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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO ORIENTADORES EDUCACIONAIS E PROFESSORES COMO MEDIADORES DO PROCESSO INCLUSIVO ESCOLAR Por: Silvania da Silva Rodrigues Christino Orientador: Professor Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2015

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Page 1: ORIENTADORES EDUCACIONAIS E PROFESSORES COMO … · segundo o autor que explica que o estudo de campo “procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO

ORIENTADORES EDUCACIONAIS E PROFESSORES COMO

MEDIADORES DO PROCESSO INCLUSIVO ESCOLAR

Por: Silvania da Silva Rodrigues Christino

Orientador:

Professor Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2015

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSO

ORIENTADORES EDUCACIONAIS E PROFESSORES COMO

MEDIADORES DO PROCESSO INCLUSIVO ESCOLAR

Por: Silvania da Silva Rodrigues Christino

Monografia apresentada ao Instituto a Vez

do Mestre como requisito parcial para a

obtenção de título de especialista em

Orientação Educacional e Pedagógica.

Orientador: Prof. Vilson Sérgio de Carvalho.

Rio de Janeiro

2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar

concluindo mais uma etapa acadêmica em minha vida.

Ao meu esposo Gesiel e minha filha Geovanna pela

compreensão durante meus momentos “infindáveis” de

pesquisa. A minha mãe Maria por sempre me incentivar

na continuação de meus estudos. Aos meus

Professores Dayane Trindade pelo desenvolvimento do

Plano de Pesquisa e ao meu Orientador Vilson Sérgio

pela paciência e dedicação durante todo o processo de

desenvolvimento deste trabalho. Aos meus amigos que

me apoiaram para sempre seguir em frente.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus e a minha família

que são minha base diária para seguir em frente.

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EPÍGRAFE

"Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças”

(Montoan)

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RESUMO

O objetivo principal desta monografia é refletir sobre a maneira de como o

Orientador enfrenta atitudes de mediação diante do processo de inclusão nas

escolas convencionais. Diante do desenvolvimento de ensino aprendizagem do

processo inclusivo, os Orientadores buscam atitudes de mediação juntamente

com os professores, pais e toda a equipe técnica, bem como a gestão da

unidade de ensino, para que juntos possam alcançar objetivos propostos

mediante ao processo de inclusão escolar. Em seus relatos históricos, os

Orientadores “deixam de lado” uma postura somente de orientadores

vocacionais, passando a agir como um dos grandes atores do desenvolvimento

do processo inclusivo escolar, atendendo a demanda de crianças deficientes

físicos, mentais e/ou com dificuldades que necessitam de um

acompanhamento educacional especial. Desafios são encontrados no

processo de inclusão escolar e dentre eles está a educação inclusiva como

uma oportunidade de busca ao processo evolutivo educacional, incluindo

crianças em seu âmbito educacional convencional, proporcionando-as o

desenvolvimento social, físico e intelectual, associado ao desenvolvimento da

autoestima do aluno.

Palavras chaves: Orientação Educacional, Professores, formação e recursos.

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METODOLOGIA

O presente trabalho monográfico foi realizado através de pesquisa

bibliográfica e estudo de campo. Segundo Gil (2008) a pesquisa descritiva tem

como “Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas

de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática”.

Ainda de acordo com Gil (2008) a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida

com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e

artigos científicos. Não recomenda-se trabalhos oriundos da internet”. Ainda

segundo o autor que explica que o estudo de campo “procura o

aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por

meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas

com informantes para captar as explicações e interpretações de que ocorrem

naquela realidade”.

Os principais autores usados para o embasamento de desenvolvimento

teórico deste trabalho foram Grispun (1994, 2011 e 2012), Mazzotta (1981 e

2005), Sampaio (2009), Brandão (2005), Montoan (1997 e 2006).

O início deste trabalho trata de fundamentos históricos que deu origem ao

processo evolutivo do desenvolvimento de métodos de Orientação Vocacional

para a orientação Educacional, gerando sua grande importância no dia a dia

escolar. Ainda neste primeiro capítulo, O Orientador na atualidade no ensino

regular tem a função de mediador entre docentes, discentes, gestores, pais e

toda a equipe técnica pedagógica, apresentando estes atores sua importância

a participação do desenvolvimento do processo educativo de inclusão no

ensino regular.

No segundo capítulo podemos compreender fatos históricos do surgimento

da inclusão brasileira nas escolas de ensino regular, bem como análises de

anseios e inquietações de Orientadores e Professores frente ao trabalho de

inclusão implantados nas escolas de ensino regular. Neste mesmo capítulo

trata-se de questionamentos por parte de muitos educadores diante da inclusão

e a preocupação de realizar um ambiente escolar diversificado, a fim de que

atendam a todos os alunos de maneira igualitária, proporcionando a todos uma

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educação que atenda a deficiência de cada aluno com o objetivo de inseri-lo

diariamente no processo educativo.

No terceiro capítulo a preocupação e as inquietações apresentadas por

professores e orientadores em suas entrevistas nos relatam a falta de preparo

das escolas de ensino regulares quanto a formação acadêmica de muitos

profissionais e de conhecimento base no que diz respeito ao processo de

inclusão nas escolas de ensino regular. Ainda neste capítulo foram feitos dados

estatísticos apresentados através de uma entrevista com professores e

orientadores, onde investiga-se a formação acadêmica desses profissionais,

bem como seu conhecimento na área de inclusão escolar além de

conhecermos quais os recursos que a escola oferece para que realmente o

processo de inclusão nas escolas regulares possa realmente ter um

desenvolvimento satisfatório.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................10

CAPÍTULO I – A Evolução histórica da Orientação Educacional...............12

1.1 – O Orientador Educacional e sua historicidade ....................................... 12

1.2 – A postura do Orientador Educacional na atualidade ...............................17

CAPÍTULO II – O papel do Professor e do Orientador Vocacional juntos a

educação inclusiva ....................................................................................... 20

2.1 – Um breve apanhado histórico sobre a inclusão escolar brasileira ..........20

2.2 O Orientador Educacional como mediador inclusivo no contexto escolar .24

2.3 – Professores e Orientadores frente ao desenvolvimento do processo

inclusivo escolar

CAPÍTULO III – A inclusão na prática escolar ............................................ .29

3.1 – Problematização da inclusão no cotidiano escolar: Professores e

Orientadores frente a este processo. ............................................................ .29

3.2 – A formação do Professor e do Orientador Educacional na Educação

inclusiva ......................................................................................................... 35

3.3 - Entrevista a Orientadores educacionais e Professores do Ensino Regular

frente ao Processo Inclusivo. ......................................................................... 37

CONCLUSÃO .................................................................................................41

ANEXOS ........................................................................................................ 42

ANEXOS ..........................................................................................................43

ANEXOS ..........................................................................................................44

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................45

BILIOGRAFIA ..................................................................................................46

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o objetivo de levar educadores a reflexão quanto a

formação e a real tarefa do Orientador Educacional no cotidiano escolar. Com o

objetivo de aprimorar seus conhecimentos pedagógicos para que então

possam aplicá-los de maneira satisfatória no dia a dia do educando, o

Orientador Educacional busca sempre se aproximar da realidade da educação

aplicada nas escolas de ensino regulares, em Instituições públicas e

particulares na atualidade brasileira. O Orientador, que era visto apenas como

um “psicólogo educacional”, que tentava entender e desvendar possíveis

“dons” ou particularidades inatistas dos alunos para então se tornar

participantes do processo social capitalista através de suas qualificações

individuais onde possam exercer uma profissão de acordo com suas

qualificações, com o passar dos anos, tem sua função modificada. Sua tarefa

atual implica na atitude de mediação, exercida pelo Orientador, buscando pais,

alunos, professores, gestores e toda a equipe técnica da escola a uma

interação, com o objetivo intrínseco do desenvolvimento intelectual, físico e

social do educando dentro das Unidades Escolares.

O que fazer então o Orientador na atualidade como mediador no

desenvolvimento do processo inclusivo nas escolas de ensino regular? Há

muitos questionamentos quanto a sua formação, seus conhecimentos

pedagógicos sobre o desenvolvimento do processo inclusivo nas escolas

regulares de inclusão. O deficiente físico ou mental, que é um dos atores

principais deste estudo, necessitam ser inseridos nas escolas de ensino

regular, tanto no desenvolvimento intelectual, físico e social, quanto na

diversificação de um ambiente escolar, isto é, uma escola que ofereça todos os

recursos para o aluno portador de alguma deficiência, para que possa utilizar

estes recursos de acordo com sua deficiência, para que então o processo de

inclusão possa realmente acontecer.

