odonto magazine #15

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www.odontomagazine.com.br A saúde bucal da população brasileira Coluna Ano 2 - N° 15 - Abril de 2012 772179 879602 9 15 ISSN 2179-8796

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Apresenta ao profissional de saúde bucal, informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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www.odontomagazine.com.br

A saúde bucal da população brasileira

Coluna

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4 abril de 2012

O monge e o dentista: o segredo está no amor

Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

Gerência GeralMarcela Petty

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7502

MarketingIronete Soares

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7500

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7761

Aline Aquinoe. [email protected]

t. + 55 (11) 4197.7765

Designer GráficaDébora Becker

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7509

Web DesignerRobson Moulin

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7509

SistemasWander Martins

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7762

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Pacca

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7507

Conselho CientíficoAugusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Miglio-rança, Rodolfo Candia Alba Jr., Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre.

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal infor-mações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importan-tes feiras comerciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de odontologia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribuição gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais insti-tuições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Tiragem: 37.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 2 • N° 15• Abril de 2012

Editorial

Tenho visto colegas desistindo da profissão, profissionais desanimados e muitos recla-mando de que alguns pacientes têm feito uma verdadeira “via sacra”, indo de consul-tório em consultório, pesquisando preço, analisando o profissional e o custo benefício.

Já aconteceu com você algo parecido? Talvez você já tenha se perguntado: Onde foi que eu errei? Por que será que o paciente não fechou o orçamento e não voltou? Provavelmente você poderá estar com o foco somente no resultado financeiro, ou ainda, dando importância somente para sua competência profissional. Pode ser que você esteja omitindo o essencial, em favor do que poderia estar em segundo plano.Talvez você esteja usando armas antigas para novas batalhas. O que eu quero dizer é que se você oferecer o melhor e colocar o carinho e o afeto em primeiro lugar e se guiar por isso, o dinheiro será consequência. Dê o seu melhor e não pense no resultado. Quando você faz isso, você agrega valor e sentimento, desta forma, inconscientemente o paciente não se orienta mais pelo preço. Não acreditem em nada e em ninguém que desabone a sua nobre profissão, afinal você estudou muito e continua estudando. Tenha certeza que se você tiver retidão na sua intenção, ou seja, se seu trabalho vier carregado de vontade de promover o máximo de qualidade para o seu paciente, ele vai pagar por isso com muita satisfação.O fato de você ter uma meta em fechar aquele “ótimo” orçamento com o objetivo apenas do lucro, não tem o poder e tampouco a sensibilidade suficiente para mover o paciente ao pon-to de ele escolher você em detrimento a outros. E também quando seu foco está apenas em suas qualificações profissionais, isto tem o alicerce baseado apenas no ego e, desta forma, a carga acaba ficando muito pesada para carregar, pois o seu relacionamento com o paciente poderá ficar restrito a uma promessa de resultado, ou a uma expectativa muito alta! Isso poderá gerar grandes níveis de stress ao longo do tempo. O segredo do sucesso está no amor! Isso mesmo! E eu não estou louco não! Segundo Abraham Maslow todo ser humano é movido por seis necessidades humanas das quais quatro delas são as mais básicas, ou seja, todo paciente, desta forma, precisa: ser amado (conexão), ser admirado (significado), sentir segurança (certeza) e experimentar coisas novas (variedade).O primeiro passo é identificar qual dessas necessidades o paciente se identifica mais e ofe-recer o que ele precisa. Isso é amor! Um gesto sincero de carinho indo ao encontro da neces-sidade específica e individual do paciente é muito poderoso e pode conquistar o paciente de forma muito rápida e fazer a total diferença na relação e no sucesso profissional.Aí vão três perguntas para você fazer para si mesmo, e que provavelmente poderão auxiliar para você se tornar uma pessoa mais amorosa em relação aos seus pacientes e parceiros de trabalho:

» O que posso fazer para ajuda-lo na consulta de hoje?» Como posso tornar a sua vida mais fácil?» Como posso ser um dentista e um amigo melhor hoje?

Meus amigos, todas as vezes que revisei minhas atitudes e optei pelo perdão, pelo amor e pela gratidão, as situações mudaram, os problemas foram solucionados e os objetivos foram alcançados. Convido você a distribuir amor por onde passar, gestos simples que po-derão mudar a vida de muitas pessoas. Lembre-se que foi aquele paciente chato que pagou a escola do seu filho ou que ajudou a pagar a conta do hospital. Não deixe de se lembrar, de nunca esquecer, que a sua auxiliar é quem cuida de você, é quem acorda mais cedo que você e é quem te apoia muitas vezes com um simples olhar de ternura quando você vacila! Isso é linguagem do amor! Lembre-se, principalmente, que aquelas pessoas, clientes ou co-laboradores que te causaram problemas ou que te fizeram sofrer, foram seus maiores mes-tres, pois te fizeram mais forte! Agradeça a Deus por essas pessoas! Não foi a toa o grande sucesso editorial do livro “O Monge e o Executivo”, que nos ensina ser um “líder servidor”. E servir é amar...Pensem nisso!

Wanderley de Almeida Cesar Jr.Membro do Conselho Científico

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5março de 2012

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Reportagem Psicologia e Odontologia: uma parce-ria de sucesso

EntrevistaO desafio da Odontologia frente à perda óssea

Espaço equipeA Estratégia Saúde da Família e o relacionamento multiprofissional Danielle Palacio

RelacionamentoOdontologia preventiva e recreativa

Ponto de vistaOdontologia HolísticaMarcelo Mendes Pinto

ColunistasGestão Antônio Inácio RibeiroSaúde PúblicaRegina Vianna BrizolaraOdontologia do TrabalhoMarcos Renato dos Santos

Casos ClínicosAvaliação multiprofissional e trata-mento da Síndrome da Apneia Obstru-tiva do Sono com o Aparelho ITO Fausto A. Ito, Márcio Luciano de Souza Bezerra e Mayra Mayumi Kamiji

Reabilitação total de maxila e man-díbula utilizando próteses personali-zadas em porcelanaRonaldo Silva e Fabrico Petersen Q. Silva

Normas para publicação

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Editorial

Programe-se

Notícias

Odontologia Segura

Produtos e Serviços

SumárioAbril de 2012 • Edição: 15

6 abril de 2012

Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.

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7julho de 2011

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8 abril de 2012

Programe-se

Abril 21º COPEO – Congresso Pernambuca-no de Odontologia

12 a 15 de abril de 2012O tema principal nos convida para a refle-xão sobre as vidas profissionais, pessoais, interpessoais, enfim, naquilo o que é pos-sível fazer para alcançar mais qualidade de vida pessoal, como também dos pacientes assistidos nos consultórios e serviços assis-tenciais.

Recife – PEwww.copeo.com.br

***

Meeting de Periodontia e Implantodontia

20 e 21 de abril de 2012O evento abordará temas direcionados aos profissionais que almejam se atualizar para atender a grande demanda de pacientes que buscam uma Odontologia de ponta.

Balneário Camboriú – SCwww.mpi.odo.br

***

MaioVII CROPI – Ciclo de Conferências e Reabilitação Oral, Periodontia e Implantodontia

09 a 11 de maio de 2012O evento tem como propósito reunir profis-sionais de destaques nacionais e internacio-nais nas áreas de Estética, Reabilitação, Pe-riodontia e Implantologia Oral, oferecendo aos dentistas iniciantes, experientes e/ou especialistas uma visão contemporânea da Odontologia, direcionando os profissionais ao caminho da ciência, por meio de traba-lhos científicos e evidências clínicas.

Ribeirão Preto – SPwww.cropi.com.br

***

25º Congresso Odontológico de Bauru

16 a 19 de maio de 2012O evento reunirá personalidades da Odon-tologia nacional e internacional. O tema deste ano será “Tecnologia, Inovação e Sus-tentabilidade Socioambiental”. Estão progra-madas mais de 30 atividades distribuídas em palestras, workshops e cursos de todas as áreas da Odontologia.

Bauru – SPwww.cobusp.com.br

Programe-se

XIX Reunião de Pesquisa e XVI Seminário de Iniciação Científicada FOUSP de 2012

22 a 24 de maio de 2012Os eventos enfocarão a Inovação Tecno-lógica sendo que a temática vai girar em torno da “Inovação: da ideia ao mercado?”

São Paulo - SPwww.fo.usp.br

***

8º Simpósio Internacional de Ortope-dia Funcional dos Maxilares e Orto-dontia

23 a 26 de maio de 2012A oitava edição apresentará a oportunida-de de agrupar, mais uma vez, a Ortopedia Funcional dos Maxilares e a Ortodontia, evidenciando que novas capacidades es-tão surgindo. Os organizadores esperam por cada um dos colegas, que igualmen-te, propõem-se em atualizar e aprimorar seus conhecimentos, além de comparti-lhar momentos de confraternização.

Gramado – RSwww.simposiosobracom.com.br

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JunhoX Encontro Internacional da Acade-mia Brasileira de Osseointegração ABROSS 2012

14 a 16 de junho de 2012Em junho de 2012, os especialistas em reabilitação oral com implantes terão acesso a um evento Premium, um en-contro para implantodontistas que fa-zem questão de estar um passo a frente nesse campo. A décima edição do encontro oferecerá seis módulos temáticos, apresentados por sete pesquisadores internacionais especialmente convidados, além de 30 especialistas brasileiros de reconhecida competência.

São Paulo - SPwww.encontrosabross.com.br

***

Sessão Geral e Exposição da Asso-ciação Internacional sobre Pesquisa Dentária - IADR 2012

20 a 23 de junho de 2012A IADR faz sua exposição em 2012 com as mais recentes pesquisas dentárias. Debaten-do sua história, mercado do setor, problemas

do cotidiano do profissional entre outros as-suntos que serão reunidos para debater com o público nacional e internacional.

Rio de Janeiro - RJ dentalresearch.org

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Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia

27 a 30 de junho de 2012Os profissionais de saúde bucal ficarão por dentro das novas técnicas e concei-tos da Odontologia.

Manaus - [email protected]

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13° Congresso de Odontologia do Espírito Santo

28 a 30 de junho de 2012O evento reunirá renomados profissio-nais da Odontologia que apresentarão as técnicas mais recentes.

Vitória – ESwww.aboes.org.br

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Julho19° Congresso Odontológico Riograndense

11 a 15 de julho de 2012O evento é um dos maiores encontros científicos e educacionais da Odontolo-gia na América Latina. Seu público tem uma média de 7.000 profissionais do segmento odontológico, especialistas ou não, com interesse em trocar experiências, discutir o mercado de trabalho, tendências e se atualizar com as novas técnicas e produtos odontológicos.

Porto Alegre - RSwww.abors.org.br

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IADR – Associação Internacional de Pesquisa Odontológica

20 a 23 de julho de 2012O evento espera mais de 5.500 pessoas para participar da reunião, com mais de 3.500 trabalhos científicos apresentados. Esta é uma reunião que você não vai querer perder!

Rio de Janeiro – RJwww.iadr.org

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10 abril de 2012

Notícias

Triagem e intervenções para corrigir fissuras labiopalatinas se-rão realizadas em Fortaleza nos dias 24 e 25 de abril. A ONG Operação Sorriso realizará um programa humanitário na capital cearense, oferecendo cerca de 100 vagas para cirurgias correti-vas gratuitas em crianças portadoras das fissuras.A seleção dos pacientes será realizada na Sede da Associação Beija-Flor, a partir das 8h00. Já as cirurgias serão feitas no Hos-pital Infantil Albert Sabin.Para participar não é necessário fazer pré-inscrição, apenas com-parecer ao local nos dias indicados levando documentos. Pacientes e mais um familiar que residam fora do município podem solicitar no dia por hospedagem gratuita. A ONG oferece também trans-porte até o hospital e alimentação sem custo. “A preocupação da Operação Sorriso no mundo inteiro está em realizar um programa humanitário com qualidade. Vamos receber pessoas que precisam de ajuda e queremos que se sintam acolhidas. Para isso, monta-mos uma grande estrutura de recepção aos pacientes e seus fami-liares, onde contamos com a Marinha do Brasil no apoio à logística e alojamento”, explica Clóvis Brito, diretor executivo da OSB.Ao todo, cerca de 60 voluntários estarão envolvidos na missão em Fortaleza. Os colaboradores pertencem a diferentes es-pecialidades, como cirurgia plástica, enfermagem, anestesia, psicologia, ortodontia, fonoaudiologia, pediatria etc. “A ideia é operar e capacitar centros locais. As crianças que não forem atendidas serão encaminhadas para o serviço local, atingindo a população com resultados mais permanentes”, enfatiza Luciana Glaser, coordenadora Nacional de Programas da OSB.Os profissionais de saúde responsáveis são especializados em fis-sura labiopalatina e coordenados pela equipe da Operação Sorri-so. “O processo de credenciamento dos voluntários é coordena-do pelo Conselho Multidisciplinar de Saúde da Operação Sorriso, visando garantir que tenhamos um time altamente especializado. Parte importante do nosso trabalho é o investimento no treina-mento e na capacitação dos profissionais de saúde. Buscamos a sustentabilidade local no atendimento ao paciente fissurado, prin-

Operação Sorriso em ação

cipalmente nas regiões de grande demanda”, explica o Dr. Nivaldo Alonso, voluntário da Operação Sorriso e coordenador do Centro de Cirurgias Craniofaciais da USP, reforçando que os interessados em participar podem preencher cadastro no site da OSB.

ParceriaAlém da Marinha do Brasil, o projeto é realizado em parceria com Governo do Estado do Ceará/Secretaria de Saúde, Asso-ciação Beija-flor, Hospital Infantil Albert Sabin, Sociedade Bra-sileira de Cirurgia Plástica, Associação Brasileira de Cirurgia Craniomaxilofacial, Lar Amigos de Jesus, Comitê de Combate a Fome pela Vida (COEP), Colgate-Palmolive, Ethicon, Johnson & Johnson, F/Nazca Saatchi & Saatchi.

