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MARIA LÚCIA LEITE SILVANO
COMPARAÇÃO DO USO DO SOLO NA ÁREA DE
ENTORNO DA UHE FUNIL ANTES E APÓS O
ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO
GEOPROCESSAMENTO 2004
VII CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CARTOGRAFIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
UFMG
ii
MARIA LÚCIA LEITE SILVANO
COMPARAÇÃO DO USO DO SOLO NA ÁREA DE
ENTORNO DA UHE FUNIL ANTES E APÓS O
ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO
Monografia apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Geoprocessamento,
Departamento de Cartografia, Instituto de
Geociências, Universidade Federal de Minas
Gerais, como requisito parcial à obtenção do
título de especialista em Geoprocessamento.
Orientador: Professor Ph.D. Luciano Vieira Dutra
BELO HORIZONTE
2004
Silvano, Maria Lúcia Leite
Geoprocessamento aplicado analise ambiental: Comparação do Uso do Solo na Área de Entorno da UHE Funil Antes e Após o Enchimento do Reservatório/Maria Lúcia Leite Silvano – Belo Horizonte,2004.
xi, 55 f.: il..
Monografia (Especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, 2004.
Orientador: Luciano Vieira Dutra
1. Geoprocessamento. 2.Uso do Solo. 3.Análise ambiental.-I.UHE Funil
AGRADECIMENTOS
Sempre pensei em retomar meus estudos. E após esses anos, chegou o momento de retoma-
los, portanto agradeço especialmente a SETE - Soluções e Tecnologia Ambiental, pelos
votos de confiança, pois, sem eles não seria possível estar aqui finalizando este curso.
Agradeço ao Dr.Dutra, meu orientador e aos Professores do curso pela dedicação, e a todos
aqueles que se dispuseram em ajudar.
Agradeço ao Consórcio Funil pela autorização e dados fornecidos.
Agradeço aos monitores: Charles e Christian que me ajudaram e com certeza estarão
presentes em minha estória de vida.
Agradeço também ao João, meu amigo, que ajudou nas instalações dos software, pesquisas
e teve paciência e compreensão.
Agradeço aos colegas de curso, pelas horas de prazer e descontração, que transformou o
aprendizado menos cansativo.
Aos meus familiares, especialmente meu filho, pela força e compreensão.
Agradeço imensamente ao Rogério, meu superior, pela confiança e paciência nestes anos e
que juntamente com minha irmã Débora, apresentaram esta nova profissão.
“A dificuldade no começo traz supremo sucesso, se conseguimos empenhar-nos com perseverança. No começo de um trabalho difícil, o que vemos são nuvens e trovões. Assim, a tarefa do homem superior é gerar ordem a partir do caos.”
“I-Ching”1
1 “I-Ching” (o livro das mutações), um dos clássicos da cultura chinesa, escrito pelo imperador Fu Hsi (2953-2838 B.C:
vi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................1 1.1 Localização...................................................................................................................................2
2. OBJETIVOS.......................................................................................................................................5 2.1. Objetivo Geral.............................................................................................................................5 2.2. Objetivos Específicos.................................................................................................................5
3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................................5 3.1 Flora ...............................................................................................................................................5 3.2 Clima ..............................................................................................................................................6 3.3 Geomorfologia .............................................................................................................................6 3.4 Recursos Minerais ........................................................................................................................7 3.5 Solos...............................................................................................................................................7 3.6 Meio Biótico .................................................................................................................................8 3.7 Meio Socioeconômico ...............................................................................................................10 3.8 Arqueologia.................................................................................................................................10 3.9 Uso do solo e cobertura vegetal...............................................................................................11
4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS...................................................................................................12 4.1 Geoprocessamento ...................................................................................................................12 4.2 Resolução ...................................................................................................................................13 4.3 Registro........................................................................................................................................13
5 MATERIAIS DE ESTUDO...........................................................................................................16 5.1 Imagens ......................................................................................................................................16 5.2 Cartas e mapas digitais .............................................................................................................16 5.3 Aplicativos utilizados................................................................................................................16 5.4. Relatórios e textos utilizados ...................................................................................................16 5.5 Imagens de satélite ....................................................................................................................17
5.5.1 Satélite LANDSAT 7........................................................................................................17 5.5.2 CBERS................................................................................................................................17
6 METODOLOGIA ..........................................................................................................................17 6.1 Registro e processamento das imagens..................................................................................17 6.2 Classificação por região............................................................................................................20
7 RESULTADOS................................................................................................................................22 7.1 Observações a respeito das imagens ......................................................................................27
8 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................................29 8.1 Resultado do desempenho do aplicativo ................................................................................29 8.2 Resultado da classificação ........................................................................................................31
9. CONCLUSÃO..................................................................................................................................34 10. BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................35 11 ANEXOS - DESENHOS ............................................................................................................37
vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
a) LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Localização da UHE Funil ................................................................................. 4 Figura 02 - Foto a mata e foto de satélite .............................................................................. 8 Figura 03 – Registro de imagens ........................................................................................... 13 Figura 04 – Tabela de transformação do histograma .......................................................... 14 Figura 05 – Base vetorial..................................................................................................... 18 Figura 06 - Registro de imagens......................................................................................... 20 Figura 07 – Imagem LANDSAT 1999 com resolução 25m................................................ 22 Figura 08– Imagem CBERS 2004 com resolução 20m observa –se o reservatório preenchido ........................................................................................................................... 22 Figura 09 –Imagem de satélite ............................................................................................ 23 Figura 10a – analise de classificação................................................................................... 24 Figura 10b – analise de classificação .................................................................................. 25 Figura 10c – analise de classificação................................................................................... 26 Figura 11 – imagem de 1999 com mancha.......................................................................... 28 Figura 12– Fotos do Túnel .................................................................................................. 28 Figura 13 - Resultado de desempenho do aplicativo........................................................... 30 Figura 14- resultado de classificação................................................................................... 32
viii
b) LISTA DE QUADROS
Tabela 01- Tabela de layers utilizados ................................................................................ 19 Tabela 02 - de resultados de pontos de controle das imagens ............................................. 20 Tabela 03- As classes feições simplificadas e as classes a serem agrupadas . ................... 21 Tabela 04 – Cálculo de áreas por Geo-Classe ..................................................................... 31
ix
c) LISTA DE DESENHOS
1 - Raster de classificação - Ano 1999 ............................................................................... 38 2 - Raster de classificação - Ano 2003 ............................................................................... 39 3 - Raster de classificação - Ano 1999 ............................................................................... 40 Mapa 1 – Mapa digital......................................................................................................... 42 Mapa 2 - Uso do solo 1999.................................................................................................. 42 Mapa 3 - Uso do solo 2003.................................................................................................. 43 Mapa 4 - Uso do solo 2004.................................................................................................. 44
x
SIGLAS
ADA - Área Diretamente Afetada
AI - Área de Influência
CAD – Computer Aided Design. Sistema de desenho digital
CBERS – Satélite de imagens brasileiro/chinês
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais
CVRD - Companhia Vale do Rio Doce
EIA - Estudo de Impacto Ambiental
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPE – instituto nacional de pesquisa espacial
LANDSAT – satélite americano de imagens
PCA - Plano de Controle Ambiental
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental
SIG – Sitema Geográfico de Informação
UHE - Usina Hidrelétrica
xi
RESUMO
A crescente demanda energética levou à construção de inúmeros represamentos que
mudaram a dinâmica de grandes cursos d’água, particularmente da bacia do Paraná. Esses
empreendimentos induzem respostas ambientais complexas, como modificações de seus
atributos físicos, alterações de áreas com culturas agrícolas temporárias e permanentes,
podendo ser irrigadas ou não, bem como áreas de pastagens. Ocorrem também situações
em que há inundações de aglomerados urbanos podendo ser povoados, distritos e até
mesmo cidades. Estudando imagens de satélites através de softwares apropriados para tais
estudos, como o SPRING (programa desenvolvido pelo INPE – Instituto Nacional de
Pesquisa Espacial) e o ARCVIEW, conclui-se que após a formação do represamento a vida
se desenvolve ao longo da orla do mesmo, trazendo novas áreas urbanas e agrícolas, tendo
um leve crescimento urbano dos distritos e cidades mais próximos ao represamento.
