odonto magazine nº 45 - outubro/2014

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www.odontomagazine.com.br Profissão cirurgião-dentista Reportagem Educação em Odontologia Entrevista Ano 4 - N° 45 - Outubro de 2014 R$ 20,00

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Apresenta ao profissional de saúde bucal informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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www.odontomagazine.com.br

Profissão cirurgião-dentista

Reportagem

Educação em Odontologia

Entrevista

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R$ 20,00

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Editorial

Valorizem-se!

José Reynaldo FigueiredoMembro de Conselho Científico

Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7732

Publicidade - Gerente ComercialChristian Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7740

Publicidade - Gerente de ContasIsmael Pagani

e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7724

Editora Vanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7734

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7727

Assistente AdministrativoMichelle Visval

e. [email protected]

MarketingTomás Oliveira

e. [email protected]

Analista de MarketingThiago Guedes

e. [email protected]

Assistente de MarketingMichelle Visval

e. [email protected]

DesignersCristina Yumi

e. [email protected]

Carlos [email protected]

Flávio Bissolottie. [email protected]

Web Designer

Robson Mouline. [email protected]

Analista de SistemasFernanda Perdigão

e. [email protected]

SistemasWander Martins

e. [email protected]

Conselho CientíficoAugusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Diego Portes, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre.

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bu-cal informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comerciais e even-tos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. O periódico é distribuído em todo o território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais ins-tituições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Periodicidade: mensalTiragem: 37.000 exemplares

Impressão: Duograf

Alameda Madeira, 53, 9o andar - conj. 92Alphaville - Barueri – SP - 06454-010- + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 4 • N° 45 • Outubro de 2014

A busca pela felicidade é incessante. Vemo-nos, a cada dia, impelidos a encon-trar um modo de ser feliz e aplacar nossos anseios de sucesso e reconhe-cimento. Nossa cultura ensina que feliz é aquele que tem mais, que produz

mais, que acumula mais, mas, infelizmente, vejam a ironia, ela não nos ensina o limite disso. Essa felicidade vem para suprir nossos desejos e vontades. Porém, ao conquistarmos algo, seja no plano material, emocional, nossa ânsia é abrandada, e começamos a correr atrás de outra coisa. É um ciclo vicioso que não tem fim. Quanto mais temos, mais queremos. Você acha que não é assim? Pense no novo iPhone, ou mesmo naquela SUV, que você namora faz tempo. Ou ainda naquele amor não correspondido, aquele que te faz pensar ser o último bombom da caixa.O ponto crucial dessa busca é que, nem sempre conseguimos tudo o que queremos, e aí surge aquele sentimento de decepção, angústia, e pior: a depressão, também conhecida como o mal do século. Segundo a OMS, trata-se da segunda maior causa de perda de qualidade de vida e, no ano de 2020, será tão comum quanto à dor nas costas. Estima-se que no Brasil, mais de 36 milhões de pessoas padecem desse mal.É assim que deve estar se sentindo uma grande parcela dos dentistas desse nosso Brasil. Temos 19% dos dentistas do mundo, mais de 200 faculdades espalhadas pelo país e ainda somos afrontados pelos poderes constituídos com salários aviltantes. Se não bastassem os parcos recursos destinados aos dentistas, às vezes bem distantes dos nossos colegas médicos, vejam a que ponto chega os valores pagos por certos “convênios odontológicos”.Recebi um convite para me cadastrar em um desses, que pagava a ‘bagatela’ de R$23 por uma exodontia. Fiz as contas, eliminei quaisquer resquícios que pudessem ser considerados de luxo e não consegui chegar a uma explicação para tão baixo valor. Ah, não vale trabalhar sem luva, reutilizar a agulha e suturar com linha roubada da caixinha de costura. A conta não bate! Talvez se deixarmos de pagar o aluguel, a auxiliar... Bem, nem assim. O borracheiro que tem perto de casa cobra o conserto do furo no pneu R$25, faz o serviço em 10 minutos e não me dá recibo. Se contarmos o imposto que incide em nossos rendimentos, vamos pagar para trabalhar. Não pense que o valor pago por uma restauração salvará o leite das crianças. Esse convênio paga R$18. Você pode estar pensando: “Mas isso não acontece comigo, tenho uma clientela diferenciada e não atendo convênios”. Pois bem, compare os preços de seus procedimentos com aquele salão de beleza perto do consultório, aquele que a ‘mulherada’ gasta, em média, em São Paulo, R$65 por semana, para fazer as unhas do pé e da mão. No mês são R$260. Sem contar gastos com cortes, penteados e maquiagens (essas informações são frutos de conversas com as pacientes do consultório). Claro que as prestigiosas classes das cabelereiras e borracheiros também merecem ser dignamente recompensadas por seus esforços e estudos. Mas, e nós, dentistas? Como ficamos?Talvez a felicidade não seja buscar, cada vez mais, rios de dinheiro e o consultório lotado o dia inteiro. Nietzsche, o pensador alemão, dizia que os gregos antigos compreendiam o sofrimento da existência humana e, por isso, criaram uma sociedade baseada no princípio do equilíbrio: nada em demasia, como forma de combater todos os nossos instintos e paixões. Mas, vamos combinar: R$23 por uma exodontia não dá para aceitar, muito menos ser feliz. Caros colegas dentistas, neste mês em que comemoramos o nosso dia, conclamo-os: valorizem-se!

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Reportagem Profissão cirurgião-dentista

EntrevistaEducação em OdontologiaCarlos Eduardo Allegretti

Ponto de vista Lesões bucais e a importância do autoexameAntônio Fernando Pereira Falcão

Colunistas MarketingÉber Eliud Feltrim

EstomatologiaRhayany Lindenblatt Ribeiro

Casos Clínicos

All-on-four com implantes de alta performanceThiago de Oliveira Tomaselli, Márcio Buffoni D’Ávila e Silva, José Pedro Issy Júnior, Rafael Malagutti Ferreira e Ricardo Moreno Bonilha Neto

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Editorial

Programe-se

1ª Conferência Odonto Magazine

Odontologia Segura

Produtos e Serviços

SumárioOutubro de 2014 • Edição: 45

4 Outubro de 2014

Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem,

obrigatoriamente, a opinião deste periódico.

Restabelecimento estético anterior: clareamento, facetas e coroas em cerâmicaMariana Veras Godeiro, Daniel Galafassi e Fernando Mandarino

Normas para publicação

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6 Outubro de 2014

Programe-se

Outubro12º CIOMIG - Congresso Internacional de Odontologia de Minas Gerais8 a 11 de outubro de 2014Com o tema “O que nós conhecemos, o que pensamos que conhecemos e o que não conhecemos”, o evento reunirá re-nomados profissionais da Odontologia.

Belo Horizonte – [email protected]

II Simpósio Brasileiro de Mínima Invasão em Odontologia10 de outubro de 2014Um encontro com grandes especialistas da Odontologia. O evento homenageará a re-nomada Dra. Maria Fidela de Lima Navarro.

São Paulo - SPwww.institutodacabeca.com.br/curso_sim-posio2014.php

III Assembleia Nacional das Especialidades Odontológicas13 e 14 de outubro de 2014A III ANEO, promovida pelo Conselho Federal de Odontologia - CFO, tem como objetivo a atualização das Normas Ge-rais do Conselho Federal de Odontologia sobre as especialidades. As discussões abordarão temas, como o estágio atual da pós-graduação em Odontologia, além das áreas e abrangências das especialidades odontológicas, com possibilidade de re-conhecimento de novas especialidades.

São Paulo – SPwww.cfo.org.br

1º Symposium Dentsply20 de outubro de 2014O evento contará com grandes nomes da Odontologia internacional e nacional para discutir novas práticas e tendências nas áreas de Estética e Restauração, Endo-dontia, Implantodontia e Ortodontia, além de abordar temas atuais, como gestão e marketing para o seu consultório.

São Paulo - SPwww.vantagensreais.com.br/produtos/eventos/symposium

Jornada Odontológica Científica Acadêmica – JOCA22 a 25 de outubro de 2014O evento, promovido pela UNIP, está em sua 19ª edição, e proporcionará uma programação de palestras com reno-mados professores; apresentações de trabalhos pelos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação, nas cate-gorias: painel científico e fórum clínico; espaço para empresas expositoras, que trarão as mais recentes novidades no mercado odontológico; e também ativi-dades sociais.No último dia do evento, os participan-tes poderão usufruir, mediante inscrição a parte, do ‘Gestão em Foco’, palestras ministradas por grandes profissionais de Gestão e Marketing Odontológico. Esse encontro conta com o apoio da Odonto Magazine.

São Paulo - SPwww.souodontounip.com.br

XI Encontro Internacional da Academia Brasileira de Osseointegração23 a 25 de outubro de 2014O ABROSS 2014 tem como tema “Im-plantodontia – casos reais para uma práti-ca mais segura”, cuja programação ofere-ce seis cursos internacionais de imersão, com quatro horas cada. Já no Grande Auditório, estão confirmados outros seis módulos de atualização clínica, tendo co-meço, meio e fim, e envolvendo mais de 20 outros pesquisadores clínicos.Em um terceiro auditório acontecerá o Corporate Session, espaço exclusivo para 16 empresas mostrarem melhor as aplicabilidades de seus sistemas e su-porte clínicos.Fechando as atividades planejadas, mais de 50 empresas ligadas à Osseointegra-ção na ExpoAbross 2014 oferecerão no-vas tecnologias e produtos clássicos para a especialidade.

São Paulo – SPwww.inpn.com.br/abross2014

XIX Jornada da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica

23 a 25 de outubro de 2014Com o tema “Avanços e perspectivas nas imagens odontológicas”, o evento visa auxi-liar na identificação de problemas, propondo soluções para o dia-a-dia dos especialistas. “Diante de tantos desafios: alguns recen-tes, outros mais antigos, o que teremos é como fazer para continuar cumprindo a mis-são, ao mesmo tempo em que almejamos o fortalecimento deste setor”, esclarece a presidente do evento, Dra. Marcia Gabriella de Barros.

Vitória - ESwww.jabro2014.com.br

CIOBA - Congresso Internacional de Odontologia da Bahia29 de outubro a 1 de novembro de 2014O evento, que será realizado na capital baia-na, contará com a presença de grandes no-mes da Odontologia nacional e mundial.

Salvador – BAwww.abo-ba.org.br

Novembro20º Congresso Internacional da SBOE5 a 8 de novembro de 2014O congresso discute a Odontologia Esté-tica e os detalhes que fazem a diferença. Além de contar com renomados palestran-tes nacionais e internacionais, o evento traz o que há de mais moderno no merca-do através da feira comercial.

Florianópolis - SCwww.sboe.com.br

III CIATESB – Congresso Internacional de Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal15 e 16 de novembro de 2014Serão dois dias inteiros de conferências e interatividade prático-demonstrativas, além das conferências nacionais e inter-nacionais de grande expressão, concurso de painéis científicos, feira de exposição e o evento social para os congressistas, a famosa balada CIATESB.

São Paulo – SPhttp://ciatesb.com.br

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8 Outubro de 2014

Encontro da Odontologia Estética

Com o tema central “Odontologia Estética”, o primeiro evento assinado pela revista reuniu profissionais de saúde bucal e alunos para um encontro com grandes nomes da Odontologia.A conferência contou com seis palestras. Quatro aulas foram estritamente direcionadas a Odontologia Estética, uma palestra sobre marketing odontológico e uma aula esclarecedora sobre biossegurança na Odontologia.O período da manhã foi contemplado com três das seis palestras programadas. O Dr. Diego Portes, cirurgião-dentista habilitado em laserterapia, abriu o evento com chave de ouro. Com o tema “Clareamento dental e laserterapia na estética orofacial”, o palestrante prendeu a atenção de todos os participantes com a discussão sobre laser, LED e Terapia Fotodinâmica (PDT). Foram apresentados as características e benefícios de cada procedimento. Sobre o LED, Diego frisou que utiliza o da cor azul para realizar clareamento dental. “A luz vai agir para acelerar o processo de clareamento, mas é preciso saber trabalhar, utilizar o protocolo

corretamente”. O especialista ainda defendeu que “a luz LED acelera a quebra de pigmentos. É preciso ter em mente que o que causa sensibilidade é a concentração do peróxido de hidrogênio”. A utilização do laser em Odontologia foi muito bem detalhada pelo profissional, que dissertou sobre os dois tipos utilizados no consultório, suas funcionalidades, efeitos terapêuticos e contraindicações - que são ínfimas. “Luz é energia. Na laserterapia, eu vou dar energia para aquela célula que está carente. A prática é terapêutica”, explicou. Dr. Diego ainda ilustrou a aula com a apresentação de diversos casos clínicos, apontando os benefícios da laserterapia em feridas, como aftas e mucosites. A aula foi brilhantemente finalizada com a apresentação dos mecanismos de ação e do protocolo de aplicação da terapia fotodinâmica (PDT).“A importância da plástica gengival na Odontologia Estética” foi discutida logo na sequência, pelo mestre e especialista em Periodontia, Dr. Eduardo de Mesquita Sampaio.

