organizações orientadas para o atendimento ao cliente - a relação entre a estratégia e o clima

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  • 7/24/2019 Organizaes Orientadas Para o Atendimento Ao Cliente - A Relao Entre a Estratgia e o Clima

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    289Gesto Contempornea, Porto Alegre, ano 10, n. 13, p. 289-312, jan./jun. 2013Disponvel em:

    Organizaes orientadaspara o atendimento ao cliente:a relao entre a estratgiae o clima para servios

    Elza Ftima Rosa Veloso1

    Rodrigo Cunha Silva2

    Chris Parker3

    Andr Luiz Fischer4

    Joel Souza Dutra5

    Wilson Aparecido Costa de Amorim6

    Resumo

    A gesto das organizaes voltada ao cliente deveria envolver o desenvolvimento de um

    clima para servios adequado, dada a estreita relao desse fator do ambiente organizacional

    com a satisfao de clientes internos e externos e com os resultados organizacionais.

    Para isso, consideramos que prticas e procedimentos deveriam apoiar-se em estratgias

    organizacionais e de gesto de pessoas. Este estudo objetivou compreender a influnciada adoo de estratgias orientadas para o atendimento s necessidades dos clientes sobre

    o clima para servios. Foi feito um estudo quantitativo com 374 empresas participantes

    de uma pesquisa que levanta prticas de gesto de pessoas e mensura a percepo de seus

    empregados sobre vrios aspectos do ambiente organizacional, inclusive do atendimento

    aos clientes. Entre os resultados, destaca-se que a maior parte das organizaes pesquisadas

    explicita em suas estratgias a prioridade de atendimento aos clientes. Tambm discutida a

    relao entre o desenvolvimento das condies facilitadoras para o clima para servios.

    Palavras-chave: Estratgia. Clima para servios. Condies facilitadoras.

    1 Doutora em administrao pela Universidade de So Paulo USP. Professora da Fundao

    Instituto de Administrao FIA e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Email: elzafr@

    uol.com.br.2 Doutorando em administrao na Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade da

    Universidade de So Paulo FEA/USP.3 PhD pela Rice University. Professor associado da Northern Illinois University.4 Doutor em administrao pela Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade da

    Universidade de So Paulo FEA/USP. Professor da mesma instituio.5

    Doutor em administrao pela Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade daUniversidade de So Paulo FEA/USP. Professor livre-docente da mesma instituio.6 Doutor em administrao pela Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade da

    Universidade de So Paulo FEA/USP. Professor da mesma instituio.

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    Elza F. R. Veloso, Rodrigo C. Silva, Chris Parker, Andr L. Fischer, Joel S. Dutra e Wilson A. C. de Amorim

    Gesto Contempornea, Porto Alegre, ano 10, n. 13, p. 289-312, jan./jun. 2013

    Disponvel em: 290

    Customer-oriented management organizations: the relation between strategyand atmosphere for servicesAbstract

    The customer-oriented management organizations should involve the development of an

    appropriate service atmosphere, given the close relation of the organizational environment

    factor with the satisfaction of internal and external customers and organizational outcomes.

    Therefore, we believe that practices and procedures should be based on organizational and

    human resource strategies. This study aimed to understand the influence of the adoption of

    strategies aimed at meeting the needs of customers regarding service atmosphere. We made

    a quantitative study with 374 companies which participated in a research that surveys human

    resource practices and measures the perceptions of their employees on various aspects of

    organizational environment, including customer service. Among the results, it was found

    that the majority of organizations surveyed considered customer services as a priority in

    their strategies. The relation between the developmentof facilitating conditions for the

    service atmosphere were also discussed.

    Keywords: Strategy. Service climate. Facilitating conditions.

    Introduo

    Com base em pesquisa no acadmica, que envolveu empresas

    atuantes no Brasil e seus respectivos consumidores, Gaspar (2010) afirma

    que a chamada economia do cliente (HAMMER, 2001) no se consoli-dou. Na situao econmica prevista por Hammer, todo o poder estaria

    nas mos do consumidor e as empresas travariam uma verdadeira batalha

    em busca de clientes. Porm, o que os resultados da pesquisa apontam

    que a autoimagem das organizaes no condizente com a impres-

    so de seus clientes sobre elas. Enquanto 98% das empresas pesquisadas

    afirmaram, por meio de seus gestores, ter estrutura eficiente de atendi-

    mento, 23% dos seus consumidores disseram no ter sido bem atendidos

    por nenhuma delas nos 12 meses anteriores pesquisa. Constataes

    como esta apontam a necessidade de que as organizaes desenvolvam

    mecanismos que promovam a aproximao entre o que oferecem e o que

    os clientes esperam.

    Para vrios autores, a gesto das organizaes voltada ao cliente

    deve envolver o desenvolvimento de um clima para servios adequado,

    tendo em vista a estreita relao desse fator do ambiente organizacio-

    nal com a satisfao de clientes internos e externos e com resultados

    organizacionais (Schneider; Bowen, 1985; Schneider; White; Paul, 1998;

    Johnson, 1996; Salanova; Agut; Peir, 2005; WileY; Brooks; Lundby,

    2006). Esse tipo de clima organizacional formado pela percepo com-

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    partilhada sobre prticas e procedimentos organizacionais, alm de com-

    portamentos voltados ao atendimento ao cliente, que so, de alguma

    forma, reconhecidos e recompensados (Schneider; White; Paul, 1998).

    Dessa forma, entendemos neste trabalho que tais prticas e procedimen-

    tos devam apoiar-se em estratgias organizacionais e estratgias de ges-

    to de pessoas (FISCHER, 2002).

    Com objetivo de compreender a influncia da adoo de estratgias

    orientadas para o atendimento s necessidades dos clientes interno ou ex-

    terno sobre o clima para servios, foi delineado um estudo quantitativo

    com 374 empresas participantes de uma pesquisa que, alm de levantar

    prticas de gesto de pessoas, prioriza a medida do clima organizacio-

    nal. A mensurao do clima organizacional realizada por meio do levan-

    tamento da percepo dos empregados das organizaes participantes so-bre vrios aspectos do ambiente organizacional, inclusive do atendimento

    aos clientes. Tal pesquisa apresentada neste artigo, que, alm da introdu-

    o est dividido em trs sees e as consideraes finais. Na primeira

    delas o referencial terico apresentado; na segunda a metodologia e a

    descrio da pesquisa; e, na terceira, os resultados e sua anlise.

