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OPEN DATA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE PUBLICIDADE DOS DADOS DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS FEDERAL E ESTADUAIS DA ÁREA DE TRÂNSITO Dênis Rodrigues Ricardo Matheus

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OPEN DATA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE PUBLICIDADE DOS DADOS DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS FEDERAL E ESTADUAIS DA

ÁREA DE TRÂNSITO

Dênis Rodrigues Ricardo Matheus

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Painel 35/003 Dados Abertos e Novas Perspectivas de Acesso à Informação pelo Cidadão

OPEN DATA: UMA ANÁLISE DO GRAU DE PUBLICIDADE DOS DADOS DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS FEDERAL E ESTADUAIS DA

ÁREA DE TRÂNSITO

Isidro-Filho

Dênis Rodrigues Ricardo Matheus

RESUMO

Nos últimos anos, os governantes brasileiros têm sido cada vez mais cobrados pela

sociedade por maior transparência e pela publicação de dados e informações das

ações governamentais, com quantidade e qualidade adequadas. No entanto, apesar

dos esforços e avanços brasileiros em algumas áreas, em muitas outras, como a do

trânsito, ainda não possuem quantidade e qualidade ideais. Assim, o presente

trabalho teve como objetivo identificar o estado-da-arte de dados governamentais

abertos do trânsito brasileiro, analisando os achados do campo. Deste modo, foi

possível identificar as melhorias necessárias para atingir níveis de excelência dos

dados abertos, através da revisão de literatura das boas práticas e dos manuais de

abertura de dados governamentais. Este trabalho teve como objeto o estudo de caso

dos departamentos responsáveis pelo trânsito no nível nacional (DENATRAN) e nível

estadual (DETRAN). Os dados analisados foram: dados da carteira nacional de

habilitação (CNH), veículos e infrações de trânsito. Os resultados das análises

mostram que há ausência: de regulamentação específica para tornar obrigatória a

publicação dos dados de trânsito em formato aberto; depadronização de abertura dos

dados de trânsito; e de previsão de penalidades aos departamentos que não abrirem

os dados de forma correta, além disto, a qualidade da publicidade de dados ainda é

muito baixa.

Palavras-chaves: Dados governamentais abertos, open government data, CNH,

veículos, infrações de trânsito, DENATRAN, DETRAN.

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1. INTRODUÇÃO, OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

Fonte de preocupações ao redor do mundo, o trânsito tem sido alvo de diversas

ações para o aumento de sua segurança. Em 2010 a Organização das Nações Unidas

(ONU) através da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Plano Global para

a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 (WHO, 2013). O objetivo

do Plano é apoiar o desenvolvimento de planos nacionais e locais para aumentar a

segurança do trânsito.

Seguindo a tendência internacional, o Brasil aderiu como signatário do acordo

mundial e desenvolveu seu Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança

Viária para a década 2011-2020 (BRASIL, 2011a, 2011b). Para se ter melhor uma

ideia de volume, o Brasil possui mais de 90 milhões de veículos (BRASIL, 2015)

circulando nas vias brasileiras.

Ainda, de acordo com a base de dados do Ministério da Saúde (DATASUS,

2016) ocorreram 44.098 mortes no trânsito brasileiro em 2014. Some-se a estes

números de fatalidades os problemas e prejuízos sociais, além dos econômicos

decorrentes, tais como: congestionamentos, internações e gastos médicos, valores

estes que podem ser melhor utilizados (WHO, 2013).

Parte dos problemas da segurança no trânsito apresentadas pelo Plano da

ONU e OMS necessitam de dados atualizados e abertos para sua análise e

proposição de políticas. No Brasil é possível observar que os dados ou não são

publicados pelos departamentos estaduais e nacional de trânsito ou possuem baixo

nível de abertura, como restará comprovado no decorrer deste estudo. Apesar de mais

de duas décadas de Democracia no Brasil, os governos ainda se mantêm como

caixas-pretas, com baixo nível de transparência de dados e ações continua aquém do

que as tecnologias permitem, corroborando inclusive com problemas na

implementação e entrega de resultados (RODRIGUES; SANTOS, 2015).

Procurando contribuir para resolução destes desafios e com o objetivo de

propor protocolos abertos e interoperáveis na Internet, em 2007 um grupo de

estudiosos da computação e Internet iniciaram um movimento conhecido como dados

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abertos ou do termo em inglês "open data" (JANSSEN & HOVEN, 2015; MATHEUS

et al., 2014). Acompanhando este movimento técnico da sociedade civil, do meio

acadêmico e empresarial, o governo dos Estados Unidos lançou, junto de outros

países, a Parceria para Governo Aberto, em inglês "Open Government Partnership -

OGP” (MCDERMOTT, 2010).

