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FACULDADE ASSIS GURGACZ OCORRÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM PACIENTES ATENDIDOS EM LABORATÓRIO PRIVADO DA CIDADE DE CASCAVEL - PARANÁ CASCAVEL 2015

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FFAACCUULLDDAADDEE AASSSSIISS GGUURRGGAACCZZ

OCORRÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM PACIENTES ATENDIDOS

EM LABORATÓRIO PRIVADO DA CIDADE DE CASCAVEL - PARANÁ

CASCAVEL

2015

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JESSICA ZANOTTO

OCORRÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM PACIENTES ATENDIDOS

EM LABORATÓRIO PRIVADO DA CIDADE DE CASCAVEL - PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito parcial para a obtenção do título

de bacharel em farmácia, Curso de Farmácia,

Faculdade Assis Gurgacz.

Professora Orientadora: Maria das Graças

Marciano Hirata Takizawa

CASCAVEL

2015

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JESSICA ZANOTTO

OCORRÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM PACIENTES ATENDIDOS

EM LABORATÓRIO PRIVADO DA CIDADE DE CASCAVEL - PARANÁ

Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora Me. Maria das Graças

Marciano Hirata Takizawa.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________

Me. Maria das Graças Marciano Hirata Takizawa

_____________________________

Me. Leyde Daiane Peder

_____________________________

Me. Patricia Stadler Rosa Lucca

Cascavel, 09 de Junho de 2015.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, que iluminou meu caminho durante

esta caminhada, e especialmente aos meus pais, que nunca

desitiram de mim e sempre acreditaram e investiram no meu

sonho para que eu pudesse torná-lo realidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ser meu refúgio e minha

fortaleza nos momentos mais difíceis, sempre me conduzindo pelo melhor caminho e sendo o

principal responsável por todas as minhas conquistas.

Agradeço especialmente aos meus pais, Salete e Gelson, e ao meu irmão, Leonardo,

que estiveram sempre presentes me apoiando e me dando forças para que eu continuasse

lutando durante essa etapa da minha vida. Obrigada pelo apoio, compreensão e,

principalmente, por todo o carinho ao longo deste percurso.

Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento não apenas

racional, mas a manifestação do caráter e afetividade da educação do processo de formação

profissional, por tanto que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por

terem me feito aprender.

Agradeço à minha orientadora Profª Me. Maria das Graças Marciano Hirata Takizawa

por sua atenção, apoio e contribuição fornecida para o desenvolvimento deste trabalho.

Meus agradecimentos aos meus familiares, amigos e companheiros de trabalho que

fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes em minha vida com certeza.

Agradeço aos meus colegas de classe e com certeza futuros excelentes profissionais. É

muito bom contar com a amizade, cumplicidade e companheirismo de vocês.

Agradeço a todos (futuros colegas de profissão) que abriram as portas de seus

estabelecimentos e me proporcionaram muito aprendizado e experiência.

Agradeço também aos colaboradores do Laboratório, em especial o Sr. Marcos

Valério, pela participação e imensa colaboração para o desenvolvimento deste estudo.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito

obrigada!

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SUMÁRIO

1 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 07

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 22

2 ARTIGO ............................................................................................................................... 27

NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA .............................................................................. 42

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1 REVISÃO DE LITERATURA

PARASITISMO INTESTINAL E SAÚDE PÚBLICA

O parasitismo intestinal ainda constitui um dos mais sérios problemas de saúde pública

nos países em desenvolvimento, o qual se apresenta bastante disseminados e com alta

prevalência, resultante das más condições de vida das camadas populacionais mais carentes

(FREI et al., 2008). Tal ocorrência é um dos principais fatores debilitantes da população,

sendo associado com frequência a quadros de diarreia crônica e desnutrição, comprometendo

o desenvolvimento físico (SIMÕES et al., 2014).

Em diferentes países, inúmeros programas governamentais são implementados para o

controle das parasitoses intestinais. A baixa eficácia dessas iniciativas em países em

desenvolvimento se dá pela contribuição financeira insuficiente para a adoção de medidas de

saneamento básico e tratamento, junto à falta de participação e envolvimento da comunidade

(FREI et al., 2008).

Relacionados com a frequência que ocorrem e a possibilidade de incapacitar os

indivíduos, as protozooses e as helmintoses constituem um problema de importância médico-

sanitária. Nesse sentido, SILVA (2010) afirma que as condições socioeconômicas e culturais,

fatores ambientais e as inter-relações entre o agente etiológico e o homem são variáveis

desencadeantes dessas doenças.

Cientes desse cenário constantemente são realizadas ações de intervenção sanitária

voltadas para a prevenção e controle das enteroparasitoses, com o objetivo de reduzir a

prevalência elevada desse tipo de doença. Porém, a negligencia de grande parte da sociedade

acerca da prevenção das principais parasitoses intestinais, conhecendo muito pouco a respeito

da cadeia de transmissão, contribui para o agravamento dessa situação (FERRAZ et al.,

2014). No início as doenças parasitárias são negligenciadas pela saúde pública pelo fato de

não apresentarem sintomas tão aparentes, cooperando para o agravamento do quadro clínico

(TIAGO et al., 2005).

Estudos relacionados a esse problema são realizados de forma fragmentada, devido às

dificuldades encontradas em organizar amplas investigações epidemiológicas que

complementem todas as características regionais e sociais envolvidas. A carência de dados é

considerada um fator agravante, uma vez que não é possível saber a importância regional do

problema, seu perfil epidemiológico e a distribuição das parasitoses emergentes e

reemergentes (FERRAZ et al., 2014).

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Faz-se necessário que os sistemas de estatísticas atuais se fortaleçam principalmente

nos países em desenvolvimento, para melhorar a confiabilidade, cobertura e desagregação de

dados, especialmente por área geográfica, gênero e grupo de renda. É primordial aumentar a

agilidade, a regularidade na coleta de dados e a propagação de informações para os usuários

interessados (FREI et al., 2008).

Os principais impasses enfrentados nos países em desenvolvimento são a qualidade

em saúde, sua prevenção e conservação. Sua prevalência depende de condições econômicas,

educacionais, sociais, sanitárias, índice de aglomeração da população, condições de uso e

contaminação do solo, da água e alimentos; e da predisposição de evolução das larvas e ovos

de helmintos e de cistos de protozoários em cada um desses ambientes, demonstrando

variações inter e intra-regionais (MARQUES et al., 2005).

PARASITOSES INTESTINAIS

As parasitoses intestinais ou enteroparasitoses sucedem da presença de helmintos e/ou

protozoários no trato digestivo. Essas doenças comprometem cerca de 25% da população

mundial e se distribuem de acordo com as características das comunidades e a região do globo

(SILVA et al., 2011).

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 2 bilhões de

pessoas estão infectadas com algum tipo de parasita, onde maior parte dessas infecções têm

associação a deficiências nutricionais, dentre elas, carência de ferro e de vitaminas (DIAS,

2005). Outros dados da OMS mostram que as doenças infecciosas e parasitárias continuam a

figurar entre as principais causas de morte, sendo responsáveis por 2 a 3 milhões de óbitos por

ano, em todo o mundo (VASCONCELOS et al., 2011).

Apesar de a espécie humana ter conhecimentos quanto a prevenção e ao tratamento

das doenças parasitárias, ela é responsável pela sustentação da cadeia de transmissão das

parasitoses intestinais, propagando a contaminação fecal do solo e da água, que compõem o

principal mecanismo de disseminação dos parasitas. As inadequadas práticas de higiene

pessoal e doméstica, junto a ausentes ou insuficientes condições mínimas de saneamento

básico, são os principais mecanismos de transmissão dos parasitas intestinais (SILVA et al.,

2011).

Nos países em desenvolvimento a endemicidade está vinculada com a contaminação

do meio ambiente, na qual as parasitoses intestinais conseguem atingir índices de prevalência

muito elevados, acontecendo especialmente sob condições sanitárias inconvenientes,

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possibilitando transmissão via oral-fecal, o que oportuniza risco maior para a população

infantil. Por outro lado, nos países desenvolvidos, o nível socioeconômico e a educação

sanitária não garantem proteção (SILVA et al., 2011).

