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Suplemento mensal do jornal Nova Odivelas Nº2 14/10/11 Jovem Canecense vence no mundo da música Ana Maria Santos

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Suplemento mensal do Nova Odivelas

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Suplemento mensal do jornal Nova Odivelas Nº2 14/10/11

JJoovveemm CCaanneecceennssee vveennccee nnoo mmuunnddoo ddaa mmúússiiccaa

AAnnaa MMaarriiaa SSaannttooss

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O segundo número da Odivelas Life chega hoje às mãos dos nos-sos leitores com ao meus desejos de que agrade tanto comopenso que o primeiro número agradou a crer nos inúmerose-mails enviados para o Nova Odivelas.Não posso deixar de agradecer todas as mensagens de carinhoe assinalar algumas críticas formuladas assegurando que serãotidas em conta e se necessário faremos consideraremos em ter-mos dos conteúdos finais desta revista que mensalmente edita-mos, na segunda semana, como suplemento do Nova Odivelas.Como já dissemos procuraremos em cada mês trazer aos nossosleitores aquele tipo de assuntos, que pela sua natureza, nãocabem no corpo principal do jornal.Hoje falamos do sucesso de uma jovem música portuguesa nomundo da música e no mundo geográfico. Falamos ainda de umajovem estudante do Curso de Assistente Social e abordamos doistemas relacionados com saúde e alimentação.Queremos cada vez mais abordar os assuntos que aos nossosleitores interessam e por isso aceitamos sugestões.Vamos voltar em Novembro com mais temas e novidades.

Ana Maria SantosO orgulho dos pais, o reconhecimentopúblico das instituições

Rapidamente Ana Maria Santos responde a 20 questões…

Marias do Açúcar… Quem não se deixavencer pelo que é bom?

A ingestão alimentar na gravidez foiestudo e prémio internacional

Desfazem-se mitos urbanos. O café não potencia arritmias

Chegou a cronista que vai abalar omundo VIP. Viperina, Independente,mas Pura.

Helga AfonsoUma jovem com ideias na…Faculdadede Ideias

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Beijinhos da

Pipinha de Barbedo e [email protected]

Olá

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QQuueemm éé AAnnaa MMaarriiaa SSaannttooss??

«Bem, eu sou uma jovem normal…cheia de sonhos e deambições. Tenho uma profissão um bocadinho diferente,mas como gosto muito do que faço, consigo no meio detodo o trabalho ter tempo para ser feliz!»

Fotografias cedidas pela família deAna Maria SantosTTeexxttoo:: Pipinha Barbedo e Melo

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A música é hoje a vida de Ana Maria Santos. Apesar deainda jovem tem já um enorme percurso no mundo damúsica e se em Portugal nem sempre é possível desen-volver os caminhos escolhidos o mundo está prontopara receber de braços aberto o talento demonstradopelos portugueses. E, o talento de Ana Maria Santostem reconhecimento internacional com elevadasactuações no estrangeiro e tendo sido convidada paraaluna da mais prestigiada academia de música deEspanha, e uma das melhores do mundo, a EscolaSuperior de Música Rainha Sofia, em Madrid.

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Nada na vida acontece por acaso mas a entrada da música na vida da Ana Maria e da clarinetista no mundo damúsica até pode parecer um acaso. «A música aparece na minha vida quando eu tinha cerca de uns 7 anos de idade.Foi tudo uma coincidência! Fui de férias, com os meus pais, para a casa de uns familiares no Algarve. Um dia aparece-ram uns amigos desses familiares que tinham uma filha que tocava na Banda da Charneca e que me disseram para apa-recer na Banda só para ver um ensaio que depois logo decidia se ficava ou não». A predisposição de Ana Maria paraa música pode sentir-se na rapidez com que decidiu entrar para a banda. «Posso dizer que não demorei nada adecidir! No primeiro dia que fui ouvir o ensaio da Banda fiquei logo lá sentada a aprender a fazer claves de sol!»