O objetivo da OGP é de criar um ambiente de governo mais transparente,

responsável e responsivo (accountability) aos cidadãos por meio da abertura do

governo e de seus dados. Isso significa que diversas ações para a melhoria da relação

governo-sociedade são tomadas. A esta abertura dos dados se dá o nome de dados

governamentais abertos (DGA) ou do termo em inglês "open government data" (OGD)

(UBALDI, 2013; MATHEUS et al., 2014a).

Utilizando-se dos canais de interlocução abertos e os dados governamentais

abertos, é provável que outros atores como a sociedade civil organizada, acadêmicos

e empresários possam participar do processo de abertura dos dados e colaborar para

a melhoria dos resultados das políticas públicas.

Por exemplo, os dados governamentais abertos podem permitir que bases de

dados de instâncias (cidade, estado, união) possam ser trocadas livremente e,

recombinadas, são capazes de gerar novas informações (JANSSEN et al., 2012). Isso

facilitaria a criação de dashboards (painéis de controle) para decisões de políticas

públicas, inclusive em tempo real (JANSSEN et al., 2015). Além disso, esta tomada

de decisão avança de um estado alicerçado no "sentimento" do servidor público

baseado em dados e informações tácitas, para um estado baseado em empirismo

técnico-científico e dados reais (JANSSEN & HOVEN, 2015). A provável

consequência dessa troca é de se ter melhor qualidade na implementação de políticas

públicas, com maiores chances de sucesso e melhores resultados, como por exemplo,

a redução de acidentes no trânsito.

Além da possibilidade de melhoria da formulação e da implementação de

políticas públicas, os dados abertos governamentais também podem ser utilizados

para a diminuição de fraudes e de corrupção. Por exemplo, ao identificar padrões

estranhos de comportamento em regiões administrativas, como o aumento na

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emissão de documentos de veículos ou de carteira nacional de habilitação (CNH),

seria possível identificar a ocorrência de eventuais irregularidades. Várias são as

causas desses fenômenos e, de posse destes dados, é possível identificar a causa

deles, se lícitas ou não.

A área possui relevância prática e social, porém, a combinação de dados

governamentais abertos e trânsito ainda não atraiu acadêmicos. Através de uma

pesquisa bibliográfica feita no conjunto de revistas e congressos conceituados como

de "excelência" pela CAPES na área de administração, encontramos um número

diminuto de publicações sobre dados abertos governamentais. Como exemplo,

podemos citar o Congresso da ANPAD, que desde o ano de 2010, possui apenas

cinco publicações sobre o tema. Ademais, percebeu-se que não havia nenhuma

publicação aprofundando na pesquisa sobre legislações de governança de TIC e

política de dados abertos para o trânsito.

Desta forma, o objetivo deste artigo é identificar o estado-da-arte da abertura

de dados governamentais da área do trânsito no âmbito nacional (DENATRAN) e

estaduais (DETRAN) e, assim, buscaras melhorias necessárias para atingir níveis de

excelência dos dados abertos no trânsito brasileiro, bem como um modelo que

colabore com a academia de forma a ser prescritivo, não se pretendendo apenas a

análise descritiva. Este nível de excelência será baseado na revisão de literatura das

boas práticas dos manuais de abertura de dados governamentais.

Os dados a serem pesquisados foram divididos em três grupos: CNH, dados

de veículos e dados de infrações, além disto, não é escopo deste artigo propor

soluções aos riscos e desafios encontrados, bem como explorar as oportunidades

identificadas pelos dados abertos do trânsito.

Para atingir seus objetivos, este artigo apresenta, além da presente introdução,

a seguinte estrutura: abordagem metodológica; revisão de literatura; resultados da

análise estruturada dos portais de dados governamentais abertos; discussão dos

resultados observados; e considerações finais.

2. ABORDAGEM METODOLÓGICA

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Este artigo possui abordagem metodológica qualitativa baseada em estudo de

casos múltiplos (YIN, 2010) de departamentos de trânsitos nacional (DENATRAN) e

estaduais (DETRAN). O estudo de caso se justifica, pois, acredita-se ser o mais

adequado para uma análise explicativa de problemas reais, não replicáveis em

laboratório e contemporâneos (YIN, 2010).