Sobre a Operação SorrisoA Operação Sorriso é a maior organização mundial dedicada ex-clusivamente às crianças portadoras deformidades faciais, com atuação em 60 países, e mais de 200.000 crianças operadas. No Brasil, as ações tiveram início em 1997 e já foram realizados mais de 73.000 exames e avaliações especializadas e mais de 5 mil ci-rurgias em 10 estados brasileiros. Estes atendimentos refletem milhares de histórias de superação, dedicação e amor ao próximo.Em 2011 foram realizados mais de 4 mil exames multidisciplinares especializados para crianças das regiões Norte, Nordeste e Su-deste do país, sendo realizadas 339 cirurgias e 10 programas pós-operatórios, devolvendo a dignidade, funcionalidade e autoestima para 471 crianças. Também foram realizados três programas de treinamento para 88 profissionais de saúde dessas regiões.A organização atua de forma independente e transparente, man-tendo completa responsabilidade na coordenação dos progra-mas, levantamento de fundos e estabelecimento de acordos com instituições e empresas parceiras. Não há financiamento gover-namental e os balanços financeiros estão disponíveis no site.Para mais informações sobre a Operação Sorriso do Brasil e sobre o programa médico-humanitário, acesse: www.operacaosorriso.org.br.

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12 abril de 2012

Notícias

Saúde da Família ganha mais de 800 profissionais

denciou novos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) em 12 estados. Serão implementados seis NASFs Tipo I – onde os profissionais devem cumprir, no mínimo, 200 horas semanais de trabalho – e 25 NASFs Tipo II, onde os profissionais devem acumular 120 horas semanais mínimas.Os municípios que aderirem ao NASF Tipo I recebem do Minis-tério da Saúde R$ 20 mil para a implantação do núcleo e mais R$ 240 mil anuais para o custeio das equipes. A modalidade Tipo II conta com R$ 6 mil para implementação do NASF e mais R$ 72 mil anuais de custeio. Os recursos são repassados do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais de saúde.Os NASF são constituídos por equipes multiprofissionais que trabalham afinadas e vinculadas às Equipes de Saúde da Famí-lia. Nos núcleos, os profissionais desenvolvem atividades, como consultas, discussões de casos e ações de educação permanen-te em saúde com a população.

Saúde da FamíliaO Programa Saúde da Família é a principal estratégia do Minis-tério da Saúde para reorientar o modelo de assistência à saúde da população a partir da atenção primária, que é a principal e mais próxima porta de entrada do SUS, capaz de resolver até 80% dos problemas de saúde das pessoas.Atualmente, o país conta com 32.498 equipes de Saúde da Fa-mília atuando em 5.288 municípios, o que representa um per-centual de 95% dos municípios brasileiros com cobertura pelo Saúde da Família. A execução da estratégia é compartilhada pelos estados, Distrito Federal e municípios e coordenada pelo Ministério da Saúde.Fonte: Agência Saúde

Para ampliar o acesso da população à atenção básica no SUS, o Ministério da Saúde publicou recentemente portarias que auto-rizam municípios a contratarem profissionais para a estratégia Saúde da Família. As autorizações preveem 730 novos Agentes Comunitários de Saúde e o credenciamento de 76 Equipes de Saúde da Família e 58 Equipes de Saúde Bucal. Além disso, 31 secretarias municipais de saúde poderão implementar Núcleos de Apoio ao Saúde da Família (NASFs). Ao todo, 107 municípios de 19 estados foram beneficiados com recursos financeiros do governo federal destinados ao custeio das novas equipes e es-truturas de assistência básica à população.Os estados contemplados foram: Alagoas, Bahia, Ceará, Goi-ás, Minas Gerais, Mato grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. Os valores repassados aos municípios integram o chamado Piso da Atenção Básica (PAB) Variável. O incentivo anual por Equipe de Saúde da Família varia de R$ 80,4 mil a R$ 120,6 mil e por Equipe de Saúde Bucal, de R$ 25,2 mil a R$ 33,6 mil – dependendo da modalidade de equipe que o município adotar. Já o incentivo financeiro federal destinado a cada Agen-te Comunitário de Saúde é de R$ R$ 11,3 mil. Estes recursos podem ser superiores caso os gestores locais do SUS partici-pem da estratégia Saúde Mais Perto de Você/Controle e Quali-dade, que prevê o repasse de maior incentivo financeiro federal mediante o cumprimento de metas de qualidade na assistência prestada aos usuários do Sistema Único de Saúde.

NASFsPor meio da Portaria 455, o Ministério da Saúde também cre-

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14 abril de 2012

Odontologia Segura

Sobre a Endocardite Bacteriana

Nos últimos anos, a literatura aponta para uma mudança de conceitos em relação à profilaxia da Endocardite Bac-teriana (EB).

Questões como por quais mecanismos os antibióticos podem prevenir esta doença ou qual a real eficácia desta medida, ainda não foram respondidas de forma convincente.Atualmente a profilaxia antibiótica para a EB deve se restringir aos pacientes odontológicos com alto risco para a doença, como os portadores de próteses valvares cardíacas ou que apresentam história prévia de EB, após troca de informações com o médico especialista.Abaixo algumas dúvidas frequentes sobre Endocardite Bacteria-na por parte dos profissionais da Odontologia.

O profissional pode ser responsabilizado se um paciente desenvolver a EB em torno de duas a quatro semanas após ter sido submetido a tratamento odontológico?Dois fatores devem ser levados em consideração: o grau de risco do paciente para a doença e o tipo de procedimento realizado.É de extrema importância que o CD saiba conduzir a anamnese de pacientes portadores de doença e que entre em contato com o cardiologista, para que este informe qual o grau de risco do pa-ciente para a EB. Deve-se observar alguns fatores, como história prévia de EB, prótese valvar, utilização de drogas injetáveis, que podem ser fatores de alto risco para desenvolver uma EB pós--atendimento odontológico.

A colocação de piercings bucais é fator de risco para a EB?É responsabilidade do CD, quando consultado, orientar seus pa-cientes quanto a esta e outras possíveis complicações associa-das à colocação dos piercings bucais, sobretudo, lingual, já que o mesmo cria uma oportunidade para as bactérias penetrarem na circulação sanguínea, podendo chegar ao coração.

Lusiane BorgesCirurgiã-Dentista pela UMESP, São Bernardo (SP). Formada em Biomedicina pela UNISA/ UNIFESP. Especialização em Microbiologia pela Faculdade Oswaldo Cruz, São Paulo. Especialista Doutoranda em Controle de Infecção em Saúde pela UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos para ASB/TSB na APCD, na ABO e na ALAPOS. Autora-Coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”, Editora Santos, 2012. Diretora-Presidente da Biológica Consultoria em Saúde, em São Paulo. Coordenadora e Diretora Científica da ALAPOS, São Paulo. Consultora Científica da Oral-B e da Fórmula e Açã[email protected]

O que fazer quando o médico do paciente exige a profi-laxia antibiótica antes de qualquer procedimento odon-tológico?A American Dental Association (ADA) publicou recentemente um alerta a respeito da resistência bacteriana aos antibióticos, pedindo que os CDs avaliem os riscos e benefícios antes de pres-crevê-los. Se o CD julgar que o grau de risco do paciente para a EB e o tipo de procedimento odontológico a ser realizado não justifica o uso profilático de antibiótico, deverá expressar sua opinião ao mé-dico, caso contrário, deve sugerir que o próprio médico assuma a responsabilidade da prescrição, já que os antibióticos podem provocar desde uma simples indisposição gastrintestinal até rea-ções alérgicas, anafilaxia e morte, que independem da dose em-pregada e do número de tomadas, portanto, deve-se ter cautela na prescrição de antibióticos. Devemos sempre lembrar que o uso indiscriminado de antibiótico aumenta o índice de resistên-cia bacteriana e os efeitos adversos.

Quais os micro-organismos da microbiota bucal são as-sociados à etiologia da EB?Os estreptococos e estafilococos causam a maior parte de todos os casos de EB, pelo fato de aderirem mais facilmente às super-fícies do que outras bactérias, e por estarem presentes na pele e nas mucosas. Outras bactérias estão associadas à etiologia da EB, sendo as de maior interesse para o CD as de origem perio-dontal, como o Actinobacillus actinomycetemcomitans.

O uso profilático de antibióticos é garantia de que não ocorrerá EB?Não. Embora comprovadamente eficaz em animais, a profilaxia antibiótica pode ter insucessos em humanos. O fato é que ne-nhum estudo controlado demonstrou até hoje o efeito protetor

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da profilaxia antibiótica em humanos. Alguns estudos mostram não existir evidências que compro-vem que a profilaxia com penicilina poderia ou não prevenir a EB em humanos.

Quais são os sinais e sintomas da endocardite bacteriana?Os sinais e sintomas da EB são uma complicação e não uma infecção intracardíaca por si só. Desta forma, não cabe ao CD diagnosticar a EB, o que não diminui sua responsabilidade como agente de saúde. O período médio de incubação da EB é de cinco dias, quando causada por enterococos e; de sete dias para os estreptococos, sendo que 85% de todos os casos apresentam sintomatologia dentro de duas semanas, como fadiga, febre baixa, perda de peso, sudorese e dores nas articulações, O tratamento da EB pode ser medicamentoso (antibioticotera-pia) ou cirúrgico (substituição da válvula afetada), e seu sucesso varia de acordo com a gravidade do caso e com a(s) bactéria(s) envolvida(s), bem como do rápido diagnóstico da infecção e iní-cio do tratamento. A mortalidade da endocardite causada por estreptococos alfa-hemolíticos é historicamente menor do que a causada por ou-tros micro-organismos.

É possível fazer a profilaxia da endocardite bacteriana por meio da aplicação local de substâncias antimicrobianas?A American Heart Association (AHA) aconselha o uso de solu-ções de clorexidina ou de iodo-povidine em pacientes com risco de EB como recurso complementar à profilaxia antibiótico.

Qual é o protocolo atual de profilaxia da EB recomenda-do pela American Heart Association?Administração de 2 g de amoxicilina para adultos; 50 mg/ kg para

crianças, em dose única, por via oral, 1 hora antes do procedimento. A amoxicilina, ampicilina e penicilina V são penicilinas igual-mente efetivas contra os estreptococos α- hemolíticos. Porém, a amoxicilina é preferida por ser mais bem absorvida pelo trato gastrintestinal e proporcionar níveis sanguíneos mais elevados e duradouros.Aos alérgicos às penicilinas, é recomendado o uso da clindami-cina 600 mg ou azitromicina 500 mg para adultos, via oral, numa única dose, uma hora antes do procedimento; para crianças, é indicada a azitromicina ou claritromicina, na dosagem de 15 mg/kg de peso corporal. A clindamicina, na forma de suspensão oral, não está disponível comercialmente no Brasil. Em pacientes incapazes de fazer uso da medicação por via oral, é recomendado o uso de ampicilina 2g (crianças: 50 mg/kg), por via intramuscular ou intravenosa, 30 minutos antes do proce-dimento, reservando-se a clindamicina para os pacientes com história de alergia às penicilinas, na dose de 600 mg (crianças: 20 mg/kg), por via intravenosa, 30 minutos antes da intervenção.

O que devemos fazer frente a um paciente de risco para a EB? Basta administrar o antibiótico antes da interven-ção que causa bacteremia?Deve-se realizar o maior número de procedimentos sob uma mesma cobertura antibiótica, aproveitando assim, a medicação e sua cobertura profilática.O uso de solução de digluconato de clorexidina a 0,2% por um minuto antes do início de cada sessão de atendimento é alta-mente recomendável, além da cobertura da dose profilática do antibiótico. Deve-se também estabelecer normas rígidas de antissepsia e biossegurança, além de evitar ao máximo os traumatismos gen-givais desnecessários.

Odontologia Segura

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Produtos e Serviços

Oral-B Pro-Saúde Clinical Protection Cuidado da Gengiva possui uma fórmula exclusiva que oferece limpeza superior, graças à inclusão de cloreto estanoso. Esse componente reage quimicamente, “protegendo” o fluoreto estanoso, que tem como principal função combater a placa bacteriana, causadora

da gengivite. Isso acontece porque o cloreto estanoso contribui de maneira contundente para a biodisponibilidade dessa substância.

A fórmula do creme dental conta ainda com duas tecnologias que branqueiam os dentes pela remoção das manchas de sua superfície. Trata-se da tecnologia da sílica dupla,

que possui propriedades distintas e supereficazes na remoção de manchas superficiais durante a escovação; e o hexametafosfato de sódio, que age quimicamente, desprendendo as manchas que já

existem e prevenindo o aparecimento de outras.www.oralb.com.br

Cuidados com a gengiva

As Bombas de Vácuo BV D700 2C e BV D700 4C foram desenvolvidas com sistema de sucção de alta potência para até quatro consultórios, com vazão de 200 litros/minuto, permitindo a utilização cirúrgica em clínicas.As bombas eliminam movimentos à cuspideira, reduzem o tempo, aumentam a produtividade e promovem maior durabilidade e vida útil graças ao uso de equipamentos de alta resistência à oxidação.A biossegurança é ampliada por meio do alto poder de sucção, contribuindo para o controle de infecção e melhora da visualização do campo operatório.www.d700.com.br

Produtividade e biossegurança

Mais uma vez, seguindo as sugestões dos dentistas, a Colgate desenvolveu a nova escova Twister Cabeça Compacta, a escova dental que garante uma adequada

limpeza entre os dentes, na versão cabeça compacta. Entre os benefícios do lançamento, estão:

» Facilita alcance dos dentes posteriores.» Remove as bactérias causadoras do mau hálito, deixando o hálito mais fresco.

» Melhor alcance dos lugares de difícil acesso na boca.» Maior conforto e melhor controle.