    1 Referencial terico

    Nesta seo, apresentado o referencial terico do trabalho que

    trata da conceituao de estratgia e da necessidade de seu alinhamento

    gesto de pessoas, clima organizacional e clima para servios.

    1.1 Estratgia e gesto de pessoas

    O atual contexto empresarial no qual o crescimento depende dire-tamente do cenrio econmico mundial e da concorrncia interna eexterna faz com que as organizaes em sua busca por adaptao ediversificao de produtos e servios necessitem desenvolver o quePorter (1990) chama vantagem competitiva. Esta por sua vez, dependede como a organizao, em sua estratgia competitiva, coloca em prticatrs estratgias genricas: liderana de custo, diferenciao e enfoque.Assim, para conseguir vantagem competitiva, preciso que a empresa

    oferea aos seus consumidores benefcios que criem valor, com vanta-gem de custo sustentvel, diferenciando-se da concorrncia, em um seg-mento de atuao definido.

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    A breve exposio da ideia de vantagem competitiva torna possvel

    perceber a importncia da definio e implementao de estratgias nas

    organizaes. A estratgia pode ser considerada como o planejamento

    do jogo da gerncia para reforar a posio da organizao no mercado,

    promover a satisfao dos clientes e atingir os objetivos de desempe-

    nho. (THOMPSON JR.; STRICKLAND III, 2004, p.1).

    A constituio da estratgia deve considerar as tipicidades que com-

    pem os padres de cada organizao para viabilizar o planejamento

    para o futuro. Mintzberg (1998) considera que, para planejar uma estra-

    tgia clara, explcita e completa, preciso ter a razo como base, combi-

    nando a anlise dos concorrentes e mercados com a anlise dos pontos

    fortes e fracos da empresa. Alm desses fatores, pode-se considerar a

    importncia de uma viso integrada, onde os objetivos e metas formaisdevem ser formulados respeitando a cultura, a misso e a viso da em-

    presa para possibilitar o xito da estratgia de colocao de produtos e

    servios nos mercados escolhidos, alm das subestratgias que facilitem

    a implantao da estratgia.

    Para a efetivao do planejamento estratgico com implementao

    de estratgias bem-sucedidas, Drucker (2001) prope planejar para a in-

    certeza. Essas incertezas esto presentes tanto na economia, como na

    sociedade e na poltica, tornando inteis as previses baseadas em pro-babilidades. Dessa forma, as organizaes devem estar aptas a responder

    constantemente a contingncias.

    No mbito da gesto de pessoas, Albuquerque (2002) enfatiza a

    crescente migrao das estratgias de controle sob as quais os empre-

    gados devem ser mandados e controlados para estratgias de compro-

    metimento , sob as quais os empregados so considerados parceiros

    no trabalho. Segundo o autor, as estratgias de gesto de pessoas devem

    estar alinhadas s estratgias organizacionais e a formulao de ambasdeve envolver os seguintes passos: viso do negcio, definio da mis-

    so, anlise do ambiente, anlise das capacidades, definio dos objeti-

    vos organizacionais, definio de macropolticas, elementos estratgicos

    crticos, seleo e desenvolvimento da estratgia, implementao.

    Para que a implementao da estratgia tenha xito, importante

    que os colaboradores, de forma geral, desenvolvam uma viso integrada

    sobre vrios aspectos da gesto organizacional. Nesse processo, o clima

    organizacional um fator importante.

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    1.2 Clima organizacional

    Os experimentos de Hawthorne, realizados entre 1924 e 1933,

    foram os primeiros a analisar o clima interno de uma organizao. Fo-

    ram observadas relaes entre nveis de iluminao e taxas de produodos operrios: inexplicavelmente, a produo de um trabalhador e a sua

    satisfao aumentava medida que se intensificava ou diminua a ilumi-

    nao do local de trabalho (FRANKE; KAUL, 1978). Na percepo dos

    empregados, a simples ateno s condies de trabalho foi suficiente

    para gerar motivao e sentimentos positivos em relao organizao.

    O termo clima foi cunhado por Lewin, Lippitt e White (1939) no

    vocabulrio da psicologia social, eles usaram o conceito de clima social

    e atmosfera social como expresses similares para descrever atitudes,sentimentos e processos sociais, baseados em um experimento com gru-

    pos de meninos em um acampamento de vero nos Estados Unidos, em

    que foram interpretados os diferentes efeitos de intervenes particula-

    res nas atividades.

    Em 1948, Lewin intitulou de teoria de campo psicolgico suas ten-

    tativas de representar um processo social particular como parte de um

    contexto ou campo mais amplo (ASHKANASY; WILDEROM; PETER-

    SON, 2001). Para o autor, todo comportamento, inclusive ao, pensa-mento, desejo, busca, valorizao e realizao, concebido como uma

    mudana de algum estado de um campo numa determinada unidade de

    tempo (LEWIN, 1951).

    A nfase de Lewin no contexto estava relacionada psicologia

    Gestalt de percepo e, que na mesma poca, estava sendo desenvolvida

    por outros imigrantes alemes nos Estados Unidos. Sua teoria mostra

    que o comportamento humano individual varia conforme a norma e

    que essa variao condicionada pela tenso entre a autopercepo eo ambiente psicolgico (espao vital) onde o indivduo est inserido

    (ASHKANASY; WILDEROM; PETERSON, 2001).

    A primeira anlise sistemtica denominada clima organizacional

    foi realizada por Argyris (1960). Ele concluiu que as organizaes pre-

    cisam criar uma atmosfera interpessoal de confiana, abertura e de bai-

    xa ameaa. De acordo com Schneider (1975), esse conceito deveria se

    referir mais a uma rea de pesquisa do que a uma unidade especfica de

    anlise ou um conjunto particular de dimenses. O termo clima orga-nizacional deve ser complementado pela palavra clima para se referir

    a um clima de algo. Kolb, Rubin e McIntyre (1978) identificam outros

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    aspectos relacionados, como conformidade, padres, recompensas, res-

    ponsabilidade, apoio, clareza e calor humano. Woodman e King (1978)

    afirmam que o clima organizacional um conceito que implica com-

    preenso do comportamento das pessoas no ambiente de trabalho. Sua

    anlise um processo valioso, pois a realidade que os dirigentes ideali-

    zam pode ser diferente da percebida pelos empregados. Isso ocorre

    porque cada indivduo tem uma percepo balizada por atitudes e ex-

    pectativas prprias.

