lidar com os sentimentos e as emoções

Objetivo:

o Reconhecer as próprias emoções.

o Reconhecer as emoções do outro.

o Identificar os próprios sentimentos.

o Ser capaz de expressar os sentimentos e as emoções.

o Conscientizar-se do quanto as emoções influenciam o comportamento.

o Direcionar adequadamente as emoções.

O que é:

Segundo o dicionário Aurélio online, sentimento é definido como ato ou

efeito de sentir. Aptidão para sentir; sensibilidade.

Todas as pessoas estabelecem uma infinidade de interações ao longo da

vida: com os pais, irmãos, familiares, amigos, professores, companheiros de

trabalho, e tantas outras pessoas esquecidas em nossa memória; todas estas

vivências demandaram o envolvimento de sentimentos, bons ou ruins.

Estamos sujeitos a experimentar uma infinidade de sentimentos e emoções

que estão intimamente relacionadas com acontecimentos, circunstâncias e situações

que não podemos modificar, o que não significa que não tenhamos escolhas, pois a

maneira como lidamos e reagirmos aos fatos depende de nós. Aprender a identificar

as próprias emoções e perceber como elas influenciam nossa conduta é uma

maneira de conhecer a si mesmo, com isso podemos ainda perceber os sentimentos

dos outros, permitindo uma maior compreensão das adversidades, facilitando a

comunicação e assim evitando desentendimentos no convívio social.

Steiner e Perry (2001, apud REGO e ROCHA, 2009) afirmam que a pessoa

emocionalmente educada é capaz de lidar com as emoções de modo a desenvolver

seu poder pessoal e a criar maior qualidade de vida. Para os autores, a Educação

Emocional amplia os relacionamentos, cria possibilidades de afeto entre pessoas,

torna possível o trabalho cooperativo e facilita o sentido de comunidade.

A forma de interpretar os acontecimentos e as emoções pode ser chamada

de inteligência emocional que se refere

"a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual" (Mayer e Salovey, 1997, apud COBERO, 2006).

Mas não há como separar totalmente as nossas decisões das emoções,

agimos de acordo com o que sentimos, sendo assim:

“uma visão da natureza humana que ignore o poder das emoções é lamentavelmente míope. A própria denominação Homo sapiens, a espécie pensante, é enganosa à luz do que hoje a ciência diz acerca do lugar que as emoções ocupam em nossas vidas. Como sabemos por experiência própria, quando se trata de moldar nossas decisões e ações, a emoção pesa tanto – e às vezes muito mais – quanto a razão. Fomos longe demais quando enfatizamos o valor e a importância do puramente racional – do que mede o QI – na vida humana. Para o bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum.” (Goleman, 2001, p.18).

Sugestão para trabalhar o conteúdo - 4:

Atividade:

Sugere-se, para abordar inicialmente este conteúdo, a utilização de uma

dinâmica chamada de “CRENÇAS E SENTIMENTOS”. O coordenador propõe

algumas situações hipotéticas e apresenta, para cada uma delas, duas crenças

diferentes (X e Y).

Os participantes serão instruídos a se imaginarem diante das situações e

descreverem o sentimento que surge a partir de cada uma das crenças. Exemplo:

recebo a ficha de avaliação funcional com um comentário ‘procure-me para

conversar’; imagine-se com a crença X: ‘sou um bom profissional – qual sentimento

surge? Imagine-se com a crença Y: sou um péssimo profissional – qual o sentimento

que surge?

Posteriormente o coordenador realiza uma discussão sobre a importância de

reconhecer os sentimentos, as próprias emoções, as emoções do outro, além de

avaliar o quanto as emoções influenciam no comportamento e refletir sobre as

maneiras de lidar com as emoções. Durante a dinâmica discute-se as perspectivas

pessoais que geram sentimentos negativos e possibilidades de mudança das

crenças.

Para saber mais

A habilidade de lidar com os sentimentos inicia com o reconhecimento

das emoções, levando ao diagnóstico da sua origem e a percepção de como

influenciam o nosso comportamento. Tais informações possibilitam a adoção

de ações que melhor expressam nossas emoções.

Lidar com os sentimentos e as emoções requer amadurecimento não

necessariamente associado ao envelhecimento, mas dar significado a nossas

vivências e experiências.

