revisão, digitalização, georreferenciamento e associação...

31
Ângelo Rezende Costa Jr. Revisão, digitalização, georreferenciamento e associação de banco de dados aos limites da APA Sul-RMBH Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Geoprocessamento da Universidade Federal de Minas Gerais para a obtenção do título de Especialista em Geoprocessamento Orientador: Philippe Maillard 2001

Upload: dangnhu

Post on 08-Feb-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Ângelo Rezende Costa Jr.

Revisão, digitalização, georreferenciamento e associação

de banco de dados aos limites da APA Sul-RMBH

Monografia apresentada ao Curso de Especializaçãoem Geoprocessamento da Universidade Federal deMinas Gerais para a obtenção do título deEspecialista em Geoprocessamento

Orientador:Philippe Maillard

2001

Rezende Costa Jr., ÂngeloRevisão, digitalização, georreferenciamento e associação de banco de

dados aos limites da APA Sul - RMBH. Belo Horizonte, 2001.29. p.

Monografia (Especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais.Departamento de Cartografia.

1. APA Sul 2. georreferenciamento 3 Unidade de Conservação.Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de Geociências. Departamento deCartografia

Agradecimentos

Pela inestimável ajuda na consecução destetrabalho, agradeço a todos os professores ecolegas do curso, bem como, pelo mesmomotivo, aos eventuais usuários doLaboratório de Geoprocessamento.

2

Resumo

Com o objetivo principal de proteger os recursos hídricos necessários ao

abastecimento da região Metropolitana de Belo Horizonte e das áreas adjacentes, foi

criada em 1994 a Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo

Horizonte.

Entretanto, pesquisas preliminares indicaram que, tanto o memorial

descritivo daquela unidade de conservação quanto os limites usados como referência

pelos órgãos públicos, trazem incorreções e imprecisões que podem comprometer

processos de licenciamento dentro da área e seu futuro zoneamento ambiental.

Esse trabalho pretende, portanto, fazer a revisão do memorial descritivo

criando um banco de dados georreferenciado que associe a cada trecho do limite da

APA Sul observações quanto às eventuais incorreções ou imprecisões.

3

Abstract

With the main objective to protect the necessary water resources to the

supplying of the metropolitan region of Belo Horizonte and the adjacent areas, APA Sul

was created in 1994.

However, preliminary research had indicated that, both its description

memorial and used limits as reference for the public agencies had some errors that can

compromise the licensing processes in that area and its future ambient zoning.

This work intends, therefore, to make a critical analysis of the

description memorial and create, using a GIS, a databank that associates with each

fragment of the limit of the APA Sul comments about found errors.

4

SUMÁRIO

1. Introdução............................................................................................ 6

1.1. Identificação do Objeto.................................................................................................6

1.1.1. Breve Histórico.....................................................................................................................6

1.1.2. Caracterização Geral da Área ...............................................................................................7

2. Objetivos............................................................................................... 9

2.1. Objetivo Geral ...............................................................................................................9

2.2. Justificativa ..................................................................................................................10

3. Marco Teórico ................................................................................... 11

4. Metodologia ....................................................................................... 13

4.1. Revisão manual............................................................................................................13

4.2. Digitalização.................................................................................................................14

4.3. Associação com dados de texto...................................................................................15

5. Resultados .......................................................................................... 15

6. Conclusões ......................................................................................... 18

7. Bibliografia ........................................................................................ 19

8. Anexos................................................................................................ 21

8.1. LEI 13803 de 27/12/2000.............................................................................................21

8.2. LEI 13960 de 26/07/2001.............................................................................................26

5

Lista de siglas

APA Sul – RMBH: Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de BeloHorizonteAPE: Área de Proteção EspecialCEUC: Cadastro de Unidades de Conservação do Estado de Minas GeraisCOPASA: Companhia de Saneamento de Minas GeraisFEAM: Fundação Estadual do Meio AmbienteIBAMA: Instituto Brasileiro do Meio AmbienteICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosRPPN: Reserva Particular do Patrimônio NaturalSEMAD: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Lista de figurasFigura n. º 1: Impressão da tela do MAPINFO........................................................pág. 16Figura n. º 2: Figura n.º 2: limites da APA Sul – RMBH........................................pág. 17

Lista de tabelasTabela n.º 1: Áreas e participação relativa dos municípios.....................................pág. 15Tabela n.º 2: Erros e imprecisões encontrados.........................................................pág. 16

6

1. Introdução

1.1. Identificação do Objeto

1.1.1. Breve Histórico

Visando ordenar o grau de intervenção humana no ambiente e conservar

regiões de especial importância ecológica, a legislação ambiental brasileira prevê

diversas categorias de manejo1 de unidades de conservação2, dentre elas a Área de

Proteção Ambiental, ou simplesmente APA. Segundo a concepção de APA, existem

locais de relevante interesse do ponto de vista ambiental que devem ser manejados de

forma a assegurar também o bem estar das populações residentes, sendo as diretrizes

ambientais consideradas no mesmo nível de importância que as sócio-econômicas. Cabe

acrescentar que um dos princípios que norteia a teoria do Desenvolvimento Sustentável

é exatamente essa compatibilização entre exploração econômica e preservação3

ambiental, ou seja, a adoção do conceito mais amplo de conservação da natureza4

A demanda para a criação de uma APA ao sul de Belo Horizonte partiu,

na década de 70, de uma associação comunitária da localidade São Sebastião das Águas

Claras, também conhecida por Macacos. Na época, a região proposta para a criação da

APA abrangia apenas a bacia do ribeirão Macacos, mas estudos técnicos realizados para

a definição de limites apontaram a necessidade de se estabelecer uma abrangência de

160.000 hectares. Assim, hoje a APA Sul é composta por áreas pertencentes a 13

municípios. Após dois anos de discussão junto ao Conselho de Política Ambiental,

COPAM, o decreto de criação da APA Sul - RMBH foi assinado pelo governador Hélio

Garcia em 8 de junho de 1994. A norma jurídica mais recente que trata da criação,

objetivos e outros detalhes da APA Sul é a Lei 13.960 de 26 de julho de 2001.

1 Manejo de unidades de conservação: é o conjunto de ações e atividades necessárias ao alcance dos objetivos de conservação das áreas protegidas, incluindo as

atividades fins, tais como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos recursos, bem como as atividades de administração ou gerenciamento. O termo

gestão de uma unidade de conservação pode ser considerado sinônimo de manejo da mesma. (IBAMA, 2001)

2 Unidade de conservação: espaço territorial delimitado e seus componentes, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente

instituído pelo Poder Público para a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos, sob regime específico de administração, ao qual se aplicam adequadas

garantias de proteção. (IBAMA, 2001)

3 Preservação: são as práticas de conservação da natureza que asseguram a proteção integral dos atributos naturais. (IBAMA, 2001)

4 Conservação da natureza: entende-se por conservação da natureza o manejo da biosfera, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a

restauração e a melhoria do ambiente natural, para que este possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de

satisfazer às necessidades e aspirações das gerações futuras e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. (IBAMA, 2001)

7

1.1.2. Caracterização Geral da Área

A justificativa para se criar a Área de Proteção Ambiental Sul veio do

fato de suas peculiaridades geográficas exigirem maior atenção dos planejadores

públicos e da sociedade.

Situada ao sul e sudeste da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a

APA Sul manteve-se relativamente resguardada da expansão imobiliária daquela capital

em função da barreira orográfica representada pela Serra Curral. No entanto, essa

situação vem-se modificando com a pressão contínua e crescente dos loteamentos que

atendem, ainda, aos núcleos urbanos inseridos e adjacentes à APA.

A ocorrência de grandes jazidas minerais na APA Sul (parte significativa

do Quadrilátero Ferrífero está dentro de seus limites) faz da mineração uma das

atividades econômicas mais representativas, mas também de grande impacto ambiental.

Quando as medidas de controle dessa atividade não são eficazes, os danos ambientais

podem extrapolar os limites das concessões e ocasionar a contaminação de cursos

d’água bem distantes da área minerada. Dessa forma, o que se percebe é uma situação

paradoxal: por um lado, essa atividade é responsável, historicamente, pelo surgimento

dos núcleos de população desde o século XVIII, mas por outro é freqüente causa de

conflito com outras formas de uso e ocupação do solo.

Quanto à ocupação, a região traz como conotação o reflexo da expansão

da zona sul de Belo Horizonte, que se constitui na força de indução dos parcelamentos

que, em sua maioria, são destinados a sítios de recreio da classe de maior poder

aquisitivo de Belo Horizonte, não representando um dinamismo das sedes municipais

adjacentes.

Já os parcelamentos destinados a atender às classes de menor poder

aquisitivo, muitas vezes clandestinos, geralmente representam maior risco do ponto de

vista ambiental e de segurança. Isso porque, com freqüência, não respeitam as normas

de uso e ocupação do solo no que diz respeito, principalmente, às declividades

permitidas e afastamento dos cursos d’água, colocando em risco os recursos naturais e a

qualidade de vida da população.