    O conceito de clima organizacional iniciou uma nova perspectiva

    administrao ao buscar argumentos para o desempenho do trabalho

    humano, por meio de relaes entre esse fator e outros aspectos relevantes

    do cotidiano, como liderana, satisfao, tica, motivao, desempenho,

    rotatividade, entre outros. Esse tema ganhou importncia nos ltimosanos por ser considerado uma varivel a ser investigada por aqueles que

    buscam explicaes para a produtividade e a qualidade do trabalho das

    pessoas nas organizaes (OLIVEIRA, 1996).

    O clima organizacional refere-se ao que as pessoas acreditam que

    existe e que est acontecendo no ambiente da organizao em determi-

    nado momento, sendo, portanto, a caracterizao da imagem que essas

    pessoas tm dos principais aspectos ou traos vigentes (CODA, 1998).

    Fleury e Sampaio (2002) afirmam que muitos autores assumem oconceito de cultura como sinnimo de clima organizacional. Porm, os

    estudos sobre cultura tm um carter mais profundo, remetendo s ori-

    gens da organizao, ao processo de definio de seus valores bsicos e

    modelagem dos padres culturais. J o clima organizacional reflete um

    estado momentneo da organizao, que pode se alterar ante uma not-

    cia, um evento ou um boato, por exemplo.

    Para Schneider e White (2004), trs so as fontes para o desenvol-

    vimento do clima nas organizaes:a) Exposio dos membros s mesmas caractersticas estruturais obje-

    tivas;

    b) Prticas e processos de seleo, reteno e designao de tarefas que

    produzem um conjunto homogneo de membros da organizao; e

    c) Interaes sociais que geram o entendimento compartilhado entre

    os membros.

    Dessa forma, possvel afirmar que o clima organizacional for-

    mado pelos sentimentos compartilhados em relao organizao. Essessentimentos, positivos ou negativos, influenciam o comportamento das

    pessoas e, conseqentemente, seu desempenho.

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    Na viso de Schneider (1975), o clima deveria ser relacionado a fa-

    tores especficos do ambiente organizacional, como por exemplo, o cli-

    ma para servios.

    1.3 Clima para servios

    De acordo com Schneider e Bowen (1985), em geral, o clima orga-

    nizacional consiste na percepo sobre o que realmente importante na

    organizao. Percepo esta, obtida atravs de experincias no trabalho

    e percepes dos tipos de comportamentos que a gesto espera e apoia.

    Assim, o clima para servios acontece quando estas percepes so inte-

    gradas em um tema que indica que o servio prestado ao cliente algoimportante para a organizao. Todavia, a criao de um clima para ser-

    vio comea com a identificao do que o mercado espera e as suas neces-

    sidades de qualidade de servio.

    Segundo Schneider, White e Paul (1998), o clima para servios

    pode ser entendido como a percepo compartilhada dos empregados

    sobre as prticas, procedimentos e comportamentos, que so reconheci-

    dos e recompensados pela organizao no que diz respeito ao servio

    prestado ao cliente.Nesse sentido, o estudo de Johnson (1996) fornece evidncias da

    eficcia das prticas de gesto voltadas especificamente ao clima para

    servios da organizao, visando facilitao da prestao de servio ao

    cliente. De acordo com ele, os empregados so mais propensos a oferecer

    um excelente servio aos clientes quando a organizao espera e recom-

    pensa tal comportamento e estabelece prticas que facilitam a prestao

    do servio.

    Schneider, White e Paul (1998) afi

    rmam que um clima para servi-os sustentado sobre uma base de apoio fundamental na forma de

    recursos e prticas gerenciais, bem como as assistncias necessrias para

    que as pessoas desempenhem com eficcia. Com isso, duas questes

    fundamentais so apresentadas: a qualidade do servio interno existente

    em uma organizao e as condies gerais facilitadoras. A primeira cate-

    goria reflete a qualidade do servio recebido internamente de outros

    departamentos dentro da organizao. A ltima inclui esforos para eli-

    minar os obstculos ao trabalho, alm dos comportamentos de controle

    (por exemplo, dar feedback ou partilhar informao e polticas de Re-

    cursos Humanos).

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    Elza F. R. Veloso, Rodrigo C. Silva, Chris Parker, Andr L. Fischer, Joel S. Dutra e Wilson A. C. de Amorim

    Gesto Contempornea, Porto Alegre, ano 10, n. 13, p. 289-312, jan./jun. 2013

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    Com base na ideia de que o clima para servios se refere per-

    cepo dos trabalhadores de prticas de Recursos Humanos no que diz

    respeito qualidade do servio prestado ao cliente, Salanova, Agut e

    Peir (2005) afirmam que fatores contextuais so as questes fundamen-

    tais em que se assenta o clima para servios. No entanto, como Schneider,

    White e Paul (1998) sugeriram, as questes fundamentais constituem

    uma condio necessria, mas no suficiente para estimular o clima para

    servios.

    Para Salanova, Agut e Peir (2005), o clima para servios baseia-se

    em um contexto mais geral, que inclui aspectos subjetivos e no apenas

    as prticas de Recursos Humanos. Como o clima construdo, tambm

    depende de como os funcionrios se sentem no trabalho e de sua moti-

    vao. Na pesquisa desses autores, foram includas, como variveis pre-ditoras do clima para servios, as prticas de Recursos Humanos perce-

    bidas pelos empregados que facilitam o seu trabalho e a motivao.

    Os resultados mostraram que, quando os empregados percebem que a

    disponibilidade de recursos organizacionais (por exemplo, autonomia

    e tecnologia) visa eliminar os obstculos no trabalho, sentem-se mais

    motivados, o que por sua vez est relacionado com um melhor clima

    para servios. Alm disso, quando o clima para servios positivo, os

    clientes tendem a avaliar positivamente o desempenho do empregado,fator que, por sua vez, est associado com a fidelidade dos clientes.

