os desafios da escola pÚblica paranaense na … · antecede a industrialização, embora se possa...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
ESTUDO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO A PARTIR DOS FLUXOS
MIGRATÓRIOS NO NORTE DO PARANÁ
Rosemeire Coiado1
Eloiza Cristiane Torres2
RESUMO
As migrações para o norte do Paraná e principalmente para Londrina deram-se na década de 1930.Um dos motivos de atração de pessoas de outras cidades e até de outros estados foi a Companhiade Terras Norte do Paraná. A partir do acesso a essas informações os alunos criam condições para oreconhecer-se como um sujeito que tem história, bem como a sua participação e organização noespaço. Assim, esse artigo tem por objetivo a análise do espaço geográfico a partir dos fluxosmigratórios no norte do Paraná, sendo resgatado o histórico da imigração, verificando-se quaismotivos levam a migração; identificando se o lugar é por si só um referencial identitário; e por fim,trabalhando a compreensão de conceitos que diferenciem o conceito de lugar e localização. O temafoi trabalhado com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, pesquisando o local de onde vierammuitos de seus familiares, sendo estimulados o debate, a análise de textos, fotos, mapas econstrução de um mural contribuindo na construção da identidade desses alunos, a partir do Projetode Intervenção PDE aplicado no último semestre. Conclui-se que saber de onde vem e porque seestá em determinado lugar e compreender a influência desse lugar na própria vida, assim como desua vida sobre esse lugar é o básico para tomadas de decisões futuras em escala local e global.Assim, percebe-se que Projetos como o PDE devem ser estimulados em todas as regiões do país,pois a troca de experiências são verdadeiramente enriquecedoras.
Palavras-chave: Geografia, Migrações, Identidade, Organização Espacial, Mural.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é o de possibilitar aos alunos que se redescubram
como indivíduos, futuros cidadãos, cientes de sua história, de sua participação
contínua e constante na sociedade em que vivem, com base nas informações
adquiridas a partir das aulas de Geografia, por considerá-la a base do auto-
conhecimento do ser humano percebendo a partir de então qual a influência da
migração em suas vidas; se o lugar em que nasceu pode influenciar sua conduta
social; e por fim, se o estudo do lugar em geografia pode contribuir para a
compreensão sobre si mesmo enquanto indivíduo.
O presente estudo teve como foco os alunos do 9º ano do Ensino
Fundamental, do Colégio Estadual Dr. Gabriel Carneiro Martins de Londrina-PR.
Buscou-se estimular o debate, proporcionar aos alunos aulas expositivas,
trabalho de campo e a elaboração e exposição de painéis, visando contribuir para a
formação de uma eficaz interpretação do espaço geográfico local.
1 Professora PDE2 Orientadora PDE
Para tanto seguiu os seguintes encaminhamentos, a partir de um Projeto que
faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional 2014 oferecido pelo
Governo do Estado do Governo do Estado do Paraná, no qual: realizou-se estudos
de campo com entrevistas com pioneiros da cidade, levantou-se fotos, registros na
administração pública (museu, etc.); analise de textos, fotos, mapas para compor o
material didático; registrou-se através de textos e imagens as observações; e, por
fim, foi montado um mural com o resultado da intervenção para disponibilizar para os
demais alunos do colégio.
1 REFERÊNCIAL TEÓRICO
Diante da experiência vivenciada em todos esses anos de trabalho, pode-se
afirmar que “o estudo da Geografia possibilita que o aluno faça leitura do mundo,
incorporando o estudo do território como fundamental em um determinado tempo e
espaço” (CALLAI, 2003, p. 77).
Nesse sentido, pode-se argumentar que:
A identidade dos grupos humanos está ligada aos lugares que organiza, porisso, na maioria das vezes, no processo de conhecimento das pessoas,tenta-se identificar – onde: nasceu, viveu, estudou, trabalhou, realizou suasatividades de lazer, entre outros. Estes dados acabam por nos auxiliar aconstruir uma espécie de mosaico sobre a nossa própria identidade e,consequentemente, a do outro (KATUTA, 2009, p. 14).