Como primeira etapa, foi conduzida uma revisão de literatura no conjunto de

revistas e conferências de "excelência" da CAPES (A1, A2 e B1). As palavras-chaves

pesquisadas foram dado(s) governamental(ais)aberto(s), de forma independente, e

somada a temática "trânsito". O objetivo era identificar o estado-da-arte da temática e

não sobrepor pesquisas anteriores sobre o assunto. Observou-se baixo número de

publicações sobre dados abertos governamentais e nenhum deles tratando sobre

dados abertos do trânsito brasileiro. Para complementar esta pesquisa, foi utilizado o

motor de busca Google Acadêmico, utilizando as duas primeiras páginas com as

mesmas palavras-chaves. Após a segunda página, cerca de 25 artigos, identificou-se

que havia repetição e artigos fora do escopo, portanto, foram excluídos do processo

de revisão de literatura.

Em seguida, foi feita uma revisão da literatura jurídica do assunto, identificando

as competências e responsabilidades dos órgãos de trânsito. Essa pesquisa foi feita

para justificar a suposição de abertura dos três grupos de dados nesta pesquisa: CNH,

dados de veículo e dados de infrações de trânsito. A legislação encontrada referente

ao assunto foi o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) (BRASIL, 1997).

Levando em consideração o CTB (BRASIL, 1997), foram considerados quatro

dimensões para análise estruturada:

1. CNH - 1) Categoria habilitada; 2) Ano da primeira habilitação; 3) Cidade do

registro; 4) Exames (teórico-técnico ou prático).

2. Veículos - o CTB aponta a possibilidade de abertura dos mesmos dados

que o documento de porte obrigatório do veículo possui, sendo então oito

dimensões objeto de análise estruturada: 1) tipo de veículo; 2) ano; 3)

potência; 4) Quantidade de passageiros (capacidade); 5) Taxas de

7

licenciamento; 6) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

(IPVA); 7) Transferência de município ou 8) alteração de características.

3. Infrações de trânsito – baseada nas seguintes subdimensões: 1)

quantidade 2) tipo de infração; 3) Gravidade; 4) Município; 5) Mês/Ano.

Como segunda etapa, ocorreu análise da estrutura dos portais do DENATRAN

e DETRAN (dos estados e do Distrito Federal). O objetivo desta etapa era identificar

o nível de abertura de dados, de forma quantitativa e qualitativa. A primeira fase desta

etapa era analisar se o dado existia ou não na Internet. A segunda fase, identificar

qual era seu nível de abertura. Os parâmetros para avaliar o nível de abertura se

basearam em duas metodologias de análise já previamente utilizadas (VAZ et al.,

2013). A primeira chamada de "esquema das cinco estrelas" (BERNERS-LEE, 2010)

e a segunda de oito princípios de dados abertos (OPENGOVDATA, 2007). A análise

estruturada dos portais foi realizada entre 21/04/2016 e 01/05/2016.

O esquema das cinco estrelas dos dados abertos (BERNERS-LEE, 2010) se

define abaixo:

1. Os dados estão disponíveis na Web, independente de formato, usando

uma licença aberta;

2. Os dados são disponibilizados como dados estruturados legíveis por

máquina;

3. O formato utilizado é um formato não proprietário;

4. Os dados disponibilizados apresentam URLs estruturados que permitam

sua identificação e referenciação.

5. Os dados ofertados são ligados a outros dados, publicizados por outros

atores, o que permite prover contexto.

Complementarmente, o segundo modelo será utilizado para verificar se os

casos em estudo atendem aos oito princípios de dados abertos governamentais

(OPENGOVDATA, 2007). Os princípios estabelecidos pelos especialistas de

computação e Internet em 2007 foram:

8

1. Completos. Todos os dados públicos estão disponíveis. Dado público e o

dado que não esta sujeito às limitações válidas de privacidade, segurança

ou controle de acesso.

2. Primários. Os dados são apresentados tais como coletados na fonte, com

o maior nível possível de granularidade e sem agregação ou modificação.

3. Atuais. Os dados são disponibilizados tão rapidamente quanto necessário

a preservação do seu valor.

4. Acessíveis. Os dados são disponibilizados para o maior alcance possível

de usuários e para o maior conjunto possível de finalidades.

5. Compreensíveis por máquinas. Os dados são razoavelmente

estruturados de modo a possibilitar processamento automatizado.

6. Não discriminatórios. Os dados são disponíveis para todos, sem exigência

de requerimento ou cadastro.

7. Não proprietários. Os dados são disponíveis em formato sobre o qual

nenhuma entidade detenha controle exclusivo.

