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PREÇOS: No Rio $500 Nos Estados. . . . $600 O TOCO^TICO. ANNO XXIV SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEIRAS RIO DE JANHIR0. 13 FEVEREIRO DE 1929 UMA LAGARTA! NUM. 1.219 'Pescai0 fa X_aria- Om muito calor Carrapicho costuma convidar Goiabada para umaNo outr. lado da água Jujuba, Chiquinho. Benjamim e Lamparina troca- dia estavam os dois seduzindo bagres á beira do rio.vam opiniões a respeito de uma velha chaminé abandonada num capinzal. ,„ ePois os n,,-,.- j ii Q_ i„ r_i_ü e entraram todos quatro no interior da chaminé, mettendo pes e mãos We se ,i„ , .uatro garotos conduziram com cuidado o velhotubo de lolna , •__. ... . ' v Uesfa,;-, ¦, , ...pelos mnumeros orifícios . *'az'a, roído que estava pela ferrugem implacável. ..«_-i____. C^.rçs laccill'°s n.i< irevasdolubo en fer rojado partiram para os lados onde pescavam Carrapicho e Goiabada Foi ahi que licou provado que os'd..>is na° valem um caracol.

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PREÇOS:

No Rio $500Nos Estados. . . . $600O TOCO^TICO.

ANNO XXIV

SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEIRASRIO DE JANHIR0. 13 DÊ FEVEREIRO DE 1929

UMA LAGARTA! NUM. 1.219

'Pescai0 faX_aria- Om muito calor Carrapicho costuma convidar Goiabada para uma No outr. lado da água Jujuba, Chiquinho. Benjamim e Lamparina troca-

dia lá estavam os dois seduzindo bagres á beira do rio. vam opiniões a respeito de uma velha chaminé abandonada num capinzal.

,„ ePois os n,,-,.- j • ii _ i„ r_i_ü • • • e entraram todos quatro no interior da chaminé, mettendo pes e mãosWe se ,i„ , .uatro garotos conduziram com cuidado o velho tubo de lolna , •__. ... . ' vUesfa,;-, ¦, , ... pelos mnumeros orifícios .*'az'a, roído que estava pela ferrugem implacável. .. «_-i____.

C^.rçs laccill'°s n.i< irevasdolubo en fer rojado partiram para os lados onde pescavam Carrapicho e Goiabada Foi ahi que licou provado que os'd..>isna° valem um caracol.

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O TICO-TICO 2 — 13 — Fevereiro — 192Í)

Ao chegar, o millionario diz que o varredor haviaroubado 100$000 da carteira que elle havia achado; de-pois de muito discutir o juiz levanta e diz ao millionario:

Esta carteira não lhe pertence, porque, a que vocêperdeu continha 1:000$000 e esta contém 900$000, e en-tregahdo a carteira ao varredor mandou que elles se re-tirassem.

FERJALLA NASSIF.(13 annos de idade)mm% JtMm

jS^^^^Sjí A MORTE DA GRIPPE llSÉL

l_Ía__H__B^^^^^^ri_lÍNBl II& hnhü :tofnajddc,mm banhoOta* P» À ^Xr^K ffl k"* I __¦ ¦____ / IsemcJmenrycAeceicf^fe. iX%$*^\ít

W^%_* «21 '*á.l

m Êf* WliBE I^ocmjstipa^cíl.-íosse/yugúppéT\ \ tf \fês^_VJA. ]*-J__-_-^-b__5___-V>rP| I pozrfue mczrruSé, ^mandou,

^j f jy 1E^^^R^s|^n^]l I Jzomptafr, seisvichos Jl !/ //

M^-**^! B^ ¦ ___!?___! Ljéj7*\i I" 1 . YmmM/mmWM /\fW Â/wjâwm

Ml^^jWJyT/«J'^^gJjlg A' venda em todas as pharmacias e drogarias

BOMHavia a muitos annos um pobre varredor de rua que

vivia honradamente com sua modesta familia.Pae cie quatro creancinhas alime<.itava-as muito mal

devido 'seu pequeno salário que ma! clava para as suas

despesas.Um bello dia, estando elle a varrer a rua muito dis

trahido, achou uma carteira contendo 1:000$000.Contente com o feliz achado, sahiu ás carreiras a co-

municar o achado á mulher.Ficaram muito satisfeitos, e, começaram logo a fazer

castello no ar; subitamente o varredor franziu a testa be-sitando; depois olhou a mulher cheio de paixão e disse:

Este dinheiro não nos pertence, o melhor é procuraro verdadeiro dono que a estas horas afflicto ha de estar.

Ficou combinado para ir entregar o dinheiro na ma-jihã seguinte.

Na manhã seguinte lá foi o varredor procurar o le-gitimo dono do dinheiro achado; mas ao passar pelas ruassoube que o dinheiro era de um rico millionario; ao saberque era de um millionario elle reflectiu mas continuou asua jornada.

Ao chegar á casa do millionario, elle indagou se ha-via perdido uma certeira.

Tendo recebido resposta exacta, elle com bôa von-tade entregou a carteira.

O millionario quando recebeu a carteira virou asCostas ao varredor c retirou da carteira uma nota de cemmil réis sem ninguém perceber; o varredor ia retirar-sequando o millionario o chamou com ar severo:

— Senhor esta carteira continha 1:000|000 e aquisó tem 900$000, foi o senhor que me roubou; o varredormuito espantado disse que não foi elle que havia roubado,e, depois dc forte discussão resolveram ir até á casa dojuiz.

MÃESBAE A VOSSOS FILHOSLICOR ..CACAU'Vermifugo de Xavier é o-

melhor lombrigueiro porque*não tem dieta, dispensa o

purgante, não con<tém óleo, é gostoso)

e fortifica ascrianças.

faz axpellir osvermes intestinaes.<jue tanta mortandade

produz nas creanças.

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13 — Fevereiro — 1929 — 3 O TICO-TICO1

POMBINHA BRANCAEra uma pomba branca, viva, que sulcava lesta-

mente o espaço; cortava grandes distancias, alegre eleliz, 'voejando

sobre a montanha verde e sobre os co-Paes floridos onde pousava. A's vezes, antes do deal-Jar, sentia uma vertigem doce, de se atirar pelo espa-

Ç° além, batendo gostosamente as azinhas de "plumasde seda.

S voava, voava. ...

Um dia, bem me lembro, numa tarde que expi-ava lentamente nas brizas doces do crepúsculo, a

P°mbinha branca não voou. Coitadinha. . . Encon-rei-a na estrada, a gemer, com a azinha de plumasde seda esmnsada!. . .

— Pomba, minha pombinha branca! chamei, en-<ei'necido.

E, como eu previsse a sua morte, compadecido,8u'-a nas Iuaos íremalas de emoção. Ella parecia;

lcta e abria o biquinho, como se desejasse algumaisa. Parece que a comprehendi. Fiz-lhe um leitozi-

"l0 de flores e fobias frescas e deitei-a ali, onde ellaa "ao mais abria o biquinho, satisfeita entre as flô-

s e folhas que amava-E, feliz, expirou. .,:

Ceciuo J. Carneiro.,

AntiTebril

i

SlLVA^PAUJO ',

Falta deAppetite

Impalludismoconvale/cença-t

Anti-Grippal

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O T I C O - T i t O — 4 — 13 — Fevereiro — J92D

Dormem em vez de esludar.-_«T^_¦«________-__________i_-__-_--w--vi^^__^pM^Ia_a^(|VBH;_____I_a>a^^

MENS SANA IN CORPORE SANO!Nada mais exacto, especialmente nas escolas onde se verifica que os alumnos mal nutridos

atrazam-se em geral, são desanimados e cochilam nas aulas em vez de prestarem attenção áslições e dormem até nas bancas durante as horas de estudo!

São o martyrio dos professores. Falta nelles o elemento vital, animador do sangue quealimenta as funcções orgânicas e assim se arrastam por um estado de indolência, de somno-lencia, e de incapacidade geral.

Ha um meio simples e altamente efficaz para acabar com esta situação lastimável: dar-se ás creanças, nas horas de intervallo de aulas, ou em casa, uma bôa chicara de Leite MaltadoHorlick diariamente.

Acabemos com as chamadas merendas, que em geral consistem de um pedaço de pão comcarne ou queijo, e, raramente, uma frueta qualquer. Essas merendas pouco valor teem...

O Leite Maltado Horlick dá vigor e animação ao pequeno corpo, as funcções orgânicasserão despertadas, sangue novo e rico correrá pelas veias e afugentará as causas da fadiga,accumuladas no cérebro em virtude da má nutrição.

Veremos, então, as creanças indolentes, distrahidas, somnolentas, tornarem-se, para alegriados mestres, espertas, vivas, alegres e attentas ás aulas.

O Leite Maltado Horlick para os collegiaes atrazados no seu desenvolvimento, é salvavidacontra o naufrágio imminente e certo de um organismo mal nutrido.

PEÇAM AMOSTRAS APAUL, J. CHRISTOPH COMPANY.

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Sande Publica e receitado pelas Sununidades médicas — Falta de torças, Aoenua, Pobreza e Impureza de sangue, DigestõesDifficeis, Velhice precoce. Depositários: Araujo Freitas & C. •— 88. Rua dos Ourives, 88.

Leiam a ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA, a rainha das revistas nacionaes

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l!li!!l!!IIIIIIIU!!l!!IUIIIII[||[||!llllll!l!ll!lii|!!|Illin!llll||!il!!!l!!iii!|||inill i, ll!llll!!illil!!lllílllllilIliMlílliPÍIIIiiilíUIO!ií"i!

CO -TICO.^O TJ(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")

Redactor-Chefe: Carlos Manhães ¦— Director-Gerente: Antônio A. de Souza e Süva1 Assignaturas — Brasil: 1 anno, 25*000; O mezes. 13$000 — Estrangeiro: 1 aano, 60$000; 6 mezes, 35$000v-TonfS'S3la^,ras cornc<*am sempre no dia 1 do mez cm que forem tomadas e serão acceitas annual ou semestralmente.3 " A A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou carta registradaHo M_"?i?í declarado), deve ser dirigida á Sociedade Anonyma O MALHO — Rua do Ouvidor 164. Endereço telegraphico;-UA1.HO — Rio. Telephones: Gerencia: Norte. 6102. Escriptorio: Norte: 5818. Annuncios: Norte! 61S1. Otficlnas: Villa 624T.

| -succursal era Sâo Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feijô n. 27, 8» andar. Salas 86 e' 87.-^•iwiiiiniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiHiiiH^

__ô^^r^br^J^fer^^

Q

Meus netinhos:

U E E' A H U V

.A chuva, que nestes últimos tempos tem cabido<lüasi que diariamente nesta capital não é, como minta«íente pensa água que cae do céo. Os povos antigos

arn que a chuva era a água da terra que as nuvensavam para o céo para lavar as estiellas. Era uma

poética daquelles povos. Mas a chuva nao é na-

dizia

lev

idéa

a do que acima ficou dito.

Como todos meninos sabem, as nuvens são ag-

Segados de vapores suspensos no ar. Quando essasUvens, soffrem um resfriamento, mais ou menos ia-

Plcl°, da temperatura, deixam a sua forma gazoza,0r|densam-se e transformam-se em gottas d'agua que,

Pel° próprio peso, se precipitam para o solo. Essa éaplicação rigorosamente scienti fica da chuva.

A quantidade de chuva que cae, meus netinhos,a° e uniforme em todos os logares. Ao contrario, va-

na segundo a natureza do terreno e a direcçãc dovento. Assim, a quantidade de chuva que cae numa

montanha é tanto maior quanto mais alta é essa mon-

tanha e quanto mais forte no lado de onde sopra ovento,

A sciencia já conseguiu determinar a quantidacede chuva que cahiu, no decorrer de um anno, em tode*

os continentes, avaliando-a em cento e vinte e dois mil

Kilometros cúbicos. Vovô não pode saber se esse cal-

culo está certo, mesmo porque seria desnecessário co-nhecer a exactidãò de tal problema.

O que interessa a vecês é saber o que é a chuva

para não incidirem no erro de definição tão commum

entre as pessoas que não sabendo a origem de certas

cousas querem definil-as sem acerto.

VOVÔ

r>~X *•'í<r~S2^L

i»/^ a*^t ?-'*''-"'¦ v« ,~*r**^-:>'\\:x:;-

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O TICO-TICO -— Ü — 13 — Fevereiro —- 192»

m \/» vjr**-? i-arfí. fff^e.

Jü'«-___^'EZ_^J?OTICOTICO

—^N_! • *-?'^^^-^*?*^--«___.