    Desta forma, importante para a gesto incentivar os funcionrios

    a se sentirem motivados e envolvidos em seu trabalho, criando assim

    um clima afetivo na organizao, o que contribui para a produo de

    um clima para servios positivo. Em outro estudo, conduzido por Wiley,

    Brooks e Lundby (2006), analisou-se a relao entre a satisfao dos

    empregados e o clima para servios de trs organizaes, avaliando-se

    o impacto destas variveis sobre a satisfao dos clientes. Constatou-seque a varivel de clima para servios exercia forte influncia sobre a sa-

    tisfao dos clientes. Dentre os itens do questionrio, foram menciona-

    dos aspectos ligados reputao da empresa no atendimento adequado

    dos seus clientes, soluo rpida de problemas dos clientes, autonomia,

    clareza quanto prioridade do servio prestado ao cliente e comprometi-

    mento da gesto em proporcionar qualidade de servios aos clientes.

    Esses fatores foram utilizados neste trabalho para medir o clima organi-

    zacional das empresas participantes do estudo, conforme descrio dapesquisa, apresentada na prxima seo.

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    2 Metodologia e descrio da pesquisa

    Nesta seo apresentada a metodologia da pesquisa e so descri-

    tos os passos seguidos para a elaborao do estudo.

    2.1 Metodologia da pesquisa

    Os dados utilizados se referem a uma amostra de empresas partici-

    pantes de uma pesquisa realizada em 2009 com empresas que procuram

    se destacar em termos de clima organizacional e prticas de gesto de

    pessoas. Obteve-se uma amostra de 491 empresas, todas com mais de

    100 empregados, e atuantes no mercado brasileiro e/ou internacional pormais de cinco anos. Tais empresas apresentam caractersticas que as di-

    ferenciam umas das outras: porte, setores de atuao, regio de atuao

    no pas, origem do capital, entre outros.

    Para a realizao do procedimento amostral, foi solicitado s em-

    presas que enviassem uma relao numerada de seus funcionrios em

    ordem alfabtica e, a partir dela, foram sorteados os que deveriam res-

    ponder pesquisa (atravs de nmeros correspondentes aos atribudos

    para os funcionrios listados). Todos os sorteados eram empregadoscom vnculo formal de trabalho. No puderam participar estagirios ou

    terceiros que no trabalhassem exclusiva e permanentemente na empresa.

    Entre essas 491 empresas, 374 atingiram a amostra mnima prees-

    tabelecidas de respostas de seus funcionrios, por isso, nas anlises aqui

    apresentadas so considerados apenas os dados dessas 374 empresas,

    sendo que, o nmero geral de respostas obtido desses funcionrios foi de

    112.925.

    Para elaborao do formulrio proposto a esses trabalhadores, foiutilizada a escala de Likert que, conforme Gil (1999), deve seguir os se-

    guintes critrios:

    a) Recolhe-se grande nmero de enunciados que manifestam opinio

    ou atitude acerca do problema a ser estudado;

    b) Pede-se a certo nmero de pessoas que manifestem sua concordn-

    cia ou discordncia em relao a cada um dos enunciados, segundo

    uma graduao, que varia de 1 a 5.

    O formulrio aplicado contm 64 afirmaes e as alternativas de

    resposta variam da seguinte forma: 1) Discordo totalmente; 2) Discordo

    na maioria das vezes; 3) No concordo nem discordo; 4) Concordo na

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    Gesto Contempornea, Porto Alegre, ano 10, n. 13, p. 289-312, jan./jun. 2013

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    maioria das vezes; 5) Concordo totalmente; NS/NR) No sei ou no

    quero responder.

    Para a anlise das respostas dos empregados, foram consideradas

    as propores de respostas positivas, ou seja, concordo na maioria das

    vezes (4) e concordo totalmente (5). Com o objetivo gerar escores para as

    variveis propostas por este estudo para as 374 organizaes analisadas.

    2.2 Delineamento do estudo

    2.2.1 Primeira etapa Identificao das variveisda pesquisa

    Para construo do estudo, a princpio, foram identificadas as se-

    guintes variveis em dois passos, conforme Quadro 1:

    Quadro 1 Passos para denio das variveis dependentes e independentes

    Passos Varivel independente Varivel dependente

    Primeiro passo: Identicao

    das variveis relevantes

    Diretrizes estratgicas voltadas

    ao atendimento ao clientePercepo do clima para servios

    Segundo passo: Compreenso

    das relaes entre condies

    facilitadoras e clima para servios

    Percepo das condies facilitadoras

    do clima para serviosPercepo do clima para servios

    Fonte: Dados da pesquisa.

    2.2.2 Segunda etapa Identificao das organizaes orientadas para o atendimento ao cliente

    Para entender se existem diferenas entre empresas orientadas para

    servios e as demais empresas, o primeiro passo cumprido foi o deli-

    neamento do estudo da diviso das organizaes participantes entre as

    que apresentam em suas diretrizes estratgicas menes prestao de

    servios aos clientes internos e/ou externos e as que no possuem tais

    menes. As primeiras empresas so nomeadas neste trabalho como or-

    ganizaes orientadas para o atendimento ao cliente. As empresas do

    segundo grupo so nomeadas neste trabalho como organizaes noorientadas para o atendimento ao cliente.

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    Para a obteno desses dados, cada uma das empresas participantes

    respondeu a um questionrio sobre suas polticas e prticas de Gesto

    de Pessoas. Nesse questionrio, elas descreviam sua viso, misso, valo-

    res e diretrizes estratgicas de recursos humanos adotados. A partir des-

    se levantamento, foi verificado, por meio de estatsticas descritivas e

    anlise de freqncias, se havia um perfil especfico das organizaes

    orientadas para o atendimento ao cliente.

    2.2.3 Terceira etapa Medida do clima para servios e sua relao com a estratgia

    Para verificar as percepes dos empregados das empresas partici-pantes a respeito do clima para servios, entre as 64 afirmaes original-

    mente propostas, cinco foram escolhidas com base nos itens do questio-

    nrio elaborado por Wiley, Brooks e Lundby (2006), mencionados no

    referencial terico deste trabalho.

