orçamento e grandes opções do plano para 2010 - declaração de voto da cdu
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Declaração de Voto na abstenção da votação do Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2010TRANSCRIPT
Vereadora da CDU
Executivo da CM de Silves
Rosa Palma
11 de Dezembro de 2009
Declaração de Voto
Plano e Orçamento para 2010
A proposta de Plano e Orçamento da Câmara Municipal de Silves para 2010 continua a sofrer
do “pecado capital” de apresentar valores altamente empolados. Não obstante a redução de
7,1 milhões de euros relativamente à proposta para 2009, o total previsto para 2010 – 57,5
milhões de euros – afasta-se largamente da realidade, tendo em conta que a execução
orçamental em 2006, 2007 e 2008 variou entre 33 e 35 milhões de euros. A grande distorção
da previsão está focada nas receitas de capital/despesas de capital – 21,7 milhões de euros –
quando, por exemplo, no ano de 2008 a autarquia silvense não conseguiu arrecadar mais do
que 4,6 milhões de euros.
O investimento previsto para 2010 na ordem dos 19,3 milhões de euros não passa de mera
intenção, impossível de se concretizar, considerando o investimento realizado e as baixas
taxas de execução verificadas em 2006 (14,7 milhões de euros - 36%), 2007 (10,4 m.euros -
31%) e 2008 (8,6 m. euros - 27%).
Registamos com agrado a inscrição de valores razoáveis na área da habitação, visando a
remodelação de apartamentos e moradias nos Bairros da Caixa d´Água e D. Sancho, embora
por outro lado não se vislumbre o lançamento de programas habitacionais no concelho que
tem sido uma das grandes “pechas” dos últimos 3 mandatos de maioria PSD.
Registamos com tristeza o desaparecimento súbito dos Planos de Salvaguarda dos Centros
Históricos de Messines, Pêra e Alcantarilha cujo propósito e importância residiria em garantir
enquadramento rigoroso e detalhado às futuras intervenções urbanísticas e a processos
CDU - SILVES
genuínos de reabilitação naquelas zonas, respeitando e valorizando as memórias e as
identidades locais; embora, compensado parcialmente com as rubricas “Plano de Pormenor
de Alcantarilha” e “Reabilitação do Centro Histórico de S. B. de Messines”, cujas verbas
previstas para 2010 (1000 + 1000 euros) não permitem fazer absolutamente nada; a
“Plataforma Logística de Tunes” (estudos, planos e construção) com as verbas residuais de
1000 + 1000 euros também não permitirá fazer nada em 2010, o que contraria a natureza
estratégica deste projecto para o futuro desenvolvimento de Tunes e do concelho, que só por
isso, deveria ter prioridade absoluta.
Verificamos a inexistência da descentralização de competências da CMS para as Juntas de
Freguesia na área da manutenção das escolas do 1.º Ciclo que a nosso ver inviabiliza a melhor
gestão dos recursos e a resolução eficaz e atempada dos problemas das Escolas (factor da
proximidade/subsidariedade).
Uma última nota de preocupação relaciona-se com o difícil quadro financeiro da autarquia
que foi criado pelo modelo de gestão dos últimos anos, a nosso ver, extremamente errado e
gravoso que conduziu ao disparo dos níveis de endividamento (o passivo financeiro já ronda
os 22 milhões de euros) que forçosamente terá consequências negativas na gestão diária do
município e na execução orçamental ao longo de 2010 e anos vindouros.
A Vereadora,
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(Rosa Palma)