São Paulo foi o palco da 1ª Conferência da Odonto Magazine, realizada em 20 de setembro, nas dependências do Mercure Hotel Jardins.

Por: Vanessa NavarroImagens: Thiago Guedes

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Dr. Sampaio iniciou a apresentação discutindo a definição de estética, refletindo sobre essa busca frenética pela beleza. E enfatizou, de maneira clara e objetiva, a importância da fotografia digital no consultório odontológico. “A máquina fotográfica deve fazer parte dos instrumentos essenciais dentro do nosso ambiente de trabalho”. O também especialista em Implantodontia falou sobre a relevância da Periodontia na longevidade dos tratamentos restauradores estéticos; a cirurgia plástica periodontal integrada da reabilitação oral estética; além de o valor da higiene oral no pós-operatório imediato e na proservação dos tratamentos estéticos.Com a demonstração de diversos casos clínicos, o especialista explicou que beleza na Periodontia é saúde na Periodontia. “A gengiva delimita o cumprimento máximo da coroa dentária”.O palestrante encerrou a aula defendendo que a beleza possui difícil definição, mas é altamente perceptível. A terceira palestra do período da manhã ficou por conta do expert em marketing odontológico, Dr. Éber Feltrim. O cirurgião-dentista e também mestre em Gestão de Marketing Estratégico falou sobre os cuidados e a necessidade de reposicionamentos dos consultórios e clínicas para obter sucesso no segmento.

Dr. Éber iniciou a apresentação afirmando que Marketing também deve ser considerado como uma técnica para o profissional de Odontologia, e uma técnica que não se aprende na faculdade e nas escolas do Brasil. O especialista enfatizou que, ao contrário do que muitos profissionais pensam, apenas 9% dos pacientes se preocupam com o valor de consultas e/ou procedimentos. A técnica também não é algo referenciado por eles, afinal, ter técnica é a obrigação do profissional de saúde bucal. “O cliente busca, na verdade, uma relação saudável dentista-paciente”, explica.O gestor ainda apresentou, com detalhes, os fatores determinantes para o sucesso do profissional. “A qualidade técnica, a percepção de valor e o gerenciamento adequado garantem uma grande taxa de êxito”. Mas lembrou, sabiamente, que o dentista precisa ter um negócio e não ser um negócio, não esquecendo, jamais, que o trabalho é realizado com pessoas e não apenas com dentes. Após o almoço, os inscritos acompanharam mais três palestras.Glauco Furlan, que atua no desenvolvimento de produtos inovadores para melhorar a qualidade de vida das pessoas, abordou os novos métodos no auxílio à higiene oral diária,

1ª Conferência Odonto Magazine

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11Outubro de 2014

1ª Conferência Odonto Magazine

apresentando recentes estudos que trazem as melhores práticas para limpeza interdental e gengival.O economista e CEO da JETPIK falou sobre os benefícios do fio dental inteligente na higiene bucal da população. Ressaltando a importância da saúde oral na qualidade de vida. “Atualização em Biossegurança e Esterilização em Odontologia” foi o tema apresentado pela renomada cirurgiã-dentista e biomédica, Dra. Lusiane Borges, que falou sobre a legislação sanitária vigente, a importância da imunização da equipe, as doenças de risco, os acidentes com material biológico e as possíveis notificações.A cirurgiã-dentista ainda destacou a relevância da utilização dos equipamentos de proteção individual, os famosos EPIs, para a proteção do profissional e do paciente. Em um bate-papo muito produtivo, a especialista em Microbiologia e em Controle de Infecção em Saúde dissertou sobre a infecção cruzada, ressaltando sempre a importância da higienização corretas das mãos. A questão da vacinação do profissional também foi discutida no decorrer da palestra. “É extremante importante ter, por exigência da ANVISA, a carteirinha de vacina - ou a cópia autenticada - de todos os profissionais envolvidos no trabalho odontológico”, enfatizou. A última aula foi ministrada pelo cirurgião-dentista Dr. José Carlos Garófalo. O profissional, que é referência da Odontologia Estética

no Brasil e no mundo, falou sobre “Os avanços da Odontologia Estética Brasileira: a era das lentes de contato”. O palestrante apresentou, com maestria, as características, indicações e limitações das lentes de contato e dos laminados cerâmicos, ressaltando a busca por tratamentos estéticos com mínima invasão. O especialista ainda lembrou que, hoje, a Odontologia estética restauradora trabalha com previsibilidade de resultados, tornando possível apresentar ao paciente o seu futuro sorriso. A importância da fotografia e do trabalho do técnico foi mencionada a todo o momento. O especialista em Dentística Restauradora e Estética apresentou diversos casos clínicos de sucesso, e lembrou que o dentista tem a capacidade de devolver a vontade de sorrir. “A nosso profissão é gratificante para o dentista e para o paciente”, finalizou. Nos intervalos das apresentações, foram sorteados diversos prêmios, entre eles: um Profi Neo Dabi Atlante, composto de ultrassom e jato de bicarbonato, projetado para a remoção do biofilme mineralizado e do biofilme não mineralizado; três JETPIK; um Kit Cobra LED Ultra Vision da Gnatus, com exclusivo sistema de iluminação capaz de evidenciar materiais resinosos; cinco cestas de produtos odontológicos da Dental Gutierre e três kits químicos da DMC. Todos os inscritos foram presenteados com produtos das empresas parceiras: Colgate, Johnson & Johnson e Curaprox.

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Odontologia Segura

Outubro de 2014

Odontologia Segura

Ebola em pauta

Lusiane BorgesBiomedicina - UNISA / UNIFESP. Odontologia – UMESP. Especialização em Microbiologia – Faculdade Oswaldo Cruz. Especialista em Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP. MBA em Esterilização - FAMESP. Pós-Graduanda em  Prevenção e Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos de ASB/TSB desde 2000. Membro do Conselho Científico da Odonto Magazine, São Paulo. Autora-coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”. Consultora em Biossegurança em Saúde – Biológica. Consultora Científica da Oral-B, Fórmula & Ação, Sercon/Steris e outros. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention), EUA. Responsável pelo site www.portalbiologica.com.br.

O Ebola é uma febre grave - do tipo hemorrágica - transmitida por um vírus do gênero Filovirus, altamente infeccioso, que desenvolve seu ciclo em animais.

Há cinco espécies diferentes desse vírus, que recebem o nome dos locais onde foram identificados: Zaire, Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último não foi identificado em humanos.A doença é classificada como uma zoonose. Embora os morcegos frutívoros sejam considerados os prováveis reservatórios naturais do vírus Ebola, ele já foi encontrado em gorilas, chimpanzés, antílopes e porcos. Os especialistas defendem a hipótese de que a transmissão dos animais infectados para os seres humanos ocorre por meio do sangue e de fluidos corporais, como sêmen, saliva, lágrimas, suor, urina e fezes.Daí em diante, o vírus Ebola pode ser transmitido pelo contato direto entre as pessoas, pelo uso compartilhado de seringas e, por incrível que pareça, até depois da morte do hospedeiro. Ou ainda, caso o paciente tenha sobrevivido, o vírus pode persistir ativo em seu sêmen durante semanas. Possivelmente, uma das razões para ser tão mortal e resistente é que compromete o sistema de defesa do organismo.Surtos de Ebola atingiram países da África em 1995, 2000, 2007, mas foram controlados. O surto de 2014 atinge Guiné, Serra Leoa e Libéria e já há casos confirmados na Nigéria. A Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou estado de “emergência sanitária mundial”, com o objetivo de conter o vírus e barrar surto de Ebola, o maior de que se tem conhecimento até agora.

Sintomas Os primeiros sinais da doença são: febre, dor de cabeça muito forte, fraqueza muscular, dor de garganta e nas articulações, calafrios. Esses sintomas aparecem, de forma abrupta, depois de cinco a 10 dias do início da infecção pelo vírus. Com o agravamento do quadro, outros sintomas aparecem: náuseas, vômitos e diarreia (com

sangue), garganta inflamada, erupção cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor no peito e no estômago, insuficiência renal e hepática, hemorragia interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto.O período de incubação dura de dois a 21 dias. Os sinais e sintomas variam de um paciente para outro.

DiagnósticoUma das dificuldades para estabelecer o diagnóstico precoce da doença provocada pelo vírus Ebola é que, no início, os sintomas podem ser confundidos com os de enfermidades como gripe, dengue hemorrágica, febre tifoide e malária. O levantamento da história do paciente - se esteve exposto a situações de risco e o resultado de testes sorológicos e o isolamento viral - é fundamental para determinar a causa e o agente da infecção.Diante da possibilidade de um indivíduo ter entrado em contato com o vírus, ele deve ser isolado e os serviços de saúde precisam ser notificados.

Tratamento Não existe tratamento específico para combater o vírus, que infecta adultos e crianças, sem distinção. Não existe vacina contra a doença, mas já foi testada uma fórmula em macacos, morcegos e porcos-espinhos que mostrou resultados positivos nesses animais.O único recurso terapêutico contra a infecção causada pelo Ebola é oferecer medidas de suporte, como reposição de fluidos e eletrólitos, hidratação, controle da pressão arterial e dos níveis de oxigenação do sangue, além do tratamento das complicações infecciosas que possam surgir.Algumas medidas são fundamentais para evitar o contato com o vírus Ebola, como forma de prevenir a infecção e evitar a disseminação da doença:» Lavar as mãos com frequência com água e sabão. Se não for

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Odontologia Segura

possível, utilizar o álcool gel.» Procurar evitar lugares que facilitem a exposição ao vírus Ebola.» Evitar contato com indivíduos infectados. Quanto mais avançada a doença, maior a concentração

de vírus e mais fácil o contágio.» Utilizar vestimentas de proteção, como macacões e botas de borracha, aventais, luvas e máscaras

descartáveis e protetores oculares, sempre que tiver de lidar com os pacientes. Sob nenhum pretexto utilizar Instrumental médico-odontológico metálico sem reprocessamento de esterilização.

» Comer somente alimentos de procedência conhecida.» Lembrar que o corpo do paciente infectado oferece risco de contágio mesmo depois da morte.O vírus pode se tornar endêmico na população da África Ocidental e provocar, nos próximos anos, surtos esporádicos desta doença - especialmente na Libéria, onde os casos e mortes aumentam de forma exponencial. Este é o cenário concebido por cientistas da OMS e do Imperial College London, após analisarem a evolução da epidemia.Analistas de distintas instituições que participaram de estudos recentes consideram que se, de maneira geral, uma pessoa infectada contagia outras duas nesta epidemia, isto ocorre porque a via de transmissão é unicamente por meio do contato direto com fluidos corporais.Especialistas declaram que a expansão da epidemia continua e que o vírus pode se tornar endêmico. É necessário, desta forma, um maior esforço na implementação das medidas de controle e o rápido desenvolvimento e provisão de remédios e vacinas.Um dos resultados mais relevantes é que, se as medidas de controle do Ebola não forem reforçadas imediatamente, haverá mais de 20 mil infectados entre o final de outubro e o início de novembro.Estudiosos declaram que não se pode descartar a possibilidade de uma mutação do vírus do Ebola que mude seu modo de contágio.A situação é bastante preocupante, e não se restringe a uma região do mundo. É um risco global.Mais informações podem ser obtidas no site www.portalbiologica.com.br.Até a próxima!