A característica climática de alta pluviosidade é mais uma variável que

deve ser considerada quando se pensa em planejar o uso e ocupação do solo da APA

Sul. Tal variável, em sinergia com a tipologia de solos da região, favoreceu a uma

intensa dissecação fluvial, promovida pela drenagem das bacias dos rios das Velhas,

8

Paraopeba e Piracicaba, resultando em um relevo acidentado com vales profundos e

grandes escarpamentos erosivos ou estruturais. Esta unidade compreende, em meio aos

afloramentos rochosos, solos arenosos pouco desenvolvidos e assentados diretamente

sobre a rocha, o que traz fortes limitações à construção civil e à agricultura.

Em função das altas declividades, que dificultam a mecanização, e da

baixa qualidade dos solos –ácidos e pouco férteis- a região apresenta pouco potencial

agrícola, observando-se principalmente a agricultura de subsistência e grandes áreas

destinadas à pastagens.

No que diz respeito à biodiversidade5, a APA Sul – RMBH tem uma

localização sui generis, para não dizer privilegiada, já que se encontra na zona de

transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado. Dessa forma, apesar de

apresentar todas as características clássicas dos dois biomas, ainda não existem estudos

consistentes da biota local, o que não invalida a observação empírica quanto à sua

riqueza de flora, fauna e paisagens naturais.

Acrescente-se ao que foi dito acima a principal característica geográfica

que fundamentou e justificou a criação da APA Sul: o volume e qualidade das águas de

suas bacias hidrográficas e sua importância para o abastecimento da Região

Metropolitana de Belo Horizonte. A Lei Estadual nº.13.960, de 26/07/2001, expressa

essa importância quando declara o principal objetivo a ser alcançado com a criação da

APA Sul (anexo 7.1.):

“proteger e conservar os sistemas naturais essenciais àbiodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários ao abastecimentoda região Metropolitana de Belo Horizonte e das áreas adjacentes, com vistas àmelhoria de qualidade de vida da população local, à proteção dos ecossistemas6

e ao desenvolvimento sustentado”.

A região da APA Sul é privilegiada em termos de recursos hídricos, pois

ali estão presentes boa parte das bacias do Rio São Francisco e do Rio Doce com suas

respectivas sub-bacias. Em função disso, uma grande parte da água fornecida pela

COPASA à região metropolitana de Belo Horizonte é captada dentro da APA Sul, dada

sua boa qualidade. Cabe dizer que essa concessionária tem, dentro da APA Sul, algumas

5 Biodiversidade: Termo que se refere à variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma

determinada região. Pode ser medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis taxonômicos mais altos, comunidades e processos biológicos, ecossistemas,

biomas, e em diferentes escalas temporais e espaciais. (IBAMA, 2001)

6 Ecossistema: sistema formado pelas comunidades biológicas em integração com os fatores do meio ou Complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e

de microorganismos e o seu meio inorgânico, que interagem como uma unidade funcional. (IBAMA, 2001)

9

áreas declaradas como APE’s (Área de Proteção Especial) em função de sua

importância para a captação de água. A título de ilustração, é oportuno dizer que tais

áreas vêm sendo transformadas em RPPN’s, Reserva Particular do Patrimônio Natural,

visto que a Lei n.º 9.985 de 18/07/2000, que trata do Sistema Nacional de Unidades de

Conservação, não recepcionou a tipologia APE.

Em função de tudo que foi dito acima é bastante óbvio que a questão da

qualidade e quantidade de água é de capital importância para a gestão da APA Sul.

Fatores tais como desmatamento, expansão imobiliária, uso industrial da água

(principalmente a atividade minerária no caso) devem ser considerados para o

estabelecimento de diretrizes de uso e ocupação do solo na APA Sul.

Tanto o histórico quanto a descrição acima relatados foram obtidos em

registros na SEMAD e baseados em nossa própria experiência de trabalho naquele

órgão. Também de nossa experiência veio a constatação da realização do presente

trabalho, qual seja, a revisão do memorial descritivo da APA Sul e a subseqüente

elaboração, em formato digital, dos limites dessa unidade de conservação.

2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral

O objetivo geral do presente trabalho é fazer a revisão crítica dos limites

da APA Sul, criando um banco de dados georreferenciado que aponte as possíveis

incorreções e imprecisões nas referências do memorial descritivo da unidade de

conservação. Dessa forma, a cada trecho digitalizado do memorial descritivo estará

associada sua descrição e observações

Aproveitar-se-á a oportunidade para associar a cada município

pertencente a APA Sul informações úteis à gestão dessa unidade de conservação, tais

como: sua área em km2, participação percentual em área do município na área total da

APA, nome do prefeito e do representante, se houver, no Conselho Consultivo. Não é o

objetivo, entretanto, criar um vasto banco de dados, mas tão somente dar início a

criação de um que poderá futuramente ser expandido.

10

2.2. Justificativa

Na mesma época da realização do presente trabalho, a SEMAD estará

dando início à constituição da equipe que realizará o zoneamento ambiental7 previsto na

lei de criação da APA Sul.

Visto que, em nossas pesquisas preliminares, foram encontrados erros no

memorial descritivo da APA Sul, bem como nos limites utilizados pelos órgãos públicos

do Estado, percebemos que sua revisão seria um passo inicial e imprescindível para a

realização do zoneamento dessa unidade de conservação.

Uma vez realizado o zoneamento e elaboradas as diretrizes de uso e

ocupação do solo, o poder público terá um referencial técnico bastante eficiente para a

elaboração de políticas públicas que visem o desenvolvimento sustentável da região.

Entenda-se aqui por poder público quaisquer das esferas administrativas responsáveis

pela elaboração das políticas públicas, seja no nível federal, estadual ou municipal que

terão ao seu dispor, realizado o zoneamento, uma fonte de informações

georreferenciadas para o planejamento de ações integradas.

De uma forma geral, o benefício do ordenamento do uso do solo será

difundido por toda sociedade, na medida em que o processo de desenvolvimento que

internaliza a variável ambiental tem como meta a qualidade de vida da população atual e

das futuras gerações. Dito mais sinteticamente, o desenvolvimento sustentável.

Da mesma forma relacionado ao ordenamento do uso do solo, o outro

motivo que justifica a revisão dos limites da APA está no artigo 1º da Resolução

SEMAD n.º 027, de 07 de dezembro de 1998. O caput de tal artigo determina que

“os pedidos de concessão de Licença Prévia - LP paraatividade ou empreendimento no âmbito da Área de Proteção Ambiental Sul daRegião Metropolitana de Belo Horizonte - APA-SUL, deverão ser submetidos aexame e manifestação de seu respectivo Conselho Consultivo.”

Trata-se de uma afirmação óbvia, mas necessária, dizer que para o exame

dos pedidos de licenciamento a localização dos empreendimentos deve estar

criteriosamente definida com relação aos limites da APA Sul. Caso contrário, abre-se a

possibilidade de contestações jurídicas quanto à validade dos processos de

7 Zoneamento ambiental: Trata-se da integração harmônica de um conjunto de zonas ambientais com seu respectivo corpo normativo. Possui objetivos de manejo

e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da Unidade possam ser alcançados. É instrumento

normativo do Plano de Gestão Ambiental, tendo como pressuposto um cenário formulado a partir de peculiaridades ambientais diante dos processos sociais,

culturais, econômicos e políticos vigentes e prognosticados para APA e sua região. (IBAMA, 2001)

11

licenciamento, o que é bem possível em função dos grandes interesses relacionados à

área.

Em termos operacionais, uma vez revisados e corrigidos os limites da

APA, a grande vantagem decorrente da sua transformação em arquivos digitais é a

possibilidade de sua conversão nos diversos tipos de projeções cartográficas e datum.

Essa vantagem se torna evidente quando da análise de pedidos de licenciamento de

empreendimentos, cuja localização vem indicada nos diversos tipos.

Finalizando esse item de justificativas, a revisão e digitalização dos

limites, na medida em que facilita o cálculo da área protegida, também traz vantagens

para a redistribuição do ICMS. Segundo CAMARGOS (2001, p. 9) “os municípios que

têm parcela de seu território extraída de atividades econômicas ou sujeitas à restrição

especial, em função da delimitação de reservas naturais, devem ser ressarcidos com uma

alíquota de ICMS proporcional às limitações decorrentes dessas unidades de

conservação.”

O presente trabalho poderá, se assim julgar o Conselho Consultivo da

APA Sul, ser usado como subsídio para uma futura reformulação da lei n.º 13960 que

cria e define os objetivos daquela APA.