O ensino da Geografia, ao lado de outras disciplinas, contribui para a
formação da cidadania, procura estabelecer a compreensão, os limites e as
potencialidades da ciência e da contribuição da tecnologia, que, através do serviço
das redes, auxilia na leitura da lógica da construção do espaço (TOMITA, 2012, p.
41).
Segundo Silva e Asari (2012, p. 101) “o ensino da Geografia traz diversas
possibilidades de se estudar as diferentes realidades, nos mais diversos locais e em
várias escalas”.
Frente ao exposto, “a geografia que o aluno estuda deve permitir que ele se
perceba como resultados da vida e do trabalho dos homens e estão inseridos num
processo de desenvolvimento” (CALLAI, 2003, p. 57). Assim, pode-se afirmar que:
Ao demonstrar que a Geografia faz parte do cotidiano do aluno, oconhecimento geográfico dar-se- á de forma prazerosa e dinâmica. AGeografia está no cotidiano; por isso, mesmo de forma inconsciente: ir aotrabalho ou a escola, mapeando mentalmente o caminho; fazer compras nafeira livre ou supermercado e olhar o rotulo sobre a origem dos produtos;assistir a um telejornal, observando os mapas apresentados nasreportagens ou na previsão do tempo; torcer pelo time preferido na televisãoou no estádio (TOMITA, 2012, p. 46).
Então, “o estudo da Geografia insere-se neste âmbito, na perspectiva de dar
conta de como fazer a leitura do mundo, incorporando o estudo do território como
fundamental para que possa entender as relações que ocorrem entre os homens,
estruturadas em um determinado tempo e espaço” (CALLAI, 2003, p. 77).
No Paraná, existe um documento balizador dos currículos para as disciplinas
ministradas nas escolas estaduais: são as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE’s),
emitidas pela Secretaria de Estado da Educação (SEED). Neste documento:
O conceito adotado para o objeto de estudo da Geografia é o espaçogeográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pelasociedade [...], composto pela inter-relação entre sistemas de objetos –naturais, culturais e técnicos – e sistemas de ações – relações sociais,culturais, políticas e econômicas [...] (PARANA, 2009, p, 51 apud SILVA;ASARI, 2012, p. 116).
Como se percebe, “as DCE’s trazem a importância da identidade que o
aluno possui com o lugar, apontando as particularidades que são influenciadas por
ela. O documento estadual aponta a existência de uma facilidade na compreensão
dos conteúdos através do reforço e atenção as identidades” (SILVA; ASARI, 2012, p.
117).
Pertinente ao que se está discutindo, o estudo do município, por exemplo,
permite que o aluno perceba a organização do espaço, a influência e interferência
dos segmentos da sociedade, dos interesses políticos e econômicos ali existentes e
de decisões externas ao município, em confronto com interesses locais da
população (CALLAI, 2003). Compreender a geografia do lugar em que se vive
significa, então:
Conhecer e aprender que as paisagens são distintas e que podemosencontrar construções de concepções arquitetônicas diferentes em umamesma rua; significa compreender também os fluxos de pessoas emercadorias, as áreas de lazer, as áreas industriais e comerciais ereconhecer as áreas rurais e urbanas dos diferentes lugares. O que vaidiferenciar a compreensão dos temas ou conceitos é a maneira como seestuda em sala de aula a organização dos arranjos do espaço geográfico(CASTELLAR; VILLHENA, 2010, p. 17).
Nada mais é do que estudar o local no qual o aluno vive, o qual tem, pelo
menos, duas vantagens: ele tem condições de reconhecer-se como cidadão em uma
realidade que é a da sua vida concreta, apropriando-se das informações e ainda,
compreendendo como se dão as relações sociais e a construção do espaço.