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Produtos e Serviços

Contra a hipersensibilidade dentinária

Saúde bucal dos adolescentesA escova Curaprox CS Smart foi desenvolvida para a higiene oral dos adolescentes. “Ela é indicada para ser utilizada entre sete e 15 anos de idade, pois atende às necessidades desse público, que precisa de um produto específico que se adapte perfeitamente ao arco dental, a fim de garantir a higienização correta e a desorganização da placa bacteriana”, comenta o cirurgião-dentista e Professor, Mestre e Doutor em Odontologia pela USP, Hugo Lewgoy. A nova escova possui um cabo mais curto, uma cabeça mais compacta e 7600 cerdas de Curen® com filamentos de 0,08mm de diâmetro do tipo ultramacias e, além de tudo, há 12 opções de cores diferentes. Essas são características que proporcionam uma escovação totalmente efetiva sobre a placa bacteriana, sem provocar abrasão do esmalte e sem machucar as gengivas em longo prazo.A composição da escova é extremamente segura para os jovens. Ela contém um cabo octogonal, resistente, que facilita a escovação em um ângulo de 45 graus, além de absorver pressões excessivas durante o ato da escovação, que é muito comum na faixa etária mencionada. Além disso, as cerdas são do tipo ultramacias e possuem uma ação seletiva sobre a placa bacteriana.www.curaprox.com.br

G.H.F. Dessensibilizador está indicado para o tratamento de hiperestesia dentinária, principalmente na região de colo; para aplicação sob restaurações; na prevenção de sensibilidade pós-operatória; antes da realização de moldagens, em pacientes com relatada sensibilidade ao frio; após procedimentos de raspagem e alisamento radicular; para reduzir o acúmulo de placa bacteriana; e para reduzir a progressão do desgaste cervical, causada por abrasão e erosão. O mecanismo de ação do produto G.H.F. Dessensibilizador está na redução ou eliminação da hipersensibilidade dentinária, por meio da obliteração dos túbulos dentinários e redução da permeabilidade dentinária. Seus principais componentes (Glutaldeído e HEMA- Hidroxietil metacrilato) reagem com as proteínas dos túbulos dentinários, selando e prevenindo o movimento de fluidos em seu interior, consequentemente, impedindo a sensação dolorosa. O glutaraldeído tem sido relatado, em numerosos estudos clínicos, com o propósito de reduzir a hipersensibilidade dentinária, por meio do bloqueio das aberturas tubulares, precipitando as proteínas e fixando o colágeno da dentina. O componente reage com os grupos do nitrogênio do colágeno dentinário para formar compostos hidroxialcalinos, os quais, por sua vez, reagem com o grupo hidroxila do HEMA e cobrem a superfície dentinária. O glutaraldeído apresenta também propriedade de desinfecção química, agregando vantagens para preparações prévias às restaurações. www.biodinamica.com.br

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20 Outubro de 2014

Produtos e Serviços

Sorriso mais brilhante A linha de produtos para clareamento dental de Oral-B apresenta duas novidades: o creme dental Oral-B 3D White Luxe e a escova Oral-B 3D White Luxe Pro-Flex. Os novos produtos vão compor o portfólio da marca, que já conta com creme, escovas e as tiras branqueadoras Oral-B 3D Whitestrips.O creme dental Oral-B 3D White Luxe branqueia os dentes, removendo 90% das manchas superficiais em apenas cinco dias e proporciona dentes mais brilhantes desde a primeira escovação. Além de eliminar as manchas dos lugares mais difíceis de serem alcançados, o creme fortalece e recompõe o esmalte danificado, protegendo contra futuros danos.Já a escova Oral-B 3D White Luxe Pro-Flex oferece tecnologia superior com dois lados flexíveis, que se ajustam, individualmente, aos dentes e gengivas, para melhor alcance e remoção de placa bacteriana. A escova conta ainda com cerdas exclusivas polidoras de borracha, que também ajudam a remover 90% das machas superficiais, proporcionando um sorriso mais branco e saudável.www.oralb.com/brazil/

Tecnologia e inovaçãoCom design compacto e interface de fácil utilização, a Gantus apresenta o Endus (localizador apical) e o Endus Duo (motor elétrico e localizador apical).O localizador apical Endus é um equipamento de simples manuseio, com uma interface de fácil aplicação e extremamente preciso, oferecendo mensurações altamente sensíveis, com medidas a cada 0,1 mm e avisos sonoros frente à aproximação do ápice.O Endus Duo é voltado para a instrumentação automatizada de condutos radiculares com localizador apical acoplado, proporcionando ao profissional uma limpeza efetiva, ágil e com resultados satisfatórios.Ambos possuem funcionamento independente da presença de líquidos (eletrólitos, sangue, soro fisiológico e outros produtos químicos) dentro do condutor radicular, não sofrem interferências das estruturas anatômicas adjacentes ao dente, entre outras funcionalidades, também oferecem menor tempo para a obtenção do trabalho.O Endus Duo é indicado para a instrumentação e preparo de canais radiculares durante tratamento endodôntico, facilitando a remoção total do tecido pulpar, limpeza e instrumentação do conduto radicular.www.gnatus.com.br

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22 Outubro de 2014

Produtos e Serviços

Polimerização ultrarrápida

A TDV amplia seu portfólio com o lançamento de Resinlay Speed, uma resina autopolimerizável (pó/líquido) desenvolvida para confecção de coroas e pontes provisórias. Com uma polimerização ultrarrápida, permite ao profissional confeccionar provisórios em apenas oito minutos.Além da agilidade e praticidade, o líquido com crosslink garante maior resistência à abrasão e fratura, menor sorção de água e excelente estabilidade de cor. As duas apresentações, pó (25gr) e líquido (30 ml), contêm pigmento fluorescente que proporciona uma aparência natural similar ao esmalte dental. Resinlay Speed está disponível em oito cores que podem ser misturadas, aumentando as opções de tonalidades para atender a estética desejada. O lançamento permite o uso de forma direta ou indireta e atende aos requisitos da ISO 22112, assegurando resultados de alta qualidade.www.tdv.com.br

Sirona apresenta C8+O C8+ é um conceito de equipamento modular, baseado em opções que permitem configurar, por completo, consultórios odontológicos com instrumentos de qualidade para a boa atividade do dentista e bem-estar do paciente.

O sistema de tratamento do C8+ integra, desde o micromotor, passando pela peça de mão para jato de bicarbonato, o ultrassom com luz, o sistema de câmera

intraoral até o negatoscópio, o que oferece facilidade e possibilita um ótimo fluxo de trabalho. Possui, também, um refletor com duas opções de luz:

uma LED e outra halógena, que proporcionam uma ótima iluminação da cavidade oral. Outros benefícios estão no fato de que, todas as funções

também podem ser controladas pelo pedal e pelo painel de comando e, no sistema de desinfecção integrado, que satisfaz as mais altas exigências para higienização e atende as normas de biossegurança.O equipamento está disponível em várias versões e pode ser adaptado de acordo com a necessidade do profissional. “O principal diferencial do C8+ está em oferecer a configuração necessária a cada método de trabalho. Com um único equipamento, é possível eleger um variado número de opções. Por exemplo, você pode escolher trabalhar com instrumentos suspensos ou do tipo ‘colibri’. Ou, então, trabalhar do lado direito ou esquerdo da cadeira. Não é preciso mudar de equipamento, simplesmente o configura para

que cumpra da melhor forma a sua função”, explica Marcos Araújo, Gerente Comercial de CT & Instrumentos, da Sirona Brasil.

Ergonomia e conforto ao paciente são outros atributos do equipamento. Com a tecnologia MultiMotion, o apoio de cabeça mantém a cabeça

do paciente saudável, relaxada e sempre na mesma posição, sem a necessidade de reajustes. O encosto e o assento trabalham em movimento,

o que impede o estiramento e a compressão da coluna vertebral do paciente.www.sirona.com.br

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ReportagemReportagem

Com um mercado altamente concorrido, existe a real necessidade da capacitação constante

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25Outubro de 2014

Reportagem

Profissão cirurgião-dentistaPor: Vanessa Navarro

Conhecida desde antes de Cristo, a Odontologia busca, hoje, mais respeito e a valorização no mercado de trabalho.

Reportagem

Problemas relacionados à saúde bucal são datados desde antes de Cristo. O relato mais antigo refere-se a “lenda do verme”, mencionada entre o período de 5000 e 3500, da época citada. O

famoso código de Hamurabi (2300 – 2250 a.C.) também referenciou, tempos mais tarde, problemas dentários e prática terapêutica.Francisco Xavier Paranhos Coêlho*, mestre em Odontologia e presidente do Conselho Regional de Odontologia da Bahia – CROBA, conta-nos que, segundo dados históricos, várias civilizações antigas deram suas contribuições para a Odontologia, entre elas: a egípcia, a grega e a romana. Os achados mais importantes foram encontrados nos sarcófagos de povos fenício e etrusco, com dentes de animais ou até mesmo de humanos, que foram adaptados, por meio de fios ou anéis de ouro, nos remanescentes dos dentes de múmias. No período, acreditava-se que o sol curava todas as doenças, inclusive a cárie.As pessoas dispostas a cuidar da saúde bucal contavam com instrumentais rudimentares e adaptados para exercer a função sem embasamento científico. “As exodontias eram mais frequentes, passando por adequações com base na anatomia dos dentes e sua aplicação, este fato ocorreu a partir de 1700 d.C. O ‘pelicano’ foi o fórceps mais utilizado e com características mais corretas para sua função”, elucida Francisco.As primeiras instituições de ensino surgiram no ano de 1249. Estavam entra elas a Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, criada por William of Dunham. “A figura do dentista apareceu na pessoa de Pierre Fauchard (1678-1761), médico francês que produziu e publicou, em dois volumes, sua obra-prima “Le Chirurgien Dentiste”, em 1728, tornando-se o Pai da Odontologia. Em 1746, o dentista francês Claude Mouton publicou o primeiro trabalho sobre prótese, descrevendo sobre facetas para dentes anteriores e grampos para próteses parciais. O dentista Lecluse, em 1754, confeccionou uma alavanca para extração dos terceiros molares. Philip Pfaff, em 1756, ensinava, em seu primeiro livro da Odontologia alemã, a realizar preparos de modelos de gesso para confecção de prótese dentária e a utilizar o capeamento pulpar. Cabe lembrar que o uso de dentes de porcelana ocorreu no final do século”, conta o também doutor em Odontopediatria.A história ainda afirma que o atendimento era realizado na residência do próprio dentista e, logo depois, surgiram os primeiros consultórios, coincidindo com o surgimento da primeira cadeira odontológica, nos Estados Unidos, desenvolvida pelo dentista Philip Pfaff, entre os anos de 1790 e 1812.Com a percepção da necessidade de métodos preventivos, as técnicas, meios e métodos de higiene bucal passaram por grandes transformações. “George Green foi o responsável pela criação do primeiro motor elétrico, sendo introduzido no mercado pela companhia S. S. White. No final de 1800, o americano C. Edmund Kells modernizou o consultório odontológico, usufruindo da

eletricidade. A primeira cadeira totalmente metálica foi fabricada em 1871, mas a de madeira ainda fazia parte da rotina dos consultórios”, explica o cirurgião-dentista. Francisco expressa que, no ano de 1884, alemão Carl Koller descobriu a anestesia tópica a base de cocaína. O sugador, inicialmente, era acionado pela passagem de água, mas foi modernizado e introduzido em 1882. Ivor Norlén, da Suécia, em 1956, patenteou a turbina a ar. O equipamento atingia velocidade de 70.000 rotações por minuto (rpm), enquanto Page-Chaves, em 1958, introduziu a peça de mão, com o objetivo de funcionar com a velocidade em torno de 10.000 rpm.Hoje, os profissionais de saúde bucal contam com equipamentos odontológicos modernos, mais confortáveis e anatômicos, obedecendo às normas da ergonomia, oferecendo facilidade e boas condições de trabalho para o profissional. “As técnicas contemporâneas e o conhecimento ainda mais científico das doenças bucais e dos materiais odontológicos resultaram em uma Odontologia moderna, menos invasiva e mais preventiva e/ou interceptativa. Os dentistas têm a oportunidade de realizar procedimentos mais conservadores e materiais mais biocompatíveis”, comemora Francisco.O doutor em Odontopediatria e também especialista em Ortodontia e Ortopedia Funcional ressalta que, com técnicas mais apuradas, equipamentos e instrumentais mais adequados e materiais odontológicos biocompatíveis e propriedades melhoradas, a Odontologia se viu, cada vez mais, na necessidade de oferecer a população serviços especializados, com objetivo de promover ou restabelecer a saúde. “Os cirurgiões-dentistas começavam a atuar em áreas mais específicas. Desta forma, estes profissionais se tornaram especialistas nas suas áreas. Foi neste momento, que surgiram os cursos de especialização”, explica. A ânsia por mais conhecimento foi o grande estopim para que os profissionais percebessem a necessidade de criar as especialidades dentro da Odontologia, com tecnologia mais específica e aprofundada. Hoje, o Brasil concentra 19% dos dentistas de todo o mundo, e possui, coincidentemente, 19 especialidades aprovadas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO).Além dos 19 segmentos da Odontologia, já aprovados pelas autoridades em saúde bucal, o panorama atual aponta para novas especialidades aguardando aprovação, fato que confirma a importância do processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento na Odontologia brasileira. “No momento, a Odontologia vive uma discussão sobre novas especialidades. Acredito que estudos devam ser realizados para dar embasamento teórico-científico para definição de novos segmentos. É pertinente a criação de momentos de discussão, momentos estes que estão sendo promovidos pelo CFO, para que a decisão seja tomada de forma consciente e documentada”, afirma Francisco.

