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OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA – OAC PROFESSOR PDE: JOSEMARY MORENO DELGADO RECH IDENTIFICAÇÃO DO CONTEÚDO: HISTÓRIA - ENSINO FUNDAMENTAL DIMENSÃO CULTURAL Imaginário medieval Carolíngio e as suas representações no Brasil. RECURSOS DE EXPRESSÃO: Lutas no imaginário medieval Carolíngio têm representações no Brasil e, no Paraná, as Cavalhadas. PROBLEMATIZAÇÃO Da luta entre cristandade e muçulmanos na Península Ibérica, em especial na sociedade medieval do Império Carolíngio, nasce uma manifestação popular, desenvolvida e trazida pelo colonizador português, adaptada e incorporada ao imaginário brasileiro, através das Cavalhadas. Especialmente no Paraná, como esta manifestação teve uma significação relevante para os sujeitos na forma de agir, pensar, imaginar e de se relacionar social e culturalmente? INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR Investigando o medievo e suas representações Mouriscadas, literatura de cordel, cavalhadas são manifestações folclóricas que apresentam o imaginário medieval carolíngio em várias partes do Brasil. No Paraná, as Cavalhadas também refletem um imaginário medieval de lutas entre mouros e cristandade pela conquistada da Península Ibérica, especialmente na cidade de Guarapuava. Como esta manifestação popular teve uma significação relevante para os sujeitos na forma de agir, pensar, imaginar, e de se relacionar social e cultural? Como podemos investigar os processos históricos praticados no tempo, e sua significação para os sujeitos no medievo e nos dias atuais, com base nas fontes, imagens destas representações e de outras fontes medievais disponíveis? CONTEXTUALIZAÇÃO Investigando o imaginário medieval e a representações populares para contextualizar a História A partir do século VII os mulçumanos iniciaram uma expansão político- religiosa levando a fé no Alcorão desde os desertos da Arábia à Europa meridional, chegando na península ibérica. Muitas lutas foram travadas entre as populações ditas cristãs e islâmicas. Uma grande luta entre mouros e cristandade ocorreu em 1086 na Batalha de Saragrajas. Já entre os séculos XII e XIV, ocorreram três batalhas, sendo a mais importante, a de Las Navas de Tolosa, uma verdadeira cruzada que derrotou os muçulmanos. Considerado o mais importante rei dos francos, Carlos Magno, destacou-se por suas conquistas militares, defendendo a fé católica, aliou-se à Igreja Católica para fortalecer suas conquistas e impedir o avanço dos mouros (árabes). Com o apoio da Igreja Católica, de grandes proprietários de terras e de um forte exército expandiu o seu reino, tornando-o conhecido como Império Carolíngio. 1

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  • OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA OAC

    PROFESSOR PDE: JOSEMARY MORENO DELGADO RECH

    IDENTIFICAO DO CONTEDO: HISTRIA - ENSINO FUNDAMENTALDIMENSO CULTURAL Imaginrio medieval Carolngio e as suas representaes no Brasil.

    RECURSOS DE EXPRESSO: Lutas no imaginrio medieval Carolngio tm representaes no Brasil e, no Paran, as Cavalhadas.

    PROBLEMATIZAO

    Da luta entre cristandade e muulmanos na Pennsula Ibrica, em especial na sociedade medieval do Imprio Carolngio, nasce uma manifestao popular, desenvolvida e trazida pelo colonizador portugus, adaptada e incorporada ao imaginrio brasileiro, atravs das Cavalhadas. Especialmente no Paran, como esta manifestao teve uma significao relevante para os sujeitos na forma de agir, pensar, imaginar e de se relacionar social e culturalmente?

    INVESTIGAO DISCIPLINAR

    Investigando o medievo e suas representaes

    Mouriscadas, literatura de cordel, cavalhadas so manifestaes folclricas que apresentam o imaginrio medieval carolngio em vrias partes do Brasil.

    No Paran, as Cavalhadas tambm refletem um imaginrio medieval de lutas entre mouros e cristandade pela conquistada da Pennsula Ibrica, especialmente na cidade de Guarapuava. Como esta manifestao popular teve uma significao relevante para os sujeitos na forma de agir, pensar, imaginar, e de se relacionar social e cultural?

