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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA – PDE/2014

Título: Um caminho estratégico para a Resolução de problemas na sala de aula para

alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental

Autora: Meryellen Roberta Ferreira

Disciplina/Área: Matemática

Escola de Implementação do Projeto

e sua Localização

Escola Estadual “Professora Maria Aparecida

Chuery Salcedo” – Ensino Fundamental e

Médio

Município da Escola Siqueira Campos

Núcleo Regional de Educação Ibaiti

Orientador Jonis Jecks Nervis

Instituição de Ensino Superior UENP

Resumo

A referida Unidade Didática a ser implementada em uma turma de 6º Ano do Ensino Fundamental tem como objetivo contribuir com o processo de ensino de forma mais dinâmica. Prioriza desenvolver estratégias variadas de resolução de problemas matemáticos em sala de aula, enfatizando situações do cotidiano. Em sala de aula, a professora busca possibilitar aos alunos, a compreensão e aplicação das quatro operações básica de forma significativa e reflexiva, através de atividades práticas, desafiando o aluno a buscar diversas soluções. Dessa maneira, o aluno será estimulado a utilizar conhecimentos já adquiridos em novos conceitos matemáticos.

Palavras-chave Resolução de problemas, Ensino-

Aprendizagem, Compreensão.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

MERYELLEN ROBERTA FERREIRA

PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA NA ESCOLA

PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Material didático da disciplina de Matemática, apresentado ao Núcleo Regional de Educação de Ibaiti, como requisito do PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional.

Orientador Prof. Jonis Jecks Nervis

Jacarezinho

2014

1 APRESENTAÇÃO

A presente produção didático pedagógica tem como intuito

proporcionar caminhos facilitadores para minimizar as dificuldades dos alunos no

processo de ensino-aprendizagem encontrados principalmente na Resolução de

Problemas.

Portanto, é essencial a figura do professor como mediador em sala de

aula, onde este busca através de atividades criativas e estimuladoras assegurando

condições específicas para uma melhor compreensão do aluno sobre os conteúdos

relacionados a solução de problemas.

Frente a questão da dificuldade na resolução de problemas, percebe-

se que alguns alunos trazem uma defasagem de conteúdos matemáticos desde

séries anteriores. Porém, é necessária a utilização de estratégias bem elaboradas

que cativem os alunos ao interesse pelo assunto. É partindo do conhecimento de

narrativas do dia-a-dia inseridas em atividades de classe que leva o aluno a

constituir uma compreensão mais agradável e favorecedora para sua aprendizagem.

Para tanto, o professor de sala de aula tem que possuir conhecimento e estar

preparado para trabalhar diversificadamente a resolução de problemas, inserindo

estratégias motivadoras e eficazes para solucionar as mais variadas situações e

alcançar o sucesso.

2 MATERIAL DIDÁTICO

2.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A educação apresenta em seu trabalho pedagógico a importância de

um planejamento, que de ser essencial para a aprendizagem. A escola é o lugar

onde procura por em prática as atividades no tempo disponível, seleciona

conteúdos, técnicas, estratégias e propicia novos progressos no desenvolvimento do

indivíduo, concebendo a busca do conhecimento.

Frente à concepção sócio-cultural, o indivíduo se constitui sujeito na

medida em que toma consciência de sua história e se apropria da realidade, atuando

como agente transformador da realidade onde vive.

Para Serra (2005, p. 37), “A educação assume um caráter amplo e

não se restringe às situações formais de aprendizagem, pois a educação é um ato

político”.

É preciso entender a questão da dificuldade na resolução de

problemas, pois alguns alunos trazem consigo uma defasagem nos conteúdos

matemáticos desde as séries iniciais, portanto esta não se deve transportar somente

para o aluno a responsabilidade pelo seu fracasso, bem como no professor ou no

método de ensino. Mas, sim num processo que se arrasta durante anos na vida do

aluno, e, contudo para alguns teóricos a aprendizagem para alguns alunos pode ser

um pouco mais lenta.

A maioria dos casos comprovados de dificuldade nas atividades

classificadas como resolução de problemas se encontra na alfabetização dos alunos.

Surgem, assim, algumas questões para o trabalho do professor.

Os conhecimentos acontecem nas narrativas do dia-a-dia,

constituindo os alunos o centro de muitas aprendizagens e situações que são

necessários o distanciar da realidade cotidiana, levando a minimizar as tensões e os

problemas.