Dr. Francisco Xavier Paranhos Coêlho Simões é professor Adjunto da EBMSP e UESB; doutor em Odontopediatria; mestre em Odontologia; especialista em Ortodontia e Ortopedia Funcional e presidente do Conselho Regional de Odontologia da Bahia – CROBA.

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Reportagem

Odontologia brasileiraCom mais de 250 mil cirurgiões-dentistas devidamente cadastrados, a Odontologia no Brasil pode ser considerada uma das melhores do globo. Os cursos de graduação de Odontologia, hoje, permitem práticas adequadas à realidade de cada região, promovendo ações e programas preventivos para a redução do índice de cárie e passando informações de prevenção, além da execução de procedimentos curativas, quando for o caso. “Os profissionais procuram estar capacitados, realizando cursos de aperfeiçoamento e/ou especialização para dar melhor atendimento para população”, afirma Francisco.O cirurgião-dentista enfatiza que, no ano de 2003, o Governo Federal realizou o primeiro estudo epidemiológico (Projeto SB Brasil), abrangendo todas as capitais do Brasil e municípios do interior. “Podemos perceber que nesta pesquisa, o índice CPO (dente cariado, perdido e obturado) aos 12 anos foi igual a 2,8. Em pesquisa mais recente, SB Brasil 2010, este índice passou para 2,1, isto representa uma redução de 25%. No índice correspondente aos dentes não tratados (cariados), a redução foi de 29%, passando de 1,7 para 1,2. Em adolescentes, a redução foi ainda maior, de 39%, em 2003 foi de 2,8 e em 2010, 1,7”, celebra. Apesar de apresentar tantos resultados positivos, e carregando o título de melhor Odontologia do mundo, somos reconhecidos como o país dos desdentados. Francisco, que defende a reversão desta triste contradição, diz que o Brasil tem apresentado índices mais favoráveis em relação à saúde bucal. “Os dados têm sido animadores. A doença cárie ainda é uma realidade nos consultórios odontológicos privados e nos serviços públicos, porém, tem diminuindo a cada ano, devido aos programas do governo, serviços oferecidos nas faculdades de Odontologia, dando importância às ações preventivas”.

Atualização sempreCom um mercado altamente concorrido, existe a real necessidade da capacitação constante. Hoje, grande parte dos pacientes adentra o consultório odontológico sabendo sobre novas técnicas aplicadas na Odontologia. É preciso ressaltar que, cabe ao cirurgião-dentista saber lidar, de maneira ética e saudável, com este novo perfil de cliente, o cliente exigente.Francisco aponta que, com a facilidade e importância da internet na rotina de toda a população, ficou mais fácil e rápido obter informações sobre todos os assuntos. “Na Odontologia não é diferente. A curiosidade do paciente faz com quem o mesmo procure saber informações para sanar sua dúvida, acessando sites confiáveis para obter mais detalhes sobre o tema. Isto é positivo, pois o profissional deve estar atento às novidades, informando a seus pacientes sobre a área de atuação e esclarecendo possíveis dúvidas que ainda possam existir. Essa ampla visão faz com que os profissionais procurem se atualizar, participando de eventos científicos, buscando aperfeiçoamento nos cursos promovidos pelas entidades de classe ou instituições de ensino”.

Trabalho em equipe: atendimento diferenciadoO sucesso profissional na área odontológica não depende apenas da capacitação constante. Saber trabalhar em equipe é um diferencial imensurável. A integração do cirurgião-dentista com outros profissionais da saúde e com a equipe auxiliar é ferramenta obrigatória para que exista o êxito na profissão e para a saúde integral do paciente. “O paciente deve ser tratado de forma integrada. Para tanto, o cirurgião-dentista, habitualmente, deve manter contato

com profissionais de outras áreas, principalmente médicos. O profissional de saúde bucal precisa ter atenção redobrada com os pacientes com necessidades especiais. A solicitação de relatório médico é fundamental para tratar esses pacientes. Este relatório deve ser constantemente atualizado, e o cirurgião-dentista deve conhecer as particularidades de cada um, isto permite mais segurança no atendimento”, expõe o cirurgião-dentista. A equipe auxiliar, composta por auxiliar e técnico de saúde bucal, é de importante presença no consultório odontológico, e passa a ser também responsável, sem dúvida alguma, pelo crescimento profissional do cirurgião-dentista. “O auxiliar de saúde bucal (ASB) busca ajudar o dentista em várias etapas do tratamento odontológico, dinamizando o trabalho. Em algumas especialidades, é praticamente impossível trabalhar sem a participação de um ASB. Já o técnico de saúde bucal (TSB) tem funções definidas e mais amplas, se comparadas às atividades do ASB. A presença do TSB oferece um diferencial para a valorização da equipe odontológica, principalmente quando se trata de clínica”, destaca Francisco.A atuação do dentista junto à equipe auxiliar, somada às técnicas impecáveis adquiridas ao longo dos anos, com cursos de especialização, participação em congressos e seminários não preenche todos os requisitos para um atendimento satisfatório. Hoje, a humanização do atendimento, ou seja, a saudável relação ‘dentista-paciente’ faz toda a diferença no momento da escolha do profissional de saúde bucal. Essa condição pode interferir, de maneira positiva, em todo o processo odontológico, beneficiando cliente e profissional. Francisco aponta que, para tornar um atendimento mais humanizado, o consultório deve possuir uma ambientação agradável. O profissional precisa tratar o paciente de forma especial e individual, demonstrando conhecimento técnico-científico, esclarecendo as dúvidas, explicando sobre os procedimentos que serão realizados, para que o paciente se sinta acolhido e protegido. “É muito importante solicitar retorno em relação aos sentimentos gerados pelo atendimento odontológico. Estas atitudes fazem diminuir a ansiedade e o medo do paciente”.

Valorização da classeNietzsche, grande pensador alemão, sempre defendeu a valorização dos instintos, do corpo e seus ritmos naturais como os únicos capazes de se orientarem em direção a uma vida potente e vigorosa.Em se tratando da classe odontológica, a valorização profissional não está restrita somente à capacitação, mas também à satisfação com o exercício e com a remuneração adequada. “Hoje, as associações de classe têm dado atenção à valorização da profissão, promovendo palestras e cursos para aprimoramento e capacitação profissional. Sobre remuneração, ainda existe um grande conflito. O governo necessita remunerar melhor o profissional de saúde bucal que, diferente de outros, ele mesmo executa os procedimentos odontológicos e busca solucionar, de forma efetiva, o problema do paciente”, defende Francisco. “As dificuldades que a Odontologia enfrenta não é diferente das outras profissões. O mundo está passando por transformações e adequações que refletem no mercado brasileiro. Esta situação repercute na posição socioeconômica e cultural da população que, por efeito cascata, reflete na Odontologia”, completa. A valorização do dentista também está intimamente ligada ao padrão de qualidade de vida. O dentista precisa aprender a administrar seu tempo, definindo intervalos para o trabalho, para a família e para o laser. “É imperativo separar esses momentos. Alguns profissionais tiram férias de forma esporádicas e com tempo reduzido. O trabalho

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Reportagem

do dentista é estressante. É uma prática manual, que engloba a realização de procedimentos pelo próprio profissional, que deve estar atento, a todo o momento, para realizar seu trabalho da melhor maneira, com qualidade, eficiência e eficácia”, sustenta Francisco.Hoje, os profissionais de saúde bucal, que buscam reconhecimento e valorização, ainda se deparam com situações inusitadas e perversas, como o caso recentemente apresentado pela mídia: os aparelhos coloridos. À procura de uma estética duvidosa, jovens passaram a adequar seus aparelhos ortodônticos à moda colorida, banalizando, de certa forma, o trabalho realizado por cirurgiões-dentistas especializados em Ortodontia. Francisco Simões explica que a Ortodontia ganhou grande destaque, representando status e/ou sendo adotada como mero enfeite. “Esta prática levou a população a procurar o comércio ilegal de acessórios para ‘enfeitar’ seus dentes. Cabe ao dentista alertar seus pacientes sobre esta conduta, que pode representar prejuízos irreparáveis à saúde bucal. A mídia tem realizado, nos últimos meses, um trabalho incansável de conscientização sobre o referido caso. Estarreço-me quando me deparo com situações como esta”, desabafa.

O futuro próximoPara Francisco Simões, a Odontologia passou por fases. Hoje, nossa prática odontológica é tão promissora, que é

nítido o incentivo da fixação das melhores multinacionais da indústria no país. “Muitos anos atrás, poucos tinham o hábito frequentar o cirurgião-dentista, por falta de informação, falta de motivação e poder aquisitivo da população. Com o apelo da mídia, reforçando a importância da saúde bucal e da estética, a população tem dado atenção maior a sua saúde. O que antes era de acesso restrito, passou a ser de todos, não só pelos consultórios e clínicas particulares, mas também pelo serviço público. As opções para o atendimento gratuito ampliaram. Hoje, contamos com locais, como faculdades e estabelecimentos que possuem programas municipais, estaduais ou federais. Porém, atualmente, o campo de atuação é mais abrangente, tornando necessária a devida valorização dos profissionais por parte dos governantes”, conclui.

“É muito importante solicitar retorno em relação aos sentimentos gerados pelo atendimento odontológico.

Estas atitudes fazem diminuir a ansiedadee o medo do paciente”

Francisco Xavier Paranhos Coêlho Simões

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Por: Vanessa Navarro

Carlos Eduardo AllegrettiCirurgião-dentista. Mestre em Semiologia. Doutor em Ciências Odontológicas. Especialista em Prótese Dentária. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista - UNIP.

Educação em OdontologiaOs avanços tecnológicos e científicos são rapidamente absorvidos pela Odontologia. No atual contexto, as instituições de ensino ampliam seus portfólios para apresentar mais opções de cursos de especialização que atendam às reais necessidades da população e às exigências do mercado de trabalho. A entrevista com o diretor da faculdade de Odontologia da Universidade Paulista – UNIP, Carlos Eduardo Allegretti, expõe o presente panorama do ensino odontológico brasileiro.

Odonto Magazine - Com a graduação concluída, é comum surgi-rem dúvidas sobre um possível investimento em uma especializa-ção. Como os educadores podem auxiliar os graduados em Odon-tologia sobre qual carreira seguir? Carlos Eduardo Allegretti - A diretriz curricular do curso de Odon-tologia preconiza a formação de um profissional generalista, plura-lista, humanista, crítico, reflexivo, com conhecimento técnico/cien-tífico e sociocultural, que possibilite a formação de um profissional com autonomia intelectual.Para este objetivo, um programa de curso no seu conjunto de disciplinas deve contemplar módulos caracterizados como: básico e pré-clínico, so-cial e ético, técnico-científico; e clínico: preventivo e terapêutico.Visando, ainda, enriquecer e complementar a sua formação, o alu-no, de acordo com a diretriz curricular, deverá participar de está-gios, de programas de iniciação científica, monitorias, atividades de extensão e, se possível, de estágios extracurriculares. Acredito que com esta formação e com o auxílio dos educadores, o egresso, em curto ou médio prazo, estará pronto para optar por uma especialidade.

Odonto Magazine - Em 2002, com a implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais, a abordagem da graduação em Odontolo-gia passou a ter uma visão generalista, resultando na criação de estudos específicos após a conclusão do curso. Quais foram os avanços percebidos nesses últimos 12 anos em relação à procura de especializações? Carlos Eduardo Allegretti - As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) foram inovadoras, pois alinharam a formação do cirurgião-dentista às necessidades de grande parte da população brasileira. Além disso, as DCNs propiciaram a implantação de diferentes gra-des curriculares nas diversas instituições de ensino superior (IESs) autorizadas pelo Ministério da Educação, sempre procurando res-

EntrevistaEntrevista

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Entrevista

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peitar o que expressa às diretrizes nacionais; a formação de um profis-sional generalista, com as características já mencionadas. Tendo este fato presente, nos últimos anos, a procura de uma ou mais especialidades tem sido uma exigência para um grande número de egressos que exercem atividade profissional em consultório particular ou em clínicas e/ou hospitais especializados.