» Com cabeça pequena, cerdas macias e planas e design moderno, a escova oferece excelente acesso às regiões de difícil acesso, possibilitando uma remoção mais eficaz da

placa bacteriana.www.colgate.com.br

Nova Colgate Twister Cabeça Compacta

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Cuidados com a gengiva

06, 07 e 08de Setembro06, 07 e 08de Setembro

20122012

II olimpíadas científi cas • Premiação dos melhores trabalhos clínicos e científi cos

• Inovações e tecnologia

• Indexação das apresentações na revista ImplantNews

• Grade científi ca nacional e internacional

• Grand Hyatt Hotel - O melhor de São Paulo

• Mega show científi co

O sucesso vai continuar!O sucesso vai continuar!

Homenagem Mestres dos Mestres

Wilson Sallum Dalva Laganá Henrique Duque F.

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Atualmente é Professor Clínico de Periodontia e Diretor de Implantes na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Columbia, certifi cado em Periodontia e Prótese e membro do Conselho Americano de Periodontia, recebeu prêmio de Mestre Clínico da Academia Americana de Periodontia e prêmio Professor do Ano da Universidade de Nova York, tem uma clínica particular na cidade de Nova York e foi homenageado com uma ala com seu nome na Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York, publicou mais de cem artigos sobre perio-prótese e implantes dentais e co-autoria de três livros, incluindo um em 2008, intitulado Odontologia Estética Restauradora. Dr. Tarnow tem palestrado extensivamente nos Estados Unidos e internacionalmente em mais de trinta países.

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Produtos e Serviços

A primeira edição da obra chega ao mercado para trazer uma contribuição ao profissional de Odontologia sobre os procedimentos estéticos, em resina composta e em cerâmica, realizados no dia a dia dos consultórios odontológicos, em pacientes atendidos em consultas de rotina.Atualmente, existem poucos estudos que comprovam a durabilidade de tratamentos realizados com cerâmicas livres de metal, tecnologia desenvolvida há menos de duas décadas. O grande diferencial do livro consiste no acompanhamento clínico dos trabalhos estéticos realizados com este material, e comprova o sucesso desse tipo de restauração.O livro de autoria de Carlos de Paula Eduardo, Professor Titular do departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia da USP, contou com a participação de especialistas renomados no assunto. Muitos dos casos clínicos apresentados no livro dão ênfase ao preparo protético dos dentes que receberam o tratamento estético.www.grupogen.com.br

O livro representa uma síntese da função social da Odontologia e contribui decisivamente para o pleno exercício profissional dos cirurgiões-dentistas.Antes mesmo de ser uma abordagem de temas não recorrentes na literatura odontológica, a obra Odontologia à Luz do Direito ousa levar os cirurgiões-dentistas a observar seu Código de Ética Odontológica e, a partir dele, refletir sobre as normas que regem as relações desses profissionais com a sociedade civil.O caminho do ineditismo serve como fio condutor para a evolução das questões que devem permear o comportamento do cirurgião-dentista, desde o bem fundamentado histórico sobre a regulamentação da profissão até assuntos contemporâneos, como a Bioética e a Implantodontia.www.rubio.com.br

A escova de dentes Sonic Generation® hidroativa edel+white® gera fluxos pulsantes de fluidos que neutralizam as bactérias muito além do alcance das cerdas e impedem sua proliferação.Os espaços dentais e a linha da gengiva são facilmente limpos para prevenir doenças ao redor dos dentes e de implantes.A tecnologia de quarta geração utilizada com até 45.000 movimentos ultrassônicos ativos por minuto aceleram o cuidado dental e melhoram a eficiência da limpeza em mais de 30%.A nova cabeça Dual-Clean da escova com cerdas microfinas KONEX® canaliza as ondas de energia diretamente para os pequenos nichos, mas preserva os tecidos macios da boca devido ao seu corte semelhante à escova.O resultado é uma limpeza profunda suave e altamente eficiente para dentes naturalmente brancos e saudáveis. A escova de dentes Sonic Generation® da edel+white® é adequada até mesmo para dentes sensíveis e gengivas fracas.www.edel-white.com

Estética dental: como fazer e como manter

Ética na Odontologia

Limpeza profunda suave e altamente eficiente

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Produtos e Serviços

O SmartCem2 é o cimento resinoso autoadesivo dual da Dentsply. Com ele, não é necessário fazer tratamento prévio da estrutura dental, dispensando condicionamento ácido e aplicação de adesivo para fazer cimentações, reduzindo o tempo de tratamento. Sua exclusiva formulação proporciona excelente adesão, alta resistência mecânica, baixa espessura de película de cimento, baixa solubilidade e baixa expansão higroscópica.SmartCem2 está disponível nas cores Translúcido e Light. Cada caixa vem com duas seringas duplas de 5g cada. O produto é indicado para restaurações tipo: inlays, onlays, coroas, próteses fixas (metálicas, metalocarâmicas, cerâmicas, resina composta); pinos e núcleos (metálicos, zircônia, fibra de vidro, fibra de carbono e alumina).www.dentsply.com.br

Cimento resinoso autoadesivo

A Dentflex lançou o Motor DF 300 com Alto Torque (4NCM). O equipamento foi desenvolvido para as funções de corte, desgaste, lapidação e polimento de próteses dentais na fabricação e/ou ajuste.

O motor possui uma caneta com sofisticado rolamento blindado, garantindo maior durabilidade. Além das características citadas, o DF 300 ainda conta com outros atributos, como:» Velocidade de 2.500 a 35.000 RPM.

» Gabinete com maior resistência (poliuretano).» Acionamento no pedal ou painel.

www.dentflex.com.br

Motor Dentflex

Contra a hipersensibilidade dentáriaA GlaxoSmithKline anuncia mais um avanço na área de cuidados bucais, o Sensodyne Repair & Protect.A novidade contém Novamin®, uma formulação única, com base na tecnologia desenvolvida originalmente para ajudar a estimular a regeneração óssea. O novo creme dental ajuda a reparar, fortalecer e proteger os dentes contra a hipersensibilidade, agindo como um

reservatório para a construção de uma nova camada reparadora sobre a dentina exposta e no interior dos túbulos dentinários. Essa camada tem uma composição química similar à da hidroxiapatita, que é parecida com a composição natural dos dentes e se liga fortemente ao colágeno presente na dentina.A fórmula de Sensodyne Repair & Protect permite que a tecnologia Novamin® seja ativada ao entrar em contato com a saliva, elevando o pH até um nível apropriado para a formação de hidroxiapatita. Desde a primeira escovação, ocorre a ativação de íons de cálcio e fosfato biodisponíveis, estimulando a mineralização natural dinâmica para a formação de uma camada reparadora robusta sobre a dentina exposta e no interior dos túbulos dentinários.www.gsk.com.br

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Reportagem

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Reportagem

Psicologia e Odontologia: uma parceria de sucessoCirurgiões-dentistas interessados em atender de maneira eficiente seus pacientes buscam os conhecimentos da Psicologia.

Por: Célia Gennari

Aproximar a Psicologia da Odontologia ou vice-versa é uma ação relativamente recente no Brasil. Segunda Lilia-na Seger*, doutora em Psicologia pela Universidade de

São Paulo, a Psicologia aplicada à Odontologia nasceu de uma necessidade de entender e investigar como as doenças bucais e os comportamentos (dos pacientes e do profissional) observa-dos no contexto odontológico se relacionam e como poderiam se beneficiar com os conhecimentos científicos da Psicologia. O fato é que, hoje em dia, seria salutar que o dentista aplicasse conhecimentos básicos de Psicologia em sua rotina diária. Cer-tamente tal ação propiciaria um melhor e mais integrado rela-cionamento profissional-paciente, permitindo um diagnóstico global que envolve sintomas somáticos e psicológicos que ne-cessitam ser correlacionados e avaliados. Conhecendo um pouco da história desse processo é possível en-tender as expectativas dos odontólogos de que a Psicologia for-neça soluções eficazes para os impasses surgidos no atendimen-to odontológico. Mas, para Liliana Seger, é necessário ampliar essa visão, definindo a Psicologia aplicada à Odontologia como uma atitude geral que postula uma visão integrada do homem, na sua unidade corpo-mente, o qual sofre influências do ambien-te físico e do meio sociocultural em que está inserido. “Estes as-pectos, que muitas vezes são incluídos em algumas anamneses, necessitam ser entendidos, analisados e correlacionados com as patologias em questão. Eles ampliam a visualização do paciente com o seu meio e permitem um diagnóstico mais integrado, cor-relacionando as variáveis com seu estado atual”, explicou.A Psicologia pode ser aplicada a todas as especialidades odonto-lógicas que abrangem desde o clínico geral até os especialistas em suas respectivas áreas de atuação e, também, ao próprio CD, tanto no que diz respeito as suas tensões profissionais, à rotina de seu trabalho, à sua personalidade e ao seu comportamento perante os pacientes. O êxito no atendimento, na maioria das ve-zes, não diz respeito à técnica do profissional, embora seja fun-damental, porém, “para o paciente não é somente a competên-cia técnica que o faz abandonar ou permanecer em tratamento”.A Psicologia Aplicada à Odontologia pode e deve interagir nas seguintes áreas de atuação:

» Ortodontia e Odontopediatria: trabalhar e entender os há-bitos inadequados (sucção de polegar, onicofagia, medos, fo-bias, transtornos psíquicos na infância etc.).» Periodontia: cirurgias, doenças periodontais, como GUNA e sua relação com o stress e sua diferenciação com o distress.» Desordens temporomandibulares ou craniofaciais: disfunção da ATM e o perfil psicológico desses pacientes, bruxismo etc..

» Reabilitação do paciente portador de fissura palatina: como o paciente passará por inúmeras cirurgias é preciso trabalhar o pré e pós-cirúrgico, formas de como lidar com a família etc..» Pacientes especiais: malformações congênitas, alterações comportamentais, alterações físicas adquiridas. Para pacientes que são portadores de uma lesão principal com sequelas dife-rentes é preciso avaliar o potencial residual para poder esta-belecer um plano de tratamento específico individualizado na forma de atuar, ou seja, cada paciente irá requerer do cirurgião-dentista uma forma de atendimento adaptada ao seu histórico, bem como à sua capacidade de colaboração, intelecção e dis-ponibilidade para os procedimentos odontológicos.» Psico-oncologia: aspectos psicossociais do paciente com câncer, a criança como paciente oncológico no consultório odontológico, a comunicação do diagnóstico de câncer bucal.» Prótese.» Pacientes geriátricos.» Implantodontia, entre outros.» Dor: um enfoque multidisciplinar – manejo e entendimento dos diversos aspectos.

O homem é um ser biopsicossocial, sendo impossível separar es-tes aspectos durante o tratamento. Os fatores emocionais podem desencadear, agravar ou perpetuar problemas físicos e estes, por sua vez, desencadeiam ou agravam os fatores emocionais. Por-tanto, “o cirurgião-dentista necessita saber se os fatores psicoló-gicos estão modificando a ‘doença’ e influindo no paciente e, caso estejam, de que forma e em que extensão”, orientou Liliana Seger.As reações de stress são adaptadas pelo nosso organismo. No entanto, um paciente que está vivendo um stress crônico (dis-tress) não consegue se restabelecer, pois ele fica o tempo todo numa fase de alerta. “Certas situações, por sua cronicidade, acarretarão sintomas físicos e psicológicos, provocando sérios danos à saúde, inclusive agravando ou iniciando uma GUNA, um bruxismo, dores musculares, cefaleias, crises de ansiedade, depressão, alterações cardíacas, dermatites, úlceras gástricas, entre outros”, alertou a psicóloga.Segundo Liliana Seger, o paciente com transtornos comuns de distress necessitará de um tratamento com um psicólogo, uma psicoterapia breve e focal, onde aprenderá a lidar com essas si-tuações, a fim de minimizar os danos a sua saúde física e mental. O tratamento é breve – 15 a 20 sessões. O foco está apenas na queixa relacionada aos problemas físicos, depois, caso o pacien-te tenha necessidade de lidar com mais algumas questões, ele poderá prolongar sua psicoterapia com o psicólogo especializa-do ou com outro profissional.

* Liliana Seger é doutora e mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Especialista em Psicologia Clínica e Hospitalar. Coordenadora da Psicologia do Ambulatório dos Transtornos do Impulso (Pro- AMITI) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. – FMUSP. Autora do livro Psicologia & Odontologia: uma abordagem Integradora, que está em sua 4a edição.

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Reportagem

ProfissionalismoO CD deve ter claro quando e como encaminhar o caso, pois quanto maior for sua convicção da necessidade do tratamento complementar, mais lógica e convincente será sua explicação ao paciente. Um CD com dúvidas transmite-as ao paciente e acaba influenciando sua atitude e decisão. O receio de ser mal interpre-tado pelo paciente faz com que, na maioria das vezes, o dentista não encaminhe esse paciente. Mas também o psicólogo deve estar preparado para atuar nessa área. Ele deverá ter noções básicas de Odontologia para compre-ender, avaliar e tratar as queixas do paciente. As noções compre-endem anatomia, fisiologia do aparelho mastigatório e conheci-mento das doenças que têm um comprometimento emocional; sua etiologia, manifestação clínica e evolução.

Exemplos do trabalho conjunto» Em um paciente com GUNA, o psicólogo deverá saber que esta afecção é agravada quando o paciente se encontra sob situação de distress. O odontólogo deverá saber se nesse pa-ciente o distress está agravando a afecção.» Em um paciente com disfunção da ATM, o psicólogo deverá saber o que é ATM, disfunção da ATM, sua etiologia, sinais e sintomas, músculos que atuam nessa região e entender o perfil psicológico desses pacientes.» Já em um paciente com queixa de sucção do polegar, o psi-cólogo deve saber que este hábito interfere nos maxilares e na posição dos dentes, podendo causar problemas de oclusão, etc..