Segundo, Borba (2005):

Existem inúmeras possibilidades de incorporar a ludicidade na

aprendizagem”. Porém, para que uma atividade seja lúdica é importante

que permita a fruição, a decisão, a escolha, as descobertas, as perguntas e

as soluções por parte das crianças . Do contrário, será compreendida

apenas como exercício.” (BORBA, 2005, p. 43).

Para o processo de alfabetização, percebe-se que a inserção, por

exemplo, de trava-linguas, jogos de rima, jogos de memória, palavras cruzadas e

outras atividades diversificadas, constituem formas interessantes de aprender.

Ao ensinar matemática, professor deve levar em conta que se faz

necessário tornar as aulas de matemática mais interessantes e desafiadoras fará

com que os alunos se envolvam nas aplicações da matemática.

Uma aula de Matemática onde os alunos, incentivados e orientados pelo

professor, trabalhem de modo ativo – individualmente ou em pequenos

grupos – na aventura de buscar a solução de um problema que os desafia é

mais dinâmica e motivadora do que a que segue o clássico esquema de

explicar e repetir. O real prazer de estudar Matemática está na satisfação

que surge quando o aluno, por si só, resolve um problema. Quanto mais

difícil, maior a satisfação em resolvê-lo. Um bom problema suscita a

curiosidade e desencadeia no aluno um comportamento de pesquisa,

diminuindo sua passividade e conformismo. (DANTE, 2007, p. 13-14).

Os professores que participam de cursos recentemente revelam a

dificuldade na disciplina de Matemática; onde este ensino está preso ao

planejamento, a teoria e a prática pedagógica muitas vezes não correspondem ao

sucesso no ensino, pois com a inserção de muitos conteúdos diferenciados e com a

obrigatoriedade do cumprimento não permitem que o aluno pense e caminhe por si

só.

Existem diversas opiniões de professores, alguns alegam que a

falha na aprendizagem encontra-se no processo inicial, assim o aluno carrega essa

defasagem por toda vida escolar. Outros afirmam que a aplicação da matemática é

de baixa qualidade, pouco aperfeiçoamento nas técnicas.

Encontramos também reclamações sobre a desmotivação dos

alunos, reprovação, a dificuldade de decorar a tabuada, os quais justificam pela

obrigatoriedade de frequentar a escola.

Nos depoimentos percebe-se a falta de um trabalho com a

Matemática que leve em conta o interesse e a criatividade.

Uma das maneiras possíveis de se criar condições na aula de matemática

para que a criatividade emerja e se desenvolva é por meio da formulação e

da resolução de problemas que exijam o pensamento produtivo do aluno.

Isso por si só não garante o desenvolvimento da criatividade, mas aumenta

a probabilidade de ela se manifestar. (DANTE, 2010, p. 22).

Os professores ressaltam alguns aspectos principais que ocorrem na

maioria das escolas, afetando negativamente o ensino-aprendizagem, a importância

do cumprimento rigoroso do planejamento, despreparo do professor com o material

concreto, reivindicam cursos que apresentam formas alternativas que ensinem a

ensinar Matemática.

Ao se apontar a participação no ensino da Matemática dá-se ênfase

na dificuldade de pensar dos alunos, muitos não gostam somente pelo fato de não

saberem a tabuada.

A atual estrutura e organização do ensino fundamental e médio, o

professor tem a preocupação centrada em atingir os conteúdos propostos no

planejamento, deixando em segundo plano o fato do aluno ter assimilado ou não os

conteúdos.

Por outro lado, para minimizar a crise no ensino de Matemática, os

professores sugerem que os conteúdos sejam baseados na vivencia e voltados para

a realidade.

O professor não se torna cúmplice do processo ensino

aprendizagem, deixa evidente que este divide o fracasso do ensino com a atual

estrutura organizacional. O professor entende que um programa em bimestres e o

rigoroso cumprimento a ser seguido, levam os alunos à falta de interesse, a preguiça

de pensar e a desmotivação.

Nas escolas, a Matemática é uma ciência ensinada em um momento

definido por alguém de maior competência. Na vida, a Matemática é parte da

atividade de um sujeito que compra que vende que mede encomenda peças de

madeiras, que constrói paredes, que faz jogo da esquina (MARCUSSE, 2000).

Assim, o professor considera que a Matemática está sendo imposta

aos alunos, tornando-se vítimas do sistema.

Entretanto, o professor sonha que é necessário a um país que quer

desenvolver-se e gerar riquezas melhoras para a educação.

Os temas para a resolução de problemas são escolhidos através de

sugestões dos próprios alunos. Possibilita um maior interesse devido à diversidade

de temas, e para o professor mostrar sua experiência. Proporcionando uma maior

interação professor-aluno.

