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1 MARILENE COSTA O USO DO SIG NO PROCESSO DE ESCOLHA E AVALIAÇÃO DE INSTALAÇÃO DE ESCOLA PÚBLICA EM ÁREA URBANA GEOPROCESSAMENTO 2003 VI CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Geociências Departamento de Cartografia

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MARILENE COSTA

O USO DO SIG NO PROCESSO DE ESCOLHA E

AVALIAÇÃO DE INSTALAÇÃO DE ESCOLA

PÚBLICA EM ÁREA URBANA

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GEOPROCESSAMENTO 2003

VI CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO �

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Geociências

Depar tamento de Car tografia

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O USO DO SIG NO PROCESSO DE ESCOLHA E

AVALIAÇÃO DE INSTALAÇÃO DE ESCOLA PÚBLICA

ESTUDO DE CASO: BAIRRO ALTO VERA CRUZ

Marilene Costa

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Geociências

Departamento de Cartografia

3

L.

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COSTA, Marilene.L.

O uso do SIG no processo de escolha e avaliação de instalação de escola pública. Estudo de caso: Bairro Alto Vera Cruz, 2003. p. 45, f. 25 il.

Monografia (Especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, 2003.

1. Geoprocessamento. 2. Educação. 3. SIG - I. Título

4

Dedico a:

Minha orientadora Karla Albuquerque Vasconcelos, pela paciência e compreensão nos momentos mais difíceis.

Meus sobrinhos, minhas cunhadas

pelo incentivo em horas de cansaço.

Meu namorado, pelo companheirismo

e compreensão de minhas ausências.

Prodabel, Urbel, Polícia Militar/MG, pela disponibilização de todos os dados e fontes necessários ao

desenvolvimento deste trabalho.

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5

SUMÁRIO Lista de Figuras..................................................................................... Lista de Tabelas ................................................................................... Lista de abreviaturas ............................................................................ Resumo...................................................................... ........................... 1. INTRODUÇÃO .............................................................................. 1

1.1. Justificativas e Objetivos .......................................................... 1 2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICOS ..................... 3

2.1. Geoprocessamento ................................................................... 4

3. ESTUDO DE CASO: BAIRRO ALTO VERA CRUZ .................. 5 3.1. Bairro Alto Vera Cruz ................................................................ 3.2. Aquisição de Dados...................................................................... 7 3.3. Metodologia adotada................................................................... 8

3.3.1. Escolha das Variáveis......................................................... 8 3.3.2. Montagem da Base de Dados Geográficos........................................................................

8 3.4. Análises Preliminares.................................................................. 9

3.4.1. Serviços Básicos ................................................................ 9 3.4.2. Estrutura Urbana .............................................................. 13 3.4.3. Crimes ............................................................................. 18 3.5. Análises Executadas .................................................................. 18

3.5.1. Declividades x Escolas …................................................. 19 3.5.2. Serviços básicos x Escolas ................................................ 22 3.5.3. Prestação de Serviços x segurança x saúde x cultura ......... 23 3.5.4. Prestação de Serviços x segurança x saúde x cultura x escola. 24 3.5.5. Cadastro de água x rede de esgoto x iluminação pública.... 25 3.5.6. Crimes x Escolas .................................................................... 26

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 29 5. BIBLIOGRAFIA............................................................................ 30 6. ANEXOS ............................................................................................ 31