    Como podemos investigar os processos histricos praticados no tempo, e sua significao para os sujeitos no medievo e nos dias atuais, com base nas fontes, imagens destas representaes e de outras fontes medievais disponveis?

    CONTEXTUALIZAO

    Investigando o imaginrio medieval e a representaes populares para contextualizar a Histria

    A partir do sculo VII os mulumanos iniciaram uma expanso poltico-religiosa levando a f no Alcoro desde os desertos da Arbia Europa meridional, chegando na pennsula ibrica. Muitas lutas foram travadas entre as populaes ditas crists e islmicas. Uma grande luta entre mouros e cristandade ocorreu em 1086 na Batalha de Saragrajas. J entre os sculos XII e XIV, ocorreram trs batalhas, sendo a mais importante, a de Las Navas de Tolosa, uma verdadeira cruzada que derrotou os muulmanos.

    Considerado o mais importante rei dos francos, Carlos Magno, destacou-se por suas conquistas militares, defendendo a f catlica, aliou-se Igreja Catlica para fortalecer suas conquistas e impedir o avano dos mouros (rabes). Com o apoio da Igreja Catlica, de grandes proprietrios de terras e de um forte exrcito expandiu o seu reino, tornando-o conhecido como Imprio Carolngio.

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  • O papa Leo III com a inteno de unificar o continente e manter a terras da igreja, nomeou como aliado um rei cristo, coroando Carlos Magno imperador.

    Este imaginrio medieval de campanhas militares, lutas e massacres entre mouros e professos cristos tornou-se uma tradio europia, com o intento de difundir a f catlica proselitismo religioso - a Guerra Santa. A criao deste imaginrio foi concedida ao Imperador Carlos Magno e seus Doze Pares da Frana, no sculo IX, narrada na cano de gesta, poema pico, Chanson de Roland (Canes de Rolando, a mais antiga das canes medievais). Desempenhando uma forte influncia nas tradies culturais trazidas pelo colonizador ao territrio brasileiro. Como o caso das Cavalhadas. Nenhum sertanejo ignorava as faanhas dos Pares ou a imponncia do Imperador da barba florida. (CMARA CASCUDO, 1953, p. 441). Este autor afirma que at o incio do sculo XX, a Histria do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de Frana era o livro mais conhecido e lido pelos brasileiros no interior, nas fazendas e engenhos. Este iderio Carolngio influenciou a literatura brasileira, como Guimares Rosa, na obra consagrada, Grande Serto: Veredas. Podemos observar claramente a influncia cultural moura/ibrica nos hbitos e costumes no Brasil, como no vocabulrio, vestimenta, culinria, tradies orais, literatura, comportamento coletivo e festas populares. Tanto que, tem-se como primeiros registros das Cavalhadas no Brasil, o ano de 1584 em Pernambuco, mas segundo historiador J. R. Macedo, estas comemoraes ocorreram em vrias partes do Brasil

    O ritual participa das tradies folclricas de todas as reas rurais, menos a Amaznia. H registro a seu respeito em Gois, Mato Grosso, Minas Gerais, So Paulo, Rio de Janeiro, Paran e, sobretudo, nos Estados do Nordeste. (MACEDO, p. 1)

    No nordeste e centro-oeste brasileiro at hoje as cavalhadas encenam um

    ritual de luta imaginria entre mouros e crist, cujos personagens so negros, mulatos e cafuzos que desafiam o inimigo insultando:

    Arretira turco atrividoQue eu num guento disaforoE de medo eu no corroSe eu bater a minha espada

    Ti fao vo o miolo. (MEYER, P. 159)

    As cavalhadas so uma das grandes manifestaes da cultura popular do pas. No Paran, tem-se registro das Cavalhadas desde 1850 em Morretes, posteriormente, cidades como Guarapuava, Paranagu, Curitiba, Lapa, Castro e Palmas.

    As Cavalhadas de Guarapuava foram consideradas como a mais importante manifestao cultural deste municpio, h relato dela desde 1855. Com a participao ativa de centenas de pessoas envolvidas na organizao e apresentao do espetculo, reavivando a histria de lutas entre mouros e cristos na pennsula Ibrica, adquirindo ateno internacional e, s vezes, sendo mais valorizadas no exterior do que no Brasil. Em 2006, as Cavalhadas de Guarapuava foram realizadas em Curitiba na programao cultural da Conferncia de Biodiversidade Biolgica e Biosegurana, da Organizao das Naes Unidas.