    Neste momento, por meio de testes de hipteses, foram identifica-

    das entre as afirmaes selecionadas, as que apresentaram indcios de

    terem sido afetadas pela inteno estratgica da empresa de ser uma or-

    ganizao orientada para o atendimento ao cliente. A codificao dessasafirmaes encontra-se na Figura 2, com a seguinte nomenclatura: Cli_

    serv 1; Cli_serv 2; Cli_serv 3, e assim sucessivamente.

    2.2.4 Quarta etapa Identificao das condies facilitadoras do clima para servios

    Conforme referencial terico deste trabalho, Salanova, Augut e

    Peir (2005) apontam a existncia de condies necessrias para estimu-lar o clima para servios. Com base nesses autores, foram identificadas,

    entre as 64 afirmaes originalmente propostas, nove condizentes com

    as condies facilitadoras do clima para servios.

    Neste momento, consideramos que tais condies fazem parte dos

    esforos estratgicos da empresa para influenciar o clima para servios.

    Para entender quais desses esforos realmente afetavam o clima para

    servios, foi utilizado o modelo de correlao cannica (HAIR JR.;

    ANDERSON; TATHAM; BLACK, 2005). A codificao dessas afirma-es encontra-se na Quadro 2 com a seguinte nomenclatura: C_facilit

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    1; C_facilit 2; C_facilit 3, e assim sucessivamente. Alm disso, o ndice

    de confiabilidade Alpha de Cronbach foi de (0,81) para as condies

    facilitadoras e (0,85) em clima para servios.

    Quadro 2 Codicao das armaes

    Cdigo Armaes sobre clima para servios

    Cli_serv 1 Esta empresa entrega aos seus clientes aquilo que promete com alta qualidade

    Cli_serv 2 Nesta empresa os problemas dos clientes so solucionados rapidamente

    Cli_serv 3 Nossa empresa d grande prioridade para o servio prestado ao cliente

    Cli_serv 4 Estou liberado(a) para fazer tudo o que for necessrio para satisfazer os clientes

    Cli_serv 5 A gerncia desta empresa est comprometida em promover a qualidade dos servios aos clientes externos

    Cdigo Armaes sobre as condies facilitadoras do clima para servios

    C_facilit 1 Sinto-me participando das decises que afetam a mim e ao meu trabalho

    C_facilit 2 Conheo e concordo com os objetivos da empresa em que trabalho

    C_facilit 3 Recebo todas as informaes que preciso para fazer bem o meu trabalho

    C_facilit 4 Tenho todo equipamento e material necessrios para realizar bem o meu trabalho

    C_facilit 5 Os processos, procedimentos e rotinas de trabalho desta empresa so organizados e ecientes

    C_facilit 6 Quando preciso de outra rea da empresa sou bem atendido

    C_facilit 7 As instalaes e o espao onde realizo meu trabalho so seguros, confortveis e limpos

    C_facilit 8 As informaes sobre esta empresa so transmitidas aos empregados com clareza, rapidez e agilidade

    C_facilit 9 Os chefes sabem demonstrar como podemos contribuir com os objetivos da empresa

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Realizada a codificao das afirmaes, os dados foram analisados

    por meio das tcnicas estatsticas acima mencionadas e os resultados do

    estudo so apresentados na prxima seo. Vale ressaltar

    3 Apresentao e anlise dos resultados

    Nesta seo os resultados so descritos e analisados, conforme os

    passos do delineamento do estudo apresentados na seo anterior.

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    3.1 Caractersticas das organizaes orientadaspara o atendimento ao cliente

    O primeiro procedimento para anlise dos dados foi levantar as ca-

    ractersticas das organizaes orientadas para o atendimento ao cliente,dividindo as 374 empresas em dois grupos: organizaes orientadas para o

    atendimento ao cliente e organizaes no orientadas para o atendimento

    ao cliente. Para realizar tal classificao foram consideradas a insero ou

    no insero de termos relacionados orientao e atendimento s neces-

    sidades dos clientes internos ou externos em pelo menos um dos seguintes

    aspectos relacionados formulao da estratgia organizacional: viso,

    misso, valores e diretrizes estratgicas de Recursos Humanos.

    As caractersticas desses dois grupos foram detalhadas da seguinteforma: tipo de empresa, setor, origem do capital, faixa de faturamento,

    faixa do nmero de empregados. Na Tabela 1 possvel observar o n-

    mero e o percentual das organizaes desses dois grupos.

    Tabela 1 Caractersticas das organizaes orientadas para o cliente

    Orientadas para o

    atendimento ao cliente

    No orientadas para o

    atendimento ao cliente

    Tipo de empresa N % N % Total % totalCooperativa 018 75,0 006 25,0 024 100

    Empresa Privada 200 68,3 093 31,7 293 100

    Empresa pblica 006 60,0 004 40,0 010 100

    Grupo de Empresas 024 66,7 012 33,3 036 100

    Instituio sem ns lucrativos 002 18,2 009 81,8 011 100

    Total 250 124 374

    Setor N % N % Total % totalComrcio 020 58,8 14 41,2 034 100

    Indstria 113 69,3 50 30,7 163 100

    Servios 117 66,1 60 33,9 177 100

    Total 250 124 374

    Origem do capital N % N % Total % total

    Multinacional 072 67,3 35 32,7 107 100

    Nacional 178 66,7 89 33,3 267 100

    Total 250 124 374

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    0

    Orientadas para o

    atendimento ao cliente

    No orientadas para o

    atendimento ao cliente

    Faixa de faturamento N % N % Total % totalAt R$50 Milhes 063 69,2 028 30,8 091 100

    At R$500 milhes 088 62,4 053 37,6 141 100

    Mais de R$500 milhes 091 70,5 038 29,5 129 100

    No informado 008 61,5 005 38,5 013 100

    Total 250 124 374

    Faixa do nde empregados N % N % Total % total

    At 500 empregados 080 67,8 038 32,2 118 100

    At 1500 empregados 107 67,3 052 32,7 159 100

    Mais de 1500 empregados 063 64,9 034 35,1 097 100

    Total 250 124 374

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Observa-se que, nas classificaes de caracterizao das empresas

    presentes na Tabela 1, em mdia, mais de 50% das empresas adotam

    alguma iniciativa em sua estratgia organizacional referente orientaoao servio prestado ao cliente interno ou externo. Das 374 organizaes

    da amostra, 250 possuem termos relacionados a essa estratgia, seja na

    sua viso, misso, valores ou diretrizes estratgicas; as 124 restantes no

    possuem nenhum termo relacionado ao cliente. Nas anlises realizadas,

    por meio de estatsticas descritivas e anlises de frequncias, foi pos-

    svel constatar que no h associao entre as caractersticas das organi-

    zaes com a adoo de uma estratgia para servios.