FATORES RELACIONADOS ÀS INFECÇÕES PARASITÁRIAS

Para que ocorram as doenças parasitárias é essencial que haja elementos básicos

expostos e adaptados às condições do meio. Três fatores são indispensáveis para que ocorra a

infecção: (1) as condições do hospedeiro, (2) o agente etiológico e (3) o meio ambiente, a

clássica tríade epidemiológica das doenças parasitárias. Os fatores que predispõem um

hospedeiro são seu estado nutricional, idade, fatores genéticos, comportamentais,

profissionais e culturais. Relacionados ao agente etiológico, tem-se a resistência do parasita

ao sistema imune do hospedeiro e os mecanismos de escape acoplados às transformações

bioquímicas e imunológicas verificadas ao longo do ciclo de cada agente. Associadas aos

fatores anteriores, as condições ambientais favorecem e determinam a ocorrência de infecção

e doença (FREI et al., 2008).

As parasitoses podem ser adquiridas pela ingestão de ovos, cistos, larvas e adultos de

helmintos e cistos de protozoários encontrados no solo, podendo ser levados aos alimentos

pela poeira ou serem arrastados por correntes de água. Outra fonte de contaminação por meio

das mãos sujas levadas à boca, tanto por adultos quanto por crianças, e também por larvas que

penetram na pele (TIAGO et al., 2005).

As parasitoses intestinais causam perdas econômicas, redução da produtividade,

prejuízo da função de órgãos vitais, contribuindo para o aumento da desnutrição e outras

formas de patologias clínicas, sendo responsáveis pela diminuição da qualidade de vida da

população (SILVA et al., 2011).

Os fatores de risco prevalentes associados às infecções parasitárias são: precárias

condições educacionais, sociais, econômicas e sanitárias; índice de aglomeração de pessoa

elevado; tratamento de água insuficiente; uso inadequado do solo e contaminação deste e de

alimentos. As parasitoses intestinais podem provocar sintomas como má absorção intestinal,

obstrução intestinal, diarreia, colites, anemia e desnutrição, além de serem responsáveis por

déficit no aprendizado e no desenvolvimento físico das crianças (BORGES et al., 2011).

Apesar da mortalidade ocasionada pelas enteroparasitoses ser relativamente baixa, as

infecções parasitárias ainda constituem importantes problemas sanitários e sociais. Observam-

se, às vezes, complicações, que em muitos casos exigem atenção hospitalar. A má-absorção, a

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diarreia, a perda de sangue, a capacidade diminuída de trabalho, a reduzida taxa de

crescimento, bem como as deficiências de cognição e de aprendizado (SILVA et al., 2011).

ENTEROPARSITOSES NO BRASIL

Sabe-se que a incidência das parasitoses intestinais em nosso país é elevada, assim

como nos demais países em desenvolvimento, sofrendo variações conforme a região de cada

país, a idade, o grau de escolaridade, os hábitos de higiene dos indivíduos, o nível

socioeconômico e as condições de saneamento básico (TIAGO et al., 2005).

Apesar de o Brasil ter passado por inúmeras modificações que melhoraram a qualidade

de vida de sua população nas últimas décadas, as enteroparasitoses ainda são endêmicas em

diversas áreas do país. As informações sobre a prevalência de parasitoses intestinais ainda

são escassas ou mesmo nulas para certas regiões (MARQUES et al., 2005).

As infecções parasitárias no Brasil ainda instituem um sério problema, demonstrando

maior prevalência em populações que possuem condições precárias de saneamento básico e

de nível socioeconômico baixo, resultando em altos índices de mortalidade e morbidade;

produzindo déficits orgânicos, sendo um dos principais fatores debilitantes da população, e

associando-se sucessivamente a quadros de diarreia crônica e desnutrição, que como

consequência compromete o desenvolvimento intelectual e físico, especialmente das faixas

etárias mais jovens da população (SILVA et al., 2011).

Apesar das diferenças regionais no Brasil, a contaminação do meio ambiente ainda é

intensa, elevada a prevalência das parasitoses intestinais e homogênea à distribuição, sendo

comum o poliparasitismo e associação de desnutrição e anemia (SILVA et al., 2011).

Muitas vezes essas doenças são subestimadas pelos profissionais de saúde, porém a

morbidade relacionada a elas é significativa. O investimento em saneamento básico é

considerado uma das mais eficazes e melhores soluções para que ocorra a promoção da saúde,

haja vista que financeiramente o investimento é relativamente baixo e o retorno é garantido

(SILVA et a.l, 2011).

Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Sistema Único de Saúde

(SUS), mostram que cerca de 700 mil internações hospitalares ao ano na ultima década foram

geradas por doenças relacionadas à inadequação ou a falta de saneamento (SILVA et al.,

2011). O recurso financeiro necessário para proporcionar serviços de água e saneamento

básico é pouco comparado com os dividendos gerados pelas consequências das parasitoses

intestinais (DIAS, 2005).

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O dimensionamento das parasitoses intestinais no Brasil se torna difícil, pois, em sua

maioria, as publicações refletem a realidade de pequenas localidades (BORGES et al., 2011).

Existem registros de frequências pontuais em diferentes populações: 35,2% em pacientes

atendidos, em 2004, no Hospital Universitário Professor Edgar Santos, na cidade de Salvador

- BA (SANTOS et al., 2007); 12,6% na população de Concórdia - SC (MARQUES et al.,

2005); no município de Chapadinha - MA, a prevalência encontrada foi de 33,1% no período

de janeiro de 2007 a fevereiro de 2008 (SILVA et al., 2010).

PROTOZOOSES E HELMINTOSES PREVALENTES NO BRASIL

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que nos países em desenvolvimento

como o Brasil, o crescimento das taxas de morbidade e mortalidade tem sido cada vez mais

relacionadas às parasitoses intestinais, com altas frequências de protozoários e helmintos

motivadores de danos às funções do organismo ou carência de nutrientes (MENEZES, 2013).

Dentre enteroparasitas mais comuns no Brasil, podemos destacar: entre os helmintos,

Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomideos; entre os protozoários,

Entamoeba histolytica e Giardia lamblia que são patogênicos; entre os comensais, Endolimax

nana e Entamoeba coli (BORGES et al., 2011).

A Entamoeba histolytica destaca-se entre os protozoários de importância médica.

Alguns protozoários comensais também merecem referência, como a Entamoeba coli, a

Endolimax nana e a Iodamoeba butschlli, pois possuem mecanismos de transmissão

semelhantes aos demais protozoários (OLIVEIRA et al., 2008).

O protozoário flagelado mais importante e de interesse médico, é a Giardia intestinalis

(conhecida também por Giardia lamblia ou Giardia duodenalis), parasita do intestino

delgado, com extrema frequência, principalmente em crianças. A existência de protozoários

flagelados que parasitam o sistema digestivo é caracterizada pela presença de um ou mais

flagelos na forma de trofozoíto, sua forma vegetativa (NEVES, 2009).

Os helmintos podem ser subdivididos de acordo com seu ciclo biológico, sendo

classificados em bio-helmintos (requerem de hospedeiro intermediário) e geo-helmintos

(usam o solo para sua evolução). Entre os geo-helmintos, os ovos (Ascaris lumbricoides,

Enterobius vermincularis, Trichuris trichiura, Hymenolepis nana) ou as larvas (Ancylostoma

duodenale, Strongyloides stercoralis) tornam-se infectantes quando as condições de clima e

umidade são favoráveis (SOUZA et al., 2002).

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As helmintoses intestinais constituem um grande problema de saúde pública em

diversas regiões do mundo. Geralmente a presença desses helmintos está associada ao baixo

desenvolvimento econômico, a carência de saneamento básico e a falta de higiene

(CARVALHO et al., 2002). Usualmente diagnosticados pela identificação dos ovos e das

larvas em amostras fecais, o helmintos intestinais pertencem a três grupos: nematóides,

cestóides e trematóides (DE CARLI, 2007).

Os sintomas relacionados às helmintíases apresentam ampla variabilidade, desde a

ausência de manifestação clínica a raríssimos casos graves e letais, entre eles as complicações

cirúrgicas abdominais. Como a clínica é inespecífica, para o diagnóstico das helmintíases

intestinais é preconizado basicamente o exame parasitológico de fezes (FERRARI et al.,

2004).

Ascaris lumbricoides

Um dos helmintos intestinais de maior prevalência em seres humanos é o Ascaris

lumbricoides. Essa alta prevalência está relacionada diretamente com as condições sanitárias

precárias, ao tipo de comunidade (urbana/rural), área geográfica, nível socioeconômico,

número de pessoas, idade, estado nutricional, ausência ou insuficiência de hábitos de higiene

adequados, tipo de domicílio, acessibilidade de bens e serviços, predisposição a infecções

parasitárias e o grau de educação materna ou paterna (MENEZES, 2013).