.
1
1 INTRODUÇÃO
Segundo FRIGOLETTO (no site recursos naturais, hidrelétricas 2004) cita a utilização das
águas correntes para a produção de energia elétrica tem atualmente grande importância
econômica além de se constituir numa energia limpa (não poluidora) e que não depende de
resíduos fósseis. De 1929 a 1995, a produção mundial passou de 291 milhões para cerca de
10 trilhões de kWh (aumento de quase 40 vezes).
Desde a fase de projetos, as novas hidrelétricas vem se preocupando com o meio ambiente.
Para garantir a qualidade da água do reservatório e também para preservar a fauna e a flora
da região, mantendo a flora e a fauna nativas existentes e reflorestando áreas devastadas.
Entretanto, A crescente demanda energética levou à construção de inúmeros represamentos
que mudaram a dinâmica de grandes cursos d’água, particularmente da bacia do Paraná.
(AGOSTINHO, 1994). A instalação de hidrelétricas utiliza grandes investimentos de
capital na construção de suas barragens e induzem respostas ambientais complexas, como
modificações de seus atributos físicos, alterações de áreas com culturas agrícolas
temporárias e permanentes, podendo ser irrigadas ou não, bem como áreas de pastagens.
Ocorrem também situações em que há inundações de aglomerados urbanos podendo ser
povoados, distritos e até mesmo cidades.
O monitoramento das áreas de influência direta dos reservatórios das hidrelétricas, trouxe a
utilização de imagens de satélites, que aplicadas a sofwares de geoprocessamento,
possibilita uma analise temporal com custos reduzidos.
Segundo MOURA (2003) geoprocessamento é o processamento de dados georeferenciados
que engloba o processamento de imagens, cartografia digital e o sistemas informação
geográfica (SIG ou GIS – Geografic information sistem). A cartografia digital refere-se a
automação de projetos, captação, organização e desenho de mapas, enquanto o SIG refere-
se à aquisição, armazenamento, análise e manipulação de dados georeferenciados
(processamento de informação espacial).
TEIXERA (1992) associa o sentido geográfico ás informações quando afirma que um
sistema de informação geográfica utiliza uma base de dados computadorizada que contém
informação espacial sobre a qual atuam uma série de operadores espaciais.
As imagens provenientes de satélites são utilizadas como material de base para a aplicação
em diversos métodos relacionados à obtenção de informações sobre o uso da terra e o
2
revestimento do solo. Segundo DUTRA (2004), as imagens de satélite são processadas
através de funções matemáticas específicas. Soma-se a isso, a informação de que o
processamento digital traz um ganho substancial porque permite distinguir detalhes não
visíveis a olho nu e a separar um número muito maior de cores que o olho humano seria
capaz.
Ainda segundo DUTRA (2004) os produtos imageados pelo sistema LANDSAT e CBERS
vêm sendo utilizados como material base para o mapeamento de feições por ter custos
baixos. Além da redução do custo final dos trabalhos, outras vantagens também podem ser
citadas quando do emprego desse material, bem como de outros produtos de sensores
orbitais similares: fornecem uma visão geral do terreno e possibilitam obter um bom nível
de exatidão na estratificação automática da paisagem estudada.
Como objeto de estudo, utilizou-se a Usina Hidrelétrica de Funil (UHE-FUNIL),
implantada no rio Grande, afluente do rio Paraná, pelo Consórcio Funil (formado pela
CEMIG e CVRD), que formou um reservatório de 37ha, o qual atingiu terras rurais dos
municípios de Lavras, Perdões, Bom Sucesso, Ijaci, Itumirim e Ibituruna e três
aglomerados urbanos: vila de Macaia e povoado de Pedra Negra (município de Bom
Sucesso) e Ponte do Funil (municípios de Lavras e Perdões). Este reservatório, atingiu seu
NA máximo previsto no ano de 2003,de acordo com o Plano Diretor (HOLOS,2003).
A presente monografia apresenta dados pertinentes ao reservatório formado, tais como
áreas agrícolas, urbanas e áreas de preparo de solos, obtidos nas etapas de pré e pós-
enchimento. Foram utilizadas imagens dos satélites LANDSAT (sendo a primeira datada
de 14/10/1999 e a segunda de 02/11/2003, apresentando o reservatório já formado) e
CBERS (gerada em 20/09/2004). Estas imagens foram confrontadas, utilizando os
softwares SPRING e ARCVIEW e desenhos em CAD, para a visualização melhorada das
mudanças ocorridas na Área Diretamente Afetada (ADA) após o enchimento.
1.1 Localização
A UHE Funil situa-se ao sul de Minas Gerais, em região denominada Campo das
Vertentes. O eixo da Usina encontra-se na latitude 44º55’ W e longitude 21º05’ S, na
divisa entre os municípios de Perdões e Lavras, a montante do reservatório da UHE Furnas
e a jusante das UHE de Itutinga e Camargos. Seus principais afluentes, com cursos
3
inundados pelo reservatório, são os rios das Mortes, na margem direita, e Capivari, na
esquerda. .
O reservatório possui dimensões relativamente pequenas (34,71 km2) e sua conformação
acompanha os cursos de seus principais formadores, os rios Grande, das Mortes e Capivari.
Sua localização e acessos estão representados na figura 01 e no desenho 01 do anexo. Para
a elaboração do desenho, procurou-se extrapolar os dados obtidos das cartas do IBGE,
mais antigos, com o traçado das novas estradas executadas pelo Consórcio AHE Funil. As
principais alterações se deram na conformação das vias vicinais. Várias foram melhoradas
e alguns trechos relocados e complementados pela abertura de novas estradas para
interligação de pontos interrompidos em função do reservatório.
a) Principais vetores de acesso à área:
− BR-381 - Rodovia Federal Belo Horizonte - São Paulo, conhecida como Fernão
Dias. A estrada de acesso ao antigo núcleo de Ponte do Funil se dá a partir de
Perdões;
− Acesso para Lavras na Fernão Dias: inicia-se na BR-265 (estrada que liga Lavras a
Barbacena, passando por Itumirim), o acesso ao reservatório se dá próximo ao
município de Itumirim;
− Rodovia MG-335 de acesso a Ijaci e a Bom Sucesso, pela ponte de Macaia.
