t1c tico : o rio preÇos: s500 os estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf ·...

34
o T1C íh^Jvrí&JMíizv^jM TICO : PREÇOS: o Rio S500 os Estados.... $600 ANNO XXVIII O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores w . RIO DE JANEIRO. 29 DE ABRIL DE 1931 Um tiro errado \ODWrLEyjy"' 1334 ¦*—— ^^^^/ P^C--v\Ns;—;\0U_j5«a^«L£ÍL~.—J ' L.~J 22 Goiabada aproveitou o domingo, foi caçar e descobriu sem grande difficuldade as orelhas de um coelho. Não havia um minuto a perder. Foi metter o cartucho no canno da espingarda, dar ao gatilho c prompto! Mas .i . uiclli.i', 'Io (.'K-lho nao ciam mais que as pontal dc um lenço amarrado aos queixos de Carrapicho que anda com uma dor deu- tes lia quatro dias. *

Upload: others

Post on 18-May-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

o T1Cíh^Jvrí&JMíizv^jM

TICO : PREÇOS:

o Rio S500os Estados.... $600

ANNO XXVIII

O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitoresw

. RIO DE JANEIRO. 29 DE ABRIL DE 1931

Um tiro errado \ODWrLEyjy "' 1334

¦*—— ^^^^ / P^C--v\Ns;—;\0 U_j5«a^«L £ÍL~.—J ' L.~J 22Goiabada aproveitou o domingo, foi caçar e descobriu sem grande difficuldade as orelhas de um coelho.

Não havia um minuto a perder. Foi só metter o cartucho no canno da espingarda, dar ao gatilho c prompto!

Mas .i . uiclli.i', 'Io (.'K-lho nao ciam mais que as pontal dc um lenço amarrado aos queixos de Carrapicho que anda com uma dor deu-tes lia quatro dias.

• *

Page 2: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 2 — 23 — Abril — 1931

O _.o__i geirpio de Louis Pfr____p]p@Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado

quando um homem entrou sem avisar e ficou atraz delle.O artista, tendo a bocea cheia de pincéis, não poudevoitar-se, mas murmurou:

Olhe tudo que você deseja, mas não se preoecupecommigo.

O visitante assim fez e veiu para sua posição pri-mitiva. Bouton ficou aborrecido, mas refreou a im-paciência:

Bem... Como está o pessoal em casa? perg. .tou-lhe:

Oh! admiravelmente, obrigado •— foi a resposta ¦—iAs creanças estão bem, supponho?

Oh! perfeitamente.O visitante então principiou a criticar a pintura, e

quando, depois de meia hora de conversação, 0 artista' sevoltou, reconheceu o rei de França. Bouton corou e gaguejou:Sire, sois artista bastante para conhecer que eu teriaperdido toda a tinta se tivesse parado para mostrar o'•studio" a Vossa Magestade.

Sim, replicou o rei, eu gostei de sua recepção âminha pessoa, tanto que ficarei com esta pintura.

POESIA DA ESCOLADE

TfaeojpírMllo BarbosaE'

UM LIVRO QUE TODOS DEVEM LER

|j

H-T-M-l -Q.30_ I-H-1-» f-!-

SE DNÃO ESGUIDEM

oDo

da regularidade das funeções intestinaes das creanças!Evitem o uso de purgativos de effeitos passageiros e,

ás vezes, contraproducentes.A cura definitiva impõe-se com o uso do afamado

M A N I T O L ,agradabilissimo ao paladar e por isso nunca recusado

pelas creanças.

Do

IOE IOE aoi

C A S A G U B O /__ RCALÇADO "DADO" — A MAIS BARATEIRA DO BRASIL

E' O EXPOENTE MÁXIMO DOS PKEÇOS MÍNIMOS

\J3B IhêS-r.

40$ —' Superior _ezer.ro marron, 30$ '— Bataclan, salto mexicano,ou preto, sola íina, todo liso', * em vermelho, marron. azulmuito recommendado pela commo- -.-„i >,--„„„ '-idade, ou em pellca marron. * Ul* branc0, e branco e ma"™>.