O A. lumbricoides pode ser encontrado em quase todos os países do mundo,

dependendo apenas do grau de desenvolvimento da população e das condições climáticas e

ambientais (SILVA et al., 2010). Sua incidência pode atingir 100% em situações que

apresentam precárias condições de saneamento básico, ocorrendo principalmente em regiões

temperadas e tropicais, a quantidade de vermes pode chegar a milhares em um único

indivíduo (MENEZES, 2013).

Parte do ciclo vital do A. lumbricoides precisa do solo para se cumprir, por isso esse

parasita é considerado um geo-helminto. O homem doente ou portador elimina os ovos e após

estarem dispostos no solo, em condições propícias, esse irão desenvolver no seu interior a

forma larvária infectante. No intestino, essa larva é liberada, após a ingestão do mesmo

através da água ou alimentos contaminados no processo de lavagem, irrigação com água

contaminada por dejetos humanos ou por manipulação de indivíduos contaminados com maus

hábitos higiênicos (MENEZES, 2013).

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Quando os ovos embrionados de A. lumbricoides são eliminados no solo pelo

hospedeiro definitivo, eles não possuem capacidade de infecção, nesse contexto o ambiente

exerce papel importante para a transmissão da parasitose. Para que seja adquirida essa

capacidade é necessário lugares quentes e sombreados, úmidos, pelo qual água e alimentos

podem ser contaminados, após processo evolutivo que dura de três a quatro semanas

(CAMPOS et al., 2002).

Depois de ingeridos, os ovos se eclodem a larva filarióide e invade a mucosa

intestinal, sendo transportada posteriormente aos pulmões. Após 10 a 14 dias, as larvas

maduras ainda nos pulmões, penetram nas paredes alveolares, ascendem a arvore bronquial

para a orofaringe e são deglutidas. Quando atingem o intestino delgado irão se desenvolver

em vermes adultos (MENEZES, 2013).

Os vermes adultos da espécie Ascaris lumbricoides habitam o intestino delgado do

homem, alimentando-se dos nutrientes digeridos que seriam absorvidos pelo organismo,

levando seu hospedeiro a debilidade. Os vermes na fase adulta podem atingir até 40

centímetros de comprimento, multiplicar-se e em casos de hiperinfestações podem chegar ao

número de até 600 vermes adultos, que podem ocorrer na dependência do binômio parasita-

hospedeiro e de fatores ambientais circundantes (CIMERMAN et al., 2008).

Atualmente as medidas de controle e a vigilância epidemiológica são de fácil acesso

nos dias de hoje por meio de programas de saúde do Sistema Único de Saúde que atendem

especificamente as famílias. Porem, ainda há focos de exclusão nas áreas rurais e nas

periferias das cidades, locais que favorecem a ocorrência de surtos de ascaridíase. Faz-se

necessário que sejam tomadas atitudes mais proativas dos gestores não investindo somente em

medicina preventiva, mas também repensar em equipes multiprofissionais, agindo m conjunto

para erradicar esta e outras parasitoses, promovendo o bem estar da população

(INNOCENTE, 2009).

Trichuris trichiura

A tricuríase, doença causada pelo parasita da espécie Trichuris trichiura, tem maior

prevalência em regiões onde o clima é quente e úmido, e que apresentam precárias condições

de saneamento básico. Estima-se que pelo menos um bilhão de pessoas estejam infectadas por

este parasita, sendo que 350 milhões representam jovens menores de 15 anos expostos a altas

cargas parasitárias e aos quadros mais graves da doença (MENEZES, 2013).

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Os vermes adultos do T. trichiura habitam principalmente o intestino grosso, mas

podem parasitar também o ceco e o cólon ascendentes nas infecções leves ou moderadas e o

cólon distal, reto e porção distal do íleo nas infecções maciças. Na camada epitelial da mucosa

intestinal fica “imersa” a região mais delgada do parasita, onde ele se alimenta de restos de

enterócitos, já a região posterior fica exposta no lúmen intestinal, facilitando a reprodução e a

eliminação dos ovos (NEGRÃO-CORRÊA, 2010).

A infecção pelo helminto Trichiura trichiura ocorre através da ingestão dos ovos

embrionados contidos na água ou alimentos contaminados. Quando chegam ao intestino

delgado esses ovos eclodem e a larva invade as microvilosidades intestinais, onde passa por

um período de maturação até a fase adulta, posteriormente migrando até as porções cecal e

retal do intestino grosso. A quantidade de vermes albergados, a idade do indivíduo e o seu

estado nutricional irão influenciar nas manifestações clínicas de cada paciente (NEVES et al.,

2004).

O ciclo parasitário da tricuríase pode ser fragmentado através do tratamento dos

parasitados, pela adoção de medidas de higiene, educação sanitária da população e acréscimo

de políticas de saneamento ambiental (CIMERMAN; CIMERMAN, 2010).

Giardia lamblia

A Giardia lamblia é o protozoário encontrado mais frequentemente, com uma

prevalência estimada de em média 2 a 5% nos países desenvolvidos e 20 a 30% nos países

emergentes, com aproximadamente 280 milhões de infecções por ano, e acarreta custo

elevado com o tratamento (CABRAL et al., 2007).

A giardíase está associada a condições sanitárias precárias, tratamento de água

insuficiente, frutas e verduras contaminadas. A infecção ocorre quando os cistos infectantes

de G. lamblia são ingeridos por um hospedeiro suscetível através da água e alimentos

contaminados; pela transmissão direta de pessoa a pessoa, sendo muito comuns em creches e

lares de idosos; ou pela forma indireta, animal a pessoa, artrópodes como moscas e baratas

(CABRAL et al., 2007; CARNEIRO et al., 2014).

A Giardia lamblia possui duas formas evolutivas: cisto e trofozoíto. A forma cística é

a forma infectante, sendo a responsável pela disseminação da doença, e a forma trofozoítica é

a não infectante (NEVES et al., 2004).

É o protozoário patogênico com maior prevalência mundial, porém a maioria dos

portadores é assintomática e não desenvolvem infecção clínica observável. As infecções

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agudas são caracterizadas pela ocorrência de diarreia explosiva, com odor fétido e presença de

muco. A ingestão do cisto da Giardia ocorre através da água ou alimentos contaminados, o

cisto passa pelo estômago onde perde sua camada cística externa devido à ação do suco

gástrico, chegando ao intestino delgado liberando trofozoítos que crescem e se multiplicam

pelo processo de divisão binária, sempre dependendo das capacidades imunológicas e

nutricionais do hospedeiro (MENEZES, 2013).

O trofozoíto é responsável pela produção do mecanismo de “atapetamento” da mucosa

intestinal, isso provoca as manifestações crônicas da giardíase, resultando em uma barreira

física que impede a absorção de vitaminas e gorduras, além de prejudicar a reabsorção de

água e eletrólitos, promovendo quadro de desidratação. Esse quadro crônico no parasitismo

quase sempre acarreta em prejuízo no desenvolvimento estrutural e baixo desempenho

intelectual do indivíduo, principalmente de crianças em fase escolar em virtude da desnutrição

e dificuldade de concentração decorrente (BUSCHINI et al., 2007).

Após colonizar o intestino delgado superior, a Giardia lamblia compete com a mucosa

intestinal na absorção de nutrientes e na desconjugação dos sais biliares, interferindo na

absorção de gorduras e provocando lesão na mucosa. A maioria dos pacientes relata queixas

gastrointestinais inespecíficas. Outros sintomas incluem fadiga, diarreia, distensão, dor

abdominal, flatulência, febre, vômito e perda de peso (SILVA et al., 2011). Ocasionalmente,

tem sido relatada a associação de infecção por G. lamblia com urticária e prurido, uveíte e até

mesmo com sensibilização para antígenos alimentares, o que fez surgir hipóteses de algum

nexo causal entre essas doenças e as protozooses (SOUZA et al., 2012).

As manifestações clínicas do paciente infectado após duas a três semanas, período de

incubação, irão depender de fatores relacionados ao parasita (número de cistos ingeridos,

cepas), da resposta do hospedeiro (exposição previa, estado imune, idade, nutrição) e da

duração da infecção. Pode-se classificar a giardíase em três manifestações clínicas principais:

forma assintomática, forma aguda e forma crônica (SILVA et al., 2011).