..UMA .GIRARA(HISTORIA

ANNIVERSARIOS

^ ^ Em, Rezende, onde se encontram a passeio, fes-tejaram seu anniversario natalicio a Io do corrente a es-tudiosa menina Maria de Lourdes Silva, nossa gentilleitora, e a 3 o nosso intelligente am'guinho Álvaro SilvaFilho (Pipoca), admirador d'0 Tico-Tico, ambos filhosdo Sr. Álvaro Silva e de sua esposa D. Glorinha Silva,professora municipal.

NA BERLINDA.--,»

^ 3> Estão na berlinda os seguintes rapazes e se-nhoritas de Olaria: Odette, por ser amável, Zilda, por serretrahida; Romeu, por ser ciumento; Althair, por ser en-cantadora; Arides, por ser querido; Alice, por ser passea-deira; Armindo, por ser prestativo; Zenith, por ser gra-cosa; Lupercilio, por ser bonito; José, por ser sympathico;Archimedes, por gostar das pequenas; Renato, por ser con-selheiro; Irene, porgostar de dansar; illllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllillRaphael, por sercamarada; Glori-nha, por ser con-versadora; Vidi-nha, por ser ale-gre; Alvinho, porser genioso; Lyra,por ser mega, eeu, por falar averdade. — Rainhados Diamantes.

EM LEILÃO...

® <S> Estão emleilão os seguintesrapazes e senhori-tas que conheço:Quanto dão pelosorriso da Elo-rida ? pela gor-dura do Manduca?pela graça doWaldemar? pelosboatos modos daMarina? pelosolhos da Hermi-nia? pela bellafarda do José ?pela sympathia doJardel ? pela côrmorena do Hélio?pela franginha daStella? pelo risodo Henrique? pelafala do Olavo ?pelo andar daMaria Bom-fim? pelos cabel-los do Guerino?pelo gênio doManoel Cunha M. ?

P A T ,E XMUDA)

.....JÍP*-'-••••'• [__ .*¦'¦":'•¦ [ Jfa_v••*•'Vi'y<*^f^tj

pela boa educação do Augusto? pela delicadeza da Elza?pelo acanhamento do Arthur? pela belleza da Nair? e. final-mente, quanto dão pela leiloeira? — Amiga de todos.

NO JARDIM,,,

<$> ? Querendo organisar um "bouquet". escolhi as sé-girntes moças e rapazes que conheço: Zulmira, por ser umavioleta; César, um miosotys; Nilda, uma camelia; Luiz,um amor-perfeito; Haydée, uma rosa; Osmar, um cravo;Alba, uma hortencia; Arlindo. um jasnvn; Romilda, umaaccac-a; Nelson, um bogary; Nelsina, uma sempre-viva;Oswaldo, um gira-sol; Jocelina, uma angélica; Diamantino,um crysanthemo; Muguett, uma dahlia; Júlio, uma beijode frade; Mariquinhas, uma rosa principe negro; Adolpho,um lyrio; Aracy, uma rosa chá; Arlindo, um jasmin doCabo, e eu, uma simples bocca de leão. Quem sou?<S> <S> Querendo fazer uma "corbeille",

para offerecerá senhorinha Laura Presta, arranjei as seguintes flores:

Joanninhá Presta,uma rosa de Jeri-c h ó ; JeffersonPinto, um cravo;Jeannette Pin-to, uma papoula;Carlos Presta,um gira-sol; Mil-ton Botelho, umresedá; AdeliaPresta, uma cravi-na; Aydil Luquet,uma violeta; Ar-temido, um copode leite; Esmerai-da Presta, umahortencia; lidaPresta, uma rosavermelha; IreneBotelho, uma rosabranca; DalvaBrasil, um cravode Petropolis; Ju-racy, uma orchi-d é a ; Venancia,uma flor de cera,e eu, uma florsylvestre. — :?., P.

NO CINEMA...

^ ^ Foram con-tractados para umum film os se-guintes meninos emeninas: Devana-ghi, a Lily Dami-ta; Paulo, o Ri-cardo Cortez; Le-nyra, a EstherRalston; Joel, oConrad N a g e 1 ;Jacy, a ClaraBovv; Walter, oB.uck Jones.

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13 — Fevereiro •— 1929. 0 T I C 0 - T I Ç Q

I> JE & T I IV OA agita saHiu da fonte e foi correndo ligeira pelos ca-

minhos de sombra de uma azulada montanha. Chegou de-- pois á campina, mas não parou. Foi andando, foi sempre

andando, a cantar.-. Que canto lindo é o das águas !;

E' uma musica exquisita, tão suave, tão dolente, queaté parece uma queixa, um soluço de quem parte, uma sau-

dade que fica, uma esperança que vae! E aquella água cor-

rendo fez-se um regato pequeno e foi crescendo, crescendo

para formar largo rio, que ia fugindo, ia longe, em busca

cio verde mar! Nem um instante siquer na água que foi re-

gato, no regato que foi rio, calou a musica triste que brotou

na fonte escura de uma azulada montanha. Como é feliz

o regato! Que ventura tem o rio! Busca, cantando ou cho-

rando, o lago, outro rio, o mar. E sempre o regato, o rio

sabem que ali vão chegar. Mas Vovó sempre me disse queò destino das pessoas também busca um mar de sonhos,

uma vida de venturas, mas não sabe, como os rios, onde,

um dia, vae parar.-,

CARLOS M A N H Ã E S

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O TICO-TICO *~ 8 13 — Fevereiro — 1929

J-tetoria de um Qoneeo dç Paa.(.Continuação Cap. 27)

Comquanto estivesse mais mor-to que vivo de terror correu aomar para molhar o lenço e come-Cou a passal-o na fmnte de senCpllega e gritou de desespero:

"Eugênio, meu pobre Eugênio,abra os olhos e olhe para mim!Porque não me responde? Não fuieu que te machuquei! Creia-me.não fui eu. Se você não abrir osolhos, eu também morro.

Como poderei ir agora paracasa ?

Que dirá minha mamãe? Queirá dizer-me agora? Onde irei?Onde posso esconder-me? Teriasido mil vezes melhor se eu tives?-se ido ao collegio.

Meu professor e minha mamãesempre me aconselhavam: "Evi-te ás más companhias!"-**— masgu sou desobediente.'

Sou máu. sou teimoso. Deixoque os outros me aconselhem e de-pojs faço o que bem entendo. Porque fui feito? Nunca tive um diapalmo na minha vida!

Ai de mim! Queseiá de. mim?Que será de mim?*

Pinocchio continuou a chorar ea bater na cabeça dizendo sempreb nome de Eugênio. De repenttouviu passos e, voltando-,se, viu que eram dois soí->dados.'

."Que'está fazendo,ahi?perguntaram-lhe.-; "Estou soccorrendoo meu collega'"

"Elle está ferido?"Parece que

ísim".

"Muito mal", disse um delles,curvando-se e olhando Eugênio dcperto,

"o menino está ferido nafronte. Quem o feriu?"

"Não fui eu" — disse Pinoc-chio que quasi não tinha fôlegopara responder.

"Se não foi você, quem foi?""Não fui eu"."Com que foi ferido?""Com este livro" E o boneco

pegou no tratado de arithmeticaque era encadernado com papelãomuito grosso, e entregou aos sol-dados.

"De quem é este livro?""E©neu".''Tsto basta, você é culpado. Ve-

íiha comnosco immediatamentea "Mas eu..."

"Venha comnosco"Antes de partirem, os

soldados chamaramalguns pescadores queiam passando em umbote perto da praia elhe disseram:

"Nós lhe' con^fiamos este meni-no ferido. Ama-nhã voltaremos

tâ-Jmmmmmlw^h im W/w-'/iL~m w

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ara ver como está. Voltaramentão a Pinocchio e disseram:"Vamos ande depressa!1 Sc não:andar depressa, peor para você"

Sem nada dizer, o boneco iapela estrada que levava á sua caía,mas o pobre menino não sabia se

'estava neste mundo ou no outro. Parecia, queestava sonhando — que pesadello. Elle estavaquasi louco. A lingua estava petrificada e ellenão podia proferir uma só palavra. Mesmo cs-tando meio louco elle sentiu o coração oppresso,e o que o fazia assim era a idéa de que tinha dcpassar pela janella da boa Fada

//^ ^i) Preferia morrer a ser visto. Já haviam che-'gado á cidade, quando um vento tirou o chapéo

.de Pinocchio e o levou para lonçre."Posso buscar meu chapéu?""Sim mas vá e volte depressa".O boneco correu para buscal-o, mas não o poz na ca-

beca. Pegou o chapéu com os dentes e correu cm direcçãodo mar

Voava como uma ba'a. Os soldados julgando nuc nãoo poderiam apanhar, puzeram um cão atraz delle. Este cãnhavia ganho prêmios em corridas. Pinocchio corria e o cão.ia atraz. A população, ouvindo o barulho, correu ás janef-Ias e ás portas para ver ouem ganhava a corrida, mas o cão

c Pinocchio faziam Itanta poeira, que logo foram encober-tos e não foram mais vistos.

(D"scnho de 'CiceiQ. Valhtdares}

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¦ WW. Maria da Gloria- filhinhaHL 'l^l^^iftp do Sr. Joaquim Ribeiro £¦

Maria Thereza, éÊk £filhinha do Dr. | <*? #l«kjB%''^j

Roberto Etichebarne W-jm *»¦

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Zezita, filhinha do Sr.Marcellino José de Mello

Leda, Lais e Léa, filhinhas doSr. Vicente Paulino

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MORENA

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13 - Fevereiro 1929 - 11 — TICO-TICO.

_S2Ê^^/aLJ_^STAVA cinco an^rú^rH_^Cm^S^__|™^T^?KV^ãÍ

r^jPj quando lhes appareceram \ífeSlJÍ^^/m \fV^ "7/1^

^Í^V^^^-^nJl. vM um coelho e um marreco- ° |^f^^f^^//^Í^(_íírM44Í^-^--'M^^Mí coelho olhou para um dos \í^tjWKMWí/^y']M]l

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?Mifí_SbH_"

A ST A V AM cinco kangurús, >|quando lhes appareceramum coelho e um marreco. Ocoelho olhou para um dos

kangurús e perguntou:Para que te servem essas per--,

nas tão compridas se tensos braços tão curtos? E o marre-co depois de da-r uma risada, ajun-tou: — Cala-te coelho, Deus sabeo que faz, se lhe deu tão compri-

| das pernas é porque são necessa-rias; Deus sabe o que faz e tu nãosabes o' dizes! — Não concordo,

s^S^av"^ replicou o coelho; está erradoWèM^^^^/*sfl.v^" J para correr não é necessário tanta

^S^^^-iS^^' perna! Nesta altura da'discussão'",7.^Av>l

„7?5^~'*'- v /-.niMt-im ,itn ri1P*Ído e na. L-ano-tn-ticouviram um rugido e os kangurúsdando formidáveis pulos com assuas pernas gigantescas escapa-ram da onça que, nesse momentosurgiu e atacou o coelho por nãopoder alcançar os kangurús.

O coelho agarrado e quasi amorrer pensou: — Ah! se eu ti-vesse as pernas daquelles kangu-rús escaparia facilmente. Não de*vemos criticar as._qbras de Deus

_«*>»-

^^_,A.T*0CH7lA-^

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.0 TICO-TICO — 12 — Tó — Fevereiro — 1929

Agjk

Vocês conhecem os ciganos? Co-

nhecer sim, pois já os viram, com

roupas multicôres, a passeiar pelas

ruas da cidade. Vejam os meninos

as notas que se seguem, muito in-

íeressantes, a respeito desses bohe-

mios..

Os primitivos ciganos talvez des-

tendessem dos Indianos ou dos

Egypcios. Em muitas partes da Es-

cossia, ainda hoje, chamam de Egy-

pcios a esse interessantissimo povo,

jsempre errante e musico, que ado-

ira a liberdade.

Selvagem, sem principio algum

Üe educação, vivendo em bandos,

têm o nome de Gitanos na Espa-

tiha, Bohemios na França, Zingarí

na Itália e Zigenner na Allemanha.

íTalvez, por descenderem de orien-

íaes, esse povo tem o gosto pela

musica bastante accentuado, ado-

rando também as cores berrantes e

a ostentação de jóias, mesmo que

Jíjam falsas.