Em todas as especialidades da Odontologia é necessário avaliar as características do paciente, analisar a presença do stress e distress, entender de que forma o paciente lida com suas emo-ções. Mas, o dentista não deve ser um “psicólogo”. E o Psicólogo que trabalha com Psicologia aplicada a Odontologia não neces-sariamente deve ser um dentista. “Infelizmente, em muitas uni-versidades, essa disciplina, hoje excluída da graduação, foi mi-nistrada por profissionais leigos na matéria, o que levou muitos alunos e profissionais a minimizar a sua importância”, comentou. “Agora os profissionais terão que aprender estudando, lendo e fazendo cursos específicos”.

A Faculdade de Odontologia de Piracicaba, em 1965, foi a pri-meira a incluir a disciplina de Psicologia em seu curso de gra-duação (Gil, 1988), quando a faculdade de odontologia ainda funcionava como um instituto isolado de ensino superior. O curso, inicialmente ministrado por uma Odontopediatra, procurava derivar formas específicas de manejo do compor-tamento de cada tipo de paciente a partir de um conjunto de regras que especificavam a atuação ideal do profissional. Em 1982, através da Resolução nº 04 do Conselho Federal de Educação (Moraes, 1985), a área de Psicologia foi oficialmen-te incluída no currículo mínimo de Odontologia. “Segundo o mesmo autor, isto, porém, não garantiu um preparo adequa-do dos alunos para a compreensão mais global do paciente, já que continuaram frequentes as resistências, explícitas ou implícitas, às tentativas de preparação psicológica do aluno para o atendimento clínico”, informou Liliana Seger, autora do livro Psicologia & Odontologia: uma abordagem integradora, Editora Santos, 2009.

A queixa que mais mobiliza um indivíduo a procurar os serviços odontológicos é a dor. Para o cirurgião-dentista a avaliação da dor inclui a procura por sintomas e sinais que indiquem a presença de patologias e, também, a cui-dadosa caracterização da queixa dolorosa em termos de intensidade, localização, frequência, fatores de melhora e piora etc.. Tratar um paciente com dor requer vários co-nhecimentos que abrangem desde sua fisiologia até suas consequências comportamentais, que incluem não só os comportamentos do paciente, mas também suas emo-ções, sentimentos e crenças a respeito da sua dor.Desde 1979 a “International Association for the Study of Pain” considerou a dor como “... uma experiência senso-rial e emocional desagradável, associada a lesões reais ou potenciais, ou descrita em termos de tais lesões. (...) A dor é sempre subjetiva. Cada indivíduo aprende a utilizar este termo através de suas experiências prévias, relacio-nadas a lesões”. Este conceito enfatiza a dor como um fenômeno multifatorial, cuja percepção e respostas irão variar individualmente, de acordo com a influência de fa-tores biológicos, psicológicos e sociais. Para Liliana Seger, a dor é um fenômeno multidimen-sional cuja apreciação obriga o profissional de saúde a considerar a interação entre seus múltiplos componentes e a desvencilhar-se do pensamento mecânico de causa -efeito para poder alcançar uma visão dinâmica e holística do indivíduo, onde a saúde e/ou a doença física não se encontram dissociadas de sua condição psicossocial.Entender e avaliar os componentes cognitivos da dor, os componentes socioculturais, fazer uma avaliação de como o paciente vivencia a dor, tem muita relação com a sua história de vida, sua personalidade, enfim “há muito a estudar nessa inter-relação”.

Um pouco de história...

Considerações sobre a dor

“O desconhecimento da saúde mental por um profissional de saúde é

inconcebível neste século”Liliana Seger,

Especialista em Psicologia Clinica e

Hospitalar

Quem lida diariamente com pessoas percebe, cada vez mais pre-sentes, os transtornos psicológicos e psiquiátricos. O dentista conhecedor desses transtornos ficará habilitado a perceber com mais clareza sinais e sintomas e, sem receio de ser mal inter-pretado, encaminhará o paciente a um profissional de saúde mental. “O paciente que está vivendo um problema ou que tem certas características de personalidade as mostrará, sem dúvida alguma, no relacionamento com o seu dentista”, afirmou Liliana. Quais os possíveis significados por trás do paciente que sempre chega atrasado, que desmarca inúmeras vezes, que tem proble-mas com os pagamentos, que não para de falar?... “Tudo deve ser considerado e avaliado com cautela e, para isso, o estudo e o trabalho em equipe é fundamental”, concluiu.

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Entrevista

Odonto Magazine - Quais são os fatores que podem causar a perda óssea? Paulo Abdalla Saad - Desde fatores traumáticos, como o trauma-tismo dentoalveolar até doenças periodontais (relacionadas ao teci-do de sustentação do dente), que são multifatoriais, podendo estar associadas aos fatores locais, como higiene deficiente, traumas locais, fatores de ordem genética (predisposição a doença perio-dontal) e, ainda, fatores de ordem sistêmica (doenças metabólicas). Odonto Magazine - Quais dificuldades podem ser apresentadas pelo paciente que sofre com perda óssea? Paulo Abdalla Saad - As dificuldades enfrentadas pelos pacien-tes frente às perdas ósseas vão desde a dificuldade em manter os elementos dentários de uma forma saudável, muitas vezes le-vando a perda destes dentes; e, em outras situações mais críticas, a dificuldade nas reabilitações, sejam elas por meio de próteses convencionais ou pelos implantes dentários.

Odonto Magazine - Como o profissional de saúde bucal deve orientar seus pacientes em relação à perda óssea? Paulo Abdalla Saad – O profissional deve estar atento no senti-do de diagnosticar e tratar o quanto antes os fatores que podem levar à perda óssea, estabelecendo protocolos efetivos do contro-le da doença. Odonto Magazine - Qual é a população mais acometida pela perda dentária e, consequente, perda óssea? Paulo Abdalla Saad - A maior incidência se apresenta nos adul-tos entre a quarta e a quinta década, quando as manifestações relacionadas à perda óssea são mais acentuadas e os tratamentos se tornam mais complexos. Porém, não podemos nos esquecer de formas de caráter agressivo, que acometem jovens, e estão relacionadas aos fatores de predisposição a doença periodontal (periodontite agressiva), levando precocemente à perda dos den-tes e, consequentemente, à perda óssea progressiva.

Por: Vanessa Navarro

Odonto Magazine – A perda de dentes pode causar não só danos estéticos, mas também psicológicos e sociais. Como o dentista pode auxiliar o paciente com tais sensibilidades psi-cossociais para que o mesmo volte a desfrutar de qualidade de vida? Paulo Abdalla Saad - Os programas de prevenção cada vez mais têm buscado ser abrangentes em todos os sentidos, não estando somente direcionados ao fator cárie, mas também às doenças que acometem todo o sistema estomatognático, ao qual se enquadra os sistemas de sustentação dos dentes (pe-riodonto e osso alveolar). O profissional deve auxiliar na de-tecção precoce destas patologias (perda óssea) e estabelecer parâmetros para sua atuação, no sentido de estabilizar sua evolução e/ou buscar metodologias para a manutenção da saú-de bucal por meio de reabilitações efetivas que preencham os requisitos tanto estéticos quanto funcionais, permitindo con-forto e segurança aos pacientes, evitando assim, embaraços de aspectos sociais. Odonto Magazine - Como a perda óssea pode interferir na qualidade de vida? Paulo Abdalla Saad – A perda óssea interfere na socialização do indivíduo, por apresentar comprometimentos estéticos re-lacionados à manutenção de dentes severamente acometidos por perda óssea, levando ao posicionamento ectópico destes dentes, seguidos por uma estética gengival pobre, tornando um sorriso pouco harmonioso. Em situações mais críticas, onde já houve a falência dos dentes e as condições de reabili-tação estejam comprometidas, as reabilitações convencionais, por si só, passam a ser ineficientes, devido à falta de condi-ções locais. Passam a ser ineficientes quanto a sua função e, por consequência, na estética, onde a somatória destes fatores leva ao tolhimento destes indivíduos ao convívio social.

Odonto Magazine - Existem exames específicos para diag-

O desafio da Odontologia frente à perda óssea A perda óssea, além de comprometer a saúde bucal, pode motivar o surgimento de problemas psicossociais. A entrevista com o Dr. Paulo Abdalla Saad apresenta um pouco mais sobre a patologia, apontando as tecnologias disponíveis no mercado.

Paulo Abdalla SaadCoordenador dos Cursos de Implante e Cirurgia Avançada da Associação Odontológica de Ribeirão Preto – AORP. Mestre e Doutor pelo Depto de Ortopedia da UNIFESP-EPM. Coordenador do Curso de especialização da UNIFEB- Barretos. Membro da Academia Americana de Osseointegração. Coordenador Internacional do Curso de Diplomados em Implantes da USF-Equador. Consultor Científico da Titanium Fix.

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Entrevista

nosticar a osteopenia na Odontologia?Paulo Abdalla Saad - Existem diversos exames, sejam labo-ratoriais (dosagem hormonal, marcadores ósseos específicos, sorologia, etc.) ou ainda imaginológicos (cintilografia, raios-x, tomografia computadorizada), que aliados ao criterioso exame clínico, ajudam a fechar o diagnóstico. Odonto Magazine - Quais doenças bucais podem estar asso-ciadas com a perda óssea? Paulo Abdalla Saad - A principal é a doença periodontal, como já citada anteriormente. Por poder ser de caráter multifa-torial, deve ser a primeira a ser investigada. Outras desordens locais, como o mau posicionamento dos dentes (desarmonias dento faciais), hábitos nocivos (onicofagia, apertamento notur-no, “bruxismo”), xerostomia, tumores e cistos odontogênicos e ainda manifestações bucais de doenças de ordem sistêmica, como o diabetes, o hiperparatireoidismo e as disfunções rela-cionadas ao metabolismo do cálcio.

Odonto Magazine - Nos casos de periodontites ou de trau-mas oclusais, a reparação é dada por meio de enxertos ósseos. Quando deve ser adotada tal prática?Paulo Abdalla Saad - As situações são bem distintas. Como a periodontite é multifatorial, podendo estar associada a um trauma oclusal, ou o trauma oclusal, por si só, sendo um fa-tor à perda óssea. O resultado é que os defeitos ósseos, quan-do extensos, comprometem a sustentação do dente e devem ser bem diagnosticados e tratados para posteriormente lançar mão de recursos regenerativos, como enxertos ósseos e ainda gengivais, com a segurança de evitar tais recidivas. Odonto Magazine - Existem algumas opções de técnicas para enxerto ósseo disponíveis no mercado. Qual avaliação deve

ser feita para optar pela técnica mais apropriada? Paulo Abdalla Saad - Atualmente, as metodologias de au-mento ósseo (enxertos ósseos) são as mais diversas, desde o enxerto ósseo autógeno (retirados do próprio paciente); enxer-to homólogo (banco de osso), enxertos xenógenos de origem animal; biomaterias (substitutos ósseos laboratoriais, vidros bioativos); e proteínas morfogenéticas, sendo este último um dos capítulos mais promissores dentro da engenharia genética alinhada a bioengenharia tecidual, cujas pesquisas têm direcio-nado como excelente alternativa terapêutica.

Odonto Magazine - Segundo dados do último censo realizado pelo IBGE, 75% da população brasileira de idosos apresentam graves problemas bucais, entre eles a perda dentária. Como a Odontologia brasileira tem se portado diante desta afirmação? Paulo Abdalla Saad - Não somente a população mais idosa brasi-leira apresenta graves problemas bucais. Dados da OMS (Organiza-ção Mundial de Saúde) mostram a alta incidência de inválidos orais, frente à perda precoce dos dentes e atrofias ósseas severas maxilar, onde as próteses totais mucossuportadas passam a ser ineficientes tanto na estética e principalmente na função, gerando desconfortos sociais e funcionais, devido à dificuldade na mastigação. O governo brasileiro tem direcionado vários esforços no senti-do de brindar os pacientes da “melhor idade” em programas, como o Feliz Idade, que, em parceria com as empresas nacio-nais que fabricam implantes e junto com as Unidades de Saúde Pública (CEO), buscam, por meio dos implantes dentários, pro-porcionar reabilitações mais efetivas. Outro aspecto relevante é o número crescente das empresas nacionais na fabricação de implantes, tornando os valores mais próximos das nossas realidades socioeconômica e cultural, e possibilitando cada vez mais a realização de tratamentos mais abrangentes e efetivos, como o uso de implantes dentários.

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Hoje em dia é sabido que o profissional de saúde bucal inserido na Estratégia Saúde da Família tem um arsenal de possibilidades em seu dia-a-dia, o que favorece uma

atuação integral e um olhar ampliado. Ter uma equipe com médicos, enfermeiros, psicólogos, assis-tentes sociais, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fisiote-rapeutas, entre outros profissionais de saúde em seu ambiente de trabalho e cuidando da saúde dos mesmos pacientes é uma vantagem que deve sempre ser utilizada para o bem de todos: profissionais e pacientes. O intercâmbio de saberes e a atua-ção conjunta são grandes armas para oferecer um atendimento completo para nossa população.É um privilégio poder discutir diretamente com o médico de saú-de da família como será conduzido o tratamento de uma pacien-te gestante e que tem necessidade de muitas intervenções para seu bem-estar e para garantia de um bom pré-natal. É muito confortável ter ali na porta ao lado do seu consultório um colega enfermeiro que conhece bem a senhora que está sentada na sua cadeira com a diabetes descompensada e que precisa de uma exodontia, sabe como abordá-la e se de fato ela está seguindo corretamente o tratamento proposto. É maravilhoso poder fazer um grupo educativo com o fonoaudiólo-go, que visa remoção de hábitos, como o uso da chupeta e a sucção de dedos. O resultado, com certeza, será mais rápido e eficiente. Imagine que bom é poder contar com o psicólogo para nos ajudar no atendimento e condicionamento da criança que mor-re de medo do dentista e que precisa demais dessa atenção, especialmente se ela é muito pequena e assustada.São tantas possibilidades de atuação conjunta que cabe agora fazermos o exercício contrário, pensando onde nós, da equipe de saúde bucal, podemos agir de forma a tornar o trabalho des-ses nossos colegas, que tanto nos ajudam e dividem saber - o mais efetivo e tranquilo possível.Na ocasião da triagem odontológica, a equipe de saúde bucal tem acesso a um grande número de famílias, que muitas ve-zes estão em contato com a unidade de saúde pela primeira vez e não fazem acompanhamento de saúde e que, portanto, não conhecem a rotina dessa unidade. Divulgar como a UBS funciona, seus horários e quais os serviços (como grupos, por

A Estratégia Saúde da Família e o relacionamento multiprofissional

Espaço Equipe

Danielle PalacioCirurgiã-Dentista. Interlocutora de Saúde Bucal do Instituto Israelita de Responsabilidade Social da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde Coletiva. Mestranda em Saúde Coletiva. Coordenadora do módulo de Saúde Bucal da Especialização em Saúde da Família e Comunidade do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. Docente da Equipe Biológica.