Como medidas de controle deve-se enfatizar a necessidade de medidas de higiene

pessoal, educação sanitária como lavar as mãos após a utilização do banheiro, filtrar e ferver a

água potável e instalações sanitárias adequadas (NEVES et al., 2004). A tenacidade dessas

parasitoses provem de intervenções medicamentosas insuficientes ou incorretas, das praticas

de higiene inadequadas após a quimioterapia e da persistência dos fatores ambientais de

reinfecção, principalmente nos países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos os

registros de casos são geralmente atribuídos por surtos epidêmicos, não configurando um

problema crônico (FERNANDES, 2009).

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O diagnóstico laboratorial da Giardíase é feito pela identificação de cistos ou

trofozoítos no exame parasitológico de fezes ou identificação de trofozoítos no fluído

duodenal, obtido através de aspiração. A detecção de antígenos pode ser realizada pelo

ELISA, como confirmação diagnóstica (SILVA et al., 2011).

Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar

Por possuírem características morfológicas idênticas, os gêneros Entamoeba

histolytica e Entamoeba dispar são situados dentro de um mesmo complexo, porém possuem

graus de infectividade e patogenicidade diferentes. A maioria dos casos de colites disentéricas

de origem amebiana é causada por esses gêneros. As amebas do gênero Entamoeba histolytica

possuem poder invasivo sobre a mucosa intestinal humana, já que apresentam mecanismos de

lise sobre as células epiteliais do cólon. Esses mecanismos incluem: as proteínas de adesão

(lectinas) se ligam a carboidratos na das células epiteliais, a síntese de enzimas que degradam

as proteínas da matriz extracelular epitelial e a síntese de proteínas que produzem poros na

membrana da célula hospedeira, contribuindo para a penetração do parasita (FERREIRA;

VIEIRA, 2006).

Esses mecanismos causam a perfuração e ferimento na mucosa intestinal, sendo

responsáveis pelos sintomas da chamada disenteria amebiana, manifestada por diarreia muco

sanguinolenta intermitente, desidratação, febre e septicemia secundária, quando não tratada

pode levar a óbito (CIMERMAN; CIMERMAN, 2010).

Esta ameba tem potencial para invadir a corrente sanguínea, sendo possível produzir

os chamados “amebomas”, já nas dependências do hospedeiro, que decorrem da presença do

parasita em diversos órgãos, como fígado, coração e até mesmo cérebro, caracterizando a

chamada amebíase extra-intestinal, com complicações fisiológicas severas (NEVES et al.,

2004).

Já as amebas do gênero Entamoeba dispar não possuem potencial invasivo aos tecidos

humanos, porém podem perfurar a mucosa intestinal até certo ponto, causando episódios de

cólicas e de diarreia com muco, sem sangue, caracterizando a colite não-disentérica. Essa

ameba, como as demais amebas não patogênicas, não possui tratamento medicamentoso

preconizado nos protocolos estabelecidos pela OMS (SILVA et al., 2005).

A identificação desse tipo de ameba nos exames parasitológicos indica a contaminação

da água ou dos alimentos por matéria fecal e, como consequência, pode expor os níveis

precários de saneamento ambiental em algumas comunidades, principalmente naquelas de

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baixo nível socioeconômico (KUNZ et al., 2008). O início do ciclo das amebas acontece

quando o homem doente ou portador defeca ou expõe seus dejetos em corpos hídricos ou

alimentos, esses passarão a ter os cistos, forma infectante. Este cisto possui uma membrana

externa quitinosa, responsável por conceder resistência às ações do meio externo, permitindo

sua sobrevivência por alguns dias em ambiente hídrico (REY, 2001).

Depois de ingerido, o cisto maduro da ameba passa pelo estômago onde sofre ação do

suco gástrico que retira sua camada quitinosa externa, quando chega aos intestinos libera o

trofozoíto, forma amebóide parasitária, que se adere à mucosa intestinal nas porções do cólon,

onde cresce e se prolifera alimentando-se dos detritos fecais e de enterobactérias, ou invadem

os tecidos quando o equilíbrio com o hospedeiro é danificado (CIMERMAN; CIMERMAN,

2010).

O trofozoíto não apresenta sobrevida suficiente no meio externo, por isso não

representa potencial infectante. Porém em determinado momento, devido às condições do

meio intestinal, estes podem sofrer o processo de encistamento, forma resistente às ações do

meio externo, podendo permanecer viáveis ate serem ingeridos por outra pessoa novamente e

reiniciar todo o ciclo (BELLIN; GRAZZIOTIN, 2011).

Como medida geral de controle dessas parasitoses busca-se impedir a contaminação

fecal da água e alimentos através de medidas de saneamento, destino adequado das fezes,

educação em saúde e controle dos indivíduos infectados. Para realizar a promoção da

vigilância epidemiológica, é necessário diagnosticar e tratar os casos para impedir a

transmissão direta ou indireta para outras pessoas (MENEZES, 2013).

Entamoeba coli

A Entamoeba coli é transmitida de maneira fecal-oral. Esse parasita possui uma forma

cística e uma trofozoíta (NEVES et al., 2004). O ciclo biológico se inicia no homem quando

ocorre a ingestão de cistos presentes na água ou nos alimentos contaminados. Em seguida

acontece o desencistamento, onde os trofozoítos são liberados e se reproduzem por divisão

binária. Esses trofozoítos dão origem a novos cistos, que são evacuados através das fezes. No

interior do cisto o parasita realiza divisão binária, onde são formados de seis a oito novos

indivíduos que desencistam quando chegam ao intestino de um novo hospedeiro (SILVA et

al., 2011).

Quando ocorre a identificação desse organismo, é necessário grande cuidado, pois ele

pode ser confundido com a Entamoeba histolytica, levando a um tratamento desnecessário, já

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que o mesmo não é patogênico. A profilaxia dessa parasitose pode ser realizada através da

higienização correta dos alimentos e das mãos, melhoria de condições sanitárias, consumo de

água fervida ou filtrada e tratamento dos doentes (SILVA et al., 2011).

Apesar de a Entamoeba coli ser comensal no intestino humano, é importante enfatizar

a necessidade da aplicação de medidas de controle que sejam capazes de neutralizar os

mecanismos de transmissão desse agente, uma vez que os índices encontrados constituem um

parâmetro para medir o grau de contaminação fecal a que os indivíduos estão expostos, pois o

Brasil conta com inquéritos epidemiológicos escassos (MENEZES, 2013).

Endolimax nana

A amebíase comensal é causada pelo agente Endolimax nana, é caracterizada por não

ser patogênica. Esse parasita pode ser encontrado na forma cística e na trofozoíta, sendo

visualizado com mais frequência nas fezes a forma cística. A sua transmissão ocorre de

maneira oral-fecal e seu ciclo biológico é igual ao da Entamoeba coli (NEVES et al., 2004).

A prevenção dessa doença está relacionada a educação sanitária, a aplicação de

medidas simples pode pelo menos ameniza a contaminação. Outro método seria a estimulação

da população para que façam exames preventivos, a fim de identificar os casos assintomáticos

e tratá-los, podendo evitar a propagação dos parasitas (SILVA et al., 2011).

Enterobius vermicularis

O Enterobius vermicularis possui maior incidência nas regiões onde o clima é

temperado e afeta principalmente a faixa etária de 5 a 15 anos (NEVES et al., 2010). Possui

distribuição mundial, variando conforme a faixa etária, condições de higiene e temperatura.

Os ovos de E. vermicularis possuem baixo peso específico, fator que determina seu potencial

de transmissibilidade, pois podem ser facilmente carregados e encontrados em diferentes

lugares (REY, 2008).

Os vermes adultos são encontrados principalmente no ceco e nas porções adjacentes

dos intestinos delgado e grosso, como apêndice, reto e ânus (CIMERMAN; CIMERMAN,

2010).

As formas infectantes podem ser transmitidas através de alimentos e da poeira

contaminados com os ovos. A heteroinfecção ou primoinfecção ocorre quando os ovos

atingem um novo ou o mesmo hospedeiro (forma indireta). Quando ocorre a transmissão dos

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ovos da região perianal à boca do individuo, criança ou adulto, é denominado autoinfecção

interna ou direta. No processo de autoinfecção interna as larvas eclodem dentro do reto

migrando para o ceco e lá se convertem em vermes adultos; já na retroinfecção as larvas

eclodem externamente a região perianal, penetram o ânus e migram em direção ao intestino

grosso onde se transformam em vermes adultos (NEVES et al., 2010).