O trabalho com a resolução de problemas nas escolas é ideal para

que se realize uma melhor interação entre os alunos e o próprio professor.

No entanto, também é verdade que na maioria das ocasiões o ensino de

Matemática tem se baseado mais na solução de exercícios de caráter

sintático do que de verdadeiros problemas matemáticos. Neste sentido, a

solução de problemas matemáticos constitui, ao mesmo tempo, um método

de aprendizagem e um objetivo do mesmo. (POZO, 1998, p. 63).

O papel do professor vai se tornar o mediador da relação ensino-

aprendizagem, orientando os trabalhos, tirando dúvidas, colocando novos pontos de

vista com relação ao problema tratado e outros aspectos que permitam aos alunos

pensarem sobre o assunto, instigando os alunos para que se tornem críticos.

Em se tratando do professor de Matemática, deve ser dinâmico,

pesquisador, investigador, cultivando o “aprender”, não tendo ressalva quanto ao

aprender corajosamente com os alunos, levando-os à consciência de avançar para

o conhecimento.

O papel do professor neste movimento seria o de provocar novas experiências de ensino, aprender a instigar o prazer no uso do intelecto e provocar parcerias e posicionamentos de reflexão crítica com os seus alunos, como uma atitude cotidiana. (BEHRENS, 1996, p. 70).

Cabe ao professor estar atento para os conteúdos que surgem a

partir do desenvolvimento do processo desencadeado pelas atividades propostas.

Segundo depoimentos, a partir da inserção da resolução de

problemas, os alunos afirmaram que as aulas se tornaram menos monótonas, o

índice de participação aumentou e que sequer percebem o término das aulas. Não

esquecendo dos problemas e das soluções.

As mudanças curriculares parecem contemplar o processo de

resolução de problemas, na sua maneira de tratar os conteúdos matemáticos, de

uma forma articulada, como uma das alternativas para a operacionalização de novas

abordagens de ensino. A reformulação curricular parece contribuir para que o

professor adote uma prática educativa mais livre capaz de criar diversas alternativas

para o ensino.

A avaliação da resolução de situações problemas se dá através de

um modelo mais refinado quando diz mais a respeito do objeto de estudo, é capaz

de predizer com maior exatidão, pois relaciona mais variáveis significativas do

problema. Atribui-se um significado muito especial ao desempenho do aluno.

2.2 O QUE É RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS?

A resolução de problemas matemáticos é um processo que

possibilita a valorização da capacidade criativa e desenvolver o raciocínio do aluno,

e deve partir de uma prática educativa inovadora, respaldada na produção de

saberes elaborados.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (2007, p. 40):

A resolução de problemas, na perspectiva indicada pelos educadores

matemáticos, possibilita aos alunos mobilizar conhecimentos e desenvolver

a capacidade para gerenciar as informações que estão ao seu alcance.

Assim, os alunos terão mais chance de aumentar seus conhecimentos

sobre conceitos e procedimentos, como também, a visão que têm dos

problemas, da Matemática, e do mundo como um todo, desenvolvendo sua

autoconfiança acerca desse aprendizado.

Entende-se que existe um problema quando há necessidade de se

alcançar um objetivo e uma solução. Na matemática a partir das concepções de

problemas, entendemos que existe um problema quando há o propósito de

solucionar e alcançar um objetivo e não sabemos como atingir esse objetivo. Para o

estudo da matemática existe um problema quando há uma solução seja esta

conhecida ou não sendo utilizado mecanismos que envolvam a teoria matemática.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 44).

Um problema matemático é uma situação que demanda a realização de

uma sequencia de ações ou operações para obter um resultado. Ou seja, a

solução não está disponível de início, mas é possível construí-la..

O ensino de matemática torna a resolução de problemas muito mais

interessante à medida que se utiliza de bons exercícios ao invés de se basear em

atividades repetitivas que remetem a cansativas reproduções de exercícios

“decorebas”, facilitando assim o distanciamento da realidade do aluno.

É importante enfatizar que, embora o aluno possa aprender conteúdos

novos ao resolver problemas, é preciso que ele já tenha algum

conhecimento matemático pertinente ao problema a ser resolvido. Por outro

lado, a minha prática mostra também que apenas possuir conhecimentos

matemáticos não é suficiente para resolver problemas. É preciso mais..

(RABELO, 2002 p. 26)

Uma situação problema torna-se desafiadora, quando esta propõe

uma solução ao problema, propondo ao aluno inventar estratégias e criar ideias,

objetivando atingir o resultado esperado. Sabe-se que cada indivíduo poderá

alcançar o resultado, mas nem todos terão seguido o mesmo caminho, pois cada um

tem sua estratégia particular.