OS CIGANOSA musica cigana é typica, c,

por elles tocada, tem o poder de

attrahir a todos que a ouvem. Em

qualquer logar que estejam os ciga-

nos, ha sempre musica e dansa ,

Um barril qualquer, ornado na

passagem por alguma idade, elles

têm o dom de transformar num

instrumento que produz um som

estranho e agradável, que faz qual-

quer pessoa ficar embevecida.

Adornam esse barril com laçarotes

multicôres, e transformam o mes-

mo em cymbalo indo tocar mais

adeante. Vocês meninos da Ame-

rica, talvez nunca tivessem ouvido

tocar um cimbalo. Nas orchestras,

o violino é o jei dos instrumentos,

porém o cymbalo talvez seja tão

importante quanto elle.

Vocês já leram na Biblia que

David para applacar as iras do rei

f=~ * O „ 0 O , —

Saul embevecia-o tocando a lyra.

Pois bem, o cymbalo é parecido

com a lyra quanto aos sons que

produz. E' formado por uma caixa

oblonga, provida de pedaços dc me*

tal dispostos de tal -modo que são

tocados pelo musico com o auxilio

de pequenos martellos. Qh! como é

adorável ouvir-se um verdadeiro

cigano tocar violino acompanhado

pelo cymbalo. Toda orchestra que

fôr composta por verdadeiros ciga-

nos teca sem musica. De facto,

poucos são os ciganos que tocam

por musica porque geralmente, to-

dos os cânticos que aprenderam de

seus pães e todas as musicas que

seus avós "lhe ensinaram foram por

elle aprendidos de cór. Como são

graciosas as dansas ciganas. Saber

as musicas e dansas dos ciganos,

Liszt, escreveu a famosa Rhápso-

dia Húngara a parte final isto e os

bailados das Czardas retratam mui-

t» bem a originalidade da dansa'desse povo.

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13 — Fevereiro — 1929 — 13 O TICO-TICO

AS AVENTURAS DE FAUSTINA E ZÉ MACACO

FaMstnna não s© àeu Ibemra com o forno

ÇCfl* VOU FUMAR f õçuee ($?Í&^ S>9orct sou Çuero sercon-^^^^

Çue de1t<^jT{ ^m) ~~eéou

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Çue horror/ [/err? fãvsfrricij ^, CuidacfoComo me smh Você "^ ^<?>V W A*m- Fau.sh'™'.

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O TICO-TICO — 14 - 13 — Fevereiro — 1921)

eCí*^;:

A RAPOSA E O CURURU

O vigia do "engenho" passava compeu riffie carregado ao hombro paraa costumeira ronda nocturna quandoas crianças que estavam sentadas noalpendre da "casa grande", o chama-ram:

Seu Anselmo, venha cá! Venliatentar á gente uma "historia de bi-chos ' daquellas que o senhor sabe!...

Já não me lembro mais de ne-nhuma historia nova, disse o vigiaapproximando-se.

Pois conte uma historia velha,mesmo, acerescentaram.

Só si for aquella da raposa e otnrurú; serve?

Serve, sim; responderam todasa uma voz.

Isso foi ainda no tempo em queos bichos falavam, começou o vigiasentando-se nos degráos do alpendree com o ri file descansado sobre osjoelhos.

O "sapo curam da beira do nc"tinha umas contas a ajustar com aesperta da raposa, que era tambémmuito malvada, não ajudando bichonenhum e fazendo mal a todos, sem-pre que podia.

Numa noite de São João estavamaccesas ainda muitas fogueiras, quan-do o sapo cururú que tinha partidouma perna em salto mal calculadoque dera, se achou junto de uma dei-Ias, arrastando-se para chegar á beirado rio de que já estava perto.

Vendo a raposa passar á procurade um gallinheiro aberto onde pu-desse matar e carregar alguma galli-nha gorda, o cururú lhe pediu:

Comadre raposa me faça o fa-vor de me «npurrar ali para a beira

— Pois não, compadre sapo, res-pondeu ella com malícia...

E, *m vez de fazer o que o sapopediu, o atirou para cima das brasasda fogueira onde elle não cahiu porter batido antes n'um toco de páo oque lhe machucou ainda mais a per-ninha quebrada.

Depois de ter feito esta maldadecom o pobre do cururú a raposa sa-hiu correndo, satisfeita da sua acçãomá.

A muito custo o sapo cururú con-seguiu chegar á beira do rio e não seesqueceu mais do que a maldosa ra-posa lhe tinha feito.

Tempos depois, elle já estava cura-do da perna, embora ficasse coxean-do um pouco, ao passar perto de umgallinheiro, á noitinha, viu uma fprtearmadilha que estava preparada jun-to á porta.

Para qtie é isto? perguntou elleao gallo velho que era seu camarada.

Isto é para apanhar uma certaraposa que anda roubando por aquide noite e jú carregou duas frangui-nhas novas, respondeu o gallo.

Então o sapo cururú disse comsi-go mesmo:

Bem feito será si ella for apa-nhada na armadilha, porque somenteassim me paga o mal que me fez.

Apenas tinha dado alguns pulosmais e encontrou, pouco adeante, araposa que lhe foi dizendo logo:

1— Oh! compadre sapo! Já. ficoubom da sua perna?...Já, muito obrigado.

E com que remédio?Com água fria da beira do rio;

porque brasa quente de fogueira deSão João faz muito mal á perna que-brada...

¦— Foi bom eu saber disso, res-pondeu, cynicamente, a raposa fa-zendo-se desentendida e perguntandoainda:

já vae p'ra casa, compadre

Vou somente buscar sua coma-dre sapa e voltar depois para umafestinha que vae haver hoje ali nopoleiro do compadre gallo.

Eu não vou também porque pa-rece que lá não gostam de mim, em-bora eu nada tivesse feito paraisso...

Pode ir, comadre raposa, queelles lá são muito educados e não lhevão fazer uma "desfeita"...

Então eu vou. E sahiu para asbandas do gallinheiro.

No dia seguinte, de manhâsinha, osapo cururú deixou a beira do rio efoi passar perto do gallinheiro.

Junto â porta estava a raposa comuma das pemas preza nos dentes daarmadilha.

Que foi isto, comadre raposa?!perguntou o sapo fingindo-se admi-rado.

Nada... Foi apenas um enga-no. Botaram essa "ratoeira" aquipara pegar um gambá ou timbú e eu,por engano, pisei dentro ficando pre-sa; mas já mandei avisar o dono dogallinheiro pra vir me soltar...

Então "vá esperando por isso",comadre raposa. Si quizer um poucodei água da beira do rio não faça ce-rimonia; peça que eu lhe dou. E' san-to remédio p'ra perna quebrada comoa sua...

E dizendo isto lá se foi sorrindo ecoxeando o sapo cururú, da beira dorio...

E o vigia concluiu:"Entrou por uma perna de pato

« sahiu por outra de pinto, mandael-rei, meu senhor, que me contemcinco"...

TRANCOSO.

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13 — Fevereiro — 1929 15 0 TICO-TICO

COMO Ü EüfEPlO PCGA LOTOSVOU ENCHER- ES-TAMALA t>£ FERR.0VELHO . QuA«N-ro MA1$PEJA-DA MELH&O.-TUDO ISTO E.M TROCA

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O TICO-TICO — 16 — 13 — Fevereiro 1921)

fK ^Y m) >^^a \ m\ ySi£r\ yLy^^\^zz iaWrWy áfa

o SONHO DA MENINA BONITA•a

Uma menina muito bonita e boa desejou obse-quiar os seus maninhos no dia de Natal.

Mas, era tão pobrezinha e os seus pães mal ga-nhavam para comer.,

A' noite quando adormeceu chorosa por nãopoder collocar nem siquer um pedacinho de pão nosapatinho dos irmâosinhos, sonhou que — "Nossa

Senhora" — uma boa velhinha que encontrara numaestrada longa e branca, chamou-a e disse-lhe: "vemcommigo: dar-te-hei um pouco de felicidade"...

Ella foi... No caminho, ella viu as arvores perjadas de fruetos amadurecidos.

Quiz colhel-os para os maninhos mas, a boa ve-.lhinha amparou o gesto dizendo: "não vale a pena,irás encontrar mais para deante coisas melhores. Con-tin-uaram o passeio, entraram numa cidade linda, todailluminada, pararam nas montras, a menina bonita fi-cou louca de alegria, surprehendida com tantas mara-vilhas: eram bonecas as mais variadas, meias recheia-das de brinquedos — realejos, flautas, pandeiros ea creançada dessa cidade parecia tão feliz na noite deNatal.;

A "boa velhinha" entrou num grande armazémde brinquedos — a menina bonita acompanhou-a, ellapediu que escolhesse á vontade: ella então escolhei!os brinquedos mais interessantes para os maninhos.

Depois dos embrulhos promptos, Nossa Senhoradisse-lhe: és feliz agora, vá pois por esta rua até ofim e encontrarás a estrada longa e branca que conduz

•,-iinha. Vá devagarinho sem te deteres em ne-nhum logar porque senão te perderás.

A menina bonita agradeceu, apertou os embrulhos;bem fortemente ao coração e foi andando devagari-nho, mas a fascinação das luzes e as vitrines cheiasde brinquedos fascinaram-na e ella ia parando aquie| ali, olhando tudo com deliciosa curiosidade.

Depois... viu que as luzes da cidade tumultuosaiam diminuindo, o povo que estava nas ruas já ia des-1apparecendo, as vitrines fechavam-se com um fragor deportas de aço que se chocam.

A menina, só tiritante de medo, olhou para to*4

dos os lados e viu que não tinha encontrado o camí-nho porque não obedecera a recommendação da boavelhinha — começou a chorar — estava perdida.;

Passou por ella um casal que voltava do Thea-tro e perguntou porque chorava assim e ella disse: »-*•<estou perdida!

O bom casal, impressionado com a sua belleza,levou-a para casa promettendo no dia seguinte resti-*tuil-a aos seus pães.

Ella acompanhou-os numa1 angustia profunda —¦*pela primeira vez — arrependeu-se de ter desejadoa. felicidade...-.

A casa dos seus protectores era um palácio ma-jestoso. Deram-lhe um quarto de princeza, mas a me-nina bonita chorava achando tudo tão triste longe dos;seus pães e maninhos, adormeceu novamente vendo"Nossa Senhora" que lhe advertiu: Por que não se-guiste o meu conselho, egoísta? Ainda querias mais do.que eu te havia proporcionado?

Pois tenho pena de ti, vaes voltar para a tuácasa e lembras-te disto:

Devemos estar contentes com aquillo que o des- |tino nos dá!

Quando o egoismo nos envolve a alma perdemostambém o pouco que nos dava felicidade! Vês, ondeestão os embrulhos que te dei ?

A menina bonita olhou em torno, tinha-os per1-1dido!

A boa velhinha desappareceu, a menina bonitadespertou, e viu que estava na sua casinha pobre, aolado dos irmâosinhos e dos pães pobresinhos, ao3quaes abraçou numa louca effusão de affecto!

Naquelle dia esteve} tão contente dizendo aos ir**mãos: Não só temos aquillo que o destinq nos dá!

Desejar o impossível é correr atraz da infelici-dade.

Vivamos pois contentes com a nossa pobresalque é o que Deus nos quiz dar.

RACHEI, RRARQ

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13 — Fevereiro — 192 — 17 -, O TICO-TICO

Cm)rv_X>-V_-v\

UMA TARDE DIVERTIDA

Chiquinho estava, naquelle dia, deveras humilhado e furioso.A "tarde infantil" no Palace-Hotel o puzera em contacto com os filhos tíe

uma senhora americana, que o convidaram para um passeio interessante.Chiquinho acceitou, pressuroso, muito convencido de que ia ver uma gran-

de fita de cinema, e depois... um sorvete, ali mesmo, no Bar do Odeon.Qual não foi a sua smpv.za, ao ver encaminhar-se o pessoal para a Ave-

uida das Nações antigo Pavilhão da"" Inglaterra.Que diabo disto é aquiüo?! perguntou aos seus botões..., que, está

claro, não se dignaram responder.Chegando ali, teca a percorrer as salas, desertas e monótonas, para ver

umas cousas muito "sem graça", de que elle nada entendia, e cuja significaçãoera para elle um mysterio: Casulos de bicho de seda, cocos de fazer botões,madeiras de onde sahe kerozene... e outras muitas cousas, que elle nunca vira,e de cuja existência não suspeitava!

E os seus pequenos amigos a lhe fazerem mil perguntas, imaginando queelle havia de saber um milhão de cousas, que nunca aprendeu na escola, e dasquaes nunca ouviu falar em casa.