Para a redução desta parasitose é necessário a adoção de medidas sanitárias,

implantação de saneamento ambiental, tratamento de doentes e de familiares são medidas

importantes para o rompimento do ciclo da enterobiose. É necessário o desenvolvimento de

orientações voltadas para a educação em saúde, tendo como foco principal os hábitos pessoais

de higiene, como: manter a unhas bem aparadas, evitar coçar o ânus desnudo e não levar as

mãos à boca, lavar as mãos antes das refeições e após defecar e trocar diariamente roupas

de cama e toalhas para evitar reinfestação. Para obter sucesso na erradicação ou controle

desta parasitose, atitudes como essa devem ser frequentemente relembradas e incentivadas por

parte das autoridades de saúde das comunidades locais (MENEZES, 2013).

Strongyloides stercoralis

A infecção causada pelo Strongyloides stercoralis é denominada estrongiloidíase. É

uma parasitose prevalente principalmente em regiões de clima tropical (CIMERMAN;

CIMERMAN, 2010). Parte do ciclo do S. stercoralis ocorre no solo e ele mantém seu ciclo

sem deixar o hospedeiro através de reinfecção interna e externa, onde é capaz de propagar

formas adultas de vida livre que se multiplicam sexuadamente sendo responsáveis pela

perduração dos focos de infecção (BENINCASA, 2007).

Quando a larva filarióide infectante presente nas fezes penetra a mucosa intestinal ou a

região perianal do homem, tem-se o inicio da estrongiloidíase. Outra forma de transmissão

ocorre quando o homem pisa em solo contaminado com fezes humanas, permitindo a

penetração das larvas através dos pés ou pernas (CIMERMAN; CIMERMAN, 2010). As

primeiras manifestações clínicas ocorrem no momento da penetração da larva na pele,

aparecimento de sintomas urticariformes e vermelhidão local. Quando as larvas atingem a

corrente sanguínea ou linfática, elas migram até os pulmões causando manifestações

asmatiformes com hemorragias pulmonares e quadros de pneumonia, nesses casos é possível

evidenciar larvas no escarro e lavado brônquico dos indivíduos doentes (NEVES et al., 2009).

Uma porção destas larvas é ser expelida pela expectoração natural, outra porção

morrerá nos tecidos devido a formação de granulomas em torno de si e outra porção será

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deglutida e chegará aos intestinos (COURA, 2005). Após completarem o ciclo pulmonar, as

larvas se instalam nas criptas da mucosa duodenal, onde se desenvolvem em vermes adultos e

causam lesões granulomatosas com hemorragia, necrose, microulcerações, produção de muco

abundante que fica evidente no aspecto das fezes diarreicas do individuo (NEVES, 2005).

Quando ocorre a evolução deste quadro e o mesmo não é diagnosticado e tratado

corretamente, pode ocasionar a perda da capacidade absortiva da parede intestinal com

perfuração, fibrose e infecções peritoneais que podem levar o indivíduo ao óbito. Fatores

relacionados ao individuo, como seu estado imune e nutricional, bem como o número de

formas infectantes e número de exposições a estas formas podem resultar em hiperinfecção

que costumam ser fatais (COURA, 2005).

A quebra o ciclo da estrongiloidíase compreende o tratamento dos indivíduos doentes

e atenção aos hábitos de higiene pessoal, já que o hospedeiro permanece como fonte de

autoinfecção indefinidamente. É importante a conscientização da população quanto ao uso de

calçados e de evitar atividades recreativas que tenham contato direto com o solo nas praças e

parques públicos que sejam suspeitos de depósitos de fezes humanas. Ainda é importante

ressaltar os investimentos em medidas de saneamento e em obras de pavimentação de ruas a

fim de diminuir a disposição de excrementos humanos a céu aberto e, como consequência, o

contagio da estrongiloidíase (REY, 2001).

Hymenolepis nana

Conhecido também como “tênia anã”, a infecção pelo Hymenolepis nana ocorre em

todo o mundo, principalmente em regiões onde o clima é temperado, atingindo geralmente

crianças entre 2 e 9 anos, devido a falta de imunidade específica (NEVES, 2009). A maior

incidência deste parasita no Brasil ocorre no Sul, em virtude da existência de ambientes

coletivos como creche e ambientes fechados pelo frio (FERREIRA, 2012).

Existem fatores de riscos ambientais que são fundamentais para a propagação da

himenolepíase: o acúmulo de lixo em locais onde não se realiza coleta e ocorre a proliferação

de roedores e insetos coprófagos e locais onde as instalações sanitárias são precárias ou

inexistentes estimulando a defecação a céu aberto, têm-se então o ambiente ideal para a

contaminação domiciliar (MENEZES, 2013).

O homem pode se contaminar quando ingere água ou alimentos contendo ovos ou ao

ingerir alimentos como cereais e farinhas com insetos ou fragmentos destes misturados,

também pode acontecer a autoinfecção, quando o homem coça o ânus e leva as mãos sujas à

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boca. Quando o ovo chega ao intestino do homem, ele libera uma larva ou embrião que se fixa

na parede do intestino e se desenvolve o verme adulto com um corpo segmentado em anéis

(proglotes), que vão se desprendendo no intestino liberando os ovos que depois serão

encontrados nas fezes e na região perianal do homem (CIMERMAN; CIMERMAN, 2010).

Para que seja realizada a quebra do ciclo da himenolepíase devem ser adotadas

medidas de higiene pessoal e proteção dos alimentos e da água ao contato com insetos e

roedores, além de realizar medidas conjuntas de tratamento medicamentoso, que deve ser

efetuado coletivamente em comunidades fechadas (COURA, 2005).

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Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas RBCF

OCORRÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM PACIENTES

ATENDIDOS EM LABORATÓRIO PRIVADO DA CIDADE DE CASCAVEL –

PARANÁ

Jessica Zanotto1*

, Maria das Graças Marciano Hirata Takizawa2

1Acadêmica do curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz

2Professora do curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz

Resumo

As parasitoses intestinais são consideradas um grave problema de saúde pública e servem

como indicadores das condições socioeconômicas em que vive certa população. O presente

estudo teve como objetivo determinar a frequência dos parasitas intestinais em uma população

atendida em Laboratório privado do município de Cascavel – PR. Os exames parasitológicos

de fezes foram realizados no laboratório de análises clínicas entre janeiro de 2012 e dezembro

de 2014, pelo método de Lutz/HPJ (sedimentação espontânea). Foram analisados 46.344

laudos de exames coproparasitológicos, sendo 1.319 (2,85%) amostras positivas e 45.025

(97,15%) amostras negativas. A maior taxa de positividade ocorreu na faixa etária de 21 a 30

anos. As espécies encontradas com maior frequência foram a Entamoeba coli, Endolimax

nana e Entamoeba histolytica/E. dispar, e entre as patogênicas houve a prevalência do

helminto Strongyloides stercoralis e do protozoário Giardia lamblia. Os resultados

apresentados exibem uma realidade comum em municípios onde não há um controle sanitário

eficiente, demonstrando a necessidade de melhorias no planejamento estratégico dos

dirigentes para captação e aplicação de recursos financeiros para viabilizar o controle dessas

parasitoses.

UNITERMOS: Enteroparasitoses. Prevalência. Levantamento Epidemiológico. Condições

sanitárias.

*Correspondência: Jessica Zanotto, Curso de Farmácia – Faculdade Assis Gurgacz. Endereço:

Rua Basílio Hereciuk, 40, 85.400-000 Centro, Guaraniaçu/PR – Brasil. E-mail:

[email protected]

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INTRODUÇÃO

As doenças parasitárias são um enorme problema de saúde pública e de alta

prevalência nos países em desenvolvimento, porém recebem pouca prioridade em programas

de saúde. As parasitoses intestinais afetam um grande número de indivíduos, podendo se

apresentar de forma assintomática ou quadros de diarreia e desnutrição, entre outras alterações

fisiológicas, comprometendo o desenvolvimento físico, mental e nutricional, especialmente de

crianças (MENEZES et al., 2008) sofrendo variações de acordo com as condições de

saneamento básico, nível social econômico, idade, hábitos de higiene precários e grau de

escolaridade, entre outras variáveis (BASSO et al., 2008).

No Brasil a prevalência das parasitoses intestinais é alta, variando de acordo com cada

região do país, sendo necessária a criação de uma política de educação séria e profunda. A

erradicação desses problemas exige uma melhoria das condições socioeconômicas,

saneamento básico e educação sanitária, além da mudança de certos hábitos culturais

(MENEZES et al., 2008).