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Espaço Equipe

exemplo) estão disponíveis já se configura em uma grande aju-da para a organização do serviço de todos.O número de crianças que atendemos em cadeira, nas escolas, visitas domiciliares e até mesmo em grupos somente da saúde bucal também é bastante expressivo. Checar se a carteira de vacinação está em dia e perceber se essa criança está com al-guma necessidade também é um diferencial. Conheço um caso onde um dentista conseguiu perceber o baixo peso de uma me-nina da escola em que atuava, levou o caso para equipe e con-seguiu salvar essa criança e seus cinco irmãos da desnutrição e de uma situação de quase abandono.A quantidade de mulheres que sentam em nossa cadeira tam-bém é significativa. Por que não aproveitar esse momento e checar em seu prontuário se a coleta de citologia oncótica (Papa-nicolau) foi realizada no ano e incentivá-la a fazê-la, caso ainda não a tenha feito? Essa atitude será muito valiosa para a equipe de saúde da família dessa paciente. Vale inclusive anotar o nome dela e passar para equipe respectiva, pois esse é um exame de rastreamento muito importante, onde a busca ativa das pacien-tes que não o fizeram deve acontecer durante todo o ano.A chance de ajudar ao colega profissional de saúde e, por con-seguinte, o seu paciente é muito valiosa, portanto, devemos nos esforçar para que isso se torne uma rotina no nosso dia a dia. Ações simples compensarão um aparente esforço maior que o de habitual em uma situação onde só nos preocupamos em fazer o básico. Com certeza, sua comunidade irá agradecer seu esforço!

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Relacionamento

Maria Cristina Reghin VitalMembro do Grupo Empreender Sorrindo - Projeto Sorriso Bom de Boca. Especialista em Odontopediatria. Atendimento especializado em Odontopediatria e Ortopedia Pediátrica de acompanhamento para bebês e crianças. Palestrante no curso para gestantes do Grupo “Gerando Bem“.www.sorrisobomdeboca.com.br

Odonto Magazine - Como e quando surgiu o Projeto Sorriso Bom de Boca? Maria Cristina Reghin Vital - Em 2002, um grupo de cirurgiãs-dentistas se reuniu e fundou o Empreender Sorrindo pela metodologia do SEBRAE, visando à responsabilidade social com a intenção de prestar serviços para escolares para pre-venção e orientações sobre saúde bucal, por meio de ativi-dades lúdicas. O Grupo, hoje, é composto por mim e pelas colegas Dra. Karen Antunes Farinha (Odontopediatra), Dra. Lúcia Helena C. Peixoto (Odontopediatra) e Dra. Rosângela Helena G. Mo-rales (Ortodontista).

Odonto Magazine - Qual é o objetivo principal do projeto? Maria Cristina Reghin Vital - O objetivo central é conscientizar e motivar escolares para o autocuidado com relação à saú-de bucal, e assim, desmistificar uma Odontologia puramente curativa.

Odonto Magazine - Quais foram os resultados positivos apresentados nesses 10 anos de existência do Sorriso Bom de Boca? Maria Cristina Reghin Vital - Houve uma mudança cultural em relação à saúde bucal. A apresentação do teatro e ações con-juntas perante a sociedade e as escolas criam uma expectati-va que já se tornou um marco em Cornélio Procópio. Temas, como prevenir cáries, orientações sobre higiene oral, visita ao dentista são tratados de forma mais objetiva e sem tanto receio pelos pais e crianças. O envolvimento de vários setores da cidade contribuiu para o fortalecimento em nossas ações, divulgando amplamente o Projeto para toda a região e estendendo essa divulgação para todo o país.

Odonto Magazine - Quais são as atividades educacionais oferecidas pelo projeto? Maria Cristina Reghin Vital - Inicialmente o Projeto se esta-beleceu em ações nas escolas com teatro de fantoches,

O Sorriso Bom de Boca une diversão e informação para promover a saúde bucal em Cornélio Procópio, no Paraná. A en-trevista com a Dra. Maria Cristina Reghin Vital mostra um pouco mais da importância do projeto.

Por: Vanessa Navarro

Odontologia preventiva e recreativa

Peça teatral educacional promovida pela equipe do Projeto Sorriso Bom de Boca.

A equipe de profissionais de saúde bucal do Sorriso Bom de Boca: Dra. Maria Cristina Reghin Vital, Dra. Lúcia Helena C. Peixoto, Dra. Rosângela Helena G. Morales e Dra. Karen Antunes Farinha recebeu a segunda colocação do “Doadores da Esperança”, prêmio oferecido pela Perfectu Odontologia.

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orientações individuais e em grupo sobre higiene oral. As atividades desenvolvidas nas escolas são filmes educativos para prevenção, apresentação da peça teatral Sorriso Bom de Boca, distribuição de cartilhas educativas, material didá-tico de reforço e concurso de desenhos sobre saúde bucal. Na comunidade existe o treinamento para dentistas da rede pública de saúde, capacitação para líderes da pastoral da criança, ações educativas junto às creches, comunidades ca-rentes, entre outros.

Odonto Magazine - Os profissionais envolvidos no projeto rece-bem treinamentos e/ou cursos de reciclagem periodicamente? Maria Cristina Reghin Vital - Sim. Somos especialistas em odontopediatria e ortodontia e estamos sempre nos reci-clando por meio de reuniões periódicas com consultoria do SEBRAE e cursos nas áreas afins.

Odonto Magazine - O projeto recebe algum tipo de auxilio financeiro de órgãos públicos e/ou privados?

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Maria Cristina Reghin Vital - A viabilização do projeto se dá por meio do patrocínio de empresas, associação comercial e da Prefeitura Municipal. Recebemos ainda apoio do Depar-tamento de Educação, Departamento de Saúde, Magistério (professoras), Lions Clube, entre outros.

Odonto Magazine - Recentemente o Sorriso Bom de Boca recebeu a segunda colocação do prêmio “Doadores da Espe-rança”, oferecido pela Perfectu Odontologia. Qual é a impor-tância desta conquista? Maria Cristina Reghin Vital - O Prêmio mostrou, no primeiro momento, o reconhecimento do nosso papel. Diante de um cenário mundial que aponta a cárie como epidemia na so-ciedade moderna, sabendo que 88% da população brasileira sofrem com essa doença, colocando o Brasil entre os países com mais problemas bucais, sem dúvida, esse prêmio nos fortalece e nos motiva para continuarmos com nossos so-nhos e metas por uma Odontologia mais presente no dia a dia da sociedade.

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Odontologia Holística: abordagem sistêmica do paciente e o uso da acupuntura

Particularmente gosto muito de uma passagem do artigo do professor Nicholas Christakis sobre holismo, escrito em 2011, que aborda o tema relacionando o gosto de algumas

pessoas em construir castelos de areia e noutras que gostam de destruí-los. Acredito que não deva ter muita graça no último, mas o que nos interessa é a primeira abordagem. “Você pode levar em minutos, um monte de cristais de sílica que foram carre-gados por milhares de anos pelas ondas do mar, utilizando as mãos e fazer uma torre ornamentada, se nos esforçarmos, podemos ima-ginar as leis da física que faz interagir cada partícula de areia com a vizinha, mantendo a forma junta até que uma força maior aparece para separá-las”1.O que me chama atenção nesse texto não é somente a constru-ção do castelo, mas em um determinado momento você dá um passo para trás e olha para o trabalho e percebe que em toda a praia, é exatamente aqui o algo novo, não presente antes entre os infinitos grãos de areia, levantado do chão e que reflete o princípio científico da holismo1.A palavra holismo vem do grego holos, que significa inteiro ou todo e indica a ideia de que as propriedades de um sistema, quer se trate de seres humanos ou outros organismos, não po-dem ser explicadas apenas pela soma dos seus componentes. O sistema como um todo determina como se comportam as partes. Assim, o princípio geral do holismo pode ser resumido por Aristóteles quando afirma nos conceitos da Metafísica que “o todo é maior do que a simples soma das suas partes”. O termo holístico em saúde foi utilizado inicialmente pela me-dicina e refere-se à abordagem no tratamento médico baseada na teoria de que os organismos vivos e o meio ambiente fun-cionam em sinergismo como um todo integrado. Tal concepção traz implícita a mesma ideia de que, ao serem reunidos para constituir uma unidade funcional maior, os componentes in-dividuais de um sistema desenvolvem qualidades não-predizí-veis a partir de seus componentes isolados2. A medicina holística é considerada uma abordagem específica e não uma especialidade médica, não sendo exclusiva de ne-nhuma e podendo ser aplicada em todas. A Odontologia tam-bém pode ter uma abordagem sistêmica, baseada nos precei-tos do holismo para tratar o ser humano como um todo2.

Marcelo Mendes PintoDoutor em biomateriais e bioquímica oral pela FOUSP. Mestre em materiais dentários pela FOUSP. Especialista em Odontopediatria pelo SOESP. Pós-graduado em MTC e Acupuntura pela EBRAMEC. Professor da Clínica Integrada Infantil da UNINOVE. Professor Colaborador da Clínica Infantil da UMESP e do curso de especialização em Odontopediatria da APCD-SP.

A Odontologia sistêmica estuda e analisa a relação da saúde bu-cal com o corpo e os aspectos emocional, mental e comporta-mental do indivíduo. Assim, qualquer deformação ou disfunção ocorrida na cavidade bucal será visualizada como uma alteração em um complexo sistema em que todo o organismo está envol-vido. O olhar sistêmico considera o organismo como um todo e, nesse sentido, as disfunções bucais são consideradas ao mesmo tempo causa e efeito de outros problemas orgânicos. Na Odontologia sistêmica, tudo o que acontece de alteração dentro da cavidade oral poderá repercutir no organismo em todos os sistemas biológicos, influenciando de forma direta no comportamento psicossocial, físico e familiar. Em contraparti-da, alterações no somaorgânico poderão gerar algum sinal na cavidade oral e influenciar, por exemplo, na postura dos ma-xilares, promovendo problemas na formação, crescimento e desenvolvimento; no posicionamento dos dentes, músculos e sistema nervoso, levando a perda na homeostasia que harmo-niza os sistemas respiratório e digestivo. É importante ressaltar que essa visão não é aceita por alguns autores que a consideram como uma teoria pseudocientífica. Autores3 alegam que ainda não se tem comprovação científi-ca sobre esse tema e que em alguns lugares, como nos EUA, os dentistas têm desviado o rumo do tratamento convencional como uma ação de marketing. Por outro lado, ao nos repor-tarmos a literatura, pesquisas que envolvem o uso de terapias alternativas e complementares para o restabelecimento do equilíbrio sistêmico com abordagem odontológica mostram-se bem estabelecidas e em franco desenvolvimento, incluindo os estudos longitudinais, que apresentam a cada dia maior cons-tatação e penetração científica2. Os pilares da Odontologia sistêmica foram construídos base-ados nos valiosos conceitos desenvolvidos pela Odontologia clássica e pela holística. Essa perspectiva sistêmica ainda pode ser ampliada pelos recursos terapêuticos utilizados pela me-dicina tradicional das escolas asiáticas (Índia, China e Japão). Sem dúvida, a introdução de novas terapias em adição às téc-nicas clássicas fez com que o cirurgião-dentista aprimorasse o atendimento ao paciente no consultório e estabelecesse uma relação mais íntima entre a Odontologia e organismo. Existe

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o questionamento por parte dos profissionais, de qual é o seu limite de atuação com práticas complementares em Odontolo-gia. Para elucidá-los, a Resolução do Conselho Federal de Odon-tologia CFO 82/2008 de 25 de setembro de 2008, “reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista de práticas integrati-vas e complementares a saúde bucal”, entre elas: Acupuntura, Fitoterapia, Terapia Floral, Hipnose, Homeopatia e Laserterapia4. Atualmente, a acupuntura odontológica angaria muitos adeptos que buscam o equilíbrio entre as alterações odontológicas e as condições sistêmicas, visando à plenitude na saúde do paciente. A Acupuntura é uma terapia complementar que através da in-serção de agulhas em pontos específicos do corpo humano ati-vam canais de energia, que com a correta estimulação podem trazer muitos benefícios, entre eles o de analgesia odontológi-ca. Essa prática vem sendo realizada há mais de 5.000 anos e tem como principal objetivo o equilíbrio entre corpo e mente através da manipulação da energia que circula nos canais que se distribuem em rede por todo o organismo.A aplicação da técnica de analgesia em Odontologia vem sendo uma das alternativas de tratamento para os pacientes principalmente para quadros de dor e com restrição no uso de determinados medicamentos. Para a Odontologia sistêmica, a acupuntura vem contribuindo no restabelecimento da saúde em procedimentos reabilitadores, periodontais e restaurado-res. Tem maior eficácia no tratamento das dores craniofaciais, como as neuralgias trigeminais idiopáticas, sinusites maxila-res, artrose da ATM, herpes zoster, cervicoalgias e cefaleias, portanto, essa técnica contribui de forma satisfatória e mostra ser uma excelente opção como recurso terapêutico no trata-mento global do paciente. É interessante como a principal ideia do holismo não vem na-turalmente para os profissionais da área da saúde. Como cirur-gião-dentista, posso perceber que a cavidade bucal é apenas uma pequena parte do castelo de areia que faz parte do todo

que necessita de sinergismo para se manter. A Odontologia sis-têmica segue o princípio da apreciação não do simples, mas do complexo, ou pelo menos da simplicidade e da coerência nas coisas complexas, como acontece em casos de reabilitação. Podemos compreender o organismo se dividi-lo em órgãos, tecidos, em seguida em células e organelas até chegarmos ao DNA e, sucessivamente, até que todos os pormenores tenham sua importância. Associado a essa compreensão, temos os re-cursos terapêuticos complementares que devem ser utilizados para somar aos recursos clássicos e, ao final, se colocarmos tudo em conjunto e tentarmos entendê-los, será mais difícil, o que produzirá dúvidas que serão sanadas pelo desenvolvimen-to da ciência. É importante, como promotores do estado de equilíbrio entre o corpo e a mente dos nossos pacientes, pen-sarmos nas dificuldades de entendimento de como todas as células do corpo têm funções conjuntas em comparação com suas características individuais. Novos campos da neurociên-cia e da biologia estão nascendo, inserindo o cirurgião-dentista nessa concretização, que surgem depois de séculos pisando em castelos de areia, a fim de compreendê-los.