Dentro desse contexto, percebe-se que “o lugar não se explica por si mesmo,
ou melhor, os fenômenos que acontecem, as relações entre os homens, o processo
de organização do espaço local não tem as explicações a partir do próprio local
apenas”. Sendo assim, “é importante e necessário estabelecer ligações, buscar as
explicações em nível regional, nacional e internacional, inclusive” (CALLAI, 2003, p.
78). E ainda, a formação do cidadão é uma preocupação de toda a sociedade. Com
isso,
Formar o cidadão significa dar condições ao indivíduo de reconhecer-secomo um sujeito que tem uma história, que tem um conhecimento prévio domundo e que é capaz de construir o seu conhecimento [...] isso tem que serfeito de modo que ele se sinta parte integrante daquilo que ele estáestudando. Que o que ele está estudando seja a sua realidade concreta,vivida cotidianamente, e não coisas distantes e abstratas (CALLAI, 2003, p.78).
Assim, “é importante o aluno saber, exemplificativamente, que a colonização
se deu de forma rápida e desordenada no Norte Velho-Pioneiro”. Segundo Alcântara
(1987 apud TORRES, 2003, p. 199):
O movimento colonizador foi, também, financiado por capital estrangeiro,sendo destaque o capital japonês com as empresas “Brazil TokoshokuKaisha” conhecida por Bratac e a “Nambei Tochikabushirikai Sha”, ambassurgindo em 1931 dando origem às cidades de Assai e Uraí (baseeconômica no algodão). Outro capital que merece ressalto é o inglês, nafigura da “Companhia de Melhoramentos do Norte do Paraná” (CMNP), emais tarde com a Companhia de Terras do Norte do Paraná (CTNP).
Quanto a urbanização desse Estado, pode-se adiantar que, “historicamente,
antecede a industrialização, embora se possa reconhecer que a passagem da
economia rural para outra de base industrial intensifique a urbanização. Assim, nos
anos 80, se assistiu a um autentico processo de metropolizacão no Paraná”
(OLIVEIRA, 2001, p. 11).
Esse mesmo autor ainda comenta que, “no Paraná, o início do processo de
industrialização coincide com a intensificação das políticas migratórias [...] na qual
os imigrantes ajudaram a compor o nascente mercado de trabalho urbano e
industrial” (OLIVEIRA, 2001, p. 24). Na década de 80, importante mencionar,
ocorreu uma subdivisão do Estado em vários municípios.
Torres (2003) aponta como isso se deu:
Para se ter uma noção desta evolução: a) na década de 40 o Paraná tinha55 municípios; b) na década de 50, devido a expansão do café, o número foipara 220 municípios; c) na década de 70 o crescimento não foi tão grande,ficando em 228 municípios, sendo 176 de pequenos municípios; d) nadécada de 80 o número vai para 299; e) na década de 90 temos umaumento de 299 para 367, destes, temos 237 municípios com até 20 000habitantes (BERNARDINO, 1999 apud TORRES, 2003, p. 126).
O mapa a seguir mostra as regiões mencionadas:
Figura 1 – Estado do Paraná – Mesorregiões
Fonte: http://www.baixarmapas.com.br/mapa-do-parana-mesorregioes/
Atualmente, o recorte geográfico da Região Metropolitana de Londrina, foco
deste estudo, conta com uma área de 4.286 km2, pode ser apreciado na figura a
seguir. A RML está situada no Norte do Estado do Paraná, sendo composta pelos
municípios em destaque (amarelos) (POLIDORO; TAKEDA; BARROS, 2009, p. 71).
Figura 2 – Região Metropolitana de Londrina e municípios participantes
Fonte: IBGE (apud POLIDORO; TAKEDA; BARROS, 2009, p. 71)
A tabela a seguir mostra a evolução da população residente no Município de
Londrina (1950-2010).