OO ccaammiinnhhoo ccoommeeççoouu nnaa BBaannddaa ddaa CChhaarrnneeccaa

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Antes de se chegar aos instrumentos, é necessário aprenderquestões essenciais para um músico e Ana Maria andou cercade um ano a aprender solfejo, mas a música já fazia parte desi e lá ia a todos os ensaios e lições. Ao fim desse tempo oMaestro da banda «O Sr. Serra» deu-lhe finalmente uminstrumento. «A escolha do clarinete coube ao Sr. Serra que tam-bém não tinha muitas opções…porque eu tinha umas mãosmuito pequeninas, assim, a solução foi dar-me uma requinta,que é um clarinete pequenino!». Provando, se ainda fosse necessário qualquer prova, aimportância das Bandas Filarmónicas Amadoras, na formaçãodos jovens e na criação de apetência pelo mundo da música,Ana Maria Santos disse-nos que «Com a banda o meu gostopela música cresceu, o que fez com que aos 11 anos tivesse inte-resse em entrar para Conservatório. Depois do Conservatórioseguiu-se a Academia Nacional Superior de Orquestra e depoisa ida para Espanha».

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Ana Maria Santos recebe hoje a sua formação musical a nível superior numa escola em Madrid. Quisemos saber oporquê desta escolha. Será que em Portugal não há a mesma capacidade formativa neste domínio que existenesse país?Ana Maria Santos disse-nos convictamente que «Portugal tem muito bons professores de clarinete» sublinhando queteve mesmo «A sorte de poder trabalhar com o melhor deles, desde que entrei para o Conservatório! O Etienne Lamai-son foi meu professor desde os meus 11 anos e ele deu-me uma formação muito boa! No entanto, ao fim de 12 anos seminterrupção a dar-me aulas, sentimos que era hora de cortar o “cordão umbilical” e seguir em frente».

PPoorrttuuggaall tteemm bboonnss pprrooffeessssoorreess mmaass aa eevvoolluuççããoo tteemm ddeerr sseerr ccoonnssttaannttee

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O ditado popular que afirma«Parar é morrer» aplica-se deforma intensa no mundo damúsica. «Nesta profissão demúsico temos que estar sempre aestudar e como surgiu a possibili-dade de ir fazer a especializaçãoem clarinete baixo na Escola Supe-rior de Música da Catalunha (Bar-celona), na classe do professorHarry Sparnaay» Ana Maria acei-tou e lá foi. «Ao fim de um anomudei-me para Madrid, ondeainda me encontro, a estudar clari-nete com o que foi o maior solistade clarinete do mundo, o professorMichel Arrignon».

Apesar de considerar que «Onível de clarinete em Portugal émuito alto e muito interessante» ajovem entendeu que «Não sepode recusar a oportunidade depoder receber conhecimentosde uma pessoa como o Arrignon,que trabalhou com os melhoresmúsicos e maestros do mundoao longo de toda a sua carreira».Assim, Espanha aparece na vidade Ana Maria Santos porque «Éonde estes fantásticos professoresestão a dar aulas».

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Como já dissemos, a música entrou na vida deAna Maria Santos pelas Bandas Filarmónicas. Aos7 anos na Charneca e uns anos depois da Socie-dade Musical e Desportiva de Caneças com amudança de residência para esta freguesia donosso concelho. Para Ana Maria «As Bandas Filarmónicas têm umpapel muito importante na vida dos músicos,especialmente dos músicos de sopro. Há muitagente que até lhes chama de “Conservatórios dopovo” e eu acabo por concordar com esta expres-são. Foi na Banda que aprendi o solfejo que é umabase muito importante para a formação de ummúsico, foi lá que descobri, mesmo que por sorte, oclarinete e foi lá que passei momentos fantásticos».

AAss BBaannddaass FFii llaarrmmóónniiccaass ssããoo CCoonnsseerrvvaattóórriiooss ddoo PPoovvoo

Apesar destas bandas serem amadoras as coisas eram levadas a sério ede forma profissional e por isso foi ali que «Comecei a descobrir o ladosério de ser músico porque os concertos eram algo levado muito a sério,onde se trabalhava muito individualmente e em grupo para atingir osresultados esperados».As recordações que guarda desse tempo nunca as irá esquecer. «Acamaradagem, os amigos, as saídas para tocar em povoações mais longe,em que os meus pais também iam, que se tornavam numa verdadeira festae que me deixaram momentos de infância muito felizes e que vou recordarpara sempre».