Neste período, professores e orientadores questionam-se quanto a sua

formação, conhecimento na área de inclusão, surgindo inquietações por parte

destes educadores no que diz respeito a prática do desenvolvimento

pedagógico da inclusão nas escolas regulares. Muitos afirmam não possuir

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nenhum tipo de formação acadêmica ou não ter nenhum conhecimento

pedagógico no que diz respeito ao processo inclusivo nas escolas. Professores

e Orientadores demonstram-se preocupados quanto a prática da inclusão e de

oferecer uma educação de qualidade, para que todos possam ter acesso à

educação de maneira igualitária, sem distinções, atendendo as diversidades

encontradas na sala de aula pela diversificação de alunos com suas

individualidades e necessidades peculiares.

Neste sentido tais questionamentos e estudos estão acompanhados de

preocupações no que diz respeito ao suporte de qualidade apresentada aos

alunos deficientes no cotidiano escolar, com o objetivo de não só realizar a

inclusão nas escolas de ensino regular mas de apresentá-la com qualidade.

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CAPÍTULO 1

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL

Neste capítulo iremos observar algumas mudanças ao longo do

surgimento da trajetória da Orientação Educacional, apresentando

modificações que estão interligadas ao processo evolutivo da sociedade

capitalista que por sua vez, estão entrelaçadas as transformações políticas e

sociais.

A história nos mostra que a função do Orientador Educacional sofre por

algumas alterações. Antes, era visto como um intermediário terapêutico e

atualmente, passa a ter a função de mediação entre professores e pais a fim de

auxiliar o processo evolutivo do aluno. Vejamos nos estudos a seguir, a

evolução do Orientador em sua trajetória histórica e atual.

1.1 O Orientador Educacional e sua historicidade.

Segundo Grispun (2011) a Orientação Educacional iniciou-se no séc. XX,

no ano de 1908, na cidade de Boston nos Estados Unidos com Frank Parsons,

um dos percussores deste movimento de Orientação Educacional formal. Este

tipo de Orientação foi realizado nas escolas no ano de 1912 em Detroit, nos

Estados Unidos através de Jesse Davis, onde houve uma necessidade de

Orientação Vocacional voltado para os alunos do Ensino Médio. Vale ressaltar

que nas Instituições escolares, o Orientador Educacional estava voltado

apenas para o sistema de escolha vocacional. No que diz respeito as relações

entre o Orientador e Orientando, este último, será analisado não somente pelas

suas características e aptidões naturais individuais como também em todo o

seu contexto familiar no qual está inserido. Segundo Davis, “sua característica

básica era atender a problemática vocacional e social dos alunos de sua

escola”. (p.26)

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Nas décadas de 20 e 30 iniciou-se a Orientação Educacional no Brasil,

onde na década de 20 o governo estava preocupado a propiciar uma educação

ao alcance de todos, com o objetivo de ascensão social brasileira através de

uma sociedade interligada ao processo educativo modificado. Isso abafava o

descontentamento político social da época. Através das crises políticas

vivenciadas neste período e do surgimento de uma visão governamental que

priorizava a educação para o povo, a Orientação Educacional começou a

ganhar forças, onde utilizava-se do serviço de Orientação Educacional para

intervir na organização de estrutura de diferentes Estados, e assim contribuir

para a melhoria do desenvolvimentos dos ideais educacionais. Cada Estado

apresentava reformas educacionais distintas. De acordo com Grispun (2011):

“De um lado, tínhamos o “interesse do governo” em

promover a escolarização de seu povo; do outro, intelectuais

no poder, assumindo as reformas educacionais em seus

Estados. Foi sendo configurado um ambiente propício à

Orientação, enquanto ela poderia tanto contribuir para

melhoria da educação de seu povo, quanto ter um lugar

certo nas reformas que começavam a surgir no país, uma

vez que os modelos importados tinham grande receptividade

entre nós”. (GRISPUN, 2011:27)

Na década de 30 o suíço Roberto Mange, necessitou realizar as formas de

orientação vocacional com seus alunos de mecânica no Centro Ferroviário de

Ensino e seleção Profissional (CFESP), onde esta Instituição passou a ser o

modelo de seleção em Orientação Vocacional, visando aptidões individuais

funcionais para determinadas funções e ocupações. Podemos observar que

neste período, o orientando não tinha a participação de escolha de sua

profissão no processo de aconselhamento vocacional por parte do orientando.

Sendo assim, suas aptidões individuais e naturais eram investigadas e

detectadas, fundamentadas em um processo de Orientação Educacional

psicologizante realizada pelo Orientador, a fim de preencher as vagas que o

mercado da época exigia. Nesta mesma década, houve o manifesto dos

pioneiros que chamavam a atenção as reais intenções políticas educacionais

da época. Se por um lado a intenção política era centrada em uma educação

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para todos, por outro, oferecia aos educandos um trabalho social dinâmico e

ativo desenvolvidos e centrados sobre as aptidões naturais e individuais dos

alunos.

Grispun (2011) diz que o Brasil foi o primeiro país no mundo a ter “a

Orientação Educacional proclamada obrigatória através de um documento

legal” (p. 27). Isto tudo foi através da reforma Copanema, onde cria-se a Lei

Orgânica de Ensino Industrial que ratificava a participação dos alunos em suas

escolhas e nos cursos escolhidos. Mesmo com documento que legalizava o

Serviço de Orientação, o termo Orientador Educacional não era utilizado na

época, pois não haviam cursos para estes profissionais em específico, sendo

chamados de Técnico da Educação. Neste período o processo de

aconselhamento vocacional utilizava a forma de pisicologizar e detectar

aptidões naturais individuais para atender o capitalismo social da época e

atender a demanda profissional.

Apresentando parâmetros de Orientação centrados na busca do

individualismo do aluno, as Instituições de Ensino Industrial que formulava ao

serviço de orientação educacional a tarefa de elevar os alunos problemas de

elevação às qualidades morais. De acordo com Grispun (1994):

“Orientação, voltada para a ‘construção’ de um cidadão que

esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente.

Desloca-se, significativamente, o ‘onde chegar’, neste

momento da Orientação Educacional, em termos do trabalho

com os alunos. Pretende-se trabalhar com o aluno no

desenvolvimento do seu processo de cidadania, trabalhando

a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do

diálogo nas relações estabelecidas” (GRISPUN, 1994:13).

A presença do Orientador educacional, neste período, estava voltada a sua

contribuição Vocacional de adolescentes e jovens, que através de estudos e

pesquisas, o Orientador era reconhecido como pesquisador e Orientador

Vocacional.

Segundo Pimenta (1981) a orientação vocacional realizada pelo orientador

educacional estava ligado ao aconselhamento de jovens estudantes que

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cursavam o segundo do grau, dando a importância devida ao ensino

profissionalizante destes anos de escolaridade. "Assim, o que era apenas

uma área da Orientação Educacional passa a ser confundida com a própria"

(p. 99). Este processo de escolha profissional acontecia através de

esclarecimentos e aconselhamentos sobre suas escolhas profissionais dirigida

pelo Orientador Educacional.

Apesar do termo Orientação Educacional ser muito utilizado atualmente,

na década de 40, segundo Pimenta (1988), o nome utilizado era o de técnico

da educação, uma vez que neste período ainda não era reconhecida como

profissão e não haviam cursos de especializações de Orientação Educacional.

Sendo assim, o termo Orientação Educacional ainda não era específico de um

profissional, onde era chamado de técnico educacional.

Em 1962 foi criada a lei 6805 no Estado de São Paulo que dispunha de

172 cargos. Nesta década já estava sendo exigida o Curso especialização com

a duração mínima de 1 ano em Orientação Educacional realizado na faculdade

de Filosofia, Ciências e Letras.

Já na década de 70 foi criada a lei complementar 114 de 13/11/ 1974 onde

enquadrou 52 professores sem concurso e sem a formação especializada de

Orientação Educacional. Mas com os aprovados do concurso o de 68, foi

criada, ainda no Estado de São Paulo, a Equipe Técnica de Supervisão e

Orientação Educacional (ETSOE) que tinha por finalidade planejar e orientar o

Serviço de Orientação Educacional. Segundo Grispun (2011) nesta mesma

década, mais precisamente no ano em 1976 o MEC elaborou um documento

de “Orientação Educacional e Linhas de Ação”. Este documento visava a

unificação entre o trabalho de Orientação Educacional como de Orientação

Pedagógica, trabalhando com a gestão da escola bem como professores e ao

demais técnicos da unidade escolar.