5
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo a análise de imagens de satélite, visando avaliar a Área do
Entorno do reservatório da UHE Funil. Esta análise tem por finalidade, fornecer dados que
possam contribuir para o estudo do uso do solo local e regional, além da avaliação dos
impactos reais ocorridos após o enchimento.
2.2. Objetivos Específicos
Analisar as mudanças ocorridas do ponto de vista de expansão urbana e do surgimento de
ilhotas;
Identificar as áreas para onde foram relocados os aglomerados urbanos atingidos; e
Identificar as mudanças no uso do solo para fins agropecuários.
3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
3.1 Flora
De acordo com o Plano de Controle Ambiental (SETE, 1999), o padrão biogeográfico da
porção sul do estado de Minas Gerais, onde atualmente está implantado a UHE FUNIL, é
constituído por um mosaico de formações de florestas, cerrado, campo limpo de altitude e
campo rupestre. Estes dois últimos são associados aos solos rasos do alto das montanhas,
enquanto a ocorrência de cerrado ou mata depende da fertilidade e do regime hídrico de
solos mais profundos (EITEN 1982). Embora também considerada como Domínio de
Floresta Atlântica (BRAGA & STEHMANN 1990), o Mapa de Vegetação do Brasil
(IBGE 1993) situa a região em zona de contato entre Cerrado e Floresta Estacional
Semidecídual. As características fisionômicas primitivas desta região, em muito se
modificaram ao longo dos anos. O processo de ocupação remonta ao período colonial,
traduzindo-se hoje em profundas alterações na paisagem original. OLIVEIRA-FILHO et
al. (1994) retrata a redução da cobertura vegetal primitiva a remanescentes esparsos, em
sua maioria perturbados pela ação do fogo, pecuária extensiva e retirada seletiva de
madeira. Os autores enfatizam a maior pressão sofrida pelas matas semideciduais, por
6
coincidir com a ocorrência de solos férteis e úmidos, portanto, mais visados pela
agricultura.
3.2 Clima
Conforme explícito no EIA - Estudo de Impacto Ambiental (INTERTECHNE & LEME,
1992) e no PCA - Plano de Controle Ambiental (SETE – 1999), o clima regional
caracteriza-se por apresentar estações secas e chuvosas bem definidas: o inverno
correspondendo ao período seco e o verão ao período chuvoso.
A temperatura média anual é de 19,5°C, com temperaturas mais baixas entre abril e
setembro, e as mais altas nos meses de outubro a março. A temperatura máxima média do
mês mais quente é de 28°C, e a do mês mais frio é de 10°C.
O regime pluviométrico desta região é tipicamente tropical, apresentando uma média anual
de 1.400 mm, com o período chuvoso nos meses de outubro a março e o período seco entre
abril e setembro.
3.3 Geomorfologia
Segundo a descrição apresentada no EIA (INTERTECHNE & LEME, 1992), a bacia do
alto rio Grande localiza-se na margem sul do Cráton de São Francisco, sendo limitada ao
sul pela fossa tectônica Cenozóica do rio Paraíba do Sul e blocos alçados e basculados das
Serras da Mantiqueira e do Mar.
Trata-se de uma ampla superfície de relevo ondulado, onde predominam rochas do
complexo gnáissicomigmatítico de Minas Gerais (Associação Barbacena, BRANDALISE
et alii, 1976; BRAUNN E BAPTISTA, 1976) com altitudes variando em torno dos 900
metros.
Segundo CETEC (1983), a região pode ser dividida em duas unidades: os “Planaltos
Dissecados do Centro-Sul e do Leste de Minas” e a “Depressão do Rio Grande”. A
primeira área ocupa toda a parte central e norte da região, tendo como relevo predominante
as colinas e cristas com vales encaixados e/ou de fundo chato. A segunda unidade ocupa o
restante da área, e caracteriza-se por apresentar formas mistas de aplainamento e
dissecação fluvial, constituindo um compartimento rebaixado do relevo, desenvolvido ao
longo da drenagem do rio Grande.
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3.4 Recursos Minerais
Em termos de recursos minerais, observa-se que:
− A areia é encontrada em depósitos formados nos rios Grande e Capivari, originada a
partir do carreamento pela água de material intemperizado das rochas regionais;
− As cascalheiras ocorrem na região baixa de Ijaci;
− A exploração do calcário, está associada a uma grande indústria (Camargo Correa) em
Ijaci, dotando o processo de um maior volume de extração de minério e da geração de
diversos empregos;
− A exploração de argila refratária está concentrada na região de Ijaci, e encontra-se
localizada, principalmente, nas seqüências superiores, sobrepostas a megalentes
calcáreas;
− Os gnaisses são explorados pelas prefeituras locais e por particulares, em pedreiras que
se concentram, principalmente, na região de Ijaci e Ponte do Funil. Em alguns locais, é
explorada para fins ornamentais, como revestimento na construção civil, mas a maioria
é destinada às obras urbanas.
3.5 Solos
Segundo o Plano Diretor (HOLOS, 2003), dos solos mapeados durante o EIA
(INTERTECHNE & LEME, 1992) o podzólico vermelho amarelo é o que ocupa a maior
extensão e distribui-se, em superfícies movimentadas, com relevos que variam de
plano/suave ondulado a forte ondulado/montanhoso. A limitação deste solo se deve, em
grande parte, ao relevo, à baixa fertilidade e à presença de cascalhos em sua massa. Sua
utilização é bem diversificada, com áreas de lavoura de café, agricultura temporária e
pastagens.
Também são encontrados os latossolos vermelho amarelo e vermelho escuro, o cambissolo
e o solo litólico. Os primeiros ocorrem, predominantemente, sobre relevo plano e suave
ondulado. Os cambissolos ocorrem sobre relevo ondulado a escarpado, tendo como
principais limitações ao uso agrícola o relevo acidentado, a baixa fertilidade e a
pedregosidade. Os solos litólicos também estão sobre relevo acidentado e possuem pouca
profundidade e elevada pedregosidade.
8
3.6 Meio Biótico
Quanto à cobertura vegetal, há formações florestais (mata estacional semidecidual e mata
ciliar), savânicas (cerradão, cerrado, campo cerrado, campo limpo, campo rupestre) e
campos de várzea. Como resultado das intervenções humanas, essas formações encontram-
se bastante empobrecidas, sendo que as mesmas foram substituídas por vegetação
antrópica, principalmente por pastagens, e, em menor proporção, pelo plantio de café e
milho.
As matas são encontradas em fragmentos, acompanhando drenagens, e algumas vezes
estendendo-se pelas encostas e ocupando o topo de algumas elevações, o que é de fácil
identificação através das imagens de satélite (Figura 02). Além da descaracterização
histórica por retirada de madeira e a retirada de lenha para carvão, atualmente sofrem
pressões advindas da retirada de madeira para uso doméstico (lenha, pequenas construções
rurais), do fogo e do pastoreio do gado.