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Para além dos Festivais e concertos em que temparticipado um pouco por todo o mundo AnaMaria Santos participou num projecto muitoespecial. A editora Galimard, em Paris, fez umacolecção (livro+CD) de histórias para criançasonde o objectivo era dar a conhecer às criançasos variados instrumentos da orquestra.

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O clarinete entrou no CD “Le Voyage de Théo” eAna Maria Santos foi a solista a convite do seuentão professor Etienne Lamaison. Para Dezembro deste ano esta marcada a saídade um novo CD de Ana Maria Santos que foi con-vidada para gravar o Quinteto de Brahms (paraquarteto de cordas e clarinete).

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Ana Maria Santos começou a participar em festi-vais desde muito cedo. «Muitas vezes não foi fácil,porque para ser convidada a participar em Festi-vais de música, sobretudo os mais prestigiados, épreciso muito trabalho e esforço para ser aprovadonas várias audições». Mas, apesar dessas partici-pações serem difíceis foram também boas expe-

NNooss ffeesstt iivvaaiiss ttaammbbéémm ssee aapprreennddee mmuuii ttooriências. «Tenho muitas histórias, umas maisengraçadas que outras, como é natural, mas obalanço é muito positivo» sublinhou a jovemmúsica que considera que «Nestes festivaisaprende-se muito a nível musical, mas também anível humano. Conheci muitas pessoas com cultu-ras e formas de pensar diferentes e aprendi muitocom isso».

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Alguns destes festivais serão mesmo inesquecíveispara Ana Maria. «No verão de 2010 estive na Coreia doSul e foi uma experiência fantástica porque a cultura eforma de ser daquele povo é completamente diferenteda nossa». A jovem lembra também a sus estada «Coma Orquestra Mundial de Jovens na Hungria (2009) e queaí a dificuldade foi passar o verão a comer esparguete comiogurte natural em cima! Na altura custou bastante, masagora se calhar sou menos esquisita com a comida». Este verão esteve na Suíça, em Lucerna num Festivalde música contemporânea e «A experiência foi incrívela nível musical. É fantástico quando podemos trabalharcom maestros que falaram e conheceram os composito-

res das obras que estamos a tocar». As históriasengraçadas fazem parte da vida de todos nós enaturalmente também de Ana Maria Santos. Dasmuitas histórias que foi vivendo nas participaçõesnos festivais deixamos esta vivida na Suíça: «Um diafui almoçar a um restaurante e ao abrir a carteirapara pagar a empregada viu o meu Cartão de Cida-dão e começa a gritar em bom português: “Oh Zé! OhZé! Temos aqui uma portuguesa”. Claro que foi ummomento muito giro e eles como sabem a importân-cia da Academia de Lucerne ficaram muito orgulho-sos de saber que este ano havia uma participanteportuguesa».

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Ana Maria Santos considera que «Todos os festivais em que participeitiveram o seu lado bom! Foram todas experiências que me fizeramcrescer como pessoa e como músico».

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Ana Maria Santos recebeu no dia 22 de Junhodeste ano, das mãos da Rainha Sofia, de Espa-nha, o prémio de melhor aluna da sua classe: «Lamención de alumna más sobresaliente durante elcurso em la Catedra de Clarinete com el ProfesorMichel Arrignom». Nesta cerimónia que decorreuem Madrid no Palácio Real de El Pardo estevetambém presente o Embaixador de Portugal emEspanha Álvaro de Mendonça e Moura. Em final

MMeellhhoorr aalluunnaa ddaa ssuuaa ccllaassssee ee mmeeddaallhhaa ddee hhoonnrraa ddaa ssuuaa ffrreegguueessiiaa

de conversa tínhamos de perguntar à Ana Maria:Que sente uma jovem música numa situaçãodessas?«Senti um grande orgulho e uma grande emoção!Foi um momento muito bonito que nunca maisvou esquecer! Ter ganho o prémio foi tambémmuito bom, pois são estes pequenos momentos emque sentimos que todo o trabalho e esforço são re-compensados».

