comparaÇÃo do uso do solo na Área de entorno...

55
MARIA LÚCIA LEITE SILVANO COMPARAÇÃO DO USO DO SOLO NA ÁREA DE ENTORNO DA UHE FUNIL ANTES E APÓS O ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO GEOPROCESSAMENTO 2004 VII CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DEPARTAMENTO DE CARTOGRAFIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS UFMG

Upload: trantuong

Post on 15-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

MARIA LÚCIA LEITE SILVANO

COMPARAÇÃO DO USO DO SOLO NA ÁREA DE

ENTORNO DA UHE FUNIL ANTES E APÓS O

ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO

GEOPROCESSAMENTO 2004

VII CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CARTOGRAFIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

UFMG

ii

MARIA LÚCIA LEITE SILVANO

COMPARAÇÃO DO USO DO SOLO NA ÁREA DE

ENTORNO DA UHE FUNIL ANTES E APÓS O

ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO

Monografia apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Geoprocessamento,

Departamento de Cartografia, Instituto de

Geociências, Universidade Federal de Minas

Gerais, como requisito parcial à obtenção do

título de especialista em Geoprocessamento.

Orientador: Professor Ph.D. Luciano Vieira Dutra

BELO HORIZONTE

2004

Silvano, Maria Lúcia Leite

Geoprocessamento aplicado analise ambiental: Comparação do Uso do Solo na Área de Entorno da UHE Funil Antes e Após o Enchimento do Reservatório/Maria Lúcia Leite Silvano – Belo Horizonte,2004.

xi, 55 f.: il..

Monografia (Especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, 2004.

Orientador: Luciano Vieira Dutra

1. Geoprocessamento. 2.Uso do Solo. 3.Análise ambiental.-I.UHE Funil

AGRADECIMENTOS

Sempre pensei em retomar meus estudos. E após esses anos, chegou o momento de retoma-

los, portanto agradeço especialmente a SETE - Soluções e Tecnologia Ambiental, pelos

votos de confiança, pois, sem eles não seria possível estar aqui finalizando este curso.

Agradeço ao Dr.Dutra, meu orientador e aos Professores do curso pela dedicação, e a todos

aqueles que se dispuseram em ajudar.

Agradeço ao Consórcio Funil pela autorização e dados fornecidos.

Agradeço aos monitores: Charles e Christian que me ajudaram e com certeza estarão

presentes em minha estória de vida.

Agradeço também ao João, meu amigo, que ajudou nas instalações dos software, pesquisas

e teve paciência e compreensão.

Agradeço aos colegas de curso, pelas horas de prazer e descontração, que transformou o

aprendizado menos cansativo.

Aos meus familiares, especialmente meu filho, pela força e compreensão.

Agradeço imensamente ao Rogério, meu superior, pela confiança e paciência nestes anos e

que juntamente com minha irmã Débora, apresentaram esta nova profissão.

“A dificuldade no começo traz supremo sucesso, se conseguimos empenhar-nos com perseverança. No começo de um trabalho difícil, o que vemos são nuvens e trovões. Assim, a tarefa do homem superior é gerar ordem a partir do caos.”

“I-Ching”1

1 “I-Ching” (o livro das mutações), um dos clássicos da cultura chinesa, escrito pelo imperador Fu Hsi (2953-2838 B.C:

vi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................1 1.1 Localização...................................................................................................................................2

2. OBJETIVOS.......................................................................................................................................5 2.1. Objetivo Geral.............................................................................................................................5 2.2. Objetivos Específicos.................................................................................................................5

3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................................5 3.1 Flora ...............................................................................................................................................5 3.2 Clima ..............................................................................................................................................6 3.3 Geomorfologia .............................................................................................................................6 3.4 Recursos Minerais ........................................................................................................................7 3.5 Solos...............................................................................................................................................7 3.6 Meio Biótico .................................................................................................................................8 3.7 Meio Socioeconômico ...............................................................................................................10 3.8 Arqueologia.................................................................................................................................10 3.9 Uso do solo e cobertura vegetal...............................................................................................11

4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS...................................................................................................12 4.1 Geoprocessamento ...................................................................................................................12 4.2 Resolução ...................................................................................................................................13 4.3 Registro........................................................................................................................................13

5 MATERIAIS DE ESTUDO...........................................................................................................16 5.1 Imagens ......................................................................................................................................16 5.2 Cartas e mapas digitais .............................................................................................................16 5.3 Aplicativos utilizados................................................................................................................16 5.4. Relatórios e textos utilizados ...................................................................................................16 5.5 Imagens de satélite ....................................................................................................................17

5.5.1 Satélite LANDSAT 7........................................................................................................17 5.5.2 CBERS................................................................................................................................17

6 METODOLOGIA ..........................................................................................................................17 6.1 Registro e processamento das imagens..................................................................................17 6.2 Classificação por região............................................................................................................20

7 RESULTADOS................................................................................................................................22 7.1 Observações a respeito das imagens ......................................................................................27

8 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................................29 8.1 Resultado do desempenho do aplicativo ................................................................................29 8.2 Resultado da classificação ........................................................................................................31

9. CONCLUSÃO..................................................................................................................................34 10. BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................35 11 ANEXOS - DESENHOS ............................................................................................................37

vii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

a) LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Localização da UHE Funil ................................................................................. 4 Figura 02 - Foto a mata e foto de satélite .............................................................................. 8 Figura 03 – Registro de imagens ........................................................................................... 13 Figura 04 – Tabela de transformação do histograma .......................................................... 14 Figura 05 – Base vetorial..................................................................................................... 18 Figura 06 - Registro de imagens......................................................................................... 20 Figura 07 – Imagem LANDSAT 1999 com resolução 25m................................................ 22 Figura 08– Imagem CBERS 2004 com resolução 20m observa –se o reservatório preenchido ........................................................................................................................... 22 Figura 09 –Imagem de satélite ............................................................................................ 23 Figura 10a – analise de classificação................................................................................... 24 Figura 10b – analise de classificação .................................................................................. 25 Figura 10c – analise de classificação................................................................................... 26 Figura 11 – imagem de 1999 com mancha.......................................................................... 28 Figura 12– Fotos do Túnel .................................................................................................. 28 Figura 13 - Resultado de desempenho do aplicativo........................................................... 30 Figura 14- resultado de classificação................................................................................... 32

viii

b) LISTA DE QUADROS

Tabela 01- Tabela de layers utilizados ................................................................................ 19 Tabela 02 - de resultados de pontos de controle das imagens ............................................. 20 Tabela 03- As classes feições simplificadas e as classes a serem agrupadas . ................... 21 Tabela 04 – Cálculo de áreas por Geo-Classe ..................................................................... 31

ix

c) LISTA DE DESENHOS

1 - Raster de classificação - Ano 1999 ............................................................................... 38 2 - Raster de classificação - Ano 2003 ............................................................................... 39 3 - Raster de classificação - Ano 1999 ............................................................................... 40 Mapa 1 – Mapa digital......................................................................................................... 42 Mapa 2 - Uso do solo 1999.................................................................................................. 42 Mapa 3 - Uso do solo 2003.................................................................................................. 43 Mapa 4 - Uso do solo 2004.................................................................................................. 44

x

SIGLAS

ADA - Área Diretamente Afetada

AI - Área de Influência

CAD – Computer Aided Design. Sistema de desenho digital

CBERS – Satélite de imagens brasileiro/chinês

CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais

CVRD - Companhia Vale do Rio Doce

EIA - Estudo de Impacto Ambiental

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPE – instituto nacional de pesquisa espacial

LANDSAT – satélite americano de imagens

PCA - Plano de Controle Ambiental

RIMA - Relatório de Impacto Ambiental

SIG – Sitema Geográfico de Informação

UHE - Usina Hidrelétrica

xi

RESUMO

A crescente demanda energética levou à construção de inúmeros represamentos que

mudaram a dinâmica de grandes cursos d’água, particularmente da bacia do Paraná. Esses

empreendimentos induzem respostas ambientais complexas, como modificações de seus

atributos físicos, alterações de áreas com culturas agrícolas temporárias e permanentes,

podendo ser irrigadas ou não, bem como áreas de pastagens. Ocorrem também situações

em que há inundações de aglomerados urbanos podendo ser povoados, distritos e até

mesmo cidades. Estudando imagens de satélites através de softwares apropriados para tais

estudos, como o SPRING (programa desenvolvido pelo INPE – Instituto Nacional de

Pesquisa Espacial) e o ARCVIEW, conclui-se que após a formação do represamento a vida

se desenvolve ao longo da orla do mesmo, trazendo novas áreas urbanas e agrícolas, tendo

um leve crescimento urbano dos distritos e cidades mais próximos ao represamento.