^^^_V^N

^^ÉS^__|----m__--__--^BJ

I ^^ví?*N-_

Fortíssimos sapatos typo alp«--carta próprios para escolares emvaqueta preta ou avermelhada.Pe ns. 18 a 20 8$000

J' " 27 a 82 „$0O0" " 83 a 40 llijiOOÜ

lic^nv.. „, -JP° bataclan em PeI" 35« — Em fina pellica beige de-

bruada. * Pr6ta t0da de" ^ b^da de marron ou todo deDo ns. 17 a 26 78500 pellica marron, todo íorrado de 35g

— Em -lna pellica en.erniza-27 a 82 X.! osooo Pellica branca, salto Luiz XV cuba- ,• \___ preta' todo IOTT&io de Pel"¦B »•«> $r nomedio- it-etLu,^MbaM

Porte 2*500 sapatos, 1$300 alpercatas cm parPedidos á Júlio de Souza — Avenida Passos 120 — Rio 1* Telep. 4-4424

Page 3: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 — 3 — O TICO-TICO

.A. 3VE ENTIR AA mentira, meus filhos, é um defeito muito feio e in-

.felizmente muito communi nas crianças. É companheirada intriga e da maledicencia, sentimentos vis, que degra-dam as creaturas que lhes são victimas, depritnitido-asaos olhos do mundo, creaturas muitas vezes innocentes eboas, oceasionando grandes infelicidades. Por isto, as crian-ças devem esforçar-se para dizerem sempre a verdade, nasinceridade das palavras, na realidade dos factos, não ac-crescentando um ponto em todas as historias como é vul-gar, que embora inisgnificante torna-se habito, mentindo-se a torto e a direito. É muito interessante a mentira dascrianças pequeninas, nas quaes demonstram intelligencia evivacidade, mas intoleráveis, insupportaveis mesmo são asinverdades que uma criança desenvolvida diz e que todosacreditam, principalmente os responsáveis. Nas escolas nãoé difficil apresentar factos desta natureza. Crianças quecontam historias inventadas, de seus collegas, das própriasprofessoras que soffrem muitas vezes desconsiderações dosrespectivos progenitores, deprimidas pela mentira dascrianças mal educadas, que para os pães sem energia são in-capazes de qualquer falta, tal a cegueira ante os defeitos dosfilhos, como se isto fosse amor, excesso de amor, como mefalou ha dias uma senhora, mas tudo isto é prejudicial e,para mim, educar, corrigir, é amar verdadeiramente. Quan-tos males causa a mentira das crianças das quaes tudose acredita! — Tá ha tempos uma collega oassou por do-lorosos vexames de uma queixa de um pae, contra ella, porter batido, na escola, em seu filho... e, finalmente, chegou-se á conclusão de que a criança mentira. É muito feiomentir, criança, é um defeito horrível que torna quem opossue repugnante e ridículo: sem nada valer, todos o apon-tam, pois as palavras que pronuncia não merecem con-fiança.

IEOIOS DE ¦ PJ,

DO» GRIPPE ORESFRIADOS '

OPILftÇÃO I)VERMINOSCS ¦

FRAQUEZA QMAGREZA .

GUARAENAtNvtiopptji tuooa

OPILIMA8 P1R01AS nquCHlNA»

GUAPAN1L

MALEITAS nPALUDISMO 1

PURGATIVO n

C0HC1NTRA0O SABQHOSO

TREPAHGYLCOMMiMiDO* AfijEli.Mtnt-lOD.

MALEIZINCOMPRIMIDO* C AMPOLAI

PURG0LE8TE

CONSTIPANTC q

TUBO» I ENVtLOPPl»

TANOLEITE

TOME BRONCHITE nCOOUBLUCHI •

ARTERIOSCLIROSE AVEIHICI coração:

"ToMPRlMltÜÕ*

HUSTEMkOOTTAá"nõ*ROP8

IQDALBTratem nos rótulos «t rtspccfivas Formula»,

f-*\ A vend» na» boas phjnmuiAi a drogarias

<Zaò O7aliothcicipíco\ DR. PAUL 1E1TE ftÇ'^-/-mO l.it!l'.'H'.uj.Tj.'j_ti.'ra

Não disse o próprio Christo: "Sejam luns palavrassim ou não, e nuncti jures pelo eco nem pela terra". Quizelle dizer que o homem deve ter tuna só palavra verídicae sincera: sim ou não, sem precisar de juramentos para con-firmal-os; o caracter de um homem de bem transparecenas palavras o que elle sente, diz e faz.

Quantos exemplos admiráveis nos legaram os nossosantepassados? Quantos mar.tyres a historia assignala sa-cri ficados por uma verdade que a pronfessa de renunciapela vida os levou ao heroísmo de perdel-a indif ferentes?