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Figura 01 – Localização...................................................................................................... 6 Figura 02 - Cadastro de água ............................................................................................. 10 Figura 03 - Rede de esgoto.................................................................................................. 11 Figura 04 - Iluminação pública............................................................................................ 12 Figura 05 - Estrutura urbana................................................................................................ 13 Figura 06: Crimes contra a pessoa 2003 ............................................................................. 14 Figura 07: Crimes contra a incolumidade pública 2003 ................................................... 15 Figura 08: Crimes referentes a substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica 2003........................................................................................................... 16 Figura 09: Crimes diversos de polícia 2003.......................................................................... 17 Figura 10 – Declividades ..................................................................................................... 20 Figura 11: Declividades x Escolas ...................................................................... ................ 21 Figura 12: Serviços Básicos x Escola.................................................................................. 22 Figura 13: Prestação de Serviço x Segurança x Saúde x Cultura.......................................... 23 Figura 14: Prestação de Serviço, Segurança, Saúde E Cultura x Escola................................ 24 Figura 15: Cadastro de água x Rede de Esgoto x Iluminação pública.................................... 25 Figura 16a: Crimes x Escola 2001......................................................................................... 27 Figura 16b: Crimes x Escola 2002....................................................................................... 27 Figura 16c: Crimes x Escola 2003 ....................................................................................... 28 Figura 17: Crimes contra a pessoa 2001 ................................................................................ 31 Figura 18: Crimes contra o patrimônio 2001........................................................................ 32 Figura 19: Crimes contra os costumes 2001........................................................................ 33 Figura 20: Crimes contra a incolumidade pública 2001...................................................... 34 Figura 21: Crimes contra o meio ambiente 2001.................................................................. 35 Figura 22: Crimes referente a substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica 2001....................................................................... ................................. 36 Figura 23: Crimes contra a administração pública e outros crimes 2001...................... . ...... 37 Figura 25: Crimes contra a pessoa 2002............................................................................ 39 Figura 26: Crimes contra o patrimônio 2002...................................................................... 40 Figura 27: Crimes contra os costumes 2002....................................................................... 41 Figura 28: Crimes contra a incolumidade pública 2002...................................................... 42 Figura 29: Crimes contra o meio ambiente 2002................................................................. 43 Figura 30: Crimes referente a substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica 2002....................................................................................................... 44 Figura 31: Crimes contra a administração pública e outros crimes 2002.......................... 45 .

��������� ������ Tabela 01 – Conteúdo do arquivo base da Prodabel........................................................... . 7 Tabela 02 – Conteúdo do arquivo base da Urbel................................................................. 7 Tabela 03 – Conteúdo do arquivo base da Polícia Militar................................................... 8

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BH Belo Horizonte OP Orçamento Participativo PM/MG Polícia Militar do Estado de Minas Gerais PRODABEL Empresa de Informática e Informações do Município de Belo

Horizonte URBEL Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte

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RESUMO

Este trabalho apresentou através de um estudo de caso a importância do uso do geoprocessamento no processo de avaliação de local para a implantação de escolas públicas em área urbana. Foi levando em consideração a qualidade de vida urbana em termos de infra-estrutura-urbana como pavimentação, passeio, rede de esgoto, iluminação pública, rede de água, boca de lobo, sinalização, índices de criminalidade e a localização das escolas construídas no bairro. Como resultado, observamos pela análises feitas, que a variável criminalidade é a que apresentou um comportamento pior, aumentando a cada ano sua influência no em torno da escola, gerando com isso transtornos para os alunos e para a comunidade do bairro Alto Vera Cruz.

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1. INTRODUÇÃO A educação tem sido a grande mola propulsora para o desenvolvimento econômico do Brasil, onde os governantes utilizam os indicadores sócio-econômicos para se beneficiarem antes e depois das eleições, com isso, a sociedade vem sendo arrastada ao longo dos séculos para uma catástrofe educacional que resulta em dívida com o povo brasileiro. As instituições públicas a cada momento da política brasileira estão sendo sucateadas e desaparecendo no cenário nacional como se elas não fossem fundamentalmente importantes para o crescimento econômico. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, a escolha da área física para a construção de escolas públicas ocorre através do Orçamento Participativo (OP), que tem validade de 2 anos e é decidido através de fóruns regionais com a participação da comunidade local. Se em uma determinada região, há o espaço físico necessário é a comunidade local que decide a localização da escola, não havendo intervenção favorável ou desfavorável da prefeitura. Se o local escolhido, para a construção de uma determinada escola, tem problemas com rede de esgoto, iluminação pública, água, isto não interfere na escolha e na sua construção. 1.1 Justificativa e Objetivos Diante do exposto acima, observa-se que a escolha da localização das escolas é feita pela população sem interferência da prefeitura, a qual poderia colaborar fornecendo a análise das áreas-candidatas e desta forma ajudar a comunidade na tomada de decisão. Este trabalho tem como objetivo avaliar a instalação de escola pública através da utilização das técnica de geoprocessamento. Serão identificados locais adequados para implantação de escola pública, levando em consideração a qualidade de vida urbana e da infra-estrutura apresentada na área, como calçamento, asfalto, passeio, sarjeta, esgoto, boca de lobo, sinalização, índices de criminalidade. Como estudo de caso será utilizado o bairro Alto Vera Cruz, que ao longo dos anos, presenciou a má qualidade de conservação e segurança da região onde estão instaladas as escolas públicas. Isto acabou por gerar uma imagem negativa para os alunos, promovendo um diminuição na freqüência e consequentemente um esvaziamento das escolas do ponto de vista do fluxo de alunos. Será utilizado um Sistema de Informação Geográfico (SIG) como ferramenta na análise de implantação de escola pública em área urbana. Com isso espera-se identificar um local mais adequado, que leve em consideração o entorno da escola e que sirva para auxiliar a comunidade no processo de escolha da área.