Há uma grande dificuldade em organizar amplas investigações epidemiológicas que

complementem todas as características regionais e sociais envolvidas, por isso estudos

relacionados a esse problema são realizados de forma fragmentada. A carência de dados é

considerada um fator agravante, pois não é possível saber a importância regional do problema,

seu perfil epidemiológico e a distribuição das parasitoses emergentes e reemergentes

(FERRAZ et al., 2014).

As enteroparasitoses ocupam um lugar de destaque no cenário de doenças tropicais no

Brasil, compõem um grave problema de saúde pública, pois são enfermidades de origem

multifatorial e multicausal, que se originam da interação de diversos fatores. Torna-se

imprescindível a realização de investigações para que se possam criar medidas de controle

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voltadas à população suscetível, visto que sua prevalência multiplica o risco de morbidade e

mortalidade (COURA, 2005).

Para que se tenha controle efetivo dessas enfermidades são necessárias ações

combinadas de saneamento básico, conscientização sanitária e terapêutica. Para efetivar essas

ações, é fundamental que se tenha pleno conhecimento da realidade onde a comunidade está

enquadrada. Através dessa análise, a parasitologia humana consegue expressar os motivos e

as influências das parasitoses sobre o homem e seu inter-relacionamento com as suas

condições sociais e o meio. Há fatores de risco que determinam a distribuição das doenças

parasitárias, pois essas não se distribuem de forma aleatória ou ocasionalmente (NEVES et

al., 2004).

Geralmente os parasitas que habitam o trato gastrointestinal do homem, pertencem ao

filo Protozoa, Platyhelminthes, Nematoda e Acantocephala, sendo as condições de

saneamento básico e moradia fatores determinantes para a transmissão dos mesmos. Alguns

como Ascaris lumbricoides, Entamoeba histolytica, Enterobius vermicularis, Giardia

lamblia, Hymenolepis nana, Taenia solium e Trichuris trichiura são transmitidos pela água ou

alimentos contaminados, outros como Ancylostoma duodenale, Necator americanus e

Strongyloides stercoralis são transmitidos por larvas presentes no solo (NEVES, 2009).

Comumente a transmissão das enteroparasitoses ocorre via oral passiva, estando

relacionada a áreas onde as condições higiênicas e sanitárias são precárias, e cujo sistema de

saneamento básico, incluindo o tratamento de água e esgoto facilita a disseminação de cistos e

ovos de parasitas (UCHÔA et al., 2009).

Em consequência da elevada prevalência das enteroparasitoses e de sua ação

patogênica, com este trabalho pretende-se contribuir com um levantamento epidemiológico

sobre a incidência de parasitoses intestinais nos pacientes atendidos em Laboratório Privado

localizado na cidade de Cascavel, Paraná, de modo que seja possível enumerar os

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enteroparasitas de maior frequência e de interesse médico. Devido à escassez de trabalhos

nesta área, este estudo vem preencher algumas lacunas e servir como incentivo para a

realização de novos trabalhos.

MATERIAIS E MÉTODOS

População de Estudo

O município de Cascavel (24º 57' 21" S, 53º 27' 19" W), localizado na região oeste

paranaense, possui uma área territorial de 2.091,401 m² e altitude média de 781 metros acima

do nível do mar. Possui uma população de 309.259 habitantes, conforme estimativa do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada em agosto de 2014.

Coleta de dados

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da

Faculdade Assis Gurgacz, sob o número de protocolo 857.540.

Adquiriram-se os resultados laboratoriais apresentados neste estudo por meio de

exames parasitológicos fecais realizados em pacientes atendidos no laboratório de análises

clínicas privado da cidade de Cascavel (PR). O levantamento da ocorrência de parasitas

intestinais é referente ao período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014, onde se analisou

46344 laudos. Os pacientes atendidos no laboratório são provenientes do município de

Cascavel e da região.

Os exames parasitológicos de fezes foram realizados pelo método de Lutz/HPJ

(sedimentação espontânea), tendo sido analisada uma lâmina de cada amostra por indivíduo.

Os resultados foram salvos em arquivos eletrônicos e encaminhados diretamente ao médico

solicitante ou entregue aos próprios pacientes.

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Análise de dados

Para a análise de dados e estudo sobre a associação entre variáveis, adotou-se o teste

qui-quadrado em nível de significância de 5,0%, com resultados considerados significante

estatisticamente para p ≤ 0,05. A análise estatística foi realizada através do software Minitab®,

onde foi comparada a positividade no período das análises, as espécies parasitárias

encontradas, as faixas etárias, o gênero, a região e os casos de monoparasitismo e

poliparasitismo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As doenças parasitárias representam ainda hoje um complexo problema de saúde

pública no mundo. Em nosso país ainda são escassos os estudos epidemiológicos que avaliam

adequadamente os índices de infecções por parasitas intestinais (FERRAZ et al., 2014).

Quando se compara as várias regiões do país, fica evidente a existência de desigualdades no

que se refere ao estado da população no Brasil (ANDRADE et al., 2008).

Dos 46.344 casos estudados, 1.319 apresentaram ao menos uma espécie de parasita

intestinal, o que representa uma prevalência de parasitoses de 2,85% (em relação a espécies

patogênicas ou não) da população estudada. Estudos anteriores mostraram uma prevalência

maior, como é o caso de um levantamento efetuado por Frei (2008) na cidade de Assis, São

Paulo, onde o predomínio geral foi de 20,3% no ano de 2001 e no município de Bias Fortes,

Minas Gerais, onde Andrade (2008) verificou que a prevalência de ao menos uma espécie de

parasita foi de 63,8%.

A Tabela I compara a incidência de episódios negativos e positivos entre os indivíduos

que foram submetidos a exames parasitológicos no laboratório nos anos de estudo.

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Tabela I – Frequência de casos negativos e positivos nos três anos de estudo.

ANOS Negativos Positivos TOTAL p

2012 27186 874 28060 0,000*

2013 9540 256 9796

2014 8299 189 8488

TOTAL 45025 1319 46344

Fonte: Dados da pesquisa. *= Significativo a 5% de probabilidade.

Conforme mostra a análise estatística, as frequências de casos negativos e positivos

comparados nos três anos de estudo, demonstraram diferença significativa, onde p < 0,05,

podendo concluir que a negatividade e a positividade de casos tiveram dependência em

relação aos anos avaliados. É possível notar que à medida que os anos vão passando, tem-se a

diminuição tanto de casos positivos como de casos negativos.

Na Tabela II foi demonstrada a existência de casos de poliparasitismo e

monoparasitismo nos resultados analisados nos três anos de estudo.

Tabela II – Casos de poliparasitismo e monoparasitismo nos resultados analisados nos anos

de estudo.

ANOS Poliparasitismo Monoparasitismo TOTAL p

2012 39 835 874 0,005*

2013 2 254 256

2014 5 184 189

TOTAL 46 1273 1319

Fonte: Dados da pesquisa. *= Significativo a 5% de probabilidade.

Constatou-se que 1.273 indivíduos estavam infectados com um único parasita por

amostra e 46 com duas ou mais espécies parasitárias. A positividade para ao menos uma

espécie foi 96,5%, em relação a espécies patogênicas ou não. A ocorrência de poliparasitismo

apresentou-se baixa, considerada a presença de duas ou mais espécies patogênicas ou não, foi

de 3,5%. Frei (2008) relatou em seus estudos a prevalência de apenas 1,4% casos de

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poliparasitismo. Essa situação é favorecida pelas condições de higiene e saneamento dos

indivíduos.

De acordo com a análise estatística, as frequências de casos de poliparasitismo e

monoparasitismo comparados nos três anos de estudo, demonstraram diferença

estatisticamente significativa, podendo concluir que a frequência de poliparasitismo e

monoparasitismo teve dependência em relação aos anos em estudo. Ao longo dos anos

ocorreu a diminuição da incidência tanto dos casos de poliparasitismo quanto os de

monoparasitismo.

Dos resultados observados, 59,7% pertenciam a indivíduos do gênero feminino e

40,3% a indivíduos do gênero masculino. Conforme mostra a Tabela III.

Tabela III – Ocorrência de parasitas intestinais segundo o gênero nos três anos de estudo.

ANOS Feminino Masculino TOTAL p

2012 525 349 874 0,250ns

2013 259 97 256

2014 103 86 189

TOTAL 787 532 1319

Fonte: Dados da pesquisa. ns= Não significativo a 5% de probabilidade.

