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Revista de ADM inistração FACULDADE DO MACIÇO DE BATURITÉ Aplicação da Optantes do Simples Nacional ITG 100 nas MPES

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Revista de

ADMinistraçãoFACULDADE DO MACIÇO DE BATURITÉ

Aplicação da

Optantes do Simples NacionalITG 100 nas MPES

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Paulo Marcelo Rafael de Castro (Bacharel em Contabilidade)

Mozart Pereira da Silva Neto(Especialista em Planejamento Estratégico)

Francisco José da Silva Rodrigues(MBA em Administração Estratégica)

Aplicação da ITG 1000Nas MPES Optantes do

Simples Nacional

Resumo

O presente artigo evidencia a Aplicação da ITG 1.000 nas MPE's Optantes do Simples Nacional destacando os pontos mais relevantes com ênfase na Resolução CFC nº. 1.418/2012 e a diculdade enfrentada pelos empresários e contadores quanto a adoção às normas de escrituração contábil. Para tanto, o artigo discorre sobre os aspectos legais da Lei Complementar 123/2006, a competências do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, IFRS – International Financial Reporting Standards e a adoção da ITG – Interpretação Técnica Geral 1.000, como opção simplicada de escrituração. Dessa forma o artigo mostra o quão é importante a escrituração correta dos fatos contábeis, e a utilização dessas informações na tomada de decisão das empresas, adequando as normas à realidade de cada contribuinte.

Palavras-Chave: CONTABILIDADE. EMPRESA. ITG 1.000. ESCRITURAÇÃO.

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Introdução

Em sentido amplo a escrituração contábil consiste em constituir o processo de registro das operações, envolvendo recursos nanceiros, bens, direitos e obrigações, evidenciada por meio da execução dos serviços de escrituração dos livros e produção dos demonstrativos e relatórios contábeis, patrimonial e nanceira das empresas. Em seu mais variável ramo de atuação, seja ela, comercial, bancária, rural, terceiro setor dentre outras, constituindo-se em direito dos empresários e uma obrigação dos prossionais de contabilidade, sem distinção de porte, ramo ou regime de tributação adotado pela empresa.

Deve-se entender, portanto, que certos conceitos que regem a Contabilidade são mutáveis, parcial ou totalmente, no tempo e no espaço, adaptando-se às peculiaridades econômicas, institucionais, políticas e sociais de cada época e, às vezes, observando peculiaridades de cada pais. Tendo em vista a adoção dos padrões internacionais de contabilidade, onde contribui para a viabilidade de negócios e amplia a segurança jurídica, nesse processo de uniformização e globalização das normas contábeis. É claro que outros são imutáveis, como o princípio da dualidade.

Toda via, as microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas no simples nacional que vem se utilizando da contabilidade apenas como instrumento para ns de atendimento ao sco, deixando de utilizá-la como ferramenta de gestão organizacional, não poderão deixar de se ater a tais princípios, que os qualicam pelo conhecimento de usos, costumes e práticas tradicionais em cada ramo de atividade e por uma adequada compreensão de todas as informações adicionais e complementares que esses demonstrativos podem retratar.

Assim, o presente artigo discorre quanto a legislação aplicada no processo de escrituração contábil com ênfase no Código Civil, Leis Complementar, IRFS e a necessidade de compreensão pelos empresários e as sociedades empresárias. Para que ao optar pela adoção da ITG 1.000, possa surtir efeito positivo na evidenciação dos fatos contábeis, bem como, na relação empresário, sco e contador.

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NORMAS INTERNACIONAISDE CONTABILIDADE

A contabilidade consideradas umas das prossões mais antigas e importantes, devido a globalização ca cada vez mais difícil entendimento da linguagem. E fácil armar o quanto de informação relevante detém as peças contábeis, com o seu principal objetivo de mostrar em números e movimentações patrimoniais a real situação da empresa.

A contabilidade bem elaborada é essencialmente importante para as projeções de sistemas de informação para o desenvolvimento da informação e, principalmente, para tomada de decisão. Sendo assim, a contabilidade tem a oportunidade de explorar e contribuir para os projetos de sistemas identicando uma intersecção entre os Sistemas de Informações Contábeis (SIC) e a Contabilidade Gerencial (LUCENA, 2004, p. 52).

Diante disto, surgiu a oportunidade de viabilizar esse entendimento, tanto por motivos de momento de expansão de um mundo globalizado, quanto pelo fato de simplicar a vida de vários empresários.