Referências1. Christakis NA. The Surprising Power of Our Social Networks and How They Shape Our Lives: Holism. Edge; 2011.

2. Sá Jr NN. Tratado de Odontologia Sistêmica. Ed Rio, 2004, 320p.

3. Barrett S, Jarvis WT.”Odontologia Holística”: Um Breve Exa-me: em http://quackwatch.haaan.com/holisticaodonto.html acesso em 10 de dezembro de 2011.

4. CFO – Resolução n.° 82/2008, de 25 de setembro de 2008. Reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista de prá-ticas integrativas e complementares à saúde bucal.

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Coluna - Gestão

Teoria da reciprocidade

Antônio Inácio RibeiroProfessor de Marketing no MBA Gestão de Negócios na Saúde da São Leopoldo Mandic. Assessor de Marketing e Gestão da ABO Nacional. Palestrante dos Simpósios Colgate. MBA em Marketing pelo ISAE / FGV. Especialista em Marketing pela PUC – PR. Pós-graduado em Marketing. Administrador. Autor de 32 livros, tendo já publicados mais de 1.380 artigos e colunas, 660 no Brasil e 720 no exterior. Ministrador de mais de 500 cursos e palestras, dos quais mais de 90 no exterior. [email protected]

uma mudança de atitude nas relações interprofissionais e um novo caminho para as ligações entre as profissões da saúde. Uma teoria, como a da relatividade, que mudou conceitos. Sair do universo fechado do consultório para o mundo novo das clí-nicas, transformando-as em forças gravitacionais de pacientes.Ponto de partida: indicar para ser indicado, saindo do egoísmo de querer tudo para si. Sublimar a ideia de que os clientes virão só porque precisam se tratar. Conhecer as outras profissões da área da saúde para poder identificar problemas e indicar sem-pre. Ter uma agenda de profissionais destas, com suas respec-tivas especialidades. Saber quando e como indicar para outras profissões.Importante: não ficar restrito a sua profissão para indicações, até porque, cada vez mais os profissionais estão atendendo quase tudo e indicando quase nada, pela própria dificulda-de de conseguir pacientes. Abrir novos horizontes com médi-cos, fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros e outros para médicos para interagir pacientes a partir de reciprocidade de indicações.Um primeiro passo pode ser enviar a eles e-mails com os moti-vos para ir ao Dentista, que pode bem ser o reenvio dos e-mails Odonto Motivos que enviamos todas as semanas. Assim eles começam a entender melhor quando devem indicar pacientes a quem está dando os motivos. Com isso inicia uma interati-vidade, que pode ser estimulada com a pergunta: quando e como devo indicar pacientes para a sua área? Para isso é im-portante ligar e pedir e-mails dos seus amigos e parentes na área da saúde.Outro meio, poderia ser marcar uma reunião com um profissio-nal de cada área. A primeira no seu consultório, para conversa-rem sobre o tema de intercâmbio de indicações. Se gostarem da ideia, tentar marcar uma por mês, cada vez em um con-sultório diferente, fazendo uma apresentação de sua área de atuação e sobre como as indicações poderiam ser feitas nesta.Para estimular e ativar indicações, lembrar sempre de ligar a cada indicação recebida, para agradecer e estreitar laços neste

Já há algum tempo penso em escrever sobre as novas fon-tes ou vertentes no encaminhamento e recebimento de pacientes. Reuni algumas ideias e as coloco neste artigo,

para iniciar o que pode vir a ser um novo caminho.Quando iniciei no ramo dentário, em 1972, bastava ter termina-do a faculdade para ser chamado de Doutor, montar um con-sultório e receber espontaneamente muitos clientes. Nos anos de 1980, aconteceu a primeira crise do petróleo e tivemos uma década perdida, quando tendo uma especialidade e comuni-cando ela aos colegas, recebiam-se muitas indicações, pois havia mais gente precisando de tratamento do que para tratar.Hoje, para ser bom, comentam que é preciso ter mestrado e doutorado. Que só assim irão tratá-lo como Doutor, e que com estes títulos surgirão melhores pacientes. Alguns dizem que para ter estes, é preciso ser professor. Outros falam que a maioria dos clientes está sendo atendida pelos cursos e que estes são, hoje, a maior fonte de clientela, por que alguns pa-cientes começam o tratamento nos cursos e terminam no con-sultório de quem o iniciou. Uma coisa é certa e necessária para fazer sucesso na profis-são: estar bem informado, bem formado e saber se comunicar. Ter um bom círculo de relacionamentos e manter uma rede de contatos, que pode ser uma ou todas as redes sociais que estão na moda: Facebook, Twitter, Orkut e similares. Além de, regu-larmente, mandar e-mails ou torpedos para listas de e-mails de amigos, parentes, vizinhos, conhecidos e colegas.Usar estes contatos sistemáticos para oferecer-se como fonte de consultas sobre temas de sua profissão, esclarecer dúvidas ou problemas de pacientes ou não. Ter um canal aberto para ser esta uma fonte contínua de novos pacientes. Mas será que só esta disponibilidade resolve? Pelo que tenho acompanhado, nem mais só ela tem sido garantia de repor pacientes que se vai perdendo para os novos profissionais que entram no mer-cado com preços baixos.São mudanças que precisam ser bem acompanhadas. Daí sur-giu a ideia de pensar algo mais sistemático, metódico e funcio-nal para garantir uma boa e grande clientela. Que pudesse ser

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objetivo. Caso um dos que indique, mandar três ou mais pa-cientes em um mês, enviar a ele um livro, que poderia ser so-bre marketing, gestão ou sucesso na profissão. Se for a secre-tária quem costuma indicar, mandar um livro também para ela. Deixar algo na sua mesa que o faça se lembrar de atentar a cada paciente, o que poderia ser indicado para melhorar a saú-de deste como um todo. Depois de algumas trocas de indica-ções, perguntar como é este procedimento na profissão dele: se envolve alguma participação pecuniária ou outro hábito, para procurar se adaptar. O certo é procurar sempre indicar mais, especialmente aos que estão indicando. Assim a relação cresce e frutifica.Identificando uma parceria com interatividade de clientes que esteja se mostrando promissora, encomende 1.000 cartões com o seu de um lado e o deste colega do outro. Faça-lhe uma visita e obsequie 500 destes cartões, comentando que vai en-tregar os outros 500 para os seus pacientes, a fim de incremen-tar a parceria. Lembre-se que um único paciente atendido paga os 1.000 cartões. Estabelecida esta parceria e consolidada com os cartões, co-mentar com o parceiro para sempre que indicar, o faça com a entrega do cartão frente e verso, que funcionaria como um

lembrete a pessoa para ligar e marcar consulta. Se ele tiver uma secretária hábil, comente para que pergunte às pessoas se querem que ligue e marque um horário para uma consulta de avaliação, que por ser amigo do Doutor, não seria cobrada. Achando interessante esta ideia da interatividade de indica-ções como um todo, anote na sua agenda um dia (a cada 15 dias) para ligar aos parceiros, perguntando como andam as coisas. Isso o fará lembrar e comentar alguma eventual indi-cação recente. Este método de acompanhamento será um es-timulante para que esta relação seja cada vez mais vantajosa para ambos.Lembre que, sendo profissionais de áreas diferentes, não exis-tirá o risco que acontece se forem indicações intraprofissionais, de alguns acompanhando o sucesso de um colega, motivarem-se a fazer também esta especialidade, transformando o parcei-ro em concorrente. Esta é talvez uma das grandes garantias que esta ideia propõe: por não ter riscos futuros, existem só possibilidades de aumento e de crescimento relacional.Estas novas vertentes de clientes e meios de encontrar estes, podem mudar completamente a maneira de se garimpar clien-tes, hoje verdadeiras pedras preciosas, joias que muitos que-rem e poucos encontram. Em qualidade e quantidade.

Coluna - Gestão

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Coluna - Saúde Pública

A saúde bucal da população brasileira

Regina Vianna BrizolaraCirurgiã-Dentista. Técnica especializada do Ministério da Saúde / Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde / Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde. Aprimoramento em Odontologia Hospitalar. Especialista em Saúde [email protected]

minados 37.519 indivíduos, das faixas etárias: cinco, 12, 15 a 19, 34 a 45 e 65 a 74 anos. Para coletar dados em relação à experiência de cárie dentária, foram utilizados índices preconiza-dos pela Organização Mundial de Saúde, CPO-D (den-tição permanente) e o ceo-d (dentição decídua), que medem a soma dos dentes cariados, perdidos e obtu-rados em indivíduos. Em populações, como no levan-tamento em questão, interessa-nos o seu valor médio.Agora vamos aos principais resultados do SBBrasil 2010 para cárie dentária, comparando-os aos resultados do SBBrasil 2003. Como será que está a prevalência de cá-rie no Brasil após a implantação da Política Brasil Sorridente? Como se comportou o valor médio do índice ceo-d ou CPO-D?Ao olharmos a proporção de indivíduos com índice ceo/CPO = 0 nota-se que a prevalência de cárie vem reduzindo para quase todas as idades entre 2003 e 2010. Os livres de cá-rie representavam a seguinte proporção na população, em 2003 e 2010, respectivamente: 40,63% e 46,6% - aos cinco anos; 31,08% e 43,5% - aos 12 anos; 11,06% e 23,09% - de 15 a 19 anos; 0,52% e 0,9% - de 35 a 44 anos; 0,52% e 0,2% - de 65 a 74 anos.A respeito do valor médio do índice ceo-d ou CPO-D, nota-se a redução dos índices, em proporções diferentes, para todas as idades pesquisadas. Aos cinco anos, a média do índice ceo-d que em 2003 era de 2,80, passou, em 2010, para 2,43 – redução de 13,21%. A média do índice CPO-D aos 12 anos, em 2003 era de 2,78, e, em 2010 passou para 2,07 - uma redução de 25,53% nos sete anos! Já entre os adolescentes de 15 a 19 anos, a média do CPO-D foi de 6,17 (2003) e 4,25 (2010) – redu-

Queridos leitores da Odonto Magazine, na última edição conversamos sobre o Decreto n° 7508/2011. Nesta edi-ção, retomaremos a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal

– o SB Brasil 2010.No Brasil, na área da saúde bucal, já houve quatro grandes le-vantamentos epidemiológicos de âmbito nacional realizados nos anos de 1986, 1996, 2003 e 2010. Este último, concluído em 2011, levantou dados primários das condições: cárie dentária, condição periodontal, traumatismo dentário, oclusão dentária, fluorose dentária, edentulismo (uso e necessidade de prótese), condição socioeconômica, utilização de serviços odontológi-cos e autopercepção de saúde bucal. Antes de explorar mais o SBBrasil 2010, relembro vocês que, ao longo dos últimos anos, a Política Nacional de Saúde Bu-cal – Brasil Sorridente impulsionou o crescimento das equipes de Saúde Bucal na atenção básica, a criação dos Centros de Especialidades Odontológicas, a habilitação de Laboratórios de Próteses Dentárias, a ampliação do acesso à água tratada e fluoretada, dentre outras ações importantes para o SUS. O SBBrasil 2010 é o primeiro levantamento após o lançamento do Brasil Sorridente em 2004! Primeiramente explicarei em linhas gerais a organização do SBBrasil 2010. Ele é uma pesquisa transversal, de base nacio-nal, com representatividade para as capitais, Distrito Federal e para as regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Teve como base uma amostra de indivíduos residentes em 177 municípios (26 capitais, Distrito Federal e 150 municípios de diferentes portes populacionais), nos quais foram realizados exames bucais e aplicados questionários para coleta de dados sobre as condições elencadas no início da matéria. Foram exa-

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39abril de 2012

Coluna - Saúde Pública

ção de 31,11%, maior do que a observada para a idade 12 anos, embora

o valor tenha aumentado com a idade! Nos adul-tos de 35 a 44 anos, o CPO-D médio passou de 20,13

(2003) para 16,75 (2010) – redução 16,79%, mais significa-tiva do que para a idade cinco anos! Já nos idosos de 65 a 74 anos, o CPO-D médio pouco se alterou: passou de 27,79 (2003) para 27,53 (2010) – redução 0,93%.O levantamento mostra mudanças no perfil epide-

miológico de saúde bucal da população brasileira: para cárie, resultados positivos! Estão curiosos em relação às

outras condições pesquisadas? Quais os desafios para a Po-lítica Nacional de Saúde Bucal avançar e colaborar na melho-

ria da saúde bucal do brasileiro? Para responder estas questões precisamos aprofundar nossa análise! Acessem na íntegra a pu-

blicação “Projeto SBBrasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – Resultados Principais” no site: http://189.28.128.100/dab/docs/geral/

projeto_sb2010_relatorio_final.pdf.