Ao analisar a associação entre a positividade e os gêneros, não houve associação

estatisticamente significativa entre as duas variáveis (p = 0,250).

Em relação ao gênero, observou-se que o feminino apresentou uma prevalência

numérica maior que o masculino, mas estatisticamente demonstraram não conter diferença

significativa, onde p > 0,05, podendo concluir que a positividade desses casos não teve

dependência em relação aos gêneros avaliados.

Andrade et al (2008) relata em seu estudo a prevalência maior no gênero feminino,

com 70,2%, em relação ao gênero masculino 56,3% (p = 0,010). Demonstrando diferença

estatisticamente significativa.

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Na Tabela IV pode-se analisar a frequência de casos positivos com relação aos seus

locais de origem.

Tabela IV – Frequência de casos positivos relacionados à localidade nos três anos de estudo.

ANOS Cascavel Outras localidades TOTAL p

2012 807 67 874 0,000*

2013 239 17 256

2014 162 27 189

TOTAL 1208 111 1319

Fonte: Dados da pesquisa. *= Significativo a 5% de probabilidade.

Segundo a análise estatística, há diferença significativa na frequência de casos

positivos na cidade de Cascavel ou provenientes de outras localidades, podendo concluir que

a frequência de episódios positivos teve dependência em relação às localidades em estudo.

A prevalência de casos positivos no município de Cascavel pode estar relacionada ao

fato de existirem outras sedes do mesmo laboratório na região, o que evita a vinda de

amostras de localidades vizinhas.

Tabela V – Incidência de episódios positivos referente às faixas etárias nos anos de estudo.

IDADE 2012 2013 2014 TOTAL p

0 a 10 anos 107 36 31 174 0,000*

11 a 20 anos 151 21 21 193

21 a 30 anos 259 61 47 367

31 a 40 anos 199 53 35 287

41 a 50 anos 104 55 21 180

51 a 60 anos 40 16 21 77

61 a 70 anos 7 9 6 22

71 a 80 anos 7 5 7 19

TOTAL 874 256 189 1319

Fonte: Dados da pesquisa. *= Significativo a 5% de probabilidade.

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Existiu associação entre a variável positividade e a faixa etária para os resultados dos

exames parasitológicos, como mostra a Tabela V. A positividade entre as faixas etárias é

estatisticamente significativa, o que sugere uma diferença de prevalência entre elas. A

frequência de casos positivos teve dependência em relação às idades, à medida que os anos

vão passando, o número de casos positivos diminui.

É possível notar que a faixa etária com maior prevalência de episódios positivos é a de

21 a 30 anos de idade, possivelmente justificada pela maior exposição desses indivíduos ao

meio ambiente, diferindo do observado em postos de atendimento sanitário em Assis (SP),

onde a faixa etária de 3 a 12 anos apresentou maior numero de indivíduos parasitados

(LUDWIG et al., 1999). E na faixa de 71 a 80 anos, menor prevalência por estarem menos

expostos e por provável defesa imunológica adquirida ao longo dos anos de contato com

diversos parasitas.

A Tabela VI nos mostra a incidência de episódios de poliparasitismo e

monoparasitismo nas faixas etárias estudadas.

Tabela VI – Frequência de poliparasitismo e monoparasitismo relacionados às faixas etárias

nos três anos de estudo.

IDADE Poliparasitismo Monoparasitismo TOTAL p

0 a 10 anos 5 169 174 0,005*

11 a 20 anos 8 185 193

21 a 30 anos 11 356 367

31 a 40 anos 16 272 288

41 a 50 anos 6 174 180

51 a 60 anos 0 77 77

61 a 70 anos 0 22 22

71 a 80 anos 0 18 18

TOTAL 46 1273 1319

Fonte: Dados da pesquisa. *= Significativo a 5% de probabilidade.

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De acordo com a análise estatística, as frequências de poliparasitismo e

monoparasitismo em relação as faixa etárias comparados nos três anos de estudo,

demonstraram diferença estatisticamente significativa, onde p < 0,05, podendo concluir que a

frequência de poliparasitismo e monoparasitismo teve dependência em relação às faixas

etárias em estudo.

A faixa etária dos 31 aos 40 anos apresentou por meio de números e estatisticamente a

maior concentração de poliparasitismo e a faixa etária dos 21 aos 30 anos apresentaram em

números e estatisticamente a maior concentração de indivíduos monoparasitados.

A prevalência das espécies parasitárias pode ser avaliada na Tabela VII.

Tabela VII – Incidência de espécies parasitárias intestinais nos três anos de estudo.

PARASITA 2012 2013 2014 TOTAL p

Entamoeba coli 289 94 50 433 0,000*

Endolimax nana 244 64 37 345

Entamoeba histolytica/E. dispar 178 12 7 197

Strongyloides stercoralis 77 44 67 188

Giardia lamblia 93 37 23 153

Iodamoeba butschlli 12 2 4 18

Hymenolepis nana 10 2 0 12

Enterobius vermicularis 10 1 0 11

Balantidium coli 2 1 4 7

Trichuris trichiura 2 1 0 3

Ascaris lumbricóides 2 0 0 2

Ancylostoma sp 0 2 0 2

TOTAL 919 260 192 1371

Fonte: Dados da pesquisa. *= Significativo a 5% de probabilidade.

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De acordo com a análise estatística, há diferença significativa na frequência de

parasitas quando comparados nos três anos de estudo, onde p < 0,05, podendo concluir que a

presença de parasitas teve dependência em relação aos anos. À medida que o tempo foi

passando, a quantidade de cada parasita vai diminuindo.

Destaca-se a alta taxa de infecção por espécies parasitárias não patogênicas, como a

Entamoeba coli (31,6%) e Endolimax nana (25,15%), protozoários marcadores de

contaminação fecal-oral. Os mesmos são responsáveis pelo maior número de casos de

poliparasitismo do estudo.

Os helmintos transmitidos pelo solo são considerados uma importante questão de

saúde publica. Neste estudo as espécies identificadas Trichuris trichiura, Ascaris

lumbricoides e ancilostomídeos, apresentaram prevalência de 0,2%, 0,15% e 0,15%

respectivamente. Dados da literatura indicam uma frequência maior para Ascaris

lumbricoides, como é o caso do levantamento no município de Assis, São Paulo, onde Frei

(2008) apresentou uma incidência de 0,6% e na comunidade Colônia do Paiol, Bias Fortes –

MG, onde Andrade (2008) relatou a prevalência de 22,4%.

A Entamoeba histolytica/E. dispar foi uma das espécies parasitárias mais frequentes

(14,3%). Esta ameba é a única realmente patogênica para o homem, podendo lhe causar a

mais grave infecção intestinal, a amebíase. Os casos positivos para este parasita foram mais

frequentes em indivíduos entre 21 e 30 anos. Silva (2010) relatou em seu estudo no município

de Chapadinha, Maranhão, maior ocorrência em indivíduos jovens e adultos, na faixa de 11 a

30 anos.

O protozoário patogênico encontrado com maior frequência foi a Giardia lamblia,

com 11,15% de positividade, tendo maior prevalência na faixa etária entre 0 e 10 anos,

confirmando os estudos de Silva (2010) que o apontam como o protozoário mais incidente em

crianças. Essa incidência está associada aos maus hábitos de higiene, possuindo relação

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positiva entre a presença do parasita e o estado nutricional de crianças de baixa renda (SILVA

et al., 2010).

Segundo Machado (2003) o Hymenolepis nana tem frequência maior no sul do Brasil,

podendo atingir taxas de incidência superiores a 10%, já nas regiões norte e nordeste podem

variar de 0,04% a 1,78%. Nesse estudo a incidência deste parasita foi de apenas 0,9%, e o

helminto patogênico que apresentou maior prevalência foi o Strongyloides stercoralis, com

13,71% de positividade.

Gráfico I – Espécies parasitárias encontradas no estudo.

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espécies de parasitas intestinais e o

meio externo pode contribuir para a probabilidade de infecção. A maior ocorrência de

espécies não patogênicas como Endolimax nana e Entamoeba coli pode ser indicativo de má

qualidade de higiene.

