opará revista vol 2 - apresentação

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Opará REVISTA DO CENTRO DE PESQUISAS EM ETNICIDADES, MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO ISSN: 2317-9465 ETNICIDADES, MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO

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Page 1: Opará Revista vol 2 - Apresentação

Opará

REVISTA DO CENTRO DE PESQUISAS EM ETNICIDADES, MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO

ISSN: 2317-9465

ETNICIDADES, MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO

Page 2: Opará Revista vol 2 - Apresentação

OPARÁ - REVISTA CIENTÍFICA DO CENTRO DE PESQUISAS EM

ETNICIDADES, MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO

ANO 1, V.2,JUL ./DEZ. 2013.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

REITOR: LOURISVALDO VALENTIM DA SILVA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC VIII

DIRETOR: PROFº M.E DORIVAL PEREIRA OLIVEIRA

CENTRO DE PESQUISAS EM ETNICIDADES, MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO

COORDENADOR: PROFº M.E KÁRPIO MÁRCIO DE SIQUEIRA

COMITÊ EDITORIAL

DORISVAN DE LIRA OLIVEIRA

FLORIZA MARIA SENA FERNANDES

JAILMA MARIA DA SILVA

KÁRPIO MÁRCIO DE SIQUEIRA

MÁRCIO NICORY COSTA SOUZA

COMITÊ CIENTÍFICO-CULTURAL

PROFª DRª CARLA LIANE NASCIMENTO SANTOS

PROFº M.E CARLOS ALBERTO BATISTA – UNEB- CAMPUS II

PROFª DRª ELIANE DE SOUZA NOGUEIRA

PROFª DRª ÉRIKA DOS SANTOS NUNES

PROFºDRº JOSÉ AUGUSTO LARANJEIRAS – UNEB–CAMPUS I

PROFº DRº JURACY MARQUES – UNEB- CAMPUS II

PROFª DRª LÍDIA MARIA PIRES SOARES CARDEL – UFBA

PROFª DRª MARIA ANÓRIA DE JESUS OLIVEIRA – UNEB - CAMPUS II

PROFª DRª MARIA CLEONICE DE SOUZA VERGNE– UNEB/FASETE

PROFº DRº SÉRGIO L. MALTA DE AZEVEDO – UFCG/FASETE

PROFª DRª VANUSA SOUSA ALMEIDA – UEFS

ALZENI TOMÁZ -NECTAS/UNEB

EDVALDA LINS AROUCHA– AGENDHA

MAURÍCIO LINS AROUCHA – AGENDHA

OSWALDO DE CAMARGO – JORNALISTA E COORDENADOR DE LITERATURA DO MUSEU AFRO-BRASIL

EDITORAÇÃO

COMITÊ EDITORIAL

MONITORES

CAMILA GABRIELLE DA SILVA

JÉSSICA NAYARA ANDRADE DOS SANTOS

MILENA ANDRADE DOS SANTOS

PAOLA DE MORI

SANTIAGO MOZART

COLABORAÇÃO NA REVISTA DESTE NÚMERO

PROFª M.A JAILMA MARIA DA SILVA

PROFº M.E KÁRPIO MÁRCIO DE SIQUEIRA

PROFº M.E MÁRCIO NICORY COSTA SOUZA

PROFº DRº SÉRGIO GONÇALVES RAMALHO

CRÉDITOS DA FOTO DE CAPA:

JOÃO ZINCLAR (1957-2013)

Page 3: Opará Revista vol 2 - Apresentação

Sobre a Revista

OPARÁ: Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação é um periódico, em

formato eletrônico, voltado à publicização de artigos científicos e pesquisas em variadas

áreas do conhecimento (tais como: História, Educação, Sociologia, Ciência Política,

Antropologia, Geografia Humana e Cultural, Direito, Ecologia Humana, Letras, Pedagogia),

bem como a divulgação de produções culturais. Tem como objetivo a elaboração de edições

temáticas visando contribuir com análises e estudos nas áreas de educação, cultura, política,

dinâmicas sociais, ecologia, etnicidades, movimentos sociais etc.