“Ser emocionalmente educado significa dar conta das próprias emoções por estar familiarizado com elas. Na Educação Emocional, aprendemos quando, onde e como expressar os próprios sentimentos, e de que maneira eles influenciam outras pessoas, assumindo a responsabilidade pelas consequências desses sentimentos” (REGO e ROCHA, 2009).

Para lidar com a emoção é necessário conhecer suas causas,

intensidade e consequências, sem esquecer das emoções alheias.

Sugestão de leitura:

REGO, Claudia Carla de Azevedo Brunelli; ROCHA, Nívea Maria Fraga.

Avaliando a educação emocional: subsídios para um repensar da sala de

aula. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro , v.17, n.62, mar. 2009.

Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

40362009000100007&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 18 nov. 2013.

PASSARELI, Paola Moura; SILVA, José Aparecido da. Psicologia positiva e

o estudo do bem-estar subjetivo. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v.

24, n.4, dez. 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S0103-166X2007000400010&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 03

dez. 2013.

COBERO, Cláudia; PRIMI, Ricardo; MUNIZ, Monalisa. Inteligência

emocional e desempenho no trabalho: um estudo com MSCEIT, BPR-5 e

16PF. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v.16, n.35, dez. 2006.

Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

863X20060003 00005&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 04 dez. 2013.

JAEGGI, Rahel. Reconhecimento e subjugação: da relação entre teorias

positivas e negativas da intersubjetividade. Sociologias, Porto Alegre,

v.15, n.33, ago. 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=

sci_arttext&pid=S1517-45222013000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em:

04 dez. 2013.

LEITAO, Sergio Proença; FORTUNATO, Graziela; FREITAS, Angilberto

Sabino de. Relacionamentos interpessoais e emoções nas organizações:

uma visão biológica. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v.40, n.5, out. 2006.

Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

76122006000500007&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 04 dez. 2013.

Conteúdo 5 – Valor Humano

Objetivo:

o Reconhecer seus próprios valores.

o Reconhecer os valores dos outros.

o Ampliar o conhecimento de si.

o Identificar seus valores de vida e refletir sobre os mesmos.

O que é:

Segundo o dicionário Aurélio online, “valor” é definido como qualidade de

valentia; bravura; coragem; merecimento, mérito: ação de muito valor; e a palavra

“humano” é definido como relativo ao homem; o corpo humano; a espécie humana

que pode ainda ser sensível à piedade, compassivo: mostrar-se humano com seus

semelhantes.

É comum termos acesso a notícias por rádio, jornal escrito, TV ou através de

pessoas sobre assuntos, fatos e situações que nos deixam perplexos, e muitas

vezes nos perguntando: Onde vamos parar? A que ponto chegamos? Que mundo é

este? E muitos outros questionamentos que nos inquietam.

Os comportamentos, pensamentos, condutas e valores emitidos por uma

pessoa refletem tanto a historia individual como a historia cultural daquela pessoa. A

valorização e o respeito pelo outro estão registrados desde a antiguidade, como por

exemplo nos Mandamentos Divinos. Os 10 mandamentos defendem

comportamentos que protegem a sociedade. Ao enfatizar que não devemos matar o

outro, ou não devemos cobiçar a mulher do próximo, os 10 mandamentos

estabelecem regras que organizam as relações entre as pessoas daquela

determinada cultura. Houve tempo em que o matar para defender a honra era um

comportamento aceito, porém hoje a tendência é fazer isso através da justiça (Lei);

sociedades e tempos em que as pessoas eram divididas em diferentes classes ou

castas, passavam a noção de certa normalidade para comportamentos que hoje são

abominados, como por exemplo a escravidão. Se as pessoas não eram

consideradas iguais entre si, fato que acontecia desde a Grécia antiga e que

atualmente no nosso país é crime, comportamentos como tratamento diferenciado,

fazendo de alguns os que seriam servidos e de outros os serviçais, era aceito.