Figura 02 - Foto a mata e foto de satélite
Com relação à composição florística, destacam-se as espécies pau d’óleo (Copaifera
langsdorffii), cafezinho (Faramea sp.), pombeiro (Tapirira peckoltiana), jacarandá-tã
(Machaerium villosum) e a grande variedade de epífitas existentes nos trechos da mata
próximos ao rio. Alguns remanescentes florestais mostram-se, ainda, bem preservados,
guardando uma elevada riqueza de espécies, constituindo-se numa importante reserva da
diversidade biológica regional.
9
Com a formação do reservatório foi desmatada uma área de 702,61 ha. No entanto, ainda
restaram importantes remanescentes na área de entorno do empreendimento. Estes, além de
servirem de refúgios naturais para a fauna, também serão úteis como fonte de disseminação
de propágulos para a colonização das margens do reservatório e como local de coleta de
sementes.
Quanto à fauna, nas áreas estudadas pelo EIA, não foi verificada a presença de espécies de
aves, anfíbios ou répteis ameaçadas de extinção. Para a avifauna, prevê-se que as espécies
mais impactadas serão aquelas de hábitos florestais, visto a supressão de alguns fragmentos
florestais, e estes são de pouca ocorrência na área de influência. Para a herpetofauna
(SETE, 2001), as diversas formações ambientais ocorrentes na área de estudo, dentro de
suas características peculiares, são propícias à sobrevivência de todas as espécies
inventariadas, pois ocorrem remanescentes naturais que podem comportar este grupo
faunístico.
Quanto à mastofauna. apesar da longa história de ocupação da região, há um grande
desconhecimento sobre a fauna terrestre da bacia do rio Grande. Entre os primatas,
registra-se a presença na região do mico-estrela (Callitrix penicilata), do sauá (Callicebus
personatus nigrifons) e do macaco-prego (Cebus apella), sendo este apenas avistado
recentemente, durante os estudos de monitoramento dos sauás (SETE, 2001c).
Foram levantadas sete espécies de mamíferos ameaçadas de extinção, sendo que uma delas
(macaco sauá) ocorre na ADA (Área Diretamente Afetada), nas matas que foram
suprimidas com a implantação do reservatório. Entre as demais espécies nesta categoria,
citadas para a região, estão o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla), o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinos), a jaguatirica
(Leopardus pardalis), a onça-parda (Puma concolor) e a onça pintada (Panthera onca).
A caracterização da ictiofauna apresentada no EIA apontava para o fato de terem sido
catalogadas 35 espécies, distribuídas em 21 gêneros e 10 famílias durante os estudos para a
etapa de avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento. A execução do Programa
de Monitoramento da Ictiofauna, já em sua primeira etapa, novembro de 2000 a novembro
de 2001, (SETE, 2002c) permitiu ampliar este leque para 54 espécies distribuídas por 36
gêneros e 16 famílias.
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3.7 Meio Socioeconômico
Com relação aos aspectos da urbanização, de um modo geral a região é
predominantemente agrícola, sendo que as industriais e o pólo comercial e de serviços
mais significativo se localiza em Lavras. Os núcleos urbanos mais próximos do
reservatório são as sedes municipais de Ijaci e Lavras, assim como o Distrito de Macaia
pertencente ao município de Bom Sucesso, e Nova Ponte do Funil pertencente ao
município de Lavras, ambos localizados às margens do reservatório. Também se situa
próximo ao reservatório o povoado de Rosário, pertencente ao Distrito de Macuco de
Minas, município de Itumirim. Cumpre destacar que destes núcleos urbanos citados apenas
Lavras não integra a Área de Entorno da UHE Funil.
As áreas de uso industrial são compostas por atividades de extração mineral (areia,
cascalho, gnaisse e granito) nos municípios de Lavras e Ijaci. Ressalta-se que a presença da
nova fábrica de cimento da Camargo Correia, em implantação em Ijaci, já apresenta, pelo
seu porte, um potencial indutor da ocupação urbana na sede municipal de Ijaci.
3.8 Arqueologia
Na região desenvolveu-se o ciclo do café e do leite. Existem ainda as festividades
religiosas e folclóricas, produção de arte, a cozinha mineira, cachaças de qualidade,etc.
Segundo a prospecção arqueológica (SETE,2000) No final do século XVII, a notícia de
ouro, fez com que os paulistas e europeus se embrenharem nos sertões ainda inóspitos
(Minas Gerais) – as chamadas bandeiras – esses homens logo chegaram à região, dominada
pelo rio Grande e seu afluente rio das Mortes. A região foi ocupada por pessoas
interessadas em usufruir sua posição estratégica, uma vez que se constituía em passagem
obrigatória para os que, vindo de São Paulo, se dirigiam para as lavras de Ouro Preto e do
Rio das Velhas.
Com o declínio da exploração aurífera, a comarca do Rio das Mortes destacou-se pela
produção de gêneros de subsistência. Em 1780, conforme descreve Teixeira Coelho, essa
comarca era a “mais vistosa e abundante de toda a capitania em produção de grãos,
hortaliças e frutos ordinários do país”, de modo que além de sustentar-se, provia outras
regiões com queijos, gados, carnes e etc.
Desse modo, possui a região longas tradições e uma importante trajetória econômica.
Como um dos elementos que comprovam esse dinamismo econômico, tem-se a instalação
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na região de importantes ramais de estradas de ferro nas últimas décadas do século XIX.
Vivendo, sobretudo, das atividades agrícolas e da pecuária extensiva, praticadas em quase
toda a extensão de seu território, trata-se de uma das regiões mais ricas de Minas Gerais.
3.9 Uso do solo e cobertura vegetal
As tipologias de cobertura vegetal identificadas nos levantamentos de campo realizados na
Área de Entorno da UHE Funil, apresentadas conforme a terminologia adotada no EIA,
estão descritas a seguir:
− Floresta: mata estacional semidecídual, mata ciliar e cerradão;
− Pastagens e cultivos diversificados;
− Cerrado;
− Campo cerrado e campo limpo;
− Pastagem:pastos limpos a pastos sujos;
− Solo exposto:;
− Área urbanizada:
− Indústria:
− Mineração:
Quanto às atividades agropecuárias foram identificados os elementos a seguir.
− Cultivo de café e milho;
− Cultivos diversificados: (milho, feijão, capim elefante, sorgo, banana, horta, pomar,
café, dentre outros);
− Cultivo de eucalipto.
12
4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
4.1 Geoprocessamento
Segundo Moura (2003) geoprocessamento é o processamento de dados georeferenciados
que engloba o processamento de imagens, cartografia digital e o sistemas informação
geográfica (SIG – Sistem information Geografic ou GIS – Geografic information sistem).
A cartografia digital refere-se a automação de projetos, captação, organização e desenho de
mapas, enquanto o SIG refere-se à aquisição, armazenamento, análise e manipulação de
dados georeferenciados (processamento de informação espacial).
Teixera (1992) associa o sentido geográfico ás informações quando afirma que um sistema
de informação geográfica utiliza uma base de dados computadorizada que contém
informação espacial sobre a qual atuam uma série de operadores espaciais.
A classificação dos aplicativos segundo Moura (2003) estão descriminados abaixo:
− CAD – desenho digital, representação de informações geográficas;
− DESKTOP – intermediário entre CAD e SIG;
− SIG – analisa e manipula informações, formula previsões, gera proposta de controle do
sistema e identificação de soluções aos problemas apresentados.