Nem sempre todas as informações necessárias estão a parentes na

situação problema, por outro lado, pode existir conflito entre as condições

estabelecidas para a resolução. Normalmente, ocorre de existirem várias maneiras

de se resolver uma situação problema, no entanto, pode acontecer de não existir

uma melhor solução ou até de não haver solução, resolver um problema não é o

mesmo que achar apenas a resposta, e sim, desafiar o aluno a buscar uma

resposta.

2.3 CAMINHOS PARA UMA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

O trabalho com a resolução de problemas não se constitui apenas

de uma proposta metodológica, mas sim de um trabalho que envolva a interação dos

conceitos matemáticos em atividades desenvolvidas em sala de aula. Para isso, se

faz necessário a interação do professor como mediador partindo de situações

cotidianas do aluno.

O professor deve ter em mente a importância para que o aluno

aprenda conteúdos novos ao resolver problemas matemáticos, porém ele necessita

ter algum conhecimento matemático para que encontre caminhos que o conduziram

a resolução de problemas.

No ensino da matemática, o aluno deve ser induzido a ler e

interpretar as informações contidas nas situações problemas propostas, contudo é

primordial que ele aprenda e saiba quais os componentes utilizados para se

alcançar a solução do problema.

Para que o aluno possa ler e entender o problema é interessante que,

durante as aulas, os problemas sejam explorados oralmente, trabalhando-

se as diferentes maneiras de encontrar a solução. Vale lembrar que

também é importante trabalhar com problemas que envolvam o cotidiano do

aluno, de modo a torná-los mais interessantes. (CARVALHO, 2007 p. 18)

Nos estabelecimentos de ensino, os professores costumam utilizar

mecanismos como resolução de exercícios, os quais envolve a mera aplicação de

resultados teóricos. Ou seja, muitas vezes os exercícios são aplicados para

conhecimento matemático, e também introduzidos para aprender determinado

conteúdo. Enquanto que, na resolução de problemas, o professor como mediador,

passa a ideia de que resolver um problema é necessário entender o objetivo,

conhecer as regras e selecionar as estratégias que podem ser tomadas.

Para que o aluno seja instigado a resolver problemas diferenciados,

o professor pode introduzir o uso de jogos como instrumento desafiador. Ao partir de

atividades diversificadas o professor leva o aluno a conhecer caminhos diferenciados

para uma aprendizagem de qualidade.

Os jogos vêm a ser estratégias que agilizam a auto-regulação cognitiva e

afetiva, podendo ser utilizadas nos mais diversos ambientes. São situações

nas quais a criança encontra um contexto facilitador para reorganizar

padrões comportamentais regredidos e inadequados, inclusive em seus

aspectos socioculturais e morais. (OLIVEIRA, 2004 p. 87.)

Em suma, os jogos de regras envolvendo a resolução de problemas podem

ser vistos como estratégias extremamente ricas de desenvolvimento e

aprendizagem, durante todo o ciclo vital, em seus aspectos cognitivos e

relacionais. (OLIVEIRA, 2004 p. 87).

OLIVEIRA (2004, p. 97) aponta a utilização dos jogos como

instrumentos necessários à resolução de problemas, tendo consciência crítica e

reflexiva com a realidade que cerca o aluno.

A oportunidade de usar os jogos na resolução de problemas

favorece a participação e o desenvolvimento do aluno em relação ao conteúdo, logo

permite as diversas aplicações da matemática nas situações problemas. O desafio é

buscar a melhor solução, portanto, para isso o aluno deverá ter prazer em estudar

matemática e sentir-se satisfeito ao resolver qualquer problema por mais difícil que a

parente ser.

Um dos principais objetivos do ensino de Matemática é fazer o aluno

pensar produtivamente e, para isso, nada melhor que apresentar-lhe

situações–problema que o envolvam, o desafiem e o motivem a querer

resolvê-las. (DANTE, 2007 p. 11).

A resolução de problemas, inevitavelmente, leva à reflexão das

questões e a desafios. Os problemas trazem a necessidade da reformulação da

ação, que tipo de ação e para que são seus objetivos. Determinar os objetivos

implica definir regras, decidir o passo a passo sobre o que é válido ou não para

atingir o resultado.

O uso de estratégias diversificadas nas aulas de matemática,

desenvolvem no aluno atitudes positivas, quando envolvem problemas matemáticos.

Significando com isso, oportunizar conceitos matemáticos do seu dia-a-dia. Contudo

não basta o aluno saber apenas as quatro operações, mas é necessário saber

aplicá-la de maneira coerente na resolução de situações problemas.