    3.2 Organizaes orientadas para o atendimentoao cliente e o clima para servios

    A Tabela 2 permite identificar provveis evidncias da efetividade

    da implementao (ou no implementao) de estratgia orientada aos

    clientes internos ou externos. Nela apresentada a proporo mdia e o

    desvio padro de respostas positivas dos empregados das organizaesorientadas para o atendimento ao cliente em relao s organizaes no

    orientadas para o atendimento ao cliente.

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    Tabela 2 Mdia e desvio padro do clima para servios

    entre as organizaes orientadas ou no para o cliente

    VariveisEstratgia orientada

    ao cliente

    Mdia Desvio padro

    Cli_serv1No 86,54 10,11

    Sim 87,18 10,03

    Cli_serv2No 76,90 12,48

    Sim 78,86 13,41

    Cli_serv3No 86,94 08,69

    Sim 89,22 08,28

    Cli_serv4

    No 71,89 10,75

    Sim 74,96 11,59

    Cli_serv5No 86,40 08,14

    Sim 88,10 7,95

    Fonte: Dados da pesquisa.

    A afirmao Cli_serv4 (Estou liberado(a) para fazer tudo o que for

    necessrio para satisfazer os clientes) apresentou o menor proporo de

    respostas positivas quando comparada s demais. J a varivel Cli_serv5(A gerncia desta empresa est comprometida em promover a qualidade

    dos servios aos clientes externos) apresentou a maior proporo.

    Esse resultado mostra que, apesar de os gerentes das empresas serem

    comprometidos com o atendimento s necessidades dos clientes, compa-

    rativamente, os empregados no sentem ter a autonomia necessria para

    a realizao desse atendimento.

    Nota-se tambm que, nas empresas orientadas para o atendimento

    ao cliente, todas as variveis da sondagem aparentemente apresentarammaiores resultados de respostas positivas em relao s empresas que

    no possuem essa orientao. Esse resultado aponta a importncia da

    estratgia voltada ao cliente para a formao do clima para servios.

    Para medir a significncia das diferenas obtidas entre esses grupos

    de empresa optou-se pela realizao da tcnica estatstica de teste de

    hiptese (t student) para duas amostras independentes. O objetivo

    desta tcnica dizer se a hiptese H0 ou no aceitvel (BUSSAB;

    MORETTIN, 2010). Assim, a seguinte hiptese foi testada para cadavarivel referente ao clima para servios da organizao, os resultados

    esto presentes na Tabela 3.

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    H0: A percepo dos funcionrios sobre Cli_servX das organizaes

    que adotam uma estratgia orientada para o servio prestado ao

    cliente igual em relao s organizaes que no adotam estrat-

    gia orientada para o servio prestado ao cliente.

    H1: A percepo dos funcionrios sobre Cli_servX das organizaesque adotam uma estratgia orientada para o servio prestado ao

    cliente diferente em relao s organizaes que no adotam

    estratgia orientada para o servio prestado ao cliente.

    Tabela 3 Teste de hiptese entre as organizaes orientadas ou no para o cliente

    Variveis Signicncia Diferena de mdia

    Cli_serv 1 0,5650 -0,64

    Cli_serv 2 0,1750 -1,96

    Cli_serv 3 0,014* -2,29

    Cli_serv 4 0,014* -3,07

    Cli_serv 5 0,0540 -1,70

    (*) nvel de 0,05 de signicncia

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Admitindo-se o nvel de significncia do teste de hiptese igual a

    0,05, constatou-se que somente as variveis Cli_serv3 (Nossa empresa

    d grande prioridade para o servio prestado ao cliente) e Cli_serv4 (Es-

    tou liberado(a) para fazer tudo o que for necessrio para satisfazer os

    clientes) demonstraram ser estatisticamente significantes. Ou seja, a m-

    dia da proporo de respostas positivas entre as 374 empresas analisadas

    nos quesitos propostos mostraram-se estatisticamente diferentes para as

    250 empresas que adotam uma estratgia orientada ao cliente em relao

    as 124 restantes que no adotam.

    A partir desse resultado, nota-se a relao entre a orientao para

    o atendimento ao cliente explcita na estratgia da organizao e a per-

    cepo dos empregados da prioridade da empresa ao servio prestado

    ao cliente e da autonomia concedida no atendimento aos clientes. Isto

    porque essas duas afirmaes apresentaram indcios de terem sido afeta-

    das nas empresas que adotam uma estratgia baseada em servios em

    comparao s empresas que no possuem essa estratgia.

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    Disponvel em: 305

    3.3 O impacto das condies facilitadorasno clima para servios

    Para entender como os esforos estratgicos das empresas pode-

    riam afetar o clima para servios da organizao foi utilizado o modelode correlao cannica, no qual a amostra utilizada deve ter pelo menos

    dez observaes por varivel para evitar distores dos dados (HAIR

    JR. et al., 2005).

    A amostra mnima necessria seria 110 casos para as variveis aqui

    analisadas (nove variveis relativas s condies facilitadoras e duas va-

    riveis relativas ao clima para servios). Neste estudo sero utilizados

    250 casos vlidos, referentes s organizaes orientadas para o atendi-

    mento ao cliente, buscando identificar as relaes entre as condiesfacilitadoras e as duas variveis de clima para servios que se apresenta-

    ram estatisticamente diferentes em relao s empresas que no adotam

    esse tipo de estratgia (Cli_serv3 e Cli_serv4).

    Primeiramente, so apresentadas as correlaes entre as variveis

    dependentes com as independentes, na Tabela 4. Em seguida, so apre-

    sentadas anlises especficas sobre as relaes dos conjuntos das vari-

    veis dependentes com as independentes.