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Na Sessão Solene do 96º da freguesia de Cane-ças, o pai de Ana Maria, José Carvalho, recebeuem nome da jovem, que se encontrava fora dopaís e não pode estar presente, a Medalha deHonra da Freguesia de Caneças e esta distinçãotambém foi muito importante. «Foi muito bonitover a terra onde cresci, reconhecer o meu trabalhoatribuindo-me a sua Medalha de Honra».

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1. Qual foi o último livro que leu?“Conspiração contra a América”

de Philip Roth.2. Qual é a sua viagem de sonho?

Índia ou Japão.3. Que personalidade mais admira?

O meu pai!4. Qual foi o filme que mais a marcou?Vários, gosto de cinema em geral.5. A que prato de comida não resiste?

Sushi.6. Prefere praia ou campo?

Praia de manhã e campo à tarde.7. Bebida?Limonada.

8. Qual é o seu clube desportivo?Benfica.

9. Não dispensa a companhia de…Família e do meu gato.

10. O que a faz feliz?Os momentos que posso brincar com a

minha sobrinha.

11. De que tem medo?De aranhas.

12. Orgulha-se de…Trabalhar muito para conseguir os meus

objectivos.13. Qual é a sua maior ambição?

Realizar todos os projectos profissionaisque não passam ainda de ideias e sonhos.

14. E o maior sonho?Poder tocar até ao fim da vida.15. Um lugar para descansar…Qualquer sitio em silêncio. 16. Onde se sente melhor?Em casa dos meus pais.

17. Se não fosse musico o que seria? Veterinária.

18. Não vive sem…A minha família.

19. Quem gostaria de conhecer?O maestro Cláudio Abbado.20. Por último, um desejo…

Que toda a gente encontre a felicidade.

Rapidamente...

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Avaliação da ingestão alimentar em grávidas portuguesasAlimentaçãoQue tipo de alimentação fazem as mulheres grávi-das portuguesas durante o período de gestação?

Pela primeira vez em Portugal foi validado um ques-tionário que permite avaliar a ingestão alimentar deforma relativamente rápida e simples. Durante a gra-videz observou-se que o consumo de produtos lácteosquase que duplicou em relação ao ano prévio. Aingestão de gorduras, pão, fruta e sopa tambémaumentou significativamente, no entanto a ingestãode ovos, carnes vermelhas, arroz, massas e batatas,fast food, bebidas alcoólicas, café e chá diminuíram.

Não se observaram diferenças significativas no con-sumo de peixe, produtos hortícolas, refrigerantes esumos de fruta entre os períodos estudados. Salienta-mos a elevada inadequação em ácido fólico e ferroobservadas durante a gravidez, aliás condizente comas directrizes de suplementação nos cuidados pré-na-tais. Este estudo foi o vencedor da Categoria Investi-gação em Ciências da Nutrição, da segunda edição dosNutrition Awards 2011.

No âmbito de um projecto conduzido pela Faculdade deMedicina da Universidade do Porto e pelo Instituto de SaúdePública da Universidade do Porto, avaliou-se a ingestão ali-mentar em mulheres grávidas. Este projecto, designado deGeração XXI, pretende avaliar o impacto do ambiente in utero

na saúde das crianças, nomeadamente da alimentaçãomaterna.Quatrocentas e trinta mulheres no 1º trimestre de gravidezpermitiram o seu acompanhamento até ao parto, permitindoconhecer a sua alimentação antes e durante a gravidez. Durante a gravidez, observou-se que o consumo de produ-tos lácteos quase que duplicou em relação ao ano prévio. Aingestão de gorduras, pão, fruta e sopa também aumentou,no entanto a ingestão de ovos, carnes vermelhas, arroz,massas e batatas, alimentos fast food, bebidas alcoólicas,café e chá diminuíram.A percentagem de mulheres que consumiam bebidasalcoólicas decresceu de 36% antes da gravidez para 13%durante a gravidez, ocorrendo também diminuição das