Os primeiros esforços identicados no sentido de unicar internacionalmente as normas contábeis deram-se em 1973, com a criação do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC), órgão que passou a ser o responsável pela emissão das normas internacionais de contabilidade – NIC's

Segundo Varella, Gomes, Martins, Messere (Em inglês, IAS – International Accounting Standards). O IASC visava à formulação e à publicação de normas contábeis que fossem cumpridas e aceitas internacionalmente.

Nota-se necessidade de ramicar o meio de investimentos, aquisições de ações e expansão de oportunidades, inviabiliza o sonho de explorar a área externa, por motivos em que a diculdade de entendimento das movimentações nanceiras mundo a fora ser ainda considerado um presente de grego.

O autor Pohlmann (1995, p.13) falou a respeito de que 'a harmonização das normas contábeis é um processo necessário e natural, já que e fato notório e incontestável a recente internacionalização e globalização dos negócios, trazendo como provável consequência o requerimento maciço de informações de natureza contábil, com um conteúdo claro e bem compreendido por todos os usuários.'

Contudo, a ideia central e de uniformizar o entendimento dos padrões contábeis existentes no mundo, sendo que uma demonstração contábil fosse analisada de forma igual, harmonizando os entendimentos e consequentemente os investimentos.

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1.1 IFRS

A expansão dos mercados e a internacionalização da economia, surgiu a necessidade de dar harmonia nas práticas contábeis em nível global. Visando satisfazer tal exigência, buscou a criação de mecanismos que trouxessem maior uniformidade e homogeneidade nas informações prestadas a gestores, investidores e analistas nanceiros para que

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tenham subsídios segura nas tomadas de decisões em seus negócios.Diante deste cenário surge o IASB, sigla em inglês sendo International Accounting

Standards Board, criado em 1 de Abril de 2001, a partir da transformação, no nal da década de 90 do agora antigo IASC - International Accounting Standards committee, fundado em 1973.

Segundo Andrade, Renato e Mitiyo (2012) dene IASB como o organismo internacional que elabora as normas internacionais de contabilidade as quais são utilizadas por mais de 100 países do mundo. O IASB passou a publicar em forma de pronunciamento, normas contábeis que passaram a ser vistas como padrões internacionais de contabilidade, denominadas de IFRS - International nancial Reporting Standards.

O IRFS umas das normas aperfeiçoadas para estabelecer a comunicação das informações contábeis mais precisamente utilizada pelos países da União Europeia. MADEIRA (2004), fala do objetivo das normas, segundo ele “Essas normas objetivam internacionalizar as informações contábeis, proporcionando maior comparabilidade e conabilidade, oferecendo maior precisão na análise das demonstrações das instituições nacionais com suas matrizes no exterior.

O autor enfatiza muito o fato de se dar precisão em analises contábeis de empresas com sus matrizes em outros países, outro ponto relevante a se mostrar e de que além deste tipo de comunicação cabe é claro o fato de vericarmos a situações nanceiras em empresas que temos interesse em investir sendo que com o padrão cara mais acessível o entendimento.

A partir do ano de 2005, as empresas listadas na bolsa da União Europeia, adotaram de forma obrigatória esses padrões de contabilidade. Outros países com Austrália, Rússia e Uruguai também se manifestaram favoravelmente em prol da adoção dos IFRS nos próximos anos. (Carvalho, Lemes e Costa (2006)). Essa adoção está cada vez mais natural, os resultados são cada vez melhores devido a globalização e avanço tecnológico, além e claro de existir leis que torne obrigatório tais práticas.

Weffort (2005), faz menção ao fato da obrigatoriedade nas adaptações das normas dizendo que empresas aqui no pais controladas por grupos da Europa deve se adequar aos padrões do IFRS de forma voluntária, ou seja, já no momento de fechamento de períodos os seus resultados devem atender as normas contábeis exigidas pela sua matriz ou controladoras no exterior.

O que observa de fato e como se tratasse de uma tradução, mas o o correto e armarmos que as práticas devem seguir um padrão, sendo que não preciso obter o conhecimento contábil de análise de demonstrações de todos os países do mundo para emitir pareceres e nem deixar de identicar a saúde nanceira das empresas que venha a investir.

Carvalho, Lemes e Costa em seu livro 2006 fala da importância da adequação das normas nos seus relatório mostrando as demonstrações contábeis em vários países tinha e ainda tem que comparar margens, custos de oportunidades, desempenho, estruturas patrimoniais e retornos nanceiros, desperdiçavam bastante tempo para ter entendimento sobre as normas nacionais e fazer e fazer a conciliação para um único padrão. Já a partir do IFRS o máximo que necessitará será uma tradução do idioma, hoje nem mais preciso por ser emitido uma determinada demonstração já em outro idioma.