.

1

1 INTRODUÇÃO

Segundo FRIGOLETTO (no site recursos naturais, hidrelétricas 2004) cita a utilização das

águas correntes para a produção de energia elétrica tem atualmente grande importância

econômica além de se constituir numa energia limpa (não poluidora) e que não depende de

resíduos fósseis. De 1929 a 1995, a produção mundial passou de 291 milhões para cerca de

10 trilhões de kWh (aumento de quase 40 vezes).

Desde a fase de projetos, as novas hidrelétricas vem se preocupando com o meio ambiente.

Para garantir a qualidade da água do reservatório e também para preservar a fauna e a flora

da região, mantendo a flora e a fauna nativas existentes e reflorestando áreas devastadas.

Entretanto, A crescente demanda energética levou à construção de inúmeros represamentos

que mudaram a dinâmica de grandes cursos d’água, particularmente da bacia do Paraná.

(AGOSTINHO, 1994). A instalação de hidrelétricas utiliza grandes investimentos de

capital na construção de suas barragens e induzem respostas ambientais complexas, como

modificações de seus atributos físicos, alterações de áreas com culturas agrícolas

temporárias e permanentes, podendo ser irrigadas ou não, bem como áreas de pastagens.

Ocorrem também situações em que há inundações de aglomerados urbanos podendo ser

povoados, distritos e até mesmo cidades.

O monitoramento das áreas de influência direta dos reservatórios das hidrelétricas, trouxe a

utilização de imagens de satélites, que aplicadas a sofwares de geoprocessamento,

possibilita uma analise temporal com custos reduzidos.

Segundo MOURA (2003) geoprocessamento é o processamento de dados georeferenciados

que engloba o processamento de imagens, cartografia digital e o sistemas informação

geográfica (SIG ou GIS – Geografic information sistem). A cartografia digital refere-se a

automação de projetos, captação, organização e desenho de mapas, enquanto o SIG refere-

se à aquisição, armazenamento, análise e manipulação de dados georeferenciados

(processamento de informação espacial).

TEIXERA (1992) associa o sentido geográfico ás informações quando afirma que um

sistema de informação geográfica utiliza uma base de dados computadorizada que contém

informação espacial sobre a qual atuam uma série de operadores espaciais.

As imagens provenientes de satélites são utilizadas como material de base para a aplicação

em diversos métodos relacionados à obtenção de informações sobre o uso da terra e o

2

revestimento do solo. Segundo DUTRA (2004), as imagens de satélite são processadas

através de funções matemáticas específicas. Soma-se a isso, a informação de que o

processamento digital traz um ganho substancial porque permite distinguir detalhes não

visíveis a olho nu e a separar um número muito maior de cores que o olho humano seria

capaz.

Ainda segundo DUTRA (2004) os produtos imageados pelo sistema LANDSAT e CBERS

vêm sendo utilizados como material base para o mapeamento de feições por ter custos

baixos. Além da redução do custo final dos trabalhos, outras vantagens também podem ser

citadas quando do emprego desse material, bem como de outros produtos de sensores

orbitais similares: fornecem uma visão geral do terreno e possibilitam obter um bom nível

de exatidão na estratificação automática da paisagem estudada.

Como objeto de estudo, utilizou-se a Usina Hidrelétrica de Funil (UHE-FUNIL),

implantada no rio Grande, afluente do rio Paraná, pelo Consórcio Funil (formado pela

CEMIG e CVRD), que formou um reservatório de 37ha, o qual atingiu terras rurais dos

municípios de Lavras, Perdões, Bom Sucesso, Ijaci, Itumirim e Ibituruna e três

aglomerados urbanos: vila de Macaia e povoado de Pedra Negra (município de Bom

Sucesso) e Ponte do Funil (municípios de Lavras e Perdões). Este reservatório, atingiu seu

NA máximo previsto no ano de 2003,de acordo com o Plano Diretor (HOLOS,2003).

A presente monografia apresenta dados pertinentes ao reservatório formado, tais como

áreas agrícolas, urbanas e áreas de preparo de solos, obtidos nas etapas de pré e pós-

enchimento. Foram utilizadas imagens dos satélites LANDSAT (sendo a primeira datada

de 14/10/1999 e a segunda de 02/11/2003, apresentando o reservatório já formado) e

CBERS (gerada em 20/09/2004). Estas imagens foram confrontadas, utilizando os

softwares SPRING e ARCVIEW e desenhos em CAD, para a visualização melhorada das

mudanças ocorridas na Área Diretamente Afetada (ADA) após o enchimento.

1.1 Localização

A UHE Funil situa-se ao sul de Minas Gerais, em região denominada Campo das

Vertentes. O eixo da Usina encontra-se na latitude 44º55’ W e longitude 21º05’ S, na

divisa entre os municípios de Perdões e Lavras, a montante do reservatório da UHE Furnas

e a jusante das UHE de Itutinga e Camargos. Seus principais afluentes, com cursos

3

inundados pelo reservatório, são os rios das Mortes, na margem direita, e Capivari, na

esquerda. .

O reservatório possui dimensões relativamente pequenas (34,71 km2) e sua conformação

acompanha os cursos de seus principais formadores, os rios Grande, das Mortes e Capivari.

Sua localização e acessos estão representados na figura 01 e no desenho 01 do anexo. Para

a elaboração do desenho, procurou-se extrapolar os dados obtidos das cartas do IBGE,

mais antigos, com o traçado das novas estradas executadas pelo Consórcio AHE Funil. As

principais alterações se deram na conformação das vias vicinais. Várias foram melhoradas

e alguns trechos relocados e complementados pela abertura de novas estradas para

interligação de pontos interrompidos em função do reservatório.

a) Principais vetores de acesso à área:

− BR-381 - Rodovia Federal Belo Horizonte - São Paulo, conhecida como Fernão

Dias. A estrada de acesso ao antigo núcleo de Ponte do Funil se dá a partir de

Perdões;

− Acesso para Lavras na Fernão Dias: inicia-se na BR-265 (estrada que liga Lavras a

Barbacena, passando por Itumirim), o acesso ao reservatório se dá próximo ao

município de Itumirim;

− Rodovia MG-335 de acesso a Ijaci e a Bom Sucesso, pela ponte de Macaia.

4

Figura 01 – Localização da UHE Funil

5

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo a análise de imagens de satélite, visando avaliar a Área do

Entorno do reservatório da UHE Funil. Esta análise tem por finalidade, fornecer dados que

possam contribuir para o estudo do uso do solo local e regional, além da avaliação dos

impactos reais ocorridos após o enchimento.

2.2. Objetivos Específicos

Analisar as mudanças ocorridas do ponto de vista de expansão urbana e do surgimento de

ilhotas;

Identificar as áreas para onde foram relocados os aglomerados urbanos atingidos; e

Identificar as mudanças no uso do solo para fins agropecuários.

3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

3.1 Flora

De acordo com o Plano de Controle Ambiental (SETE, 1999), o padrão biogeográfico da

porção sul do estado de Minas Gerais, onde atualmente está implantado a UHE FUNIL, é

constituído por um mosaico de formações de florestas, cerrado, campo limpo de altitude e

campo rupestre. Estes dois últimos são associados aos solos rasos do alto das montanhas,

enquanto a ocorrência de cerrado ou mata depende da fertilidade e do regime hídrico de

solos mais profundos (EITEN 1982). Embora também considerada como Domínio de

Floresta Atlântica (BRAGA & STEHMANN 1990), o Mapa de Vegetação do Brasil

(IBGE 1993) situa a região em zona de contato entre Cerrado e Floresta Estacional

Semidecídual. As características fisionômicas primitivas desta região, em muito se

modificaram ao longo dos anos. O processo de ocupação remonta ao período colonial,

traduzindo-se hoje em profundas alterações na paisagem original. OLIVEIRA-FILHO et

al. (1994) retrata a redução da cobertura vegetal primitiva a remanescentes esparsos, em

sua maioria perturbados pela ação do fogo, pecuária extensiva e retirada seletiva de

madeira. Os autores enfatizam a maior pressão sofrida pelas matas semideciduais, por

6

coincidir com a ocorrência de solos férteis e úmidos, portanto, mais visados pela

agricultura.