É necessário compreender que os valores estão relacionados ao momento

histórico no qual o indivíduo esta inserido. Atualmente almejamos uma sociedade

pautada em valores como justiça social, igualdade, solidariedade, com respeito a

diferenças entre as pessoas, entre outros. O Ministério da Educação através do

Programa Ética e Cidadania construindo valores na escola e na sociedade coloca

que:

“Esses valores são basais na Declaração Universal dos Direitos Humanos, fruto de um pacto consolidado em 1948 no âmbito da Organização das Nações Unidas e hoje assumidos pelos países democráticos como uma referência de ética e de valores socialmente desejáveis. Em seus trinta artigos, os princípios presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) situam-se na confluência democrática entre os direitos e liberdades individuais e os deveres para com a comunidade em que se vive” (Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2007).

Dada a importância dos valores para as relações que se estabelecem na

sociedade, considerando também o potencial dos mesmos para a prevenção de

comportamentos no futuro, é significativo que no contexto escolar possamos fazer

reflexões e discussões sobre valores, a sua importância no convívio social e nas

relações com o mundo.

Sugestão para trabalhar o conteúdo – 5:

Atividade:

Sugere-se, para introduzir esta temática, uma dinâmica denominada

“Escada”. O coordenador solicita aos participantes que caminhem pela sala e

pensem sobre “O que é mais importante na própria vida?”; em seguida pede que

cada um pegue uma folha de papel e um pincel atômico, divida a folha em três

partes, no sentido do comprimento, e escreva em cada parte uma palavra que

corresponda a um valor da sua vida (do participante).

Enquanto isso, o coordenador marcará no chão da sala, com fita-crepe, três

degraus de uma escada. Depois deverá certificar-se de que todos terminaram de

escrever. Pede então, que cada um vá até os degraus (sinalizados com a fita crepe

no chão) e coloque uma tira com a palavra escrita em cada degrau, em ordem

decrescente de importância.

Quando todos colocaram de forma hierárquica os valores de sua escolha, o

coordenador incita um debate pedindo que os participantes tentem responder as

questões a seguir: Foi difícil detectar os principais valores? Que valores mais

apareceram? Por quê? Por que alguns valores apareceram em escalas diferentes?

Durante a nossa vida este valores se alteram? Foi possível perceber que os valores

podem ser diferentes para cada pessoa? Percebeu como é importante cuidar com o

que fala e faz para não magoar as pessoas?

Atividade:

Assistir ao documentário “Ilha das flores” de Jorge Furtado.

Este documentário foi produzido em 1989 e mostra a trajetória de um

simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta mostra o processo de

geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. Seres

humanos que, numa escala de prioridade estão depois dos porcos. Mulheres e

crianças que num tempo de cinco minutos garantem na sobra dos porcos sua

alimentação diária.

Debater com o grande grupo sobre os valores abordados durante o filme.

Atividade:

Fazer a leitura da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e

refletir e debater cada um dos artigos à luz dos direitos e liberdades individuais e os

deveres para com a comunidade em que se vive.

Para saber mais

Os valores humanos são fundamentos morais e espirituais da

consciência humana, estão presentes no dia a dia das ações praticadas por

todos.

“A causa dos conflitos que afligem a humanidade está na negação dos valores como suporte e inspiração para o desenvolvimento integral do potencial individual e consequentemente do potencial social. Não é possível encontrar o propósito da vida sem esses valores que estão registrados em nosso ser profundo, ainda que adormecidos na mente e latentes na consciência” (CARVALHO, 2009).

Sugestão de leitura:

CARVALHO, Luiz Edgar de. Há maneiras de ler que são maneira de ser.

Programa de Educação em Valores Humanos. Textos extraídos e compilados

do livro de Marilu Martinelli. Editora Fundação Peirópolis. Lumensana

Publicações Eletrônicas. Março, 2009. Disponível em: <http://pt.scribd.com

/doc/97559605/13618955-Programa-de-Educacao-Em-Valores-Humanos>.

Acessado em: 19 nov. 2013.

GARCIA, Joe; TRINDADE, Rui (Org.). Ética e Educação: Questões e

Reflexões. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Ética e cidadania: construindo valores na

escola e na sociedade / Secretaria de Educação Básica, Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação. – Brasília: Secretaria de Educação Básica,

2007. 84p. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/

materiais/0000015509.pdf>. Acessado em: 05 dez. 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa Ética e Cidadania: construindo

valores na escola e na sociedade: relações étnico-raciais e de gênero /

organização FAFE – Fundação de Apoio à Faculdade de Educação (USP),

equipe de elaboração Ulisses F. Araújo... [et al.]. – Brasília: Secretaria de

Educação Básica, 2007. 4v. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Etica/1_rel_etica.pdf>. Acessado

em: 05 dez. 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa Ética e Cidadania: construindo

valores na escola e na sociedade: inclusão e exclusão social /organização

FAFE – Fundação de Apoio à Faculdade de Educação (USP), equipe de

elaboração Ulisses F. Araújo... [et al.]. –Brasília: Secretaria de Educação

Básica, 2007. 4v. Disponível em:

<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015519.pdf>.