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quantidades ingeridas. Quase todas as mulheres consumiamcafeína antes e durante a gravidez, mas observou-se umadiminuição da quantidade (65mg para 34mg). Avaliou-se a adequação em nutrientes em relação às reco-mendações existentes. 1 em cada 5mulheres consumia menoshidratos de carbono e 13% das mulheres consumiam maisgordura do que o recomendado.Antes da gravidez, 58% das mulheres ingeriam, através daalimentação, menos ácido fólico do que é recomendado,ascendendo aos 91% durante a gravidez. No caso do ferro, 88%das mulheres não conseguiu suprir as suas necessidadesdurante a gravidez. Estes resultados justificam a necessidade

de suplementação.A suplementação em ácido fólico deve iniciar-se antes dagravidez, situação que ocorreu em 19% das mulheres. Ape-sar de 96% ter tomado ácido fólico no 1º trimestre, o inícioda toma ocorreu em média pelas 6 semanas, o que ultra-passa o 1º mês em que a eficácia da suplementação estácomprovada. Estes resultados já tinham sido divulgados em revistas econgressos científicos, mas o reconhecimento feito pelosNutrition Awards deu-lhes uma visibilidade nacional.

Elisabete Pinto, nutricionistaProfessora Auxiliar na Escola Superior

de Biotecnologia – Universidade Católica PortuguesaInvestigadora do Instituto de Saúde Pública

da Universidade do Porto

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A ingestão regular de café não potência arritmias cardíacas

Saúdeblema de saúde é uma perturbação do ritmo dos batimen-tos do coração, que afecta entre 5 e 10% da populaçãonacional acima dos 70 anos.O Programa Café e Saúde foi implementado em Portugal,em 2007, pela AICC (Associação Industrial e Comercial doCafé) com o objectivo de mudar a atitude dos profissionaisde saúde relativamente ao consumo de café. É um projectode informação, dirigido a profissionais de saúde, que pro-cura esclarecer e desvendar mitos sobre a ingestão do café,reunir evidência científica quanto aos benefícios inerentesao seu consumo na prevenção de algumas patologias eestimular o conhecimento específico sobre esta temática.Criado pela OIC (Organização Internacional do Café) apoia,actualmente, programas em Portugal, Espanha, Alemanha,Itália, Finlândia, França, Holanda, Rússia e Reino Unido.

O consumo regular e moderado de café não potencia arritmiascardíacas em adultos saudáveis. Esta conclusão pertence a umestudo realizado pela Organização de Saúde norte-americana,Kaiser Permanente, que acompanhou mais de 130 mil pessoasdurante 30 anos.Os investigadores descobriram que quem consumia, em média,quatro chávenas de café por dia tinha uma redução de quase18% no risco de ser hospitalizado por causa de problemasrelacionados com o ritmo cardíaco, incluindo fibrilação auricu-lar. Por outro lado, os pacientes que ingeriam entre uma a trêschávenas apresentavam menos 7% de probabilidade de seremhospitalizados por causa do problema.Também o CEMBE – Centro de Estudos de Medicina Baseadona Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa, investigouo assunto e concluiu não existir qualquer relação entre o con-sumo regular e moderado de café e o aumento do risco dearritmias cardíacas em indivíduos normais.«A relação entre o consumo de café, as arritmias cardíacas ehipertensão arterial tem vindo a ser objecto de estudo desde hámuito tempo. Com base na compilação da literatura existente edos estudos científicos já divulgados e previamente analisados evalidados concluímos que a ingestão regular e moderada de cafénão só não potencia doenças do foro cardíaco como pode inclu-sivamente ter um efeito protector contra estas. Dados que vêm,assim, contrariar muitos dos mitos que sugerem, precisamente, ocontrário» explica António Vaz Carneiro, autor do estudo eDirector do CEMBE.As Arritmias Cardíacas matam todos os anos cerca de 15 milportugueses, sendo a principal causa de morte súbita. Este pro-