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NORMAS NACIONAISDE CONTABILIDADE

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As NBC - Normas Brasileiras De Contabilidade, se dá pelo conjunto de regras e procedimentos que devem ser observados no exercício dessa função, além de outras determinações e conceitos que devem ser aplicados nos trabalhos previstos, conforme estipulado pelo CFC. Alinhadas às normas emitidas pelo Conselho Internacional de Padrões de Contabilidade (o IASB, na sigla em inglês), elas compreendem ainda as interpretações e comunicados técnicos locais e podem aplicar-se a aspectos prossionais ou técnicos.

Sua estrutura e classicada como, como prossional e técnicas estabelecendo os preceitos de conduta, padrões e procedimentos para melhor adequação prossional.

Com o surgimento dessa necessidade, coube então aos órgãos competentes agirem para a melhor harmonização das normas internacionais, sendo de extrema importância para os dias atuais, com aquisições ações e internacionalização das empresas.

2.1 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC

CFC - Conselho Federal de Contabilidade em sua autoridade, dene CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis, criado pela resolução do próprio CFC n º 1.055/05, como responsável de instituir diretrizes para convenções das normas internacionais, como também a aplicação nas empresas em sua forma de escrituração contábil.

Segundo o artigo 3° da mesma resolução faz menção de seu principal objetivo o estudo sendo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

Já no seu Art. 2º, a resolução delega os órgãos que irão fazer parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC), em razão da necessidade converter as normas internacionais, centralizar sua aplicação e representar e julgar em processos democráticos tais aplicações. Sendo eles:

ABRASCA Associação Brasileira das Companhias Abertas

APIMEC NACIONALAssociação dos Analistas e Prossionais de Investimento do Mercado de Capitais

BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo

CFC Conselho Federal de Contabilidade,

IBRACONInstituto dos Auditores Independentes do Brasil,

FIPECAFIFundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras.

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Devido esta necessidade as empresas Grandes, Medias e de Pequeno Porte, passaram a observar tais pronunciamento com a necessidade de adaptar-se aos padrões internacionais.

As Normas Internacionais de Contabilidade passarão a ser efetivamente adotadas a partir do exercício ndo de 2010. De acordo com o Comunicado do BACEN nº 14.298/06 e Instrução da CVM nº 457/07, as instituições nanceiras e companhias abertas deverão adotar o padrão IFRS ao elaborar e divulgar suas demonstrações nanceiras consolidadas. (NIYAMA E SILVA (2008))

Nota-se que tais normas não se aplicam diretamente a empresas de grande porte, mais sim as Micro e Pequenas Empresas com a criação do CPC MPEs, que pudesse chamar também de ITG 1000, surgindo e claro da necessidade de atender a uma demanda do pais que hoje, segundo o SEBRAE-NA, no Brasil existem 6,4 milhões de estabelecimentos. Desse total, 99% são micro e pequenas empresas (MPEs).

LEI COMPLEMENTAR Nº 123/2006

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Pensando em uma época de complexidades, mudanças e incertezas econômicas como a que atravessamos hoje, a Contabilidade tornar-se um item indispensável nesse cenário. Utilizando-se da contabilidade como base para tomada de decisões, obrigatoriamente esta deve obedecer ao que rege as regras internacionais de contabilidade.

O Código Civil na Lei nº. 10.406/2002, no seu artigo 1.179, diz que, O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

Signica dizer que, toda pessoa jurídica de direito público, interno ou externo, e de direito privado, são obrigadas a manter a escrituração contábil, com exceção do Microempreendedor Individual, conforme § 2o do artigo 1.179 da mesma lei.

Contudo o artigo 970 diz que a lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplicado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Posteriormente convalidada pela LC nº. 123/2006, Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, no seu Art. 91. Considera-se Microempreendedor Individual – MEI o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº. 10.406, de 2002, optante pelo Simples Nacional, que tenha auferido receita bruta acumulada nos anos-calendário anterior e em curso de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

As demais empresas poderão adotar a melhor forma de escrituração, com observância no que determina o Art. 1.183 e 1.184 § 2º da Lei nº. 10.406/2002.