Na década de 80 o país estava começando a vivenciar uma forma mais

democrática onde o orientador queria trabalhar com o aluno como um sujeito

dentro de um contexto social escolar, mudando assim, sua visão de apenas

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fornecer a escolaridade ao aluno e fazendo da escola um sistema de

reprodução social. De acordo com Grispun (2011)

“O Orientador que já havia sido concebido como um agente

de mudança, um terapeuta que deveria ser rogerianamente

atender aos alunos problemas, “psicólogo” que só deveria

trabalhar as relações interpessoais dentro da escola, um

facilitador de aprendizagem, vai, pouco a pouco, deixando

essas funções/denominações para assumir, com mais

competência técnica seu compromisso político”. (GRISPUN,

2011:31).

Na década de 80 foi o período de reflexões, estudos e pesquisas mais

avançadas, por parte de muitos Orientadores, dando origem a vários

questionamentos sobre sua real função tanto no cotidiano escolar quanto sua

importância na sociedade. Grispun (2011) diz que o “orientador tem de se

posicionar em relação a seu trabalho e suas atribuições, dentro e fora da

escola.” (p.33).

Ainda na década de 80, Grispun (2011) afirma que a busca da identidade

do Orientador Educacional enquanto pedagogo ocorreu no cumprimento da

exigência do art. 10 da lei n. 5.692/71, em defesa de uma nova visão

educacional de uma escola com ensino de qualidade.

Na década de 90 Grispun (2011) explica que foi criada em 1996 um

Congresso Extraordinário de Orientadores Educacionais que compreendeu a

necessidade de formação de um sindicato unificado, o que levaria o

fortalecimento da categoria, ocasionando a oportunidade de discutir, estudar e

refletir sobre questões referentes a identidade do Orientador diante de tantas

mudanças ocorridas neste século. Atualmente, segundo a autora, tem-se a

ASFOE (Associação Sul Fluminense do estado do Rio de janeiro em

funcionamento a oito anos.

É de suma importância que o Educador reflita sobre as práticas

educacionais, uma vez que observamos diversas mudanças ocorridas durante

décadas até os dias de hoje. O orientador necessita está atento as mudanças

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sociais para que ele mesmo, possa refletir sobre seus métodos e visões

educacionais formuladas e discutidas pela categoria.

1.2 – A postura do Orientador Educacional na atualidade

"Ensinar é acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos

se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou

de salvação - mas por uma contemplação poética, afetuosa e participante."

Cecília Meireles

Como vimos anteriormente, o aluno sempre foi o objetivo principal desde o

surgimento da Orientação nos Estados Unidos até sua chegada ao Brasil,

prolongando-se aos dias atuais. Por mais que se discuta diversas formas das

práticas do processo de Orientação Educacional, seu objetivo sempre estará

voltado primordialmente ao aluno. É o que diz (Grispun-2012):

“O Orientador estava relacionado, em grande parte, às

atividades que deveriam ser desenvolvidas pelo aluno para

o seu auto heteroconhecimento. A prática dos orientadores

incluía, então, a aplicação e análise dos resultados dos

testes de aptidão e interesses; levantamento de dados e

perfis da turma, de sociogramas e etc. O enfoque era

voltado para o aluno, suas potencialidades e possibilidades”.

(GRISPUN, 2012:177)

Atualmente além do contato principal com o aluno, o Orientador

Educacional, neste momento, deixa de ter uma dimensão terapêutica de

atendimento relacionando situações envoltas a realidade do educando, para

inseri-lo de forma contextualizada no processo educativo, deixando de ser

apenas um aluno composto de aconselhamentos antes psicologizados pelo

Orientador Educacional para ser participante, enquanto cidadão, no processo

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escolar. Sendo assim, o Orientador Educacional, sendo um dos profissionais

participantes da equipe técnica da unidade escolar, interage com o professor e

a família do educando a fim de auxiliar o aluno em seu desenvolvimento no

processo educativo, trazendo à escola suas vivências familiares, realizando a

mediação necessária para que todos estes atores educacionais possam

contribuir, de maneira positiva, no desenvolvimento do processo de

aprendizagem escolar do aluno. É o que dizem Giacaglia (2002):

"participando do planejamento e da caracterização da escola

e da comunidade, o orientador educacional poderá

contribuir, significativamente, para decisões que se referem

ao processo educativo como um todo". (GIACAGLIA,

2002:15)

Com isso todos os alunos permanecem centralizados no que diz respeito

ao trabalho de realização do processo pedagógico educativo, não se

restringindo apenas aos os alunos com problemas ou dificuldades na

aprendizagem mas sim, a todos os alunos inserido no contexto escolar,

voltando o seu trabalho para os aspectos saudáveis do aluno e para que todos

possam ter o acesso a Orientação Educacional que é oferecido na U. E.

Como mediador entre o corpo docente, familiares do educando, o

Orientador propõe, em seu trabalho, um dinamismo discutindo problemas

atuais que fazem parte do contexto sociopolítico e cultural no qual está

inserido, mediando também a todos os que estão interligados a vivência do

aluno, como coadjuvantes deste processo educativo. Vale ressaltar que o

Orientador Educacional necessita reconhecer a comunidade pertencente a

cada escola, mostrando que cada escola possui sua singularidade uma vez

interligada a clientela que a cerca. Cabe ao Orientador Educacional ser um dos

mediadores em atrair a comunidade a escola, elaborando estratégias que

possam atraí-los à escola, de forma que pais e responsáveis possam participar,

juntos com seus filhos, das atividades pedagógicas que cada escola oferece. E

este envolvimento dos trabalhos pedagógicos oferecidos pela gestão escolar

da escola e com a com a mediação do Orientador Educacional, deve ser

praticado como diz Vasconcellos (2002):

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“alguns diretores tratam os equipamentos da escola como

se fossem objetos pessoais, propriedades privadas; outros,

ao contrário, estabelecem relações de parceria com a

comunidade e, com isto, não só passam a contar com ela

como elemento de apoio para as mudanças, como ainda

obtêm diminuição do vandalismo, da violência; os alunos se

sentem acolhidos, experimentam a escola como território

aliado. Queremos deixar claro que estamos nos referindo à

abertura tanto no que diz respeito às instalações e

equipamentos, quanto, num sentido mais sutil, de se deixar

sensibilizar pelas exigências colocadas pela sociedade”.

(VASCONCELLOS, 2002:63)

Esta dinâmica interna no que diz respeito ao trabalho de orientação

Educacional com os pais, responsáveis, alunos e professores, pode ser dirigida

pelos suportes oferecidos pela escola, tais como: DVD, TV, Datashow, Espaço

apropriado para tal evento como uma palestra por exemplo, para que assim, o

Orientador possa utilizar de artefatos que o auxiliem em seu trabalho de

interação com a comunidade. Conforme (GRISPUN- 2012):

“No momento externo é possível trabalhar com filmes,

DVD’S, artigos de revistas, jornais, resultados de pesquisa,

letras de música, contos de literatura, projetos realizados

junto com os professores sobre determinado assunto, como

o meio ambiente da região onde se situa a escola e etc., e

contextualizarmos junto com os alunos, procurando refletir

sobre os mesmos e levando-os a discutir a problemática

apresentada”. (GRISPUN,2012:)

Sendo assim, fica claro que a preocupação do Orientador na atualidade

está direcionada às questões sociais e políticas levando o aluno ao senso

crítico, onde realiza trabalhos mediáticos entre o corpo docente, discente, pais,

responsáveis e toda a comunidade escolar, trabalhando assim o processo de

desenvolvimento cognitivo e intelectual do aluno, contextualizando à

comunidade e com os demais educadores ativos na participação de interação

do processo educativo do educando.

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CAPÍTULO 2

O PAPEL DO ORIENTADOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A inclusão Escolar é conceituado como uma forma de incluir o indivíduo a

todo o sistema de ensino regular, propiciando um ambiente diversificado em

um espaço para todos, com o objetivo de desenvolver intelectualmente e

socialmente os alunos com necessidades especiais. A inclusão não pode ser

vista como um problema e sim como uma diversidade. Neste momento, o

Orientador educacional entra como um dos principais atores neste processo

pedagógico inclusivo, a fim de propiciar aos docentes e aos demais

educadores participantes de toda a parte técnica ferramentas de auxílio para o

desenvolvimento com excelência inclusivo escolar. Mas antes de

compreendermos todo esse processo, observamos no momento, a trajetória

histórica da inclusão brasileira.