    As Cavalhadas tinham a funo dramtica, social e religiosa, classificada como teatral e tambm apresenta vrios jogos. O historiador SCHIPANSKI, comenta,

    Nesse contexto observamos uma postura de construo e afirmao de um imaginrio popular moldado por caractersticas da primazia religiosa e social, visto a classe social dos participantes, e que podiam apresentar-se ricamente vestidos, sendo que eram os abastados de Guarapuava que venciam os mouros e protegiam a

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  • cristandade. Logo, acreditavam que participar da comemorao representando os cristos era uma valorizao social frente comunidade. (SCHIPANSKI, P.120)

    As Cavalhadas de Guarapuava no passado eram um grande evento, com a participao de grandes fazendeiros, segundo Schipanski. No entanto na representao de 2002 e 2006 observamos a participao de outros grupos sociais, como atores de renome nacional e o ritual transformado em espetculo/show, inclusive contando com direo de arte do grupo Cia Art Manha de Guarapuava.

    Referncia Bibliogrfica

    CMARA CASCUDO. Lus da. Informao sobre a Histria do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de Frana. In: Cinco livros do povo. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio, 1953, p.441.

    MACEDO, Jos Rivair. Mouros e cristos: a ritualizao da conquista no velho e no novo mundo. In: ALVES, Francisco das Neves. (org). Brasil 2000 - Quinhentos anos do processo colonizatrio: continuidades e rupturas. Rio Grande, RS: Fundao Universidade Federal do Rio Grande - FURG, 2000, p. 9-28.

    MEYER, Marilyse. Tem mouro na costa ou Carlos Magno reis do congo. In ___ Caminhos do Imaginrio no Brasil. So Paulo, EDUSP, 1993, p. 159.

    SCHIPANSKI, C. E. . As Cavalhadas em Guarapuava: uma releitura da comemorao (1970 - 2002). In: Beatriz Anselmo Olinto, Marcia Terezinha Tembil. (Org.). I Colquio Cultura, Etnias, Identificaes: Historiografia e Regio. Guarapuava: Unicentro Editora, 2005, v. 1, p. 07-186

    PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

    A cultura popular no Paran uma temtica muito interessante para o estudo da Arte e das linguagens artsticas, como a Dana, Msica, Artes Visuais e o Teatro, que so tratadas como conhecimento e que se fundamentam na associao da arte com a cultura e da arte com a linguagem, a serem trabalhadas na educao bsica, conforme propem as Diretrizes Curriculares do Estado do Paran. Portanto, os professores de Artes podem propor vrios encaminhamentos metodolgicos, com uma perspectiva integradora, onde os alunos conheam, fruam e percebam a Arte, a partir da histria das Cavalhadas, uma tradio paranaense. Explorando as vrias linguagens artsticas, atravs de montagens de performance cnica medieval, explorando a expresso corporal, interpretao teatral, movimentao cnica, coreografias, a msica, a dana, arte circense, e at mesmo a composio plstica, por meio da criao de mscaras medievais para compor o espetculo. Um exemplo desta proposta foi desenvolvida no Festival de Arte da Rede Estudantil do Paran - FERA da SEED em 2006, com a realizao de uma oficina para alunos que trabalhou as linguagens artsticas e a histria das Cavalhadas em Guarapuava, cujo

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    http://www.abrem.org.br/mourosecristaos.pdfhttp://www.abrem.org.br/mourosecristaos.pdf

  • resultado culminava com a apresentao de um espetculo que representava o confronto de lutas, contextualizando o imaginrio medieval.

    STIOS

    Sculos VIII a XI: A invaso rabe e o incio da Reconquista Pesquisa do prof. Dr. Ricardo Costa UFES a respeito da cronologia da invaso rabe e o incio da reconquista da pennsula ibrica.http://www.ricardocosta.com/pub/crono2.htm

    Informaes sobre as Cavalhadas de Guarapuava http://www.cavalhadas.com.br/

    A Associao Brasileira de Estudos Medievais ABREM tem vrias informaes e fontes de pesquisa sobre estudos medievais como: publicaes, artigos, bibliografia, links, entre outros. http://www.abrem.org.br/index.htm