Acessado em: 05 dez. 2013.

Conteúdo 6 – Amizade

Objetivo:

o Elaborar o conceito de amizade.

o Identificar o que seria o amigo ideal.

o Discutir as características para classificar alguém como amigo.

o Elaborar o conceito de inimigo.

o Perceber que assim como todos nós temos qualidades e defeitos, os amigos

terão qualidades e defeitos.

o Analisar a influência de uma pessoa sobre as outras, considerando quando esta

pessoa é um amigo.

O que é:

Segundo o dicionário Aurélio online, amizade é definida como afeição,

estima, dedicação recíproca entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente:

laços de amizade.

Vários autores descrevem o mundo contemporâneo como uma época

marcada por um forte individualismo em nosso convívio social, predominando um

enfraquecimento de interesses comuns. Estamos em uma sociedade de consumo,

na qual as preocupações e motivações estão voltadas para os interesses privados,

gerando a decadência do engajamento político e dos interesses coletivos.

Os vínculos de amizade são escolhas, eleições éticas singulares, nestas

relações não se está imerso em um mar de condescendências e agrados

incondicionais. Pois,

"no amigo, não devemos procurar uma adesão incondicional, mas uma incitação, um desafio para nos transformarmos. Tratar-se-ia de sermos capazes de viver uma amizade cheia de contradições e tensões, que permitisse um determinado agonismo e que não pretendesse anular as diferenças" (Ortega, 2000, p.80, apud LOPONTE, 2009).

De acordo com Loponte (2009) as relações de amizade não são apenas um

espaço político, mas um espaço ético-estético, de invenção, criação,

experimentação, é uma vontade de extrapolar as relações burocráticas e sem

vínculos a que muitas vezes se reduzem os espaços escolares.

Sugestão para trabalhar o conteúdo - 6:

Atividade:

Para introduzir a temática para o grupo, o coordenador poderia, junto com os

participantes, confeccionar três cartazes com desenho ou figura de um boneco. Para

cada cartaz atribui-se um título: o boneco Amigo Ideal, o boneco Inimigo e o boneco

Amigo Real.

O coordenador solicita ao grupo que escreva no cartaz Amigo Ideal as

características que eles acreditam que um amigo tenha. Ele deve incentivar o grupo

para que coloque o maior número de características possíveis. O mesmo

procedimento deve ser adotado para o cartaz com o boneco Inimigo, porém neste

momento os participantes devem escrever características de um inimigo; e para

cartaz com o boneco Amigo Real escrever características de um amigo real.

Após terminar de escrever as características (em torno de 10 ou 15

minutos), o coordenador sugere retornar ao grande grupo, para que cada subgrupo

possa relatar os seus resultados. Ao término do relato o coordenador promove um

debate sobre as características que foram selecionadas pelos subgrupos.

Esta atividade serve para perceber que características são mais valorizadas,

compreender que o Amigo Real tem defeitos e qualidades e a importância do

respeito pelas diferenças individuais.

Para saber mais

Ao interagir com outras pessoas ao longo da vida independente de

origem, classe social, grau de escolaridade ou qualquer outro fator, a amizade

poderá estar presente. A amizade pode ter origem no instinto de

sobrevivência, pois o ser humano tem a necessidade de proteger e sentir-se

protegido. Com amigos partilhamos sentimentos, emoções, alegrias e

tristezas, conquistas e derrotas, rimos, choramos, dividimos nossos dias.

“[...] criar e manter uma amizade envolve reciprocidade, o que implica

em aprendizagens relacionadas ao desenvolvimento social” (Engelmann e

Prust, 2010, p. 96). A escola é campo fértil para desenvolver habilidades não

apenas em alunos, mas em toda comunidade escolar, que possam favorecer

esta experiência humana – a amizade contribuindo para o desenvolvimento de

uma sociedade mais solidária.