2.1 – Um breve apanhado histórico sobre a Inclusão Escolar

brasileira

É interessante observar que na busca de desenvolver o processo de

inclusão escolar à deficientes no Brasil, no séc. XVIII a deficiência estava

ligada ao ocultismo e ao misticismo, não havendo nenhum estudo de

comprovação científica sobre as questões do deficiente na época ligados a

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religiosidade, sendo este, incompreendido pela sociedade. É o que diz Mazzota

(2005):

“A própria religião, com toda sua força cultural, ao colocar o

homem como “imagem e semelhança de Deus”, ser perfeito,

inculcava a ideia da condição humana como incluindo

perfeição física e mental. E não sendo “parecidos com

Deus”, os portadores de deficiências (ou imperfeições) eram

postos à margem da condição humana” (MAZZOTA, 2005:)

A sociedade da época atribuía toda a limitação mental ou física do

indivíduo deficiente a poderes místicos inexplicáveis, sem nenhuma

comprovação realística. Conforme Mazzota (2005), o fato de atribuir as

“imperfeições” físicas ou mentais os fariam “defeituosos” e não estariam sendo

“semelhantes” a Deus, uma vez que Deus é perfeito e os deficientes “não”

estariam representando a imagem de perfeição divina.

A exclusão não só era presente no campo da religiosidade como também

no campo social. Pessoas portadoras de necessidades especiais da época

eram hostilizadas por não poder contribuir com o serviço braçal utilizado pelos

trabalhadores de classe menos favorecida, fazendo com que muitos deficientes

fossem rejeitados pela sociedade, onde muitas vezes, eram estigmatizados

pela sociedade, sendo apresentados como inválidos e inúteis no campo de

produção capitalista social.

Já no séc. XX a educação especial passa a viver por profundas

transformações, onde eram reivindicadas a inclusão e a permanência dos

alunos com deficiência. Sendo assim, frequentar as aulas nas escolas de

ensino regular como os demais alunos não se tornaria um problema e sim uma

diversidade. O combate à discriminação e a integração destes alunos no

processo educativo sendo este ao alcance de todos, ao mesmo tempo, rende-

se a reflexões sobre como deverão ser realizados os trabalhados pedagógicos

na unidade escolar. Estas reflexões foram surgindo na medida em que o

processo de inclusão foi ganhando espaço no âmbito escolar. Sendo assim,

cabe a escola promover tais questionamentos a todo o corpo docente e equipe

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técnica pedagógica da escola, uma vez que o processo inclusivo escolar ganha

uma nova forma neste período. Com isso Mazzota (1981) diz:

“o desenvolvimento da educação especial está

estreitamente ligado à preocupação dos educadores com o

atendimento das necessidades educacionais daqueles

alunos que não são beneficiados com os recursos

educacionais comuns e que precisam de recursos especiais

para suplementarem os existentes. Desta forma, a

educação especial não se justifica a não ser como

facilidades especiais que não estão disponíveis na escola

comum e que são essenciais para determinados alunos”.

(MAZZOTA, 1981:11).

Foi a partir dos anos de 1960 que houve a necessidade a igualdade ao

ensino para os alunos especiais uma vez que todos deveriam ter o acesso

educação não-segregada. A ideia de integração começou a surgir neste

período, com o conceito de modificação do indivíduo como forma de

preparação do aluno para então poder ser inserida, associada, a convivência

igualitária em sociedade. O Objetivo da ação integradora vinculava-se a

mudança do indivíduo as reais condições de dificuldades encontradas para

realizar a prática do processo de “normalização” da pessoa com deficiência, o

que para este conceito são administradas no convívio social.

Já na década de 70 foram apresentados três formas de integração: física,

social e funcional. Segundo Jover (1999) “A integração significa a inserção da

pessoa deficiente preparada para conviver na sociedade”. Em observância ao

conceito de integração, a escola necessita saber que é preciso preparar a

escola para receber o aluno e não mudar o aluno com necessidades especiais

para adaptar-se à escola.

Entre os estudos das integrações desenvolvidas nas escolas, conclui-se

que a integração física ocorre quando o aluno, diagnosticado especial, inicia

seus anos de escolaridade frequentando as salas de recurso ou a sala de aula

em horários e com turmas regulares porém mantém seu trabalho

independente, mesmo que seu acompanhamento esteja ligado às outras

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dependências da escola. A integração social tenta incluir o alunos, realizando

um trabalho de produção de atividades semelhantes aos outros alunos. E a

integração funcional é a mais completa das integrações pois visa a participação

do aluno em sua produção nas classes regulares, participando com êxito de

sua evolução no processo educativo. O foco destas integrações norteia-se pela

mudança do aluno deficiente a integra-se com os demais alunos de sua classe,

para que assim, possa ser integrado a sociedade, possuindo um cotidiano com

características mais próximas do “normal” para que assim possa ser igualitária

em sua convivência social.

Nos estudos da inclusão escolar, Sampaio (2009) diz que a educação

inclusiva “Deve ser gradativa para que os ensinos de educação regular e

especial possam adequar-se à nova ordem, construindo práticas que garantam

a qualidade de ensino”. (SAMPAIO, 2009:42)

Nos anos de 80 e 90 pais e pessoas com deficiência necessitavam que a

educação especial protestavam a favor de uma inclusão transformadora e

unificada com o ensino regular, o que faria com que o processo de inclusão

escolar tivesse o seu primeiro passo positivo nas escolas regulares. Cabe

destacar que a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais,

de 1994 em Salamanca, contribuiu de forma decisiva para a inclusão escolar

no Brasil. No que diz respeito a conceituação de inclusão, Sampaio (2009)

conceitua:

“A inclusão é, portanto, uma inovação que implica um esforço de atualização e

reestruturação das condições atuais da maioria das escolas brasileiras. Para uma

efetiva implementação do modelo inclusivo na educação, faz-se necessária uma

profunda reorganização escolar, que vai muito além de aceitar crianças deficientes na

escola ou até mesmo realizar adaptações físicas ou curriculares de pequeno porte,

que se restrinjam à sala de aula, sem, contudo, contribuir para que haja uma real

transformação da dinâmica dos processos pedagógicos, nem da qualidade das

relações estabelecidas na instituição escolar. (SAMPAIO, 2009:44 e 45).

Um plano de ação pela UNESCO, pela fundação das Nações Unidas para

o desenvolvimento (PNUD) e Banco Mundial tinham por objetivo de mudar o

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analfabetismo até 2000 incluindo a situação das pessoas com necessidades

educacionais especiais. (ROSSETO, 2006).

A lei da LDB 9.394, de 20 de novembro de 1996, capítulo V, artigos 58 e

59 visam atender as necessidades do aluno deficiente físico ou mental para a

conclusão do Ensino Fundamental. Por muito tempo se acreditava que as

escolas especiais fossem as únicas que poderiam atender os alunos especiais,

porém, com o decorrer dos anos a educação inclusiva está começando a fazer

parte do cotidiano das escolas regulares, levando a todos os professores, pais,

gestoras e orientadores a repensar em novas educativas para que realmente o

processo de inclusão ocorra em nosso País.

2.2 O Orientador Educacional como mediador inclusivo

no contexto escolar

Como já vimos, educadores encontram-se em discussões contínuas

sobre o tema de inclusão escola e junto a esta discussão, pensa-se em um

ambiente educacional propício e diversificado, com recursos e estímulos

variados a fim de atender aos alunos deficientes físicos e mentais. É claro que

se fossemos analisar a diversidade existentes entre os discentes de uma

unidade escolar, podemos dizer que existem muitas diferenças, de aluno para

aluno, onde até mesmo nós podemos nos enquadrar, como a timidez, pobreza

extrema, maus tratos, autoestima muito baixa enfim, uma infinidade de

diversidades que expressam nossas individualidades, nos fazendo únicos e

cidadãos. Porém neste presente capítulo, a diferença aqui estudada, é

exclusivamente as dos alunos portadores de algum tipo de deficiência, quer

seja ela física ou mental.

Em algumas escolas, gestores, orientadores, professores e todos os

demais educadores da unidade escolar são surpreendidos quando um aluno,

por lei, é matriculado na escola de ensino regular, onde muitas vezes,

deparam-se com o despreparo de docentes, gestores, orientadores e os

demais educadores na prática da inclusão de alunos com necessidades

especiais sem contar com a falta de recursos específicos para atender a

demanda desses alunos. Para que realmente o processo de inclusão ocorra

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nas escolas regulares Sampaio (2009) afirma que: “No entanto, apesar de

conhecerem as justificativas pedagógicas para a implementação da educação

inclusiva, algumas professoras deixaram claro o caráter obrigatório, legal, para

aceitarem os alunos com deficiência”. (SAMPAIO, 2009:82).