    Poesia medievalConhea a origem da poesia medieval Chanson de Geste (Cano de movimento), poemas picos cantados com exaltao aos feitos de personagens histricos. Neste site poder ouvir a gravao de um poema em francs provenal e sua traduo para o portugus. (Moacir Mallemont Rebello Filho) http://www.mallemont.redel.com.br/historia/medieval/medieval.htm

    Para acessar o mapa do Imprio Carolngio (scs. VIII-IX) entre no site abaixo e clique no link Textos medievais, item IV-mapas, O Imprio Carolngio (scs. VIII IX). http://www.ricardocosta.com/

    SONS E VDEOS

    Documentrio sobre As Cavalhadas de GuarapuavaTtulo: Cavalhadas de GuarapuavaDireo: Wlademir Kozak Curitiba, 15 min., 1941Museu da Imagem e do Som - MIShttp://www.pr.gov.br/mis/

    IMAGENS

    ESCULTURA

    4

    http://www.ricardocosta.com/http://www.mallemont.redel.com.br/historia/medieval/medieval.htmhttp://www.abrem.org.br/index.htmhttp://www.cavalhadas.com.br/http://www.ricardocosta.com/pub/crono2.htm

  • Esttua de Carlos Magno, Frankfurt, AlemanhaFonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/FrancosFONTE 1

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    http://pt.wikipedia.org/wiki/Francos

  • Coroao de Carlos Magno pelo papa Leo III, Iluminura sculo IX Fonte: http://www.wikipedia.org.br/wiki/Carlos_Magno, FONTE 2

    ILUMINURAS MEDIEVAIS

    Iluminura medievalhttp://www.ricardocosta.com/pub/cordoba.htm FONTE 3

    6

    http://www.ricardocosta.com/pub/cordoba.htmhttp://www.wikipedia.org.br/wiki/Carlos_Magno

  • Cantiga 63 (Iluminura das Cantigas de Santa Maria). Uma tpica cena de combate cavaleiresco entre cristos e muulmanos.http://www.ricardocosta.com/pub/cordoba.htm

    FONTE 4

    FONTES HISTRICAS

    Cavalhadas de Guarapuava, no Paran no sculo XIX:

    Cavalhadas em Guarapuava 1899Fonte: stio www.cavalhadas.com FONTE 5

    7

    http://www.cavalhadas.com/http://www.ricardocosta.com/pub/cordoba.htm

  • Cavalhadas de Guarapuava, no Paran no sculo XX:

    Cavalhadas em Guarapuava 1938 Fonte: stio www.cavalhadas.com FONTE 6

    Cavalhadas em Guarapuava 1970 Fonte: stio www.cavalhadas.com FONTE 7

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    http://www.cavalhadas.com/http://www.cavalhadas.com/

  • Cavalhadas em Guarapuava 1970Fonte: stio www.cavalhadas.com FONTE 8

    Cavalhadas em Guarapuava 1970 Fonte: stio www.cavalhadas.com FONTE 9

    9

    http://www.cavalhadas.com/http://www.cavalhadas.com/

  • Cavalhadas de Guarapuava, no Paran no sculo XXI:

    Cavalhadas em Guarapuava, 2002.Fonte: stio www.cavalhadas.com

    FONTE 10

    Cavalhadas em Guarapuava, 2002.Fonte: stio www.cavalhadas.com

    FONTE 11

    Cavalhadas em Guarapuava, 2002.Fonte: stio www.cavalhadas.com

    10

    http://www.cavalhadas.com/http://www.cavalhadas.com/http://www.cavalhadas.com/

  • FONTE 12

    Cavalhadas em Guarapuava, 2002.Fonte: stio www.cavalhadas.com

    FONTE 13

    Cavalhadas em Guarapuava, 2002.Fonte: stio www.cavalhadas.com

    FONTE 14

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    http://www.cavalhadas.com/http://www.cavalhadas.com/

  • Cavalhadas em Guarapuava, 2002.Fonte: stio www.cavalhadas.com

    FONTE 15

    Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com FONTE 16

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    http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/http://www.cavalhadas.com/

  • Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com FONTE 17

    Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com FONTE 18

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    http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/

  • Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com

    FONTE 19

    Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com

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    http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/

  • FONTE 20

    Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com

    FONTE 21

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    http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/

  • Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com

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    http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/

  • Cavalhadas de Guarapuava em Curitiba, PR, 2006.Fotografia: Jean Colemonts http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com

    FONTE 23

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    http://www.cavalhadadeguarapuava.blogspot.com/

  • PROPOSTA DE ATIVIDADES

    AtividadeAnlise, observao e discusso das fontes histricas e imagens sobre o

    imaginrio medieval carolngio, suas lutas e guerras de reconquista, prticas sociais, imposio poltico-religiosa na Europa, bem como sua influncia e representaes no Brasil e no Paran.