O software SPRING (Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas) é um
banco de dados geográfico, com as características:
− Opera como um banco de dados geográfico sem fronteiras e suporta grande volume de
dados (sem limitações de escala, projeção e fuso), administra tanto dados vetoriais
como dados matriciais (“raster”), e realiza a integração de dados de sensoriamento
remoto num SIG; contém a linguagem legal - linguagem espaço - geográfica baseada
em álgebra.;
− Sendo um aplicativo brasileiro, o SPRING é de fácil acesso, com sua ajuda foi possível
a analise comparativa das imagens em estudo. É importante ressaltar que cada imagem
− Possui uma resolução diferente, e segundo LOPES (SPRING 2004), o SPRING
permite a entrada direta de imagens provenientes de satélites, e cada imagem apresenta
características distintas quanto à resolução.
13
4.2 Resolução
Resolução é a medida da habilidade que um sistema de sensor possui em distinguir entre
respostas que são semelhantes espectralmente ou próximas espacialmente. A resolução
pode ser classificada em espacial, espectral e radiométrica.
Resolução espacial: mede a menor separação angular ou linear entre dois objetos. Por
exemplo, uma resolução de 20 metros implica que objetos distanciados entre si a menos
que 20 metros, em geral não serão discriminados pelo sistema.
4.3 Registro
Registro é uma transformação geométrica que relaciona coordenadas da imagem (linha e
coluna) com coordenadas geográficas (latitude e longitude) de um mapa. Essa
transformação elimina distorções existentes na imagem, causadas no processo de formação
da imagem, pelo sistema sensor e por imprecisão dos dados de posicionamento do satélite,
conforme a figura apresentada abaixo (figura 03).
Figura 03 – Registro de imagens( fonte:www.inpe.com.br tutoria SPRING)
A necessidade de fazer o registro aparece quando:
− Integração de imagens obtidas por sensores diferentes.
− Imagens obtidas em tempos diferentes. Análise temporal.
− Imagens tomadas em posições diferentes. Obter informação tridimensional
− Mosaico de imagens
14
Ainda segundo LOPES (Spring 2004), em áreas de florestas, pode-se aceitar um erro de 3
"pixels", para a mesma resolução, pela dificuldade de se conseguirem pontos de controle.
Para a realização do registro
Outro parâmetro usado para analisar o erro é função da escala que está se trabalhando. Por
exemplo: para um mapeamento na escala de 1:50.000, o erro aceitável no registro é metade
do valor da escala, isto é 25 metros. Assim um erro de dois pixels, para resolução de 10
metros, isto é, 20 metros, seria aceitável para esta escala de trabalho.
4.4 Contraste A técnica de realce de contraste tem por objetivo melhorar a qualidade das imagens sob os
critérios subjetivos do olho humano. É normalmente utilizada como uma etapa de pré-
processamento para sistemas de reconhecimento de padrões.
O histograma de uma imagem descreve a distribuição estatística dos níveis de cinza em
termos do número de amostras ("pixels") com cada nível. a figura 04) apresenta a
transformação do histograma.
Figura 04 – Tabela de transformação do histograma ( fonte:www.inpe.com.br tutoria SPRING)
Como regra geral pode-se tomar que quanto maior a inclinação de curva aplicada no
histograma, maior o contraste.
Segundo LOPES (2004) O realce de contraste do aplicativo SPRING tem por objetivo
melhorar a qualidade das imagens ao olho humano. A manipulação deste contraste consiste
em aumentar a discriminação visual entre os objetos presentes na imagem através do
15
histograma da imagem onde trabalhando com as bandas verde,vermelha e azul. Utilizando
os seguintes contrastes:
− MinMax;
− RaizQuadrada;
− Quadrado;
− Logarítmico;
− Negativo e;
− Equalização de Histograma.
E por fim analisar e utilizar as opções de contraste por edição verificando as operações de :
Eliminar, Adicionar e Mover pontos da curva de realce.
4.5 Classificação Classificação é o processo de extração de informação em imagens para reconhecer padrões
e objetos homogêneos. Os Classificadores "pixel a pixel" utilizam apenas a informação
espectral isoladamente de cada pixel para achar regiões homogêneas.
O resultado final de um processo de classificação é uma imagem digital que constitue um
mapa de "pixels" classificados, representados por símbolos gráficos ou cores.
As técnicas de classificação multiespectral "pixel a pixel" mais comuns são: máxima
verossimilhança (MAXVER), distância mínima e método do paralelepípedo.
MAXVER considera a ponderação das distâncias entre médias dos níveis digitais das
classes, utilizando parâmetros estatísticos. Para que a classificação por máxima
verossimilhança seja precisa o suficiente, é necessário um número razoavelmente elevado
de "pixels", para cada conjunto de treinamento. Os conjuntos de treinamento definem o
diagrama de dispersão das classes e suas distribuições de probabilidade, considerando a
distribuição de probabilidade normal para cada classe do treinamento.
16
5 MATERIAIS DE ESTUDO
5.1 Imagens
− Imagens de satélite Landsat 7 ETM imageadas em 1999 e 2003, composta pelas bandas
espectrais 3, 4, 5, cedida pelo INPE;
− Imagem de satélite cbers, imageadas em 2004,composta pelas bandas espectrais 2, 3, 4
cedida pelo INPE;
5.2 Cartas e mapas digitais
− Cartas em formato digital, escala 1:50.000, adquidas pelo site do IBGE; dos seguintes
municípios: Ibituruna, Itumirim, Itutinga, Lavras, Nepomuceno, Santana do Jacaré, São
Tiago e Santo Antônio do Amparo.
− Mapa de “Cobertura Vegetal e Uso e do Solo”, formato digital, na escala 1:50.000,
cedida pelo Consórcio Funil, com fonte em pesquisa de campo;
− Mapa de “Cobertura Vegetal e Uso e do Solo”, formato digital, na escala 1:50.000,
datado de 1998, com fonte em pesquisa de campo (BRANT) cedido pela SETE;
5.3 Aplicativos utilizados
− MICROSTATION 95 ;(CAD)
− AUTOCAD 2004(CAD)
− SPRING 4.1(Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas)
− IMPIMA 4.1( pertence ao SPRING)
− ARCVIEW 8.1 (SIG)
5.4. Relatórios e textos utilizados
− Relatórios de campo cedidos pela SETE – Soluções e Tecnologia ambiental, contendo
dados de pesquisa da região;
− Plano Diretor da UHE Funil cedido pelo Consórcio Funil;
− Dados de visita ao local estudado;
17
5.5 Imagens de satélite
As imagens adquiridas pertencem a origens diferentes, as duas primeiras foram adquiridas
através do satélite LANDSAT 7 e a última pelo satélite CBERs, as imagens possuem datas
e resolução diferentes. A seguir descrevemos alguns detalhes destas imagens.
5.5.1 Satélite LANDSAT 7
A primeira imagem (datada em 14/10/1999, foram utilizadas as bandas 3, 4 e 5) com
resolução espacial de 25m, na qual encontramos o rio Grande, com seus afluentes rio das
Mortes e Capivari em seu leito normal, esta imagem serve de base, e orientação para as
seguintes, por apresentar a região antes do enchimento do reservatório.