O próprio Galileu, o grande sábio, no enfraquecimentovital após ter bebido a cicuta (veneno extraindo de tunaplanta) pronunciava paulatinamente e já difficilmente:"e a terra move-se" e morreu pela verdade incontestávelque elle descobrira e os antigos julgavam um absurdo.Nada como andar-se com a verdade, crianças, sei perfeita-mente que ha oceasiões em que são necessárias as mentirasconvencionaes, mentiras do momento, salvando situações,mas fuçamos tudo para dizer o que é verídico, na siii-ceridade de sentimentos.

Ha crianças que mentem por qualquer cousa, e muitasvezes do que fazem, botam a culpa sobre os outros e as em-pregadas levam a fama sc a mamãe não tem o braço forte.Não faças isto, criança quando quizeres gulodices ou outraqualquer cousa, pede, e se te for negado sê obediente edigna das bênçãos do Creador... e se alguma cousa' fi-zeres que não esteja bem e alguém te perguntar respondesem vacillar e sem tremer: "fui eu"... isto é bello e hon-roso; quem poderá castigar uma criança que procede as-sim?! — Só beijos e abraços na alegria feliz de um coraçãode mãe, que vê no seu filho um thesouro, porque a ver-dade é um thesouro do céo.,

Mrs. Mervyn"l_VW^WV__V__V__Wft_VJli

DEBILIDADE. AHEMIA.AO BEBE ROUBA a ALEGRIA.TIRA 0 VIÇO 3UVENIL.QUERVELO F0RTE.C0NTENTE?

-^DELHEo REMÉDIO EXCELLÉNTEDE-LHEOT0HIC0

INFANTIL

LABORATÓRIONUTROTHERAPICO-RIO.

Bi Cr iança \1'ara o meu aiitiijiiuilio Milton

lii rrlnnçn! iti !. . .ProouM expandir na vkla o

quo tu vuiii u;l íilina innuoon*to d pura, emquanto o soffri-tntnto 6 a dOjf nfio chegam, ouu morto talvü7., o fim do nos-sa» loucaH UtaiOMl Canto,rouxinol feliz! na gaiola doi-rada ú\> tuu toabol Canta, quaa tua voy, HMlOdíoift mi CMi'liii|iicci)r do prazer, mo faa]ii-i.nlnr 0 |Onwo azul da ml-Ilha infância querida ijui! oaannoi nto tratem malil Bracomo tu, fell» aiaint, descuida*(|{>. iem pensar na dfir <inotnil(;i><'lrjL •¦pl&Vft o ílm dominha Infância itlotoia, par%miiii iló, «'Mi-ni vi/ar-rrio o eu-raõfcol ES, eu era fella multo:i'liz, t;ii qual o lindo cyeno,|UH Hl- llilllllíl lio I:I ¦ ¦.i, azul (19minha chácara, quando voillrompendo h aurora ou quandona brancos lyrloi ballogadopela freica aragcnii entendampara o ar um perfume >iue•nebrla, que aedui o encantai

Corno tudo Ihho pnnenu vrlojicomo un> eonho, deixando aminha nlma maíuada o non-tlila n carplr uma umidade tftoKrnnrie QUt não finda mnlwt

Como 0 rouxinol feliz daKalola drilrnda do meu lonho,ennnudeeeu !. .. Itl I C r I a n-çnl... RI! que no teu sorrirfeliz, taien me recordar o pau-nado mortn, fnzes sentir noooraçflo a painíado !. ..Juvenal Pereira de Vasconcclla»

Page 4: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

Os Sonhosde Natal

(fy/^^^^^ê

deseja ojo para

c£-^VN ' 'il' *° ' ''T^V^-^^_j_i' • ^t>-n / y>\y§y& ' ír^^Y /

T^ V

1931 ^\\*^

Q sonho lindo de todas as creanças, na qua-dra festiva do Natal, é a figura veneranda dovelho Papae Noel.