3.2 Clima

Conforme explícito no EIA - Estudo de Impacto Ambiental (INTERTECHNE & LEME,

1992) e no PCA - Plano de Controle Ambiental (SETE – 1999), o clima regional

caracteriza-se por apresentar estações secas e chuvosas bem definidas: o inverno

correspondendo ao período seco e o verão ao período chuvoso.

A temperatura média anual é de 19,5°C, com temperaturas mais baixas entre abril e

setembro, e as mais altas nos meses de outubro a março. A temperatura máxima média do

mês mais quente é de 28°C, e a do mês mais frio é de 10°C.

O regime pluviométrico desta região é tipicamente tropical, apresentando uma média anual

de 1.400 mm, com o período chuvoso nos meses de outubro a março e o período seco entre

abril e setembro.

3.3 Geomorfologia

Segundo a descrição apresentada no EIA (INTERTECHNE & LEME, 1992), a bacia do

alto rio Grande localiza-se na margem sul do Cráton de São Francisco, sendo limitada ao

sul pela fossa tectônica Cenozóica do rio Paraíba do Sul e blocos alçados e basculados das

Serras da Mantiqueira e do Mar.

Trata-se de uma ampla superfície de relevo ondulado, onde predominam rochas do

complexo gnáissicomigmatítico de Minas Gerais (Associação Barbacena, BRANDALISE

et alii, 1976; BRAUNN E BAPTISTA, 1976) com altitudes variando em torno dos 900

metros.

Segundo CETEC (1983), a região pode ser dividida em duas unidades: os “Planaltos

Dissecados do Centro-Sul e do Leste de Minas” e a “Depressão do Rio Grande”. A

primeira área ocupa toda a parte central e norte da região, tendo como relevo predominante

as colinas e cristas com vales encaixados e/ou de fundo chato. A segunda unidade ocupa o

restante da área, e caracteriza-se por apresentar formas mistas de aplainamento e

dissecação fluvial, constituindo um compartimento rebaixado do relevo, desenvolvido ao

longo da drenagem do rio Grande.

7

3.4 Recursos Minerais

Em termos de recursos minerais, observa-se que:

− A areia é encontrada em depósitos formados nos rios Grande e Capivari, originada a

partir do carreamento pela água de material intemperizado das rochas regionais;

− As cascalheiras ocorrem na região baixa de Ijaci;

− A exploração do calcário, está associada a uma grande indústria (Camargo Correa) em

Ijaci, dotando o processo de um maior volume de extração de minério e da geração de

diversos empregos;

− A exploração de argila refratária está concentrada na região de Ijaci, e encontra-se

localizada, principalmente, nas seqüências superiores, sobrepostas a megalentes

calcáreas;

− Os gnaisses são explorados pelas prefeituras locais e por particulares, em pedreiras que

se concentram, principalmente, na região de Ijaci e Ponte do Funil. Em alguns locais, é

explorada para fins ornamentais, como revestimento na construção civil, mas a maioria

é destinada às obras urbanas.

3.5 Solos

Segundo o Plano Diretor (HOLOS, 2003), dos solos mapeados durante o EIA

(INTERTECHNE & LEME, 1992) o podzólico vermelho amarelo é o que ocupa a maior

extensão e distribui-se, em superfícies movimentadas, com relevos que variam de

plano/suave ondulado a forte ondulado/montanhoso. A limitação deste solo se deve, em

grande parte, ao relevo, à baixa fertilidade e à presença de cascalhos em sua massa. Sua

utilização é bem diversificada, com áreas de lavoura de café, agricultura temporária e

pastagens.

Também são encontrados os latossolos vermelho amarelo e vermelho escuro, o cambissolo

e o solo litólico. Os primeiros ocorrem, predominantemente, sobre relevo plano e suave

ondulado. Os cambissolos ocorrem sobre relevo ondulado a escarpado, tendo como

principais limitações ao uso agrícola o relevo acidentado, a baixa fertilidade e a

pedregosidade. Os solos litólicos também estão sobre relevo acidentado e possuem pouca

profundidade e elevada pedregosidade.

8

3.6 Meio Biótico

Quanto à cobertura vegetal, há formações florestais (mata estacional semidecidual e mata

ciliar), savânicas (cerradão, cerrado, campo cerrado, campo limpo, campo rupestre) e

campos de várzea. Como resultado das intervenções humanas, essas formações encontram-

se bastante empobrecidas, sendo que as mesmas foram substituídas por vegetação

antrópica, principalmente por pastagens, e, em menor proporção, pelo plantio de café e

milho.

As matas são encontradas em fragmentos, acompanhando drenagens, e algumas vezes

estendendo-se pelas encostas e ocupando o topo de algumas elevações, o que é de fácil

identificação através das imagens de satélite (Figura 02). Além da descaracterização

histórica por retirada de madeira e a retirada de lenha para carvão, atualmente sofrem

pressões advindas da retirada de madeira para uso doméstico (lenha, pequenas construções

rurais), do fogo e do pastoreio do gado.

Figura 02 - Foto a mata e foto de satélite

Com relação à composição florística, destacam-se as espécies pau d’óleo (Copaifera

langsdorffii), cafezinho (Faramea sp.), pombeiro (Tapirira peckoltiana), jacarandá-tã

(Machaerium villosum) e a grande variedade de epífitas existentes nos trechos da mata

próximos ao rio. Alguns remanescentes florestais mostram-se, ainda, bem preservados,

guardando uma elevada riqueza de espécies, constituindo-se numa importante reserva da

diversidade biológica regional.

9

Com a formação do reservatório foi desmatada uma área de 702,61 ha. No entanto, ainda

restaram importantes remanescentes na área de entorno do empreendimento. Estes, além de

servirem de refúgios naturais para a fauna, também serão úteis como fonte de disseminação

de propágulos para a colonização das margens do reservatório e como local de coleta de

sementes.

Quanto à fauna, nas áreas estudadas pelo EIA, não foi verificada a presença de espécies de

aves, anfíbios ou répteis ameaçadas de extinção. Para a avifauna, prevê-se que as espécies

mais impactadas serão aquelas de hábitos florestais, visto a supressão de alguns fragmentos

florestais, e estes são de pouca ocorrência na área de influência. Para a herpetofauna

(SETE, 2001), as diversas formações ambientais ocorrentes na área de estudo, dentro de

suas características peculiares, são propícias à sobrevivência de todas as espécies

inventariadas, pois ocorrem remanescentes naturais que podem comportar este grupo

faunístico.

Quanto à mastofauna. apesar da longa história de ocupação da região, há um grande

desconhecimento sobre a fauna terrestre da bacia do rio Grande. Entre os primatas,

registra-se a presença na região do mico-estrela (Callitrix penicilata), do sauá (Callicebus

personatus nigrifons) e do macaco-prego (Cebus apella), sendo este apenas avistado

recentemente, durante os estudos de monitoramento dos sauás (SETE, 2001c).

Foram levantadas sete espécies de mamíferos ameaçadas de extinção, sendo que uma delas

(macaco sauá) ocorre na ADA (Área Diretamente Afetada), nas matas que foram

suprimidas com a implantação do reservatório. Entre as demais espécies nesta categoria,

citadas para a região, estão o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o tamanduá-bandeira

(Myrmecophaga tridactyla), o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinos), a jaguatirica

(Leopardus pardalis), a onça-parda (Puma concolor) e a onça pintada (Panthera onca).