A segunda imagem (datada em 02/11/2003, foram utilizadas as bandas 3, 4 e 5) com
resolução espacial de 30m, através da imagem observou-se o reservatório recém
preenchido, com suas águas ainda turvas pela grande movimentação de sedimentos e
apresentando alguns focos de nuvens.
5.5.2 CBERS
A segunda imagem (datada em 20/09/2004, foram utilizadas as bandas 2, 3 e 4) com
resolução espectral de 20m, através da imagem observou-se o reservatório com suas águas
limpas.
Observa-se que as datas das imagens coincidem com o preparo de solo, ou seja, fim da
seca e início da chuva, dando assim uma noção a respeito das áreas preparadas para novas
culturas.
6 METODOLOGIA
6.1 Registro e processamento das imagens
Por pertencer a satélites diferentes, as imagens possuem características próprias, e
resoluções diferentes devido às características de cada satélite. Para analisar as imagens há
a necessidade da utilização de parâmetros iguais, o que levou a execução de uma série de
comandos através dos aplicativos IMPIMA e SPRING, ambos desenvolvidos pelo INPE.
Utilizando o aplicativo IMPIMA nas imagens LANDSAT, para reamostrar suas bandas
espectrais (2,3, e 4), as imagens passam a ter uma reamostragem de 20m, facilitando assim
18
a realização da analise temporal das imagens. As imagens reamostradas e a imagem do
CBERs, que apresenta uma resolução de 20m, passam a ter os mesmos parâmetros.
Estas imagens apresentam distorções, causadas por imprecisão dos dados de
posicionamento do satélite e pela formação dos sinais dos sensores dos satélites em
imagens. A correção da distorção é feita através de uma transformação geométrica que
relaciona as coordenadas das imagens com coordenadas geográficas de um mapa.
A situação geográfica do reservatório da UHE FUNIL, gera a necessidade de unir várias
cartas digitais. As cartas de Ibituruna, Itumirim, Itutinga, Lavras, Nepomuceno, Santana do
Jacaré e São Tiago e Santo Antônio do Amparo, adquiridas através do site do IBGE, foram
geradas na extensão DGN do aplicativo MICROSTATION.
Estas imagens foram exportadas para o aplicativo Autocad, onde foram realizados vários
comandos para separar as feições em layers, recortar o polígono de interesse e realizar a
limpeza topológica, deixando as informações mais importantes e excluindo as
desnecessárias ao objetivo deste trabalho (figura.05).
Figura 05 – Base vetorial
Utilizando a base vetorial do IBGE na escala de 1/50.000, e os layers de interesse com a
limpeza topológica efetuada (Tabela 01), observou-se que o layer de hidrografia
apresentava as melhores condições para a realização do Registro, pois as imagens
19
possuiam os contornos do Rio Grande e seus afluentes bem definidos para a execução do
mesmo.
Tabela 01- Tabela de layers utilizados
A transformação geométrica definida como Registro, elimina as distorções existentes nas
imagens causadas pela sua formação nos sensores dos satélites. A necessidade da execução
deste comando no SPRING aparece quando trabalha-se com imagens de origens diferentes,
obtidas em épocas diferentes, mosaico de imagens e tomadas em posição diferente para
obter informações tridimensionais. Neste trabalho as imagens apresentam as duas
primeiras características para a realização do Registro.
Os pontos de controle são marcados nas imagens e na base vetorial (layer hidrografia
georeferênciado) sucessivamente (como na Figura 06), em toda área apresentada pelas
imagens. Utilizando todos os pontos disponíveis do programa e a equação de 1ºgrau para
efetuar o Registro, obtive-se um resultado de erro de controle considerado muito bom, já
que se trata de uma área de floresta (mata). Como se refere no manual do aplicativo
SPRING (2004), é aceitável em áreas de florestas um erro de 3 pixels no ponto de controle.
Na Tabela 02 apresentamos os resultados de pontos de controle das imagens.
20
Figura 06 - Registro de imagens
RESULTADO DOS ERROS DE PIXELS DOS PONTOS DE CONTROLE
DATA DAS IMAGENS ERRO DE PIXELS
1999 1,476 pixel
2003 1,489 pixel
2004 1,824 pixel
Tabela 02 - Resultados de pontos de controle das imagens
Segundo LOPES (2004), o realce de contraste do aplicativo SPRING tem por objetivo melhorar a qualidade das imagens ao olho humano. A manipulação deste contraste consiste em aumentar a discriminação visual entre os objetos presentes na imagem através do histograma da imagem onde trabalhando com as bandas verde,vermelha e azul.
6.2 Classificação por região
O aplicativo SPRING classifica as regiões facilitando a obtenção dos resultados para a
analise temporal das imagens utilizando os pixels, deixando as regiões mais homogêneas.
O resultado final é uma imagem digital constituindo regiões classificadas por cores ou
símbolos.
Para a classificação das imagens utilizadas foi necessário simplificar as classes e feições, o
que permitiu analisar poucas classes, pois as imagens apresentam resoluções de 20,25 e
30m, portanto o aplicativo poderá confundir algumas classes. Apresenta-se na tabela 03 as
classes feições simplificadas e as classes a serem agrupadas.
21
CLASSIFICAÇÃO DAS REGIÕES
CLASSES E FEIÇÕES SIMPLIFICADAS CLASSES A SEREM AGRUPADAS
Áreas Abertas Pasto Limpo, Pasto Sujo, Pasto Degradado, Cerrado,
Campo Cerrado E Campo Limpo
Mata Estacional
Floresta Estacional Semidecidual (Capoeira E
Capoeirinha), Mata Ciliar, Cerradão E
Sivicultura(Eucalipto), Corredores Arbóreos
Cultura Café, Milho, Banana, Frutiferas(Pomar), Cana De
Açúcar; Capineira Feijão, Capim Elefante, Sorgo;
Áreas Urbanas Cidades, Chacreamentos, Vilas, Construções
Mineração Afloramento Rochoso, Terras Desnudas, Erosão
Terras De Plantio Terras Aradas
FEIÇÕES
Hidrografia Rio Grande, Rio Capivari E Rio Das Mortes
Ilhas Formação De Ilhas
Tabela 03- As classes feições simplificadas e as classes a serem agrupadas .
Portanto, a simplificação das regiões facilita a assimilação de classificação do aplicativo
SPRING através da técnica de verossemilhança (MAXVER) Apresentamos os gráficos da
classificação por classe (Figura 10 a,b,e c).
Nestes gráficos apresenta-se cada classe analisada seguindo a simplificação das classes
citada acima, constando o índice de acerto e o índice de confusão feitos pelo aplicativo ao
analisar as regiões, e a classe com a qual foi confundida a classe analisada.
22
7 RESULTADOS
As imagens de satélite são processadas através de funções matemáticas específicas. Soma-
se a isso, a informação de que o processamento digital traz um ganho substancial porque
permite distinguir detalhes não visíveis a olho nu e a separar um número muito maior de
cores que o olho humano seria capaz.(figuras 07 e 08)
Figura 07 – Imagem LANDSAT 1999 com resolução 25m
Figura 08– Imagem CBERS 2004 com resolução 20m observa –se o reservatório preenchido
23
Utilizando os contrastes: linear e quadrado, obtivemos os seguintes resultados,
apresentados na Figura 09. Onde apresentamos as imagens de satélite adquiridas e ao lado
da mesma, a imagem reamostrada, registrada e com os contraste definido.