Mas, qual não foi o seu assombro e confusão, quando começou a correrali uma verdadeira fita de cinema, com vistas maravilhosas, encantadoras, derma terra desconhecida! E para não fazer ainda figura triste perante os seusamiguinhos americanos, que iriam logo perguntar que terra era aquella, Chi-quinho dirigiu-se a um moço, que parecia funecionario da casa:

¦— O senhor pode me dizer que paiz é aquelle ?!...São vistas do Paraná, respondeu o homem, sorrindo.Paraná?! Paraná?! exclamou Chiquinho admirado... pois o Paraná

não é no Brasil?!Justamente, meu menino. Tudo, aqui dentro, é Brasil.Pois olhe, retorquiu Chiquinho, !á na escola ninguém sabe disso, nem

a professora. Para ella, Paraná é um pedacinho de terra côr-de-rosa, que ficalogo abaixo de São Paulo.

Terra côr de rosa?! perguntou o moço admirado...Sim senhor! eu tive o premio de geographia! O Paraná é côr de rosa

e São Paulo é azul!

y^y\

Só então, o homem comprehendeu quanto é deficiente e mal entendido oensino das cousas de nossa terra, em nossa terra!

E Chiquinho entrou a matutar, achando que o mappa da "Avenida" é bemmais interessante que o da sua geographia,

M. R. A.

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TICO-TICO — 18 — 13 — Fevereiro — 1920

[^ D

MODO DE ARMARPreguem a figura em cartolina

forte e armem, pelo modo indicado.Chiquinho moverá o braço e mudará

de expressão movendo-se a alavanca (Fig. IV). Asa-odellas (fig. V) devem ser collocadas por, traz dobrinquedo, servindo de porca para os nós de linha. Umpapelão dará mais firmeza para a fig. I.» '

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— Fevereiro — 1929 — 19— UTICO-TIC

A CORRIDA DO COELHO E DA TARTARUGA

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' isssisissMHasHisss. '¦¦¦«««¦•sisisssiissssuUE^^nssusa^.assssJ

j[ , etu as tres peças em cartolina e recortem cuidadosamente. A peça maior, o pavilhão, deve s;r dobrada pelasp.*|s_ Ponteadas, como indica o modelo ao alto. O coelho e a tartaruga,. levemente dobrados e collocados á frente do

llnão, como ainda se vê nó modelo, saltarão a um movimento que se- imprimir ao chão do pavilhão. Ganharáo cartão que mais longe saltar.

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O TICO-TICO — 20—. 13 — Fevereiro — 1929

^"*\\N? O.&.L/iLiiN

O D C I D(MONÓLOGO)

1 O

Tenho dito muitas vezesQue não gosto de "conversa",Eu são "pão,

pão; queijo, queijo'Sandwiche ou vice-versa.

Porque, por falar em pão,Eu declaro, francamente,Que sou doidinho... por queijo,Assim como por pão quente.

E, quando os dois estão juntos,Mais cresce a satisfação,Si como meu pão com queijo,Ou como queijo com pão.

Para mim é indifferente,E tal cousa não discuto,Porque a ordem dos factoresNão me altera esse producto.

Que, emfim, é boa merendaf)ue Se come muito bem:O queijo com pão fresquinho.Ou pão com queijo tambem.

Como gosto de franquezaE sou franco "como quê",Quem tiver seu queijo velho,.Diga logo, não me dê.

Assim tambem seu pão duro,A que chamam "pão dormido",Não me dê porque eu não como,Não quero um dente partido!...

Mas, voltando ao que dizia,Pois tive a attençâo dispersa,Eu lhes torno a repetirQue nâo gosto de "conversa".

Sou um sujeito decididoQue não guardo para o mezO que posso fazer hoje)Commigo não tem talvez.. ••

Quando eu tenho de dizerSeja o que fôr e a qualquer,Não tenho "meias medidas",Digo a homem ou a mulher.Num concurso de bellezaCerta moça "melindrosa''Me veiu pedir o votoPara sahir victoriosa,

Desculpe, não vale a penaNa senhorita votar;Eu disse, e ainda meu votoNão poderia lhe dar.

¦— Por que?... Não pode dizer?Posso; mas talvez não creia. .Diga sempre... —Então lá vae:

P'ra tal concurso a acho feia!

Ella se zangou commigo;Porém não teve razão,Que a todos eu digo sempre:

Sou "queijo, queijo; pão, pão!"

Não gosto de subterfúgiosTão-pouco de "panno-quente";"Commigo é ali... na batata",Como se diz vulgarmente.

%^§}/J>

Si eu fisse medico é certo,Não usava paliativo,Eram só doses macissas,Pois só morre quem 'stá vivo.

Ha quem não goste de mimE diga que não me agüenta,Pois quando eu quero falarE só na "rosca da venta".

Eu digo sempre a verdade,Por nada no mundo minto,Sou franco de mais, ás vezes,Por dizer tudo o que sinto.

Essa historia de mysterioE segredo é p'ra os araras','Eu sou periquico esperto,Gosto de viver ás claras;

Embora com isso gemaAlguém, o que não é novo,Que eu, juntamente com as clarasGosto bem da gemma... do ovo..* * • • •••«• •• •• mm ••> as [j»lijj [•?•]

Porém agora me leir.broDe que disse ao começarNão gostava de "conversa",E aqui estou a conversar!.. (

Não digo mais nada agoraNem que soubesse de cór!Adeus! "Do melão, é certo,Sempre o calado é o melhor".

E. Wanderley.

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13 _ Fevereiro — 1929

O PELLE

21 -. O TICO-TICO

VERMELHA

Carlito e Lauro eram dois irmãos muito amigosum do outro, como devem ser os bons meninos.

Gostavam muito de ler historias de aventurasperigosas e de assistir projecção de füms cinematc-graphicos cheios de lances emocionantes, onde appa-recessem crianças corajosas em luta com indioa st.-1vagens, vencendo a força bruta pela intelligeuc-a ePela astucia.

O Carlito tinha muita vontade de ir aos EstadoUnidos da America do Norte e participou seus dese-jos ao irmão Lauro, que era do mesmo parecer.

Entretanto a realização deste sonho dos dois ir-mãos não era fácil, pois seus paes, não sendo ricos,não podiam fazer com elles uma viagem tao dispen-diosa.

As crianças, porém, não perdiam a esperança defazer a desejada viagem.

Um primo que era caixeiro-viajante de uma po-derosa firma commercial, lhes disse que, antes de tu-do, elles deveriam aprender a falar a lingua ingieza,pois si algum dia fossem á America do Norte ficanamatrapalhados para pedir o que quizessem e entender o,.tie os norte-americanos lhes dissessem.

Deante disso os dois pequenos se dedicaram aoestudo do idioma inglez, sem desprezar, é claro, suaslições do vernáculo.

Com o gosto e applicação ao estudo em poucosjaezes já traduziam alguma cousa e já falavam regu-larmente, embora com a pronuncia de certas palavrasainda viciada.

O pae, vendo o interesse que os filhos demons-travam pela lingua ingleza, lhes trazia revistas e jor-naes norte-americanos, livros de historias em inglez,_«e elles liam, ás vezes, até ás dez e onze horas da

noite. Era preciso que se lhes ordenasse que fossemdormir para que elles se resolvessem a ir para a cama.

Tinham os dois irmãos um cãozinho muito intel-i eí1íe' — ° Malhado — ao qual ensinavam diversas^abilidades, pretendendo educal-o de maneira a repé-

as proezas do celebre cão Retintin que viam tra-tirbalh!ar em füms cinematographicos.

Elle os acompanhava sempre nos seus passeios ctravessuras, assim como nos estudos. Está visto quenao estudava, mas ficava ali, ao pé dos seus dois ami--.U-nhos que, vendo a attenção do intelligente animal,

começaram a lhe falar em inglez, fazendo-o compre-hen der o sentido das palavras, mostrando-lhe os obje-tos a que se referiam, de modo que, em pouco tempo,o esperto cachorrinho ia buscar um objecto qualquerque elles lhe pedissem em inglez ou fazia como oscães policiaes, descobrindo qualquer objecto que es-tivesse escondido ou perdido.

O primo, caixeiro-viajante, de regresso de umadas suas viagens á America do Norte, mostrou-se

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^^_^P|&Etn mçio do caminho foram assaltados por uma tr.bii. de

ináios que os Igvaram prisioneiros.

admirado da intelligencia do Malhado; e muito satis-feito por ver os priminhos adeantados no estudo do'"glez, lhes prometteu, — si tivesse de fazer uma via-gem por conta própria — leval-os a passeio a NewYork.

Carlito e Lauro ficaram radiantes com a pro-messa do primo e quasi não puderam dormir naquellanoite, pensando já ser uma realidade o passeio pro-mettido.

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13 — Fevereiro — 192?O TICO-TICO _22-

Architectaram, então, um plano: Metterem-sedentro da mala de amostras do primo e quando elleembarcasse para os Estados Unidos os levaria semsaber.

Fizeram alguns orifícios em uma grande malapara respirar, arranjaram provisões de boca para aviagem e lá se foram a caminho de Nova York, abordo de um grande navio.

Chegando ao porto conseguiram abrir a mala efugir sem serem vistos.

Com algum dinheiro que levavam tomaram umtrem que os conduziu ao "Far-West".

Chegando ao ponto terminal da linha metteram-se em uma espécie de diligencia, — um grande carrocom um toldo de lona, — sempre acompanhados pelofiel Malhado.

Em meio do caminho foram assaltados por umatribu de indios que os levaram prisioneiros.

Para se vingar de alguns brancos que os haviamperseguido injustamente, os pelle-vermelhas resol-veram matar os dois pequenos.

No dia do sacrificio o chefe da tribu tinha de seapresentar com todas as suas insígnias de mando,mas havia desapparecido uma, a mais importante,feita de ouro e pedras preciosas.

Carlito propôz, então, ao chefe procurar o obje-cto perdido e, caso fosse achado, lhe ser poupada avida mais a do irmão c

O chefe consentiu.Carlito nesse momento deu ao Malhado para fa-

rejar o collar do chefe onde elle costumava dependu-rar a insignia desapparecida e disse:

'— Vae, Malhado; procura o resto! Vae!O esperto cãozinho baixou a cabeça farejando o

chão, deu duas ou tres voltas e parou, por fim, la-'drando deante do criado de maior confiança do chefeindio.

Como ninguém percebesse o que elle queria di-zer, o Carlito explicou:

— O objecto que se procura está com este ho-meml

Immediatamente foi dada uma busca rigorosa noaccusado, e, bem occulta num enrodilhado dos seuscabellos, foi encontrada a insignia. O chefe ficousurprezo da sagacidade do cãozinho e poupou a vidaaos seus donos, como promettera.

Ia, porém, mandar matar o servo infiel, quando oLauro pediu que o perdoasse, prendendo-o, apenas,durante algum tempo como merecido castigo.

O chefe o attendeu e ordenou:Quero que se faça hoje aqui uma grande festa

em honra desses dois .pequenos yankees..Perdão, disse o Carlito; nós somos brasilei-ros.

Brasileiros?! perguntou admirado o chefe.;E da gemma, respondeu o Lauro. . «. ¦ter meu cabello louro sou carioca legitimo, nascido noRio de Janeiro.

O chefe, então, ordenou que a festa fosse aindamaior, porque o Brasil é um grande paiz, segundo lhedisseram uns americanos que o tinham visto.

Mandou buscar seu palanquim de grande gala eos dois meninos foram postos dentro delle, tendo aolado o cãozinho.

No momento em que os carregadores erguiam opalanquim para collocal-o sobre os hombros-- os meninos,como não estivessem bem seguros, cahiram ao cháo.i

Ouviu-se o baque de dois corpos no soalho...Carlito e Lauro sentados no chão do seu quartode dormir, um defronte do outro, olhavam-se admi-

rados...Tinham sonhado com aquillo tudo e haviam cá-

hido da cama!O Malhado que, sempre vigilante; havia entrado

no quarto ao ouvir o ruido da queda, não comprehetrdia porque os meninos estavam sentados no chão,aquella hora, em camisa de dormir.

Parece que elle foi o único dos tres que não so*-nhara com o passeio aos Estados Unidos, e onde de*'empenhou papel tão importante salvando a vida do*seus' dois amigos.

M. Maia,:

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13 — Fevereiro — 1929 -23- O TICO-TICO

MODA' INFANTILPARA A PRAIA

1 — Lindo vestidfflho de linho verme-!ho- Grande laço azul marinho.

20 — Vestido de flanella azul marinhecom galões brancos.

Duas peças de linho azul vivo,Eolla branca bordada, duas estrellas azues.