Em cada creança vivem sempre, por essatempo, um deseio, um anseio, uma esperança,para a posse de um cobiçado brinquedo,que o velhinho das longas barbas bran-cas traz escondido no sacco de surpresas.— Vou ganhar uma boneca! — sonha a me-

nina. — Vou receber um trem de ferro! —menino. E cada brinquedo é um motivo de dese-

a noite risonha do Natal. Ha, porém, uma cousacobiçada por todas as creanças — 6

ALMANACH D'"0 TICO-TICO" PARA

Publicação das mais cuidadas, única no gênero em todo o mundo,O ALMANACH D"0 TICO-TICO" PARA 1931, que está

á venda, em todo o Brasil, _--_--*S~___5~_a5555^5^:t um caprichoso álbum cheio de contos,

novellas, historias illustradas, scien-cia elementar, historias e

brinquedos da ar-mar. Chiqui»

í %mk w - 'y

li» if .-~'m9a,'

_/*%¦ &. ¦, __ í laW JÊÊm*. *à

full r. Pk'C_Í°- ,Jagunço- Benjamin.Jujuba, Goiabada, Lamparina, Pipoca Ka-ximbown, Zé Macaco. Faustina eoüíros perse-nagens tao conhecidos das creanças tornam es pu^bbcaçao o maior e mais encantador Tvrc, Infanttf.O ALMANACH D'"0 TICO-TICO» papa toot .» •_¦

se houver falta nesses jornaleiros enviem 2vT es a â venda em todos os J°™aleiros do Brasil, mas,reio á GERENCIA DO ALMANACH D'«0^Ttrn m^kS^Sda' 5^' va,e Postal ou em seIlos do Co1"logo um exemplar. Preços: - 5$000 — Pelo Correio— êSOCo" Quitanda,

7 — Rio — que receberão

Page 5: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO -TICO

Kedactor-Cheíe: Carlos Mnnhãcs — Dlrecior-Gcrcnto A. de Souza a SilvaAssignatura — Brasil: 1 anno, 25J000; 6 mezes, 13*000; — Estrangeiro: 1 anno, 60$000; 6 mezes, 3G$000,

As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em que forem tomadas e serão acceltas aunual oa semestral men-te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou car-ta registrada com valor declarado), deve ser dirigida á Kua da Quitanda. 7 — Rio. Telephones: Gerencia: 2-4544,Escriptorlo: 2-5260. Directoria: 2-6264Succursal, em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Rua Senador Feljó 27, 8« andar, salas 86 e 87.

ÜCOQfifímSUcvoARDIS DOS

Meus netinhos:

No mundo dos passarinhos lia uma infinidade decousas curiosas que dão margem á meditação, ao es-tudo de parte dos observadores. Entre essas curiosi-dades avultam, sem duvida, os ardis de que a maioriados passarinhos lança mão

para se defender dos ini-migos. Vejam vocês, porexemplo, as cautelas que 03

passarinhos têm na esco*

lha do local onde cons-

troem os ninhos. Esse Ic-

c;il, meus netinhos, é qua-si sempre o menos acces-

sivcl das arvores, é o

ponto escondido, abrigado

do vento e da chuva e doataque dos outros animaes. E quando o inimigo conse-

gue descobrir o ninho de algum pássaro, e se dispõe aatacal-o, então é que observamos até onde vae a for-

ça de ardis do dono do ninho para collocar este a sal-vo do ataque.

' <á&&lfrfei«fMB-i

Ij^Sp"?-''-*' mm~-j_^.*.*&'«*#

•¦^fc-»

PASSARINHOSSupponham os meus netinhos que um passarinho,

aquecendo calmamente os ovos no ninho que tanto tra-balho lhe deu para construir, presente a approximaçãodo inimigo que o vem atacar. Esse inimigo é a cobra.

Que pensam vocês que o lindo pássaro faz? Foge?' Não, meus netinhos. O

passarinho enfrenta a co-bra e procura afastar essadas proximidades do ni-nho.

Muita gente pensa queha aves que se deixam ca-hir magnetisadas na boceadas serpentes, quando es-tas passam por perto dosseus ninhos. Na realida-de, trata-se unicamente de

um ardil de que lançam mão certas pequenas aves paradefender o ninho, onde existem os filhotes.

E como esse ardil, muitos outros empregam os

pássaros na defesa da prole e do pinho.VOVÔ

fim-\'. ',v ;^1ír?i__^* v(:rjJr&**¦'' ¦¦¦• >W

Page 6: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — fí 29 — Abril — 1931

"O TICO-TICO" MUNDANONASCIMENTOS

* <3> Chama-seLauro o lindo meninoque, desde o dia 16deste mez, é o encantomaior do distincto casal Dr. Lauro de Almeida Barbosa-D. Ottilia Ferreira Barbosa.