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A importância da Odontologia do Trabalho no setor de alimentação

Marcos Renato dos SantosEspecialista em Odontologia do [email protected]

Mais informações podem ser obtidas no site http://cloralmed.com.br/blog/servicos/odontologia-do-trabalho.

Na correria da vida moderna, a maioria da po-pulação recorre à praticidade em termos de alimentação. Já no café da manhã comemos

aquele pãozinho saboroso da padaria da esqui-na, um pão de queijo crocante, um misto quente ou um delicioso sanduíche.Alguém já parou para pensar como está a saú-de bucal daquele que manipula e confecciona o

nosso alimento?Quantas lesões cariosas aquele colaborador possui,

acumulando restos alimentares e grande quantidade de placa bacteriana?

Ao meio dia almoçamos naquele restaurante badalado, comi-da saborosa, aroma delicioso, pratos bem elaborados e deco-rados, garçons atenciosos e vestidos impecavelmente.A cozinheira e seus assistentes, que capricham no cardápio provam prato a prato para que possamos degustar do mais saboroso dos manjares, não fazem uma consulta odontoló-gica há anos, por falta de condições financeiras e orientação.Quantos abscessos dentários provenientes de lesões pulpa-res ou periodontais, granulomas odontogênicos e raízes resi-duais eles possuem?À noite, vamos jantar naquele rodízio de pizzas que é uma delícia, inúmeros sabores, cada qual mais gostosa do que a outra, a massa segredo da casa, bem como o molho, um dos seus principais ingredientes é primorosamente degusta-

Coluna - Odontologia do Trabalho

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Coluna - Odontologia do Trabalho

do pelo pizzaiolo para que tudo seja divino. Mas como está a saúde gengival e periodontal daquele colaborador? Ele tem gengivas e periodonto sadios ou a gengiva sangra ao sim-ples toque? Há acúmulo de tártaro, bolsas periodontais que podem ser foco de infecções, gengivite e periodontite graves que são responsáveis por muito sangramento?Onde quer que se manipule alimento, devido ás regras míni-mas de higiene, portarias e normas baixadas pela Vigilância Sanitária e NR-24 do MTE – Condições Sanitárias e de Con-forto nos Locais de Trabalho-, devemos ter tela protetora para impedir a entrada de insetos, ambiente arejado, bancadas de aço inoxidável, trabalhadores usando uniforme adequado, EPI, como toucas, luvas e máscaras, calçado fechado, dentre outros, desta forma, promovendo e prevenindo o apareci-mento de doenças. Essas conquistas só foram possíveis com a incorporação de profissionais, como Engenheiro de Traba-lho, Técnico de Segurança no Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho na NR4 – SESMT do MTE.Quando a Odontologia do Trabalho for implantada nas em-presas, teremos uma situação bem diferente da atual rea-lidade, pois poderemos melhorar a legislação já existente, como também formular leis específicas, portarias e normas referentes à saúde bucal do trabalhador em diferentes am-bientes de trabalho, visando proteger o trabalhador e a po-pulação, promovendo a saúde.As empresas de alimentação para começar teriam um diag-nóstico da situação bucal de seus colaboradores, que serão submetidos ao exame admissional odontológico, e de acor-do com suas diretrizes, encaminhariam estes trabalhadores às clínicas conveniadas para que fossem realizados os trata-mentos necessários para a atuação saudável em seus postos de trabalho.O trabalhador, por sua vez, seria orientado pelo Dentista do Trabalho para que os riscos inerentes á sua profissão fossem cessados ou minimizados.O Dentista do Trabalho realizaria de posse do diagnóstico completo da situação bucal de todos os trabalhadores, e visi-ta aos postos de trabalho para apontar as condições de risco a que estes trabalhadores estão expostos, um programa de controle odontológico de saúde ocupacional, onde, através dos dados obtidos, apontaria as diretrizes e metas para estes trabalhadores se mantenham saudáveis do ponto de vista da saúde bucal, bem como saúde geral, dentre outras.Deveremos ter regras rígidas para a saúde bucal de trabalha-dores envolvidos com o setor de alimentação - questão de saúde pública - como formas de proteger os consumidores, e também os trabalhadores do setor que estão expostos pela sua atividade. Os índices de cárie são bem maiores do que a população em geral, devido às particularidades da atuação, afetando diretamente a sua saúde. Quem manipula e prepa-ra alimentos tem maior chance de ter problemas dentários do que pessoas que trabalham em outras atividades. Daí a importância da Odontologia do Trabalho, só para citar rapida-mente a área da alimentação e indústria de alimentos.Podemos ver que, tanto o colaborador quanto a população consumidora e a sociedade como um todo, terão ganhos, em se tratando da Implantação da Odontologia do Trabalho nas empresas.No momento, o PL 422/2007, que trata da inserção da Odonto-logia do Trabalho na NR4 do SESMT encontra-se na CTASP, na Câmara dos Deputados e aguarda votação, para após passar

pela CCJC em caráter conclusivo, sem necessidade de passar pelo plenário, para após ir para o Senado.Deveríamos continuar delegando ao Médico do Trabalho a função de examinar a cavidade oral e seus anexos? Que co-nhecimento específico este profissional tem sobre as doenças que acometem principalmente os dentes e as gengivas?Nós, Dentistas do Trabalho, cirurgiões-dentistas, CFO, CROs e demais entidades, como Sindicatos dos Odontologistas, FIO, ABOs, estamos acompanhando e lutando pela aprovação deste projeto, que traz benefícios tanto para as empresas (di-minuição do absenteísmo, aumento da produtividade, dimi-nuição dos acidentes de trabalho) quanto para os trabalhado-res (aumento da autoestima, melhoria da qualidade de vida, melhoria da saúde bucal e geral) e para a sociedade em geral. Convidamos toda a sociedade organizada para se engajar na causa que só trará benefícios a todos.Quanto aos deputados federais que são contra o PL 422/2007 deixo um conselho: façam seu desjejum, almocem e jantem em suas próprias residências, peçam para suas esposas que preparem sua alimentação, pois sua empregada doméstica que não passou pelo crivo do Dentista do Trabalho e não fez um exame admissional odontológico pode apresentar os mes-mos sinais e sintomas descritos acima e podem lhes causar um dano enorme á saúde, além disso, podem faltar ao serviço por desordens de cunho odontológico sem aviso prévio.

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42 abril de 2012

Caso Clínico

Fausto A. ItoDentista Especialista em Anatomia Aplicada da Cabeça (ICB-USP). Membro da Associação Brasileira do Sono. Diretor da ITO Clínica – Ronco e Apneia do Sono (RJ e SP). [email protected]

Márcio Luciano de Souza BezerraNeurologista Especialista em Medicina do Sono (ABS). Diretor da Clínica RioSono (RJ).

Mayra Mayumi KamijiDoutora em Ciências Médicas (USP).

Avaliação multiprofissional e tratamento da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono com o Aparelho ITO

A síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) é caracterizada por episódios repetidos de obstrução das vias aéreas superiores durante o sono

com duração mínima de 10 segundos. É muito frequente em pacientes obesos, com prevalência de 33% para população geral1. O diagnóstico padrão ouro é a polissonografia neu-rológica e respiratória de noite inteira. As intervenções te-rapêuticas mais utilizadas são CPAP e aparelho de avanço mandibular. Os autores apresentam um relato de caso clí-nico com quatro anos de acompanhamento, fundamentado nas recomendações da American Academy of Sleep Medi-cine (AASM), cujo objetivo foi utilizar o Aparelho ITO como opção terapêutica para tratamento da roncopatia primária e da SAHOS moderada.

Caso clínicoO paciente A. F. S., de 60 anos, com 1,68m de altura, pesando 60 kg, e IMC 21,26 kg/m2 procurou por médico Neurologista com queixa de roncos que se intensificaram nos últimos três anos, sem relação com aumento de peso. A sua esposa relata engas-gos frequentes e sono muito agitado ao longo da noite. Durante o dia apresenta sonolência excessiva, irritabilidade, alteração de humor e de memória. O paciente é ex-fumante, normotenso e apresenta-se com boa saúde geral. Negou disfunções sexuais, etilismo, refluxo gastroesofágico e cefaleia ao acordar.Durante a avaliação odontológica, o paciente não apresentou di-ficuldade nos movimentos dinâmicos: lateralidades, retrusão e anteriorização da mandíbula. Medidas antropométricas de circu-ferência de pescoço (CP=38 cm) e de cintura (CC=86,5 cm) foram obtidas. O paciente apresentou 13 dentes em cada arco (figura 1), em boas condições. O teste de Mallampati modificado foi rea-lizado com o paciente sentado, abertura bucal máxima e língua

Figura 1Oclusão: vista frontal.

relaxada (figura 2). Não foi observado hipertrofia de tecidos linfóides. Foi solicitado o preenchimento dos questionários de DTM, Stanford, Epworth e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), além de exames radiográficos complemen-tares, como panorâmica simples (figura 3) e tomografias compu-tadorizadas das vias aéreas superiores (figuras 9 e 10).

Polissonografia de diagnósticoA polissonografia neurológica e respiratória de noite in-teira revelou síndrome da apneia e hipopneia moderada (IAH=27,86/hora), com índice de apneia IA=12,41/h e de hipop-neia IH=15,45/hora e sem alterações no eletroencefalograma

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43abril de 2012

Caso Clínico

Figura 2Mallampati modificado: classe IV.

Figura 4Kit aparelho ITO.

Figura 6Vista frontal com as placas do aparelho ITO ajustadas.

Figura 7Aparelho ITO com quatro anos de uso.

Figura 5Movimento de abertura com dois elásticos em posição.

Figura 3Panorâmica com o aparelho ITO em posição.

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44 abril de 2012

Caso Clínico

(EEG) e no eletrocardiograma (ECG). Índice de movimentos pe-riódicos dos membros inferiores durante o sono PLMS=0,28/hora. Baixa eficiência do sono: 46%. Índice de Microdespertar IM=29,52/hora e Saturação mínima de O2: 70%.

Avaliação das vias aéreas superioresO paciente foi submetido à tomografia computadorizada Feixe Cônico (Cone Beam) com cortes axiais de 1mm de espessura. Foram obtidos cortes sagitais com 2 mm de espessura e com espaço entre eles de 2,0 mm. Reformatações multiplanares utilizando software de tomógrafo computadorizado (Newton 3G) foram realizadas, assim como medidas lineares do condu-to faríngeo sem e com o Aparelho ITO em posição, durante a vigília e paciente deitado. O laudo da videolaringoestroboscopia (trazido pelo paciente) realizada com lente rígida (70º) foi sugestivo de leve laringite inespecífica associada à presbilaringe. Devido à dificuldade de adaptação à máscara nasal e a baixa pres-são sugerida de CPAP, o paciente foi encaminhado para a nossa clínica para iniciar o protocolo para utilização do Aparelho ITO.

Aparelho ITO – Sistema Dinâmico de AçãoÉ composto de duas placas oclusais separadas (figura 4) fabrica-das com resina acrílica termoativada, grampos circunferenciais de fio de aço inoxidável. Elásticos intermaxilares são responsá-veis por articular as placas e realizar a anteriorização mandibular de forma dinâmica, sem restringir os movimentos mandibula-res. O Aparelho ITO permitiu ao paciente movimentação lateral (±1 cm) e abertura (±2,0 cm) (figura 5) com o aparelho e os elás-ticos em posição. Após a finalização dos ajustes e configuração da curva oclusal nas placas do aparelho (figura 6), o paciente foi instruído quanto à utilização, higienização do aparelho e higiene do sono. Consultas clínicas de acompanhamento foram realiza-das a cada 15 dias, durante o primeiro mês e, posteriormente, a cada quatro meses.

Discussão e resultados Fatores, tais como a presença de apneias posicionais e de curta duração, pressão da máscara nasal (CPAP) inferior a 10 cmH2O; IMC<30 kg/m2; IAH<50 eventos/hora; ausência de co-morbidades sistêmicas (hipertensão arterial, doenças neuro-lógicas, insônia, depressão); disfunções do Sistema Estoma-tognático (SEG); interferências oclusais; doença periodontal

Tabela 1. Resultados polissonográficos: CPAP e Aparelho ITO

IAH

IM

Sat. Mínima O2

Eficiência do sono

PLMS

27,86

29,52

70%

46%

0,28

1,32

37,36

94%

35%

31,65

0,58

14,73

89%

77%

0,0

PSG

Diagnóstico

PSG

CPAP

PSG

Aparelho Ito

Valores de referência (AASM, 1995): – índice de apneia e hipopneia/hora de sono (N<5/hora) IM – índice de microdespertar (N<10/hora); Sat.mín. O2 – saturação mínima de oxigênio (N>85%); PLMs – índice de movimentos periódicos dos membros inferiores (N<15 plm/hora).

Tabela 2. Questionários

10

9

0

0

3

0

Pré-tratamentoAparelho ITO Pós-tratamento

Ronco – Stanford

Sonolência – Epworth

DTM

Figura 8Tensiômetro 400gF.

Figura 9Medidas lineares do conduto faríngeo sem o aparelho ITO.

Figura 10Medidas lineares do conduto faríngeo com o aparelho ITO em posição.