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Os objetivos específicos são:

(1) identificar as dificuldades inerentes ao processo de implantação de escola pública, fazendo cruzamento de algumas variáveis e verificando se essas variáveis interferem no processo de escolha e avaliação de instalação de escolha pública em área urbana;

(2) reconhecer as dificuldades dos usuários de escola pública em uma determinada área. Posteriormente, criar mapas que mostrem as características que foram reconhecidas e constatadas através das análises.

Esta monografia está organizada da seguinte forma: o capítulo 1 apresenta a introdução , com justificativa e objetivos; o capítulo 2 apresenta a definição de SIG e Geoprocessamento; o capítulo 3 apresenta o estudo de caso do bairro Alto Vera Cruz e por fim, o capítulo 4 apresenta as considerações finais.

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2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICOS Existem diversas definições para os Sistemas de Informação Geográficos (SIG), ou Geographic Information Systems (GIS). Cada uma delas tenta privilegiar um aspecto de uma tecnologia que, estando na fronteira de várias áreas do conhecimento, é percebida de maneira diferentes pelos especialistas de cada área. Uma definição bastante abrangente seria a seguinte [CCH+96]:

SIG são sistemas automatizados usados para armazenar, analisar e manipular dados geográficos, ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a localização geográficos, ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a localização é uma característica inerente à informação e indispensável para analisá-la.

A definição acima está centrada nos dados geográficos, cuja disponibilidade e utilidade comprovadas são a razão de existir do SIG. Na realidade, sistemas de informação convencionais há muito desenvolvem esforços no sentido de representar, alfanumericamente, dados geográficos. No entanto, a riqueza dos dados geográficos dificilmente é capturada, de forma adequada, usando apenas dados alfanuméricos. Assim, novos recursos se fizeram necessários para que fosse possível extrair mais valor das informações disponíveis. Mas o que é, em essência, um SIG? É um software, uma tecnologia que, utilizando recursos de computação gráfica e processamento digital de imagens, associa informações geográficas a bancos de dados convencionais (DAVIS). Assim, é possível recuperar informações geográficas não apenas com base em suas características alfanuméricas, mas também através de sua localização espacial. Trata-se de um conjunto de técnicas de desenvolvimento bastante recente, cuja utilização oferece ao administrador (urbanista, planejador, engenheiro) uma visão inédita de seu ambiente de trabalho, em que todas as informações disponíveis sobre um determinado assunto estão ao seu alcance, interrelacionadas com base no que lhes é fundamentalmente comum – a geografia. Desta forma não está restrito à recuperação de informações com base em suas características definidas de forma alfanumérica. Pode-se também, deduzir relações de proximidade, adjacência, envolvimento, sobreposição, entre outras, de forma bastante natural. A coleta de informações sobre a distribuição geográfica de recursos minerais, propriedades, animais e plantas sempre foi uma parte importante das atividades das sociedades organizadas. Até recentemente, no entanto, isto era feito apenas em documentos e mapas em papel. Sendo assim, as informações eram geralmente de fácil acesso e manipulação, mas dificultavam uma análise que combinasse diversos mapas e dados. Isto tornou-se possível com o desenvolvimento simultâneo, na segunda metade do século, de tecnologias em diversas áreas: computadores, banco de dados, computação gráfica, cartografia automatizada, geodésia, topografia, pesquisa