<3> ^ Nasceu no dia 12 deste mez a linda Maricelia,filhinha do Sr. Amaro de 0'iveira e de sua esposa DonaOdette de Oliveira.

ANNIVERSARIOS

<S> * Faz annos hoje a menina Irinéa, filhinha doSr. Oswaldo Pinheiro.

<?> <í> Completou seis annos sabbado ultimo o intelli-gente Armando, filhinho do Sr. 0'egario de Almeida.

<S> * Geny Favilla, nossa prendada amiguinha, fes-tejou hontem apassagem de seuanniversario na-talicio.

* * ClarinhaVieira, nossa lin-da amiguinha, fes-tejou hontem" apassagem de suadata natalicia.

NA BER-LINDA...

f <S> Estão na

berlinda algumasmocinhas e jo-vens do nosso conhecimento: Pequena mais bonita, Leilahde Macedo Araripe; a mais elegante, Dinára Coelho de Vin-

cenzi; a de mais "pose" Heüeen Aguirre; a mais encan-tadora, Lúcia Guimarães; a mais intelligente, Haydée Fail-Jace; a mais querida, Luciüa Moraes de Figueiredo; a maisengraçadinha. Coralia Velloso; a mais maliciosa, AbigailLeoncio Rebello; a mais ingênua, Magda'ena Moreira daSilva; a mais agradável, Léa Lorenzzoni de Azevedo; amais amável, Neusa Moura Ferreira; a mais calada, YvonneLima; a mais tagarella, Ada Calazans de Moraes; a maisintelectual, Jandyra Câmara; a mais retrahida, Lourdes Pe-dreira de Freitas; a mais quietinha, Maria Lúcia Tapajós-a mais meiga, Neusa da Silva Feital; a mais elegante, LiaXavier da Silveira; a mais bella, Yalina Andrade; a maiscalma, Elisa Coelho; a voz mais rouca, Léa Tel'es Coutto;a voz mais grossa. Lelia Linhares Herbster Pereira, a maispequenina. Yvonne Muniz Bastos; os cabellos mais'bonitos,Lia Portocarrero de Albuquerque; a mais gentil, Lola Py;as mais agradáveis, Laura e Jandyra Lopes; a mais canta-deira, Rosa Ferreira; a mais graciosa, Yvonne da Gama eSilva; a mais "chie" Dora Taveira; a mais gorducha, Raquellorres Vianna; a mais prestativa, Clara Helena de PaduaSoares; a melhor dansarina, Maria Lúcia Lorenzzoni deAzevedo; a maisdengosa, MariaAssumpção SoutoMayor; a maissincera, Helena deVincenzzi; a maistrabalhadora, Do-ralice Te'les Cout-to; a mais gentil,Yvonne da Gamae Silva; a maissorridente, AlziraCâmara Lacerda;o mais sympathico,Jorge Fernandes;o de mais "pose",

i—3KB35 "' X "

Cyro da Cruz Soares;o mais fascinante,Raul Gastão.

* * Estão naberlinda os seguintesmeninos e meninas do,

2° anno secundário do Gymnasio Meyer: Othilde. por teruma bella altnra; Torreca, por ter uma grande intelligencia;Ondina. por ter uns lindos olhos; Odette, por ter bello ca-bello; Altair, por ter um bigode apreciado; Cartas L., porter um bel!o. verbo e'oqnente; Hamilton, por ser desenhista;Ketty, por ser a mais applicada da classe; Alberto Torres,por ter uma pequena cabeça; José Teixeira, por ser va-lente; Lrurahy, por ser fumante; Pedro Aberto, por sermuito gordo; Ebert, por ser o mais bonito da classe; Maria,por ser a mais comportada; Oséas, por gostar de triangu-los; David, por ter a peíle delicada; Renato, por ter dentesbonitos; Carlos M., por ter uma côr amorenada; João I.,por ser envergonhado; Jcão M., por ser magro; Luiz Ra-mos, por ser quie-:o; Aurélio M,por ser sympathi- UL J^M ^JS^-*S?:o. — Um falador f^y^\f?s> ®-5.%r'^>1. «*\despeitado.