1 – Imagem Landsat-1999 com resolução 25m. 1a – Imagem com os contrastes definidos e reamostrada para 20m e efetuado o registro.
2 – Imagem Landsat 2003 com resolução 30m 2a – Imagem com os contrastes definidos e reamostrada para 20m e efetuado o registro
3 – Imagem CBERS 2004 com resolução 20m 3a – Imagem com os contrastes definidos e reamostrada para 20m e efetuado o registro
Figura 09 –Imagem de satélite
24
A seguir apresentamos os gráfico concebidos através dos resultados de classificação. Os gráficos estão divididos por ano e classe, para melhor assimilação dos dados, como nas figuras 10 a,b, e c. a) Classificação de 1999
Figura 10a – analise de classificação
A classificação de Mancha Urbana e Mata corresponde a 100% de acerto das áreas
analisadas com estas tipologias, ou seja o SPRING consegui detectar as manchas
analisadas. Nas classes restantes, houve conflito ao analisar as áreas.
Do total da área analisado como cultura, tivemos uma pequena confusão com Pastagem, o
que aconteceu também com a classificação do Rio que também houve confusão com a
classe de Mata. A Classificação da Área Desnuda deixou a desejar, pois do total analisado,
o SPRING confundiu uma parte da área com Mata, e outra com Pastagem como demonstra
os gráficos acima. O mesmo acontecendo com Pastagem que foi confundida com Cultura e
Mancha Urbana.
Cultura 1999
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Cultura Pastagem
Mancha Urbana 1999
0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Mancha Urbana
Pastagem 1999
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Pastagem Mancha Urbana Cultura
Mata 1999
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Mata
Rios 1999
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Rios Mata
Área Desnuda 1999
0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00% 8,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisador Área Desnuda Pastagem Mata
25
b) Classificação de 2003
Figura 10b – analise de classificação
Na classificação da imagem de 2003, obtivemos sucesso ao analisar as classes de Mata e
Rios conseguindo um total de 100% de acerto das áreas analisadas. O que já não acontece
com as classes de Cultura e Mancha Urbana, que houve confusão em pequena parcela com
Mata e Cultura, ou seja a classe cultura teve uma pequena parcela de confusão com Mata
e a Mancha Urbana uma pequena parcela com áreas de Cultura, No entanto, a classe de
Pastagem obteve confusão com as duas classes citadas acima, Mata e Cultura
Neste Ano não apresentamos a Classe de áreas Desnudas, devido ao grande índice
pluviométrico, que não foi possível a analise desta área.
Cultura 2003
0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Cultura Mata
Mata 2003
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Mata
Rios 2003
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Rios
Urbanização 2003
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Urbanização Cultura
Pastagem 2003
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Pastagem Mata Cultuta
Mancha Urbana 2003
26
c) Classificação de 2004
Figura 10c – analise de classificação
Na classificação da imagem de 2004, obtivemos sucesso ao analisar as classes de Mancha
Urbana e Rios conseguindo um total de 100% de acerto das áreas analisadas. O que já não
acontece com as classes de Cultura, Mata e Áreas Desnudas, que houve confusão em
pequena parcela com as respectivas áreas: Pastagem e Mancha Urbana, como podemos
verificar acima.. No entanto, a classe de Pastagem obteve confusão com as classes de
Cultura e Mata.
Cultura 2004
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Cultura Pastagem
Urbanização 2004
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Mancha Urbana
Pastagem 2004
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Pastagem Cultura Mata
Mata 2004
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Mata Pastagem
Rios 2004
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Rios
Área Desnuda 2004
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%
Indice de Acerto na Classificação
Analisado Área Desnuda Urbanização
Mancha Urbana 2004
27
7.1 Observações a respeito das imagens
Durante a analise das imagens foram observadas algumas curiosidades, como a imagem de
1999, que apresenta uma mancha escura, próximo ao local onde foi construída a usina
hidrelétrica (Figura11). Analisando a leitura dos pixels, verifica-se que os níveis de cinza
aparecem nas bandas espectrais vermelha e azul apresentando a mesma representação de
água na imagem. Uma vez que na região não há presença de lagoas de grande porte, foi
necessária uma análise mais profunda da região. A primeira hipótese seria o desvio do rio
para a construção da usina, mas revendo os dados fornecidos pelo consórcio Funil e SETE,
verificou-se que para a construção da barragem foi construído um túnel na margem
esquerda do rio (ver Figura 12). O mapa apresentado no relatório do EIA (BRANT, 1998)
e no relatório do PCA (SETE, 2001) relata a presença de pasto sujo no local. Concluí-se
que mesmo analisando a imagem, é necessária uma pesquisa de campo para retirar duvidas
como estas.
28
Figura 11 – imagem de 1999 com mancha
Entrada do túnel de desvio do AHE Funil Saída do túnel Figura 12– Fotos do Túnel
29
8 ANÁLISE DOS RESULTADOS
8.1 Resultado do desempenho do aplicativo
O resultado de desempenho do aplicativo foi considerado relativamente bom, pois de
acordo com o gráfico apresentado na Figura 13, a confusão média dos três anos foi de
11,82% em relação a 88,18% do desempenho geral do aplicativo. Obteve-se 100% de
exatidão ou acerto em algumas classes, como pode-se observar no gráfico de barra da
Figura.
Exatidão entre Usuário e Produtor
88,24%
55,56%
88,57%
84,62%
100,00%
100,00%
93,75%
100,00%
79,49%
100,00%
94,74%
62,50%
Cultura
Mancha Urbana
Pastagem
Mata
Rios
Área Desnuda
Exatidão do Produtor Exatidão do Usuário
Classificação de 1999
30
Exatidão entre Usuário e Produtor
72,00%
100,00%
100,00%
71,43%
100,00%
94,74%
92,00%
72,31%
100,00%
100,00%
Cultura
Urbanização
Pastagem
Mata
Rios
Exatidão do Produtor Exatidão do Usuário
Classificação de 2003
Classificação de 2004
Figura 13 - Resultado de desempenho do aplicativo
Exatidão entre Usuário e Produtor
90,00%
96,00%
39,47%
90,91%
100,00%
100,00%
81,82%
100,00%
71,43%
57,14%
100,00%
95,45%
Cultura
Urbanização
Pastagem
Mata
Rios
Área Desnuda
Exatidão do Produtor Exatidão do Usuário
31
8.2 Resultado da classificação
Finalizando a classificação obtive-se o mapeamento das classes para a apresentação do
mapa temático (raster), que foi utilizado para a analise temporal. Com suas regiões
formadas e classificadas, apresenta-se os resultados descriminados na Tabela 04.