Com o passar dos anos, a contabilidade tem sofrido constantes mutações, não apenas legais, mas sim práticas. Esta evolução advém da própria necessidade do mercado em receber informações cada vez mais detalhadas e hábeis para a tomada de decisões gerenciais, administrativas ou nanceiras. Contudo algumas empresas sentem mais diculdades em atender o que pede a legislação, daí a necessidade de simplicar o processo de escrituração contábil, beneciando as Micros e Pequenas Empresas optantes do Simples Nacional, responsável por R$ 69,7 Bilhões em tributos no ano de 2015 (Fonte: Receita Federal, revista PEGN, Maio 2015, nº. 328).

Art. 2º Para ns desta Resolução, considera-se, Microempresa (ME) ou Empresa de

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Pequeno Porte (EPP) a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada ou o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: (Lei Complementar nº. 123, de 2006, art. 3º, caput)

a) No caso da ME, aura, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);

b) No caso da EPP, aura, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais0 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

Para os contribuintes enquadrados nesse regime unicado de arrecadação, todos os tributos federal, estadual e municipal, são unicados em uma única guia, onde a base de cálculo para a determinação do valor devido mensalmente será a receita bruta total mensal auferida ou recebida, conforme opção feita pelo contribuinte quanto ao regime de tributação (Art. 16, LC. Nº. 123/2006, art. 18, caput e § 3º). Guia emitida pelo aplicativo disponibilizado no Portal do Simples Nacional. Contemplando os tributos, IRPJ, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, ICMS e ISS.

Art. 37. O cálculo do valor devido na forma do Simples Nacional deverá ser efetuado por meio do Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – Declaratório (PGDAS-D), disponível no Portal do Simples Nacional na internet (LC. 123/2006, art. 18, §§ 15 e 15-A).

Quanto as obrigações acessórias, os documentos scais e contábeis também são de uso obrigatório para os contribuintes enquadrados no Simples Nacional conforme Art. 61. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá adotar para os registros e controles das operações e prestações por ela realizadas, observado o disposto no art. 61-A: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 26, §§ 2º, 4º, 4º-A, 4º-B, 4º-C, 10 e 11)

(Redação dada pelo (a) Resolução CGSN nº 115, de 04 de setembro de 2014)

I - Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentação nanceira e bancária;

II - Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término de cada ano-calendário, quando contribuinte do ICMS;

III - Livro Registro de Entradas, modelo 1 ou 1-A, destinado à escrituração dos documentos scais relativos às entradas de mercadorias ou bens e às aquisições de serviços de transporte e de comunicação efetuadas a qualquer título pelo estabelecimento, quando contribuinte do ICMS;

IV - Livro Registro dos Serviços Prestados, destinado ao registro dos documentos scais relativos aos serviços prestados sujeitos ao ISS, quando contribuinte do ISS;

V - Livro Registro de Serviços Tomados, destinado ao registro dos documentos scais relativos aos serviços tomados sujeitos ao ISS;

VI - Livro de Registro de Entrada e Saída de Selo de Controle, caso exigível pela legislação do IPI.

Uma vez que o contribuinte optante pelo regime especial de arrecadação adotar as demonstrações contábeis com base na LC 123/2006, ca dispensado de apresentar o Livro Caixa conforme § 3º da mesma LC, art. 2º, inciso I e § 6º.

Na ausência da adoção das demonstrações contábeis baseado no exposto anteriormente, este sujeitara-se ao Livro Caixa, onde deverá contemplar o que segue:

§ 6º O Livro Caixa deverá: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 26, § 2º; Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, art. 1.182)I - Conter termos de abertura e de encerramento e ser assinado pelo representante legal

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da empresa e pelo responsável contábil legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade;II - Ser escriturado por estabelecimento.

Para ns scais e para atendimento a LC. 123/2006, os livros supracitados são indispensáveis, no entanto os livros obrigatórios para escrituração contábil, atentar o que dispõe o Código Civil.

ITG 1000 APLICAÇÃO NAS MPEsOPTANTES DO SIMPLES

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Visando aperfeiçoar as técnicas de escrituração contábil, mesmo possuindo o regime próprio de tributação simplicada os contribuintes ainda assim não adotaram a contabilidade como ferramenta indispensável nem tão pouco realizam a escrituração de forma correta, tomando como base os princípios contábeis.

Diante disso, o conselho federal de contabilidade no uso de suas atribuições legais revolve publicar a Resolução CFC nº. 1.418/2012, com fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/1, instituir a ITG nº. 1.000, Novo Modelo Contábil para as Micros e Pequenas empresas, optantes do simples ou não.