Odonto Magazine - O número de instituições de ensino que oferecem cursos de especialização em Odontologia não para de crescer. Quais são as características que o cirurgião-dentista deve se atentar ao esco-lher um estabelecimento de ensino? Carlos Eduardo Allegretti - O cirurgião-dentista que procura uma es-pecialização, deve se preocupar em realizar um curso de qualidade, que possa agregar novos conhecimentos e habilidades. Para tanto, deve procurar cursos em instituições de ensino com professores titu-lados, cientificamente capacitados e competentes, e, ainda, que ofere-çam excelência em infraestrutura, com clínicas, laboratórios, biblioteca, recursos materiais e, indiscutivelmente, disponibilidade de pacientes.

Odonto Magazine - O Brasil comporta, hoje, mais de 19% dos dentistas do mundo. Como o mercado de trabalho enxerga o profissional de saúde bucal que possui especialização? Carlos Eduardo Allegretti – Atualmente, temos mais de 260.000 ci-rurgiões-dentistas no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza um cirurgião-dentista para cada 1.500 habitantes. Hoje, no Brasil, temos a realidade de 1:776 habitantes. Portanto, possuímos o dobro de cirurgiões-dentistas preconizados pela OMS. Nos grandes centros urbanos, essa relação é ainda menor, o que deixa o mercado de trabalho extremamente competitivo. Tendo presente o apontado, o profissional dos grandes centros precisa, efetivamente, qualificar-se. Há 20 anos, a graduação era suficiente para proporcionar um bom atendimento e sucesso profissional. Atualmente, a pós-graduação lato sensu é quase uma exigência do mercado de trabalho e dos próprios pacientes. Devo salientar que, antes de ser um especialista, a formação genera-lista, clínico–geral, como, repito, preconiza a Diretriz Curricular Nacional (DCN) do curso de Odontologia e é obrigatória e indispensável.Para alcançar este objetivo, o estudante deve procurar uma instituição de ensino que apresente professores cientificamente capacitados e competentes, envolvidos com a ética, o ensino e a pesquisa, portan-to, com plenas condições de oferecer aos seus alunos uma formação acadêmica da mais alta qualidade. Além desses recursos humanos, a instituição deve, ainda, oferecer infraestrutura: clínicas, laboratórios, biblio-teca, recursos materiais, para que esse corpo docente qualificado possa, além de cursos de qualidade, programar a iniciação científica e motivar a formação de novos pesquisadores que, certamente, em um futuro pró-ximo, poderão estar aptos a produzir e repassar novos conhecimentos à sociedade brasileira e, quiçá, internacional.

Odonto Magazine - O Conselho Federal de Odontologia reconhece, atualmente, 19 especialidades odontológicas. Outros segmentos seguem na fila para conquistar tal aprovação. Qual é a real importân-cia de desmembrar sempre mais os atendimentos em Odontologia? Carlos Eduardo Allegretti – Sou favorável ao desmembramento de es-pecialidades, desde que a evolução do conhecimento identifique essa necessidade. O problema é que já existem processos em tramitação de novas especialidades sem comprovação técnica e científica da nova proposta. O debate que ocorrerá na próxima Assembleia Nacional de

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30 Outubro de 2014

Entrevista

Especialidades Odontológicas (ANEO) será uma excelente oportu-nidade para a avaliação crítica de novos pedidos de especialidades na Odontologia.

Odonto Magazine - Os cursos de especialização se tornaram in-dispensáveis para os profissionais que almejam um futuro bem-su-cedido. Quais são os benefícios da especialização para os profissio-nais e para os pacientes? Carlos Eduardo Allegretti – Um bom especialista, antes de tudo, deve ser um bom clínico-geral. É preciso lembrar que o sucesso en-volve muitos aspectos, além de uma especialização. Fatores, como abordagem do paciente, atenção e carinho no atendimento, uma re-cepção acolhedora e, finalmente, qualidade no tratamento proposto e executado são primordiais para o êxito profissional. Claro que a especialização do profissional, se bem realizada, propiciará o nível de excelência no tratamento, com evidente satisfação dos pacientes.

Odonto Magazine - Para o senhor, qual é a importância do GraduaCEO, novo programa do Ministério da Saúde, realizado em parceria com o Ministério da Educação, lançado em agosto deste ano? Carlos Eduardo Allegretti – O programa GraduaCEO é inovador em todos os aspectos. Traz grandes benefícios para os estudantes de gra-duação quando do atendimento aos pacientes do SUS, sob a super-visão docente, com demandas em todas as áreas da Odontologia, e com diferentes níveis de complexidade. O programa procura realizar a inclusão social e possibilita a qualificação precoce do estudante que está recebendo uma formação generalista para exercer atividade pro-fissional. O importante também é que o aluno terá contato com novos materiais e técnicas atuais. Porém, alguns pontos podem ser aprimo-rados, como as metas de procedimentos protéticos nos diferentes padrões estabelecidos pelo programa. Isso é imperativo, em virtude das peculiaridades nas clínicas voltadas para a formação profissional.

Odonto Magazine - O mercado de trabalho em expansão acaba incentivando a procura por conhecimentos particulares por parte dos cirurgiões-dentistas recém-formados. Como essa ânsia por experiência, aliada às tecnologias existentes no mercado, pode influenciar na qualidade de vida do paciente? Carlos Eduardo Allegretti – Sempre positivamente. A Odontologia é um segmento da saúde em que a pesquisa está, efetivamente, presente nas instituições de ensino superior do mundo. Em virtude dessas pesquisas, novos materiais e novas técnicas são frequente-mente disponibilizados aos cirurgiões-dentistas. A atualização é im-perativa, pois não é raro sermos cobrados pelos próprios pacientes de novas técnicas e materiais de última geração.

Odonto Magazine - Uma recente pesquisa no segmento odonto-lógico apontou que os tratamentos estéticos cresceram aproxima-damente 200% nos últimos anos. Tal resultado reflete na procura pela especialidade nas instituições de ensino? Carlos Eduardo Allegretti – Sem dúvida. A Estética, tanto na Odon-tologia como em outras áreas da saúde, está incorporada na socieda-de. A demanda por tratamentos estéticos está aquecida em todas as áreas. Atualmente, as especializações mais concorridas pelos egres-sos são: Ortodontia, Implantodontia e Dentística. Acreditamos que esta tendência - em se privilegiar a Estética - deve de permanecer por muitos anos. O tempo mostrará.

Odonto Magazine - O Brasil é mundialmente conhecido como o país dos desdentados, porém, concentra a grande maioria dos den-tistas do globo. Como é possível explicar tal contradição?

Carlos Eduardo Allegretti – A explicação para esse fato intrigante e peculiar do Brasil é que a saúde bucal não é reconhecida pela popula-ção como algo importante e que pode gerar graves consequências à saúde. Acredito que nós, cirurgiões-dentistas, devemos educar a po-pulação, sistematicamente, sobre a importância da saúde bucal e das consequências que podem ocorrer em um eventual descuido. Assim como temos campanhas contra a hipertensão, câncer de mama e de próstata, a saúde bucal precisaria ser mais comentada na mídia, para a real percepção da população em geral. Outro fator importante é que, a grande maioria dos cirurgiões-dentistas formados permanece nos cen-tros urbanos. No interior do Brasil, assim como na Medicina, em várias regiões, temos um déficit de profissionais, assim como de serviços qualificados particulares e públicos, portanto, boa parte da população não tem acesso aos serviços odontológicos. Esse panorama tem me-lhorado nos últimos anos, com maior acesso da população das classes D e E aos tratamentos odontológicos. É apenas o princípio, o Brasil tem um longo caminho a percorrer.

Odonto Magazine - Há algum tempo, pesquisadores concluíram que o mercado de trabalho para dentistas era muito concorrido nos gran-des centros, mas apresentava boas condições nas regiões interiora-nas. Esse panorama ainda vigora nos dias atuais? Carlos Eduardo Allegretti – Esse panorama permanece tanto nas gran-des regiões metropolitanas, como no interior do Brasil. A interiorização do cirurgião-dentista, como do médico, é uma necessidade real para atender a demanda de uma da população que, em sua grande maioria, está completamente desassistida. Com os recentes investimentos pelo governo na Odontologia, por meio do programa Brasil Sorridente, novas oportunidades de atendimento surgem em todo o país.

Odonto Magazine - Hoje, o que mais temos visto é a presença do cirurgião-dentista em âmbito hospitalar. Quais são os resultados po-sitivos deste novo cenário? Qual é a importância do atendimento multidisciplinar? Carlos Eduardo Allegretti – Já tem sido possível constatar a exis-tência de consenso entre os educadores sobre a necessidade de preparar e formar profissionais para atender às reais necessidades dos indivíduos em sua totalidade. Felizmente, uma nova filosofia, re-comendada pelo Ministério da Educação (MEC), vem sendo gradati-vamente implantada e implementada, visando formar profissionais polivalentes em todas as áreas do conhecimento, com sólida forma-ção geral e visão crítica para as necessidades globais da comunidade. Isto posto, vale, agora, comentar que existem muitos aspectos posi-tivos do cirurgião-dentista inserido em equipes multiprofissionais. O mais importante é darmos assistência para os pacientes que antes poderiam desenvolver comorbidades influenciadas por alterações do sistema estomatognático. Outro ponto muito importante de ressal-tarmos é do cirurgião-dentista clínico ou especialista também ter a oportunidade de trabalhar em um ambiente multiprofissional, antes território restrito aos cirurgiões- bucomaxilofaciais e dentistas espe-cialistas em Odontologia Hospitalar.

Odonto Magazine - Em 25 de outubro é comemorado o dia nacional do dentista. Existem muitos motivos para celebrar? Carlos Eduardo Allegretti – Sim, muitos motivos para celebrar. A profissão está se reorganizando e a sua importância na saúde integral dos pacientes crianças, jovens adultos e idosos está demonstrada e, felizmente, reconhecida. Os cirurgiões-dentistas têm conseguido visu-alizar que uma classe forte e bem representada conseguirá alcançar os seus objetivos, obtendo bons resultados. Isso nos deixa animado com as perspectivas do futuro da nossa profissão.

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32 Outubro de 2014

Ponto de Vista

Lesões bucais e a importância do autoexame

Antônio Fernando Pereira FalcãoCirurgião-dentista. Mestre em Clínicas Odontológicas: Estomatologia pela UFBA. Doutor em Odontologia: Radiologia Odontológica pela UFBA/UFPB. Professor Associado IV do Departamento de Propedêutica e Clínica Integrada da FOUFBA.

Estomatologia deriva do grego “estoma” (significa “boca”), tendo como objeto e significado de estudo as lesões e alterações que ocorrem na boca e estruturas anexas. Constitui-

se em uma especialidade da Odontologia que tem a finalidade de prevenir, diagnosticar e tratar as doenças que se manifestam na cavidade bucal e no complexo maxilomandibular. Diferentemente de vários países da Europa, América do Sul ou mesmo dos Estados Unidos, onde há muitas décadas a Estomatologia é exercida em sua plenitude, somente a partir de 1992 que o Conselho Federal de Odontologia - CFO, reconhecendo a sua importância, a oficializou como uma especialidade da Odontologia (Res, CFO 185/92, 23/04/1993). Nas instituições de ensino que ofertam cursos de Odontologia, a especialidade apresentou e/ou apresenta diversas denominações, como Diagnóstico Bucal, Diagnóstico Oral, Medicina Bucal e Semiologia Bucal, sendo que todas estas denominações contemplam o mesmo enfoque programático. Atualmente, a denominação Estomatologia é a reconhecida. Cabe ao especialista em Estomatologia: diagnosticar lesões dentro e fora da cavidade bucal, podendo tratá-las individualmente, ou trabalhar conjuntamente com outras especialidades médicas, como a Dermatologia, Cirurgia Plástica, Oncologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, entre outras. São atribuições do estomatologista: exame completo da boca para avaliação do estado de saúde, as condições de normalidade e as variações da normalidade. Recomendar medidas para manter um bom estado de saúde e evitar o câncer bucal; diagnosticar e tratar: doenças próprias da boca e das doenças gerais que se manifestam nas estruturas anatômicas e histológicas bucais; doenças infecciosas que apresentam manifestações bucais; lesões pré-cancerosas na mucosa bucal; identificar agravos e fatores de risco para o câncer bucal; diagnosticar precocemente o câncer bucal.Ao contrário de certas neoplasias malignas, que só se tornam perceptíveis ao atingir grandes extensões, o câncer bucal, por ser um tumor praticamente externo (ocorre de forma localizada no epitélio que reveste toda a mucosa oral) é passível de ser detectado tanto pelo paciente - por meio do autoexame, como pelo profissional - durante o exame clínico de rotina, viabilizando-se, assim, o diagnóstico precoce e o tratamento

com o mínimo de sequelas. O diagnóstico precoce do câncer bucal interfere, de forma decisiva, na efetividade dos recursos terapêuticos e no tempo de sobrevida do paciente. Quando a neoplasia da cavidade da boca é detectada em sua fase inicial, o índice de sobrevida aumenta de forma considerável. O diagnóstico na fase inicial da doença, combinado com um tratamento adequado, parece ser o método mais eficaz para o controle do câncer bucal.No Brasil, mais de 60% dos pacientes acometidos pelo câncer de cabeça e pescoço comparecem para a primeira consulta sem possibilidades de tratamento cirúrgico, restringindo a utilização desta importante e eficiente modalidade de tratamento. A American Cancer Society estima que para tumores menores que 1,5cm de diâmetro, a taxa de sobrevivência em cinco anos é de 59%, enquanto que para tumores maiores de 3,0cm, esta taxa é apenas de 17%. Além disso, o valor pago pelos pacientes que conseguem sobreviver é a mutilação, na grande maioria das vezes, com sequelas difíceis de serem solucionadas em curto prazo, dificultando, com isso, a reintegração social do paciente.A promoção da saúde e a proteção específica (prevenção primária), indiscutivelmente, são as formas mais efetivas de prevenir os agravos à saúde. Em Estomatologia, a promoção da saúde pode ser conseguida por meio de ações educativas tentando-se mudar valores e comportamento do paciente. A orientação ao paciente quanto aos malefícios do fumo, álcool, exposição excessiva ao sol, da importância de uma boa higiene e saúde bucal, da integridade dos elementos

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33Outubro de 2014

dentais, restaurações e aparelhos protéticos, os benefícios da alimentação balanceada, orientações quanto à importância e técnica de autoexame são alguns exemplos que, se levados a efeito, podem evitar o aparecimento de inúmeras doenças.