Avaliação da ingestão alimentar em grávidas portuguesas

Crónica da tia DédéQueridos Odivelenses

Caras amigas cá estou de novo depois de uma grande ausên-cia, estive num SPA no Brasil e agora estou de volta alta loura emuito magra, enfim completamente nova. Nova é como quemdiz, mas com menos dez anitos talvez. Bom mas vamos ao queinteressa porque não estou a escrever para falar de mim, massim dos outros, é bem mais interessante e faz bem, não sei aquê mas faz, porque caso contrário não haveria tantas revistasrosa e tantos comentadores de tudo e de nada.Logo que cheguei ao aeroporto e dei uma vista de olhos nascapas das revistas fiquei completamente zonza com tantanovidade, a minha crida Maya que estava desempregada vol-tou aos ecrãs da SIC e muito bem, com um programa que nãoperco nem por nada, sou eu e o meu crido Hernaninho, quecontinua a pôr a boca no trombone no Querida Júlia. Ai quandoele diz que é crime com aquela voz de comando… seilá…”temos pena”. É fantástico a crida Júlia até fica de olhosarregalados. Adoro…! Por adorar a minha crida Barby está fantástica nos gordos, cápara nós, que ninguém nos houve, não devia ser permitidocom uma apresentadora tão magra os pobres dos concorrentesainda ficam todos deprimidos. E por deprimidos quem anda muito zangada com a SIC é anossa Lucy Abreu Djaló, então não é que leu o responso à Juli-nha, Ah pois foi, muito ofendida, não admite que gozem comela depois de tudo o que ela fez pela SIC, ingratos… Umaestrela que praticamente fez da SIC o que ela é. Não está certoser gozada assim, por isso, fez as malas e lá foi para Nice com o

seu Djaló levando a tiracolo a pequena Lyoncya, a mamã ea mana que sonha ser uma grande estrela mas enquantoesse dia não chega lá anda a fazer de bábá da Lyoncinha. Válá não façam essa cara, que não fui eu que a baptizei. Já aminha amiga Sóninha Brazão foi considerada culpada daexplosão e se andava deprimida, agora nem sei… Bomvamos lá ver como vai pagar tanta conta à vizinhança.Por vizinhança, quem anda outra vez nas bocas do mundoé aquele crido do Zé Castelinhos muito Branco e a sua Betty.Pobrezinha, mal consegue andar e a ser acusada de orgiassexuais, ai meninas, está tudo louco, coitada da pobresenhora, tão chique, tão tia, tão lady, casada com um ver-dadeiro modelo de virtude, pureza e bondade é lá capazdesses horrores? Malvadas só sabem inventar.Minhas cridas, agora volto-me para a realeza. Olhem é tudomentira, a minha correspondente em Madrid confirmou-me, a Letizia anda muito feliz com o seu principezinho, sónão consegue engravidar de novo. Pronto, não sei, se calharo principezinho anda muito ocupado com os afazeres darealeza. Não tem nada a ver com encontros nada!Já a Kate, aquela lindíssima que casou com o príncipe Wil-liam, também está óptima, só não engravida porque anda atirar o curso de princesa por correspondência e isso dá-lhemuito trabalho. Suas caturras já andavam a inventar…Bom mas deixemos a realeza em paz e vamos para outroscarnavais. Ando numa excitação com as eleições naMadeira. Adoro o buraco do Jardim. As cridas não tenham

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maus pensamentos, aquilo não é nada compa-rado com o buraco do continente e não vejoqual é o problema o tio Jardim é muito caturrasabe cantar sabe dançar e se a coisa der para otorto ainda paga as dívidas com espectáculospelo mundo fora ao contrário do Passinhos queé muito sisudo e é um pé de chumbo. Ai amigas, quando comecei a escrever esta cró-

nica o meu amigo Isaltininho tinha sido preso,mas ainda não tinha acabado e era erro, enganaram-se, leva-ram o homem inocente preso, tão loucos! E o professor Marce-linho ainda diz que se o Isaltininho for preso têm que criarcondições para ele continuar a exercer o mandato na cadeia, aiamigas, já estou a ver o pobrezinho num gabinete à maneira eos vereadores num corrupio a caminhar prá prisão para des-pachar com o presidente. Digam lá que não ia ser uma catur-reira e as reuniões de Câmara no refeitório. Tá a ver meninoHernaninho, como está tão bem cá no reino da marmelada. Bom já estivemos na realeza na política, agora vamos prá cul-tura. Este fim-de-semana andei nos programas culturais, fui vera Metroplitana tocar, aproveitar enquanto há, pois ouvi dizerque também têm um buraquinho, e que ainda correm o riscode acabar.Bom a crónica já vai longa e agora tenho muitos compromis-sos… Vou tomar o meu chá e entre uma chávena e outraponho a fofoca em dia…

Vá lá não sejam caturras e riam ou pelo menos sorriam porqueisso sim faz bem às rugas!Com muito carinho

DDééddéé

Levaram o homem inocente preso, tão loucos! E o professor Marcelinho ainda diz que se o Isaltininho forpreso têm que criar condições para ele continuar a exercer omandato na cadeia, ai amigas, já estou a ver o pobrezinhonum gabinete à maneira e os vereadores num corrupio a caminhar prá prisão para despachar com o presidente.