8. Livres de licenças. Os dados não estão sujeitos a nenhuma restrição de

direito autoral, patente, propriedade intelectual ou segredo industrial.

Restrições sensatas relacionadas a privacidade, segurança e privilégios de

acesso são permitidas.

A análise dos dados e avaliação em termos dos oito princípios são feitas com

base na visão do gestor do trânsito, que necessita dos dados para formular e

implementar políticas públicas. Desta análise, cabem considerações sobre alguns dos

princípios: os dados serão considerados atualizados se datarem ao menos de 2015;

os dados não aglutinados serão considerados primários, portanto, praticamente todos

que existiram possuíam este parâmetro; os dados serão considerados completos se

tiverem todos os dados de pelo menos um item de cada um dos parâmetros das

dimensões investigadas.

Para os oito princípios e o esquema de estrelas, cada um dos três grupos de

dados (dimensões) foi analisado independentemente, em cada DETRAN e no

DENATRAN. Para cada um dos oito princípios era dado um ponto se o princípio era

seguido pelo dado ou reduzido um ponto se não fosse seguido o princípio pelo órgão.

9

Após esta análise, foi feita a somatória para cada estado em cada um dos três grupos

de dados escolhidos. Essa somatória poderia ser -8, se não seguisse nenhum dos

princípios ou 8, caso seguisse todos os princípios, havendo variação entre estes

valores.

3. REVISÃO DE LITERATURA

Assim como descrito na abordagem metodológica, a revisão de literatura se

baseou na busca de palavras-chaves “dados governamentais abertos”. Como o

número de resultados em português foi baixo, optou-se por ampliar a busca também

em inglês, com "open government data". Foram considerados para esta busca o

journal Government Information Quarterly (GIQ) e complementou-se a pesquisa

através do Google Acadêmico das duas primeiras páginas de resultados (20 artigos

científicos), com as palavras-chave em inglês.

Artigos que tratavam sobre Linked Data, em português, dados conectados,

foram incluídos na pesquisa em inglês, pois tratam semanticamente do mesmo objeto,

apesar de nomenclaturas diferentes. O journal GIQ foi considerado, pois é atualmente

o local de maior concentração de trabalhos sobre dados abertos devido a seu escopo,

com 8 artigos identificados, incluindo um sobre a coletânea de artigos internacionais

da área utilizados na biblioteca de governo eletrônico, a e-GovReference Library

(EGRL). O Google Acadêmico foi considerado por sua busca retornar os artigos mais

citados, incluindo citações não-acadêmicas. Como trata-se de um tema de relevância

maior no mundo prático, em detrimento do mundo acadêmico, o que se verifica

atravésdo baixo número de publicações no Brasil, decidiu-se utilizar esta abordagem

de busca de referências.

3.1. DADOS GOVERNAMENTAIS ABERTOS

Dados abertos governamentais é o termo utilizado para descrever qualquer

dado que tenha sido criado pelo setor público e que possa ser livremente utilizado,

10

reutilizado e distribuído a qualquer um, com a única ressalva de atribuir referência ao

gerador dos dados (UBALDI, 2013).

Apesar de dados abertos ser uma discussão relativamente antiga (ATTARD et

al, 2015), foi a partir do final de meados dos anos 2000 que esta discussão veio à tona

em governos. Em 2003 a PSI Directive implementou na Europa a política de

Informação Pública do setor Público, concluída em 2013 (JANSSEN et al., 2015). A

PSI Directive tem o objetivo de regular o uso de dados públicos na União Europeia,

para que haja melhoria na troca de informações entre estados nacionais e redução de

custos na entrega de políticas públicas, além de outros benefícios da transparência e

interoperabilidade entre os dados e sistemas europeus.

No âmbito internacional, em 2007, um grupo de especialistas de computação e

Internet se reuniu para propor um conjunto de oito princípios de dados abertos

(OPENGOVDATA, 2007), que deveriam ser respeitados pelos governos, a fim de

aumentar a transparência do setor público. Em 2010, baseado em seu trabalho de

dados conectados (Linked Data), Tim Berners-Lee propôs um esquema de cinco

estrelas para identificar o nível de maturidade de abertura de dados dos governos

(BERNERS-LEE, 2010).