Segundo Engelmann e Prust (2010) não podemos esquecer que a

amizade não está isenta de conflitos, nem implica na aceitação total do outro.

Sugestão de leitura:

ENGELMANN, Andressa Salles; PRUST, Laisa Weber. Amizade. In GOMIDE,

Paula Inez Cunha (Org.). Comportamento Moral: uma proposta para o

desenvolvimento das virtudes. Curitiba: Editora Juruá, 2010.

GOMES, Lívia Godinho Nery; SILVA JUNIOR, Nelson da. Semânticas da

amizade e suas implicações políticas. Psicol. USP, São Paulo , v. 16, n. 3,

set. 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&p

id=S0103-65642005000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=en>. Acessado em: 20

nov. 2013.

GOMES, Lívia Godinho Nery; SILVA JUNIOR, Nelson da. Sobre a amizade

em tempos de solidão. Psicol. Soc., Porto Alegre , v. 19, n. 2, ago. 2007 .

Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

71822007000200008&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 20 nov. 2013.

LOPONTE, Luciana Gruppelli. Amizades: o doce sabor dos outros na

docência. Cad. Pesqui., São Paulo , v. 39, n. 138, dez. 2009 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01001574200900

300012&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 20 nov. 2013.

SOUZA, Luciana Karine de; HUTZ, Claudio Simon. Relacionamentos

pessoais e sociais: amizade em adultos. Psicol. estud., Maringá , v. 13, n. 2,

jun. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext

&pid=S1413-73722008000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acessado em:

20 nov. 2013.

STENGEL, Márcia. Discursos de pais e mães sobre a amizade em famílias

com filhos adolescentes. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto , v. 21, n.

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nov. 2013.

Orientações / Recomendações ao Professor

Este material poderá ser utilizado pela equipe de direção e equipe

pedagógica dos estabelecimentos de ensino para que haja uma sensibilização e

melhor entrosamento entre os funcionários, abordando o tema Agente Educacional I

– Atitudes e habilidades para uma melhor convivência no trabalho. Os conteúdos

poderão ser trabalhados através de reflexões, debates, atividades práticas, vídeos e

dinâmicas de grupo, fornecendo ferramentas para melhor exercer seu papel e suas

relações no ambiente de trabalho.

Avaliação

Ao final de casa encontro será proporcionado um momento para que todos

os participantes possam refletir e discutir com base no que está em prática e que

pode ser melhorado, para que tenham um ambiente de trabalho saudável, agradável

e produtivo.

Referências

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das virtudes. Curitiba: Editora Juruá, 2010.

Linha de Estudo: O trabalho pedagógico e a articulação com os segmentos de

gestão da escola e as instâncias colegiadas.

Título: Agente Educacional I - Atitudes e habilidades para uma melhor convivência

no trabalho

Resumo: Esta produção Didática decorre da necessidade, constatada no contexto

escolar, que o Agente Educacional I, por ser um educador no sentido amplo da

palavra, lide de forma apropriada com o público com o qual se relaciona. As diversas

funções desempenhadas por tal categoria profissional demandam manejo

apropriado das relações humanas no trabalho. Assim, a produção que será descrita

tem como objetivos: propor temas que permitam desenvolver e aprimorar algumas

atitudes e habilidades que visem melhor convivência entre as pessoas que

compõem o ambiente escolar; disponibilizar ao Agente Educacional I formação

continuada necessária para a compreensão e intervenção no ambiente escolar;

estimular a participação ativa do Agente Educacional I na função social da escola.

Esta Unidade Didática fundamenta a Intervenção Pedagógica direcionada aos

Agentes Educacionais I. Os assuntos previstos para serem trabalhados são:

relacionamento interpessoal; empatia na escola e na vida; autoconhecimento; lidar

com os sentimentos e as emoções e valor humano. Considerando que a Semana de

Capacitação Pedagógica faz parte do calendário escolar e prevê espaço para

formação continuada dos profissionais que atuam na escola, é o momento onde se

pretende iniciar a aplicação deste material, além de criar outros espaços de

discussão dos assuntos elencados durante o ano.

Palavra-Chave: Agente educacional; Relações humanas; Formação do educador