3. Marco Teórico

A necessidade de se fazer uma revisão dos limites da APA Sul não é

original nem restrita àquela unidade de conservação. Conforme identificado por

CAMARGOS (2001), em Minas Gerais várias unidades de conservação possuem

memoriais descritivos tecnicamente inadequados, tendo como base referências locais,

tais como cercas, piquetes, marcos e divisas de propriedades que só podem ser

conferidas através da posse dos registros de imóveis. Esse tipo de demarcação não

permanece ao longo do tempo e, algumas vezes, até mesmo inviabiliza a identificação

da unidade de conservação. O uso de referências locais não é o caso do memorial

descritivo da APA Sul, mas a imprecisão e inexatidão com certeza é. Mais adiante, no

item “Resultados”, serão relacionadas as falhas encontradas nesse memorial.

Com o objetivo de oferecer referências ao licenciamento e

monitoramento de atividades potencialmente degradadoras quanto à interveniência em

áreas naturais sensíveis, bem como possibilitar que as unidades de conservação sejam

plotadas nas cartas oficiais, a FEAM mantém um Cadastro de Unidades de Conservação

12

do Estado de Minas Gerais (CEUC). Um cadastro desse tipo é um subsídio para a

elaboração de um plano estadual de unidades de conservação cuja inexistência “pode ser

apontada como uma das principais lacunas na política de proteção da diversidade

biológica em Minas Gerais (CAMARGOS & LANNA, 1996).

Como já foi dito anteriormente, o presente trabalho tem por objetivo,

após a revisão do memorial descritivo da APA Sul, a criação de um banco de dados

georreferenciado que aponte as incorreções detectadas. Também foi dito que tal trabalho

seria de utilidade para a análise de processos de licenciamento ambiental que se utiliza

das coordenadas geográficas para a localização dos empreendimentos. Falta definir os

conceitos que apoiam a utilização de tal banco de dados georreferenciado juntamente

com suas vantagens.

Em poucas palavras, a associação de informações geográficas a um

banco de dados convencional, por meio recursos de computação gráfica e

processamento digital de imagens é o que vem sendo denominado GIS ou, em português

SIG – Sistema de Informações Geográficas. Sendo uma disciplina que se encontra em

várias fronteiras do conhecimento (geografia, geometria, informática, cartografia, para

citar apenas algumas) cada autor privilegia, ao propor sua definição, uma que focalize

sua especialidade. Para os fins desse trabalho, escolhemos a definição abrangente, ainda

que com um certo viés geográfico, de CÂMARA (1996):

“SIG são sistemas automatizados usados para armazenar,analisar e manipular dados geográficos, ou seja, dados que representam objetose fenômenos em que a localização geográfica é uma característica inerente àinformação e indispensável para analisá-la.”

DANGERMOND aponta algumas das vantagens da automatização de

dados possibilitadas pelos SIG’s:

• “dados são mantidos em um formato fisicamentecompacto;

• dados podem ser mantidos e extraídos a baixo custopor unidade de dado manipulado;

• dados podem ser recuperados a muito maiorvelocidade;

• várias ferramentas computadorizadas permitemvariedade de tipos de manipulação, incluindo medição,sobreposições, transformações e desenhos gráficos nos mapas,além da manipulação de bancos de dados;

• gráficos e bancos de dados podem ser somados emanipulados simultaneamente de forma relacional;

13

• diferentes testes analíticos de modelos conceituaisem geografia podem ser executados. Isso facilita a rápidaavaliação de critérios científicos e o controle sobre grandesáreas;

• mudanças de análise podem ser eficientementeanalisadas para dois ou mais períodos de tempo;

• desenhos gráficos interativos e ferramentas dedesenho automatizadas podem ser aplicadas na produção dedesenho cartográfico;

• certas formas de análise podem ser desenvolvidas aum custo que, simplesmente, seria impraticável se feitasmanualmente;

• há tendência em integrar coleção de dados, análiseespacial e processo de tomada de decisões em um únicocontexto de quadro de informações.

Mas as dificuldades iniciais não são esquecidas pelo mesmo autor, tais

como: custos iniciais de implantação, investimentos em equipamentos, adaptação ao

sistema e treinamento de pessoal.

Nosso caminho de criar o banco de dados georreferenciado partindo da

digitalização de cartas topográficas também tem respaldo na literatura. GRAÇA (1990)

vê as vantagens da digitalização baseada em scanner em termos não só do

armazenamento puro e simples de documentos, mas principalmente da combinação das

vantagens do formato raster com as do formato vector, quais sejam: rapidez na

digitalização, possibilidade de edição e associação com banco de dados externos. Ainda

segundo esse autor “uma aplicação potencial do sistema é na implantação de um sistema

de geo-informações urbanas (...) cuja principal característica é de que o sistema é

construído passo a passo, sendo que no final de cada passo o usuário já dispõe de um

produto a explorar.”

4. Metodologia

Para o desenvolvimento do presente trabalho foi usada a seguintemetodologia:

4.1. Revisão manual

Após a aquisição das cartas mencionadas no memorial descritivo da APA

Sul (anexo da Lei n.º 13.960), os limites dessa unidade de conservação foram traçados

manualmente, seguindo-se as referências descritas naquele memorial. Ao mesmo tempo,

14

tais limites eram comparados com os traçados nas cartas pertencentes aos arquivos

FEAM - Fundação Estadual de Meio Ambiente. Nesse ponto cabe fazer algumas

considerações.

É importante mencionar que não só foram encontrados erros no desenho

manual nas cartas de posse da FEAM, como também no memorial descritivo constante

da Lei acima citada. Além disso, o próprio memorial, por imprecisão de linguagem,

freqüentemente induz ao erro aqueles que tentam traçar os limites da APA Sul.

Por outro lado, também é importante mencionar que, das cartas

necessárias à realização desse trabalho, nem todas foram encontradas em formato

original no mercado. Somando-se a nossa pouca experiência com as diversas etapas do

presente trabalho, é importante frisar que a alternativa de se trabalhar com cópias

também pode ter influído negativamente na precisão cartográfica do resultado final.

Para a realização dessa etapa de Revisão Manual foram necessários,

principalmente, conhecimentos de Cartografia.

4.2. Digitalização

Após traçados os limites, as cartas, ou as partes necessárias dessas, foram

transformadas em arquivos digitais com a utilização de um scanner de mesa. Foram

gerados arquivos em formato jpeg8 com, em média, 1,65 megabytes na resolução de 600

dpi - pontos por polegada.

A seguir, tais arquivos foram georreferenciados no software MicroStation

95. Os limites traçados à mão foram, então, digitalizados com a ferramenta “Place

SmartLine” do mesmo programa. Cada trecho recebeu uma cor, alternando-se entre azul

e vermelho, para facilitar a posterior associação com dados de texto. Cabe dizer aqui

que erros inesperados e sem motivo aparente desse software exigiram o

georreferenciamento das mesmas cartas diversas vezes. Nem mesmo os professores do

Curso de Geoprocessamento presentes no laboratório durante a execução desse trabalho

puderam formular uma explicação definitiva para tais panes do software. Uma das

explicações possíveis mais recorrentes foi a de que os arquivos estavam muito

8 Jpeg: Joint Photografic Experts Group, padrão para compressão de imagens. Dada a alta taxa decompressão (e conseqüente menor tamanho), as imagens jpeg são muito usadas na Internet. (NovoDicionário Folha Webster’s, 1996)

15

“pesados” em função da resolução escolhida. No entanto, arquivos testados com metade

da resolução geraram as mesmas panes.

Após as devidas correções feitas com as ferramentas de limpeza

topológica do software Microstation GeoGraphics, o arquivo de trabalho foi exportado

em formato DXF para ser utilizado no software MAPINFO.

4.3. Associação com dados de texto

Nessa etapa, após o arquivo de trabalho ter sido importado no formato

DXF para o MAPINFO, foram associados a cada trecho do memorial descritivo sua

respectiva descrição e observações quanto a prováveis incorreções ou imprecisões.

Também foram associados aos municípios, dados relevantes à sua

participação na APA, em termos de área e outros dados relevantes para a gerência da

unidade de conservação. Nesse ponto cabe fazer uma crítica ao software MAPINFO,

que só permite a inclusão de 256 caracteres por cada campo a ser vinculado a cada

elemento espacial. Essa limitação não foi crítica para nosso trabalho, mas ao nosso ver é

crítica para um software com os objetivos do MAPINFO.

5. Resultados

Com o uso do software MicroStation 95 foram possíveis os seguintes

cálculos:

• Área da APA Sul: 1.639,28 Km² (ou 163.928 Ha)

• Perímetro da APA Sul: 457 Km.