Autoexame da bocaO autoexame objetiva identificar a integridade das estruturas bucais e a presença de lesões precursoras do câncer de boca. Precisa ser realizado em local bem iluminado, diante de um espelho. Devem ser observados sinais, como: mudança na cor da pele e mucosas, endurecimentos, nódulos e caroços, feridas ou úlceras, inchações ou edemas, áreas dormentes, dentes fraturados quebrados ou amolecidos e úlcera rasa, indolor e avermelhada, seguindo as orientações preconizadas pelo Instituto Nacional de Câncer - INCA. Os cirurgiões-dentistas têm, por obrigação, repassar as devidas orientações aos seus pacientes. » Lave bem a boca e remova as próteses dentárias, se for o caso.» De frente para o espelho, observe a pele do rosto e do

pescoço. Veja se encontra algum sinal que não tenha observado anteriormente. Palpe, suavemente, com as extremidades dos dedos, toda a face.

» Tracione o lábio inferior para frente e para baixo, expondo e estendendo sua superfície interna (mucosa). Em seguida, palpe todo o lábio inferior. Repita para o lábio superior, tracionando para frente e para cima.

» Com a polpa digital do dedo indicador, afaste a musculatura das bochechas para examinar as estruturas ali localizadas e, principalmente a mucosa jugal. Faça isso em ambos os lados.

» Palpe toda a gengiva superior e inferior, por vestibular e por lingual.» Introduza o dedo indicador por baixo da língua e o polegar

da mesma mão por baixo do mento. Procure palpar todo o assoalho da boca.

» Incline a cabeça para trás e, abrindo a boca ao máximo possível, examine atentamente o palato duro e mole. Palpe com o dedo indicador todo o palato duro e mole. Em seguida diga “aaaaa”, e observe a parede posterior da orofaringe.

» Ponha a língua para fora e observe o seu dorso. Repita a observação com a língua levantada até o palato duro. Em seguida, tracionando a língua para esquerda, observe o lado esquerdo da mesma. Repita o procedimento para o lado direito.

» Projete a língua para fora, segurando-a com uma compressa de gaze ou pano limpo, palpe toda a sua extensão com os dedos indicadores e polegar da outra mão.

» Examine o pescoço. Compare os lados direito e esquerdo e veja se há diferença entre eles. Depois, apalpe o lado esquerdo do pescoço com a mão direita. Repita o procedimento para o lado direito, palpando com a mão esquerda. Observe se existem caroços ou áreas endurecidas.

» Concluindo: posicione o indicador em baixo do mento e na base da mandíbula. Palpe, suavemente, todo o seu contorno inferior.

Ponto de Vista

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34 Outubro de 2014

Coluna - Marketing

As pessoas compram muito mais facilmente os serviços daqueles profissionais que são apaixonados pelo que fazem. Seja o primeiro a valorizar sua profissão, não falando mal dela

ou de seus colegas na frente de clientes e amigos. Ao contrário, demonstre sua paixão pelo que faz. Philip Kotler, um dos papas do marketing, afirma que “lucro é subproduto das coisas bem-feitas.” E Cerbasi assegura que “sua riqueza não depende de quanto você ganha, mas de quanto gasta ou do que faz com aquilo que ganha”.A gente pode começar nossa conversa assim: dinheiro é consequência e não causa. O que você acha? Para uma reflexão inicial: Há os que se queixam do vento. Os que esperam que ele mude. E os que procuram ajustar as velas (Willian G. Ward). O mercado na área de saúde, no contexto atual, é muito competitivo. Absurdamente, muito. Por outro lado, muitos profissionais acreditam que concorrem entre si. Isso não é verdade!Concorrente é tudo que quer ‘pegar’ o dinheiro do cliente. Portanto, uma viagem de férias é forte concorrente do dentista, por exemplo. Vamos pensar, ainda, que em um passado não muito distante, todos nós não tínhamos celular, tablet, internet... viajar com toda essa facilidade de hoje, então, nem se fala. Resultado: a concorrência (pelo dinheiro do cliente) aumentou! Trata-se da opção do cliente em usar seus recursos financeiros em outros lugares, que não seja seu consultório ou clínica. A opção do cliente é uma ordem. Mas, podemos participar dessa tomada de decisão do cliente em optar pelos nossos serviços ao invés de ir para o ‘concorrente’? Uma ferramenta simples, talvez esquecida, é ter tempo para o cliente; ah, não atrase suas consultas. Parece irrelevante, não é? Vejamos como a American Medical Association

trata o assunto: o tempo máximo que um cliente suporta em uma sala de espera é 20,6 min. Entendido o que é concorrência, vamos avançar analisando que a maioria das empresas (sua clínica é uma empresa) vende seus produtos/serviços com base apenas no preço por uma única razão: não sabem competir de nenhuma outra forma. Mas, existem outras variáveis, além do preço, que podem tornar minha clínica mais competitiva? ‘De cara’, deixe de fazer negócio com base exclusivamente no preço. Use estratégias para entregar valor ao cliente. Vamos em frente: você não é o elemento principal da sua clínica; nem sua melhor técnica; menos ainda o equipamento de última geração. Tudo isso é necessário, aliás, é obrigação no mundo de hoje. Mas, quer ser bem-sucedido? Então coloque no foco da clínica a pessoa certa: o seu cliente! Se sua única fonte de receita é seu consultório, então você depende totalmente do seu paciente, inclusive para tomar aquela cervejinha do fim de semana. Por isso, tenha um bom tapete vermelho para estender quando ele entrar. Aquele tapete mais velhinho ou o capacho não servem. A cadeira chique do escritório, via de regra, é a do profissional; para o paciente ‘sobra’ qualquer uma. Isso também não funciona. Na prática, antes de dar descontos, primeiro mostre seu valor agregado e da sua clínica em relação aos concorrentes. “Com licença, mas o senhor me disse que precisava de alguém para começar seu tratamento imediatamente! E que queria uma anestesia indolor? E que gostaria de ser atendido em uma clínica que pudesse parar seu automóvel bem próximo? E que queria um profissional que tivesse alta tecnologia, sem atrasos para atendê-lo? Então, podemos fazer tudo isso!”

Trabalho muito,mas nunca sobra dinheiro

Éber Eliud FeltrimGraduado e pós-graduado em Odontologia (Unesp). MBA em Gestão de Marketing Estratégico (FGV e OHIO University). Cursos nos Estados Unidos e Alemanha. Professor no curso de Pós-Graduação em Administração de Empresas - Centro Hermes (FGV). Professor no curso de Pós-Graduação em Odontologia – Funorp (USP). Professor no MBA em Controladoria de Empresas - UNIP. Gestor do Grupo SIS – Consultoria em Estratégias de Negócios.

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35Outubro de 2014

Coluna - Marketing

Pense comigo, caríssimo leitor: o que os clientes valorizam? Segundo o livro “Seu cliente pode pagar mais”, em restaurantes, por exemplo, alguns querem comer barato e outros querem comer rápido; que tal organizar a gestão para atender essas duas situações e cobrar um pouco mais que os concorrentes por isso?Estudar o mercado da sua clínica e criar uma estratégia para atender os grupos de clientes que se assemelham podem ser alternativas interessantes, ao que chamamos segmentação de mercado.Extraímos aqui, a seguinte lição: o foco precisa estar no cliente e não em produtos ou serviços, e, mais ainda, deve estar em manter clientes, não apenas ir atrás de novos. Mais ainda, é ter no foco no foco do cliente. Valor + manter clientes = maximização do lucro. Digamos que o seu compressor quebrou. Você pagaria R$ 80,00 para um técnico vir em três dias ou R$ 100,00 para outro que pode consertar agora? Portanto, o preço não é a variável mais importante na decisão de compra. Pesquisas confirmam que apenas 9% das pessoas se importam com o preço. Alguns profissionais culpam os convênios, e é por causa deles que não ganham dinheiro. Será mesmo? No caso da Odontologia, nós temos apenas 16 milhões de pessoas que têm planos de saúde, frente a quase 200 milhões de brasileiros. Em Medicina, os planos de saúde estão presentes em 25% da população, na média, havendo maior concentração no sudeste, com quase 44% da população, frente ao Acre, com pouco mais de 5%. É até possível ganhar dinheiro com convênio, mas não são eles os culpados de você não ganhar. Tire isso da cabeça!

Coloque as pessoas certas dentro no barco (não se esqueça de retirar as erradas). Coloque as pessoas certas nos lugares certos e, somente depois, decida para onde o barco vai. Imprima velocidade no barco após de alinhar essa estratégia no quesito ‘pessoas’. Pessoas não são o maior ativo da clínica, as certas são.Concluindo...“O fato de você triunfar ou fracassar, sobreviver ou morrer, depende mais do que você faz a si mesmo do que daquilo que o mundo faz a você.” – Jim Collins.Estamos em uma fase mercadologicamente muito atraente para a saúde; aproveite-se dessa fase. Veja os graves problemas enfrentados por Europa e EUA.Controle muito bem suas despesas, principalmente as pessoais.Alerta vermelho para o cheque especial! Altos limites de crédito e taxa zero de juros para comprar automóveis. Isso não existe!É necessário (tem que saber) conhecer quanto custa cada procedimento em sua clínica ou consultório; qualquer outra coisa é empirismo. Ah, importante incluir na nossa conclusão: tem que trabalhar muito! Arduamente! Em finanças, milagres não existem.Sorte é resultado de oportunidade + preparo, desde Thomas Jerferson, que dizia: “Eu acredito na sorte e tenho constatado que quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho”.E, para refletir: “Se você consegue sonhar, consegue fazer. Nunca se esqueça de que tudo isto aqui começou com um ratinho” - Walt Disney.