A caracterização da ictiofauna apresentada no EIA apontava para o fato de terem sido

catalogadas 35 espécies, distribuídas em 21 gêneros e 10 famílias durante os estudos para a

etapa de avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento. A execução do Programa

de Monitoramento da Ictiofauna, já em sua primeira etapa, novembro de 2000 a novembro

de 2001, (SETE, 2002c) permitiu ampliar este leque para 54 espécies distribuídas por 36

gêneros e 16 famílias.

10

3.7 Meio Socioeconômico

Com relação aos aspectos da urbanização, de um modo geral a região é

predominantemente agrícola, sendo que as industriais e o pólo comercial e de serviços

mais significativo se localiza em Lavras. Os núcleos urbanos mais próximos do

reservatório são as sedes municipais de Ijaci e Lavras, assim como o Distrito de Macaia

pertencente ao município de Bom Sucesso, e Nova Ponte do Funil pertencente ao

município de Lavras, ambos localizados às margens do reservatório. Também se situa

próximo ao reservatório o povoado de Rosário, pertencente ao Distrito de Macuco de

Minas, município de Itumirim. Cumpre destacar que destes núcleos urbanos citados apenas

Lavras não integra a Área de Entorno da UHE Funil.

As áreas de uso industrial são compostas por atividades de extração mineral (areia,

cascalho, gnaisse e granito) nos municípios de Lavras e Ijaci. Ressalta-se que a presença da

nova fábrica de cimento da Camargo Correia, em implantação em Ijaci, já apresenta, pelo

seu porte, um potencial indutor da ocupação urbana na sede municipal de Ijaci.

3.8 Arqueologia

Na região desenvolveu-se o ciclo do café e do leite. Existem ainda as festividades

religiosas e folclóricas, produção de arte, a cozinha mineira, cachaças de qualidade,etc.

Segundo a prospecção arqueológica (SETE,2000) No final do século XVII, a notícia de

ouro, fez com que os paulistas e europeus se embrenharem nos sertões ainda inóspitos

(Minas Gerais) – as chamadas bandeiras – esses homens logo chegaram à região, dominada

pelo rio Grande e seu afluente rio das Mortes. A região foi ocupada por pessoas

interessadas em usufruir sua posição estratégica, uma vez que se constituía em passagem

obrigatória para os que, vindo de São Paulo, se dirigiam para as lavras de Ouro Preto e do

Rio das Velhas.

Com o declínio da exploração aurífera, a comarca do Rio das Mortes destacou-se pela

produção de gêneros de subsistência. Em 1780, conforme descreve Teixeira Coelho, essa

comarca era a “mais vistosa e abundante de toda a capitania em produção de grãos,

hortaliças e frutos ordinários do país”, de modo que além de sustentar-se, provia outras

regiões com queijos, gados, carnes e etc.

Desse modo, possui a região longas tradições e uma importante trajetória econômica.

Como um dos elementos que comprovam esse dinamismo econômico, tem-se a instalação

11

na região de importantes ramais de estradas de ferro nas últimas décadas do século XIX.

Vivendo, sobretudo, das atividades agrícolas e da pecuária extensiva, praticadas em quase

toda a extensão de seu território, trata-se de uma das regiões mais ricas de Minas Gerais.

3.9 Uso do solo e cobertura vegetal

As tipologias de cobertura vegetal identificadas nos levantamentos de campo realizados na

Área de Entorno da UHE Funil, apresentadas conforme a terminologia adotada no EIA,

estão descritas a seguir:

− Floresta: mata estacional semidecídual, mata ciliar e cerradão;

− Pastagens e cultivos diversificados;

− Cerrado;

− Campo cerrado e campo limpo;

− Pastagem:pastos limpos a pastos sujos;

− Solo exposto:;

− Área urbanizada:

− Indústria:

− Mineração:

Quanto às atividades agropecuárias foram identificados os elementos a seguir.

− Cultivo de café e milho;

− Cultivos diversificados: (milho, feijão, capim elefante, sorgo, banana, horta, pomar,

café, dentre outros);

− Cultivo de eucalipto.

12

4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

4.1 Geoprocessamento

Segundo Moura (2003) geoprocessamento é o processamento de dados georeferenciados

que engloba o processamento de imagens, cartografia digital e o sistemas informação

geográfica (SIG – Sistem information Geografic ou GIS – Geografic information sistem).

A cartografia digital refere-se a automação de projetos, captação, organização e desenho de

mapas, enquanto o SIG refere-se à aquisição, armazenamento, análise e manipulação de

dados georeferenciados (processamento de informação espacial).

Teixera (1992) associa o sentido geográfico ás informações quando afirma que um sistema

de informação geográfica utiliza uma base de dados computadorizada que contém

informação espacial sobre a qual atuam uma série de operadores espaciais.

A classificação dos aplicativos segundo Moura (2003) estão descriminados abaixo:

− CAD – desenho digital, representação de informações geográficas;

− DESKTOP – intermediário entre CAD e SIG;

− SIG – analisa e manipula informações, formula previsões, gera proposta de controle do

sistema e identificação de soluções aos problemas apresentados.

O software SPRING (Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas) é um

banco de dados geográfico, com as características:

− Opera como um banco de dados geográfico sem fronteiras e suporta grande volume de

dados (sem limitações de escala, projeção e fuso), administra tanto dados vetoriais

como dados matriciais (“raster”), e realiza a integração de dados de sensoriamento

remoto num SIG; contém a linguagem legal - linguagem espaço - geográfica baseada

em álgebra.;

− Sendo um aplicativo brasileiro, o SPRING é de fácil acesso, com sua ajuda foi possível

a analise comparativa das imagens em estudo. É importante ressaltar que cada imagem

− Possui uma resolução diferente, e segundo LOPES (SPRING 2004), o SPRING

permite a entrada direta de imagens provenientes de satélites, e cada imagem apresenta

características distintas quanto à resolução.

13

4.2 Resolução

Resolução é a medida da habilidade que um sistema de sensor possui em distinguir entre

respostas que são semelhantes espectralmente ou próximas espacialmente. A resolução

pode ser classificada em espacial, espectral e radiométrica.

Resolução espacial: mede a menor separação angular ou linear entre dois objetos. Por

exemplo, uma resolução de 20 metros implica que objetos distanciados entre si a menos

que 20 metros, em geral não serão discriminados pelo sistema.

4.3 Registro

Registro é uma transformação geométrica que relaciona coordenadas da imagem (linha e

coluna) com coordenadas geográficas (latitude e longitude) de um mapa. Essa

transformação elimina distorções existentes na imagem, causadas no processo de formação

da imagem, pelo sistema sensor e por imprecisão dos dados de posicionamento do satélite,

conforme a figura apresentada abaixo (figura 03).

Figura 03 – Registro de imagens( fonte:www.inpe.com.br tutoria SPRING)

A necessidade de fazer o registro aparece quando:

− Integração de imagens obtidas por sensores diferentes.

− Imagens obtidas em tempos diferentes. Análise temporal.

− Imagens tomadas em posições diferentes. Obter informação tridimensional

− Mosaico de imagens

14

Ainda segundo LOPES (Spring 2004), em áreas de florestas, pode-se aceitar um erro de 3

"pixels", para a mesma resolução, pela dificuldade de se conseguirem pontos de controle.

Para a realização do registro

Outro parâmetro usado para analisar o erro é função da escala que está se trabalhando. Por

exemplo: para um mapeamento na escala de 1:50.000, o erro aceitável no registro é metade

do valor da escala, isto é 25 metros. Assim um erro de dois pixels, para resolução de 10

metros, isto é, 20 metros, seria aceitável para esta escala de trabalho.

4.4 Contraste A técnica de realce de contraste tem por objetivo melhorar a qualidade das imagens sob os

critérios subjetivos do olho humano. É normalmente utilizada como uma etapa de pré-

processamento para sistemas de reconhecimento de padrões.

O histograma de uma imagem descreve a distribuição estatística dos níveis de cinza em

termos do número de amostras ("pixels") com cada nível. a figura 04) apresenta a

transformação do histograma.

Figura 04 – Tabela de transformação do histograma ( fonte:www.inpe.com.br tutoria SPRING)

Como regra geral pode-se tomar que quanto maior a inclinação de curva aplicada no

histograma, maior o contraste.