Área domunicípio(Km²)

Área do municípioNa APA (Km²)

Porcentagem domunicípio na APA(%)

Participação domunicípio na APA(%)

1. Mário Campos 35,3 11,83 33,51 0,72. Sarzedo 62,1 22,71 36,57 1,383. Ibirité 73,3 18,05 24,62 1,104. Belo Horizonte 331,9 39,25 11,83 2,395. Nova Lima 429,7 392,33 91,30 23,936. Raposos 72 39,58 54,97 2,417. Rio Acima 228,7 228,7 100 13,958. Caeté 542,7 39,18 7,22 2,399. Barão de Cocais 341,7 3,77 1,10 0,2310. Santa Bárbara 686,2 339,51 49,48 20,7111. Catas Altas 241 74,56 30,95 4,5512. Itabirito 546,6 259,79 47,53 15,8413. Brumadinho 634,3 176 27,75 10,73Tabela n. º1: Áreas e participação relativa dos municípios na APA Sul - RMBH

16

O primeiro dos erros encontrados no memorial descritivo diz respeito ao

código da carta topográfica de Catas Altas: o correto seria SF-23-X-B-I-1 Catas Altas.

Os trechos onde foram encontrados problemas estão apontados na tabela que segue,

bem como em tabelas elaboradas em MAPINFO :

Trecho Erros(1-2) inicia-se no encontro da antiga estrada BH/Nova Lima e o aqueduto da COPASA (ponto1); daí segue por esta estrada em direção à cidade de Nova Lima até seu encontro com a divisamunicipal de Belo Horizonte e Sabará (ponto 2)

A indicação do início é imprecisa,pois a estrada cruza o aquedutoem dois pontos.

(9-10) segue por esta rodovia, no rumo E, até seu cruzamento com o córrego Estrangulado(ponto 10)

Indicação errônea de rumo, pois ocórrego Estrangulado fica paraW.

(46-47) segue em direção preferencial NW, passando pelos pontos cotados 1.519m (milquinhentos e dezenove metros), 1.387m (mil trezentos e oitenta e sete metros), 1.372m (miltrezentos e setenta e dois metros), 1.334m (mil trezentos e trinta e quatro metros), 1.402m (milquatrocentos e dois metros), 1.479m (mil quatrocentos e setenta e nove metros), pelo divisor deáguas do ribeirão do Silva e do córrego Padre Domingos, passando pelo loteamento BalneárioÁgua Limpa, até o encontro com a estrada que liga a BR-040 a este loteamento - Folha SF-23-X-A-III-1 Rio Acima (ponto 47)

Não existe nas proximidadesdesses pontos, o referido pontocotado de 1.487 m, mas sim de1.497 m.

(74-75) segue por este divisor de águas, em direção preferencial N, até a curva de nível de cotaaltimétrica 980m (novecentos e oitenta metros) - Folha SE-23-2C-V-4 Contagem (ponto 75)

Para que se encontre a curva denível de cota altimétrica 980 adireção deve ser NW e não N

(88-89) segue por este divisor, em direção NE, até a curva de nível de cota altimétrica 1.000m(mil metros) (ponto 89)

A direção a ser seguida deve serN e não NE

Tabela n. º2: Erros e imprecisões encontrados no memorial descritivo da APA Sul – RMBH.

Figura n. º 1 Impressão da tela do MAPINFO onde os dados municipais e críticas ao memorial descritivo estãogeorreferenciados

Figura n. º 2: limites da Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, APA Sul - RMBH

710

km

APA SUL - RMBH

7712 km

560

km

7822 km

Projeção Universal Transversa de MercatorHemisfério Sul - Fuso 23Datum vertical:marégrafo de ImbitubaDatum horizontal: Córrego Alegre

Limites da APA Sul desenhados em janeiro de 2002 porÂngelo Rezende Costa Jr.Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Área de Proteção Ambiental Sulda Região Metropolitana deBelo Horizonte - APA Sul-RMBH

0 12.5 25

Kilômetros

Catas Altas

Belo HorizonteSabará

IbiritéSarzedo

Mário Campos

Rio Acima

Nova Lima

Raposos

Brumadinho

Itabirito

Ouro Preto

Mariana

Santa Bárbara

Barão de CocaisCaeté

6. Conclusões

O resultado final desse trabalho traz duas constatações. Em primeiro

lugar cabe uma revisão do memorial descritivo da APA Sul que, se for feita, deverá ser

publicada em nova Lei.

Como já foi dito anteriormente, a precisão dos limites e área relativos à

APA são importantes para efeitos de análise dos processos de licenciamento ambiental,

redistribuição de ICMS e para o zoneamento ecológico - econômico da área

Em segundo lugar, pela comparação do resultado final desse trabalho (os

limites revisados) com os limites usados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente foi

possível perceber várias discrepâncias entre um e outro. Isso sugere que, para fins de

uso oficial, aquela fundação faça uma revisão comparativa para apurar qual está mais

preciso e, se for o caso, elaborar uma terceira versão. Foi nossa opção não relacionar

aqui os erros que, ao nosso ver, constam das cartas topográficas de posse da FEAM.

Fizemos tal opção por dois motivos: em primeiro lugar porque tivemos acesso

privilegiado as referidas cartas e já prevenidos de que as mesmas continham erros. Em

segundo lugar porque, seja pelo uso de cartas topográficas copiadas, o que pode ser

fonte de erro, seja por nossa própria inexperiência com todo o processo aqui relatado,

não temos a pretensão de oferecer um produto melhor do que dispõe aquela fundação.

19

7. Bibliografia

ALVES, Laci Mota. Sistemas de Informação Geográfica como Instrumentos para oPlanejamento de Uso da Terra em Bacias Hidrográfica. Viçosa: UFV, 1993. 112 p.

ARAÚJO, D. Planejamento e Gestão de APA’s. Série Meio Ambiente em DebateDocumento 15 - IBAMA. Brasília 1997.

DANGERMOND, J. A classification of software components commonly used inGeographic Information System. In: MARBLE, D., PEUQUET, D. Introductoryreadingsin Geographic Information Systems. London, Taylor & Francis. 1990, p-30-51.

CALLENBACH, E., Capra, F., Goldman, L., Lutz, R., Manburg, S. GerenciamentoEcológico. Instituto Elmwood . Editora Cultrix., 1993.

CÂMARA, G., CASANOVA, M. A., Hemerly, A., MAGALHÃES, G. C., eMEDEIROS, C. M. B. Anatomia de Sistemas de Informação Geográfica.UNICAMP, Campinas, 1996.

CAMARGOS, R., LANNA, M. Cadastro de áreas naturais protegidas em Minas Gerais.Geonomos 4(2), p. 55-67,1996.

CAMARGOS, R. M. F. Unidades de Conservação em Minas Gerais: levantamento ediscussão. Fundação Biodiversitas. Belo Horizonte, 2001.

CARIZOZA, J. Metodología para la consideración de la Dimensión Ambiental em losProcessos de Planificación Madri, 1981.

CPRM - Serviços Geológicos do Brasil. Proposta de Zoneamento Ambiental da APACarste de Lagoa Santa - MG Convênio IBAMA/CPRM. Edição Interna BeloHorizonte - MG. 1997.

CPRM - Serviços Geológicos do Brasil. Zoneamento Ecológico Econômico da APA deLagoa Santa - Aspectos Legais e Institucionais - Joaquim Martins da Silva Filho -Consultor Jurídico Belo Horizonte. MG. 1996.

DIEGUES, A. C. S. Desenvolvimento Sustentável ou Sociedade Sustentáveis. In, SãoPaulo em Perspectiva. Revista da Fundação SEADE. Vol. 6 São Paulo. 1992.

GRAÇA, L. M. A. O uso de “scanners” para a digitalização de cartas topográficas e aimplantação de um Sistema de Geo-informações Urbanas. Simpósio Brasileiro deGeoprocessamento, maio 23-25, 1990. São Paulo. Pág.219-224.

GRIFITTI J. J. ett Ali. Roteiro Metodológico Para o Zoneamento de Áreas de ProteçãoAmbiental. Universidade Federal de Viçosa. 1995. 37p.

20

IBAMA. GTZ - Marco Conceitual das Unidades de Conservação Federais do Brasil.Projeto Unidades de Conservação. Brasília, 1997.

IBAMA/GTZ. 1997. Marco Conceitual das Unidades de Conservação Federais doBrasil. 39 p.

IBAMA/GTZ. Guia de Chefe; Manual de Apoio ao Gerenciamento de Unidades deConservação Federais. Brasília, 2001.

MOURA, A. C. M., Globalização e Metodologia no Uso do Geoprocessamento; estudode caso de diferentes abordagens de análises espaciais. Belo Horizonte: Instituto deGeociências, UFMG, Congresso de Cartografia, Rio de Janeiro, 1997. 6p.

Novo Dicionário Folha Webster’s - Inglês/Português – Português/Inglês. Empresa Folhada Manhã, São Paulo, 1996.

SACHS, Ignacy. Espaços, tempos e estratégias do desenvolvimento. São Paulo: Vértice,1986 a.

_____,_____. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice, 1986 b.

_____,_____. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meioambiente. São Paulo: Studio Nobel: Fundação do Desenvolvimento Administrativo,1993.