    ObjetivosInvestigar os processos histricos praticados no tempo, sua significao para

    o sujeito medieval e para os dias atuais, atravs das representaes e manifestaes culturais no Brasil e no Paran.

    Proporcionar aos alunos a reflexo sobre as prticas sociais no Imprio Carolngio, sua significao no medievo e a influncia na forma de pensar, agir, imaginar e de se relacionar social e culturalmente na atualidade.

    RecursosFontes histricas primrias, imagens, texto elaborado pelo professor, Tv-pen

    drive, vdeo-cassete, um vdeo sobre as Cavalhadas de Guarapuava do Museu da Imagem e do Som MIS, disponibilizado no stio http://www8.pr.gov.br/diaadia/educadores

    MtodoObservao e anlise de fontes histricas, imagens e vdeo sobre a temtica,

    em duplas, com produo de composio plstica e de narrativa.

    Desenvolvimento

    1 Momento:Iniciar a aula com perguntas sobre o que os alunos sabem sobre um Imprio.

    1. Responda em uma folha: O que voc entende por Imprio?2. Relacione palavras que tenham o conceito de Imprio

    IMPRIO

    Analisar em duplas as fontes (imagens) 1 a 4 responda:1. Indicar que tipos de imagens observam.2. Em que poca foram produzidas.3. Quem elas representam.4. Que tipo de autoridade e poder podem ser observados nas fontes? Justifique

    sua resposta.5. Leia o que relacionou acima sobre Imprio. Que relao pode ter com as

    fontes apresentadas? Explique.6. O professor faz uma anlise das respostas dos alunos sobre o conceito de

    Imprio e planeja as prximas atividades, tendo como referncia s necessidades apresentadas pelos alunos.

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    http://www8.pr.gov.br/diaadia/educadores

  • 2 MomentoApresentao da anlise das questes levantadas pelos alunos, leitura e discusso do texto elaborado pelo professor.Com base no texto e nas fontes 5 a 9 responda as questes.

    1. Indicar os anos e os sculos das fontes.2. Descreva que tipos de representaes aparecem nas fontes.3. Que relaes podem estabelecer entre as fontes 3, 4 e 5 a 8?4. Que tipos de prticas sociais so representadas? E qual o significado delas

    em suas respectivas temporalidades?5. Apresente argumentos para as respostas anteriores.

    3 Momento sugesto de atividadesAssistir o vdeo sobre as Cavalhadas de Guarapuava MIS.Tendo como referncia o texto e o vdeo, destaque as relaes, significados e prticas sociais e culturais observadas no imaginrio medieval da manifestao popular no Paran.

    4 MomentoObservar as fontes de 10 a 23 e responda:

    1. Observando as fontes citadas acima, consegue identificar o conceito de Imprio nelas? Explique.

    2. Pense e responda: No Imprio de Carolngio, o desejo era expandir territrios, conseguir riqueza e difundir a f catlica por meio de guerras. Nos nossos dias, podemos dizer que este o mesmo objetivo das guerras? Argumente sua resposta citando semelhanas e diferenas entre elas.

    3. Que influncia o imaginrio medieval tem nas representaes populares do sculo XXI?

    4. Aps a anlise do texto, fontes e vdeo, faam um quadro comparativo entre o Imprio Carolngio e as Cavalhadas de Guarapuava, apontando semelhanas, diferenas e influncias deixadas.

    5 MomentoEm duplas, faa uma composio plstica sobre o imaginrio medieval Carolngio e as suas representaes no Brasil/Paran.Aps o trmino da composio, produzir uma narrativa histrica expondo as concluses sobre a temtica.As duplas trocam as composies plsticas e as narrativas produzidas e realizam uma avaliao das mesmas.