Segundo LOPES (2004) O realce de contraste do aplicativo SPRING tem por objetivo

melhorar a qualidade das imagens ao olho humano. A manipulação deste contraste consiste

em aumentar a discriminação visual entre os objetos presentes na imagem através do

15

histograma da imagem onde trabalhando com as bandas verde,vermelha e azul. Utilizando

os seguintes contrastes:

− MinMax;

− RaizQuadrada;

− Quadrado;

− Logarítmico;

− Negativo e;

− Equalização de Histograma.

E por fim analisar e utilizar as opções de contraste por edição verificando as operações de :

Eliminar, Adicionar e Mover pontos da curva de realce.

4.5 Classificação Classificação é o processo de extração de informação em imagens para reconhecer padrões

e objetos homogêneos. Os Classificadores "pixel a pixel" utilizam apenas a informação

espectral isoladamente de cada pixel para achar regiões homogêneas.

O resultado final de um processo de classificação é uma imagem digital que constitue um

mapa de "pixels" classificados, representados por símbolos gráficos ou cores.

As técnicas de classificação multiespectral "pixel a pixel" mais comuns são: máxima

verossimilhança (MAXVER), distância mínima e método do paralelepípedo.

MAXVER considera a ponderação das distâncias entre médias dos níveis digitais das

classes, utilizando parâmetros estatísticos. Para que a classificação por máxima

verossimilhança seja precisa o suficiente, é necessário um número razoavelmente elevado

de "pixels", para cada conjunto de treinamento. Os conjuntos de treinamento definem o

diagrama de dispersão das classes e suas distribuições de probabilidade, considerando a

distribuição de probabilidade normal para cada classe do treinamento.

16

5 MATERIAIS DE ESTUDO

5.1 Imagens

− Imagens de satélite Landsat 7 ETM imageadas em 1999 e 2003, composta pelas bandas

espectrais 3, 4, 5, cedida pelo INPE;

− Imagem de satélite cbers, imageadas em 2004,composta pelas bandas espectrais 2, 3, 4

cedida pelo INPE;

5.2 Cartas e mapas digitais

− Cartas em formato digital, escala 1:50.000, adquidas pelo site do IBGE; dos seguintes

municípios: Ibituruna, Itumirim, Itutinga, Lavras, Nepomuceno, Santana do Jacaré, São

Tiago e Santo Antônio do Amparo.

− Mapa de “Cobertura Vegetal e Uso e do Solo”, formato digital, na escala 1:50.000,

cedida pelo Consórcio Funil, com fonte em pesquisa de campo;

− Mapa de “Cobertura Vegetal e Uso e do Solo”, formato digital, na escala 1:50.000,

datado de 1998, com fonte em pesquisa de campo (BRANT) cedido pela SETE;

5.3 Aplicativos utilizados

− MICROSTATION 95 ;(CAD)

− AUTOCAD 2004(CAD)

− SPRING 4.1(Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas)

− IMPIMA 4.1( pertence ao SPRING)

− ARCVIEW 8.1 (SIG)

5.4. Relatórios e textos utilizados

− Relatórios de campo cedidos pela SETE – Soluções e Tecnologia ambiental, contendo

dados de pesquisa da região;

− Plano Diretor da UHE Funil cedido pelo Consórcio Funil;

− Dados de visita ao local estudado;

17

5.5 Imagens de satélite

As imagens adquiridas pertencem a origens diferentes, as duas primeiras foram adquiridas

através do satélite LANDSAT 7 e a última pelo satélite CBERs, as imagens possuem datas

e resolução diferentes. A seguir descrevemos alguns detalhes destas imagens.

5.5.1 Satélite LANDSAT 7

A primeira imagem (datada em 14/10/1999, foram utilizadas as bandas 3, 4 e 5) com

resolução espacial de 25m, na qual encontramos o rio Grande, com seus afluentes rio das

Mortes e Capivari em seu leito normal, esta imagem serve de base, e orientação para as

seguintes, por apresentar a região antes do enchimento do reservatório.

A segunda imagem (datada em 02/11/2003, foram utilizadas as bandas 3, 4 e 5) com

resolução espacial de 30m, através da imagem observou-se o reservatório recém

preenchido, com suas águas ainda turvas pela grande movimentação de sedimentos e

apresentando alguns focos de nuvens.

5.5.2 CBERS

A segunda imagem (datada em 20/09/2004, foram utilizadas as bandas 2, 3 e 4) com

resolução espectral de 20m, através da imagem observou-se o reservatório com suas águas

limpas.

Observa-se que as datas das imagens coincidem com o preparo de solo, ou seja, fim da

seca e início da chuva, dando assim uma noção a respeito das áreas preparadas para novas

culturas.

6 METODOLOGIA

6.1 Registro e processamento das imagens

Por pertencer a satélites diferentes, as imagens possuem características próprias, e

resoluções diferentes devido às características de cada satélite. Para analisar as imagens há

a necessidade da utilização de parâmetros iguais, o que levou a execução de uma série de

comandos através dos aplicativos IMPIMA e SPRING, ambos desenvolvidos pelo INPE.

Utilizando o aplicativo IMPIMA nas imagens LANDSAT, para reamostrar suas bandas

espectrais (2,3, e 4), as imagens passam a ter uma reamostragem de 20m, facilitando assim

18

a realização da analise temporal das imagens. As imagens reamostradas e a imagem do

CBERs, que apresenta uma resolução de 20m, passam a ter os mesmos parâmetros.

Estas imagens apresentam distorções, causadas por imprecisão dos dados de

posicionamento do satélite e pela formação dos sinais dos sensores dos satélites em

imagens. A correção da distorção é feita através de uma transformação geométrica que

relaciona as coordenadas das imagens com coordenadas geográficas de um mapa.

A situação geográfica do reservatório da UHE FUNIL, gera a necessidade de unir várias

cartas digitais. As cartas de Ibituruna, Itumirim, Itutinga, Lavras, Nepomuceno, Santana do

Jacaré e São Tiago e Santo Antônio do Amparo, adquiridas através do site do IBGE, foram

geradas na extensão DGN do aplicativo MICROSTATION.

Estas imagens foram exportadas para o aplicativo Autocad, onde foram realizados vários

comandos para separar as feições em layers, recortar o polígono de interesse e realizar a

limpeza topológica, deixando as informações mais importantes e excluindo as

desnecessárias ao objetivo deste trabalho (figura.05).

Figura 05 – Base vetorial

Utilizando a base vetorial do IBGE na escala de 1/50.000, e os layers de interesse com a

limpeza topológica efetuada (Tabela 01), observou-se que o layer de hidrografia

apresentava as melhores condições para a realização do Registro, pois as imagens

19

possuiam os contornos do Rio Grande e seus afluentes bem definidos para a execução do

mesmo.

Tabela 01- Tabela de layers utilizados

A transformação geométrica definida como Registro, elimina as distorções existentes nas

imagens causadas pela sua formação nos sensores dos satélites. A necessidade da execução

deste comando no SPRING aparece quando trabalha-se com imagens de origens diferentes,

obtidas em épocas diferentes, mosaico de imagens e tomadas em posição diferente para

obter informações tridimensionais. Neste trabalho as imagens apresentam as duas

primeiras características para a realização do Registro.

Os pontos de controle são marcados nas imagens e na base vetorial (layer hidrografia

georeferênciado) sucessivamente (como na Figura 06), em toda área apresentada pelas

imagens. Utilizando todos os pontos disponíveis do programa e a equação de 1ºgrau para

efetuar o Registro, obtive-se um resultado de erro de controle considerado muito bom, já

que se trata de uma área de floresta (mata). Como se refere no manual do aplicativo

SPRING (2004), é aceitável em áreas de florestas um erro de 3 pixels no ponto de controle.

Na Tabela 02 apresentamos os resultados de pontos de controle das imagens.

20

Figura 06 - Registro de imagens

RESULTADO DOS ERROS DE PIXELS DOS PONTOS DE CONTROLE

DATA DAS IMAGENS ERRO DE PIXELS

1999 1,476 pixel

2003 1,489 pixel

2004 1,824 pixel

Tabela 02 - Resultados de pontos de controle das imagens

Segundo LOPES (2004), o realce de contraste do aplicativo SPRING tem por objetivo melhorar a qualidade das imagens ao olho humano. A manipulação deste contraste consiste em aumentar a discriminação visual entre os objetos presentes na imagem através do histograma da imagem onde trabalhando com as bandas verde,vermelha e azul.