Tabela 1 – Evolução da população residente no Município de Londrina (1950-2010)
ANOUrbana Rural
Totaln.o % n.o %1950 34.320 47.93 37.182 52.07 71.4121960 77.382 57.40 57.439 42.60 134.8211970 165.528 71.69 64.573 28.31 228.1011980 266.940 88.48 34.771 11.52 307.7111991 366.676 94.00 23.424 6.00 390.1001996 396.121 96.02 16.432 3.98 412.5532000 433.369 96.93 13.696 3.07 447.0652010 493.520 97.39 13.181 2.69 506.701
Fonte: IBGE (2010)
Dentro do contexto estudado, pode-se concluir que “as migrações são um
mecanismo de ajuste destinado a eliminar os desequilíbrios entre as regiões ou os
setores econômicos em que haja excedentes de mão-de-obra e aqueles em que
haja falta. São fluxos entre áreas” (RUA, 2003, p. 101).
Ao estudar as migrações, professores e estudiosos da área já internalizaram
o discurso histórico as suas análises (RUA, 2003).
Nesse sentido:
O aluno vai conhecer a organização do espaço geográfico não apenascomo um lugar em que se encontram os objetos técnicos, transformados ounão, mas em que há também relações simbólicas e afetivas, que revelam astradições e os costumes, indo para alem das relações entre o ser humano ea natureza e, consequentemente, avaliando as intervenções humanas nomeio físico (CASTELLAR; VILLHENA, 2010, p. 15).
Quando as pessoas procuram outro lugar para viver que não seja aquele
onde nasceram, elas o fazem por vários motivos. Almeida e Rigolin (2010, p. 198)
explicam que:
Quando as razões são econômicas as pessoas buscam melhores condiçõesde vida, por isso as migrações acontecem de países pobres para paísesricos; quando são políticas e religiosas, as pessoas vão para outros países,fugindo de perseguições de ordem religiosa, política ou porque seu país deorigem está em guerra.
Assim, de acordo com Cunha (2005, p. 8), em termos de estudos migratórios,
seria importante levar em consideração o manuseio dos seguintes dados:
a) idade: um procedimento bastante aceitável para transformá-la em “idade
ao momento da migração” seria subtrair seu valor do “tempo de
residência no município” do indivíduo;
b) tipo de família: tendo como referencial o chefe da família, com a
“condição migratória” (origem do movimento e tempo de residência no
destino) deste e dos outros membros como forma de se obter pistas
aproximadas sobre a situação dessa família no momento da migração;
c) ciclo vital: tomando como um indicador aproximado dessa variável a
idade média do casal;
d) estado civil: o estado civil do chefe da família pode ser inferido a partir
da comparação entre a sua condição migratória e a de seu cônjuge;
e) educação: para a população mais adulta, esta variável estaria muito
menos afetada pelo tempo e pela mudança de residência, o que a torna
uma escolha interessante para os estudos migratórios que visem
conhecer o perfil do migrante na origem do movimento;
f) ocupação: essa variável pode ser afetada pela simples mudança de
quadro domiciliar (rural para urbano ou vice-versa) ou de contextos
socioeconômicos. Contudo, uma vez que a análise seja feita com cautela,
de forma a tomar em conta as áreas de origem dos migrantes (por
exemplo, se é urbano ou rural, se vem de uma área industrial ou agrícola,
se é originário de uma cidade pequena, média ou grande, etc.), podem
ser obtidas algumas indicações sobre a situação ocupacional anterior do
indivíduo.
Desse modo, “para a Geografia, as novas características do processo
migratório revestem-se de especial importância, pois delas resultam novos desenhos
espaciais” (RUA, 2003, p. 103).
2 INTERVENÇÃO PRÁTICA
Os alunos iniciaram as atividades respondendo à avaliação diagnóstica.
Figura – Avaliação diagnóstica inicial
53% 53% 9% 88% 47% 84% 72% 47% 75% 84% 87%0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Vem pra escola a pé Residem em 4 pessoasAvós moram junto Moram em Londrina há mais de 5 anosDescendência européia Natural de LondrinaConhecem a capital Curitiba Sabem que há bairros industriais em LondrinaSabem o que é fluxo migratório Sabem o que é êxodo ruralHá diferença entre emigrante e imigrante
Fonte: Projeto PDE 2014Org.: Rosemeire Coiado
Muitos deles ficaram em dúvida sobre os bairros industriais da cidade.