Política da Revista

A Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação é uma publicação semestral em várias

áreas do conhecimento (tais como: História, Educação, Sociologia, Ciência Política,

Antropologia, Geografia Humana e Cultura, Direito, Ecologia Humana, Letras, Pedagogia), do

Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação – Opará, situado no

campus VIII – Paulo Afonso da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.

Aberta ao debate científico, a Opará:Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação é um

veículo plural de divulgação dos resultados de pesquisas científicas em diversas áreas do saber.

Publica, preferencialmente em português, artigos originais, resenhas críticas, crônicas e outras

produções culturais.

Serão bem-vindas todas as contribuições e colaborações versadas nas diversas disciplinas das

Humanidades, bem como as produções artístico-culturais, sejam sob a forma de resultados de

pesquisas teóricas ou empíricas ou estudos, ensaios, investigações-reflexões históricas e/ou

filosóficas.

A responsabilidade sobre as afirmações e conceitos apresentados nos textos assinados é dos

seus autores.

Comitê Editorial

Page 4: Opará Revista vol 2 - Apresentação

Editorial No mundo contemporâneo a realidade e o cotidiano tornam-se cada vez mais reféns da mídia,

de sua espetacularização e capacidade de produzir o isolamento e a introspecção das pessoas e

de seus sentidos de existência, simplificando e esvaziando os conteúdos da realidade. Neste

cenário, dominado pela ciência e pela técnica, o passado e o futuro parecem desaparecer

frequentemente, cedendo lugar para a sedução do imediatismo, do aqui e do agora, de um

presente eterno e sem memória quando em muitos casos os acontecimentos parecem anular o

pensamento. Há uma certa acomodação e rejeição velada e consciente do ato de pensar. Nesse

contexto, como escrever criticamente de forma tradicional no papel impresso? Como ter a

ousadia de manter uma revista na chamada “periferia” do fazer cientifico? E o sertão produz

ciência? Sem querer a vitimização como forma de identidade, ainda prevalece uma certa

construção histórica do sertão como lugar nenhum e sem vida, visão que vem se rompendo de

dentro pra fora e de fora para dentro. Se a tecnociência desumaniza os processos e a ação isola

os sujeitos no vazio da máquina, teremos leitores para este tipo de comunicação? Mais

perguntas do que pretensas respostas.

A tecnologia e seus avanços configuram o cotidiano de parcelas significativas da população.

Contudo, tem gente que ainda não está conectado nem com o ato de ler e escrever, mas

consegue entender o mundo com outras linguagens, sentidos e significados. A revista Opará

continua neste circuito da teimosia criativa da alma humana que não se nega ao novo,

entretanto, não despreza velozmente os saberes, as construções reais e populares de produzir,

problematizar as formas de conhecimento. Textos, frutos da experiência de pesquisadores,

educadores e educadoras, a 2ª edição da Revista Opará vem confirmar que, apesar do pretenso

vazio mediático, ainda persistem os sujeitos da historia, cujos sonhos e pensamentos,

encarnados no sertão, falam do povo, de classes, de resistência, de educação contextualizada,

de tecnologia, saberes e conhecimentos tradicionais e populares. Sem saudosismo romântico,

ufanismo endeusador dos modernos produtos informacionais, a revista segue do sertão, do

litoral, com seus limites, mas com o anúncio que a vida de grupos tradicionais e considerados

minoritários e suas lutas não podem ser esvaziados e desqualificados pela comunicação

mercadológica. A revista revela uma postura política de governança científica e popular da

comunicação. Ela é um valioso e amoroso esforço de socializar o conhecimento construído e

alimentado pela sociedade. Tudo tem sua trajetória e memória.Nada de fatalismo, do acaso.