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operacional, otimização em redes. Os SIG representam a consolidação de todos estes desenvolvimentos sob a forma de ferramentas práticas, de utilidade real, cujo uso é economicamente viável em diversas situações (DAVIS, 2003: 12-13). A cartografia digital é referente ao desenho de mapas, automação de projetos, captação e organização de dados, (ROSA E BRITO, 1996:7). Já o SIG, do inglês GIS – Geographic Information System - é um instrumento que permite reproduzir não só as informações armazenadas no banco de dados, mas também gerar análises e manipulação dos dados. Segundo MOURA (2002:7) “ um SIG completo deve ser capaz de trabalhar com relações topológicas, ou seja, com estruturas geométricas que manipulam relações como vizinhança, conexão e pertinência” . Isso requer que o sistema seja capaz de gerenciar um banco de dados, obter informações de forma eficiente sobre a localização, existência e propriedades de um grande número de objetos, adaptação fácil às exigências do usuário e possibilidade de adquirir conhecimento sobre os objetos tratados durante o uso do sistema. (MARINI, 1988:145-148). 2.1 Geoprocessamento Com esta revolução digital houve uma necessidade de reorganização no armazenamento de dados para uma melhor gestão, planejamento e tomadas de decisões, assim surgiu o Geoprocessamento. O termo, segundo MOURA (2002:4), “significa um processo que traga um progresso, um andar avante, na grafia ou representação da Terra. O geoprocessamento veio para dar ganho de informações e lançar um novo olhar sobre o espaço. Ele engloba dentro de outras coisas o processamento digital de imagens, a cartografia digital e os Sistemas de Informação Geográficos, e é definido como aquisição, tratamento e análise de dados. Para XAVIER-DA-SILVA (1992:48) geoprocessamento é “ um ramo do processamento de dados que opera transformações nos dados contidos em uma base de dados referenciada territorialmente (geocodificada), usando recursos analíticos, gráficos e lógicos, para obtenção das transformações desejadas.

Segundo COWEN (1990:55) existe ainda o Desktop Mapping que possui alguns recursos de manipulação de dados alfanuméricos, mas não chega a ser um SIG completo, já que não possui todos os recursos necessários a um SIG, conforme descrito anteriormente. O Desktop Mapping, também chamado de Computer Mapping, é um sistema intermediário entre CAD (Computer-Aided Designer) e SIG. Possui ferramentas de um CAD e atua na interface entre banco de dados alfanumérico e cartográfico.

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3. ESTUDO DE CASO: BAIRRO ALTO VERA CRUZ

3.1 Bair ro Alto Vera Cruz O bairro Alto Vera Cruz (Figura 01) foi fundado na década de 40, abrange uma área estimada de 911.400 m2, mais ou menos 8.015 edificações, composto por 1308 lotes, 14 ruas sentido horizontais, duas avenidas, Jequitinhonha e Santa Terezinha, 6 ruas no sentido vertical. Compreendendo, o quadrilátero, Av. dos Andradas, separando os bairros São Geraldo e Caetano Furquim do Alto Vera Cruz, Av. Santa Terezinha delimitando o Taquaril e Granja de Freitas, Av. Jequitinhonha delimitando o Jonas Veiga e Vera Cruz, recebeu o nome de Alto do Minério devido a grande reserva de minérios ali existente. Depois chamou-se Flamengo. O nome Alto Vera Cruz veio com a chegada da linha de ônibus que começou a servir a Vila na década de 70, dissernindo a parte alta da parte baixa, nada de oficial, a não ser o ônibus. População estimada em 38.900 habitantes, sendo a maioria de baixa renda, desempregados e subempregados, predominando a construção civil, prestação de serviços, comércio informal, serviços braçais, biscateiros, serviços domésticos e diaristas. É grande o número de mulheres chefes de família, que, solteiras se ocupam da criação dos filhos e dos serviços dentro e fora de casa. Sua população é muito carente, vivendo em pequenos casebres pelos becos, sem estrutura de urbanização e saneamento, predomina a faixa etária de 0 a 30 anos, onde o índice de violência é predominante. Possuindo os seguintes equipamentos públicos: 2 escolas estaduais de 1ª a 4ª série, 1 escola municipal 1ª a 4ª e outra de 5ª a 8ª (possui um número significativo de crianças e jovens fora da escola), 1 centro de saúde, (não atende a demanda por ser muito pequeno e dispõe de poucos serviços), 1 centro cultural, 1 centro de apoio comunitário (CAC), 1 cozinha comunitária, 1 centro de integração ao menor – Ciame Flamengo – (trabalho com 375 crianças e adolescentes), CEVAE – ONG, 1 Abastecer (venda de alimentos a baixo custo), 1 igreja católica, mais de 40 igrejas evangélicas e diversos segmentos espiritualistas. Seu comércio local é composto por: 1 supermercado, 60 armazéns, bares e similares, 1 casa lotérica, 8 oficinas mecânica, 5 marcenarias, 5 serralherias, 3 farmácias. Predomina o local um número significativo de comércio ambulante. Possui um sistema de transporte coletivo composto por 6 linhas de ônibus que ainda são suficientes para atender a demanda da população. Os valores culturais e folclóricos na Vila, são predominantes desde a década de 70 na cultura regionalizada, por ser famílias vindas de diversas partes do meio rural do estado e do país. Tentam se organizarem e se expressarem em busca de uma identidade mais próxima da realidade urbana em que vivem, na valorização e expressão cultural promovendo ação educacional junto à população em geral a exemplo o Tambor-alto, Hip-Hop, dança afro, capoeira angola e regional.