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Coluna - Estomatologia

Língua geográfica: aspectos clínicose conduta terapêutica

Rhayany Lindenblatt RibeiroCirurgiã-dentista Estomatologista. Doutora e mestre em Patologia bucal. Habilitada em Laserterapia. 1º Ten Dent Adjunto da Clínica de Semiologia da Odontoclínica Central do Exército. [email protected]

A língua geográfica representa uma condição benigna comum que afeta quase exclusivamente a língua. Apresenta também, como denominações, os termos eritema migratório, glossite

migratória benigna, exantema viajante da língua, eritema areata e estomatite areata migratória.Embora o eritema migratório seja documentado há muitos anos, sua etiopatogênese ainda é incerta. Acomete preferencialmente crianças e adultos jovens, sendo ligeiramente mais frequente nas mulheres. Neste sentido, pensa-se que, devido a alterações hormonais, a língua geográfica é mais prevalente em mulheres do que em homens. Considerada por alguns autores uma anomalia de desenvolvimento, verificou-se que a língua geográfica pode ser evidenciada principalmente em crianças, sobretudo, em associação com alterações emocionais. Por esse motivo, vem sendo considerada como um distúrbio de origem psicogênica. Alguns pesquisadores ressaltam que esta alteração ocorre com frequência em pacientes alérgicos. Portadores de psoríase, dermatite atópica, estresse excessivo, asma, alterações hormonais, pacientes que fazem uso crônico de esteroides sistêmicos também podem apresentar episódios de glossite migratória benigna. Em uma análise clínica intrabucal, observa-se múltiplas áreas bem demarcadas de eritema, que caracterizam a atrofia das papilas filiformes e manutenção das fungiformes, podendo estar tais áreas eritematosas circundadas por bordas sinuosas ou festonadas, leucoplásicas ou amareladas, levemente elevadas. Casos raros similares já foram também descritos no assoalho de boca, na mucosa jugal e na gengiva.Esta alteração se inicia como uma pequena placa branca, que desenvolve uma zona central atrófica. Caracteristicamente, ocorre uma repapilação das áreas despapiladas e uma despapilação de áreas anteriormente normais. Esse fenômeno de despapilação-

repapilação dá um aspecto semelhante a um “mapa”, sendo por isso, esta condição chamada de língua geográfica. Com certa frequência, nota-se associação desta entidade patológica com a presença de língua fissurada. As lesões manifestam-se, na maioria dos casos, assintomáticas, porém, podem estar associadas a quadro de ardência e/ou sensibilidade a alimentos de paladar mais forte. Raramente a sensação de ardência é constante e intensa, mas a presença de vícios, como o tabagismo e o etilismo, favorecem e acentuam a sintomatologia. Ressalta-se que muitas pesquisas associam a presença de língua geográfica nos pacientes portadores de psoríase, classificando-a como uma lesão não específica desta doença, embora represente o principal achado oral nos pacientes psoriáticos. O diagnóstico da língua geográfica é usualmente clínico. Apenas, raramente, uma biópsia torna-se necessária para estabelecimento de um diagnóstico definitivo. Nos casos duvidosos, o diagnóstico diferencial clínico pode incluir lesões eritematosas por candidíase, as leucoplasias, o líquen plano erosivo e lesões por lúpus eritematoso.Na maioria dos casos, nenhum tratamento torna-se necessário, já que se trata de uma condição benigna. Convém somente proservação ou tratamento sintomático quando indicado. Se a sensação de ardência e sensibilidade estiver provocando incômodo ao paciente, opta-se pela aplicação tópica de corticosteroides, como géis e soluções para bochecho a base de betametasona. Cabe ressaltar, ainda, o uso da laserterapia no tratamento dos sintomas provocados pelo eritema migratório. Há autores que relatam o uso do laser de baixa intensidade para contribuir com o alívio da sensação de ardência. A utilização do laser infravermelho é a mais indicada, com altas doses para gerar efeito anestésico local.

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Coluna - Estomatologia

Além disso, nos casos em que também existe língua fissurada, não é raro ocorrer infecção secundária por candidíase, sendo importante a administração de antifúngicos paralelamente. Em pacientes com psoríase, os sintomas podem reduzir bastante durante a administração da terapia sistêmica para a psoríase.Os pacientes recorrem a um dentista ao perceberem sua língua apresentando aparência incomum e sensível aos alimentos quentes, cítricos ou picantes. É de fundamental importância a realização de um criterioso exame clínico do paciente, investigando a presença de possíveis alterações sistêmicas que favoreçam ou excluam o diagnóstico de língua geográfica. Frente a um caso de glossite migratória benigna, deve-se alertar o paciente de que esta condição é totalmente benigna e não antecede nenhuma doença mais séria, ajudando-o a reduzir sua ansiedade.

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Caso Clínico

All-on-four com implantes de alta performance

Thiago de Oliveira TomaselliDiretor do Instituto César Arita. Especialista em Implantodontia – EAP / AORP. Mestre e Doutorando em Implantodontia – SLMandic / Campinas. Coordenador dos cursos de Aperfeiçoamento Profissional em Implantes e Reabilitação Oral– EAP / AORP. Coordenador do Tissue Care Club. ITI member. [email protected]

José Pedro Issy Júnior Diretor do Instituto César Arita. Especialista em Dentística Restauradora – EAP / AORP. Mestrando em Implantodontia – SLMandic / Campinas. Professor dos cursos de Aperfeiçoamento Profissional em Implantes e Reabilitação Oral– EAP / AORP.

Ricardo Moreno Bonilha Neto Diretor do Instituto César Arita. Especialista em Implantodontia – EAP / AORP. Mestre e Doutorando em Implantodontia – SLMandic / Campinas. Professor dos cursos de Aperfeiçoamento Profissional em Implantes e Reabilitação Oral– EAP / AORP. Coordenador do Tissue Care Club. ITI member.

Rafael Malagutti Ferreira Graduado em Odontologia. Aluno do curso de Aperfeiçoamento Profissional em Implantes – EAP / AORP.

Márcio Buffoni D’Ávila e Silva Diretor do Instituto César Arita. Especialista em Dentística Restauradora – EAP / AORP. Mestrando em Implantodontia – SLMandic / Campinas. Professor dos cursos de Aperfeiçoamento Profissional em Implantes e Reabilitação Oral– EAP / AORP.

Desde o advento da osseointegração, pacientes portadores de edentulismo total têm se beneficiado dos implantes osseointegrados, tanto funcional quanto esteticamente.

A utilização de quatro implantes na reabilitação de mandíbulas edêntulas, com a inclinação dos implantes distais, vem se mostrando como uma modalidade de tratamento com alto índice de sucesso e de excelente desempenho funcional e estético, além de alta aceitação por parte dos pacientes. Esta técnica, denominada “All-on-four”, prega que não existe a necessidade de mais implantes para estas reabilitações.Um dos fatores mais importantes na escolha do tratamento reabilitador com implantes é a utilização de um sistema de implantes adequado. O sistema Ankylos segue a filosofia do conceito Tissue Care que preconiza cinco pontos chave para a estabilidade tecidual. Este conceito está relacionado à ausência de micromovimentação e ausência de gap entre o pilar protético e o implante, tratamento de superfície até o topo do implante, posicionamento subcrestal do implante e plataforma switching. Somado à interface pilar/implante cônica, que mostra alta estabilidade mecânica, e ao fato do componente protético apresentar diâmetro reduzido, este sistema de implantes se torna um grande aliado na manutenção da estabilidade tecidual em longo prazo.

O objetivo deste relato de caso clinico é demonstrar a sinergia entre a técnica ”all-on-four” e o conceito Tissue Care, visando estabilidade tecidual e saúde estética e funcional, em longo prazo.

Caso clínicoA paciente L.A.L.S, sexo feminino, 60 anos, procurou o Instituto César Arita com o desejo de melhorar sua estética e função mastigatória.Ao exame clínico e radiográfico, foi observada ausência dental generalizada, restando somente os elementos 13, 24, 32 e 33, e o uso de próteses removíveis com função e estética inadequadas (figuras 1 a 3). Após anamnese e exames complementares, foi definido o plano de tratamento: prótese total convencional superior e prótese total inferior sobre quatro implantes Ankylos (Dentsply Implants – Alemanha), posicionados de acordo com a técnica “All-on-four”. As etapas de planejamento culminaram na obtenção de um par de próteses totais, a serem utilizadas como próteses provisórias e, a inferior, como guia cirúrgico.O procedimento cirúrgico foi iniciado com anestesia local, seguido de exodontia dos elementos dentais remanescentes (figura 4). Após descolamento do retalho, foi possível notar a necessidade

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Caso Clínico

de regularização do rebordo (figura 5), procedimento este realizado com alveolótomo biarticulado e fresa de tungstênio tipo “maxi-cut” (figuras 6 a 8).Após a prova das próteses provisórias (figura 9), foi realizada a fresagem e a instalação dos implantes Ankylos entre mentonianos, angulando os implantes distais, conforme a indicação da técnica (figuras 10 a 12).Finalizada a sutura, foram instalados e torqueados os pilares intermediários para prótese múltipla (Balance base narrow – Dentsply Implants), com angulações de 15 graus para os implantes distais, e retos para os implantes mesiais (figura 13). Na sequência, os pilares receberam cilindros de titânio já envoltos por uma camada de resina acrílica, para facilitar a união à prótese provisória (figura 14). A prótese inferior foi, então, posicionada de modo que suas perfurações coincidissem com a emergência dos implantes e, posteriormente, unida aos cilindros de titânio com resina acrílica (figura 15). Após os procedimentos de acabamento e polimento, as próteses foram instaladas para ser aguardado o período de osseointegração de 45 dias, graças à superfície ativa dos implantes colocados (figuras 16 e 17). O posicionamento dos implantes pode ser observado na radiografia panorâmica pós-operatória (figura 18).Passado o período de osseointegração, é possível notar o excelente comportamento tecidual obtido (figura 19). Segue-se, assim, para os procedimentos de moldagem para a confecção das próteses definitivas. Após o posicionamento dos transferentes de moldagem

(figura 20), foi realizada a união dos mesmos com bastões de resina acrílica pré-polimerizada, e a moldagem realizada com silicone de adição (Aquasil – Denstply) (figura 21).A barra metálica foi confeccionada sobre o modelo, e provada em boca para confirmação de adaptação passiva (figura 22). Nesta mesma etapa, foi realizada prova dos dentes em cera, confirmação da relação maxilo-mandibular e aprovação estética por parte da paciente. As próteses definitivas foram finalizadas em laboratório, respeitando os referenciais obtidos previamente (figura 23). Iniciou-se a instalação das próteses pela peça inferior, onde foi comprovada sua correta adaptação aos implantes e ao tecido mole subjacente (figura 24). Os orifícios de acesso aos parafusos foram obturados com resina composta, após o torque nos parafusos protéticos (figura 25). Após pequenos ajustes oclusais, nota-se a correta relação entre as próteses (figura 26) e o adequado comportamento dos movimentos excursivos de protrusão e lateralidade (figura 27). Ao raio-x panorâmico final, é possível observar a correta adaptação entre todos os componentes da reabilitação, além da manutenção do nível ósseo inicial, acarretando em estabilidade tecidual, possível por meio do respeito aos requisitos do conceito Tissue Care (figura 28).O sorriso da paciente após o tratamento evidencia os benefícios do correto planejamento, mostrando estética adequada e comportamento funcional eficiente (figuras 29 e 30).

Figura 1Sorriso inicial da paciente.

Figura 3Radiografia panorâmica inicial.

Figura 2Situação intraoral inicial.

Figura 4Exodontia dos elementos remanescentes.

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40 Outubro de 2014

Caso Clínico

Figura 5Descolamento do retalho, evidenciando a necessidade de regularização óssea.

Figura 7Osteoplastia com fresa maxi-cut.

Figura 9Prova das próteses totais diagnósticas.

Figura 6Osteoplastia com alveolótomo biarticulado.

Figura 8Rebordo inferior adequadamente regularizado.

Figura 10Fresagem e posicionamento dos implantes segundo o conceito All-on-four.

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41Outubro de 2014

Caso Clínico

Figura 13Instalação dos componentes protéticos para prótese múltipla parafusada – balance base narrow.

Figura 15União dos cilindros à prótese com resina acrílica autopolimerizável.

Figura 11Instalação dos implantes Ankylos® de alta performance.

Figura 14Cilindros de titânio sobre os pilares, prontos para serem unidos à prótese.

Figura 16Prótese total convencional imediata superior e prótese total provisória sobre implantes na arcada inferior, imediatamente após a cirurgia.

Figura 12Implantes devidamente posicionados.

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42 Outubro de 2014

Caso Clínico

Figura 21União dos transferentes de moldagem com bastões de resina acrílica pré-polimerizada, e moldagem com silicone de adição (Aquasil – Dentsply).

Figura 22Prova da barra metálica.

Figura 26: Figura 27: Movimentos excursivos demonstrando adequado ajuste oclusal.Figura 28: Radiografia panorâmica após a instalação das próteses.Figura 29: Sorriso final.Figura 30: Sorriso final.

Figura 17Vista oclusal da prótese provisória inferior.

Figura 19Aspecto clínico após o período de osseointegração (45 dias). Observe a qualidade do tecido gengival ao redor dos pilares.

Figura 18Radiografia panorâmica pós-cirúrgica.

Figura 20Posicionamento dos transferentes de moldagem.

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43Outubro de 2014

Caso Clínico

Figura 23Próteses finalizadas: prótese total convencional superior e prótese tipo protocolo inferior.

Figura 25Vista oclusal da prótese inferior, após o fechamento dos orifícios de acesso aos parafusos.

Figura 27Movimentos excursivos demonstrando adequado ajuste oclusal.

Figura 24Instalação da prótese inferior.