6.2 Classificação por região

O aplicativo SPRING classifica as regiões facilitando a obtenção dos resultados para a

analise temporal das imagens utilizando os pixels, deixando as regiões mais homogêneas.

O resultado final é uma imagem digital constituindo regiões classificadas por cores ou

símbolos.

Para a classificação das imagens utilizadas foi necessário simplificar as classes e feições, o

que permitiu analisar poucas classes, pois as imagens apresentam resoluções de 20,25 e

30m, portanto o aplicativo poderá confundir algumas classes. Apresenta-se na tabela 03 as

classes feições simplificadas e as classes a serem agrupadas.

21

CLASSIFICAÇÃO DAS REGIÕES

CLASSES E FEIÇÕES SIMPLIFICADAS CLASSES A SEREM AGRUPADAS

Áreas Abertas Pasto Limpo, Pasto Sujo, Pasto Degradado, Cerrado,

Campo Cerrado E Campo Limpo

Mata Estacional

Floresta Estacional Semidecidual (Capoeira E

Capoeirinha), Mata Ciliar, Cerradão E

Sivicultura(Eucalipto), Corredores Arbóreos

Cultura Café, Milho, Banana, Frutiferas(Pomar), Cana De

Açúcar; Capineira Feijão, Capim Elefante, Sorgo;

Áreas Urbanas Cidades, Chacreamentos, Vilas, Construções

Mineração Afloramento Rochoso, Terras Desnudas, Erosão

Terras De Plantio Terras Aradas

FEIÇÕES

Hidrografia Rio Grande, Rio Capivari E Rio Das Mortes

Ilhas Formação De Ilhas

Tabela 03- As classes feições simplificadas e as classes a serem agrupadas .

Portanto, a simplificação das regiões facilita a assimilação de classificação do aplicativo

SPRING através da técnica de verossemilhança (MAXVER) Apresentamos os gráficos da

classificação por classe (Figura 10 a,b,e c).

Nestes gráficos apresenta-se cada classe analisada seguindo a simplificação das classes

citada acima, constando o índice de acerto e o índice de confusão feitos pelo aplicativo ao

analisar as regiões, e a classe com a qual foi confundida a classe analisada.

22

7 RESULTADOS

As imagens de satélite são processadas através de funções matemáticas específicas. Soma-

se a isso, a informação de que o processamento digital traz um ganho substancial porque

permite distinguir detalhes não visíveis a olho nu e a separar um número muito maior de

cores que o olho humano seria capaz.(figuras 07 e 08)

Figura 07 – Imagem LANDSAT 1999 com resolução 25m

Figura 08– Imagem CBERS 2004 com resolução 20m observa –se o reservatório preenchido

23

Utilizando os contrastes: linear e quadrado, obtivemos os seguintes resultados,

apresentados na Figura 09. Onde apresentamos as imagens de satélite adquiridas e ao lado

da mesma, a imagem reamostrada, registrada e com os contraste definido.

1 – Imagem Landsat-1999 com resolução 25m. 1a – Imagem com os contrastes definidos e reamostrada para 20m e efetuado o registro.

2 – Imagem Landsat 2003 com resolução 30m 2a – Imagem com os contrastes definidos e reamostrada para 20m e efetuado o registro

3 – Imagem CBERS 2004 com resolução 20m 3a – Imagem com os contrastes definidos e reamostrada para 20m e efetuado o registro

Figura 09 –Imagem de satélite

24

A seguir apresentamos os gráfico concebidos através dos resultados de classificação. Os gráficos estão divididos por ano e classe, para melhor assimilação dos dados, como nas figuras 10 a,b, e c. a) Classificação de 1999

Figura 10a – analise de classificação

A classificação de Mancha Urbana e Mata corresponde a 100% de acerto das áreas

analisadas com estas tipologias, ou seja o SPRING consegui detectar as manchas

analisadas. Nas classes restantes, houve conflito ao analisar as áreas.

Do total da área analisado como cultura, tivemos uma pequena confusão com Pastagem, o

que aconteceu também com a classificação do Rio que também houve confusão com a

classe de Mata. A Classificação da Área Desnuda deixou a desejar, pois do total analisado,

o SPRING confundiu uma parte da área com Mata, e outra com Pastagem como demonstra

os gráficos acima. O mesmo acontecendo com Pastagem que foi confundida com Cultura e

Mancha Urbana.

Cultura 1999

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Cultura Pastagem

Mancha Urbana 1999

0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Mancha Urbana

Pastagem 1999

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Pastagem Mancha Urbana Cultura

Mata 1999

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Mata

Rios 1999

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Rios Mata

Área Desnuda 1999

0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00% 8,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisador Área Desnuda Pastagem Mata

25

b) Classificação de 2003

Figura 10b – analise de classificação

Na classificação da imagem de 2003, obtivemos sucesso ao analisar as classes de Mata e

Rios conseguindo um total de 100% de acerto das áreas analisadas. O que já não acontece

com as classes de Cultura e Mancha Urbana, que houve confusão em pequena parcela com

Mata e Cultura, ou seja a classe cultura teve uma pequena parcela de confusão com Mata

e a Mancha Urbana uma pequena parcela com áreas de Cultura, No entanto, a classe de

Pastagem obteve confusão com as duas classes citadas acima, Mata e Cultura

Neste Ano não apresentamos a Classe de áreas Desnudas, devido ao grande índice

pluviométrico, que não foi possível a analise desta área.

Cultura 2003

0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Cultura Mata

Mata 2003

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Mata

Rios 2003

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Rios

Urbanização 2003

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Urbanização Cultura

Pastagem 2003

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Pastagem Mata Cultuta

Mancha Urbana 2003

26

c) Classificação de 2004

Figura 10c – analise de classificação

Na classificação da imagem de 2004, obtivemos sucesso ao analisar as classes de Mancha

Urbana e Rios conseguindo um total de 100% de acerto das áreas analisadas. O que já não

acontece com as classes de Cultura, Mata e Áreas Desnudas, que houve confusão em

pequena parcela com as respectivas áreas: Pastagem e Mancha Urbana, como podemos

verificar acima.. No entanto, a classe de Pastagem obteve confusão com as classes de

Cultura e Mata.

Cultura 2004

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Cultura Pastagem

Urbanização 2004

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Mancha Urbana

Pastagem 2004

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Pastagem Cultura Mata

Mata 2004

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Mata Pastagem

Rios 2004

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Rios

Área Desnuda 2004

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00%

Indice de Acerto na Classificação

Analisado Área Desnuda Urbanização

Mancha Urbana 2004

27

7.1 Observações a respeito das imagens

Durante a analise das imagens foram observadas algumas curiosidades, como a imagem de

1999, que apresenta uma mancha escura, próximo ao local onde foi construída a usina

hidrelétrica (Figura11). Analisando a leitura dos pixels, verifica-se que os níveis de cinza

aparecem nas bandas espectrais vermelha e azul apresentando a mesma representação de

água na imagem. Uma vez que na região não há presença de lagoas de grande porte, foi

necessária uma análise mais profunda da região. A primeira hipótese seria o desvio do rio

para a construção da usina, mas revendo os dados fornecidos pelo consórcio Funil e SETE,

verificou-se que para a construção da barragem foi construído um túnel na margem

esquerda do rio (ver Figura 12). O mapa apresentado no relatório do EIA (BRANT, 1998)

e no relatório do PCA (SETE, 2001) relata a presença de pasto sujo no local. Concluí-se

que mesmo analisando a imagem, é necessária uma pesquisa de campo para retirar duvidas

como estas.

28

Figura 11 – imagem de 1999 com mancha

Entrada do túnel de desvio do AHE Funil Saída do túnel Figura 12– Fotos do Túnel

29

8 ANÁLISE DOS RESULTADOS

8.1 Resultado do desempenho do aplicativo

O resultado de desempenho do aplicativo foi considerado relativamente bom, pois de

acordo com o gráfico apresentado na Figura 13, a confusão média dos três anos foi de

11,82% em relação a 88,18% do desempenho geral do aplicativo. Obteve-se 100% de

exatidão ou acerto em algumas classes, como pode-se observar no gráfico de barra da

Figura.