Há dois objetivos que o professor pode ter em vista ao dirigir a seus alunos

uma indagação ou uma sugestão da lista: primeiro, auxiliá-lo a resolver o

problema que lhe é apresentado; desenvolver no estudante a capacidade

de resolver futuros problema por si próprio. (POLYA, 1994 p. 02).

Entretanto, professor deve explorar temas convenientes para a

classe, problemas que envolvam cenários que desperte interesse, resultando em um

melhor desempenho no aluno.

Assim, o professor de Matemática deve buscar envolver o aluno em

sua disciplina, através de situações atrativas e interessantes, fornecendo problemas

que instigam a utilização de instrumentos do cotidiano. É preciso cativar o aluno com

a inserção de estratégias motivadoras abrangendo elementos para solucionar as

mais variadas situações.

Os alunos, normalmente, atacarão com mais entusiasmo os problemas que

acham interessantes e atrativos. Eles frequentemente têm mais êxito com

problemas interessantes do que com os não tão interessantes. Os livros

didáticos algumas vezes trazem problemas sobre temas excelentes e

atrativos. Visto que os professores precisam selecionar os problemas do

livro didático e às vezes criar alguns adicionais, precisam perquirir os temas

que os alunos acham interessantes. (KRULIK. REYS, 2005 p. 132).

Entretanto, o bom professor deve explorar temas convenientes para

a classe, problemas que envolvam cenários que desperte interesse, resultando em

um melhor desempenho no aluno.

O entusiasmo de um professor pela resolução de problemas é quase

sempre contagiante. Os alunos veem seus professores entusiasmados ao

resolver problemas que os intrigam tendem a desenvolver sua própria

curiosidade natural e participar avidamente dos problemas do professor.

Não é necessário que o professor saiba a resposta de um problema que vai

compartilhar com os alunos. Na verdade, em geral o problema surge

inesperadamente. (KRULIK. REYS, 2005 p. 232).

O professor deve abrir um diálogo franco entre ele e o aluno, pois aí

aparecem as soluções para o encaminhamento da aprendizagem, buscando

diferentes maneiras de aprender na sala de aula, modificando constantemente as

ações, sempre num processo de controle do aprender e do ensinar.

Afirma Eves (2004), “que a matemática tira sua seiva do suplemento

frequente de problemas não-resolvidos. Que os matemáticos jamais deixarão de

tentar resolver esses problemas e que é dos esforços nesse sentido que a

matemática se desenvolve e se renova”.

O professor do ensino da matemática deve extrair da realidade

cotidiana dos alunos aspectos críticos, evitando leituras superficiais. Extrair uma

leitura que oriente o aluno a buscar pistas que fundamentem melhor suas

interpretações, evitando explicações simplistas e apressadas, aprofundando suas

análises e descartando a possibilidade de conclusões imediatistas e

inconsequentes. Buscando novas propostas que acarretam no crescimento

intelectual dos alunos, em busca de novos horizontes que provoquem ações

concretas.

3 ATIVIDADES PROPOSTAS

3.1 ESTRATÉGIA 01

Inicialmente será realizado um estudo de caso da turma

mencionada, com o intuito de fazer um diagnóstico dos alunos, o trabalho

desenvolvido abrangerá a aplicação de resolução de problemas, utilizando material

didático diferenciado. Para essa atividade a professora aplicará algumas situações

problemas impressa em folha de sulfite, onde os alunos resolverão individualmente.

No final dos exercícios os alunos apresentarão as soluções para cada problema, ao

término, a professora, juntamente com os alunos observando os erros e acertos.

Espera-se que através do número de erros e acertos, o professor analise o nível da

turma.

Atividade 01: Aplicação de resolução de problemas.

01-) Beto tem atualmente 29 anos. Qual será a idade daqui a 15 anos?

Resolução:

29 + 15 = 44 anos

02-) No colégio onde Mariana estuda há 8 classes de 4ª série. Em cada classe foram

colocados 38 alunos. Quantos alunos estudam nas 4ª séries desse colégio?

Resolução:

38 x 8 = 304 alunos

03-) Meia dúzia de caixas de bombons custa 4500 cruzeiros. Nessas condições:

a) Quanto custa uma caixa de bombons?

b) Quanto você pagará se comprar 4 dessas caixas?

a) Resolução:

4500 ÷ 6 = 750 cruzeiros

b) Resolução:

750 x 4 = 3000 cruzeiros

04-) Num pomar foram plantadas 1400 árvores, das quais 318 são mangueiras, 650

são jabuticabeiras e as restantes são macieiras. Quantas macieiras foram

plantadas?