Apesar de um certo pragmatismo, os sonhos humanos ainda alimentam e pulsam com luz

discreta do sol e da lua, e estes refletem os mistérios e encantos das águas do rio e do povo que

alimenta a esperança encarnada nas ações as quais suavemente pemeiam a brisa, o quão

misteriosamente anuncia o novo que teima em nascer.

Dorival Pereira Oliveira Diretor do Departamento de Educação de Paulo Afonso – BAHIA – campus VIII

Page 5: Opará Revista vol 2 - Apresentação

Apresentação

É com grande satisfação que lançamos o volume 2 da Opará. Depois de muitas submissões e de um

laborioso esforço da equipe de seleção, revisão e editoração, apresentamos a todos os interessados o

resultado deste trabalho sob a forma de uma compilação de artigos. As contribuições são diversas,

como no primeiro volume, versando sobre variadas temáticas: literatura negra, letramento e

alfabetização, ensino e aprendizagem, formação docente, economia solidária, movimentos sociais e

religiosidade, sociologia/antropologia rural e urbana etc.

Assim, escrevendo sobre o poeta Cruz e Souza, os autores Arlete Miranda Amancio, Joanna Souza de

Miranda e Kárpio Márcio de Siqueira, em trabalho intitulado Cruz e Souza: o negro como

sujeito encurralado – um diálogo de resistência em ‘emparedado’, propõem uma análise

de parte da obra desse poeta, procurando elucidar suas concepções e discursos de resistência e

autoafirmação dos afro-brasileiros.

Analisando uma canção de MV BILL, o artigo de autoria de Maria Adaljiza Xavier Santos, Rodrigo

Reis Carvalho e Kárpio Márcio de Siqueira, Resistência negra em A voz do Excluído de MV

Bill: o hip hop na cultura brasileira, procura mostrar, a partir de um esboço sobre a difusão do

negro no espaço social brasileiro, que os discursos presentes nos raps brasileiros estão associados a

questões históricas e sociais.

Em seguida, apresentamos neste volume também uma contribuição de Sérgio Gonçalves Ramalho,

intitulado Alfabetização e letramento: (re)descobrindo conceitos, que tem a intenção de

tecer breves considerações, a partir da discussão dos conceitos de alfabetização e letramento, sobre a

importância destes para o ensino-aprendizagem.

Somam-se também os artigos de Natalina Assis de Carvalho, Narrativas de professores rurais:

trajetórias e fazer pedagógico no município de Baixa Grande Bahia, e de Edilma

Cavalcante Santos Menezes e Clécia Simone Gonçalves Rosa Pacheco, intitulado A arte de educar

as crianças do povo Entre Serras Pankararu: uma discussão no ensino e

aprendizagem. Aquele, como recorte de pesquisa, apresenta uma discussão sobre a profissão

docente em espaços rurais, destacando a questão da formação de professores e suas práticas

pedagógicas; o segundo, a partir de uma investigação de cunho exploratório e qualitativo sobre o

povo Entre Serras Pankararu, tem como objetivo apresentar o modo de ensinar e aprender das

crianças indígenas, a importância dos conhecimentos tradicionais e o reconhecimento identitário

associado a estes.

O artigo Do singular ao plural: indicadores de sustentabilidade na economia solidária,

da autoria de Vinícius Gonçalves dos Santos, João Matos Filho, Marilia Medeiros de Araujo, Débora

Chaves Meirelles e José Aldenir da Silva, a partir de uma análise bibliográfica, procura propor

parâmetros de compreensão da dinâmica da sustentabilidade na economia solidária.