8. Anexos

8.1. LEI 13803 de 27/12/2000

Dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aosmunicípios

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono aseguinte Lei:

Art. 1º - A parcela da receita do produto da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas àCirculação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal ede Comunicação - ICMS - pertencente aos municípios, de que trata o inciso II do parágrafo único do art.158 da Constituição da República, será distribuída nos percentuais indicados no Anexo I desta lei,conforme os seguintes critérios:I - Valor Adicionado Fiscal - VAF -: valor apurado com base nos critérios para cálculo da parcela de quetrata o inciso I do parágrafo único do art. 158 da Constituição da República;II - área geográfica: relação percentual entre a área geográfica do município e a área total do Estado,informada pelo Instituto de Geociências Aplicadas - IGA -;III - população: relação percentual entre a população residente no município e a população total doEstado, medida segundo dados fornecidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE -;IV - população dos cinqüenta municípios mais populosos: relação percentual entre a população residenteem cada um dos cinqüenta municípios mais populosos do Estado e a população total destes, medidasegundo dados fornecidos pelo IBGE;V - educação: relação entre o total de alunos atendidos, os alunos da pré-escola inclusive, e a capacidademínima de atendimento pelo município, publicada pela Secretaria de Estado da Educação até o dia 30 deabril de cada ano, relativamente aos dados do ano civil imediatamente anterior, calculada de acordo como Anexo II desta lei, observado o disposto no § 1º deste artigo;VI - produção de alimentos os valores decorrentes da aplicação dos percentuais à frente de cada itemserão distribuídos aos municípios segundo os seguintes critérios:a) parcela de 50% (cinqüenta por cento) do total será distribuída de acordo com a relação percentualentre a área cultivada do município e a área cultivada do Estado, referentes à média dos dois últimos anos,incluindo-se na área cultivada a área destinada à agricultura de pequeno porte;b) parcela de 25% (vinte e cinco por cento) do total será distribuída de acordo com a relação percentualentre o número de pequenos produtores rurais do município e o número de pequenos produtores rurais doEstado;c)parcela de 15% (quinze por cento) do total será distribuída entre os municípios onde exista programa ouestrutura de apoio à produção e à comercialização de produtos agrícolas, que atenda especialmente aospequenos produtores rurais, de acordo com a relação percentual entre o número de pequenos produtoresrurais atendidos e o número total de pequenos produtores rurais existentes no município;d) parcela de 10% (dez por cento) do total será distribuída aos municípios que tiverem, na estruturaorganizacional da Prefeitura, órgão de apoio ao municípios que tiverem, na estrutura organizacional daPrefeitura, órgão de apoio ao desenvolvimento agropecuário, respeitada a mesma relação percentualestabelecida na alínea "b" deste inciso;VII - patrimônio cultural: relação percentual entre o Índice de Patrimônio Cultural do município e osomatório dos índices de todos os municípios, fornecida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico eArtístico - IEPHA -, da Secretaria de Estado da Cultura, que fará publicar, até o dia 30 de abril de cadaano, os dados apurados relativos ao ano civil imediatamente anterior, observado o disposto no Anexo IIIdesta lei;VIII - meio ambiente: observados os seguintes critérios:a) parcela de, no máximo, 50% (cinqüenta por cento) do total será distribuída aos municípios cujossistemas de tratamento ou disposição final de lixo ou de esgoto sanitário, com operação licenciada peloórgão ambiental estadual, atendam, no mínimo, a, respectivamente, 70% (setenta por cento) e 50%(cinqüenta por cento) da população, sendo que o valor máximo a ser atribuído a cada município não

22

excederá o seu investimento, estimado com base na população atendida e no custo médio "per capita" dossistemas de aterro sanitário, usina de compostagem de lixo e estação de tratamento de esgotos sanitários,fixado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM -;b) o restante dos recursos será distribuído com base no Índice de Conservação do Município, calculado deacordo com o Anexo IV desta lei, considerando-se as unidades de conservação estaduais, federais eparticulares, bem como as unidades municipais que venham a ser cadastradas, observados os parâmetrose os procedimentos definidos pelo órgão ambiental estadual;c) a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável fará publicar, até o últimodia do trimestre civil, os dados apurados relativos ao trimestre imediatamente anterior, com a relação demunicípios habilitados segundo as alíneas "a" e "b" deste inciso, para fins de distribuição dos recursos notrimestre subseqüente;IX - saúde: os valores decorrentes da aplicação dos percentuais constantes no Anexo I desta lei serãodistribuídos aos municípios segundo os seguintes critérios:a) um valor de incentivo para os municípios que desenvolverem e mantiverem em funcionamentoprogramas específicos voltados para o atendimento à saúde das famílias, mediante comprovação naSecretaria de Estado da Saúde, limitado a 50% (cinqüenta por cento) do percentual relativo a saúdeprevisto no Anexo I, que serão distribuídos e ponderados conforme a população efetivamente atendida;b) encerrada a distribuição conforme a alínea "a" deste inciso, o saldo remanescente dos recursos alocadosa essa variável será distribuído tendo em vista a relação entre os gastos de saúde "per capita" domunicípio e o somatório dos gastos de saúde "per capita" de todos os municípios do Estado, calculadacom base nos dados relativos ao segundo ano civil imediatamente anterior, fornecidos pelo Tribunal deContas do Estado;X - receita própria: relação percentual entre a receita própria do município, oriunda de tributos de suacompetência, e as transferências de recursos federais e estaduais recebidas pelo município, baseada emdados relativos ao segundo ano civil imediatamente anterior, fornecidos pelo Tribunal de Contas doEstado;XI - cota-mínima: parcela a ser distribuída em igual valor para todos os municípios;XII - municípios mineradores: percentagem média do Imposto Único sobre Minerais - IUM - recebidopelos municípios mineradores em 1988, com base em índice elaborado pela Secretaria de Estado daFazenda, demonstrando a efetiva participação de cada um na arrecadação do IUM naquele exercício;XIII - compensação financeira por emancipação de distrito: compensação financeira aos municípiosremanescentes de Mateus Leme e Mesquita, devido à emancipação de distritos deles desmembrados.§ 1º - Para o efeito do disposto no inciso V deste artigo, ficam excluídos os municípios nos quais onúmero de alunos atendidos pela rede municipal não corresponda a, pelo menos, 90% (noventa por cento)de sua capacidade mínima de atendimento.§ 2º - Os dados referentes ao inciso VI deste artigo, relativos à produção de alimentos, serão fornecidospela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que fará publicar, a cada trimestrecivil, no órgão oficial dos Poderes do Estado, as informações pertinentes às alíneas enumeradas naqueleinciso, para fins de distribuição no trimestre subseqüente.§ 3º - A Secretaria de Estado da Saúde fará publicar, na primeira segunda-feira de cada mês, asmodificações ocorridas no mês anterior relativamente às alíneas "a" e "b" do inciso IX deste artigo, parafins de distribuição no mês subseqüente.§ 4º - A Fundação João Pinheiro fará publicar, até a segunda segunda-feira de cada mês, os índices de quetratam os incisos II a XIII deste artigo, relativos ao mês anterior, bem como a consolidação destes pormunicípio.§ 5º - A Secretaria de Estado da Fazenda fará publicar, até o dia 30 de junho de cada ano, o índiceprovisório de que trata o inciso I deste artigo.§ 6º - Sem prejuízo das ações cíveis e criminais cabíveis, os prefeitos municipais e as associações demunicípios ou seus representantes poderão impugnar, no prazo de trinta dias contados de sua publicação,os dados e os índices relativos aos critérios para apuração anual do VAF e, no prazo de cinco dias úteis,os demais.§ 7º - A Fundação João Pinheiro fará publicar o resultado do julgamento das impugnações previstas no §6º deste artigo no prazo de quinze dias contados do seu recebimento.§ 8º - A Secretaria de Estado da Fazenda fará publicar, até o dia 31 de agosto de cada ano, o índicedefinitivo de que trata o inciso I deste artigo, para fins de distribuição dos recursos no exercíciosubseqüente, após o julgamento das impugnações previstas no § 6º.§ 9º - A participação de município em razão de critério previsto em inciso deste artigo não prejudica suaparticipação na distribuição na forma dos demais dispositivos.