Figura 26Próteses em oclusão.

Figura 28Radiografia panorâmica após a instalação das próteses.

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Caso Clínico

ConclusãoA técnica “All-on-four” com implantes de alta performance em estabilidade tecidual formam uma abordagem extremamente satisfatória na reabilitação de pacientes totalmente desdentados, tanto no aspecto estético e de estabilidade tecidual, quanto no desempenho de uma função mastigatória adequada.

Referências 1. Zampelis A, Rangert B, Heijl L. Tilting of splinted implants for

improved prosthodontic support: a two-dimensional finite element analysis. J Prosthet ent. 2007 Jun;97(6 Suppl):S35-43. doi: 10.1016/S0022-3913(07)60006-7. Erratum in: J Prosthet Dent. 2008 Mar;99(3):167.

2. Maló P, Rangert B, Nobre M. All-on-4 immediate-function concept with Brånemark System implants for completely edentulous maxillae: a 1-year retrospective clinical study. Clin Implant Dent Relat Res. 2005;7 Suppl 1:S88-94.

3. Villa R, Rangert B. Early loading of interforaminal implants immediatelyinstalled after extraction of teeth presenting endodontic and periodontal lesions. Clin Implant Dent Relat Res. 2005;7 Suppl 1:S28-35.

4. Wolfinger GJ, Balshi TJ, Rangert B. Immediate functional loading of Brånemark system implants in edentulous mandibles: clinical report of the results of developmental and simplified protocols. Int J Oral Maxillofac Implants. 2003 Mar-Apr;18(2):250-7.

5. Maló P, Rangert B, Nobre M. “All-on-Four” immediate-function concept with Brånemark System implants for completely edentulous mandibles: a retrospective clinical study. Clin Implant Dent Relat Res. 2003;5 Suppl 1:2-9.

6. Bassit R, Lindström H, Rangert B. In vivo registration of force development with ceramic and acrylic resin occlusal materials on implant-supported prostheses. Int J Oral Maxillofac Implants. 2002 Jan-Feb;17(1):17-23.

7. Machtei EE, Oved-Peleg E, Peled M. Comparison of clinical, radiographic and immunological parameters of teeth and different dental implant platforms. Clin Oral Implants Res. 2006 Dec;17(6):658-65.

8. Raghoebar GM, Meijer HJ, Slot W, Slater JJ, Vissink A. A systematic review of implant-supported overdentures in the edentulous maxilla, compared to the mandible: How many implants? Eur J Oral Implantol. 2014 Summer;7(2):191-201.

9. Del Fabbro M, Ceresoli V. The fate of marginal bone around axial vs. tilted implants: A systematic review. Eur J Oral Implantol. 2014 Summer;7(2):171-89.

10. Mericske-Stern R, Worni A. Optimal number of oral implants for fixed reconstructions: A review of the literature. Eur J Oral Implantol. 2014 Summer;7(2):133-53.

11. Passia N, Kern M. The single midline implant in the edentulous mandible: a systematic review. Clin Oral Investig. 2014 May 29. [Epub ahead of print] PubMed.

12. Carneiro BA, de Brito RB Jr, França FM. Finite element analysis of provisional structures of implant-supported complete prostheses. J Oral Implantol. 2014 Apr;40(2):161-8. doi: 10.1563/AAID-JOI-D-11-00188.

13. Mangano F, Macchi A, Caprioglio A, Sammons RL, Piattelli A, Mangano C. Survival and Complication Rates of Fixed Restorations Supported by Locking-Taper Implants: A Prospective Study with 1 to 10 Years of Follow-Up. J Prosthodont. 2014 Apr 18. doi: 10.1111/jopr.12152. [Epub ahead of print].

14. Trimpou G., Weigl P., Krebs M.,Parvini P., Nentwig G.H. Rationale for esthetic tissue preservation of a fresh extraction socket by an implant treatment concept simulating a tooth replantation Case report. Dental Traumatology 2010; 26: 105–111; doi: 10.1111/j.1600-9657.2009.00831.

15. Nentwig GH. The Ankylos system: concept and clinical applications. J Oral Implantol. 2004;30:171–177.

Figura 29Sorriso final.

Figura 30Sorriso final.

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Caso Clínico

Restabelecimento estético anterior: clareamento, facetas e coroas em cerâmica

Mariana Veras GodeiroCirurgiã-dentista graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Especialista em Dentística Restauradora Estética pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-USP. [email protected]

Daniel Galafassi Mestre e Doutor pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professor do Curso de Odontologia da Faculdade da Serra Gaúcha – FSG.

Fernando Mandarino Professor Titular no Departamento de Odontologia Restauradora da FORP/USP. Professor Coordenado do Curso de Especialização em Dentística da FORP/USP.

O clareamento dental consiste na utilização de peróxido de hidrogênio em variadas concentrações que, em contato com o tecido dental, irá promover a liberação de oxigênio

sob a forma de radicais livres ou íons, chamados EROS (espécies reativas de oxigênio),ocasionando a quebra das moléculas de alto peso molecular presente nos pigmentos, provocando o aspecto escurecido, dando assim, a aparência mais clara ao dente1.Nesse ínterim, o peróxido de carbamida (outro peróxido que pode ser utilizado para o clareamento dental) vai se decompor em peróxido de hidrogênio e ureia para, posteriormente, liberar o oxigênio, de forma lenta, dando maior estabilidade ao agente, além de produzir maior longevidade e diminuição da sensibilidade dentinária2.Assim, o tratamento clareador proporciona um menor croma e maior

valor para, posteriormente, a confecção das restaurações indiretas possibilitar um menor desafio clínico e correta escolha da cor.Noutro Pórtico, com a evolução dos cimentos odontológicos, que vem alcançando resultados cada vez mais satisfatórios em relação à adesão, é possível utilizar restaurações indiretas totalmente cerâmicas, como o sistema IPS Empress II e-max (Ivoclar Vivadent). Esse é composto principalmente de dissilicato de lítio. Na fase laboratorial é utilizada a técnica da cera perdida e prensagem da cerâmica3.Não obstante, alia alta resistência, previsibilidade clínica, resultados estéticos superiores4,biocompatibilidade ao periodonto, estabilidade de cor e condutibilidade térmica simular ao dente3,5. Além disso, é imprescindível obedecer aos princípios de preparo, deixando espaço para o material restaurador, e não negligenciar a

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Caso Clínico

Figuras 1 e 2Aspecto inicial do sorriso. Verificar a presença de diatesma, manchas e opacidades nos incisivos.

fase de provisórios, que determina o condicionamento gengival, diminuindo os riscos de agressões ao periodonto e invasões ao espaço biológico, além de melhorar a estabilidade oclusal4.Nessa mesma linha de pensamento, o caso clínico apresentado conjuga os aspectos primordiais que condicionam a efetiva excelência estética com a importante reconstituição da função.

Caso clínicoPaciente adulta, entre a 4ª e 5ª década de vida, sexo feminino, compareceu a clínica de pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/SP com a queixa principal de insatisfação com as facetas de resina composta anteriores, em que relatava apresentar manchas e desgastes nas bordas. Durante a anamnese, foi verificada toda a história das restaurações e hábitos, além das expectativas da paciente. Em seguida, foi realizado exame clínico e observou-se presença de cáries e espaços entre os incisivos superiores nos elementos 11 e 21, pigmentações extrínsecas, opacidade nas superfícies vestibulares dos incisivos.

Nesse diapasão, foi realizado o clareamento dental caseiro com peróxido de carbamida 10% durante quatro semanas, objetivando obter menor croma nos dentes adjacentes. Ademais, foi executado um planejamento cuidadoso com enceramento diagnóstico, mock up para aprovação e devidos ajustes com a paciente. Em seguida, foram feitos os preparos dentais para as coroas dos elementos 11 e 12 e facetas dos 21 e 22. Finalizado os preparos, de acordo com Baratieri et al, 2010: moldagem com silicona de adição Empress XP (3M),escolha da cor (região cervical D3 e média e incisal D2) e confecção dos provisórios em resina bisacrílica (Protemp 4,3M) e repassada as instruções de higiene oral.Nessa mesma linha de raciocínio, sessão clínica subsequente, foi realizada a prova das peças em posição, limpeza e cimentação (cimento autocondicionante Relyx U200,3M)6.É oportuno ressaltar que o condicionamento com ácido fluorídrico para o sistema IPS Empress II é aplicado por 20 segundos, seguido de lavagem por um minuto, secagem e aplicação do silano7.

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Caso Clínico

Figura 5 Confecção de molde com silicona de condensação.

Figura 6Inserção da resina bisacrílica no molde de silicona de condensação.

Figuras 7 e 8Realização do mock up com resina bisacrílica (Protemp 4,3M).

Figura 3Clareamento dental caseiro peróxido de carbamida 10%.

Figura 4Enceramento diagnóstico.

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Caso Clínico

Figura 11Peças e-max (Sistema IPS Empress II).

Figuras 12 e 13Aspecto final do sorriso após cimentação com Relyx U200 (3M).

Figura 9Preparos para coroas 11 e 12 e facetas 21 e 22.

Figura 10Escolha da cor (escala VITA).

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50 Outubro de 2014

Caso Clínico

A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista.Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor.

2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver.

4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento.

6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

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Editora-chefe e Jornalista responsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7734

NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

DiscussãoCom o desiderato de alcançar um sucesso considerável e satisfatório no âmbito da aceitação pelo paciente e pelos profissionais de Odontologia, torna-se importante o conhecimento das nuances e particularidades dos diferentes materiais disponíveis no mercado, aliado a precisa indicação clínica.Nesse paradigma, o sistema selecionado IPS Empress II e.max de cerâmica pura possibilita uma propriedade estética translúcida, devido ao vidro e uma alta resistência à flexão em torno de 300-400 Mpa, por conta do óxido, até em estruturas mais complexas8,9.Por isso, corretamente indicada no caso clínico em questão, que abrange confecção de coroas unitárias anteriores e facetas9.Em contraposição, poderia ter sido utilizado outros sistemas, como IPS Empress I, cerâmica vítrea reforçada por leucita, porém, sua resistência a flexão, em torno de 97-180 Mpa, poderia comprometer a longevidade clínica das restaurações9.

ConclusãoDiante de todo o exposto, é possível concluir que, para obter sucesso e previsibilidade clínica nos tratamentos restauradores indiretos, deve haver uma aliança conservadora e, ao mesmo tempo, inovadora, tentando preservar ao máximo os tecidos dentais, com técnicas modernas de preparo, materiais que promovam alta adesão, facilidade de uso e compatibilidade biológica. Acrescenta-se a isso, o adequado planejamento e atenção às expectativas e idealizações do paciente quanto ao seu resultado final.

Referências1. Vaz V.T.P et al. Clareamento Dental:terapêutica ou Cosmética?.

Revista Dentística on-line. Ano 10, nº20, p.58 a 66,jan/mar 2011.2. Batista MIHN. Clareamento Dental e restaurações diretas

como soluções estéticas para dentes anteriores. Paraíba, 2010[Monografia].

3. Conceição el al,Ewerton. Dentística saúde e estética. 2ª ed.p 436-442.Porto Alegre: Artmed,2007.

4. Baratieri et al, Luiz Narciso. Odontologia restauradora: fundamentos e técnicas, volume 2.2 ª ed. p 608-627. São Paulo: Santos,2010.

5. Shillingburg et al,Herbert.Fundamentos de prótese fixa.4 ª ed. p 353.São Paulo: Quintessence,2007.

6. Portal www.3MESPE.com.7. Soares C.J et al.Surface treatment protocols in the

cementation process of ceramic and laboratory-processed Composite Restorations: A Literature Review. J Esthet Restor Dent.v.17,n.4,p.224-235,2005.

8. Christiaan W.P. A Systematic Review of Ceramic Inlays in Posterior Teeth:An Update. Int J Prosthodont.v.24, n.6, p.566–575,2011.

9. Gomes E.A et al. Cerâmicas odontológicas: o estado atual. Cerâmica. v.54, p.319-325,2008.

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1) Mendonça G, Mendonça BD, Oliveira SL, Araujo AC. Efeitos da Diferenciação de Células Tronco Mesenquimais Humanas sobre Superfícies de Implantes Hidrofílicas. In: Implant News, v. 10, n. 6a | PBA | Novembro/Dezembro 2013 ISSN 1678-6661 [111-116].

2) da Silveira BM. Análises Omográficas, Microtomográficas e Histológicas entre Enxertos em Bloco Autógeno e Xenógeno nas Reconstruções Ósseas de Maxila. Dissertação mestrado ILAPEO. 2013.133 pg.

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