Exatidão entre Usuário e Produtor

88,24%

55,56%

88,57%

84,62%

100,00%

100,00%

93,75%

100,00%

79,49%

100,00%

94,74%

62,50%

Cultura

Mancha Urbana

Pastagem

Mata

Rios

Área Desnuda

Exatidão do Produtor Exatidão do Usuário

Classificação de 1999

30

Exatidão entre Usuário e Produtor

72,00%

100,00%

100,00%

71,43%

100,00%

94,74%

92,00%

72,31%

100,00%

100,00%

Cultura

Urbanização

Pastagem

Mata

Rios

Exatidão do Produtor Exatidão do Usuário

Classificação de 2003

Classificação de 2004

Figura 13 - Resultado de desempenho do aplicativo

Exatidão entre Usuário e Produtor

90,00%

96,00%

39,47%

90,91%

100,00%

100,00%

81,82%

100,00%

71,43%

57,14%

100,00%

95,45%

Cultura

Urbanização

Pastagem

Mata

Rios

Área Desnuda

Exatidão do Produtor Exatidão do Usuário

31

8.2 Resultado da classificação

Finalizando a classificação obtive-se o mapeamento das classes para a apresentação do

mapa temático (raster), que foi utilizado para a analise temporal. Com suas regiões

formadas e classificadas, apresenta-se os resultados descriminados na Tabela 04.

CÁLCULO DE ÁREAS POR GEO-CLASSE

ÁREAS DAS IMAGENS TEMÁTICAS ANALISADAS GEO - CLASSE

1999 2003 2004

Áreas Abertas 12725.24ha 12185.16 ha 9899 ha

Mata Estacional 6772.28 ha 4752.88 ha 6372 ha

Culturas 263.72 ha 557.12 ha 370.92 ha

Áreas urbanas 219.2 ha 354.44 ha 353.88 ha

Mineração 16.04 ha 25.88 ha 18.48 ha

Terras de Plantio 329.32 ha - 375.4 ha

Hidrografia 998.68 ha 3448 ha 3933.72 ha

Ilhas 4.52 ha 4.36 ha 5.76 ha

TOTAL 21329 ha 21327 ha 21329 ha

Tabela 04 – Cálculo de áreas por Geo-Classe

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que as imagens foram obtidas na época denominada

de preparo de solo, ou seja, fim da seca e início da chuva (setembro a outubro), o que dá

uma noção a respeito das áreas preparadas para novas culturas. Já a imagem de 2003, que

apresenta a data de obtenção em 02 de novembro, demonstra a região já com as culturas

afloradas, confundindo com as Matas Ciliares e Revegetação. Pode-se ainda salientar que o

final do ano de 2003 apresentou um índice pluviométrico bastante elevado. Já a imagem de

2004, (imageada em setembro) apresenta a região totalmente seca, as matas estão retraídas

(secas), apresentando uma área maior de pastagem.

Realizando a analise temporal das regiões, baseada nos dados obtidos através da

classificação das regiões, encontra-se resultados interessantes da região estudada, que

podem ser observados na Figura 14.

32

Figura 14- resultado de classificação

De acordo com o gráfico da Figura 14 pode-se analisar os seguintes dados:

− Ilha – houve um aumento gradativo de ilhas com o preenchimento do reservatório,

como demonstra o gráfico apresentado. O ano de 1999 apresenta 4,52ha de ilhas

passando para um total de 5,76ha em 2004. Salienta-se ainda que no ano de 2003 o

índice de 4,36ha é menor que o de 1999, sendo isso possível por apresentar áreas

inundadas pelo grande volume de água obtido pelas chuvas naquele ano;

− Hidrografia – no ano de 1999 a região não apresentava o reservatório preenchido, o

que é notado pelo grande acréscimo de águas no ano do enchimento do reservatório e

ainda um pequeno acréscimo até o reservatório atingir seu NA normal em 2004. É

importante citar que o índice de 2003 é menor que o de 2004, no entanto, deveria ser o

contrário por ser o ano de 2003 o de maior índice pluviométrico;

− Terra de plantio – não foi encontrado nenhum resultado de plantio de terras em 2003.

Como já citado antes, as terras preparadas já apresentavam crescimento, confundindo

assim com outras classes. Portanto, o acréscimo de terras de plantio encontrado no ano

de 2004 é irrelevante para executar um comparativo de crescimento elevado ou não,

Resultado da Classificação por Período

9899,00 ha

6372,00 ha

370,92 ha

353,88 ha

18,48 ha

375,40 ha

3933,72 ha

5,76 ha

4752,88 ha

557,12 ha

354,44 ha

25,88 ha

3448,00 ha

4,36 ha

6772,28 ha

263,72 ha

219,20 ha

16,04 ha

329,32 ha

998,68 ha

4,52 ha

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 120

Áreas Abertas

Mata Estacional

Culturas

Áreas Urbanas

Mineração

Terra de Plantio

Hidrografia

Ilhas

2004 2003 1999

33

pois em 1999 o índice está quase equiparado ao de 2004, sendo que no primeiro ano

não existia o reservatório;

− Mineração – o acréscimo de mineração no ano de 2003, refere-se ao tipo de

agrupamento de classe que apresentado, pois na classe mineração agruparam-se

também o afloramento rochoso, terras desnudas e erosão, e este aumento

provavelmente seria o aumento das erosões pelas águas das chuvas;

− Manchas Urbanas – houve um acréscimo das áreas urbanas, pois as vilas inundadas

pelo reservatório, tiveram suas casas relocadas;

− Cultura – o resultado obtido com as terras de plantio é o contrario das culturas no ano

de 2003, por apresentar um resultado de grande acréscimo, pois observando o ano de

2004 a área de cultura foi bem menor.

− Mata estacional – houve uma diminuição considerável de matas e florestas devido ao

enchimento do reservatório em 2003, passando a ter um acréscimo desta classe no ano

seguinte devido ao reflorestamento do entorno do reservatório

− Áreas abertas – As áreas abertas foram diminuindo gradativamente dando espaço para

o reservatório em 2003, o reflorestamento e também o relocamento das vilas.

Com estes resultados temos uma visão geral do que vem acontecendo com a área de

influencia do reservatório da UHE Funil.

34

9. CONCLUSÃO

Considera-se que os objetivos deste estudo foram alcançados. No que se refere ao uso de

solo e crescimento urbano, foi possível a localização do surgimento de ilhas e a relocação

urbana. Porém, devido ao curto espaço de tempo (um ano) entre as duas últimas imagens,

não foi possível analisar o surgimento de áreas de lazer, ranchos e chacreamento.Além

disso, as imagens obtidas possuem uma resolução de 30,25 e 20m,, o que quer dizer que

uma área alterada menor do que estas proporções não seria notada. Conclui-se que os

resultados obtidos representam uma pequena amostra daqueles possíveis de se conseguir

através do geoprocessamento. Desta forma, seria recomendável analises deste tipo em

estudos de controle ambiental, por permitir o monitoramento de áreas conhecidas a longa

distância, diminuindo o custos, já que as visitas ao campo serão reduzidas ou, dependendo

da região a ser controlada através deste meio, a pesquisa de campo seria feita somente se

ocorressem grandes modificações.

35

10. BIBLIOGRAFIA

AGOSTINHO, A. A. 1994. Pesquisas, Monitoramento e Manejo da Fauna Aquática

em Empreendimentos Hidrelétricos. Caderno 1 - Fundamentos. Seminário Sobre Fauna

Aquática e o Setor Elétrico Brasileiro. COMASE/ELETROBRÁS/MME. 61p.

COELHO, José João Teixeira. Instrução para o governo da Capitania de Minas Gerais.

Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1994, p. 739.

Hidrelétrica Funil, rio Grande, Minas Gerais: Estudos de Impacto Ambiental – Andrade

Gutierrez, Minasligas, Mineração Rio Novo.