Resolução:

1400 – 318 – 650 = 432 macieiras

ou

318 + 650 = 968

1400 – 968 = 432 macieiras

3.2 ESTRATÉGIA 02

Na sequencia do projeto será disponibilizado aos alunos

instrumentos que envolvam as quatro operações matemáticas, objetivando a leitura

e a interpretação de cada situação. Portanto, será possível uma sondagem das

dificuldades encontradas pelos alunos.

O interessante desse tipo de problemas é que permitem ao aluno

ficar livre para pensar no melhor plano ou estratégia de solução. O fato de ser uma

situação do cotidiano lhe permite utilizar as quatro operações matemáticas. Outro

fator que torna esse problema interessante é que o professor pode fazer

questionamentos que enriquecem o trabalho.

As respostas do questionário serão socializadas com a turma de

forma a criar um ambiente produtivo para a resolução de problemas.

Espera-se do aluno que no final dessa atividade uma maior

compreensão sobre as quatro operações bem como ele possa identificar situações

do cotidiano que são expressas através de questionário. A principal finalidade é

fazer com que o aluno perceba que para resolver um problema é necessário seguir

algumas etapas como: leitura e interpretação, elaboração de um plano estratégico

para a solução, o processo de execução e verificar se as respostas encontradas

condizem com o enunciado da atividade.

Atividade 02: Aplicação das quatro operações matemáticas e interpretação de

cada situação.

01-) Numa eleição, estavam inscritos 23105 eleitores. Concorreram os candidatos A,

B, C e D. Veja o resultado:

Responda em seu caderno

a) Quantos eleitores votaram nessa eleição?

Resolução:

3245 + 7370 + 4125 + 6250 + 1535 = 22525 eleitores

b) Quantos eleitores deixaram de votar?

Resolução:

23105 - 22525 = 580 eleitores

c) Quantos foram os votos válidos nessa eleição?

Resolução:

22525 – 1535 = 20990 votos

ou

3245 + 7370 + 4125 + 6250 = 20990 votos

d) Qual o candidato mais votado? Quantos votos ele teve?

B, 7370 votos

e) Qual a diferença de votos entre o primeiro e o segundo colocado?

Resolução:

7370 – 6250 = 1120 votos

f) Dos votos válidos, quantos não foram para o candidato vencedor?

Resolução:

20990 – 7370 = 13620 votos

A 3245 votos

vvvvotosVOT

OVOVVOTO

B 7370 votos

vvvvotosVOT

OVOVVOTO

C 6240 votos

vvvvotosVOT

OVOVVOTO

D 4125 votos

vvvvotosVOT

OVOVVOTO

Branco e nulos 1535 votos

vvvvotosVOTOVOVVOT

O

g) O vencedor teve a maioria dos votos válidos?

Resolução:

Não. 7370 < 13620

h) Somando os votos de dois candidatos teremos o mesmo resultado de um

terceiro. Quem são eles?

Resolução:

A, D e B

3245 + 4125 = 7370

↓ ↓ ↓

A D B

i) Quantos votos serão computados se dividir o número de eleitores pelo

número de candidatos?

Resolução:

23105 ÷ 4 = 5776,25 votos

02-) Na cantina havia 50 dúzias de pãezinhos. Foram comprados 275 e divididos

entre as 5 turmas da escola. Quantos pães recebeu cada turma? Quantos restaram

na cantina?

Resolução:

50 x 12 = 600

275 ÷ 5 = 55 pães

600 – 275 = 325

Cada turma recebeu 55 pães e restaram 325 pães.

3.3 ESTRATÉGIA 03

Apresentação das quatro etapas para a resolução de um problema

conforme o esquema de POLYA (apud DANTE, 2010, p. 29), fornecendo aos alunos

orientação de como compreender o caminho a atingir a solução de um problema.

Para verificar a compreensão do aluno quanto às etapas de

resolução de problemas a professora apresentará o passo a passo que os alunos

poderão seguir tendo através desta tabela mecanismos que ajudarão a solucionar e

orientar durante o processo de problematização. Inicialmente, a professora resolverá

uma situação problema, juntamente com os alunos, demonstrando as etapas e

executando juntamente como os alunos. Para que a atividade se torne mais

dinâmica a professora disponibilizará a cada aluno uma tabela confeccionada em

papel cartão.

Através do modelo de tabela, a professora espera que os alunos

através das questões propostas no esquema de POLYA, compreendam o caminho

de uma resolução de problemas, onde é primordial a realização da leitura do

enunciado para que na sequencia se apresente a elaboração de um plano e

execução.