As ITG's, Interpretações Técnicas Gerais tem por objetivo esclarecer a aplicação das NBC's, denindo regras e procedimentos em situações, transações ou atividades especícas, sem alterar a substância dessas normas.

Dessa forma poderá adotar a ITG 1.000, A sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada ou empresário a que se refere o artigo 966 do Código Civil, que tenha auferido no ano anterior, receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do art. 3ºda LC 123/06.

O Modelo Contábil para Microempresa e Empresas de Pequeno Porte, tende a espelhar-se no IFRS par MPE's, entretanto esse modelo não tornou o processo de escrituração simplicado, nem tão pouco mostrou-se atrativo ao ponto de fazer com que os contribuintes em geral que não possuem estrutura contábil organizada e informatizada adota-se à referida norma.

De modo geral a ITG 1000 estabelece critérios e procedimentos a serem observados pelos contribuintes que optarem pela adoção desta interpretação conforme estabelecido nos itens 1, 2 e 3.

A adoção a ITG 1000 não é obrigatória ou irretratável, pois se trata de uma Interpretação Técnica que regulamentou a NBC TG 1000 cuja aplicação é opcional, assim quem optou pela adoção na NBC TG 1000 (Resolução CFC 1.255/09), poderá continuar seguindo os procedimentos nela requeridos, conforme item 4, 5 e 6 da referida norma;

A adoção dessa Interpretação não desobriga a microempresa e a empresa de pequeno porte a manutenção de escrituração contábil uniforme dos seus atos e fatos administrativos que provocaram, ou possam vir a provocar, alteração do seu patrimônio (item 4);

A microempresa e a empresa de pequeno porte que optarem pela adoção desta Interpretação devem avaliar as exigências requeridas de outras legislações que lhe sejam aplicáveis. (Item 5);A microempresa e a empresa de pequeno porte que não optaram pela

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adoção desta Interpretação devem continuar a adotar a NBC TG 1000 ou as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais completas, quando aplicável. (Item 6).

Ao adotar pela ITG 1000, a escrituração contábil deve ser realizada em consonância aos princípios contábeis, (Resolução CFC n.º 750/93), e em conformidade com as disposições contidas nesta Interpretação.

Em conformidade com as regras gerais aplicadas aos demais contribuintes não abrangidos por esta norma técnica, não fugindo a regra, os custos com estoques, depreciações, controle de ativos imobilizados, bem como os reconhecimentos de receitas e despesas, devem obedecer aos itens 15 a 25 conforme segue:

O custo dos estoques deve compreender todos os custos de aquisição, transformação e outros custos incorridos para trazer os estoques ao seu local e condição de consumo ou venda. (Item 15);

O custo dos estoques deve ser calculado considerando os custos individuais dos itens, sempre que possível. Caso não seja possível, o custo dos estoques deve ser calculado por meio do uso do método “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai” (PEPS) ou o método do custo médio ponderado. A escolha entre o PEPS e o custo médio ponderado é uma política contábil denida pela entidade e, portanto, esta deve ser aplicada consistentemente entre os períodos. (Item 16);

Os estoques devem ser mensurados pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido. Para estoques de produtos acabados, o valor realizável líquido corresponde ao valor estimado do preço de venda no curso normal dos negócios menos as despesas necessárias estimadas para a realização da venda. Para estoques de produtos em elaboração, o valor realizável líquido corresponde ao valor estimado do preço de venda no curso normal dos negócios menos os custos estimados para o término de sua produção e as despesas necessárias estimadas para a realização da venda. (Item 17);

Um item do ativo imobilizado deve ser inicialmente mensurado pelo seu custo. O custo do ativo imobilizado compreende o seu preço de aquisição, incluindo impostos de importação e tributos não recuperáveis, além de quaisquer gastos incorridos diretamente atribuíveis ao esforço de trazê-lo para sua condição de operação. Quaisquer descontos ou abatimentos sobre o valor de aquisição devem ser deduzidos do custo do imobilizado. (Item 18);

O valor depreciável (custo menor valor residual) do ativo imobilizado deve ser alocado ao resultado do período de uso, de modo uniforme ao longo de sua vida útil. É recomendável a adoção do método linear para cálculo da depreciação do imobilizado, por ser o método mais simples. (Item 19);

Se um item do ativo imobilizado apresentar evidências de desvalorização, passando a ser improvável que gerará benefícios econômicos futuros ao longo de sua vida útil, o seu valor contábil deve ser reduzido ao valor recuperável, mediante o reconhecimento de perda por desvalorização ou por não recuperabilidade (impairment). (Item 20);