0 50 100 150 200 250 300

Entamoeba coli

Endolimax nana

Entamoeba histolytica/E. dispar

Strongyloides stercoralis

Giardia lamblia

Iodamoeba butschlli

Hymenolepis nana

Enterobius vermicularis

Balantidium coli

Trichuris trichiura

Ascaris lumbricoides

Ancylostoma sp

2014

2013

2012

quantidade

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CONCLUSÃO

A frequência de indivíduos parasitados ainda é grande, demonstrando a necessidade de

melhorias no planejamento estratégico dos dirigentes para captação e aplicação dos recursos

financeiros para gerar meios que viabilizem o controle das parasitoses na região.

Os resultados aqui apresentados exibem uma realidade comum em municípios onde

não há um controle sanitário eficiente, no qual a ocorrência de parasitas intestinais pode ser

considerada um indicador das condições socioeconômicas em que vive a sociedade.

Condições apropriadas de saneamento básico e emprego de medicamentos de fácil

administração para o tratamento dessas enteroparasitoses são essenciais para todos os locais

que se pretende diminuir a prevalência do parasitismo.

Portanto, além de exames periódicos e tratamento, há necessidade de práticas

educacionais de orientação pedagógica para a conscientização da necessidade de adquirirem

hábitos de higiene e de conhecimentos que conduzam à prevenção de parasitoses.

Abstract

Intestinal parasitic infections are considered a serious public health problem and serve as

indicators of socioeconomic conditions affecting a certain population. This article was

intended to determine the frequency of intestinal parasites in a population attending a private

laboratory in the city of Cascavel - PR. The parasitological stool tests were performed in the

clinical laboratory between January 2012 and December 2014, by the method of Lutz / HPJ

(spontaneous sedimentation). Were analyzed 46.344 reports of parasitological examinations,

and 1,319 (2.85%) positive samples and 45.025 (97.15%) negative samples. The higher

positivity rate happened in the age group 21-30 years. The species most frequently found were

Entamoeba coli, Endolimax nana and Entamoeba histolytica/E. dispar, and the helminth

Strongyloides stercoralis and the protozoan Giardia lamblia had a higher frequency among

pathogenic. The results presented show a common reality in cities where there is not an

efficient sanitary control, demonstrating the need for improvements in strategic planning of

the leaders to obtain and invest financial resources to enable the control of these parasites.

KEYWORDS: Intestinal parasites. Prevalence. Epidemiological survey. Sanitation

conditions.

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NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA

A REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/Brazilian Journal of

Pharmaceutical Sciences tem por finalidade publicar os seguintes tipos de

publicação: Artigos originais relacionados com as áreas de conhecimento das Ciências

Farmacêuticas, Trabalhos de atualização ou de revisão, que serão incluídos quando

solicitados a especialistas pela Comissão de Publicações ou quando submetidos em forma de

Abstract para avaliação quanto ao interesse. Ressalta-se a necessidade de se incluir visão

crítica dos autores, inserindo os seus trabalhos no tema e avaliando em relação ao estado de

arte no País. Notas Prévias relativas a novas metodologias e resultados parciais, cuja

originalidade justifique a publicação rápida. Nesse caso, o limite é de 2.000 palavras,

excluindo-se tabelas, figuras e referências. Pode-se incluir, no máximo, uma figura, tabela e

10 referências. Resenhas elaboradas por especialistas segundo sugestão da Comissão de

Publicações. Suplementos temáticos e aqueles relativos a eventos científicos podem ser

publicados mediante aprovação prévia da Comissão de Publicações. Os trabalhos elaborados

por especialistas nacionais e estrangeiros podem ser apresentados em língua portuguesa,

inglesa ou espanhola. Devem ser originais e inéditos e destinar-se exclusivamente

à REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/ Brazilian Journal of

Pharmaceutical Sciences.

Escopo e política

Os manuscritos submetidos à Revista, que atenderem as "Instruções aos autores", são

encaminhados ao Editor Científico, que indicará dois revisores especialistas no tema abordado

(veja Relação dos Consultores - 2003 e gráfico 10). Após a revisão, cujo caráter anônimo é

mantido durante todo o processo, os manuscritos são enviados à Comissão de Publicação, que

decidirá sobre a publicação. Manuscritos recusados, passíveis de reformulação, poderão ser

re-submetidos após reestruturação, como novo trabalho, iniciando outro processo de

avaliação. Manuscritos condicionados à reestruturação serão reavaliados pelos revisores.

Manuscritos enviados aos autores para revisão devem retornar à Editoria dentro de, no

máximo, dois meses, caso contrário terão o processo encerrado.

Forma e preparação de manuscritos

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Instruções para apresentação dos trabalhos

1. Estrutura dos originais

1.1. Cabeçalho: constituído por:

- Título do trabalho: deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho.

- Autor(es) por extenso, indicando a(s) instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(m) mediante

números. O autor para correspondência deve ser identificado com asterisco, fornecendo o

endereço completo, incluindo o eletrônico. Estas informações devem constar em notas de

rodapé.

1.2 Resumo (em português): deve apresentar a condensação do conteúdo, expondo

metodologia, resultados e conclusões, não excedendo 200 palavras. Os membros da Comissão

poderão auxiliar autores que não são fluentes em português.

1.3 Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os de natureza genérica

e observando o limite máximo de 6(seis) unitermos.

1.4 Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com outros

trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões de literatura devem ser substituídas por

referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, onde tais revisões tenham sido

apresentadas.

1.5 Material e Métodos: a descrição dos métodos usados deve ser breve, porém

suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho.

Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modificados,

devem ser apenas referidos por citação. Estudos em humanos devem fazer referência à

aprovação do Comitê de Ética correspondente.

1.6 Resultados e Discussão: deverão ser acompanhados de tabelas e material ilustrativo

adequado, devendo se restringir ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados. É

facultativa a apresentação desses itens em separado.

1.7 Conclusões: Quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto.

1.8 Resumo em inglês (ABSTRACT): deve acompanhar o conteúdo do resumo em

português.

1.9 Unitermos em inglês: devem acompanhar os unitermos em português.

1.10 Agradecimentos: devem constar de parágrafos, à parte, antecedendo as referências

bibliográficas.

1.11 Referências: devem ser organizadas de acordo com as normas da ABNT NBR-6023,

ordenadas alfabeticamente no fim do artigo incluindo os nomes de todos os autores.

A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores.

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2. Apresentação dos originais

Os trabalhos devem ser apresentados em lauda padrão (de 30 a 36 linhas com espaço duplo).

Utilizar Programa Word for Windows. Os autores devem encaminhar o trabalho

acompanhado de carta assinada pelo autor de correspondência, que se responsabilizará pela

transferência dos direitos à RBCF.

3. Infomações adicionais

3.1 Citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser apresentadas no texto pelo(s)

nome(s) do(s) autor(es), com apenas a inicial em maiúsculo e seguida do ano de publicação.

No caso de haver mais de três autores, citar o primeiro e acrescentar a expressão et al. (em

itálico)

3.2 Ilustrações: As ilustrações (gráficos, tabelas, fórmulas químicas, equações, mapas,

figuras, fotografias, etc) devem ser incluídas no texto, o mais próximo possível das

respectivas citações. Mapas, figuras e fotografias devem ser, também, apresentados em

arquivos separados e reproduzidas em alta resolução (800 dpi/bitmap para traços) com

extensão tif. e/ou bmp. No caso de não ser possível a entrega do arquivo eletrônico das

figuras, os originais devem ser enviados em papel vegetal ou impressora a laser.

Ilustrações coloridas somente serão publicadas mediante pagamento pelos autores.

As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em algarismos romanos e as figuras em

algarismos arábicos, seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA devem aparecer em

maiúsculas na apresentação no texto e na citação com apenas a inicial em maiúsculo.

3.3 Nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais e substâncias químicas devem

estar de acordo com as regras internacionais de nomenclatura. A grafia dos nomes de

fármacos deve seguir, no caso de artigos nacionais, as Denominações Comuns Brasileiras

(DCB) em vigor, podendo ser mencionados uma vez (entre parênteses, com inicial maiúscula)

os registrados.

Envio de manuscritos

Os trabalhos devem ser remetidos por correio eletrônico, anexando à mensagem os arquivos

correspondentes.

E-mail: [email protected]

Secretaria de edição:

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Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas/Brazilian Journal of Pharmaceutical

Sciences

Divisão de Biblioteca e Documentação do Conjunto das Químicas/USP

Av. Prof. Lineu Prestes, 950

Caixa Postal 66083

05315-970 - São Paulo - SP - Brasil

Contato telefônico: Fone: (011) 3091.3804 FAX: (011) 3097.8627