oficina educação e diferença para prata

19
O eu e outro: primeira parte Estudos da filosofia da diferença: contribuição para pensar as fronteiras entre o Eu e Outro

Upload: maxwell-barbosa-medeiroa

Post on 08-Sep-2015

214 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Slide preparado pela professora Nilda Câmara a partir do trabalho de Silvio Gallo: Eu, o outro e tantos outros - educação, alteridade e filosofia da diferença

TRANSCRIPT

  • O eu e outro: primeira parteEstudos da filosofia da diferena: contribuio para pensar as fronteiras entre o Eu e Outro

  • Quem o outro? (filosofia da conscincia e a interioridade(Sec. XVI)Pensar o outro que est em mim O outro tomado como representao (Ren Descartes) Quem sou eu? Penso logo existo, ento eu sou fruto do meu pensamento; Quem o outro? o outro sempre est na interioridade de meu ser, na interioridade de meu pensamento; O outro uma representao; isto , O OUTRO NO TEMATIZADO enquanto Outro, alteridade absoluta, mas como um efeito de meu prprio pensamento; Descartes descobriu na interioridade da conscincia a certeza da existncia, pelo exerccio do pensamento;Em outras palavras, no mbito de uma filosofia da representao, como a filosofia cartesiana e toda a filosofia hegemnica, desde suas origens at nossos dias, o Outro no passa de algo que eu mesmo crio, no pensamento. O outro sou eu mesmo. (Gallo, p.2)

  • Sua imagem sem limites!

    A arrogncia do teu olhar que fala por mim Filosofia da fenomenologia e a exterioridadeNo sculo XX: O Outro na filosofia, da fenomenologia existencial: (Sartre)Na fenomenologia, por outro lado, a conscincia se percebe no ato de perceber o outro um objeto, uma coisa, outra conscincia. o primeiro movimento para fora: a percepo do mundo; nesta percepo, a conscincia se percebe percebendo e, s ento, volta-se para a interioridade, em busca de seu serA conscincia para Satre consiste justamente neste ato de sair de si para perceber o Outro. A conscincia que Sartre, hegelianamente, chamada de Para-Si, enquanto o corpo, os objetos fsicos so o Em-Si , portanto, essencialmente a relao com o outro.

  • Sartre: O Outro me captura, o outro o inferno (relao de posse)As coisas se invertem. Se, no cartesianismo, o outro era uma funo do eu, da conscincia um conceito, como afirmei antes na fenomenologia de Sartre o eu uma funo do outro. A conscincia descobre-se a si mesma olhando o outro; descobre-se presa do outro, descobre-se objetivada pelo outro. Que resta, ento, de mim e de minha liberdade, se o outro me captura, se o outro quem, mais do que eu, sabe quem sou? neste sentido que Sartre afirma que o outro sempre leva vantagem sobre o eu: ...o outro me olha e, como tal, detm o segredo de meu ser e sabe o que sou; assim, o sentido profundo de meu ser acha-se fora de mim, aprisionado em uma ausncia; o outro leva vantagem sobre mim /.../ Sou experincia do outro: eis o fato originrio p.3. (SARTRE, 1999, p. 453).

  • Onde est a Mudez do Outro ?[...] o olhar do outro modela meu corpo em sua nudez, causa seu nascer, o esculpe, o produz como , o v como jamais o verei. O outro detm um segredo: o segredo do que sou. Faz-me ser e, por isso mesmo, possui-me, e esta possesso nada mais que a conscincia de meu possuir. E eu, no reconhecimento de minha objetividade, tenho a experincia de que ele detm esta conscincia. A ttulo de conscincia, o Outro para mim aquele que roubou meu ser e, ao mesmo tempo, aquele que faz com que haja um ser, que o meu. (SARTRE, 1999, p. 454-455) (GALLO, p. 4).