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Nome: Helga Afonso

Idade:21 anos

Curso:Serviço Social

Universidade: Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicasda Universidade Técnica de Lisboa

Helga Afonso, 21 anos residente em Odivelas é aluna do cursode Serviço Social do Instituto Superior de Ciências Sociais ePoliticas da Universidade Técnica de Lisboa. Ela é a nossa con-vidada na rubrica Faculdade de Ideias da Odivelas Life.

Faculdade de Ideias – Antes de irmos à tua área de formação,uma pergunta relacionada com as praxes académicas. Continuam afazer sentido?

Helga Afonso – As praxes académicas são sempre importantesna integração de novos alunos, mas na minha opinião, só fazem sen-tido se forem feitas conforme as regras estabelecidas e, acima detudo, com bom senso por parte das entidades praxantes.

FI – Indo então ao Curso de Assistente Social, porque optaste poresta formação?

Faculdade de Ideiasuma coluna de David Braga

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FI – Que tipo de políticas sociais faltam a Portugal?

HA – Sem grande dúvida, apontaria para as políticas direccionadasaos idosos. Infelizmente cada vez mais assistimos ao crescimentoda pobreza e da solidão de muitos idosos. Acho que era necessáriorepensar as políticas implementadas nesta área e insistir num maiorapoio e acompanhamento. É muito triste assistirmos à degradaçãode pessoas que são esquecidas e desvalorizadas, depois de umavida de esforços, trabalho e a solidão é a recompensa. Porém, nãoposso deixar de referir, a sensibilidade que tem sido notável nosúltimos tempos, com algumas políticas, tais como o aumento devagas para os idosos nas instituições de solidariedade social e avalorização das competências das IPSS reforçando a cooperaçãocom o Estado.Deveria haver também uma maior articulação entre o Estado e as

HA – Ao longo do meu percurso escolar percebi que para me sen-tir bem na vida teria de fazer algo de que realmente gostasse. Sem-pre gostei de trabalhar com outras pessoas e sobretudo tentarmarcar a vida de quem precisa de forma positiva, porque só assimme conseguiria sentir realmente realizada. A ideia do curso de Ser-viço Social veio desde cedo, da altura do secundário. Pesquisei einformei-me acerca das funções de um assistente social, e a partirdaí, não tive mais dúvidas de que seria este o curso certo para mim.

FI – Durante a frequência do curso mudaste a opinião em relação àsideias que tinhas inicialmente?

HA – Na minha opinião, e segundo várias opiniões que tive de pro-fessores da área social, a maioria dos alunos entra na faculdade comuma ideia totalmente errada daquilo que é, na verdade, o curso deServiço Social. As tarefas de um assistente social não passam porfazer simplesmente caridade, o chamado assistencialismo. É umaideia errada e retrógrada. Um assistente social faz muito mais doque isso, todo o seu trabalho passa por um processo de descobertae análise dos problemas reais das pessoas, e a parte mais interes-sante e, ao mesmo tempo, desafiadora, é a que trata do acompa-nhamento ao utente, desde início, até à resolução do problema,quando este tem autonomia suficiente para seguir em condiçõescom a sua vida.

FI – As tuas expectativas quanto a saídas profissionais depois deconcluíres o curso são boas?

HA – As saídas profissionais do curso de Serviço Social são muitoboas. Existem inúmeras instituições onde gostava imenso de trabalhare, acima de tudo, aprender. A área em que mais expectativa tenho, é,sem dúvida, a dos sem-abrigo. É um trabalho muito interessante, e porvezes desvalorizado. Porém sabemos que a situação actual em quevivemos não é propriamente animadora. Mas acima de tudo, o maisimportante é não desistir e lutar por aquilo que queremos.