São exemplos de indicadores da redução do valor recuperável, que requerem o reconhecimento de perda por desvalorização ou por não recuperabilidade:

(a) declínio signicativo no valor de mercado;(b) obsolescência;© quebra. (Item 21);

Terreno geralmente possui vida útil indenida e, portanto, não deve ser depreciado. Edicação possui vida útil limitada e, portanto, deve ser depreciado. (Item 22);

As receitas de venda de produtos, mercadorias e serviços da entidade devem ser apresentadas líquidas dos tributos sobre produtos, mercadorias e serviços, bem como dos abatimentos e devoluções, conforme exemplicado no Anexo 3 desta Interpretação. (Item 23);

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A receita de prestação de serviço deve ser reconhecida na proporção em que o serviço for prestado. (Item 24); Quando houver incerteza sobre o recebimento de valor a receber de clientes, deve ser feita uma estimativa da perda. A perda estimada com créditos de liquidação duvidosa deve ser reconhecida no resultado do período, com redução do valor a receber de clientes por meio de conta reticadora denominada “perda estimada com créditos de liquidação duvidosa”. (Item 25). Visando atender o que determina O Código Civil na Lei nº. 10.406/2002, no seu artigo 1.179, quanto a elaboração das demonstrações contábeis ao nal de cada exercício social, não sendo diferente a ITG 1000, rege as normas, formas e como estes devem ser apresentados:É obrigatório a elaboração do conjunto completo das Demonstrações Contábeis, incluindo além das previstas no item 26, Fluxos de Caixa, Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, apesar de não serem obrigatórias para as entidades alcançadas por esta Interpretação, é estimulada pelo Conselho Federal de Contabilidade como forma de adequação em um processo futuro de expansão. (Item 27). A ITG 1000 vai muito além da obrigatoriedade, sua forma e métodos de escriturações são muito técnicas, necessita de observância por parte do executor da tarefa, sendo inclusivo e claro, o fato de a própria norma surgir alterações e adequações com o passar dos tempos, fatos novos que irão melhorar cada vez mais a harmonização na contabilidade.Logo observa-se que apesar dessa norma ITG 1000, criada a partir do método para simplicação das Micro e Pequenas empresas, no entanto, algumas de suas exigibilidades e inviável e complexas para algumas organizações, entre outras nem tanto realmente tem utilidade em estreitar esse caminho dos agentes internos e externos com o mercado.

Considerações Finais

Uma das principais mudanças da Lei é a valorização da essência sobre a forma, ou seja, a verdade real se sobrepõe a verdade formal. O objetivo é o fornecimento de informações relevantes que expressem a realidade da empresa, na qual, deve ser realizada pela sua essência e realidade econômica, não meramente sua forma legal.

Diante do exposto e das frequentes atualizações na legislação, mais precisamente na Lei Complementar 123/2006 e as normas contábeis voltadas às MPE's, surge a necessidade de observa as empresas optantes pelo simples nacional estão realmente se adequando a essas mudanças, bem como, se os prossionais contábeis já tomaram ciência da importância e da aplicabilidade das normas técnicas voltadas aos seus clientes, uma vez que este prossional deixou de ser mera gura “porta livros” e passou a integrar a gestão da empresa de formar participativa e crucial “controller”.

Ao analisar o modelo determinado pelo CFC – ITG 1000, vericou-se que algumas determinações talvez se tornem inviável sua aplicabilidade, uma vez que sua adoção seria incompatível frente à realidade das MPE's, entretanto, há processos em tramitação junto ao CFC para simplicação de alguns pontos desta interpretação técnica, de modo, a viabilizar sua aplicabilidade à dadas as empresas.

Ressaltando a importância das MPE's na economia deste país, onde juntas a

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certa de 9 milhões, sendo responsáveis por 27% do PIB, resultados superados ano após ano, vê-se a necessidade de mais investimento e a fomentação de novos setores, de modo a manter-se em constante crescimento. Contudo, a simplicação das normas contábeis, a correta escrituração e a redução e/ou unicação das obrigações acessórias, tende a fazer com que as empresas enquadras na Lei Complementar 123/2006, cresça de forma saudável, responsável e consciente. Tornando-as preparadas e mais competitivas.

Referências

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LUCENA, Wenner Glaucio Lopes. Uma contribuição ao estudo das informações

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POHLMANN, Marcelo Coletto. Harmonização Contábil no Mercosul: A

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WEFFORT, Elionor Farah Jreige, O Brasil e a Harmonização Contábil

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Aplicação da

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