A autora realizou entrevistas com algumas professoras que descrevem

seus anseios, dificuldades apesar de adquirir algum conhecimento sobre a

educação inclusiva nas escolas regulares. Em uma fala de uma professora

Sampaio (2009) nos mostra que se “Essa proposta de inclusão também veio com a

LDB e caiu de “pára-quedas” pra nós. Porque antes, quando você recebia um aluno

especial ele era encaminhado para uma escola específica pra isso. Com a nova lei,

você fica assim, ‘proibido’ de recusar esse aluno”. (SAMPAIO, 2009:82). Nota-se

que ainda possui uma resistência, ainda que pequena, de receber o aluno

especial na escola regular. Essa resistência pode estar assegurada pelo fato

de preparo do docente em desenvolver um trabalho eficaz com o educando e

inseri-lo no contexto de educação regular.

Sendo assim, observamos que os alunos especiais podem desenvolver

suas potencialidades em uma escola regular, mas o questionamento feito por

muitos educadores é a falta de preparo por parte de muitos docentes, que

desconhecem métodos de ensino específico para determinada deficiência e o

escasso ou nenhum material para se trabalhar com os alunos com

necessidades especiais. O art, 277, caput. Da Constituição Federal de 1988

prevê como responsabilidades por assegurar o direito de educação à família, a

sociedade e ao Estado. Neste caso, compete aos educadores a tarefa de

aprimorar e desenvolver uma prática pedagógica diferenciada, que neste caso,

possa favorecer e incluir o aluno deficiente ao seu desenvolvimento educativo

nas escolas regulares.

Para começarmos o estudo das intervenções dos orientadores no

processo de aprendizagem do aluno portador de alguma deficiência, vejamos

muitas inquietações, paradigmas e dificuldades que professores enfrentam com

a falta de preparo e de recursos específicos para que realmente o processo de

inclusão aconteça.

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2.3 Professores e Orientadores educacionais frente ao

desenvolvimento do processo inclusivo escolar.

Muitos professores reconhecem que a educação ainda deixa muito a

desejar quanto a atenção devida ao processo inclusivo nas escolas regulares.

Quer seja por falta de preparo, especialização ou até mesmo conhecimento

sobre a importância do processo de inclusão escolar no ensino regular, muitos

professores se encontram inseguros ao se deparar com o aluno deficiente em

sala, deixando-os até mesmo frustrados no decorrer do desenvolvimento de

seu trabalho, tentando mesmo com muitas dificuldades, desenvolver um

trabalho de inclusão nas escolas regulares. Sampaio (2009) conversa com

algumas professoras que lecionam no ensino regular. Estas professoras

reconhecem muitas dificuldades no cotidiano escolar para colocar em prática o

processo de inclusão, mas algo nos chama atenção no decorrer deste

processo: os alunos que realizam suas atividades por muito tempo com uma

professora, apresenta um desempenho diferente de como este aluno se

encontrava inicialmente, mostrando um processo evolutivo no que diz respeito

a aprendizagem do educando inclusivo. Sendo assim, em sua entrevista,

Sampaio (2009) afirma que:

Apesar de serem unânimes acerca da dificuldade em dar

uma atenção maior aos alunos com “ritmo lento”, devido ao

grande número de alunos e da diversidade de situações

com que lidam na sala, aquelas que acompanharam estes

alunos por um período mais prolongado constataram que

sua mediação mais constante é um diferencial significativo:

o desempenho da criança se modifica se elas estão

próximas. (SAMPAIO, 2009:82).

O aluno, já acostumado com a figura da professora, se sente mais seguro o

mesmo ocorre com a professora que conhece o aluno, suas limitações e suas

dificuldades no cotidiano escolar. Ambos, professora e aluno, se unem para dar

continuidade ao desenvolvimento de inclusão, mostrando o aluno participativo

e construtor em seu processo evolutivo de aprendizagem. Neste momento,

observamos que as professoras possuem algum conhecimento

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sociointeracionista que evidencia a importância de mediação por parte do

professor a partir do conhecimento prévio do aluno. É o que ocorre com o

conceito de desenvolvimento de zona proximal conceituado por Vygotsky. A

professora tem de estar atenta ao sutis indícios mostrados pelo aluno a fim de

que ela perceba, e assim, desenvolva ferramentas pedagógicas diversificadas

que auxiliem o aluno em seu cotidiano escolar.

Vale ressaltar que não é fácil desenvolver um trabalho de inclusão envoltos

a tantos questionamentos feitos por educadores em uma unidade escolar sobre

o processo de inclusão em escolas de ensino regular. Este assunto, se perdura

por entre séculos, e de alguns anos pra cá se tornou algo muito discutido

devido as inquietações de professores e orientadores sobre como, quando e

onde realizar o desenvolvimento de um trabalho tão minucioso que é de fato, a

inclusão escolar.

Mediante a algumas dificuldades encontradas no cotidiano escolar, muitos

Orientadores encontram-se diante de um grande desafio, que é de apresentar

como mediador entre professores, alunos, pais ou responsáveis, gestão e

todos os outros profissionais que fazem parte da equipe técnica pedagógica da

escola. O professor precisa sentir-se seguro na unidade escolar,

compreendendo o apoio recebido ou que irá receber de seu Orientador por

toda essa trajetória de desenvolvimento intelectual do aluno, a fim de que haja

a inclusão na Instituição de Ensino. Se por um lado o Orientador desempenha

seu papel enquanto mediador no processo inclusivo, por outro, muitos se

sentem inseguros quanto o conhecimento teórico e prático de articular

procedimentos pedagógicos para propiciar suportes adequados que atendam

cada deficiência em específico para que assim, a inclusão escolar possa

realmente acontecer nas escolas de ensino regular.

Notamos que há uma interação entre professores, alunos, gestores, pais, e

demais educadores da unidade escolar, o que nos mostra a participação ativa

e coletiva da proposta pedagógica da instituição e neste processo de interação

entre os atores neste processo educativo, o orientador pedagógico tem como

função propiciar o exercício democrático de todos os segmentos,

compreendendo a realidade da unidade escolar, conhecendo anseios,

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inquietações e dificuldades dos educadores quanto ao desenvolvimento do

processo inclusivo escolar. Para tanto Brandão (2005) afirma que:

Deve cumprir eu papel de ajudar na elaboração de projetos

e na concretização de ações que tornem as escolas

espaços abertos para todos, onde as diferenças são

valorizadas, através de processos inclusivos de educação.

Espaços educativos de formação de personalidades

humanas independentes, dotadas de consciência crítica.

Locais onde os alunos aprendam a ser pessoas

responsáveis e comprometidas no mundo no qual vivem.

Ambientes educativos onde se aprende a valorizar as

diferenças, pela convivência entre as pessoas, pelo exemplo

dos educadores, pelo ensino que acontece nas salas de

aula, pelas relações sócio afetivas que ali se estabelecem.

São contextos educacionais em que todos os educandos

têm a oportunidade de aprender a se desenvolver na

interação com os outros educandos. (Brandão, 2005:3).

Segundo Brandão (2005) é e de suma importância a interação do

Orientador neste processo evolutivo de mediação inclusiva nas escolas

regulares, a fim de propiciar a todos um ambiente diversificado, levando-os a

conscientização do respeito e da valorização das diferenças, realizando um

ambiente escolar democrático em sua construção pedagógica entre os

discentes e os demais atores que contribuam para o desenvolvimento do

processo educativo de inclusão. Como ela mesmo cita, o desenvolvimento de

interação entre os educando, propicia a estes a oportunidade de conviver com

as diferenças respeitando-as de maneira consciente e cidadã, favorecendo a

construção de uma sociedade mais justa, realizando o comprometimento do

desenvolvimento cognitivo dos educandos em um ambiente diversificado, tanto

no que diz respeito a recursos, materiais pedagógicos quanto na interação e

interesse entre docentes e discentes bem como orientadores, pais e gestores a

evolução do processo educativo na unidade escolar.

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CAPÍTULO 3

A INCLUSÃO NA PRÁTICA ESCOLAR PARA

PROFESSORES E ORIENTADORES

3.1 Problematização da inclusão no cotidiano escolar:

Professores e Orientadores frente a este processo.

