orfeu

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Orfeu Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Nota: Para a revista literária, veja Revista Orpheu. Na mitologia grega, Orfeu era poeta e médico, filho da musa Calíope e de Apolo ou Eagro, rei da Trácia 1 . Era o poeta mais talentoso que já viveu. Quando tocava sua lira, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento. Ganhou a lira de Apolo. Foi um dos cinquenta homens - os argonautas - que atenderam ao chamado de Jasão para buscar o Tosão de ouro. Acalmava as brigas que aconteciam no navio com sua lira. Durante a viagem de volta, Orfeu salvou os outros tripulantes quando seu canto silenciou as sereias, responsáveis pelos naufrágios de inúmeras embarcações. Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Mas Eurídice era tão bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor chamado Aristeu. Quando ela recusou suas atenções, ele a perseguiu. Tentando escapar, ela tropeçou em uma serpente que a mordeu e a matou. Por causa disso, as ninfas, companheiras de Eurídice, fizeram todas as suas abelhas morrerem. Orfeu ficou transtornado de tristeza. Levando sua lira, foi até o mundo inferior, para tentar trazê-la de volta. A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo rio Estige.A canção da lira adormeceu Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os portões. Seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos condenados. Encontrou muitos monstros durante sua jornada, e os encantou com seu canto. Finalmente Orfeu chegou ao trono de Hades. O rei dos mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu o comoveu, e ele chorou lágrimas de ferro. Sua esposa, a deusa Perséfone, implorou-lhe que atendesse o pedido de Orfeu. Assim, Hades atendeu seu desejo 1 . Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos 1 . Mas com uma única condição: que ele não olhasse para ela até que ela, outra vez, estivesse à luz do sol 1 . Orfeu partiu pela trilha íngreme que levava para fora do escuro reino da morte, tocando músicas de alegria e celebração enquanto caminhava, para guiar a sombra de Eurídice de volta à vida. Ele então quase no final do tenebroso túnel olhou para se certificar de que Eurídice o acompanhava e

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OrfeuOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Nota:Para a revista literria, vejaRevista Orpheu.Namitologia grega,Orfeuerapoetaemdico, filho damusaCalopee deApoloouEagro, rei da Trcia1. Era o poeta mais talentoso que j viveu. Quando tocava sua lira, os pssaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As rvores se curvavam para pegar os sons no vento. Ganhou a lira deApolo.Foi um dos cinquenta homens - os argonautas - que atenderam ao chamado deJasopara buscar oToso de ouro. Acalmava as brigas que aconteciam no navio com sua lira. Durante a viagem de volta, Orfeu salvou os outros tripulantes quando seu canto silenciou as sereias, responsveis pelos naufrgios de inmeras embarcaes.Orfeuapaixonou-se porEurdicee casou-se com ela. Mas Eurdice era to bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor chamadoAristeu. Quando ela recusou suas atenes, ele a perseguiu. Tentando escapar, ela tropeou em uma serpente que a mordeu e a matou. Por causa disso, as ninfas, companheiras de Eurdice, fizeram todas as suas abelhas morrerem.Orfeu ficou transtornado de tristeza. Levando sua lira, foi at o mundo inferior, para tentar traz-la de volta. A cano pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiroCarontea lev-lo vivo pelo rio Estige.A cano da lira adormeceuCrbero, o co de trs cabeas que vigiava os portes. Seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos condenados. Encontrou muitos monstros durante sua jornada, e os encantou com seu canto.FinalmenteOrfeuchegou ao trono deHades. O rei dos mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domnio, mas a agonia na msica deOrfeuo comoveu, e ele chorou lgrimas de ferro. Sua esposa, adeusaPersfone, implorou-lhe que atendesse o pedido de Orfeu. Assim, Hades atendeu seu desejo1. Eurdice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos1. Mas com uma nica condio: que ele no olhasse para ela at que ela, outra vez, estivesse luz do sol1.Orfeu partiu pela trilha ngreme que levava para fora do escuro reino da morte, tocando msicas de alegria e celebrao enquanto caminhava, para guiar a sombra de Eurdice de volta vida. Ele ento quase no final do tenebroso tnel olhou para se certificar de que Eurdice o acompanhava e

no a viu. Hades e Persfone os seguiram e como ficou estabelecido que ele no poderia olhar para Eurdice at chegar ao fim do tnel, Hades a tomou novamente.

Orfeu rodeado de animais, Museu Cristo-Bizantino,AtenasPor um momento ele a viu, perto da sada do tnel escuro, perto da vida outra vez. Mas enquanto ele olhava, ela se tornou de novo um fino fantasma, seu grito final de amor e pena no mais do que um suspiro na brisa que saa do Mundo dos Mortos. Ele a havia perdido para sempre. Em desespero total, Orfeu se tornou amargo. Recusava-se a olhar para qualquer outra mulher, no querendo lembrar-se da perda de sua amada. Posteriormente deu origem ao Orfismo, uma espcie de servio de aconselhamento; ele ajudava muito os outros com seus conselhos , mas no conseguia resolver seus prprios problemas, at que um dia, furiosas por terem sido desprezadas, um grupo de mulheres selvagens chamadas Mnades caram sobre ele, frenticas, atirando dardos. Os dardos de nada valiam contra a msica do lirista, mas elas, abafando sua msica com gritos, conseguiram atingi-lo e o mataram. Depois despedaaram seu corpo e jogaram sua cabea cortada no rio Hebro, e ela flutuou, ainda cantando, "Eurdice! Eurdice!"Chorando, as nove musas reuniram seus pedaos e os enterraram no monte Olimpo. Dizem que, desde ento, os rouxinis das proximidades cantaram mais docemente que os outros. Pois Orfeu, na morte, se uniu sua amada Eurdice.Quanto s Mnades, que to cruelmente mataram Orfeu, os deuses no lhes concederam a misericrdia da morte. Quando elas bateram os ps na terra, em triunfo, sentiram seus dedos se espicharem e entrarem no solo. Quanto mais tentavam tir-los, mais profundamente eles se enraizavam. Suas pernas se tornaram madeira pesada, e tambm seus corpos, at que elas se transformaram em carvalhos silenciosos. E assim permaneceram pelos anos, batidas pelos ventos furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu, at que por fim seus troncos mortos e vazios caram.