Tiveram duas aulas, em uma foram trabalhados os mapas do Brasil e do Paraná.
Depois de falar sobre as migrações nos Estados brasileiros e nos municípios
paranaenses foram distribuídas as avaliações.
Para maior embasamento teórico, foi utilizado o Livro Didático, Capítulo 6
para falar sobre a circulação de pessoas no mundo. Para complementar foi passado
um texto sobre os fluxos migratórios no Brasil e na sequência, foi feita uma pequena
apresentação sobre os conceitos geográficos – paisagem, natureza, região,
território, sociedade, lugar.
Em sala, foram trabalhados mapas sobre as migrações no Brasil (em grupos)
abordando os conceitos de êxodo rural, imigração e emigração.
Fonte: Projeto PDE 2014
Foto: Rosemeire Coiado, 2014
Os alunos formaram duplas e cada uma recebeu um Jornal de Londrina, na
época da CTPN.
Fonte: Projeto PDE 2014Org.: Rosemeire Coiado
Nos jornais tem várias notícias diferentes sobre a venda de lotes e a chegada
dos migrantes à Londrina-PR. Foi distribuído, também, um mapa do Paraná e foi
pedido aos alunos para localizarem as cidades do noroeste paranaense, norte
central e norte pioneiro. Assim, já localizam as principais cidades, inclusive Londrina.
Fonte: http://www.ub.edu/geocrit/-xcol/97.htm
Observar o mapa de Londrina a seguir e responder:1) Em qual parte do continente americano está situado o Brasil?2) Em qual região do Brasil está situado o Estado do Paraná?3) No Estado do Paraná, onde está situada a cidade de Londrina?4) Observe o mapa de Londrina a seguir e responda qual a região da cidade está situada a escola em
que você estuda.5) Observando ainda este mapa, onde está situado o Museu histórico de Londrina.
Fonte:
Projeto PDE 2014
Após entregarem os trabalhos sobre as mesorregiões do Paraná, foi passado
um resumo de cada notícia.
Fonte: Projeto PDE 2014
Foram elaboradas algumas questões sobre as cidades vizinhas de Londrina.
Também foi trabalhado um texto sobre o norte do Paraná. O vídeo a seguir é um
documentário sobre Londrina, abordando aspectos históricos, algumas curiosidades
e a beleza da "Pequena Londres", produzido em comemoração aos 78 anos da
cidade. O mesmo foi trabalhado com os alunos em forma de texto.
Noutra aula foi passado um vídeo “História de Londrina – Parte 1”, que
mostrou a chegada dos migrantes e como vivem em seus lotes. Fala também da
precariedade da vida naquela época, sem água nem luz elétrica (depoimento do
Sr.° Luiz Juliane).
Após assistirem ao vídeo responderam as questões com o auxílio da
professora que teve que voltar o vídeo nas partes que não entenderam.
Fonte: Projeto PDE 2014
Assista ao vídeo 2 a seguir e responda:
1) De onde veio a família pioneira relatada nesse vídeo?2) Como eram as casas e ruas nessa época?3) Qual a metragem máxima de terra vendida pela Cia de Terras
Norte do Paraná?4) Haviam água encanada e luz elétrica nessa época?
O objetivo dessa atividade foi permitir aos alunos que conhecessem como foi
o início da colonização em nosso município.
A professora teve que interferir para que se concentrassem na atividade e
evitassem conversa paralela.
Fonte: Projeto PDE 2014
Os alunos assistiram ao vídeo, participaram dos grupos e responderam as
atividades do vídeo 4: “Resgate – História de Londrina – parte 3”. O objetivo foi
mostrar como era a vida dos pioneiros do nosso município.