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Figura 01 – Localização

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3.2 Aquisição de dados Para a execução das análises foi necessário compor uma base de dados geográficos com os seguintes níveis de informação:

Nível Descr ição Areverde Área verde Bocalobo Boca de lobo Cerca Cerca Bairroaltoveracruz Bairro Alto Vera Cruz Curvames Curva mestra Curvaprinc Curva principal Muro Muro Parque Parque Sarjeta Sarjeta Quadra Quadra Trecho Trecho

Tabela 01: Conteúdo do arquivo base da Prodabel

Os dados da Tabela 01 foram fornecidos pela Prodabel (Empresa .de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte), referentes ao bairro Alto Vera Cruz (quadras, boca de lobo, curvas, sarjeta, muro, parque, trechos, área verde, e estrutura urbana). Nível Descrição Base_cartografica_1999 Base Cartográfica de 1999 Declividades Declividades Estruturaurbana Estrutura Urbana Mapa12Ilum... Mapa de Iluminação Pública Mapa7-cadastroesgoto Mapa7-cadastro de esgoto Sistemaviario Sistema viário Mapa9-cadastroagua Mapa9-cadastro de água

Tabela 02 – Conteúdo do arquivo base da Urbel

Os dados da Tabela 02 referentes a base cartográfica de 1999, cadastro de água, iluminação pública, rede de esgoto, estrutura urbana, declividade foram fornecidos pela Urbel (Companhia de Urbanização de Belo Horizonte).

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Nível Descrição Ocorrencias do bairro vera cruz 2001 Ocorrências policiais no bairro Alto Vera

Cruz ano 2001 Ocorrencias do bairro vera cruz 2001 Ocorrências policiais do bairro Alto Vera

Cruz ano 2002 Ocorrencias do bairro vera cruz 2001 Ocorrências policiais do bairro Alto Vera

Cruz ano 2003

Tabela 03 – Conteúdo do arquivo base da Polícia Militar Os dados da Tabela 3 referentes ao índice de criminalidade do bairro Alto Vera Cruz no período de 2001 a 2003 foram cedidos pela Polícia Militar de Minas Gerais.

3.3 Metodologia adotada 3.3.1 Escolha das Var iáveis As variáveis escolhidas para análise foram: • Cadastro de Água • Iluminação Pública • Rede de Esgoto • Estrutura Urbana • Declividade • Comércio • Segurança • Saúde • Cultura

3.3.2 Montagem da Base de Dados Geográficos Os dados alfanuméricos e geográficos foram fornecidos pela Urbel, pela PM/MG e a base digital cartográfica cedida pela Prodabel foram a base para a montagem do banco de dados do SIG. A partir de então foi necessário a organização e a complementação dos dados existentes. A base digital cartográfica geográfica foi adquirida através da Prodabel em formato.dgn e a base alfanumérica foi adquirida através da Urbel do ano de 1999 e da Polícia Militar de Minas Gerais em formato pdf . Para o tratamento dos dados, foram necessários a organização e complementação dos dados existentes, utilizando os softwares MapInfo 6.5 e o Microstation 95. Para gerar os mapas finais, antes do SAGA os dados foram transformados de vetor para pixel e depois para o Microstation Geographic.