  • O conflito do EU e do Outro em SartreA questo bsica do conflito que a aceitao do outro significa o apagamento de minha subjetividade. Na medida em que a conscincia no encontra em sua interioridade a subjetividade absoluta, em registro cartesiano o fundamento de seu ser, sua identidade, ela vai encontr-la projetada no reconhecimento pelo outro. na captura que o Outro faz da conscincia que esta se descobre idntica a si mesma; mas, a descoberta da identidade est, ento, na objetificao. Um eu pode ser idntico a si mesmo quando reconhecido, capturado por um outro. S que, em tal captura, a subjetividade do eu torna-se objetividade para o outro (Gallo, p. 4)

  • A tolerncia para Sartre[...] um dos cones de nossos dias, quando se fala, por exemplo, em multiculturalismo, a atitude de tolerncia. Para o convvio democrtico, dizem seus defensores, preciso compreender o outro, tolerar o outro em sua diferena. Para Sartre, isto no passa de uma outra tentativa tambm esta frustrada de resolver o problema que o eu tem com o outro. Uma atitude de tolerncia no significa o respeito liberdade do outro, mas justamente seu afrontamento, na medida em que escolho, por mim e por ele, viver em um mundo tolerante. (Gallo, p. 6)

  • O Outro ainda como representao[...] podemos afirmar que, embora o filsofo contemporneo coloque o tema do outro num patamar muito distinto daquele posto por Descartes, no final das contas o Outro permanece como representao e tende a ser apagado, eliminado ou, ao menos, tratado com indiferena (Gallo, p.6).No mbito de uma filosofia da CONSCINCIA, de uma filosofia da representao, o problema do outro ou resolvido por sua absoro no mesmo, como no vis cartesiano, ou no passvel de ser equacionado, como no vis sartriano, permanecendo como campo problemtico. (Gallo, p.8)

  • O Outro como diferena: a recusa do Uno e o mundo como mltiplo O exterior , por excelncia, o lugar do outro. Um pensamento do exterior um pensamento do outro. Mas no do outro como um outro eu, e sim do outro enquanto tal, do outro que est, inclusive, no eu. Afirmar o pensamento do exterior significa afirmar a diferena como diferena, sem um retorno ao mesmo. (Gallo, p.9). Para Deleuze, a repetio gera diferena. Como canta Paulinho Moska, repetir, repetir, repetir... at ficar diferente.....(p. 8)

  • Como, ento, pensar uma educao da diferena?a) Segundo Deleuze [...] no possvel saber e controlar como algum aprende...(Gallo. p 14)b)Sugesto: Pensar e produzir o processo educativo pelo acontecimento; b.1: Abdicar da fico pedaggica do ensino- aprendizagem;b.2.No espera ser seguido e muito menos controla os caminhos que os outros seguem;b.3.Ter humildade de mudar seus prprios caminhos por aquilo que tambm recebe dos outros;

  • Trabalhar a docncia NO pela representao, mas pelo ACONTECIMENTOPodemos inventar mtodos para ensinar, mas o vnculo que une o aprendizado ao ensino, de uma forma que pode ser prevista e controlada, s faz sentido no mbito da FILOSOFIA DA REPRESENTAO e no passa, portanto, de uma fico. No h mtodos para aprender e no possvel saber de antemo que foras se movem numa singularidade quando sua potncia aumentada pelo aprendizado (GALLO, P. 14).

  • Trabalhar a diferena em sala de aula pelo acontecimento....como experincia (segunda parte)O sujeito da experincia se define no tanto por sua atividade, como por sua passividade, por sua receptividade, por sua disponibilidade, por sua abertura (...) O sujeito da experincia tem algo desse fascinante que se expe atravessando um espao indeterminado e perigoso, pondo-se nele prova e buscando nele sua oportunidade, sua ocasio. A experincia a passagem da existncia, a passagem de um ser que no tem essncia razo ou fundamento, mas que simplesmente existe de uma forma sempre singular, finita, imanente, contingente (LARROSA, 2004, pp. 160-161)

  • Misoginia: Odio, desprezo ou repulsa ao gnero feminino.

  • Rascimo

  • Racismo

  • FalocentrismoO falo como centro da fala, do sujeito e da cultura

  • A) A educao pelo acontecimento est no plano das singularidades, nas micropolticas e nas micro instncias que formam cada sujeito (Gallo (2007);b)Acontecimento (Puro): no aquilo que chega, como um acidente; [...] o enfrentamento de tudo aquilo que nos chega, sendo digno disso, constitui a moral. (Sasso; Villani, Le Vocabulaire de G. Deleuze)

  • BibliografiaGallo, Slvio. Eu, o outro e tantos outros: educao, alteridade e filosofia da diferena