Provavelmente inspirado nos trabalhos acima mencionados, Barack Obama,

presidente dos Estados Unidos, criou um memorando de transparência e governo

aberto (OBAMA, 2009). Neste memorando, o uso do formato aberto aos dados de

governo era incentivado (COGLIANESE, 2009). Esta regra de formato aberto

corroborou para a criação do portal de dados abertos norte-americano:data.gov. Em

meados de 2010, vários outros países de língua inglesa (Austrália, Inglaterra, Nova

Zelândia) iniciaram políticas nacionais de acesso aos dados públicos na web e criaram

portais que disponibilizam as informações públicas em diferentes formatos, inclusive

formatos abertos, acompanhando os Estados Unidos.

Em 2011, a Parceria para Governo Aberto (Open Government Partnership -

OGP) foi criada pelas Nações Unidas com o objetivo de criar governos nacionais mais

abertos, monitorados e responsivos aos cidadãos (accountables and responsive to

citizes). Os oito países fundadores da OGP foram Brasil, Indonésia, México, Noruega,

11

Filipinas, África do Sul, Reino Unido e os Estados Unidos. Atualmente, a OGP possui

69 membros, aos quais governos se comprometem com os objetivos da parceria

através de planos de ações regularmente publicados e auditados pela sociedade civil

(LEE & KWAK, 2012).

Em 2013, o G8, o Fórum Político do Grupo de oito países (atualmente sete após

suspensão da Rússia devido anexação da Crimeia), criou também uma ação para

abertura de dados em formatos abertos. Esta ação ficou conhecida como G8 Open

Data Charter (ODC) e se baseava em princípios monitorados por planos de ações

nacionais e a abertura de dados de alto valor (ATTARD et al., 2015).

1. Dado aberto como padrão de abertura;

2. Qualidade e quantidade;

3. Utilizável por todos;

4. Abertura de dados para melhoria da governança; e,

5. Abertura de dados para a inovação;

3.2. DADOS GOVERNAMENTAIS ABERTOS NO BRASIL

No Brasil, os dados governamentais abertos também possuem entendimento

semelhante ao que é disseminado internacionalmente, como a “disponibilização,

através da Internet, de informações e dados governamentais de domínio público para

a livre utilização pela sociedade” (AGUNE et al., 2010). Na prática, os primeiros guias

de abertura de dados foram criados pelos pesquisadores do escritório brasileiro do

W3C, especialmente através dos estudos de Diniz (2010) (VAZ et al., 2010).

No governo, os primeiros grupos de dados abertos governamentais foram

abertos a partir da entrada do Brasil na Parceria para Governos Abertos (OGP) em

2011. No mesmo ano, o Governo Federal lançou seu portal de dados abertos:

dados.gov.br, juntamente com a Lei de Acesso a Informação (BRASIL, 2011c). Com

isso o Brasil criou arcabouço legal para a abertura de dados de forma ativa, ou seja,

por vontade própria do governo, ou de maneira passiva, através de um pedido de

acesso a informação (PEDROSO et al., 2013).

12

A partir deste momento, a disseminação de dados abertos governamentais era

vista como um serviço público ao cidadão (MIRANDA, 2011). Com isso, deixou de ser

mero presente para melhoria da relação entre governo e sociedade, mas atingindo a

legalidade de direitos sociais adquiridos (VAZ et al., 2013). Os dados governamentais

abertos têm sido utilizados no Brasil não só pela sociedade (RIBEIRO & ALMEIDA,

2011), mas também pelos governos, tanto no Poder Executivo (MATHEUS et al,

2014a) quanto no Legislativo (BORTOLATO, 2013). Isso porque é possível criar

transparência e aumentar o potencial de transformação tendo dados conectados

(ARAÚJO & SOUZA, 2011; DUTRA & LOPES, 2013; MATHEUS et al., 2014b).

3.2.1. Benefícios da Abertura de Dados Governamentais

Vários são os benefícios da abertura de dados governamentais. Por ser uma

temática já amplamente debatida em Janssen et al. (2015) e Attard et al. (2015),

decidimos listar os principais benefícios e não aprofundar a discussão. É de amplo

conhecimento que os dados abertos governamentais são potenciais para uma

amplitude de benefícios tais como transparências dos atos públicos, melhoria do

controle e monitoramento de governos por cidadãos, crescimento da economia, novas

formas de empreendedorismo e inovação social (UBALDI, 2013). Abaixo tem-se a lista

destes benefícios no setor público (governos), sociedade civil e setor privado

(empresas).

As dimensões identificadas para benefícios foram:

1. Política e Legal;

2. Econômica;

3. Técnica e Operacional.

Abaixo a Tabela 1 com o resumo dos benefícios encontrados através da revisão

de literatura.