Vestido azul e branco. Gorro azul«>m borla.

** Sa\a côr de laranja abotoada nocorPÍnho braneco. Ponto de cruz côr dekranja.

Vestido beije com galões azulvivo.

BORDADOS

lietneios, frente para combinaçõeí

°nogra__nas e letras para lingerie,

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H.OV _. x^-_/^_-_-_^ ° u c ^~v

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O TICO-TICO - 24 13 — Fevereiro — _._._

lR#Y^JpWMfâ 1JSTW7)

ESCOTISMO 1929

Começamos um novo Anno,mas c preciso que se saiba que e«teanuo não e um anno com D todosos outros. E' para o Movimentoescoteiro um grande anno pois éo anno da Maioridade, ntlle o Es-cotismo fará 21 annos.

Em 1908, o General inglez,Baden-Povvell publicou um livlque é conhecido por todos os es-coteiros: "SCOUTING FORBOYS" ou "ESCOTEIROS", eos meninos daquelle tempo, apai-xonados pelo brinquedo, fizeram-se escoteiros aos milhares, não só'na Inglaterra mas no mundo intei-ro. Hoje ha mais de 2 milhões deescoteiros em todo o mundo, e tu-do isto em 21 annos apenas!

Com 21 annos o rapaz toTna-sehomem, tendo na sua plenitude osdireitos de cidadão, eis porque fes-teja-se com maior calor este anni-versario

Por este motivo é que ficou re-solvido ser festejado este anniver-sario de um modo extraordinaiia..

Haver., no inicio do mez deAgosto, na Inglaterra, Pátria doEscotismo, um Jamboree. Todosvocês sabem o que é um Jamboree?E' um grande acampamento ao qualconcorrem milhares de escoteirosde todo o mundo. Lá vêem-se docabello louro como espiga de mi-lho ate o mais encarapinhado co-bertos com o mesmo chapéo kakide grandes abas e desde a pelleclara como neve até a negra comoebano revestida com o mesmo _mi-.forme kaki de calção curto, ou-

vem-se todas as línguas, pannejanos ares uma polychromia de ban-deiras, riem e cantam meninos de40 nações.

Jamboree quer dizer em zulúReunião de iodas as tribus.

Desde o inicio do Movimento játêm sido realizados vários Jambo-rees internacionaes mas o maiordelles só reuniu 10.000 meninos.

Entretanto ficou resolvido que oJamboree da Maioridade reuniráno minimo 30.000 escoteiros.

Será como uma cidade, comoCampos, Ribeirão Preto, comoAracaju' e outras mas será umacidade vestida toda de kaki, _ ha-bitada só por escoteiros.

Não tem desejo de viver duraute 15 dias nesta cidade extraordi-naria, cujas ruas estarão cheias decasas de lona? Não deseja encon-trar-se com os escoteiros de ou-tros paizes? Não deseja ver deperto o que fazem os escoteiros doCanadá, da Austrália, do Japão?Não deseja ser um dos escolhidospara representar o Brasil, paramostrar ao resto do mundo o quee o Brasil e o que elle pode sernum futuro próximo?

Para ser digno de comparecerao Jamboree é preciso que desdejá comece a preparar-se.

E' preciso desde já fallar com ospães a respeito, trabalhar comafinco na escola para que ellesdêem permissão, começar a fazereconomia, em vez de ir ao cinemaou de comprar todos os dias umchocolate, guarde o seu) dinheiropara a ida ao Jamboree. A via-gem vale o sacrifício.

Ha mais ainda, só irão os bonsescoteiros; o maior numero de"Primeira Classe", E os de se-gunda classe que foram actWos,trabalhadores, serviçaes, e capazesde bem representar o Brasil.

E' preciso metter mãos á obra;preparar as provas de segunda edepois de primeira classe, passaro maior numero de especialidades,treinar muito na patrulha todas asactividades escoteiras.

No próximo numero diremos oque pretende fazer a DelegaçãoBrasileira no Jamboree e o que épreciso para ser escolhido.

TRUCS ESCOTEIROS

Mensagens secretas:Para enviar mensagens secre-

tas, que só possam ser lidas pelosescoteiros que conheçam o pro-cesso empregado na escripta apre-sentamos aqui alguns processos:

a) Escrever com saliva — edepois de secca a escripta torna-seinvisível — Para ler molhar o pa-pel com tinta preta e depois lavai-o com água o que tornará visível aescripta feita.

b) Escrever com sueco de ce-bola — e que depois de secco fica-rá impossível de ser lido — paratornar visivel basta passar o papelpor cima do fogo esquentando le-vemente o papel.

c) Escrever com summo de H-mão ou de laranja — mesmo pro-cesso da letra B.

d) Escrever com sabão — e aescripta apparecerá molhando a fo-lha de papel..

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O TICO-TICO

BERTHA

í

13 — Fevereiro — 1929 — 25 —

JÚLIO E'... O sol descambava. Era uma linda tarde de verão. Júlio e sua irmã de cria-

Ção Bertha, deitados na grarama, presenciavam aquelle bello espectaculo.¦— Bertha, em que estás pensando? —perguntou de repente Júlio.A linda menina com um triste sorriso nos lábios disse: — Em que ha de ser? —»

uo meu irmãozinho que morreu; era elle o meu consolo.Ninguém me tocava a mão porque elle não deixava.— Mas, deixemos estes pensamentos tristes. Você bem sabe que eu te defenderei

como sempre te defendi.¦— E' verdade, — exclamou a menina sorrindo; e pegando num livro poz-se a lel-o.

O menino ficou olhando-a embevecido. Os cabellos daquella menina eram de um lin-do castanho, seus olhos amarellados eram cheios de bondade; suas faces, pareciamduas pétalas de rosa e suas mãozinhas eram pequenas e delicadas. O menino, ao con-trario, tinha olhos pretos e tambem cheios de bondade, era moreno, tinha os cabellosPretos e era forte.

Poucos minutos depois delia ter começado a lêr veio o cachorrinho brincar comJúlio. Quando Bertha deu por finda a leitura, já era hora de regressar á casa. O meni-no tinha ido tirar leite da ww^w^v^^^

SS "a

pequem \ A, LINHA ESTA' OCCUPADA (Historia muda)Uias elle vendo que ella >estava tão distrahida len- jdo, resolveu ir elle pro- í|Pri o tiral-o. Voltava, jquando Bertha levantou°s olhos do livro e vio Ju-uo trazendo as garrafasde leite e collocando-as noburrinho. Ella agrade- }Ceu-lhe muito. Assim?c°nio este, muitos obse-quios um fazia ao outro.N-a noite de Natal fica-ram com pena de não po-uerem fazer uma arvoreue Natal oom brinquedose muitos doces á volta, .,Para as crianças pobres, 5Se!?undo eram os seus de- iSeJos. Os dois, de manhã,

"Vlram muitos brinquedosn°s seus quartos. Anda-raiu pela casa toda; ellaestava muito bonita. Fo-rarn se preparar e depoisestiram-se com as rou-

Pas lindas que acharamJU cima das suas camas. ¦;

oram á sala de jantar e l*»'""*v"j"irt-,wv"1-*vs"'"*s*"vw,"M*''U"V""w%njv^^

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o ncorTico -26 13 — Fevereiro 1929

Com as grandes chuvas de timmez de Janeiro nas cabeceiras de•um rio caudaloso, este transbordou,inundando os terrenos baixos desuas margens em grande extensão,ficando os pontos mais elevados co-mo verdadeiras ilhas.

Cessando repentinamente as chtt-vas, as águas baixaram; e nos pon-tos menos elevados formaram-se di-versos lagos, e, em um destes mui-tos "lambarys" e um "dourado" fi-caram prisioneiros.

Os "lambarys" alimentavam-se de

pequenos insectos que cahiam nagtiae esperavam novas chuvas que fi-zessem o rio transbordar unindo as-sim suas águas ás do lago, para po-derem se libertar daquella prisãoonde por descuido cahiram.

O "dourado" acostumado a de-vorar peixes menores, não se con-tentava com insectos, por isso co-meçou a percorrer o lago afim dever se encontrava alguns peixinhosque lhe servissem de alimento.

Depois de dar algumas voltas,encontrou-se com os ' lambarys", (:satisfeito, puxou logo a seguinteconversa:

— Ficámos prisioneiros neste la-

go até que o rio transborde nova-mente e as suas águas venham en-contrar-se com estas onde estamos.

Entretanto, o mais certo é mor-rermos á fome se não nos auxiliar-mos mutuamente.

Eu, como sou generoso, e mesmo

porque tenho bastante carne no cor-

po proponho, que cada um de vós

^mimniiuiiiiiinrirmTmmnnrmciiDsiimniiiiiiiuuiiimiiiiniiiuii

em cima da mesa estava uma grande arvo-re de Natal e em volta delia muitos brinque-dos e doces.,

Qual nao foi a surpresa dos meninos,quando viram Papae Noel sentado numalinda cadeira perto da arvore.

A' campainha que Papae Noel fezsoar, todas aquellas crianças pobres da re-clondeza se ajuntaram no pateo. E ai! que

Escutem! o que o "dourado"

quer, e devorar-nos. Qualquer umde nós não dá um bocado para ei-le; portanto, a sua proposta de ti-rar um bocadinho de cada vim, nãopassa de um ardil para nos enga-nar.

E' preciso nos livrarmos delle,

porque do contrario, seremos todosdevorados antes do rio transbordar;e o único meio é fazel-o cair numarede para

"dourados", que um pes-

cador poz aqui no lago, e para at-trahil-o até Ia faremos a seguinteproposta:

Ficaremos a distancia, e emdado momento correremos todos eelle nos perseguirá, e aquelles queficarem atrazados serão devorados.

Correremos em direcção árede e passaremos atravez das ma-lhas que são grandes; o "dourado'

irá nos perseguindo e quando me-nos pensar estará enroscado.

Está bem disseram todos..Voltando com a resposta os "Iam-

barys"" fizeram sciencia ao "doura*

do" do que fora combinado, e quepoderia começar daquella hora em.diante. O "dourado" que não cal-culava a emboscada que lhe estavapreparada acceitou satisfeito a no-va proposta.

Os "lambarys" então se puzerama distancia e a ura signal dado, cor-reram em direcção á rede através-sando-a. E o dourado que ia emperseguição delles, não sabendo daexistência da rede naquelle ponto,ficou enroscado nas malhas e foiretirado pelo pescador que ficoumuito satisfeito pela bonita caçadaque fizera naguelle dia..

Le'o PardOj

iniiiiiiHi;.ii!iiiiiiiiti™.im

grande «distribuição de brinquedos! Foiuma festança que até hoje quem a viuainda se lembra.

Tempos depois... o sino da gireja tocouannunciando um casamento e um par dejovens que são Júlio e Bertha sahiram daigreja de braços dados.

Clelia L. Coqueiro (8 annos)

0 "DOURADO" EOS "LAMBARYS"

tire delle üm bocado sufficiehte pa-ra se alimentar..

E quando eu, por minha vez tiverfome tirarei também um bocado

muito pequeno de cada um de vós;

sois em grande numero e um pou-

quinho de cada um me servirá pa-ra não morrer de fome, e assim nos

alimentamos mutuamente até o rio

transbordar.Não fica bem assim ? estão to-

dos de accôrdo ?...Precisamos pensar um pouco

respondeu um dos "lambarys"; por

quanto talvez alguns dos meus com-

panheiros tenham opinião diversa etenham alguma proposta a fazer.

Espere um pouco que em bre-ve lhe daremos a resposta.

Nós, nos afastaremos a pe-quena distancia donde estamos, pa-ra podermos discutir mais a vonta-

Je.Os "lambarys" afastaram-se e

xn delles disse;

****** Amm\w*A*wmm*a. iP

rui** weVH am^f^^m*^^a*mMf

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juiz Roberto e Maria Odette, fi-lhos do coronel Sizenando Silva

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Cleonice, Hildette eWaldir Neves.

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jÊD^BM

Wilson, filho do casalCunha Couto.

INFANTIL

Therezinha Pinto Guedes de Moraes, nossaleitora residente em L,isboa. Cecy, filho do Sr.

Armando Cama.

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^^^tet,, ^^H _P^__i____^H - \i. ^H

_______________B______k H-Wi____¦ _r____k ________,^l

José, o menino rico, fica o dia inteiroolhando para a janella do João, o meninopobre. Seus protectores não acham expli-cação para aquillo. Sentem, com extranhe-za, que elle prefere ficar olhando a humildecasinha branca a brincar no faustoso pa-lacete em que mora. Muitas vezes o sur-prehendem com lagrimas nos olhos. E,entre soluços elle se deixa ficar ali, comopresa de uma irresistivel fascinação. De-balde interrogou:

— Que tens? Que achas de mais ali,numa casa tão feia, sem moveis e com bu-racos pelas paredes?