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enriquecedora onde aprendi muito e que espero voltar a repetirmuito em breve. Serviu acima de tudo, para me certificar de que é mesmo esta a áreaque mais me sensibiliza e que quero seguir no meu futuro.

FI – Enquanto membro da Juventude Social Democrata, tens apreocupação de sensibilizares os teus colegas para a problemáticada acção social?

HA – Felizmente esse nunca foi um problema na juventude partidá-ria a que pertenço. Aliás, foi dos primeiros aspectos positivos quereparei e que apreciei muito. Os meus colegas são sensíveis no quetoca à área social e têm perfeita consciência de que temos a respon-sabilidade de fazer algo para melhorar a vida das pessoas. É uma dasnossas bandeiras e que, com certeza, muitas pessoas já ouviram falar.Temos feito iniciativas como organizar campanhas de angariação deroupas para as IPSS’s do concelho, sensibilizar as pessoas para os pro-blemas sociais que vivemos actualmente. Visitámos, várias vezes, oBairro da Cassapia na freguesia do Olival Basto, fizemos entrega dematerial escolar e roupa e, acima de tudo, apelámos às entidadescompetentes para a sensibilização dos problemas que existem neste,e noutros, bairros que são totalmente desconhecidos por muitas pes-soas. Visitámos também inúmeras instituições de solidariedadesocial do concelho e preocupamo-nos em sair à rua para conhecer-mos os reais problemas dos habitantes de Odivelas.

FI – Esta crise que assola Portugal vai criar mais dificuldades àsfamílias. Achas que haverá capacidade de resposta para acudir atodas as necessidades básicas?

HA – A situação em que nos encontramos actualmente não é fácil,bem como gerir os recursos que temos. Porém, na minha opinião,têm sido feitos muitos esforços nesse sentido. Acima de tudo devehaver critérios rigorosos na implementação de medidas sociais epenso que este governo tem essa preocupação.

autarquias, com o objectivo de reforçar o apoio directo a quem pre-cisa, criando uma rede que assegure os excluídos, dinamizar ascidades, dar oportunidade, a quem quer e quem pode, de ajudar eacima de tudo melhorar as condições de vida dos cidadãos e tornaras cidades mais solidárias e competitivas.

FI – Relataste há uns tempos no teu Facebook uma experiência quetiveste acompanhando uma associação que apoia pessoas sem-abrigo. Marcou-te muito essa experiência?

HA – Ao longo do meu percurso académico, já tive oportunidadede acompanhar de perto algumas situações de sem-abrigo. Porém,esta última experiência marcou-me muito porque, essencialmente,passar de teoria à prática é completamente diferente. Tive a opor-tunidade de acompanhar de perto a vida dos sem-abrigo e deconhecer todo o processo de reinserção social que é feito com pro-fissionais muito competentes na área. Foi uma experiência muito

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maior oferta de serviços e assim darmos resposta às necessidadesreais da população.

FI – Para acabar, planos futuros?

HA – Quero terminar a licenciatura e, de seguida, fazer uma espe-cialização em políticas sociais. Continuar a trabalhar na área dossem-abrigo, aprender ao máximo e dar o meu contributo para queo número, tão elevado que temos actualmente na nossa sociedade,diminua e quem sabe, abranger outras áreas, como crianças ejovens ou habitação social.

FI – Certamente que na área da acção social também haverá algunsdesperdícios, o que fazer para racionalizar os meios disponíveis paraque estes cheguem realmente a quem precisa?

HA – É necessário que haja fiscalização e o cuidado de perceber serealmente quem recebe, precisa. Ao longo do tempo foram atribuí-dos subsídios a quem não tinha necessidade de os receber, porexemplo. Isto deve-se ao facto de não haver uma selecção criteriosadas pessoas que, destes inúmeros subsídios usufruem. Mas estetrata-se apenas de um caso em que podemos e devemos racionali-zar os recursos que estão ao nosso alcance a fim de se obter uma

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Suplemento mensal do Jornal Nova Odivelas Nº1 Ano I Setembro 2011

Director: Henrique Ribeiro Coordenação: Pipinha de Barbedo e Melo

Colunista: David BragaConcepção gráfica: Soraia Lopes