23

§ 10 - As publicações de índices previstas nesta lei apresentarão os dados constitutivos e os percentuaispara cada critério, previstos nos incisos I a XIII deste artigo.§ 11 - O critério da compensação financeira por desmembramento de distrito, previsto no inciso XIII,extingue-se no exercício de 2005, e os resíduos apurados em razão de perda anual serão incorporados aoíndice de que trata o inciso I deste artigo, observado o disposto no Anexo I desta lei.Art. 2º - A apuração do VAF compreenderá o montante global da apresentação do movimento econômico,observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei Complementar Federal n.º 63, de 11 de janeiro de 1990.Art. 3º - Para se estabelecer o valor adicionado relativo à produção e à circulação de mercadorias e àprestação de serviços tributados pelo ICMS, quando o estabelecimento do contribuinte do imposto seestender pelos territórios de mais de um município, a apuração do valor adicionado será feitaproporcionalmente, mediante acordo celebrado entre os municípios envolvidos e homologado pelaSecretaria de Estado da Fazenda.§ 1º - Com relação às operações de circulação de energia elétrica, entendem-se como estabelecimento deusina hidrelétrica as áreas ocupadas pelo reservatório de água destinado à geração de energia, pelabarragem e suas comportas, pelo vertedouro, pelos condutos forçados, pela casa de máquinas e pelasubestação elevatória.§ 2º - O valor adicionado relativo a usina hidrelétrica cujo estabelecimento ocupe território de mais de ummunicípio será creditado conforme os seguintes critérios:I - 50% (cinqüenta por cento) ao município onde se localizarem a barragem e suas comportas, overtedouro, os condutos forçados, a casa de máquinas e a estação elevatória e, no caso de um ou algunsdesses componentes se situarem em território de mais de um município, o percentual será dividido emtantas partes iguais quantos forem os municípios envolvidos, a cada qual atribuindo-se uma delas;II - 50% (cinqüenta por cento) aos demais municípios, ao município sede a que se refere o inciso Iinclusive, respeitada a proporção entre a área do reservatório localizada em território do Estado e alocalizada em cada município, de acordo com o levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica -ANEE - ,sem prejuízo de termo de acordo a ser celebrado entre os municípios.Art. 4º - Para os efeitos desta lei, considera-se pequeno produtor rural aquele que satisfizer os seguintesrequisitos:I - mantiver até dois empregados permanentes, permitida a contratação eventual de terceiros;II - não detiver, a nenhum título, área superior a quatro módulos fiscais, sendo que cada município possuiseu próprio módulo fiscal, cuja extensão varia entre o limite mínimo de 5há (cinco hectares) (BeloHorizonte) e o máximo de 70ha (setenta hectares) (São Romão);III - ter, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de sua renda bruta anual proveniente de exploraçãoagropecuária;IV - residir na propriedade rural ou em aglomerado urbano próprio.Art. 5º - Esta lei entra em vigor no primeiro dia do ano subseqüente ao da data de sua publicação.Art. 6º - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei n.º 12.040, de 28 de dezembro de1995; a Lei n.º 12.428, de 27 de dezembro de 1996; o art. 26 da Lei n.º 12.581, de 17 de julho de 1997; aLei n.º 12.734, de 30 de dezembro de 1999, e a Lei n.º 12.970, de 27 de julho de 1998.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 27 de dezembrode 2000.

Itamar Franco - Governador do Estado

Anexo I(a que se refere o art. 1º da Lei n.º 13.803, de 27 de dezembro de 2000)

Critérios deDistribuição

2001 2002 2003 2004 A partir de2005

VAF (art. 1º, I) 4,632 4,644 4,656 4,668 4,68Área

geográfica(art. 1º, II)

1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

População(art. 1º, III)

2,710 2,710 2,710 2,710 2,710

População dos50 municípios

2,000 2,000 2,000 2,000 2,000

24

mais populosos(art. 1º, IV)

Educação (art.1º, V)

2,000 2,000 2,000 2,000 2,000

Produção dealimentos (art.

1º, VI)

1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

Patrimôniocultural (art.

1º, VII)

1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

Meio ambiente(art. 1º, VIII)

1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

Gasto comsaúde (art. 1º,

IX)

2,000 2,000 2,000 2,000 2,000

Receitaprópria (art.

1º, X)

2,000 2,000 2,000 2,000 2,000

Cota mínima(art. 1º, XI)

5,500 5,500 5,500 5,500 5,500

Municípiosmineradores(art. 1º, XII)

0,110 0,110 0,110 0,110 0,110

Mateus Leme(art. 1º, XIII)

0,032 0,024 0,016 0,008 0

Mesquita (art.1º, XIII)

0,016 0,012 0,008 0,004 0

Total 25,000 25,000 25,000 25,000 25,000

Anexo IIÍndice de Educação - PEi

(a que se refere o inciso V do art. 1º da Lei n.º 13.803, de 27 de dezembro de 2000)PEi = ICMAi x 100 , considerando-se:ICMAIa) ICMAI = MRMI, ondeCMAIa.1) MRMi é o número de matrículas na rede municipal de ensino do município.a.2)CMA é a capacidade mínima de atendimento do município, calculada pela relação entre 25% (vinte ecinco por cento) da receita de impostos do município, compreendida a proveniente de transferências e ocusto por aluno estimado pela Secretaria de Estado da Educação.b) ICMAi é o somatório do ICMAi para todos os municípios.

Anexo IIIÍndice de Patrimônio Cultural - PPC

(a que se refere o inciso VII do art. 1º da Lei n.º 13.803, de 27 de dezembro de 2000)

O PPC corresponde ao somatório das notas do município dividido pelo somatório das notas de todos osmunicípios

Atributo Característica Sigla NotaCidade ou distrito com seu núcleo

histórico urbano tombado peloGoverno Federal ou pelo Estadual

domicílios > 50005.000 > n.º domicílios >3.0003.000 > n.º domicílios >2.001

2.000 > n.º domicílios

NH1NH2NH3NH4

16120805

Somatório dos conjuntos urbanosou paisagísticos, localizados nas

áreas urbanas ou rurais, tombados

unid. > 30 e área > 10 haunid. > 20 e área > 5 haunid. > 10 e área > 2 ha

CP1CP2CP3

050403

25

pelo Governo Federal ou peloEstadual.

unid. > 5 e área > 0,2 ha CP4 02

Bens imóveis tombadosisoladamente pelo Governo Federal

ou pelo Estadual, incluídos seusacervos de bens móveis, quando

houver.

n.º unidades > 2020 > n.º unidades > 1010 > n.º unidades > 55 > n.º unidades > 1

B11B12B13B14

08060402

Bens móveis tombadosisoladamente pelo Governo Federal

ou pelo Estadual.

n.º unidades > 55 > n.º unidades > 1

BM1BM2

0201

Cidade ou distrito com seu núcleohistórico urbano tombado pela

administração municipal.

n.º domicílios > 2.0012.000 > n.º domicílios > 50

NH21NH22

0403

Somatório dos conjuntos urbanosou paisagísticos, localizados em

zonas urbanas ou rurais, tombadospela administração municipal.

unid. > 10 e área > 2 haunid. > 5 e área > 0,2 há

CP21CP22

0201

Bens imóveis tombadosisoladamente pela administração

municipal, incluídos seus acervosde bens móveis, quando houver.

n.º unid. > 1010 > n.º unidades > 55 > n.º unidades > 1

B121B122B123

030201

Bens móveis tombadosisoladamente pela

administração municipal.

BM21 01

Existência de planejamento e depolítica municipal de proteção do

patrimônio cultural.

PCL 03

Notas:1 - Os dados relativos aos bens tombados pelo Governo Federal são os constantes no "Guia de BensTombados em Minas Gerais", publicado anualmente pelo Instituto de Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional - IPHAN.2 - Os dados relativos aos bens tombados pelo Governo do Estado são os constantes na "Relação de BensTombados em Minas Gerais", fornecida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico deMinas Gerais - IEPHA - MG -, e no art. 84 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias daConstituição do Estado.3 - O número de domicílios a que se refere a tabela foi obtido a partir do somatório do número total dedomicílios dos setores censitários integrantes dos perímetros de tombamento.4 - Os perímetros de tombamento são os estabelecidos pelos respectivos dossiês de tombamento ouoriginários de estudos e resoluções da 13ª Coordenação Regional do IPHAN.5 - O número total de domicílios é o fornecido pelo IBGE.6 - Os dados relativos aos tombamentos e às políticas municipais são os atestados pelo Conselho Curadordo IEPHA-MG, mediante a comprovação pelo município:a) de que os tombamentos estão sendo realizados conforme a técnica e a metodologia adequadas;b) de que possui política de preservação de patrimônio cultural, devidamente respaldada por lei;c) de que tem efetiva atuação na preservação dos seus bens culturais.

Anexo IVÍndice de Conservação do Município - IC

(a que se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 1º da Lei n.º 13.803, de 27 de dezembro de 2000.)I - Índice de Conservação do Município "I"IC = FCMi , onde:FCEa) FCMi = Fator de Conservação do Município "I"b) FCE = Fator de Conservação do EstadoII - FCE : Fator de Conservação do EstadoFCE = FCMI, ondea) FCMi = Fator de Conservação do Município "I"FCMi = FCM i,I

26

b) FCM I,j = Fator de Conservação da Unidade de Conservação "j" no Município "I".III - FCMi,j = Área UCi,j x FC x FQ, ondeÁrea Mia) Área UC i,j = Área da Unidade de Conservação “j“ no Município "i"b) Área Mi = Área do Município "i"c) FC = Fator de Conservação relativo à categoria de Unidade de Conservação, conforme tabelad) FQ - Fator de Qualidade, variável de 0,1 (um décimo) a 1 (um), relativo à qualidade física da área,plano de manejo, infra-estrutura, entorno protetivo, estrutura de proteção e fiscalização, entre outrosparâmetros, conforme deliberação normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. (1)Nota: 1 - O Fator de Qualidade será igual a 1 até que sejam ponderadas as variáveis e disciplinada suaaplicação, por meio de deliberação normativa do COPAM.