    Tabela 4 Correlaes entre as variveis dependentes e independentes

    C_facilit1 C_facilit2 C_facilit3 C_facilit4 C_facilit5 C_facilit6 C_facilit7 C_facilit8 C_facilit9

    Cli_serv 3 0,762 0,749 0,749 0,748 0,806 0,813 0,537 0,725 0,705

    Cli_serv 4 0,848 0,666 0,844 0,714 0,826 0,775 0,498 0,758 0,767

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Nas correlaes realizadas com cada par de variveis, a varivelCli_serv3 (Nossa empresa d grande prioridade para o servio prestado

    ao cliente) apresentou alta correlao positiva com todos os quesitos

    relacionados s condies facilitadoras (exceto a varivel C_facilit7

    As instalaes e o espao onde realizo meu trabalho so seguros, confor-

    tveis e limpos). J a varivel Cli_serv4 (Estou liberado(a) para fazer

    tudo o que for necessrio para satisfazer os clientes) apresentou alta cor-

    relao positiva com todos os quesitos relacionados s condies facili-

    tadoras, exceto com as variveis C_facilit2 (Conheo e concordo comos objetivos da empresa em que trabalho) e C_facilit7 (As instalaes e

    o espao onde realizo meu trabalho so seguros, confortveis e limpos).

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    As quatro variveis mais cotadas para explicar as variveis depen-

    dentes de clima para servios foram C_facilit1 (Sinto-me participando

    das decises que afetam a mim e ao meu trabalho); C_facilit3 (Recebo

    todas as informaes que preciso para fazer bem o meu trabalho); C_

    facilit5 (Os processos, procedimentos e rotinas de trabalho desta empre-

    sa so organizados e eficientes), C_facilit6 (Quando preciso de outra

    rea da empresa sou bem atendido), pois apresentaram as maiores cor-

    relaes. Alm disso, observa-se que a varivel C_facilit7 (As instala-

    es e o espao onde realizo meu trabalho so seguros, confortveis e

    limpos) obteve as menores correlaes com as variveis Cli_serv 3 e

    Cli_serv 4.

    As correlaes cannicas ao quadrado fornecem uma estimativa

    da varincia compartilhada entre as variveis estatsticas cannicas. Afora da relao entre os pares de variveis estatsticas refletida pela

    correlao cannica. J as razes cannicas representam o quanto as fun-

    es cannicas explicam os resultados obtidos da relao entre as combi-

    naes lineares entre as variveis dependentes e independentes. Assim, a

    primeira funo cannica obteve resultado de 0,823, superior a segunda

    funo cannica que obteve 0,295. Na Tabela 5 esto, os resultados para

    as duas funes cannicas geradas a partir do nmero de variveis do

    menor grupo de variveis entre as dependentes e independentes.

    Tabela 5 Anlise das funes cannicas

    FunesCorrelaes

    cannicas

    Razes

    cannicasWilks Qui.Qd DF Signicncia Classicao

    1 0,907 0,823 0,125 505,718 18 0,000 Considerada

    2 0,543 0,295 0,705 084,871 08 0,000 Desconsiderada

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Os resultados mostram que as duas correlaes cannicas tm signi-

    ficncia prtica, pois excedem 0,3 (HAIR JR. et al., 2005). Note-se que

    a primeira funo cannica apresenta raiz cannica superior segunda

    funo. Considerando que a primeira funo foi a que apresentou a maior

    correlao cannica, raiz cannica e significncia estatstica, ela ter pre-

    ferncia nas posteriores anlises em relao segunda funo com resul-

    tado menos favorvel (HAIR JR. et al., 2005).

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    Disponvel em: 307

    Pelo teste de Wilks, a hiptese de nulidade foi rejeitada para as

    duas funes cannicas, o que demonstra que as funes cannicas con-

    sideradas conjuntamente so significantes.

    A varincia compartilhada entre as duas variveis dependentes foi

    de 0,896, o resultado evidencia alto grau de intercorrelao entre as duas

    variveis dependentes, isto , ambas so representativas dos efeitos dos

    esforos estratgicos das organizaes analisadas nas nove variveis in-

    dependentes. Na Tabela 6, podemos observar a relao e o quanto elas

    so explicadas pelas variveis independentes.

    Tabela 6 Anlise das variveis dependentes

    Variveis

    dependentesFunes Coecientes Cargas

    Cargas

    cruzadas

    Varincia

    explicada

    Varincia

    compartilhada

    Cli_serv 31 -0,412 -0,924* -0,838* 0,702* 0,896

    2 -1,617 -0,3830 -0,2080 0,0430

    Cli_serv 41 -0,639 -0,969* -0,879* 0,773*

    2 01,542 00,2470 0,134 0,0180

    (*) valor considerado para a funo 1.

    Fonte: Dados da pesquisa.

    As cargas cruzadas fornecem uma medida mais direta das rela-

    es de variveis independentes nas dependentes pela eliminao de um

    passo intermedirio envolvido em cargas convencionais. Assim, observa-

    se que ambas as variveis apresentam alta relao com o conjunto das

    variveis independentes, com pequena vantagem para a Cli_serv4. Ele-

    vando ao quadrado esses termos, descobrimos o percentual da varincia

    para cada varivel explicada pela funo 1. Os resultados mostram que

    70% da varincia em Cli_serv3 e 77% da varincia em Cli_serv4 soexplicados pela funo 1.

    Desta forma, Cli_serv3 e Cli_serv4 representam bem o retorno

    dos esforos para gerao de condies facilitadoras nas organizaes

    analisadas, sendo que Cli_serv4 foi a varivel melhor explicada pelo con-

    junto das variveis independentes. Na sequncia, ser realizada a anlise

    para as variveis independentes, conforme a Tabela 7.

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    Disponvel em: 308

    Tabela 7 Anlise das variveis independentes

    Variveis

    independentesFunes Coecientes Cargas Cargas cruzadas

    C_facilit11 -0,504 -0,944 -0,856*

    2 1,979 0,138 0,075

    C_facilit21 -0,150 -0,809 -0,734

    2 -0,983 -0,339 -0,184

    C_facilit31 -0,402 -0,935 -0,848*

    2 0,686 0,164 0,089

    C_facilit41 -0,055 -0,843 -0,765

    2 -0,066 -0,202 -0,110

    C_facilit51 -0,381 -0,948 -0,860*

    2 -0,699 -0,056 -0,030

    C_facilit61 -0,148 -0,915 -0,830*

    2 -1,074 -0,223 -0,121

    C_facilit71 0,041 -0,594 -0,539

    2 0,036 -0,186 -0,101

    C_facilit8

    1 0,214 -0,863 -0,783

    2 0,001 -0,009 -0,005

    C_facilit9 1 0,355 -0,861 -0,781

    2 -0,039 0,081 0,044

    (*) valor considerado para a funo 1.