O sistema educacional de ensino nos mostra em seu cotidiano inúmeros

problemas que colaboram para diminuir o índice de qualidade de ensino nas

escolas brasileiras de ensino regular. Um dos grandes fatores para o

desenvolvimento desta grande problematização está interligado ao número de

alunos em sala de aula, falta de recursos e de materiais pedagógicos,

despreparo de docentes e da falta de formação acadêmica e de conhecimentos

sobre questões atuais discutidas em nossa sociedade, além da revitalização de

métodos tradicionais ministrados nas aulas por parte de alguns professores.

Na década de 80, questionamentos sobre os direitos humanos foram

apresentados, no qual diversos profissionais tiveram a oportunidade de se

reunir para falar sobre questionamentos de diversos fatores relacionados a

qualidade do ensino em nosso País. A partir destas discussões, em 1990

houve a preocupação da aplicabilidade da educação inclusiva nas escolas

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convencionais, dando o direito a todos os alunos a participação e a integração

a educação nas escolas convencionais. Diante a esta problemática, Montoan

(2006) afirma que:

“É inegável que a inclusão coloca ainda mais lenha na

fogueira e que o problema escolar brasileiro é dos mais

difíceis, diante do número de alunos que temos de atender,

das diferenças regionais, do conservadorismo das escolas,

entre outros fatores”. (MONTOAN 2006:23)

A partir deste pontapé inicial ocorrido na década de 80, na década seguinte

surge a Declaração de Salamanca, uma conferência internacional que define

que todos, inclusive os que possuem necessidades educacionais especiais,

devem estar inclusos no sistema regular de ensino. A Declaração de

Salamanca proclama que:

• Todas as crianças, de ambos os sexos, têm na educação um

direito fundamental, e a todas elas deve ser dada a oportunidade

de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos;

• Cada criança tem características, capacidades, necessidades e

interesses de aprendizagem, que lhe são próprios; 15 Inclusão:

História, Conceitos e Problematização.

• Os sistemas educacionais devem ser projetados e os programas

aplicados de modo que tenham em vista toda a gama destas

diferentes características e necessidades;

• As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter

acesso às escolas convencionais que deverão integrá-las em

uma pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a estas

necessidades;

• As escolas convencionais, com esta orientação integradora,

representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias,

criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e

dar educação para todos; além disso, proporcionam uma educação

efetiva à maioria das crianças; melhoram a eficiência do sistema

educacional, bem como sua relação custo-benefício.

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• Priorizar, tanto em termos políticos como orçamentários, a melhoria de

seus sistemas educacionais, para que possam abranger todas as

crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades

individuais; •adotar, com força de lei ou como política, o princípio da

educação integrada que permita a matrícula de todas as crianças em

escolas comuns, a menos que haja razões convincentes para o

contrário.

• Desenvolver projetos demonstrativos e incentivar intercâmbios com

países que tenham experiência com escolas inclusivas;

• criar mecanismos descentralizados e participativos para o planejamento,

a supervisão e a avaliação do ensino de crianças e adultos com

necessidades educacionais especiais; •promover e facilitar a

participação de pais, comunidades e organizações de pessoas com

deficiência no que diz respeito ao planejamento e à tomada de decisões

para atender alunos(as) com necessidades especiais; despender

maiores esforços na identificação de intervenções tempestivas e nas

estratégias de implementá-las, cuidando para que estas intervenções

levem em conta os aspectos profissionais;

• Assegurar que, em um contexto de mudança sistemática, os programas

de formação do professorado, tanto inicial como contínua, estejam

voltados para atender às necessidades educacionais especiais nas

escolas inclusivas.

Outra grande problematização do cotidiano escolar nas escolas de ensino

regular para a implantação do processo inclusivo é a falta de interesse por

parte de muitos educadores no cotidiano escolar de ensino regulares, seja por

abrir espaços para discussões e colocar em prática um trabalho de

desenvolvimento à crianças com necessidades especiais educacionais, seja

pela falta de interesse ou por não adquirir um “trabalho” a mais em seu dia a

dia na escola, deixando muitas vezes de atender a estes alunos. Alguns

professores apresentam desinteresse quando o assunto é inclusão escolar, e

preferem não lecionar para crianças especiais. Segundo Montoan

(2006): “Precisamos de apoio e de parcerias para enfrentar essa tarefa de

todos que é ensino de qualidade. Temos sofrido muita oposição e resistência

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dos que deveriam estar nos apoiando. Falta vontade de mudar”

(Montoan,2006:25).

Após 25 anos de estudos, conferências e discussões observamos que a

maioria dos alunos com necessidades educacionais especiais não são

atendidos adequadamente no que diz respeito ao processo de inclusão nas

escolas públicas e particulares, quer seja por falta de recursos pedagógicos,

quer seja pela carência de profissionais com formação acadêmica, ou até

mesmo por profissionais que lecionam no ensino regular onde não possuem

nenhum preparo ou conhecimento para desenvolver um trabalho dinâmico e

criativo com os alunos com necessidades educacionais especiais no cotidiano

escolar. Para Montoan “Nosso sistema educacional, diante da democratização

do ensino, tem vivido muitas dificuldades para equacionar uma relação

complexa, que e a de garantir escola para todos, mas de qualidade” (Montoan,

2006:23).

É necessário que todos, pais e professores, equipe técnica pedagógica da

escola estejam dispostos a desenvolver um trabalho dinâmico e prazeroso com

nossos alunos portadores de necessidades especiais, a fim de alcançar não

somente um objetivo de igualdade as condições educacionais de ensino

regular, como também de evitar possíveis situações que favoreçam a

desvalorização ou a inferioridade do aluno com necessidades especiais em seu

cotidiano escolar. Os debates, conferências e o apoio do Estado é muito

importante para que realmente o processo de inclusão ocorra, mas isto cabe

aos professores, Orientadores e os demais atores da equipe técnica

pedagógica da escola enfatizar a importância do desenvolvimento de um

trabalho sério relacionado ao processo inclusivo em escolas convencionais

para que realmente estes alunos com necessidades especiais possam ser

atendidos, proporcionando-os assim não só a igualdade ao acesso a educação

como também o desenvolvimento intelectual dos alunos portadores de

necessidades especiais. Como afirma Montoan (2006):

“A igualdade abstrata não propiciou a garantia justas nas escolas. A igualdade de oportunidades, que tem sido a marca das políticas igualitárias e democráticas no âmbito educacional, também não consegue resolver o problema

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das diferenças nas escolas, pois elas escapam ao que esta proposta sugere, diante das desigualdades naturais sociais” (MONTOAN,2006:19).

O que ocorre muitas vezes nas escolas regulares é a preocupação por

parte de muitos docentes e orientadores no que diz respeito a ministração de

aulas tradicionais sem levar em discussões nas reuniões pedagógicas, por

exemplo, a grande problemática que é a de tentar sanar, pesquisar e tentar

descobrir soluções que atendam a diversidade de alunos existentes em nossas

escolas. O quantitativo de aluno e cada classe, como já mencionado, é um dos

fatores que intervém de maneira negativa no processo de ensino aprendizado

bem como na organização de estratégias de ensino para tais questões que são

de suma importância. Mesmo com todos estes desafios encontrados na

educação brasileira presente nas escolas públicas e particulares, o debate para

atender a diversidade de alunos em nossas escolas necessitam ser frequentes,

enfatizado através do grupo de professores, mostrando-se verdadeiramente em

atender a demanda diversificada, tendo em vista discussões sobre o tema

inclusão sem medo, preconceitos, dando a importância devida para o assunto

tão jovem (apenas com 25 anos em discussão a Conferência de Salamanca)

que foi debatido na década de 90 e perdura nos dias atuais. O que chama

atenção é que na maioria das escolas, infelizmente, o assunto não é muito

debatido nem é visto por muitos docentes como importante e que mereça tal

discussão ou importância devida. Isso se dá ao fato de muitos docentes ou

equipe técnica da escola não relevar o assunto, devido a quantidade inferior da

demanda de alunos com necessidades educacionais diversas ainda é um

pouco menor em relação a quantidade de alunos que não possuem nenhum

tipo de deficiência física ou mental ou nenhum transtorno que comprometa em

sua aprendizagem em sala de aula. Montoan diz que “As propostas

educacionais inclusivas exigem uma atenção constante dos professores para

que não seja ferido o direito humano e indisponível de todos os alunos ao

ensino regular comum” [...] (MONTOAN, 2006:80).