    6 Momento/ AvaliaoProfessor solicita que os alunos se expressem primeiro oralmente, depois reescrevam o conceito de Imprio. Compara estas respostas com as primeiras apresentadas, e as socializa com a turma levantando questes sobre o que j sabiam, o que aprenderam, e o que gostariam de aprender mais.A avaliao visa o desenvolvimento formativo e cultural, levando em considerao a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua participao nas atividades realizadas. A proposta de avaliao processual, inclui observao e registro do processo de aprendizagem, com os avanos e dificuldades percebidos nas discusses em grupo, nas respostas s questes propostas, na elaborao do quadro comparativo, na criao da composio plstica e da narrativa histrica. Levando em conta tambm avaliao realizada pelos alunos de suas produes. Portanto, sero aplicados cinco instrumentos avaliativos: questes propostas, quadro comparativo, composio plstica, narrativa histrica e avaliao discente.

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  • Nmero de aulas: 6Nmero de alunos: 30

    SUGESTO DE LEITURA

    CMARA CASCUDO. Lus da. Informao sobre a Histria do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de Frana. In: Cinco livros do povo. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio, 1953, p.441.

    FAUSTINO, Evandro. A mentalidade medieval: interpretando a Cano de Rolando. So Paulo: Moderna, 2001. (Coleo Desafios)

    HOFFMAN, Ginette & LEBRUN, Franoise. No tempo de Carlos Magno . So Paulo, Scipione, 1992. (Coleo Crianas na Histria)

    MACEDO, Jos Rivair ; ESPIG, Mrcia Janete . De Roncesvales ao Contestado: resignificaes da memria carolngia na Pennsula Ibrica e no Brasil. Estudos Ibero-Americanos (PUCRS), Porto alegre, v. XXV, n. 1, p. 135-159, junho de 1999.

    MACEDO, Jos Rivair. Mouros e cristos: a ritualizao da conquista no velho e no novo mundo. In: ALVES, Francisco das Neves. (org). Brasil 2000 - Quinhentos anos do processo colonizatrio: continuidades e rupturas. Rio Grande, RS: Fundao Universidade Federal do Rio Grande - FURG, 2000, p. 9-28.

    MEYER, Marilyse. Tem mouro na costa ou Carlos Magno reis do congo. In ___ Caminhos do Imaginrio no Brasil. So Paulo, EDUSP, 1993, p. 159.

    SCHIPANSKI, C. E. . As Cavalhadas em Guarapuava: uma releitura da comemorao (1970 - 2002). In: Beatriz Anselmo Olinto, Marcia Terezinha Tembil. (Org.). I Colquio Cultura, Etnias, Identificaes: Historiografia e Regio. Guarapuava: Unicentro Editora, 2005, v. 1, p. 07-186

    Vida de Carlos Magno (c. 817-829) Traduo de um texto medieval de Einhard (770-840), importante fonte histrica para a temtica.Traduo: Prof. Luciano Vianna e Profa. Cassandra Moutinho.Reviso e notas: Prof Dr. Ricardo da Costa Universidade Federal do Esprito SantoBase da traduo: Medieval Sourcebook : Einhard: The Life of Charlemagne (translated by Samuel Epes Turner, New York: Harper & Brothers, 1880). http://www.ricardocosta.com/textos/vidacarlos.htm

    DESTAQUES (curiosidades)

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    http://www.ricardocosta.com/textos/vidacarlos.htmhttp://www.fordham.edu/halsall/basis/einhard.htmlhttp://www.fordham.edu/halsall/basis/einhard.htmlmailto:[email protected]:[email protected]://www.abrem.org.br/mourosecristaos.pdfhttp://www.abrem.org.br/mourosecristaos.pdf

  • 1.Carlos Magno, rei dos francos, ambicionava a formao de um estado universal e, por isso, procurou submeter outras tribos germnicas a seu reino. Convocou a partir de 760 ao palcio real de Aachen os maiores sbios de ento, para, sob a orientao do bispo Alcuno de Tours, proceder cristianizao das tribos recm subjugadas. O futuro imperador tornou a Igreja a educadora dos povos germnicos. Apesar de sua associao com a Igreja e conseqente combate ao paganismo germnico, Carlos Magno reconhecia o legado cultural proveniente destas tradies Como prova disso, mandou que se compilassem as Antiquissima Carmina Barbarorum (As mais antigas canes dos brbaros).