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Softwares utilizados Foram utilizados os seguintes softwares: • Microstation 95

• Microstation Geographics; • Microstation Descartes;

• MapInfo 6.5; • .SAGA; • Adobe Photoshop 6.5; Uma vez realizada a vetorização, foi utilizado o Microstation Geographic para limpeza topológica e criação automatizada dos polígonos. Os desenhos que antes eram somente linhas foram convertidos em elementos complexos para que pudessem ser analisados em software MapInfo, programa que ficou definido previamente, onde seria montada a associação entre banco de dados alfanuméricos e cartográficos. O MapInfo, um Desktop Mapping, foi escolhido por ser de baixo custo de aquisição, simples de manusear, de fácil compreensão por outros usuários não especialistas em geoprocessamento, e bom para consultas cadastrais, o que é a utilização mais comum nas atividades de gerenciamento urbano. Contudo, por ser um Desktop Mapping possui suas limitações, como, por exemplo, análises topológicas. As categorias prontas foram geradas as consultas SQL no MapInfo e exportadas para o Microstation Descartes, onde foi construído um arquivo TIF e estampados as consultas. Isto significa que a conversão de dados vetoriais em matriciais, para posterior aplicação de um módulo de síntese de dados no SAGA – UFRJ. A imagem raster foi salvo em formato TIF e conferido no Adobe Photoshop e continha cores indexadas e o número correto de pixels e salvo novamente. Após esse passo foi levado para o SAGA usando o conversor TIFF2RST, gerando as análises e síntese das variáveis. 3.4 Análises Preliminares 3.4.1 Servicos Básicos Observando os mapas de serviços básicos, isto é, cadastro de água (Figura 02) , rede de esgoto (Figura 03) e iluminação pública (Figura 04), é possível constatar que as principais ruas e avenidas são bem servidas por estes serviços, sendo que a iluminação pública é a que melhor cobre toda a área de estudo. O serviço de água chega a quase todos os becos do bairro. Já o serviço de esgoto, feito pela mesma companhia de abastecimento de água não serve 100% dos becos, sendo observado que o bairro só recebe este serviço em suas principais ruas. As demais ruas e becos se servem de esgoto clandestino, que pode ser contado como fossas, esgoto clandestinos e até mesmo caindo diretamente nos córregos que rodeiam o bairro sem qualquer tratamento

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Figura 02 - Cadastro de água

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Figura 03 - Rede de esgoto

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Figura 04 - Iluminação pública

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3.4.2 Estrutura urbana O mapa de estrutura urbana mostra a disposição dos serviços de saúde, comércio, segurança e áreas culturais dentro do bairro.

Fig 05 - Mapa de estrutura urbana

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Figura 06 - Crimes contra a pessoa ano 2003

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Figura 07 - Crimes contra a incolumidade pública ano 2003

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Figura 08: Crimes referentes a substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica ano 2003

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Figura 09 - Crimes diversos de polícia ano 2003

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3.4.3 Cr imes Os crimes ocorridos no bairro foram divididos por mapas mostrando os tipos de crimes e ano. Foram disposto dessa forma para que se pudesse observar os tipos de ocorrência que ao longo dos 3 últimos anos e como estão espacializados na área do bairro. Em anexo encontram- se as figuras referentes as ocorrências policiais do bairro Alto Vera Cruz - anos de 2001 e 2002. 3.5 Análises Executadas Com o objetivo de avaliar a influência das variáveis escolhidas no local onde estão as escolas foram feitos diversos cruzamentos com os dados disponíveis, conforme apresentado a seguir.

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MAPAS UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO NO SAGA – UFRJ Declividade A maior parte do bairro tem uma boa declividade, que vai de 5 a 30%, sendo que a área de topo tem declividade ótima, entre 0 e 5%. Poucos lugares tem declividade acima de 30%, os quais estão localizados sempre no interior das quadras. 3.5.1 Declividade x Escolas Na avaliação dos mapas de declividades e escolas também foram dados pesos iguais para declividade e escola, já os valores foi distribuídos da seguinte forma: CATEGORIA VALOR Área de abrangência da escola 10 0 A 5% 10 5 A 30% 8 30% ou mais 4

Assim, verificou-se que as escolas estão em áreas de ótima a boa declividade.

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Figura 10 – Declividades

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Figura 11 - Declividade x Escola

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3.5.2 Serviços Básicos X Escola Nessa avaliação pode-se observar que as escolas estão localizadas em áreas bem servidas pelos serviços básicos, mas estão sempre rodeadas de áreas onde a falta de rede de esgoto pesa consideravelmente em sua classificação.