TabelaFator de Conservação para Categorias de Manejo de Unidades de Conservação

Categoria de Manejo Código Fator de Conservação - FCEstação ecológica EE 1Reserva biológica RB 1

Parque PAQ 0,9Reserva particular do patrimônio

naturalRPPN 0,9

Floresta nacional, estadual oumunicipal

FLO 0,7

Área indígena AI 0,5(1) Área de proteção ambiental I

Zona de vida silvestreDemais zonas

APA IZVSDZ

10,1

(1) Área de proteção ambiental II,federal ou estadual

APA II 0,025

(2) Área de proteção especial APE 0,1Outras categorias de manejo

definidas em lei e declaradas pelopoder público estadual, com o

respectivo fator de conservação.

Notas:1 - APA I dispõe de zoneamento ecológico-econômico; a APA II não dispõe de zoneamento.2 - APE: declarada com base nos arts. 13, I, e 14 da Lei Federal n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979,para proteção de mananciais ou do patrimônio paisagístico e arqueológico.

8.2. LEI 13960 de 26/07/2001

Declara como área de proteção ambiental a região situada nos Municípios de Barão de Cocais, BeloHorizonte, Brumadinho, Caeté, Catas Altas, Ibirité, Itabirito, Mário Campos, Nova Lima, Raposos, RioAcima, Santa Bárbara e Sarzedo e dá outras providências.

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono aseguinte Lei:

Art. 1º - Sob a denominação de Área de Proteção Ambiental Sul Região Metropolitana de Belo Horizonte- APA Sul RMBH-, fica declarada área de proteção ambiental a região situada nos Municípios de Barãode Cocais, Belo Horizonte, Brumadinho, Caeté, Catas Altas, Ibirité, Itabirito, Mário Campos, Nova Lima,Raposos, Rio Acima, Santa Bárbara e Sarzedo, com a delimitação geográfica constante no anexo destaLei.

Art. 2º - A declaração de que trata o artigo anterior tem por objetivo proteger e conservar os sistemasnaturais essenciais à biodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários ao abastecimento dapopulação da Região Metropolitana de Belo Horizonte e das áreas adjacentes, com vistas à melhoria daqualidade de vida da população local, à proteção dos ecossistemas e ao desenvolvimento sustentado.

27

Art. 3º - Para a implantação da APA Sul RMBH, serão adotadas as seguintes providências:I - zoneamento ecológico e econômico, com o respectivo sistema de gestão colegiado, que será serelaborado no prazo de um ano contado da data de publicação desta Lei;II - divulgação das medidas previstas nesta lei, objetivando o esclarecimento da comunidade local sobre aAPA Sul RMBH e suas finalidades.

Art. 4º - O zoneamento ecológico e econômico e o sistema de gestão da APA Sul RMBH ficarão a cargoda Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que terá o prazo máximo deseis meses após a aprovação, por decreto, do mencionado zoneamento para a implantação definitiva daUnidade de Conservação.§ 1º - Na elaboração da proposta técnica do zoneamento ecológico e econômico e do sistema de gestão,será assegurada a participação efetiva e permanente de autoridades públicas municipais e estaduaisligadas ao setor, entidades ambientalistas não governamentais, empresas, entidades de classe,universidades, centros de pesquisas e toda a comunidade envolvida com a APA Sul RMBH, medianteparticipação no seu Conselho Consultivo.§ 2º - O zoneamento ecológico e econômico indicará as atividades a serem encorajadas em cada zona e asque deverão ser limitadas, restringidas ou proibidas, de acordo com a legislação aplicável.§ 3º - O sistema de gestão da APA Sul RMBH será composto, de forma colegiada e paritária entre opoder público e a sociedade civil, por autoridades públicas estaduais e municipais, entidadesambientalistas não governamentais, entidades de classe, universidades, empresas, centros de pesquisas etoda a comunidade envolvida com a APA Sul RMBH.

Art. 5º - Além das proibições, das restrições de uso e das demais limitações para a APA Sul RMBHprevistas na Lei Federal n.º 6.902, de 27 de abril de 1981, o decreto que aprovar o zoneamento ecológicoe econômico, a cargo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,estabelecerá outras medidas que assegurem o manejo adequado para a área.

Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º - Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 26 de julho de 2001.

Itamar Franco - Governador do EstadoANEXO

(a que se refere o art. 1º da Lei n.º 13.960, de 26 de julho de 2001)

Memorial Descritivo APA Sul RMBH

O memorial descritivo da APA Sul RMBH foi elaborado com base nas cartas do IBGE, escala 1:50.000 -Folhas: SE-23-Z-C-VI-3 Belo Horizonte; SF-23-X-A-III-1 Rio Acima; SF-23- X-A-III-2 Acuruí; SE-23-Z-C-VI-4 Caeté; SF-23-X-A-I-1 Catas Altas; SF-23-X-A-III-3-MI-2573-3 Itabirito; SF-23-X-A-II-2Brumadinho; SF-23-X-A-III-4-MI-2573-4 Ouro Preto e escala 1:100.000 - Folha SE-23-Z-D-IV Itabira etem a seguinte descrição: “inicia-se no encontro da antiga estrada BH/Nova Lima e o aqueduto daCOPASA (ponto 1); daí segue por esta estrada em direção à cidade de Nova Lima até seu encontro com adivisa municipal de Belo Horizonte e Sabará (ponto 2); segue por esta divisa intermunicipal até anascente do córrego Triângulo e daí, a jusante deste córrego, até sua confluência com o córrego Cubangoou André Gomes (ponto 3); segue a montante deste córrego até seu cruzamento com a curva de nível decota altimétrica 1.100m (mil e cem metros) (ponto 4); segue por esta curva de nível até seu encontro como segundo afluente da margem esquerda do córrego Jambreiro, de montante para jusante (ponto 5); seguea jusante deste canal até seu encontro com o córrego do Jambreiro (ponto 6); segue a jusante destecórrego até sua confluência com o córrego Carioca (ponto 7); segue a montante deste córrego até suaconfluência com o córrego Carrapato (ponto 8); segue em direção à nascente deste córrego até a MG-030(ponto 9); segue por esta rodovia, no rumo E, até seu cruzamento com o córrego Estrangulado (ponto 10);segue a jusante deste córrego até sua confluência com o ribeirão da Mutuca (ponto 11); segue a jusantedeste ribeirão até sua confluência com o ribeirão dos Cristais - Folha SF-23-X-A-III-1 Rio Acima (ponto12); segue a jusante deste ribeirão até sua confluência com o primeiro afluente da margem direita, de