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Tabela 1. Benefícios da Abertura de Dados Governamentais

Dimensão Benefício Identificado Referências

Política e Legal

1. Aumento da Transparência 2. Aumento da Participação cidadã 3. Aumento da confiança cidadã 4. Engajamento cidadão 5. Redução de assimetria de informação 6. Melhoria no planejamento Setor Público 7. Abertura legal para uso por empresas e para

jornalistas

JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012 JANSSEN et al., 2015 UBALDI, 2013 MATHEUS et al., 2014c

Econômica 8. Estímulo ao crescimento econômico 9. Estímulo a inovação 10. Estímulo a criação de matérias jornalistas

baseadas em dados 11. Estímulo a pesquisas científicas mais abertas e

conectadas 12. Melhoria do planejamento Setor Privado 13. Melhoria de antigos produtos e serviços 14. Aumento da eficiência e potencial sinergia entre

sistemas, departamentos, empresas e governos

JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012 UBALDI, 2013

ATTARD et al, 2015

Técnica e Operacional

15. Habilidade para reuso dos dados 16. Duplicação desnecessária dos dados 17. Melhoria da Entrega de serviços públicos 18. Capacidade para resolução de problemas por

terceiros (sociedade, empresas, etc.) 19. Tomada de decisão através de análise de dados 20. Fácil acesso para criação de dashboards e

businessintelligence 21. Criação de novos bancos de dados a partir da

combinação de outros. 22. Validação externa dos dados. 23. Diminuição de perdas de dados

KALAMPOKIS et al, 2011

JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012

UBALDI, 2013 ATTARD et al., 2015

Fonte: Autoria própria com base nos autores referenciados

3.2.2. Riscos e Desafios da Abertura de Dados Governamentais

Embora existam, de forma clara, benefícios com a abertura de dados, por outro

lado, existem riscos e desafios vinculados a este mesmo processo, que estão

divididos em cinco principais dimensões:

1. Institucional;

2. Complexidade da Tarefa;

3. Uso e Participação;

4. Legislação;

5. Técnica.

14

Abaixo, tem-se a tabela 2 resumindo as subdimensões encontradas em cada

uma das cinco dimensões.

Tabela 2. Riscos e Desafios da Abertura de Dados Governamentais

Dimensão Risco ou Desafio Identificado Referências

Institucional 1. Custo-Benefício não é claro ou baixo 2. Sem identificação de criação de valor 3. Aversão aos riscos do Setor Público 4. Legislações impeditivas 5. Legislações de dados abertos incompletas 6. Sem recursos para publicação dos dados 7. Sistemas de abertura baseados apenas na

revenda de dados 8. Qualidade discutível dos dados

JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012

UBALDI, 2013 ATTARD et al., 2015

Complexidade da Tarefa

9. Ausência de habilidade para uso de dados 10. Sem acesso aos dados 11. Sem explicação ou documentação 12. Metadados incompletos 13. Sobrecarga de informação e dados 14. Dados em vários locais e formatos 15. Dificuldade de busca 16. Formato de dados complexos 17. Sem guia de uso ou ajuda

KALAMPOKIS et al, 2011 JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012

UBALDI, 2013 ATTARD et al., 2015

Uso e Participação

18. Sem incentivo ao reuso 19. Organizações do Setor Público não reagem ao

reuso 20. Pagamento para o uso dos dados 21. Registros que impedem acesso simples aos

dados 22. Custos inesperados do uso em escala 23. Ausência de conhecimento sobre os dados ou

formato dos dados abertos 24. Ausência de conhecimento estatísticos

KALAMPOKIS et al, 2011 JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012

UBALDI, 2013 ATTARD et al., 2015

Legislação 25. Violação da privacidade 26. Segurança dos dados 27. Sem atribuição de licença ou condições de uso

dos dados 28. Contratos de reuso não favoráveis a presunção

de governo aberto

JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012

UBALDI, 2013 ATTARD et al., 2015

Técnica 29. Valor não é claro. 30. Muita informação para ser processada 31. Informações ausentes 32. Dificuldade no processamento por máquina 33. Ausência de arquitetura aberta 34. Ausência de padrões de metadados 35. Sistemas legados dificultam a abertura dos

dados

KALAMPOKIS et al, 2011 JANSSEN et al. 2012 DAVIES & BAWA, 2012

UBALDI, 2013 ATTARD et al., 2015

Fonte: Autoria própria com base nos autores referenciados

15

4. RESULTADOS DA ANÁLISE ESTRUTURADA DOS PORTAIS DE DADOS GOVERNAMENTAIS ABERTOS

O objetivo deste artigo é identificar o estado-da-arte de dados governamentais

abertos da área do trânsito brasileiro. Para isso, foi realizada uma análise estruturada

baseada na metodologia de nível de abertura de dados o já citado esquema de cinco

estrelas (BERNERS-LEE, 2010) e na metodologia de oito princípios de dados abertos

(OPENGOVDATA, 2007). Os grupos de dados selecionados para esta análise foram:

dados de CNH, dados de veículos e dados de infrações de trânsito.