A falta de conhecimento ou formação acadêmica do professor no que diz

respeito a educação especial e sua prática nas escolas convencionais, podem

ser uma das principais causas para alguns atos de resistência para discussões

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entre os grupos de professores, orientadores e gestão democrática da U.E.

Todos os educadores necessitam saber que os alunos necessitam ser

atendidos nessas escolas e, como já mencionado, com o objetivo não só de

uma educação igualitária mas uma educação que não os inferiorize no

cotidiano escolar, proporcionando ferramentas pedagógicas específicas que

atendam de maneira diversificadas nossos alunos para que realmente o

processo de inclusão ocorra nas escolas. Embora tenha 25 anos de discussão

sobre o conceito à aplicabilidade do atendimento aos alunos portadores de

necessidades especiais, este tema necessita ser mais frisado nas Unidades

Escolares, para que verdadeiramente a educação possa ser propiciada a todos

os educandos. Como nada na educação não é fácil de ser aplicado,

principalmente na prática educativa no cotidiano escolar.

As escolas inclusivas, portanto, propõem a constituição de

um sistema educacional que considera as necessidades de

todos os alunos e que é estruturado em razão dessas

necessidades. A inclusão gera uma mudança de perspectiva

educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos

que apresentam dificuldades na escola; mas apoia a todos:

professores, alunos e pessoal administrativo para que

obtenham sucesso na escola convencional (MANTOAN,

1997, p. 121).

A integração é a inserção parcial do aluno dependendo da sua capacidade

de adaptar-se. A inclusão é a inserção total focalizando as particularidades do

aluno em seu cotidiano escolar, atendendo a estas individualidades com

ferramentas pedagógicas específicas para atender de maneira adequada a

esta demanda. Cabe o professor atender as necessidades educacionais

demandadas, discutindo e planejando nas U.E. sobre como, quando e onde

fazer acontecer nas escolas de ensino convencionais o processo inclusivo

educacional. Para Coll et. Al., 1995:

“a igualdade educacional não pode ser obtida quando se

oferece o mesmo cardápio a todos os alunos; a integração

escolar das crianças com deficiências torna-se possível

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quando se oferece a cada aluno aquilo de que ele

necessita”.(Coll, et al.,1995).

O apoio do serviço de orientação pedagógica é de grande importância pra

ao desenvolvimento coeso do trabalho diário de inclusão escolar. O apoio da

escola é de suma importância para o trabalho de inclusão escolar ocorra nas

escolas convencionais. Professores necessitam estar atentos e interessados

ao desenvolvimento do processo inclusivo nas escolas. Todos necessitam

estar inseridos e interessados pra que o processo escolar possa ser

ministrados nas aulas regulares com os alunos portadores de necessidades

especiais.

3.2 A Formação de professores e orientadores X processo

inclusivo escolar.

O papel da escola e do educador estão muito mais além do que a formação

acadêmica de seus educandos. Na educação inclusiva não é diferente, pois

relaciona-se também ao trabalho contínuo de seus educadores aos valores

éticos da escola, tendo a principal função formativa destes alunos que estão

ligados intrinsicamente a formação do respeito, buscando incentivar a

cidadania de todas as crianças, em seus vários níveis de escolaridade.

A educação inclusiva promove a todas as crianças direitos e deveres e

debates em causas coletivas. É o espaço para que cada aluno possa debater

questões igualitárias tanto no respeito a diferenças quanto na formação

acadêmica dos alunos. Os debates são utilizados entre alunos reflitam sobre o

tema inclusão na escola e dar a importância devida para tal assunto discutido

na escola. Segundo Crochík (2002):

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“_ auxiliar os que não sabem com o seu saber e aprender

pela própria experiência, os seus limites e o dos outros,

[experiências que] podem dar-lhes algo que a busca da

perfeição impede: o entendimento da vida e a possibilidade

de vivê-la”. Crochík (2002:295)

O contato e a convivência com as crianças deficientes e as outras

crianças não deficientes são importantes para o aprendizado não só de valores

éticos da escola como também de da formação acadêmica dos educandos.

Segundo Sampaio (2009):

“Tece comentários sobre uma pesquisa feita a partir do

referencial piagetiano, em que se constatou que o fato de

uma criança apropriar-se de um conhecimento e adequá-lo

para ensinar a alguém, favorece o avanço de suas próprias

estruturas cognitivas”. (SAMPAIO, 2009:44)

A educação inclusiva nas escolas vai muito além da aceitação de crianças

com deficiência para frequentar salas de aula de ensino regular. É necessário

estudar e formar juntos, professores e orientadores, processos pedagógicos

adequados para tais procedimentos específicos que atendam a demanda de

alunos com necessidades educacionais especiais para os deficientes físicos e

mentais, para que tais procedimentos alcancem os objetivos satisfatórios

propostos, que são o de ajudar estes alunos ao desenvolvimento intelectual,

físico e ético.

Existem alguns questionamentos sobre a formação do professor quanto a

suas atitudes referentes ao processo de inclusão nas escolas e a postura de

alguns orientadores frente aos desenvolvimento da dinâmica pedagógica para

que realmente o processo de inclusão nas escolas aconteça. Será que todos

ou a maioria destes profissionais estão preparados para dinamizar

pedagogicamente o processo de inclusão nas escolas convencionais? Será

estes educadores possuidores de uma formação acadêmica voltadas para a

educação inclusiva? Como é a reação de muitos orientadores e professores

frente ao processo inclusivo. Segundo Sampaio (2009):

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De uma forma geral, a literatura sobre o tema ressalta a

importância da qualificação profissional do professor,

apontando, como uma das principais barreiras para a efetiva

inserção dos alunos deficientes no sistema regular de

ensino, o despreparo dos professores para receber esta

clientela. (SAMPAIO, 2009:45).

Como uma unidade escolar pode estar apta a receptividade de alunos

deficientes se educadores não possuem nenhuma formação para tal trabalho?

É de suma importância que a escola e seus governantes possam estar atentos

a formação continuada e a formação acadêmica de nossos educadores para o

desenvolvimento de tais funções pedagógicas, garantindo o sucesso intelectual

e ético no processo de inclusão de nossos alunos.

3.3 Entrevista a Orientadores educacionais e Professores do

Ensino Regular frente ao Processo Inclusivo.

Entrevistando oito professores que atuam no ensino regular em escolas

convencionais no município de Nova Iguaçu (em uma escola pertencente a

este município), vimos a total insatisfação para lhe dar com a real situação do

desenvolvimento de um trabalho pedagógico voltado para a inclusão escolar no

ensino regular. Uma professora entrevistada diz que é graduada em

psicopedagogia Clínica e Institucional e diz que só tem a relatar suas

dificuldades. Apesar de admitir que este curso de especialização a ajudou

muito para trabalhar com alunos especiais, ela admite que o número de alunos

em sala de ensino regular mais o trabalho minucioso com alunos especiais a

impede de desenvolver um bom trabalho. Em sua fala a professora diz que:

“Se o professor, sozinho, atendendo a 34 crianças, mais

dois ou três crianças portadoras de necessidades especiais

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educacionais, desconhecem essas reais necessidades e a

forma como intervir o trabalho não flui e a inclusão não é, de

fato realizada”.

Esta mesma professora ainda relata que a falta de laudo para trabalhar com

a individualidade da deficiência apresentada pelo aluno dificultava ainda mais o

empenho e a dedicação para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico no

processo inclusivo.

Alguns professores relatam a questão de não ter formação específica

acadêmica na área de educação especial e que o número de alunos em sala

dificulta e muito o desenvolvimento do processo inclusivo. Muitos professores

até gostariam de dar uma atenção maior, não só os alunos deficientes, mas

todos aqueles que apresentam necessidades educacionais especiais. O

número de alunos em sala se torna um grande desafio para esses professores.

Alguns professores relatam a falta de contato com os professores da sala

de recurso. A escola possui dois professores da sala de recurso que trabalham

em um contra turno. Para o professor do ensino regular seria muito

interessante saber o que o professor de educação especial está repassando

para seus alunos a fim de que dê continuidade ao processo educacional no

horário regular em sala de aula com o professor do ensino regular, a fim de que

a inclusão realmente aconteça.

Em uma outra escola, pertencente a este mesmo município, uma

professora do ensino regular afirma que na escola em que leciona não havia

nenhum trabalho pedagógico voltado para a preocupação da educação

inclusiva na sala de aula de ensino regular e esta mesma professora afirma

trabalhar dois anos consecutivos com alunos deficientes. Além do desafio

encontrado com a carência de um projeto político-pedagógico em sua escola

voltado para a educação inclusiva, esta mesma professora diz que a escola

não desenvolve nenhuma atividade socioeducativa, a preocupação é apenas

com o espaço físico, realizando obras para fazer rampas, fazendo com que

facilite o acesso dos cadeirantes.