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Analisando as cargas cruzadas das variveis independentes na pri-

    meira funo cannica, vemos que as C_facilit1, C_facilit3, variveis

    C_facilit5 e C_facilit6 representam bem as prioridades dos esforos es-

    tratgicos das organizaes em promover um adequado clima para servi-

    os.

    A proporo da varincia do conjunto das variveis dependentes

    explicada pelo conjunto das varincias independentes foi de 0,738 na pri-

    meira funo cannica. Ou seja, 73,8% da varincia das duas variveis

    de clima para servios que foram afetadas por fatores relacionados es-

    tratgia da organizao de orientao para o servio prestado ao cliente

    podem ser explicadas pelas variveis independentes propostas por esteestudo quanto s condies facilitadoras para o clima para servios.

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    Organizaes orientadas para o atendimento ao cliente: a relao...

    Gesto Contempornea, Porto Alegre, ano 10, n. 13, p. 289-312, jan./jun. 2013

    Disponvel em: 309

    No geral, os resultados apresentados demonstram a importncia de

    que, alm da explicitao da orientao para o atendimento ao cliente

    nas diretrizes estratgicas da organizao, os empregados percebam que

    recebem suporte organizacional para o cumprimento desse atendimento.

    Isto porque, a partir dos resultados, podemos inferir que segundo a per-

    cepo dos respondentes, as condies facilitadoras explicaram a forma-

    o do clima para servios.

    Consideraes finais

    O estudo constatou que grande parte das empresas da amostra ado-

    ta em sua estratgia alguma iniciativa relacionada prestao de servioaos clientes, seja em sua viso, misso, valores ou nas diretrizes estratgi-

    cas de Recursos Humanos. Isto mostra a valorizao desse quesito nos

    nveis mais altos da administrao.

    Nas anlises realizadas foi possvel constatar tambm que no h

    associao das caractersticas das organizaes com a adoo de uma es-

    tratgia voltada para servios. Essa no identificao de perfil mostra que

    a inteno de atender bem o cliente atualmente faz parte da iniciativa de

    qualquer empresa, independente do setor, porte etc.Notou-se entre os resultados que a percepo de comprometimento

    da gerncia com o atendimento aos clientes foi a varivel que apresen-

    tou o maior ndice de concordncia. Entretanto, a percepo dos empre-

    gados quanto autonomia necessria para satisfazer os clientes foi a

    varivel com menor ndice de concordncia. Esse resultado mostra a ne-

    cessidade de empowerment dos nveis no gerenciais para que o atendi-

    mento ao cliente ocorra de forma satisfatria. Adicionalmente, constatou-

    se que o grupo das empresas orientadas para o atendimento ao cliente foio que apresentou maior nmero de respostas positivas.

    As variveis de clima para servios relacionadas prioridade da em-

    presa quanto ao servio prestado ao cliente e autonomia na realizao

    do atendimento s necessidades do cliente foram as mais significantes pa-

    ra diferenciar as organizaes orientadas para o atendimento ao cliente em

    relao s organizaes no orientadas para o atendimento ao cliente. Essa

    constatao mostra a necessidade de que as organizaes que se interes-

    sam em incrementar sua atuao junto a seus clientes fiquem atentas no

    s a esses, mas aos outros quesitos que no tiveram tanto destaque na

    diferenciao desses dois grupos de organizaes: entrega aos clientes

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    Elza F. R. Veloso, Rodrigo C. Silva, Chris Parker, Andr L. Fischer, Joel S. Dutra e Wilson A. C. de Amorim

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    Disponvel em: 310

    do que a empresa promete com qualidade; soluo rpida dos problemas

    dos clientes; compromisso da gerncia com a qualidade dos servios.

    Aps identificar as variveis que diferenciam as organizaes orien-

    tadas para o atendimento ao cliente, buscou-se compreender quais as

    aes dessas organizaes que mais explicam a varincia da prioridade

    ao atendimento cliente e autonomia concedida aos empregados para esse

    atendimento. A maioria das condies facilitadoras do clima para ser-

    vios propostas por este estudo foram estatisticamente significantes para

    explicar a varincia desses dois fatores. Assim, possvel deduzir que,

    para que as pessoas percebam a prioridade do atendimento ao cliente,

    devem perceber tambm que a organizao na qual trabalham oferece

    condies para que esse atendimento acontea.

    Com base no referencial terico e resultados deste estudo, pode-seinferir que as empresas que possuem a estratgia orientada para o aten-

    dimento ao cliente, tanto o interno quanto externo, empreendem maiores

    esforos no desenvolvimento de iniciativas voltadas promoo das

    condies facilitadoras para o desenvolvimento do clima para servios,

    conforme proposta de Schneider, White e Paul (1998) e Salanova, Agut

    e Peir (2005).

    Uma das limitaes deste estudo a impossibilidade de constatar

    se as empresas que no explicitam em suas estratgias o atendimento aocliente realmente no so orientadas para esse atendimento ou simples-

    mente o fazem de forma menos focada que as outras. Uma pesquisa

    qualitativa poderia complementar os resultados com essa e outras consta-

    taes. Outra limitao que as empresas participantes do levantamento

    so empresas que procuram se destacar por seu clima organizacional

    positivo, o que certamente influencia os fatores medidos neste estudo,

    principalmente os relativos ao clima para servios e condies facilita-

    doras desse clima.Como contribuio rea de gesto de pessoas, este estudo preten-

    de que as anlises aqui apresentadas evidenciem a importncia do envol-

    vimento da rea na promoo de aes que forneam condies para

    que os empregados percebam a necessidade de atender bem os clientes,

    afinal, essa uma necessidade constante nos dias de hoje.

    Recebido em dezembro de 2012.

    Aprovado em abril de 2013.

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    Organizaes orientadas para o atendimento ao cliente: a relao...

    Gesto Contempornea, Porto Alegre, ano 10, n. 13, p. 289-312, jan./jun. 2013

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