Os dados de CNH foram identificados como abertos em 16 dos 28 (57%)

departamentos de trânsito estudados. Os dados de veículos apresentaram taxa de

75% de abertura de dados, com 21 departamentos de trânsito dos 28 possíveis. Para

os dados de infrações, 53% foram encontrados em formato aberto, ou seja, 15

departamentos de trânsito. Foi identificado, ainda, que 5 departamentos de trânsito

dos 28 possíveis (18%) não publicam nenhum dos dados selecionados para esta

pesquisa. Estes resultados permitiram a criação dos mapas de abertura dos dados da

área de trânsito no Brasil pelos departamentos de trânsito estaduais e nacional.

Figura 1. Abertura de dados - CNH

Figura 2. Abertura de dados - veículos

Figura 3. Abertura de dados – infrações

Fonte: Autoria própria

Para a análise do esquema de cinco estrelas (BERNERS-LEE, 2010), obteve-

se os seguintes resultados: para CNH, 12 casos com “0” estrela (não publicidade de

dados), representando 42,9%, ainda se obteve 4 casos com “1” estrela, representando

14,2% e outros 12 casos com “2” estrelas, representando 42,9%; para os casos de

veículos, 7 casos com “0” estrela (não publicidade de dados), representando 25% dos

casos, 8 ocorrências para “1” estrela, representando 28,6% dos casos, e para “2”

16

estrelas foram encontrados 13 casos, representando 46,4%;para os casos de

infrações de trânsito (multas), 13 casos com “0” estrela (não publicidade de dados),

representando 46,4%, 4 casos para “1” estrela, representando 14,3% e 11 casos para

“2” estrelas, representando 39,3% dos casos. Considerando todos os casos (3 áreas

analisadas de 28 órgãos), foram encontrados 38,1% sem qualquer estrela, 19%

apenas uma estrela e 42,9% com duas estrelas.

Figura 4. Mapa Estrelas - CNH

Figura 5. Mapa Estrelas - veículos

Figura 6. Mapa Estrelas - infrações

Fonte: Autoria própria

O resultado da análise dos oito princípios de dados abertos, através de sua

somatória, onde os princípios não encontrados eram subtraídos da quantidade de

princípios encontrados (fazendo com que o resultado varie de -8 a 8), mostrou que,

embora tenhamos muitos casos com -8, normalmente onde não havia os dados

pesquisados, a soma teve uma tendência positiva, ou seja, existiam mais princípios

do que suas ausências.

Figura 7. 8 Princípios dados - CNH

Figura 8. 8 Princípios dados - veículos

Figura 9. 8 Princípios dados - infrações

Fonte: Autoria própria

17

Complementando a análise acima, a tabela abaixo mostra a quantidades de

ocorrências, ou de não ocorrência, dos princípios. Assim, enquanto de um lado os

princípios “Completo”, “Primário”, “Acessível” e “Não discriminatório” obtiveram mais

ocorrências de “sim”, sua superioridade foi com pequena margem (em torno de 60%

sim e 40% para não), por outro lado, os princípios que tiveram maior ocorrência de

“não” (“Atualizado”, “Processável por máquina”, “Não proprietário” e “Livre de licença”)

apresentaram, na maioria dos casos, maiores porcentagens, chegando a 100% de

não (“Processável por máquinas”). Estas informações estão ilustradas, de forma mais

clara, na tabela abaixo.

Tabela 3. Relação dos 8 princípios nos órgãos de trânsito estudados

Princípios Maior ocorrência: Sim/Não Quantidade da maior

ocorrência (%)

Completo Sim 49 (58,3%)

Primário Sim 52 (61,9%)

Atualizado Não 49 (58,3%)

Acessível Sim 52 (61,9%)

Processável por máquina Não 84 (100%)

Não discriminatório Sim 51 (60,7%)

Não proprietário Não 68 (80,9%)

Livre licença Não 82 (87,6%)

Fonte: Autoria própria

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBSERVADOS

Os resultados desta pesquisa permitem identificar dois desafios para o atual

cenário de abertura dos dados de trânsito no Brasil e seu potencial aprimoramento.