    Fonte: artigo Medievalidade, ponte da filologia para a ps-modernidade. lvaro Alfredo Bragana Jnior, UFRJ http://www.filologia.org.br/viisenefil/05.htm

    2. No imaginrio medieval ... O que , o que ?

    Ensino e aprendizagem j eram prazenteiros durante a Idade Mdia, perceba os enigmas na conversa entre o filho de Carlos Magno de 12 anos e seu mestre Bispo Alcuno retratada pelo autor LUAND:

    Alcuno: Vi um morador correndo junto com sua casa, ele calava, mas ela fazia barulho.

    Pepino: Prepara-me uma rede e eu to mostrarei.

    Alcuno: O que que no podes ver seno de olhos fechados?

    Pepino: O que dorme profundamente indicar-te- [...]

    Alcuno: Vi uma mulher voando, ela tem o bico de ferro, o corpo de madeira, a cauda emplumada, e portadora da morte.

    Pepino: a companheira dos soldados [...].

    LUAND, Luis Jean. Educao, teatro e matemtica medieval.

    So Paulo: Perspectiva; Edusp, 1986.

    3.Analfabetismo medieval

    Carlos Magno no sabia escrever e, para assinar o nome, usava esse monograma de letras, em forma de cruz. As letras K, R, L e S eram abreviaturas de seu nome latino, Karolus. Quando aprendeu a escrever, assinava como se v ao lado. O Imperador utilizou em selo para timbrar seus documentos. Alm de sua efgie, trazia a seguinte inscrio em latim: Cristo, protegei Carlos, rei dos francos". Fonte: Conhecer - Abril Cultural - Vol. I, Edio 1968.

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    http://www.filologia.org.br/viisenefil/05.htm

  • Fonte: Conhecer - Abril Cultural - Vol. I, Edio 1968; http://www.sergiosakall.com.br/historia_arte/historia_artemedieval.html, Acesso em 14/11/2007.

    4. Cavalhadas e a moda Curitiba Fashion Art - 3 edio - 08/03/2004 (fonte)O imaginrio medieval e suas representaes populares no Paran por meio das Cavalhadas, influenciam at mesmo a moda em Curitiba no Curitiba Fashion Art - 3 edio. Acesse o site, veja o destaque e a coleo. http://www.curitibafashionart.com.br/anteriores/cfa3atual-silmar.htm

    NOTCIAS:

    http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/cadernog/conteudo.phtml?id=548092 acesso 20/06/2007

    http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=19142 acesso em 20/06/2007

    http://www.glaugasparetto.jor.br/conteudo.php?cod=172 20/06/2007

    PARAN

    A Secretaria de Estado da Cultura do Paran - SEEC, atravs do Projeto Paran da Gente, com o objetivo de valorizar a identidade cultural do Paran realizou uma pesquisa sobre o inventrio cultural do Paran, como: municpios origens dos nomes, lendas, contos populares, pratos tpicos, festas e manifestaes populares, dentre elas as Cavalhadas. http://www.prdagente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=324

    Em Guarapuava as Cavalhadas tem fundamental importncia para a populao, observe a criao de uma lei sobre a criao de um Parque Temtico para as Cavalhadas no site www.pmg.pr.gov.br/leis/arquivos/2004/1404_04.pdf

    22

    http://www.pmg.pr.gov.br/leis/arquivos/2004/1404_04.pdfhttp://www.prdagente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=324http://www.glaugasparetto.jor.br/conteudo.php?cod=172http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=19142http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/cadernog/conteudo.phtml?id=548092http://www.curitibafashionart.com.br/anteriores/cfa3atual-silmar.htmhttp://www.sergiosakall.com.br/historia_arte/historia_artemedieval.html

    PROBLEMATIZAO PERSPECTIVA INTERDISCIPLINARPoesia medievalSONS E VDEOS

    FONTE 2 FONTE 4

    FONTES HISTRICASFONTE 5FONTE 6FONTE 7FONTE 8FONTE 9FONTE 19FONTE 21RecursosIMPRIO

    Nmero de alunos: 30

    2. No imaginrio medieval ... O que , o que ?Ensino e aprendizagem j eram prazenteiros durante a Idade Mdia, perceba os enigmas na conversa entre o filho de Carlos Magno de 12 anos e seu mestre Bispo Alcuno retratada pelo autor LUAND:PARAN