No âmbito das discussões realizadas pela Sociologia/Antropologia rural e urbana, apresentamos os

artigos de Márcio Nicory Costa Souza, Nos rastros para pensar a cidade: de metáforas à

reflexão sobre a condição urbana, e o de autoria de Floriza Maria Sena Fernandes, Memória,

fé e movimentos sociais em Canudos. O primeiro tece considerações sobre a cidade e o urbano,

a partir de análise da obra de João do Rio, “A alma encantadora das ruas”, e de um aporte teórico

sobre as urbanidades. O segundo apresenta uma breve análise do catolicismo popular vivenciado em

Canudos, antes e depois da experiência de Belo Monte de Antônio Conselheiro na segunda metade

do século XIX.

Page 6: Opará Revista vol 2 - Apresentação

Na interface da História e da Sociologia do trabalho, completa esta discussão sobre as experiências

no/do urbano, discutindo a categoria “vendedor ambulante”, o trabalho de Pablo Mateus dos Santos

Jacinto e Carla Liane do Nascimento dos Santos, Contribuição histórica para a representação

social da categoria dos vendedores ambulantes pela população de Salvador.

Encerram este volume os trabalhos de Geórgia de Castro Machado Ferreira, Uma abordagem do

rastafarismo nos moldes da psicologia social, e o de Joelma Boaventura da Silva Bomfim,

Casamento realizado em terreiro de Candomblé. Aquele tem como objetivo uma análise

sobre movimento urdido nas favelas de Kingston, Jamaica, o rastafarismo, a partir dos discursos

veiculados nas letras de Reggae; o segundo, procura discutir o reconhecimento dos efeitos civis do

casamento realizado em cerimônias de Umbanda e Candomblé.

Neste volume, renovamos os votos de boas leituras, reiterando o quanto estes artigos refletem

diversidade e o quanto esta diversidade se amalgama nos esforços do trabalho coletivo aqui

materializado.

Comitê Editorial.

Page 7: Opará Revista vol 2 - Apresentação

Sumário Sobre a revista / Política da Revista 3

Editorial 4

Apresentação 5

Artigos: 1 Cruz e Souza: o negro como sujeito encurralado – um diálogo de resistência em ‘emparedado’ Arlete Miranda Amancio, Joanna Souza de Miranda e Kárpio Márcio de Siqueira

9

2 Resistência negra em ‘A voz do Excluído de MV Bill: o hip hop na cultura brasileira’ Maria Adaljiza Xavier Santos, Rodrigo Reis Carvalho e Kárpio Márcio de Siqueira

25

3 Alfabetização e letramento: (re)descobrindo conceitos Sérgio Gonçalves Ramalho

39

4 Yêda Pessoa de Castro e a sua contribuição para a inclusão dos estudos africanos nos currículos escolares da Bahia: a experiência da década 1980. Cristiane Copque da Cruz Santos de Santana

51

5 Narrativas de professores rurais: trajetórias e fazer pedagógico no município de Baixa Grande Bahia Natalina Assis de Carvalho

71

6 A arte de educar as crianças do povo Entre Serras Pankararu: uma discussão no ensino e aprendizagem Edilma Cavalcante Santos Menezes e Clécia Simone Gonçalves Rosa Pacheco

80

7 Do singular ao plural: indicadores de sustentabilidade na economia solidária Débora Chaves Meirelles, João Matos Filho, José Aldenir da Silva, Marilia Medeiros de Araujo e Vinícius Gonçalves dos Santos

96

8 Nos rastros para pensar a cidade: de metáforas à reflexão sobre a condição urbana Márcio Nicory Costa Souza

108

9 Memória, fé e movimentos sociais em Canudos Floriza Maria Sena Fernandes

124

10 Contribuição histórica para a representação social da categoria dos vendedores ambulantes pela população de Salvador Pablo Mateus dos Santos Jacinto e Carla Liane do Nascimento dos Santos

140

11 Uma abordagem do rastafarismo nos moldes da psicologia social Geórgia de Castro Machado Ferreira

150

Page 8: Opará Revista vol 2 - Apresentação

12 Casamento realizado em terreiro de Candomblé Joelma Boaventura da Silva Bomfim

170

Normas para submissão na Opará

184