Elle não responde. Mas volta para ajanella, logo que volta da escola.

E assim elle vive, numa tristeza pro-funda, olhando a janella do vizinho comose elle, o menino rico, invejasse a vida domenino pobre. ..

Um dia o menino rico, sem que os seusprotectores soubessem, realizou o seu lindosonho côr de rosa: entrou na casa do visi-nho pobre. Como que deslumbrado, arre-galou os olhos ao ver a pobresa na sua ex-pressão mais real. E de deslumbrados seusolhos, em pouco, começaram a encher-sede agua. ..

—r* José, choras? Porque? Fiz-te mal?— Não. . . tu és bom, não podes fazer

mal...

A mãesinha dp João, largando este,abraçou-o, beijando-o commovidamente. Omenino rico chorou mais, convulsivamente.Dir-se-ia que unia grande dôr lhe tomavaproporções no intimo. . .Dir-se-hia que uma grande dôr lhe tomavase não me disseres tambem choro...

0 menino José fitou-o de frente.Mergulhou os seus olhos nos olhos do po-bresinho que considerava mais rico do queelle. E, a voz entrecortado de soluços, ex-plicou.

Choro, João, porque sou mais po-bre do que tu!. . .

Não diz isso. ..Sou, sim. ...E teus tapetes? Tuas roupas, teu

automóvel, tua casa e teus brinquedos?E arregalando os olhos:

Então isso não é riqueza?. . ,Não Joãosinho isso tudo é a mi-

nha pobreza...E ante o espanto do João que chora-

va, tambem:Rico és tu que tens o thesouro

que eu nunca tive, a fortuna que eu nuncahei de ter e que eu gostaria de conhecer,um dia que fosse. . .

Não comprehendo nada. . .E o rico vendo o pobre abraçar-se á

sua mãesinha:E' essa a riqueza que faz a tua

pobreza feliz. E' essa. ..E abrindo os braços parao céo e olhando no altoa imagem de uma santa:

Deus porque nãome deste tambem umamãesinha como a doJoão?!. ..

BARROS VIDAL

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13 _ Fevereiro — 1929 29 - 0 TICO-TICO

A LENDA DÁS ABELHASYramaia era uma indiazinha du trit«os Quechuces.

1 De suas antepassadas avós, bisavós® tataravós, herdara ella uma habi-«dade maravilhosa para tecer os mais"nos e transparentes estofos, e pararecamal-os de delicadíssimos bor.dados.

As suas rendas rivalizavam com- asteias de aranha, em finura e fragí-«dade; porém as aranhas não poderi-am competir com ella, na variedadee belleza dos desenhos.' Nos entremeios e pontas, de todoa03 tamanhos e larguras, ella imftavàPerfeitamente a natureza que a cer-cava: animaes e plantas, astros, e asPróprias palhoças dos sertanejos, "tudolhe servia de modelo, para as mais lin-das e interessantes combinações.

Mas no que ella revelava mesmouma verdadeira maestria, era na fei-ura dos crivos, essa invenção maravi-Jll°sa do nosso nordeste, que nenhumPaiz poude ainda imitar!

Os crivos que deveriam ser uma fon-te de riqueza para o Brasil, como sãoÈtn outras terras, os pontos de Alen-Sou, as rendinhas de Valence as ren-

.«as de Bruges, as da Inglaterra, etc

..etc.! Naquelle tempo, nenhuma educação

^e Julgava completa, si a menina igno-rasse três cousas essenciaes para umabôa mãe de familia:A arte culinária, de forno e fogão;o concerto e aproveitamento dasr°upas velhas ou de uso;* costura, o bordado, a renda e otrivo.Yramaia, intelligente e caprichosaestava prompta para entrar em todos08 concursos. ,E a sua mão, almejada por todos osttioçoa das corcantas, era, sem du-*'da, possivel garantia de felicidade ebea estar.Chegou o dia das provas. E gran-de era o numero das jovens casadoi

:£as, que tinham de mostrar as suas"abilidades.Havia um principe, de uma tribual*iada, que viera de terras longin-

Huas, para escolher rainha do seular.valente e guerreiro, de porte ele-

Sante e altivo, Jahú conquistou logoa sympathia de todas as mulheres,Velhas e moças.

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•'Vw T~\ \ I I^*>» V^—l V. AT\_ rxxv © <*> L^

E como uma destas, preguiçosa edesmazelada, sentia-se incapaz desahir-se bem nas provas que deveriamdecidir do seu destino, possuída dodemônio da inveja, foi procurar ocaápoi-íi ou espirito que vive nas mat-tas, para arranjar os meios de impedira passagem dos noivos, depois das rea-tas nupclaes.

Caápora, que não é outro senão odemônio, sempre prompto a fazer mal,

e cujo officio é justamente atropelaros bons e proteger as trapaças dosmaus, acceitou logo a tarefa ingratada inveja e do despeito.

Muitaa moças da tribu de Yramaiase mostraram dignas da escolha doaguerreiros nobres. Porém, Yramaiasupperou-as todas, pela sua consumma-da competência, pelas graças d_ seuscestos, e pela sua constante affabili-dade.

Ninguém melhor do que ella sabiaassar uma dourada em cima das bra-zas; ninguém melhor do que ella eracapaz de preparar a mandioca, tirar-lhe o veneno, e preparar com o pol-vilho deliciosos manjarei.

Ninguém a alcançava, na habilidadesuprema, com que refazia os tecidosrotos, concertava os pehachoa o os cin-turões, e bordava com fios de contasos escudos e as tangas.

Mas quando os dedos delicados daindiazinha começaram a fazer bro-tar flores mimosas sobre as faixas definíssimos tecidos, todos os olharespatenteavam a mais viva admiração.

Só a invejosa, cujo nome a historiacfalou, mordia os lábios, ou sorria commal disfarçada ironia...

O julgamento f°i unanime. E com-quanto outras tirassem boas notas,Yramaia obteve todoa os primeirosprêmios. E o principe amigo, pondoum joelho em terra, entregou-lhe oemblema da soberania em su. nação.

As festas se prolongaram durante oespaço de quatro luas.

, E depois, despedindo-se com carinhode todos os seus, Yramaia aconipa-nhou Jahú, em demanda de terras lon-ginquas, onde era chamada a ser ra-inha de um grande povo.

Os pães, irmãos, e todos os grande3de sua tribu, acompanharam os jo-vens esposos, até á orla da floresta.

Ahi fizeram as ultimas despedidas;e os jovens esposos adeantaram-sepela matta virgem, apressando o pas-so, afim de encontrarem um pouso,antes que cahisse a noite.

, Chegou a hora Pitúma, em que astrovas, envolviam o caá-êtê (mattogrande) onde o luar difficilmente pe-netrava. deixando tudo na mais com-pleta escuridão.

Ao ouvido exercitado do indio. che-gavam murmúrios estranhos.

E Yramaia, tomada de pavor, segu-rava-se, medrosa, ao braço do esposo.

De repente, ouviram assobios . .ram signaes com que os indios, em

horas de perigos ou de assalto, cha-mavam-se uns aos outros.

De dentro da escuridão, surgemvultos por todos os lados. Uma hor-da de indios selvagens apparece anteos viajantes surpr.hendidos,

Jahú não hesita..

"RAINHA

Elle toma em seus braços Yramaiaquasi desmaiada e dispersa a correr,numa carreira louca, deixando os inl-migos desconcertados e attonitos.

Ladeando o rio Conar ou Cobar(hoje Coary), os fugitivos passaramjunto ás ruinas de Topheh (ou Teffé)antiga cidade que o rio-mar enguliuna hora medonha de um tremendoterremoto. . .

E então, vendo que os selvagens, emmultidão, dispararam tambem ao seuencalço, como uma matilha de cãesatraz de um casal de veados, Jahúcahiu de joelhos, e apresentando aoscéos a innocente creatura que levavanos braços, exclamou:

— Tupan! ó Tupan! eu não peçoque salves a minha vida... mas quetenhas piedade daquella que mt des-tes por esposa!. . .

A horda dos selvagens se approxl-mava... Ouviam-se os gritos de ale-gria feroz, que afugentavam os pro-prios animaes da matta — virgem

Jahú permanecia de joelhos... Oguerreiro destemido comprehenderaque só uma Bondade Omnipotente po-deria vir em seu auxilio. .

A madrugada já vinha apagando asestrellas do firmamento. E lá longe,por cima das águas, o céo se tingia debraza.

Era a hora coema. . .Yramaia abriu os olhos, e sorriu

para Jahú.O sol, subindo no horizonte., batia

em cheio sobre ella, com seu raios lu-minosos.

Jahú não via mais nada senãoum lampeão enorme que tinha em suaamãos. .

E quando os inimigos passaram Oriov d'aquelle foco de luz sahiu umaabelha, dourada e linda, que esvoaça-va. alegre, zumbindo em torno deJahú.

O guerreiro sentiu que tambem po-dia voar. A felicidade deu-lhe azas.

Elle transformou-se em pássaropássaro, que, no correr dos séculos,seria celebre, dando o seu nome a ou-tro pássaro immortal, o pássaro me-canico genio brasileiro,

Quanto a Yramaia, a rainha labo-riosa das colmeias, quem não conhe-ce, mãe de familia eximia e sublime,fabricando a cora e o mel, tão úteis áhumanidade? . . . Administradora per-feita, mestra incomparavel, ella gover-na um pequeno mundo de milhares deentesinhos, que a estimam e respeitam,prestando-lhe a homenagem da inai3

cega obediência..Maiia Ribeiro de Almeida.

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O TICO-TICO 30^- YJ — Fevereiro 1929

A MODA ANTIGAArranjou para si um corpete dé

velludo preto e uma compridasaia de "pufes", além de um lequede gaze e um antigo chalé.

Seu irmão Martinho escolheuuma sobrecasaca e a cabelleira bran-ca; o mano Jayme ficou com outrasobrecasaca e a cartola cinzenta queestava um pouco larga e na qualsua cabeça se enterrava até ás ore-lhas.

O José se contentou com um vis-toso lenço de seda que amarrou nacabeça, como fazem os ciganos,uma blusa de quadradinhos e umcinto de setim preto.

Eram tres meninos e uma meni-na os filhos do casal Bermudes T

Os paes já haviam gozado de«ma certa abastança, tendo sido,mesmo, muito ricos seus avós notempo do império.

Hoje, devido a maus negócios eá boa fé' do Sr. Bermudes, viviammodestamente em um velho casa-rão nas Laranjeiras, resto ainda dapassada abastança. Nessa casa ha-via um sotão onde se guardavammoveis antigos e quebrados, assimcomo diversos objectos já fora deuso.

As creanças gostavam de brincar,ás vezes, nesse sotão onde haviauma janella, da qual sedivisava uma linda pay-sagem da montanha emfrente«>

Approximava-se' o Car-naval e, como todas ascreanças, os quatro filhosdo casal Bermudes ti-nham muita vontade de sefantasiar para assistirem,assim, a um dos bailes in-fantis que se realizam, emmatinée, nos nossos thea-tros.j

Como eram, porem, cre-ancas muito ajuizadas, ecomprehendiam que seu

papae estava lutando comdifíiculdades financeiras,nada lhe pediram, nemderam, tão pouco demonstração de Estavam todos assim fantasia

querer fantasias pelo carnaval, afim dos; e, muito satisfeitos, comtçacie não o vexarem.:

Evitavam, até, falar nisso paranão despertar qualquer idéa nesse

'tenham paciência e vamos as-

sim mesmo sem fantasias, que noanno vindouro é possível que mi-nha situação melhore e vocês irãofantasiados á festa infantil.

— Não se preoecupe com isto,papae; respondeu a Dorinha, por-que si nós tivermos de ir fantasia-dos, de qualquer fôrma iremos.

O pae sorriu, sem comprehenderO que a menina queria dizer e foise preparar afim de sahir com osfilhos.

Estes foram immediatamentetambém para o sotão onde já esta-vam preparadas as improvisadasfantasias. Vestiram-se com ellas e

foi uma grande surprezapara os paes quando osviram descer tão origi-nalmente fantasiados ámoda antiga e promptospara sahir.