Figura 12 - Serviços Básicos X Escola

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3.5.3 Prestação de Serviço x Segurança x Saúde x Cultura Para a avaliação desses serviços foi usado um buffer diferente para cada tipo, sendo eles:

TIPOS DE SERVIÇOS TAMANHO (METROS) COMERCIO 100 SEGURANÇA 1500 SAÚDE 1000 CULTURA 800

Figura 13 - Prestação de Serviço x Segurança x Saúde x Cultura

Ao observar o mapa, pode-se ver que somente o serviço de segurança atinge o bairro todo, os demais serviços não conseguem atingir uma grande área, sendo que a área mais bem servida pelos mesmos é a parte centro-sul do bairro.

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Os pesos foram iguais para todos os mapas e os valores foram 10 para a área de abrangência de cada serviço. 3.5.4 Prestação de Serviço, Segurança, Saúde E Cultura x Escola Para esta avaliação deu-se pesos iguais para os dois mapas e valores 10 para cada categoria.

Figura 14 - Prestação de Serviço, Segurança, Saúde e Cultura x Escola

Neste mapa pode-se observar que a maior escola é a mais bem servida de serviços de segurança, comércio saúde e cultura. A escola ao norte é a menos atingida por estes serviços, mas ainda assim está dentro de uma área onde é atingida por pelo menos dois tipos de serviços.

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Como foi feito um estudo só com os serviços que estão dentro do limito do bairro pode ser que a escola ao norte esteja dentro da área de abrangência do serviços de outros bairros. 3.5.5 Cadastro de água x Rede de Esgoto x I luminação Pública

Figura 15 - Cadastro de água x Rede de Esgoto x Iluminação pública

Para avaliação do mapa acima foi usado pesos iguais para os mapas de cadastro de água, rede de esgoto e iluminação pública sendo que os valores das categorias foram divididos da seguinte forma:

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CATEGORIA VALORES CADASTRO DE ÁGUA 10 REDE DE ESGOTO 10 ILUMINAÇÃO PÚBLICA 10 POSTE NO MEIO DA RUA 4 Dessa forma verificou-se que os becos são os menos servidos por estes serviços e poucas quadras têm bom serviço em suas 4 faces. 3.5.6 Cr imes X Escola Para fazer a avaliação entre os mapas de crimes e a escolas foi criado um buffer para cada uma das categorias de acordo com o seu grau de importância. No mapa de escolas levou-se em conta que 800 metros é uma distância razoável para que uma criança percorra a pé de sua residência até a escola. Sendo assim, as 3 escolas cobrem o bairro por completo, sendo sua disposição muito boa dentro do mesmo. Não foi levado em consideração o tipo de ensino oferecido pelas escolas, isto é, se era ensino fundamental ou médio ou ambos. Foi considerado que as três escolas oferecem ensino fundamental e médio. Caso o tipo de ensino estivesse especificado deveriam ser feitos mapas diferentes pra cada tipo de ensino oferecido pelas escolas. Para os crimes foi feito um buffer de 50m entorno do local de ocorrência. Deve-se observar que um crime pode ocorrer em qualquer lugar e que alguns fatores leva o praticante a comete-lo naquele determinado local e dia. Quanto ao crime contra pessoa vai depender de fatores humanos muitas vezes passionais, já o crime contra o patrimônio, vai depender da localização, aparência do local e momento oportuno. Esses são mais fáceis de se observar e prever. Observando que o número de ocorrência de crimes contra o patrimônio sempre é o que compõem a maior parte do banco de dados, foi criado um buffer de 50 metros de área de entorno para todos os tipos de crimes. Ao fazer a avaliação no software SAGA foi dado peso igual para ambos os mapas, já que os mesmo possuem mesmo valor de importância na avaliação. Para cada categoria foi dado valor 10 na área de abrangência das escolas e valor 2 na área de entorno de crime – lembrando que os valores no SAGA vão de 0 a 10, sendo 0 menos importante e 10 mais importante. Com isso gerou-se 3 mapas, um para cada ano, podendo-se observar a espacialização dos crimes e sua mudança de um ano para o outro.Vê-se que a maior escola do bairro, durante os três anos, sempre esteve em uma área de alta criminalidade. As outras duas escolas estão em áreas de menor criminalidade, mesmo assim o número de crimes aumenta de um ano para o outro aproximando cada vez mais das mesmas.