RESUMO DO ESQUEMA DE POLYA

COMPREENDER O PROBLEMA

A) VOCÊ LEU E COMPREENDEU CORRETAMENTE O PROBLEMA?

B) O QUE SE PEDE NO PROBLEMA?

C) QUAIS SÃO OS DADOS E AS CONDIÇÕES DO PROBLEMA?

D) É POSSÍVEL FAZER UMA FIGURA, UM ESQUEMA OU UM DIAGRAMA?

E) É POSSÍVEL ESTIMAR A RESPOSTA?

ELABORAR UM PLANO

A) QUAL É O SEU PLANO PARA RESOLVER O PROBLEMA?

B) QUE ESTRATÉGIA VOCÊ TENTARÁ DESENVOLVER?

C) VOCÊ SE LEMBRA DE UM PROBLEMA SEMELHANTE QUE PODE AJUDÁ-LO A RESOLVER

ESTE?

D) TENTE ORGANIZAR OS DADOS EM TABELAS E GRÁFICOS.

E) HÁ ALGUMA OUTRA ESTRATÉGIA?

EXECUTAR O PLANO

A) EXECUTE O PLANO ELABORADO, DESENVOLVENDO-O PASSO A PASSO.

B) EFETUE TODOS OS CÁLCULOS INDICADOS NO PLANO.

C) EXECUTE TODAS AS ESTRATÉGIAS PENSADAS, OBTENDO VÁRIAS MANEIRAS DE

RESOLVER O MESMO PROBLEMA.

FAZER O RETROSPECTO OU VERIFICAÇÃO

A) EXAMINE SE A SOLUÇÃO OBTIDA ESTÁ CORRETA.

B) EXISTE OUTRA MANEIRA DE RESOLVER O PROBLEMA?

C) É POSSÍVEL USAR O MÉTODO EMPREGADO PARA RESOLVER PROBLEMAS

SEMELHANTES?

No momento a seguir a professora irá propor uma situação problema

para os alunos:

01-) Uma banca vende 150 jornais por dia. No domingo, ela vende 100 jornais a

mais do que nos outros dias. Quantos jornais são vendidos numa semana:

a) Compreendendo o problema

Dados:

Venda de jornais por dia: 150

Venda de jornais no domingo: 100 a mais

Objetivo;

Determinar o número de jornais vendidos numa semana

b) Estabelecendo um plano

1ª estratégia

Multiplicar 150 por 7 e, ao resultado, somar 100.

2ª estratégia

Multiplicar 150 por 6 e, ao resultado, somar 250.

c) Executando o plano

1ª estratégia

Dados:

2ª estratégia

150

x 7

1050

x

1050

+ 100

1150

x

d) Fazendo o retrospecto ou verificação

Nossos cálculos estão corretos, porque 1050 + 100= 1150 e 900 + 250 =

1150.

Resposta: São vendidos 1150 jornais numa semana.

Algumas extensões para esse problema:

a) Se o jornal custa R$ 1,50 quanto o dono da banca recebe pela venda de

jornais numa semana?

b) Quanto o dono da banca recebe num mês, sabendo que o jornal de

domingo custa R$ 2,00?

3.4 ESTRATÉGIA 04

Realizar trabalho em grupo, através de jogo, possibilitando a busca

da solução das situações problemas apresentada, onde cada grupo formula uma

situação problema e o outro grupo realiza ou não a solução. Possibilitando a

interação e análise das questões ao problema dado, verificando assim conceitos e

habilidades de matemática.

É por meio de jogos que o professor oportuniza aos alunos a

socialização, o trabalho de equipe, a competição e como é importante seguir as

regras.

Atividade 04: Jogo dos palitos.

01-) O jogo pode ser realizado em qualquer lugar e com um número mínimo de três

jogadores, sendo que quanto mais participantes houver, maior será o desafio. Cada

jogador recebe três palitos. Os alunos têm como objetivo adivinhar a somatória dos

palitos existente entre todos os jogadores. A cada jogada, cada jogador esconde em

sua mão fechada um número de palitos.

Na primeira rodada, todos têm 3, portanto, pode-se colocar de 0 a 3. O jogador que

acertar o número exato retira um palito de seu monte, ficando portanto com dois. E

150

x 6

900

x

vvvvot

osVOT

OVOV

VOTO

900

+ 250

1150

x

vvvvot

osVOT

OVOV

VOTO

assim sucessivamente. Ganha quem acertar mais e, consequentemente, terminar

todos os palitos primeiro.