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45abril de 2012

Caso Clínico

ativa; hipertrofias linfóides são determinantes para o sucesso da terapia com os aparelhos de avanço mandibular2,3,4.De acordo autores5, o Aparelho ITO foi fabricado com auxílio do articulador semiajustável, a partir da posição de Relação Cêntrica para não invadir o Espaço Funcional Livre (EFL ±3,0mm), permitir selamento labial em repouso e facilitar a adaptação. O Aparelho ITO possibilitou ajuste oclusal nas placas e em todos os grampos circunferenciais de cada elemento dentário para evitar perda de retenção e o deslocamento do aparelho durante o sono. Em fun-ção do sistema dinâmico do aparelho, que permite liberdade de movimentos, não foi observado fratura nem necessidade de repa-ros ao longo dos quatro anos de tratamento (figura 7). Profilaxia bucal e no aparelho foram realizadas durante as sessões clínicas, assim como as instruções de higiene do sono foram reforçadas para evitar hábitos inadequados com relação ao sono e o aumen-to de peso. Durante o período de adaptação (três dias), o paciente se queixou de salivação excessiva3,5,6. Não houve relato de dor nas arcadas, sensibilidade nos dentes, desconforto na articulação temporomandibular (ATM) ou alteração na oclusão durante o pe-ríodo avaliado. Os sinais e sintomas que poderiam indicar descon-forto muscular ou recidiva do ronco foram monitorados durante todo o período de tratamento por meio de avaliação clínica, ajus-tes nas placas do aparelho, substituição dos elásticos intermaxila-res a cada sete dias e reaplicação de questionários DTM, Stanford e Epworth após oito meses de tratamento7,8,9.Segundo autores4 dentre os principais achados obtidos por meio de avaliação física relacionado à SAHOS, estão as clas-ses III e IV do teste de Mallampati modificado (figura 2), o qual é útil para observar a dimensão com que a orofaringe está ex-posta, sendo classificada de I a IV, em função da visualização maior ou menor do bordo livre do palato mole em relação à base da língua. Durante a avaliação do paciente, visualizamos somente parte do palato mole e o palato duro - Classe IV. Não houve necessidade de profilaxia cirúrgica para realizar a polissonografia (PSG) de titulação com CPAP, a qual foi soli-citada devido à quantidade de eventos respiratórios obstru-tivos, dessaturações de oxiemoglobina e sintomatologia do paciente. A pressão média foi de 4,4 cmH2O e máxima de 5,2 cmH2O durante a titulação. O CPAP se mostrou eficiente, po-rém, o fator limitante foi a baixa adesão à máscara nasal, que pode ter refletido na baixa eficiência do sono durante o exa-me. A PSG com o Aparelho ITO foi realizada após dois anos de acompanhamento. Tanto o CPAP quanto o Aparelho ITO apresentaram resultados semelhantes na redução do IAH. O Aparelho ITO eliminou o ronco, diminuiu significativamente o índice de microdespertar e a sonolência diurna, entretanto, assim como o CPAP, não foi capaz de normalizar a eficiência do sono (N>85%) (tabela 1).As tomografias computadorizadas, sem e com o Aparelho ITO em posição, foram obtidas com o paciente deitado, com o plano de Frankfurt perpendicular ao solo e em única sessão, para minimizar erros relativos ao posicionamento da cabeça durante o exame e fatores, como mudança de clima, alergias e condição de saúde do paciente que pudessem interferir na comparação das imagens10. A força de 400g correspondente a dois elásticos intermaxilares (3/16¨, força média), obtida com tensiômetro (figura 8), foi capaz de aumentar linearmente o conduto faríngeo nas regiões retropalatal, retrolingual e na região da epiglote (figuras 9 e 10). Durante o exame, o pacien-te foi orientado a permanecer com a mandíbula relaxada para que os elásticos realizassem o avanço mandibular.

ConclusõesDe acordo com os resultados apresentados, houve norma-lização do IAH (N<5/h), melhora significativa da sonolência excessiva durante o dia (SED) e o ronco foi completamen-te eliminado. O paciente foi cooperador e, assim como sua esposa, ambos ficaram satisfeitos com o tratamento pro-posto com o Aparelho ITO em longo prazo. Mais estudos com tomografias computadorizadas serão necessários para padronizar os métodos de obtenção das imagens, compre-ender melhor as alterações anatômicas provocadas com a anteriorização mandibular e relacionar o aumento linear e do volumétrico das vias aéreas superiores com os resulta-dos polissonográficos.

Referências1. Tufik S, Santos-Silva R, Taddei JA, Bittencourt LRA. Obs-tructive sleep apnea syndrome in the São Paulo epidemiolo-gic sleep study. Sleep Medicine. 2010; 11:441-446.

2. American Academy of Sleep Medicine (AASM). The interna-tional classification of sleep disorders, 2nd Edition: Diagnostic and Coding Manual. 2005 Westchester, Il.

3. Ito FA, Ito RT, Moraes NM, Sakima T, Bezerra MLS, Meirelles RC. Condutas terapêuticas para tratamento da síndrome da resistência das vias aéreas superiores (SRVAS) e da síndro-me da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) com enfoque no Aparelho Anti-Ronco (AAR-ITO®). Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2005; 10:143-156.

4. Kushida CA, Rittner MR, Morgenthaler T et al. Practice pa-rameters for the indications for polysomnography and related procedures: An update for 2005. Sleep. 2005; 28:499-521.

5. Ito RT, Melo AC, Bronzi ES, Ito FA, Yoshida AH, Yoshida N, Sakima T, Aparelho anti-ronco: um enfoque multidisciplinar. Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2000; 5:48-53.

6. Mehta A, Qian J, Petocz P, Darendeliler MA, Cistulli PA. A randomized, controlled study of a mandibular advancement splint for obstructive sleep apnea. Am J Respir Crit Care Med. 2001; 163:1457–1461.

7. Johns MW. A new method for measuring daytime sleepi-ness: the epworth sleepiness scale. Sleep. 1991; 14:540-545.

8. Ito FA, Ito RT, Bezerra MLS, Kamiji MM. Efeito do aparelho bucal de avanço mandibular (Aparelho Ito - Sistema Dinâmi-co de Ação) na síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono: resultado de 36 pacientes. In: XXIV Congresso Brasilei-ro de Neurologia. 2010.

9. Almeida FR, Lowe AA, Sung JO, Tsuiki S, Otsuka R. Long--term sequellae of oral appliance therapy in obstructive sleep apnea patients: Part 1. Cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006; 129:195-204.

10. Kyung SH, Park I, Pae E. Obstructive sleep apnea pa-tients with the oral appliance experience pharyngeal size and shape changes in three dimensions. Angle Orthod. 2004; 75:15-22.

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46 abril de 2012

Caso Clínico

Ronaldo SilvaDoutor em Reabilitação Oral pela FORP-USP. Formação em Implantologia Oral (Brasil-USA), Membro da Academia Americana de Osseointegração. Coordenador Científico do Instituto de Ciência em Implantologia e Reabilitação Oral – Ribeirão Preto (SP).

Fabrício Petersen Q. SilvaEspecialista e Mestrando em Implantodontia – S.L.Mandic (SP). Membro da Academia Americana de Osseointegração. Profissional Associado do Instituto de Ciência em Implantologia e Reabilitação Oral – Ribeirão Preto (SP).

Reabilitação total de maxila e mandíbula utilizando próteses personalizadas em porcelana

A utilização dos implantes dentários apresenta altos índi-ces de sucesso quando são considerados os aspectos referentes à osseointegração. Entretanto, para que a

reabilitação protética seja considerada satisfatória, é neces-sário que os princípios biológicos, funcionais, biomecânicos e estéticos sejam plenamente alcançados1,2.Atualmente, cada vez mais se busca inovação, precisão, ver-satilidade, individualidade para atingir o máximo de qualida-de, personalização e perfeição em tudo o que se faz. Na Odon-tologia e na implantodontia não poderia ser diferente. O objetivo deste artigo é mostrar de uma forma simples e ilus-trada a confecção de próteses protocolo com infraestruturas personalizadas revestidas em porcelana.

Caso clínicoPaciente, 56 anos, possuía seis implantes cone morse (Neo-dent, Curitiba, Brasil), com seis minipilares (Neodent) instala-dos na maxila e na mandíbula, e sobre estes, próteses protoco-lo em uso há dois anos. Procurou atendimento com desejo de ter dentes em porcelana, devido a algumas fraturas da prótese convencional em resina (figuras 1 e 2). Foi proposto como trata-mento a reabilitação total da maxila e mandíbula com próteses protocolo com estruturas personalizadas revestidas em por-celana individualizando alguns dentes. Desta forma garantirí-

amos uma boa resistência das próteses aliada a uma maior na-turalidade e uma reversibilidade para possíveis manutenções.Foram realizadas as devidas moldagens, montagens em ar-ticulador semiajustável e o planejamento reverso através da montagem de dentes de estoque para que pudéssemos de-terminar a dimensão vertical, assim como tamanho e forma de dentes compatíveis aos anseios estéticos do paciente (fi-gura 3). Através desse planejamento, muralhas foram con-feccionadas nos modelos para guiar o desenho e confecção das estruturas personalizadas e até mesmo a aplicação da porcelana. Observar espaços na muralha correspondentes ao revestimento de porcelana que será aplicado (figura 4). Outro detalhe a ser observado é a segmentação dos copings dos elementos dentários através de tubos parafusos (figura 5).As estruturas foram enviadas para prova clínica e radiográ-fica. No momento da prova das infraestruturas é importante avaliar a passividade e a adaptação sobre os intermediários (figura 6). Quando o nível da interface não permite a percep-ção visual, a confirmação deve ser radiográfica. A cor da porcelana para os dentes foi escolhida, assim como a cor da porção gengival. Durante a prova foram realizados a análise estética, o ajuste oclusal e a verificação da porção interna da prótese quanto à higiene, confirmando a anatomia toda convexa.

Agradecemos ao TPD Domingos Faccioli.

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Caso Clínico

Figura 3Planejamento reverso com a montagem e prova dos dentes.

Figura 2Aspecto clínico com os minipilares cônicos.

Figura 4Confecção de muralha para preparo da estrutura e aplicação do revestimento de porcelana conforme o planejamento reverso.

Figura 5Segmentação e individualização dos copings através de tubos parafusos.

Figura 6Prova das estruturas e checagem da adaptação e passividade.

Figura 1Prótese protocolo apresentando fraturas no revestimento de resina.

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48 abril de 2012

Caso Clínico

A utilização dos implantes dentários apresenta altos índices de sucesso quando são considerados os aspectos referentes à osseointegração

Figura 7Instalação da infraestrutura principal com torque de 10N/cm em cada parafuso.

Figura 8Notar a individualização de alguns elementos.

Figura 10Sorriso do paciente e estética obtida.

Figura 11A individualização de alguns elementos permitiu o disfarce de passar o fio dental entre os dentes.

Figura 9Aspecto clínico das próteses instaladas.

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Caso Clínico

Figura 12Placa miorrelaxante para preservação da reabilitação.

Figura 13Radiografia panorâmica de controle.

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Caso Clínico

A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista.Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor.

2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver.

4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento.

6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

10) Os trabalhos, bem como qualquer correspondência devem ser enviados para:Vanessa Navarro ou Vivian Pacca – ODONTO MAGAZINEAlameda Amazonas, 686 – sala G1Alphaville Industrial – Barueri-SPCEP 06454-070

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Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Paccae. [email protected]. + 55 (11) 4197.7507

NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

Na instalação, os parafusos protéticos da infraestrutura principal foram apertados com 10N/cm (figura 7). Em seguida, os copings dos elementos dentários foram cimen-tados com cimento temporário Temp Bond e parafusados através dos tubos parafusos (figura 8). A caracterização permitiu o disfarce de passar o fio dental (figura 9).A prótese instalada e seu efeito no sorriso, no contato com os tecidos e no aspecto radiográfico, podem ser observados nas figuras 10, 11 e 12. Para a preservação do trabalho foi indicado o uso de uma placa miorrelaxante (figura 13).

DiscussãoQuando o paciente tem alta exigência estética e a resistência da prótese também é muito importante, a porcelana aplicada sobre uma infraestrutura é o material indi-cado.O problema mais frequente encontrado em casos de porcelana aplicada sobre estru-turas monobloco é o caso de lascas e até possíveis fraturas3. Esta é uma das razões pela qual a segmentação da estrutura, através de copings parafusados por meio de tubos parafusos, foi utilizada. Desta forma, a reversibilidade é conseguida de uma forma mais efetiva, já que no caso de reparos ou mesmo de novas aplicações o custo de uma peça menor é reduzido. No caso apresentado foi possível segmen-tar a estrutura de tal forma que alguns elementos se tornaram unitários enquanto outros foram unidos em grupos de no máximo dois elementos. Isso possibilitou o efeito “psicológico” ao paciente de poder passar fio dental entre alguns dentes e a satisfação de reproduzir uma condição que só lhe era permitida quando ele tinha sua dentição natural. Desta forma, a personalização da prótese não só garante uma reversibilidade fácil, como também o disfarce de uma condição de dentição natural.Neste caso, oclusão mutuamente protegida e guia canina são preconizadas sem comprometer a biomecânica do sistema. O uso de uma placa miorrelaxante rígida ajuda na preservação do trabalho4.As próteses do tipo protocolo requerem uma higienização de forma cuidadosa. A forma convexa da parte interna da peça é de extrema importância. A porcelana, que foi o material de escolha neste caso, possui uma boa lisura de superfície, evitando a colonização de micro-organismos5.

ConclusãoA reabilitação com implantes osseointegrados e próteses com infraestruturas per-sonalizadas revestidas em porcelana proporcionou a satisfação total do paciente. A previsibilidade do tratamento proposto foi alcançada, assim como a estética e a função mastigatória.

Referências1. Adell R , Lekholm U, Rockller B, Branemark PI. A 15-year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Int J Oral Surg 1981; 10:387-416.

2. Sakka S, Coulthard P. Implant failure: etiology and complications. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2011;16:42-4.

3. Sailer I, Feher A , Filser F, Luthy H, Gauckeler LJ,Sharer P, Franz Hammerle CH. Prospective clinical study of zirconia posterior fixed partial dentures; 3-year follow--up.Quintessence Int 2006;37:685-693.

4. Castellani D.Elements of occlusion. Bologna, Italy: Edizioni Martina, 2000:37-54.

5. Scotti R, Kantorski KZ, Monaco C, Valandro LF, Ciocca L, Bottino MA. SEM eva-luation of in situ early bacterial colonization on a Y-TZP ceramic: a pilot study. Int J Prosthodont.2007;20(4):419-22.

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