Chegaram ao theatroonde se realizava a mati-née, sendo muito admira-dos por todos pela graçacom que se apresentaramcom as suas lindas fanta-sias. Dorinha obteve umdos prêmios conferidos ácreança mais graciosa e '

que consistia em meia du-zia de caixas de lan."i-

, t , . ,. perfumes que ella rcor.r-começaram a brincar com uma bola de fio que eu-contraram também na antiga arca.

sentido.:Uma tarde, brincando no sotão,

lembraram-se de abrir uma velhaarca que havia ali num canto, co-berta de poeira e de teias de aranha

Grande foi a surpreza de todosao encontrarem dentro da arca di-versas peças de roupa antiga, umacartola cinzenta cie pello arrepiadoe uma cabelleira branca, empoada.

— Está resolvido o problema dasfantasias! exclamou a pequena Do-rinha muito contente.,

ram a brincar com uma bola de iioque encontraram também na antigaarca.

As mangas das sobrecasacas es-tavam um pouco compridas; masDorinha prometteu encurtal-as, ecombinaram todos fazer uma sur-preza aos paes no dia do baile in-fantil.

Nesse dia, pela manhã, o Sr.Bermudes disse:

— Meus filhos, eu tinha muitavontade de os levar fantasiados pa-ra assistirem ao baile infantil;porém não pude despender a quan-tia necessária para isto.,

tiu, alegremente, com osdemais irinãozinhos.

Voltando á casa, depois de termí-nada a matinée, disse Dorinha:

— Viu, papae? Bem razão tinhateu quando dizia que si tivéssemosde vir fantaziados á festa, de qu-t]-quer fôrma viríamos.

>— Realmente, confirmou o Sr.:Bermudes, e os abraçou CDmnio-vido por ver como eram cor-datos e ajuizados seus filhinhos,não exigindo fantasias para o Car-naval, e se apresentando tão benicom as que haviam improvisadocom uns trajos antigos e fora damoda,,

JosiA CaivTano.

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13 — Fevereiro — 1929 — 31 — O TICO-TICO

í^3C? l___*.-_wJi ^amwmmawmm^m)

ursosResultado do concurso n. 3301 resultado do concurso n. 3304

Ç_T~~A solução exacta do concurso

Solucion-istas: — Li via Lages da Silva,Alberto Vandesteen, Cléa Barbosa, Romsuferreira de Souza, Nilo da Silva Pessoa,^swaldo de Souza, Egas Polônio, Sylviojuntos de Oliveira, Walkiria Cintra Ri-eiro, Octaviano Galvão, José Vasconcellosa Silva, Newton Theophilo Gonçalves,^«minia Visette, Jorge de Barros' Bar-et0>( Aurelia Wilches, Marcello iíomemf.e

Bittencourt, Annie E. Duskworth, Ma-!a Amalia Gonçalves, Evangelina Elisia-!° Barbosa, Guida Oliva, Maria Appare-lda B. Santos, Antônio Moreira de Pai-•a. Dyléa Pereira da Costa, Dalmo Gildo°ntual, Luiza Foganoli, José da Silva

^gualde, Yolanda Dias, Lita Lopes,ç"ll° Jacques Soares, Hamilton da Silva e°sta, Antônio Guedes Marques, Octacilio^°nçalves Ferreira, Phelippe Caporiana,J>ai'l Soares, Alda Braga Cavalcanti, Mu-Uo_ Pires de Carvalho, Everson Garcia„e Freitas, Antônio Arthur Machado de*°u_a^ Nelson Costa, Raul da Cruz e _>il-

> » HeÜa da Fonseca Rodrigues Lopes-,nUcy Ribeiro Sobral, Anadia Moraes,^mssak, Heloisa Souto Lyra, Edgard Ro-¦ly9' Paul Molfi, Margarida Lopes Ferraz,T,a'demar Ludwig, Antônio Carlos det

a.concellos,Ayrton Sá dos Santos, Epi-j^Q Alexandre das Neves, Djalma dej.

I*U, Oswaldo Ferraro de Carvalho,z.in '^e -^ss,s Nogueira, Eladya Pez-r"> Lui"a Weber, Antônio Fontão Fer-». *• Nelson Baldas, Therezmha GomesJraga, Milton da Silva Cordilha, Arman-5J0| Alves da Costa Junior, Annibal Cavai-q"'! Caruso, Manoel dos Santos Moreira,lka Luiza Ferreira.

°i o seguinte o resultado final do con-cürs01 10 Prem 10:

MARGARIDA LOPES FERRAZ

-a> Estado de Minas Geannos de idade e residente em Chris-

raes.2° Prêmio:ARcELLO HOMEM DE BITTEN-

COURT

S_n , annos de idade e residente á rua_CaDÍta°r Euzebio n. 83, sobrado, pesta

Respostas certas:

1» — Girasol.2a — Franco — Franca.3* — Por terem bandeira.:4* — Moeda.5' — Sol — Sal.

Solucionistas: — Dryel Macho, Zilá Bar-bosa, Brazilyrio Alves, Isia Maria Mo-reyra, José Vasconcellos da Silva, JudithGuedes Marques, Antônio Guedes Mar-quês, Cyrano de Niemeyer Portocarrero,Lucy Ribeiro Sobral, Lecyr Leal, Heüa daFonseca Rodrigues Lopes, Nelzio Denby,Paulo de Carvalho Armando, Yedda Re-gal Possolo, José Medeiros Cabral, Mar-tha Mouro Ferraz, Lucilia de Miranda Pi-res, Heloisa P. Freitas, José da SilvaMangualde, Leda Pagani Felicio dos San-tos, Nelson Bracet, Roberto de Oliveira,Dina Maria das Neves, Ayrton Sá dosSantos, Hélio Moraes Barros, Léa SylviaFreire, Cassio Cunha, Waldemar Martins,Carlos Mostaert Seixas, Milton da SilvaCordilha, Maria Jelda Soades Esteves,Waldemar Ludwig, Diva Miranda, RubensDias Leal, Joaquim José Maciel Pinto

Cinfra, Marcello Homem de Bittencort,Raul da Cruz e Silva, Maria Lúcia Sal-gado, Graciema Pires Teixeira, WilsonRibeiro Gonçalves, Waldemar Martins,Haydée Di Tommaso Bastos, Edmir Vas-concellos Teixeira, Thomaz César Pinheiro,Waldyr Marcondes, Vietor Markus, Al-bertina Rocha, Hamilton da Silva o Cos-ta, Gilda Oliva, Eduardo Di TommasoBastos, Angela da Costa França, HélioJesus Fonseca, Maria da Gloria de Sega'das Vianna.

Foi premiada a concurrente:

ISIA MARIA MOREYRA

de 10 annos de idade e residente á ruáXavier da Silveira n. 95, nesta Cap!tal.:

CONCURSO N. 3-:: l 3

Para os leitores desia capital e dosestados próximos

Perguntas;

1* — Elle vicia o homemQue o usa por distraçãoElla desperta saudadeQuando canta no verão.

Que(3 syllabas)

Lauro Vieira

FEIRA DE LIVROSHenri Béraud ._¦.....•___.„ — Le vitriol de lime.-..-.-.-.¦• \

Lazare •". 4*000Le martyre de 1'obèse... I •*Henri et Bourcier....,mm.„ __ L'affaire Landru ....> )Théophile Gautier._.;.,..._,. &__. j^ capitaine Fracasse.:.»__ | .._P }¦ 4$000

La musique.......... ¦_•___ )Unny Gréville..c... _.._»_._, — Angèle 1...J

Le roi des milliards .;.:.....> |4$000Le mari d'Aurette.......)Sônia -.>-.r_«._i.•..__..•»_. ]Dosía ••• ( 5300OLa filie de Dosía....».».. vLa seconde mère......«.„I

yictor Hugo (brochado)'.: __ Les travailleurs de Ia mer 8$0Ü0Os miseráveis (port.) ..-__¦ 17$000Histoire d'un crime..... 7$0UOAvant 1'éxil............. JPendent 1'éxil....... ._*....[ 6$000Depuis 1'éxil....- ..)Napoléon le petit...-..._«_ 5$0CONotre Dame de Paris.... 8$00Q

Pelo Correio, registrados, mais 700 réisLIVRARIA PIMENTA DE MELLO & C .

Rua Sachet, 34 — Rio de Janeiro

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O TICO-TICO — 32 — 13 — Fevereiro — 1929

CONCURSO N . 3 .'3 i sPara os leitores desta capital e dos Estados

'¦.r°"V~

í ! iSJ ^jRi !!) a1 1HJ (A-.A.A Iú_ji iL/...Jtí. \\ I-TSJ -]r/r^r---l--~--]r vj-n, y- r]ir^fí

salva-vidas, deram á costa jirstarns»'te nos terrenos de seu pae. Hirtos ri''frio e mortos de cansaço, arrastaram-se pela areia e olhando para o campo,viram seu pobre pae pegado ao ara-do, orando fervorosamente para queDeus lhe restituisse os seus filhos.

Não supportaram por mais tempoaquella dôr e lançaram-se a seus péspedindo-lhe perdão entre torrentes delagrimas.

O pae não cabia em si de alegria.O seu pedido fora satisfeito.

Domingos Vieira.

Recortem os pedaços do clichê acima eformem com elles a figura de um ele-pbante.

As soluções devem ser enviadas á reda-cção 'd' Tico-Tico devidamente assigna-das, separadas das de outros quaesquerconcursos e acompanhadas não só da de-claração de idade e residência do concor-rente, como também do vale que vae pu-blicado a seguir c tem o n, 3.315.

Para este concurso, que será encerrado

no dia 22 de Março vindouro, daremoscomo prêmios, de Io e 2" logares, por sor-te, dois livros illustrados para a infância.

2a — Qual é a frueta que a primeirasyllaba é advérbio de logar e a segunda éadvérbio de tempo ''..

(2 syllabas)Ruth Almeida

3a — Que é, que é: elle na espada, ellanas casas?

(2 syllabas)Rubem Velloso

4a — Qual é a estação do anno que nosfaz lembrar o nome de uma oarenta e ojiomc de uma mulher?

(4 syllabas)TCdith Rego

S* — Qual é a frueta que c de um ti-lular?

(2 syllabas)Álvaro Reis

, As soluções devem ser enviaelas á reda-cção 'd' Tico-Tico devidamente assigna-das e acompanhadas do vale numero 3.314.

Para este concurso, que' será encerradono dia 12 de Março vindouro, daremoscomo premio, por sorte, entre as soluçõescertas, um rico livro de leituras infantis.

PARAOCONCURSO:

w 3.314

Leiam o CINEARTE, revista cine-matographica única no gênero, queappírece ás quartas-feiras em todosos pontos de jornaleiros.

OS TRES DESCONSOLADOS

Noite fria... Noite brasileira.Sob um alto e forte carvalho tres

irmãos conversavam em voz baixa:Sou o mais velho dizia o primei-

ro, e passo a vida a arar este campotendo a casa como recompensa. Se-meando a terra que tu aras, dizia osegundo, tenho como única paga a co-mida. Colhendo o que semeias, diziao caçula, tenho como lucro bem mes-quinho uma parte do dinheiro quepapae apura.

A nossa vida é pois muito impro-pria, continuou o mais velho, e é me-lhor viajarmos em qualquer embar-cação que appareça. Neste momentoviram um largo fumo ao longe, e re-maram com todas as suas forraspara lá.

Era uma beih embarcação c o seucommandante vendo chegar aquellestres robustos rapazes, não hesitou emtis tomar ao seu serviço.

Viram então os rapazes quão tristee monótona é a vida do mar. li cho-raram de arrependimento: a minhacasa, dizia o primeiro; a minha fartacomida, dizia o segundo; o meu di-cheiro) dizia o caçula.

O vento uivou forte neste momen-to e a embarcação, apanhada de im-proviso pela tempestade, lutou dttran-te uma semana com a fúria das on-das, finda a qual entregou-se, o, bi-tendo de encontro a um rochedo,naufragou.

Os tres rapazes, unidos num só

A graciosa menina Maria, encanto docasal José Fernandes Neves.

O que nos diz seu papae:Illmos. Srs. Directores da Nestlé &

Aaglo Swiss Condensei!- Milk C.Amigos e senhoresTenho o prazer de. junto a esta, lhes

enviar uma photographia de minhafilhinha Maria, com 17 mezes de idadee pesando 12 kilos e meio.

Como verão pela' referida photogra-phia, trata-se de uma creança robustae saudável, c devo isso ao seu excehlente produeto Farinha Láctea Nestlé.com a qual dia está sendo criada desdea idade de 3 mezes.