CÁLCULO DE ÁREAS POR GEO-CLASSE
ÁREAS DAS IMAGENS TEMÁTICAS ANALISADAS GEO - CLASSE
1999 2003 2004
Áreas Abertas 12725.24ha 12185.16 ha 9899 ha
Mata Estacional 6772.28 ha 4752.88 ha 6372 ha
Culturas 263.72 ha 557.12 ha 370.92 ha
Áreas urbanas 219.2 ha 354.44 ha 353.88 ha
Mineração 16.04 ha 25.88 ha 18.48 ha
Terras de Plantio 329.32 ha - 375.4 ha
Hidrografia 998.68 ha 3448 ha 3933.72 ha
Ilhas 4.52 ha 4.36 ha 5.76 ha
TOTAL 21329 ha 21327 ha 21329 ha
Tabela 04 – Cálculo de áreas por Geo-Classe
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que as imagens foram obtidas na época denominada
de preparo de solo, ou seja, fim da seca e início da chuva (setembro a outubro), o que dá
uma noção a respeito das áreas preparadas para novas culturas. Já a imagem de 2003, que
apresenta a data de obtenção em 02 de novembro, demonstra a região já com as culturas
afloradas, confundindo com as Matas Ciliares e Revegetação. Pode-se ainda salientar que o
final do ano de 2003 apresentou um índice pluviométrico bastante elevado. Já a imagem de
2004, (imageada em setembro) apresenta a região totalmente seca, as matas estão retraídas
(secas), apresentando uma área maior de pastagem.
Realizando a analise temporal das regiões, baseada nos dados obtidos através da
classificação das regiões, encontra-se resultados interessantes da região estudada, que
podem ser observados na Figura 14.
32
Figura 14- resultado de classificação
De acordo com o gráfico da Figura 14 pode-se analisar os seguintes dados:
− Ilha – houve um aumento gradativo de ilhas com o preenchimento do reservatório,
como demonstra o gráfico apresentado. O ano de 1999 apresenta 4,52ha de ilhas
passando para um total de 5,76ha em 2004. Salienta-se ainda que no ano de 2003 o
índice de 4,36ha é menor que o de 1999, sendo isso possível por apresentar áreas
inundadas pelo grande volume de água obtido pelas chuvas naquele ano;
− Hidrografia – no ano de 1999 a região não apresentava o reservatório preenchido, o
que é notado pelo grande acréscimo de águas no ano do enchimento do reservatório e
ainda um pequeno acréscimo até o reservatório atingir seu NA normal em 2004. É
importante citar que o índice de 2003 é menor que o de 2004, no entanto, deveria ser o
contrário por ser o ano de 2003 o de maior índice pluviométrico;
− Terra de plantio – não foi encontrado nenhum resultado de plantio de terras em 2003.
Como já citado antes, as terras preparadas já apresentavam crescimento, confundindo
assim com outras classes. Portanto, o acréscimo de terras de plantio encontrado no ano
de 2004 é irrelevante para executar um comparativo de crescimento elevado ou não,
Resultado da Classificação por Período
9899,00 ha
6372,00 ha
370,92 ha
353,88 ha
18,48 ha
375,40 ha
3933,72 ha
5,76 ha
4752,88 ha
557,12 ha
354,44 ha
25,88 ha
3448,00 ha
4,36 ha
6772,28 ha
263,72 ha
219,20 ha
16,04 ha
329,32 ha
998,68 ha
4,52 ha
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 120
Áreas Abertas
Mata Estacional
Culturas
Áreas Urbanas
Mineração
Terra de Plantio
Hidrografia
Ilhas
2004 2003 1999
33
pois em 1999 o índice está quase equiparado ao de 2004, sendo que no primeiro ano
não existia o reservatório;
− Mineração – o acréscimo de mineração no ano de 2003, refere-se ao tipo de
agrupamento de classe que apresentado, pois na classe mineração agruparam-se
também o afloramento rochoso, terras desnudas e erosão, e este aumento
provavelmente seria o aumento das erosões pelas águas das chuvas;
− Manchas Urbanas – houve um acréscimo das áreas urbanas, pois as vilas inundadas
pelo reservatório, tiveram suas casas relocadas;
− Cultura – o resultado obtido com as terras de plantio é o contrario das culturas no ano
de 2003, por apresentar um resultado de grande acréscimo, pois observando o ano de
2004 a área de cultura foi bem menor.
− Mata estacional – houve uma diminuição considerável de matas e florestas devido ao
enchimento do reservatório em 2003, passando a ter um acréscimo desta classe no ano
seguinte devido ao reflorestamento do entorno do reservatório
− Áreas abertas – As áreas abertas foram diminuindo gradativamente dando espaço para
o reservatório em 2003, o reflorestamento e também o relocamento das vilas.
Com estes resultados temos uma visão geral do que vem acontecendo com a área de
influencia do reservatório da UHE Funil.
34
9. CONCLUSÃO
Considera-se que os objetivos deste estudo foram alcançados. No que se refere ao uso de
solo e crescimento urbano, foi possível a localização do surgimento de ilhas e a relocação
urbana. Porém, devido ao curto espaço de tempo (um ano) entre as duas últimas imagens,
não foi possível analisar o surgimento de áreas de lazer, ranchos e chacreamento.Além
disso, as imagens obtidas possuem uma resolução de 30,25 e 20m,, o que quer dizer que
uma área alterada menor do que estas proporções não seria notada. Conclui-se que os
resultados obtidos representam uma pequena amostra daqueles possíveis de se conseguir
através do geoprocessamento. Desta forma, seria recomendável analises deste tipo em
estudos de controle ambiental, por permitir o monitoramento de áreas conhecidas a longa
distância, diminuindo o custos, já que as visitas ao campo serão reduzidas ou, dependendo
da região a ser controlada através deste meio, a pesquisa de campo seria feita somente se
ocorressem grandes modificações.
35
10. BIBLIOGRAFIA
AGOSTINHO, A. A. 1994. Pesquisas, Monitoramento e Manejo da Fauna Aquática
em Empreendimentos Hidrelétricos. Caderno 1 - Fundamentos. Seminário Sobre Fauna
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Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1994, p. 739.
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SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL ,Monitoramento da Ictiofauna,
2002
SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL Prospecção Arqueológica da
Área Diretamente Afetada e de Entorno do Reservatório do AHE Funil, 2001a
SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL, Monitoramento de
Herpetofauna (SETE, 2001)
SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL, Monitoramento dos Sauás (Sete,
2001c).
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TEIXEIRA, Amandio; CHRISTOFOLETTI,Antônio; MORETTI, Edmar. Introdução ao
Sistema de informação Geográfica,Ed. Dos autores,1992.
Site visitados
− www.ibge.com.br
− www.dpi.inpe.br/spring
− www.frigoletto.com.br/RecNaturais/hidreletrica.htm -
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FONTE:Carta digital, IBEGE 1:50.000,www.ibge.com.br
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UHE FUNILUSO DO SOLO
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LEGENDAADAMunicipioRodoviasEstradas_vicinaisFerroviaCórregoEstradasMancha_UrbanaHidrografia
FONTE:Carta digital, IBEGE 1:50.000,www.ibge.com.brImagem de Satélite CBERs2004ESCALA
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UHE FUNILUSO DO SOLO
2003
LEGENDAADAMunicipioRodoviasEstradas_vicinaisFerroviaCórregoEstradasMancha_UrbanaHidrografia
FONTE:Carta digital, IBEGE 1:50.000,www.ibge.com.brImagem satélite LANDSAT2003
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