Fonte: Projeto PDE 2014
A Atividades sobre o vídeo 5: “Quatro estações evolução dos últimos 8
anos” apresentou vários pontos turísticos (Lago Igapó, Universidades, comércio, e
prestação de serviços) entre outros.
Fonte: Projeto PDE 2014
Os alunos realizaram uma visita ao Museu de Londrina.
Fonte: Projeto PDE 2014Foto: Rosemeire Coiado, 2014
Inicialmente eles entraram na locomotiva, depois chegou o monitor e a
professora de História da UEL, falando sobre os indígenas (que já se encontravam
na região, antes da chegada dos ingleses).
Logo após foram apresentados os objetos das estantes e as fotos dos
primeiros colonizadores da cidade.
Em cada estante havia um modelo da época, o comércio, os utensílios
domésticos, o fogão a lenha, as bonecas, as roupas dos padres, a alfaiataria, o
escritório da Cia de Terras, a produção do café, a exportação, o esporte do primeiro
diretor da Cia de Terras e as roupas que ele usava.
Os alunos fotografaram tudo e alguns questionaram alguns pontos com o
monitor sobre a vinda dos migrantes. Eles participaram bem da visita, prestaram
atenção, só no final começaram a conversar um pouco. Falaram também sobre o
marco zero.
Ao final, o monitor explicou que a locomotiva tem dois vagões, um da
administração, com uma cozinha, banheiros e até um cofre. No outro vagão iam os
passageiros. Em sala, responderam algumas questões sobre a visita ao museu.
Fonte: Projeto PDE 2014
Com as fotos sobre o município e material resultado das outras atividades,
cada grupo de alunos ajudou na montagem do Mural.
Fonte: Projeto PDE 2014
Foto: Rosemeire Coiado, 2014
Fonte: Projeto PDE 2014Foto: Rosemeire Coiado, 2014
A experiência foi bastante prazerosa para todos os participantes,
principalmente por poderem observar os demais alunos e professores
compartilhando as informações selecionadas por eles no Mural.
Para encerrar as atividades do projeto, os alunos responderam algumas
questões sobre as migrações no município de Londrina-PR, a partir dos resultados
obtidos com o desenvolvimento do projeto, onde eles conheceram melhor seu
espaço de vivência.
Fonte: Projeto PDE 2014
As respostas levantadas nesta avaliação mostram que os alunos assimilaram
o conteúdo trabalhado nas atividades trabalhadas dentro e fora da sala de aula,
olhando de modo crítico suas origens, o meio em que vivem, e as pessoas e
acontecimentos que os cercam.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Falar sobre fluxos migratórios deixou de ser um simples tema na aula de
Geografia para os alunos envolvidos nesse estudo, pois puderam vivenciar teoria e
prática na atividade proposta nesse semestre a partir do Projeto PDE, desenvolvido
pelo Governo do Estado do Paraná.
A disciplina de Geografia passou a ser vista com outros, pois puderam ver a
amplitude de conhecimentos que essa disciplina é capaz de oferecer.
Se reconhecer como cidadãos, como Londrinenses, fazendo parte de uma
sociedade e, principalmente entendendo onde e porque estão inseridos nessa
sociedade foi o ponto central dessa experiência.
Saber de onde vem e porque se está em determinado lugar e compreender a
influência desse lugar na própria vida, assim como de sua vida sobre esse lugar é o
básico para tomadas de decisões futuras em escala local e global.
A experiência como um todo tornou a relação aluno-professor mais estreita,
possibilitando maior acesso as dúvidas e dificuldades enfrentadas pelo aluno fora da
sala de aula, influenciando o professor no contexto da escola em suas ações
pedagógicas.
Assim, percebe-se que Projetos como o PDE devem ser estimulados em
todas as regiões do país, pois a troca de experiências são verdadeiramente
enriquecedoras para todos os envolvidos, servindo, inclusive, de parâmetro para as
atividades realizadas nas demais turmas, nos próximos anos.
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