Agrackcendo-lhes os magníficos re-sultado* que tenho obtic'.o com o usoda Farinha Láctea Nestlé, subscrevo-me com toda a estima c consideração

De VV. SS.Amos. Attos. Obrgdos.

(Ass.) José Fernandes Neves(Florianópolis, Santa Catharina)

A's mães cujos bebês não progri-ilem, recommendamos que se dirijamá Companhia Nestlé — 12, Rua daMisericórdia — Rio, afim de recebe-rem, gratuitamente, uma amostra deFarinha Láctea Nestlé e um interes-santíssimo livro sobre os deveres demãe, assiin como um brinde para 9pequerrucho.

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13 — Fevereiro 192» — 33_^ 0 TICO-TICO

BIBLIOTHECA DAS CREANÇASOS MYSTERIOS DE PARIS — Eugênio Sue — Romance

de aventuras próprio para rapazes, ' .THEATRO DA INFÂNCIA — Peças religiosas. Operetas,

Comédias, Diálogos, Apólogos, Monólogos, etc.OS EXPLORADORES DA LUA — H. G. Wcll — Ro-

niance infantil de viagens e explorações.A CAÇADA DA ONÇA — Monteiro Lobato — Novas

aventuras de Nari_'nho e de Rabicó e demais compa-nheiros, acompanhadas com diversos desenhos.

O REINO DAS MARAVILHAS — Contos de gênios ede fadas, com figuras.

HISTORIAS PARA CREANÇAS — Contos tra_iciona.sportuguezes. muito .Ilustrados.

PETER-PAN (Pedro, o Voador) — Verdadeiro livro paracreanças, com illustrações.

CONTOS INFANTIS — Pequeno empório de contos ins*truetivos, com figura?.'ALADINO

E A LÂMPADA MYST._U-.OSA — Contospara creaijças, com figuras a cores.

SINDBAD. O MARINHEIRO — Verdadeira jóia das cre-ancas, com figuras coloridas.

HISTORIAS INFANTIS — Com 30 bonitas illustraçõescoloridas, o encanto das creanças.

THEATRINHO INFANTIL — Contendo pequenos dra-nias. comédias, monólogos, scerras com.Vas e dramáticas,poesias cômicas, etc.

°. QUIXOTE DE LA MANCHA — Tradicional historiaadaptada para creanças.

HISTORIA DA CAROCHINHA — E de João Ratão, quemorreu no caldeirão, com figuras.

OS MEUS BRINQUEDOS — Figueiredo Pimentel —Contos do berço, uma verdadeira maravilha paracreanças.

O MUNDO DOS MEUS BONITOS — Poemas de Au-gusto de Santa Rita — Bonecos de cott. Teimo, lindos

jioemas.UNS AMORZINHOS DE CREANÇAS — Optima col-

lecção para pequerruchos, com lindos desenhos.HISTORIETAS OUVIDAS A' LAREIRA — Obra jUas-

trada com 10 gravuras.HISTORIAS DE JOÃO RATÃO — Vasco Lima — Lin-

-o livro de historias illustradas. que faz a alegria dameninada.

°S MELHORES TRECHOS DA LINGUA PORTU-GUEZA — Compêndio de trechos com Camillo, Eça,Julio Diniz, Fialho, etc.

tudo isso vende-se na "casa lauria" — aMelhor fornecida em livros de creanças.

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O TICO-TICO — 34 -* 13 — Fevereiro 1929

GLYCERINADADP N IO BE Y

^ <S>* &ABEres ^ *

SílyaAraujo&c^

miMifcmwwiiiumiiiiwmwnniiiti-iiiiiimiiitaO SAPO E O JACARÉ

Era unia vez um Sapo que vivia muito feliz, ábeira de um lago. Nada pertubava a felicidade daquel-Ia existência. Era amigo de todos.

Um dia, porém, appareceu no lago um enormeJacaré, que com gestos ameaçadores, obrigou o po-bre Sapo a retirar-se daliw-

i Muito desgostoso, foi elle queixar-se ao Leão.Este não tomou nenhuma providencia,, pois o Jacaréera muito seu amigo. E ainda mais triste e pesarososahiu o infeliz Sapo do palácio do rei dos animaes.

Em meio do caminho encontrou-se com a Ra-posa, que lhe perguntou o motivo de andar tão triste.

O Sapo então, explicou tudo o que havia .acon-'tecido. A Raposa negou-se também a auxiliar o po-bre Sapo, desculpando-se, dizendo, que não costuma-va intromelter-se nas questões alheias. Desenganado,desilludido por todos, tomou, então o Sapo a supre-ma resolução de solucionar o seu caso, sozinho, semauxilio de ninguém.

Uma pequena formiga que assistira a toda a con-versa entre o Sapo e a Raposa,, condoèu-se do infelizanimal, c lhe offereceu seus serviços, como tambémos de suas companheiras.

Aceitou, o Sapo admirado o offerecimento dapequena formiga. Reunindo-se todas marcharam re-solutas, em "direcção ao lago, onde encontraram a des-çançar na relva o temível Jacaré.

Cahiram-lhc em cima.A luta foi furiosa.As valentes formigas atacaram com tal impetuo-

sidade, com tamanha fúria o Jacaré, que este vendo-

se mordido por todos os lados, não teve outro remédiosenão render-se ás valentes formiguinhas.

E assim voltou o Sapo á feliz existência de ou-«tróra.

Nem sempre a força é vencedora. ¦E a reunião dos fracos vence sempre a prepoten-

cia do forte.Geraldo Porto.

Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade umaproposta de novo consocio, em pouco tempo ellapoderia duplicar os serviços aue vae prestando aosoue vivem no Brasil.

í|[ jtnmnnrn| )»l

r...todos os Vares espalhados pelo immenso terri-torio do Brasil receberão livremente o confortomoral da sciencia e da arte....,

EUA DA CARIOCA, 45 — 2* Anaar'

A CARIDADE(A minha afilhada Esther Cabral)

Nâo feches sem piedade a-porta ao desgraçado,Ao pobre que te pede os restos de téu pão!Pensa na dôr que o invade! a dôr que o coraçãoLhe traz em viva chaga, .ao ser escorraçado!

De sobra já lhe chega a sua desventura!Não queiras lhe trazer um novo soffrimento:O de ser enxotado como um cão nojentoE trilhar, duplamente, a estrada da amargura!

Conforta-o com palavras! dá-lhe o pão moral!Ensina-lhe a soffrer e com resignação!Se o não podes valer, despede-o com bondade;

Que esmola não somente é o bem material!Aquella que nos sáe do próprio coração,E' o salutar conforto, a santa caridade!

Ziília Vn,i,As Boas.

i MORRHUINAMimi — uma menina bem magrinhaQue as faces possuía descoradasRachitica, meuda, coitadinhaT-inha as pernas até bem arqueadas^

Mettia pena e dó... tão doentinha,Mal brincar a menina conseguia...-Sua mama... sabendo-a bem fraquinha,Seu coração de dores, comprimia I —¦

Mas, um dia, ella leu neste jornalUm tônico sem par na homceopathià,Que faria a Mimi um bem geral...— E deu-lhe com a fé mais crystallina —t•— E Mimi. que em pé, mal estar podia,Glorifica dansando a MorrhuinaIM

H«vtn«copathia Coelho Barbosa — Rio de Janeiro

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13 — Fevereiro *— 1929 — 35 O TICO-TICO

mr^ /_ MAE Oe^?

SEU FILHO

Euxiü GflWCTOGENOTonifica o organismo

e produz leite

Formula do Dr.Miranda Carvalho- fabricação pe5ilvaAraujo<3.(>

R E L O G I O - P U L S E I R A(monólogo).

Para c ffettso{Enlevada e mostrando a piÁseirã)Vnl vejam qúe bèlSfoinha!Vou mostrar á 1 ht-r.ziiiha...

(Saída falsa) :E se ella fica de malPor qtte não tem uma egual?

(Com desdém) :Mas, também, assim pequenaJ.ra mesmo muita penaEntregar-lhe uma pulseiraBonita,' desta maneira!

(Convencida) :Eu, sim, que já sou mocinha...Por isso a minha amiguinha....

(Noutro tom) :Não conhecem? Célia MellcDeu-me um presente tão bello!

(Com enthusiasmo) :E' um relógio; estão ouvindo?Tic e tac... mas que lindo 1Ainda hontem, no jardim,i-ra moço me disse assim:Mas, está uma bellezinhaO seu relógio, mocinha!

(De repente)Ih! mas eu vou já embora,,Que o meu auto está lá fora;Vou agradecer o presenteAssim, muito ternamente:

(D.rigindo-se c uma cadeira";Célia amiga, eu te agradeçoEsta lembrança de preço;Sabes? Estou tão contenteQue sinto agora um repente.

(Com enthusiasmo]De dar-te tantos beijinhos...E fazer tantos carinhos,Que verá-, meu coração,Como <_ beila a gratidão!

.Mudando de tom e voliando-se para osespectadores) :

Vou fazer um figurão,Nó automóvel,' poi« então?Assim com o meu relog'hh'0De braço com o avôzinho.

(Sahe convencida c figurando que dá obraço a algitc

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UM MENINO REGENERAI))

Ernesto, um menino estudioso, ti-nha um defeito: era caçador de pas-sarinhos.

Um dia Ernesto ia para a escola,quando viu um passarinho sahir vo\.ando de uma moita. O menino pen-sou comsigo: "Oh! que bom! acheimais um ninho!"

Foi procurar; e o que viu? Tresovinhos! Pegou-os c pôl-os no bolso.Nisto Ernest. ouviu a sineta da es-cola soar. Sahiu correndo e os ovi-nhos cahiram-lhe do bolso e quebra-ram-se. O menino não se incommo-dou e continuou a correr.

Chegou á escola e entrou.Na hera do ensaio para uma festa

que ia haver, Ernesto viu um meninorecitar a poesia de Olavo Bilac "O

pássaro captivo". e prestou muitaattenção.

Quando o menino disse que se ospas lassem, o passarinho pra-so diria: "Solta-me covarde, não meroubes a minha liberdade, Deusdeu por gaiola a immensidade, querovoar, voar!..., Ernesto, então cmfrente dos collegas e do professor,jogou ao chão o estelingue que tin.3no bolso e pisou em cima, quebrar.-Uo-o, e jurando nunca mais pegar noestelingue. Desde esse dia, tornou-seum bom menino, amigo dos pássaros,e deu conselhos a todos que caçavampassarinhos.

Eurydice Ferras.(9 annos)

Page 36: O TOCO^TICO.Nos Estados. . $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01219.pdf · 2012-08-21 · PREÇOS: No Rio $500 O TOCO^TICO. Nos Estados. . $600 ANNO XXIV SEMANÁRIO DAS CREANÇAS

KS KNW.\mS \_tt CYWQUWWÇ. A. _^0 KChiquinho deitou-se no divan,

dormiu e sonhou que' haviaido descançar em companhia...

/\ _^"""T -T\jJ1*'" ¦ BvWWhí ^**V"'""v- ' yf\\T ffi2.!f!-lll^epo"ls ^e mUit0 caminhar, sob I

X--^^^.^^^^^^55^^^^^^ ~-^~ /¦•• encortraram uma ,arvore grande que produ- >M|g§??__---'-__^ ^^~*^8?^_V0^^y^

,./ ~~~—- ^Myii_«_d__Wt ^N. ...

com a do Paraiso terrestre. E' começaram /^W^\~~—*"~ """"— ^^S._&^^____Ww^j_ ^\ \ conversar animadamente sobre caçadas e sobrei /Ç .-X.S^V ^\

^L^^É^ÉêÊ.íI^J)l \ \ desobediência dos meninos. A desobediência... / h: A-^y l^y—_»~.__~- --. \.

.. .é filha da ignorância — dis-se Chiquinho. — E o seu Chi-quinho, que sabe lêr e não é...

. , ,é contra a Lei de Deus. Chi-quinho prometteu não caçarmais.

...' ignorant», não está por ventura desobedecendo o Creador? veiu matar ospobres passarinhos? — E', mas, ia falar. Chiquinho .'-quando um pequeno rumorchamou-lhes a attenção. Era uma giboia, uma Bôa-contrictora que surgia juntoa arvore, talvez para apanhar Jagunço..Este cem um salto po_. se a salvo. Chi-•quinho e Benjamim fugiram morrp-abaixò. Com o susto Chiquinho acordou,perto delle estava a Boá da mamãe;.Cahiu na realidade tendo também cahido dodivan. Tudo era um spnh^^mas bem.fácil de realizar.-se. Matar os bichos ,_,