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Figura 16 a- Crimes X Escola

Figura 16 b - Crimes X Escola

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Figura 16 c - Crimes X Escola

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS As análises feitas partir dos dados mostrou que, na área do bairro Alto Vera Cruz onde estão instaladas as escolas públicas, a variável que mais chamou atenção foi a da criminalidade. Conforme foi visto ela vem aumentando nos últimos anos e, com isso, praticamente não existe uma área disponível, livre dessa interferência, pois a mancha da criminalidade está aumentando, conforme dados da Polícia Militar. As outras variáveis referentes aos serviços básicos como água, iluminação pública, rede de esgoto, o comércio apresentaram ser de boa qualidade no entanto, é a variável criminalidade que mais interfere na área onde a escola está instalada. Com a utilização do SIG como ferramenta na análise de implantação de escola pública em área urbana foi possível mostrar que, para a área estudada, o problema de identificação de um local mais adequado está menos relacionado com a questão de infra-estrututura urbana e mais com o fator segurança. Ressalta-se ainda que o uso do geoprocessamento pode ajudar a comunidade no processo de escolha da localização das escolas pública através da divulgação das condições de infra-estrutura urbana de cada local. Este trabalho alcançou os objetivos propostos, construindo os mapas com o cruzamento de variáveis e executando as análises necessárias.

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5. BIBLIOGRAFIA ALVES, Lídia Lane Ferreira. A criação de um SIG para a Prefeitura de Sete Lagoas. Curso de Especialização em Geoprocessamento - UFMG, Belo Horizonte, 2000. 31.p. COWEN, DAVID. GIS VERSUS CAD DMBS: What are the differences? In: PEUQUET, Donna , MARBLE, Duane. Introductory reading In Geographic Information Systems. London: Taylor| & Francis, 1990. p. 51-61. DAVIS, Clodovel, FONSECA, Frederico. Introdução aos Sistemas de Informação Geográficos. Curso de Especialização, Belo Horizonte, 2003. p.12-13. MARINI, Mauro, Le Potencialitá dei sistemi grafici interativi. In: SECONDINI, Piero (org), La conoscenza del territorio e dell’ambiente; il ruolo delle tecnologie dellínformazione. Milano, Enitada, 1998. p.1999-153. MOURA, Ana Clara. Espaço, tempo e meio ambiente e planejamento. Curso de Especialização em Geoprocessamento, Belo Horizonte: IGC/UFMG, 2002, 41 p. POLÍCIA MILITAR DE BELO HORIZONTE. Banco de Dados de Criminalidade. do Bairro Alto Vera Cruz, Belo Horizonte, 2001-2003. PRODABEL. Bairro Alto Vera Cruz. Belo Horizonte. Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte S.A. – Prodabel, 2001. RIBEIRO, Rosemary Campos. Análise de conforto ambiental urbano aplicado à área Central do município de Pedro Leopoldo. Curso de Especialização em Geoprocessamento - UFMG, Belo Horizonte: IGC/UFMG, 56 p. ROSA, Roberto, Jorge Luis, Introdução ao Geoprocessamento; sistema de informação Geográfica. Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, 1996. 104p. SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Resolução CEE no. 449, de 01/08/2002. 9p. SECRETARIA MUNICPAL DA EDUCAÇÃO. Diretrizes da SMD para orientação das Indicações de demandas nas rodadas regionais da OP 2005/2006. 5p. XAVIER-DA SILVA, Jorge, CARVALHO FILHO, Luís, M. Sistemas de informação Geográfica: uma proposta metodológica. São Paulo, Anais da IV Conferência Latino Americana sobre Sistemas de Informação Geográfica, 2º Simpósio Brasileiro de Geoprocessamento, 1993, p. 609-629. URBEL –Plano Global do Bairro Alto Vera Cruz, Belo Horizonte. Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, 2000

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 17: Crimes contra a pessoa ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 18: Crimes contra o patrimônio ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 19: Crimes contra os costumes ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 20: Crimes contra a incolumidade pública ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 21: Crimes contra o meio ambiente ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 22: Crimes referentes a substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 23: Crimes contra a administração pública e outros crimes ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 24: Crimes diversos de polícia ano 2001

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 25: Crimes contra a pessoa ano 2002

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 26: Crimes contra o patrimônio ano 2002

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 27: Crimes contra os costumes ano 2002

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 28: Crimes contra a incolumidade pública ano 2002

51

Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 29: Crimes contra o meio ambiente ano 2002

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 30: Crimes referentes a substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica ano 2002

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 31: Crimes contra a administração pública e outros crimes ano 2002

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Obs.: Mapas do anexo – somente no mater ial impresso

Figura 32: Crimes diversos de polícia ano 2002