BRAGA, P. I. S. & STEHMANN, J. R. Parecer sobre os domínios originais da Mata

Atlântica e considerações sobre a conservação de seus recursos naturais em Minas

Gerais. Belo Horizonte. Dezembro de 1990.

EITEN, G. 1982. Brazilian savannas. In: HUNTLEY, B. J. & WALQUER, E. H. (eds.)

Ecology of tropical savannas. Berlim: Verlag.

FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Banco de Dados da Mata Atlântica, 1. São

Paulo, SP. 1993.

HOLOS ENGENHARIA Plano Diretor ,2003

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Classificação

da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: Departamento

de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 1991.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA Mapa de

Vegetação do Brasil ,1993

LEME EGENHARIA. Estudo de Impacto Ambiental da UHE Funil. (Relatório

técnico). 19941992.

LOPES, LOPES Silva Sampaio, Tutorial 10 Aulas – Spring 3.6, 2004.

MOURA,Ana Clara Mourão. Geoprocessamento na gestão e Planejamento

Urbano,2003.

36

OLIVEIRA-FILHO, A. T.; SCOLFORO, J. R. S. & MELLO, J. M. 1994b. Composição

florística e estrutura comunitária de um remanescente de floresta semidecídua

montana em Lavras, MG. Revta. Brasil. Bot. 17 (2):167-182.

SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL ,Monitoramento da Ictiofauna,

2002

SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL Prospecção Arqueológica da

Área Diretamente Afetada e de Entorno do Reservatório do AHE Funil, 2001a

SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL, Monitoramento de

Herpetofauna (SETE, 2001)

SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL, Monitoramento dos Sauás (Sete,

2001c).

SETE – SOLUÇOES E TECNOLOGIA AMBIENTAL, Plano de Controle Ambiental

,1999.

TEIXEIRA, Amandio; CHRISTOFOLETTI,Antônio; MORETTI, Edmar. Introdução ao

Sistema de informação Geográfica,Ed. Dos autores,1992.

Site visitados

− www.ibge.com.br

− www.dpi.inpe.br/spring

− www.frigoletto.com.br/RecNaturais/hidreletrica.htm -

37

11 ANEXOS - DESENHOS

38

1 - Raster de classificação - Ano 1999

39

2 - Raster de classificação - Ano 2003

40

3 - Raster de classificação - Ano 1999

IjacíBrumado

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

Babilônia

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

PERDÕES

RIBEIRÃOVERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

LAVRAS

FAEPE

da Serra

Sobrado

Córreg

o

Gupira

Rosário

IJACI

Pedra NegraBom Sucesso

Bom

Suc

esso

Brumado

Ribeirão dos Tabules

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

das

Pira

petin

ga

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

BabilôniaRibeirão

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

Macaia

Pedra Negra

Nova Pontedo Funil

PERDÕES

VERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

FAEPE

Nova

Antiga

Comunidadeda Serra

Córrego

Água

Limpa

CórregoSobrado

Fundo

Córrego Gupira

Rosário

491000,000000 496000,000000 501000,000000 506000,000000 511000,000000 516000,000000 521000,000000 526000,000000

7650

000,

0000

0076

5500

0,00

0000

7660

000,

0000

0076

6500

0,00

0000

7670

000,

0000

00

®

0 1.800 3.600 5.400900 Metros

UHE FUNILCARTA DIGITAL

LEGENDAADAMunicipioRodoviasEstradas_vicinaisFerroviaCórregoEstradasMancha_UrbanaHidrografia

FONTE:Carta digital, IBEGE 1:50.000,www.ibge.com.br

ESCALA

IjacíBrumado

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

Babilônia

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

PERDÕES

RIBEIRÃOVERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

LAVRAS

FAEPE

da Serra

Sobrado

Córreg

o

Gupira

Rosário

IJACI

Pedra NegraBom Sucesso

Bom

Suc

esso

Brumado

Ribeirão dos Tabules

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

das

Pira

petin

ga

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

BabilôniaRibeirão

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

Macaia

Pedra Negra

Nova Pontedo Funil

PERDÕES

VERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

FAEPE

Nova

Antiga

Comunidadeda Serra

Córrego

Água

Limpa

CórregoSobrado

Fundo

Córrego Gupira

Rosário

491000,000000 496000,000000 501000,000000 506000,000000 511000,000000 516000,000000 521000,000000 526000,000000

7650

000,

0000

0076

5500

0,00

0000

7660

000,

0000

0076

6500

0,00

0000

7670

000,

0000

00

®

0 1.800 3.600 5.400900 Metros

UHE FUNILUSO DO SOLO

2004

LEGENDAADAMunicipioRodoviasEstradas_vicinaisFerroviaCórregoEstradasMancha_UrbanaHidrografia

FONTE:Carta digital, IBEGE 1:50.000,www.ibge.com.brImagem de Satélite CBERs2004ESCALA

Uso do SoloAreas AbertasMata EstacionalAreas de CulturaAreas UrbanasMineraçãoTerras de PlantioRiosIlhas

IjacíBrumado

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

Babilônia

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

PERDÕES

RIBEIRÃOVERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

LAVRAS

FAEPE

da Serra

Sobrado

Córreg

o

Gupira

Rosário

IJACI

Pedra NegraBom Sucesso

Bom

Suc

esso

Brumado

Ribeirão dos Tabules

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

das

Pira

petin

ga

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

BabilôniaRibeirão

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

Macaia

Pedra Negra

Nova Pontedo Funil

PERDÕES

VERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

FAEPE

Nova

Antiga

Comunidadeda Serra

Córrego

Água

Limpa

CórregoSobrado

Fundo

Córrego Gupira

Rosário

491000,000000 496000,000000 501000,000000 506000,000000 511000,000000 516000,000000 521000,000000 526000,000000

7650

000,

0000

0076

5500

0,00

0000

7660

000,

0000

0076

6500

0,00

0000

7670

000,

0000

00

®

0 1.800 3.600 5.400900 Metros

UHE FUNILUSO DO SOLO

2003

LEGENDAADAMunicipioRodoviasEstradas_vicinaisFerroviaCórregoEstradasMancha_UrbanaHidrografia

FONTE:Carta digital, IBEGE 1:50.000,www.ibge.com.brImagem satélite LANDSAT2003

ESCALA

Uso do SoloArea AbertasMata EstacionalAreas de CulturaAreas UrbanasMineraçãoterra de plantioRiosIlhas

IjacíBrumado

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

Babilônia

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

PERDÕES

RIBEIRÃOVERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

LAVRAS

FAEPE

da Serra

Sobrado

Córreg

o

Gupira

Rosário

IJACI

Pedra NegraBom Sucesso

Bom

Suc

esso

Brumado

Ribeirão dos Tabules

Babi

lôni

a

Dentro

Rio

Pimenta

Rio

Grande

Gra

nde

Rio

Grande

Rio

Mortes

Rio

das

Mor

tes

Rio

das

Pira

petin

ga

Córrego

Capiva

ri

Capi

vari

Varadouro

Rib

eirã

o

Ribeirã

o

Córre

go

BabilôniaRibeirão

Rib

eirã

o

Ribe

irão

Rib

eirã

oIta

pece

rica

Pimenta

Ribeirão

das

Macaia

Pedra Negra

Nova Pontedo Funil

PERDÕES

VERMELHO

IBITURUNA

MACUCODE MINAS

FAEPE

Nova

Antiga

Comunidadeda Serra

Córrego

Água

Limpa

CórregoSobrado

Fundo

Córrego Gupira

Rosário

491000,000000 496000,000000 501000,000000 506000,000000 511000,000000 516000,000000 521000,000000 526000,000000

7650

000,

0000

0076

5500

0,00

0000

7660

000,

0000

0076

6500

0,00

0000

7670

000,

0000

00

®

0 1.800 3.600 5.400900 Metros

UHE FUNILUSO DO SOLO

1999

LEGENDAADAMunicipioRodoviasEstradas_vicinaisFerroviaCórregoEstradasMancha_UrbanaHidrografia

FONTE:Carta digital, IBEGE 1:50.000,www.ibge.com.brESCALA

Uso do SoloAreas AbertasMata EstacionalAreas de CulturaAreas UrbanasMineraçãoTerra de PlantioRiosIlhas