É interessante observar que este jogo trabalha ao mesmo tempo a atenção, a

memória e o raciocínio. Levar em consideração o lance do outro, para dar sua

resposta. Assim, se um jogador dá uma soma alta, é de se supor que ele tenha

posto seus palitos todos em sua mão.

3.5 ESTRATÉGIA 05

Oportunizar exemplos de situações problemas diversificadas,

desenvolvendo o raciocínio lógico, tendo como objetivo desafiar e explorar a

criatividade do aluno através da resolução buscando boas soluções às questões

propostas.

Para a resolução de problemas que envolvam o raciocínio lógico, o

aluno deve perceber a busca de estratégias diferentes, O objetivo nesta fase é de

que o aluno tente chegar a solução pensando livremente. O trabalho será realizado

em duplas, e no término cabe a professora orientar os alunos para as discussões.

Espera-se que através das discussões os alunos tenham alcançando as mais

diversas maneiras de se solucionar um problema, e que os alunos percebam que

existem caminhos variados e etapas a serem seguidas, realizando um trabalho de

socialização e comentários das soluções. A professora exemplificará algumas

estratégias de resolução para o entendimento dos alunos. Busca-se explorar o

raciocínio lógico, criando um ambiente de descobertas e criatividade, e demonstrar

aos alunos que nem todos os problemas faz-se necessário utilizar cálculos

matemáticos.

Atividade 05: Problemas de lógica.

01-) Mabel, Ruth e Laura moram na mesma rua, uma do lado da outra. Leia as dicas

com atenção e diga onde cada uma delas mora.

a) Na casa da direita não há boneca.

b) A menina que tem bicicleta não é visinha da menina que tem patins.

c) Na casa da Mabel não tem bicicleta nem patins.

d) A bicicleta de Laura é diferente.

A

vvvvotos

VOTOV

OVVOT

O

Resolução:

A casa de Laura é a da esquerda, a da Mabel a do centro e a da Ruth a da direita ou

a da Laura é a da direita e a da Ruth a da esquerda.

02-) Um ônibus entra num bairro em A e sai em B.

a) Indique algumas rotas diretas (virando no máximo em 4 esquinas) de A até B.

b) Indique qual dessas rotas é a melhor para todos os moradores do bairro.

B

Resolução:

a) Traçar algumas rotas diretas na figura (linhas coloridas).

b) A melhor rota para todos os moradores é a rota indicada por uma linha preta.

Ela passa à mesma distância dos quarteirões mais distantes dela.

LAURA

vvvvotos

VOTOV

OVVOT

O

MABEL

vvvvotosV

OTOVOV

VOTO

RUTH

vvvvotos

VOTOV

OVVOT

O

A

B

REFERÊNCIAS

BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação continuada dos professores e a prática pedagógica. 1. ed. Curitiba: Editora Universitária Champagnat, 1996. BONJORNO, Regina Azenha. BONJORNO. José Roberto. Pode contar comigo. Matemática. 4ª série. São Paulo: Editora FTD, 1994. CARVALHO, Mercedes. Problemas? Mas que problemas?Estratégias de resolução de problemas matemáticos em sala de aula. 3. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2007. DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 12. ed. São Paulo: Editora Ática. 2007. DANTE, Luiz Roberto. Formulação e resolução de problemas de matemática. 1. ed. São Paulo: Editora Ática. 2010. DANTE, Luiz Roberto. Matemática. 4ª série. 1. ed. São Paulo: Editora Ática. 2003. EVES, Howard. Introdução à história da matemática. Tradução: Higyno H. Domingues. Campinas, São Paulo: Editora Unicamp, 2004. GIOVANNI, José Ruy. GIOVANNI. José Ruy Jr. A conquista da matemática. Teoria e aplicação. São Paulo: Editora FTD. 1992. KRULIK, Stephen. REYS, Robert E. A resolução de problemas na matemática escolar. Tradução: Hygino H. Domingues, Olga Corbo. 5. ed. São Paulo: Atual Editora. 2005. MARCUSSE, Cleide G. O aspecto afetivo no ensino da matemática. monografia: Jacarezinho-PR, 2000. OLIVEIRA, Vera Barros de. Jogos de regras e a resolução de problemas. Petrópolis: Editora Vozes, 2004. PASSOS, Lucina. FONSECA, Albani. CHAVES, Marta. Alegria de Saber. Matemática. 4ª série. 2. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1993. POZO, Juan Ignacio. A solução de problemas. Porto Alegre: Artmed, 1998. RABELO, Edmar Henrique. Textos matemáticos. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.