Em primeiro lugar, há evidente ausência de padrões na abertura de dados do

trânsito por departamentos de trânsito no Brasil, ou seja, não há padrão temporal,

formato e itens a serem abertos nos três grupos de dados escolhidos para a análise

estruturada do nível de abertura de dados. Estas questões dificultam comparações

18

entre os desempenhos dos órgãos analisados e uma visão do quadro nacional nestas

áreas.

Em segundo lugar, foi identificado que não há regulamentação que obrigue a

abertura de dados ou regule a forma como os dados devam ser abertos levando em

consideração as dimensões de análise deste artigo. Sem essa padronização,

dificilmente será possível criar um ranking ou monitoramento das políticas públicas de

trânsito no país, ou, ainda, permitir melhor apoio para a tomada de decisão, que são

importantes tanto no processo de escolha da política quando em sua implementação

(HOWLETT et al., 2013; RODRIGUES & JAYO, 2015)

Os resultados da análise estruturada de abertura dos dados mostram que a

"qualidade" da abertura é baixa. Isso pode ser um desincentivador de dois importantes

potenciais dos dados abertos. O primeiro é a criação de reuso interno ao governo,

através da interoperabilidade dos sistemas e dos dados e o segundo é a reutilização

dos dados pela sociedade para promoção do controle social e monitoramento das

políticas públicas governamentais, além de ser uma importante forma de qualificar a

participação social, gerando importantes feedbacks para o governo auxiliando na

tomada de decisões.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo identificou o estado-da-arte de Dados Governamentais Abertos no

Brasil e no mundo. A partir das duas metodologias de análise de nível de abertura de

dados utilizada foi possível realizar uma análise estrutura dos dados abertos pelos

departamentos de trânsito nacional e estaduais.

A referida análise permitiu verificar que há pouca aderência na abertura dos

dados de trânsito. Além disso, as notas alcançadas pela "qualidade" da abertura

também são baixas.

Isso corrobora com os resultados ruins e de baixa efetividade, além das

dificuldades em implementar políticas públicas, como o caso dos Simuladores de

Direção Veicular (RODRIGUES & SANTOS; 2015). Como proposta para melhoria do

19

atual estado-da-arte da abertura de dados do trânsito brasileiro algumas ações são

necessárias.

1. A primeira necessidade evidente é a criação de legislação específica para

tornar obrigatória a publicação dos dados de trânsito em formato aberto.

2. Em segundo, a área precisa de definição de quais os itens a serem abertos

em cada uma das dimensões de dados (dados de CNHs, dados de veículos,

dados de infrações de trânsito e outras áreas que for correlata).

3. Em terceiro, a definição da periodicidade que os dados devem ser

publicados.

4. Em quarto, reforço da autorização legal, através de explícitas maneiras de

apontar que o dado é livre para reuso, por exemplo, creativecommons, CC-

BY (licença livre).

5. Em quinto lugar, é necessário prever penalidades para os departamentos

de trânsito que não respeitarem a legislação de abertura de dados, abrindo

dados irregularmente, sem atualização ou baixo nível de abertura.

6. Por último, criação de ranking de dados abertos de trânsito para

monitoramento do nível de abertura de dados.

Este artigo abre portas para pesquisas futuras. A lista de seis itens a serem

considerados pode ser aprimorada para que normas específicas de conduta na

abertura de dados sejam criadas. Além disso, a previsão de sanções aos

departamentos que não cumprirem a legislação deve ser levada em consideração.

Isso reduzirá ações de abertura de dados “para inglês ver”, ou seja, de baixa qualidade

ou sem atualização. A inspiração para esta normatização pode ser as Leis

Complementares nº 101 e 131 (BRASIL, 2000, 2009), que obriga entes federativos a

publicarem dados de ordem financeira.

Também pode-se prever que os benefícios e riscos aos diversos atores que

abrem e utilizam os dados. São exemplos de atores os jornalistas para criarem

reportagens baseadas em dados (MATHEUS et al, 2014c), a sociedade civil para

participar e monitorar governos (UBALDI, 2013; JANSSEN et al., 2012) e

desenvolvedores e empresários criando aplicativos e negócios (CUNHA, 2016). Este

conjunto de ações tem o potencial de melhorar a vida da população auxiliando no

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monitoramento e avaliação das políticas públicas, bem como aumentando a

participação da sociedade civil no processo de tomada de decisão em todas as etapas

de seu ciclo.

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AUTORIA

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