28

montante para jusante, após o córrego dos Pires (ponto 13); segue a montante deste córrego até o divisorde águas entre o ribeirão dos Cristais e o córrego Bela Fama (ponto 14); segue por este divisor, emdireção N, infletindo para E e SSE, até o rio das Velhas (ponto 15); segue a jusante deste rio até suaconfluência com o ribeirão da Prata - Folha SE-23-Z-C-VI-3 Belo Horizonte (ponto 16); segue amontante deste ribeirão até sua confluência com o córrego da Cachoeira - Folha SE-23-Z-C-IV-4-Caeté(ponto 17); segue a montante deste córrego até sua nascente na serra do Espinhaço(ponto 18); segue poreste divisor, em direção NE, até a nascente do córrego Vieira (ponto 19); segue a jusante deste córrego atésua confluência com o rio São João (ponto 20); segue a montante deste rio até sua confluência com ocórrego Lagoa do Fundão –Folha SF-23-X-A-III-2 Acuruí (ponto 21); segue a montante deste córrego atésua nascente (ponto 22); segue no rumo SE, ultrapassando o divisor de águas, até a nascente do córregoBotafogo (ponto 23); segue a jusante deste córrego até sua confluência com o rio Conceição (ponto 24);segue a jusante do rio Conceição até sua confluência com o ribeirão Caraça - Folha SE-23-Z-D-IV Itabira(ponto 25); segue a montante deste ribeirão até sua confluência com o córrego Brumadinho - Folha SF-23-X-B-I-1 Catas Altas (ponto 26); segue a montante deste córrego até sua confluência com o córregoQuebra Ossos (ponto 27); segue a montante deste córrego até seu cruzamento com a curva de nível decota altimétrica 1.000m (mil metros) (ponto 28); segue por esta curva de nível, em direção preferencialS/SE, até o cruzamento com o ribeirão Maquiné (ponto 29); segue a montante deste ribeirão até suanascente, e, daí, até o divisor de águas entre os córregos Quebra Ossos e Paracatu (ponto 30); segue poreste divisor, em direção S, até o limite dos Municípios de Santa Bárbara e Mariana (ponto 31); segue emdireção preferencial SW, acompanhando os limites entre os Municípios de Santa Bárbara-Mariana, SantaBárbara-Ouro reto e Santa Bárbara-Itabirito, até o ponto cotado 1.627m (mil seiscentos e vinte e setemetros), na serra do Espinhaço - Folha SF-23-X-A-III-2 Acuruí (ponto 32); segue em direção SW, pelodivisor de águas dos córregos do Lobo e Curral de Pedras, até seu encontro com o rio das Velhas (ponto33); segue a jusante do rio das Velhas até a represa do rio de Pedras (ponto 34); daí, segue a margem suldesta represa, em direção W, até o encontro com o córrego Farinha Seca (ponto 35); segue a montantedeste córrego até sua confluência com o córrego das Palmeiras (ponto 36); segue a montante destecórrego, passando pela Folha SF-23-X-A-III-2-MI- 2573-4 Ouro Preto, até sua nascente - Folha SF-23-X-A-III-1-MI- 2573-3 Rio Acima (ponto 37); segue pelo divisor de águas dos córregos Chancudo e ÁguaSuja, passando pelos pontos cotados 1.053m (mil e cinqüenta e três metros), 1.082m (mil e oitenta e doismetros) e 1.083m (mil e oitenta e três metros), até a coordenada 7.764.000 N (ponto 38); segue por estacoordenada, em direção W, até o cruzamento com o rio Itabirito (ponto 39); segue.a montante deste rioaté sua confluência com o córrego da Onça (ponto 40); segue a montante deste córrego até suaconfluência com o córrego Sumidouro (ponto 41); segue a montante deste córrego até seu encontro com oterceiro canal de drenagem da margem direita, de montante para jusante (ponto 42); segue a montantedeste canal de drenagem até sua nascente (ponto 43); daí, passa pelo divisor de águas dos córregosSumidouro e Carioca até a nascente do sétimo afluente da margem esquerda do córrego Carioca, demontante para jusante (ponto 44); segue a jusante deste afluente até seu encontro com o córrego Carioca- Folha SF-23-X-A-III-3-MI-2573-3 Itabirito (ponto 45); segue a montante deste córrego até sua nascentena serra das Serrinhas (ponto 46); segue em direção preferencial NW, passando pelos pontos cotados1.519m (mil quinhentos e dezenove metros), 1.387m (mil trezentos e oitenta e sete metros), 1.372m (miltrezentos e setenta e dois metros), 1.334m (mil trezentos e trinta e quatro metros), 1.402m (milquatrocentos e dois metros), 1.479m (mil quatrocentos e setenta e nove metros), pelo divisor de águas doribeirão do Silva e do córrego Padre Domingos, passando pelo loteamento Balneário Água Limpa, até oencontro com a estrada que liga a BR-040 a este loteamento - Folha SF-23-X-A-III-1 Rio Acima (ponto47); segue por esta estrada até seu cruzamento com a BR-040 (ponto 48); segue no sentido W,atravessando a cumeeira da serra da Moeda, até a nascente do córrego Campinho (ponto 49); segue ajusante deste córrego até sua confluência com o córrego Três Barras - Folha SF-23-X-A-II-2 Brumadinho(ponto 50); segue a jusante deste córrego até seu sétimo afluente da margem direita a partir deste ponto,de montante para jusante (ponto 51); segue a montante deste afluente até sua nascente e, daí, até o divisorde águas dos córregos da Estiva e Três Barras (ponto 52); segue por este divisor, em direção W, até anascente do segundo afluente da margem esquerda do ribeirão Aranha, de montante para jusante (ponto53); segue a jusante deste afluente até o ribeirão Aranha (ponto 54); segue, em direção N, até a curva denível de cota altimétrica 900m (novecentos metros) (ponto 55); segue por esta curva, em direção NE,infletindo para NW, até a nascente do décimo afluente da margem esquerda do ribeirão Piedade, demontante para jusante (ponto 56); segue a jusante deste afluente até sua confluência com o ribeirãoPiedade (ponto 57); segue a montante deste ribeirão até sua confluência com o córrego Pau Branco (ponto58); segue a montante deste córrego até seu encontro com a curva de nível de cota altimétrica 1.100m(mil e cem metros) - Folha SF-23-X-A-III-1 Rio Acima (ponto 59); segue por esta curva de nível até anascente do oitavo afluente da margem esquerda do córrego Fundo, de montante para jusante - Folha SF-

29

23-X-A-II-2 Brumadinho (ponto 60); segue a jusante deste afluente até sua confluência com o córregoFundo (ponto 61); segue a jusante deste córrego até sua confluência com o córrego da Areia (ponto 62);segue a jusante deste córrego até sua confluência com o ribeirão Casa Branca (ponto 63); segue amontante deste ribeirão até seu encontro com o córrego da Índia (ponto 64); segue a montante destecórrego até seu encontro com a curva de nível de cota altimétrica 900m (novecentos metros) (ponto 65);segue por esta curva de nível, em direção preferencial W e posteriormente N e E, contornando a serraTrês Irmãos, até o encontro com o córrego Camargo (ponto 66); segue a montante deste córrego atéatingir a curva de nível cota altimétrica 980m (novecentos e oitenta metros) (ponto 67); segue por estacurva de nível até atingir a nascente do terceiro afluente da margem esquerda do córrego Taboão, demontante para jusante (ponto 68); segue a jusante deste afluente até atingir a curva de nível de cotaaltimétrica 920m (novecentos e vinte metros) (ponto 69); segue por esta curva de nível até atingir o quintoafluente da margem direita do córrego Taboão (ponto 70); segue a montante deste afluente até atingir acurva de nível de cota altimétrica 1.000m (mil metros) (ponto 71); segue por esta curva de nível, emdireção preferencial NE, até o cruzamento com o córrego Barreirinho (ponto 72); segue a montante destecórrego até o cruzamento com a curva de nível, de cota altimétrica 1.040m (mil e quarenta metros) (ponto73); segue por esta curva de nível em direção preferencial NE, até atingir o divisor de águas da bacia decaptação do córrego Barreiro, situada no ponto de coordenadas 20º00' Lat S e 44º00’ Long W (ponto 74);segue por este divisor de águas, em direção preferencial N, até a curva de nível de cota altimétrica 980m(novecentos e oitenta metros) - Folha SE-23-2C-V-4 Contagem (ponto 75); segue por esta curva, emdireção E, até seu encontro com o quinto afluente da margem esquerda do córrego Barreiro, de jusantepara montante (ponto 76); segue a montante deste afluente até o encontro com a curva de nível de cotaaltimétrica 1.040m (mil e quarenta metros) - Folha SE-X-A- III-1 Rio Acima (ponto 77); segue por estacurva, em direção preferencial NE, até o encontro com o terceiro afluente da margem esquerda do córregoCercadinho, de montante para jusante (ponto 78); segue por este afluente, a jusante, até sua confluênciacom o córrego Cercadinho (ponto 79); segue em direção SSE até o ponto cotado 1.165m (mil cento esessenta e cinco metros), no divisor de águas dos córregos Cercadinho e Leitão (ponto 80); segue emdireção E até encontrar as coordenadas 610.000m E e 6.791.000m N (ponto 81); segue por estacoordenada, em direção S, até o divisor de águas entre o ribeirão da Mutuca e o córrego Cercadinho(ponto 82); segue por este divisor, em direção NE, até a curva de nível de cota altimétrica 1.160m (milcento e sessenta metros) (ponto 83); segue por esta curva, em direção NE, até a nascente do córrego doAcaba Mundo (ponto 84); segue a jusante deste córrego até seu encontro com a curva de nível de cotaaltimétrica 1.100m (mil e cem metros) (ponto 85); segue por esta curva de nível até seu encontro com oprimeiro afluente da margem esquerda do córrego da Mangabeira, de montante para jusante (ponto 86);segue a montante deste afluente até sua nascente e, daí, até seu encontro com a curva de nível de cotaaltimétrica 1.200m (mil e duzentos metros) (ponto 87); segue por esta curva de nível até o divisor deáguas dos córregos da Mangabeira e da Serra (ponto 88); segue por este divisor, em direção NE, até acurva de nível de cota altimétrica 1.000m (mil metros) (ponto 89); segue em direção ENE até o divisor deáguas dos córregos São Lucas e da Serra (ponto 90); segue por este divisor, em direção ENE, até o pontomais próximo da nascente do córrego São Lucas, e, daí, até esta nascente (ponto 91); segue a jusante destecórrego até o aqueduto da COPASA (ponto 92); segue por este aqueduto até o ponto inicial destadescrição”.