Page 39: ORIENTADORES EDUCACIONAIS E PROFESSORES COMO … · segundo o autor que explica que o estudo de campo “procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada

39

Entrevistando uma professora itinerante, onde realiza seu trabalho

visitando as escolas uma vez por semana e sinaliza e encaminha alunos com

necessidades especiais, afirma ter grandes dificuldades na realização de seu

trabalho. Um de seus grandes desafios é a participação familiar do educando

na educação inclusiva e na aceitação do diferente por parte dos alunos da

escola. Esta professora itinerante acredita que “na inclusão os resultados são

além do esperado. Entretanto, é um processo longo, que necessita da

persistência e perseverança tanto do aluno, família, escola e comunidade”.

Conversando com uma orientadora educacional deste mesmo município,

atuante na função há sete anos, ela nos diz que seu trabalho com a visita da

professora itinerante é de parceria, de trocas sobre os alunos com os alunos

deficientes encontrados na escola. A orientadora afirma que é de suma

importância a participação dos professores neste processo e que seria muito

bom se todos, participantes do processo inclusivo, obtivesse maior preparo

para trabalhar com os alunos deficientes para que realmente o processo de

inclusão aconteça nas escolas. A orientadora educacional diz que:

“Quando a sala de recursos não é dentro da própria escola,

a interação não é diretamente com esses profissionais, mas

com o professor itinerante, que faz a ponte entre eles. Há

bastante conversa e troca de informações com o itinerante,

para que estejamos a par do processo de aprendizagem dos

alunos. Quando a sala é dentro da escola, frequentemente

há encontros entre orientadores, gestores, itinerantes e o

profissional, com o mesmo objetivo já mencionado”.

O orientador educacional realiza o processo de mediação entre a

professora itinerante e esta prossegue o processo de mediação com os outros

professores da sala de recursos para que juntos possam buscar soluções que

auxiliem os alunos deficientes e com necessidades especiais educacionais. É

de grande importância neste processo todos estarem envolvidos no processo

inclusivo e que o processor esteja inserido como um dos atores principais neste

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processo, para que realmente o processo de inclusão diária ocorra também em

sala de aula. Em uma reportagem realizada pela revista Nova escola de

outubro de 2007, descreve sobre a força da equipe escolar neste processo de

inclusão e no auxilio que essa equipe pedagógica tem de proporcionar aos

professores nas salas de aula dos ensino regulares. Nesta entrevista realizada

por esta revista, a Assistente de Direção Maria Aparecida Ferreira relata em

sua escola que:

“Hoje dos 934 alunos, 30 tem algum tipo de deficiência. No

início não sabíamos o que fazer e não temos vergonha de

confessar isso. Hoje posso garantir que não há um manual

de instrução para a escola ser inclusiva, mas é essencial

que a equipe se uma pra trabalhar em prol da

aprendizagem”. (REVISTA NOVA ESCOLA, outubro de

2007:40).

Como foi lido e observado, embora as escolas sejam diferentes mas as

inquietações e desafios são os mesmos. Quando o aluno chega na escola para

ser matriculado a participar do processo de inclusão nas escolas regulares, nos

deparamos com educadores que, muitas vezes, são despreparados para

trabalhar pedagogicamente no processo inclusivo e realizar um trabalho de

mediação no decorrer desse processo. Com isso muitos professores em sala

de aula, onde também muitos deles se encontram despreparados para

desenvolver seu trabalho em sala de aula com alunos deficientes, expõem

suas inquietações e insatisfações sobre o processo de inclusão dentro de sala

de aula. Para tanto Sampaio (2009) afirma que:

“De uma forma geral, a literatura sobre o tema ressalta a

importância da qualificação profissional do professor,

apontando, como uma das principais barreiras para a efetiva

inserção dos alunos deficientes no sistema regular de ensino,

o despreparo dos professores para receber esta clientela”.

(SAMPAIO, 2009:45)

Page 41: ORIENTADORES EDUCACIONAIS E PROFESSORES COMO … · segundo o autor que explica que o estudo de campo “procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada

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Precisamos estar mais atento no processo inclusivo nas escolas regulares

pois está se tornando uma vertente crescente nas escolas convencionais, e se

não for dada a devida importância, vamos a dada dia que passa, estar nos

deparando com profissionais despreparados e sem o apoio devido para

desenvolver um trabalho pedagógico nas escolas para que assim, os alunos

não sejam apenas matriculados nas escolas convencionais e pare por ai. A

inclusão escolar vai muito mais além disso.

CONCLUSÃO

Educadores de todas as escolas necessitam rever vários conceitos e

procedimentos a encarar não só os métodos pedagógicos para todos os alunos

com deficiência educacional, mas para todos aqueles que necessitam de um

acompanhamento específico no processo de aprendizagem, acompanhamento

este, que os possibilitem a alcançar o sucesso de aprendizagem em sua

trajetória escolar. Entretanto, educadores em quase todas as escolas

encontram dificuldades no que diz respeito a sua formação acadêmica ou

despreparo para desenvolver um trabalho pedagógico diariamente nas escolas

convencionais, deixando-os muitas vezes sem saber como proceder diante

deste processo inclusivo.

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Para que o processo de inclusão ocorra nas escolas regulares, professores,

orientadores, gestores e pais tem de estar interagindo juntos para que o aluno

possa se sentir amparado no decorrer do processo de aprendizagem. O

Orientador Educacional tem de estar atento as dificuldades, inquietações e

sugestões pedagógicas do professor, interagindo dia a dia com este professor

para que o processo de inclusão possa realmente acontecer e com sucesso.

É necessário também que as escolas desenvolvam atividades

socioeducativas, trabalhando o desenvolvimento ético do aluno. Materiais

específicos para cada deficiência é indispensável na escola para que se

desenvolva um ótimo trabalho. Em contrapartida, todos que fazem parte da

equipe técnica da escola possam estar preparados não só para trabalhar com

os alunos deficientes mas sim, preparados para o manuseio de tais recursos

pedagógicos para que assim possa dar início ao trabalho de inclusão e possa

desenvolvê-lo na escola de maneira satisfatória no ensino regular.

QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTAS AOS PROFESSORES DE UMA REDE

MUNICIPAL – BAIXADA FLUMINENSE RIO DE JANEIRO.

1 – Seu nome completo, idade e tempo de atuação neste cargo na rede

municipal de ensino:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 – Sua formação acadêmica (informe-nos se você possui alguma formação ou

conhecimento específico na área de educação inclusiva escolar):

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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3 – Você já lecionou ou leciona à alunos portadores de necessidades

especiais? Conte-nos suas experiências no campo de inclusão escolar (você

pode exemplificar com métodos pedagógicos aplicados no desenvolvimento de

inclusão escolar e contar suas dificuldades durante o processo de inclusão):

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 – Na escola onde você leciona possui atividades socioeducativas voltadas ao

processo pedagógico de inclusão escolar? Exemplifique estas atividades:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTAS AOS ORIENTADORA EDUCACIONAL

BAIXADA FLUMINENSE - RIO DE JANEIRO.

1 – Seu nome completo, idade e tempo de atuação nesta função na rede

municipal de ensino:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 – Sua formação acadêmica e tempo de atuação na rede pública na função

como Orientadora Educacional, Pedagógica ou Gestora (informe-nos se você

possui alguma formação ou conhecimento específico na área de educação

inclusiva escolar):

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 - Você possui interação com o grupo de professores da sala de recursos,

com a função de mediar e ajudar no direcionamento do trabalho de inclusão

escolar bem como no auxílio diário com alunos com necessidades especiais?

Escreva suscintamente, sua atuação enquanto um dos mediadores deste

processo inclusivo:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4) A escola possui atividades e materiais socioeducativos para que o processo

de inclusão escolar ocorra? Se você possui o conhecimentos destas atividades

ou materiais na U. E. explique-me quais são eles?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5) Em sua opinião enquanto um dos mediadores pedagógico no processo

inclusivo escolar, você observa a atuação do Professor como mediador neste

processo? Explique:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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GRISPUN, Mírian P. S. Z. A prática dos Orientadores Educacionais. (Org.) –

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A lei da LDB 9.394, de 20 de novembro de 1996, capítulo V, artigos 58 e 59

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MAZZOTA, Marcos J. S. Fundamentos da Educação Especial. São Paulo:

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