EM LEILÃO...* Q> Estão em

lefão as meninase meninos que co-nheço: Quanto dãopelos encantos daLúcia P. ? pela en-cantadora e grac.l

. Licinha? pelo ca-'bel'0 da Leilah de

M. A.? pelo sorriso fascinante do Jorge F.? pelo encan-tador Marcello G.? pela côr morena do Cyro G. ? peloattrahente Adhèmar G.? pela parecença que a Luciüa M.F. tem com a sua Sue Carol? pela risonha Yalina A.? pe aagradável Léa L. de A.? pelas covinhas e pelo dentinhode ouro da Abigail L. R. ? pe1o desenvolvimento da NadirF. ? pela sympathica Lelia T. G. ? pela dengosa Magda'enaM da S.? pela agilidade assombrosa do Djalma F. ? pelabengala do Flavio? pelos mil ternos differentes do Rogériode M B.? pelo bigodinho e pela elegância do Gilberto deC. R. ? pela santa ingenuidade do Heddy F. ? pelo gênioMario de A.? pelo sympathico Samuel S.? pelo gentilissimoEvüasio L.? pe'a fina educação do Helvécio B.? pelas boasmaneiras do Heraclie? pelo fascinante Raul Gastão? pelavoz do Joaquim C. B. ? pelo seu maninho Fernando ? pelointellectual Mario A. da S. P. ? pelo filhinho da mamãe,Gastão E. ? pe'o admirável Gastão F. ? pelo apreciável Ro-meu G. ? pela inspiração do Eliézer do R. B.? pelo eleganteAndré S. R. ? pelo malicioso Edu' V Mallet? pelo intel-ligente Lauro L. ? pela tristonha Selvita F.? pela graciosaLelia O. de B. ? pela elegante Yvonne L. ? pela linda Neusada S. F. ? pela gentil Coralia V.? pelo eabello da LeliaL. H. P. ? pelos cachinhos da Yvonne M. B.? pela for-

mosa Yvonne deMattos B. ? pelabailarina CarmenS. L. ? pelo andarda Nilcéa R.? pelogentil Iberê G. G. ?pelo distincto Car-los do R. B.?pe'a "força bru-ta" d0 Aracy C.de M.? pela famade "bamba" que oPendes C. de M.conquistou ? pelasminhas verdades?— Principe Igor.

Page 7: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 7 — O TICO-TICO

O Elephante e a Formiga

%j>/¦k formiga ia esperar todos os dias,

f '^^ no atalho grande da floresta,

/ ^^ a passagem do Elephante que iatomar banho no lago. Fizes-se sol de crestar a relva ver-de do caminho, ou chovesse

de alagar os atalhos, a For,miguinha não fal-tava áquella peregrinação. Era já um habito'ver todos os dias passar, com passo tardo, pe-sadão e bambo, o mastodonte Elephante.

E a Formiguinha, oceulta sob a folhinhade um arbusto ou em baixo de uma pedra, fre-mia de contentamento e de inveja ante a cin-zenta massa colossal do pachyderme.

Que felicidade, se eu tivesse o tamanhodo Elephante!... — dizia a pobrezinha se-guindo com o olhar o bichano* que se embre-nhava na floresta.

Ah! se eu tivesse t ventura que elletem de esmagar sob os pés os seixos e arrancarcom a tromba museulosa os grandes galhos da3arvores! Pobre de mim! Sabe Deus que forçasemprego para remover a pedrinha minúsculaque me veda o caminho!...

Um dia, voltando do banho, o Elephanteviu a Formiga, no logar do costume, mirando-oembevecida. Sentou-se e falou:

O' pequena, por que é que você sempreestá aqui a me olhar quando volto do banho?Não tem medo de ser pisada por uma das mi-nhas patas?

Não receio ser pisada, meu amigo, por-que, mesmo em baixo da tua pata, ura vão-zinho entre pedras, uma saliência da terra,

bastar-me-iam para defesa. Além disso, todoo temor que tivesse bem pagaria a ventura queexperimento ante a grandeza do teu corpo demontanha! Que bom seria se eu tivesse o ta-manho do teu corpo! Mas sou um animal mi-nusculo, que para caminhar uma distanciaigual ao comprimento do teu corpo tenho dedar mil passos ou bater mil vezes com as azas!

De que valem a minha intelligencia e omeu engenho se o homem ou os outros animaesdo teu porte precisam de óculos para me ver?

O Elephante ouviu a triste cantilena daFormiguinha e, levantando-se, continuou a ca-minhar com uma lagrima de commoçâo a es-correr pela tromba abaixo.

Nisto, um tufão furioso passa pela flores-ta, ullulando e depredando as arvores. Umforte ruido de madeira que se quebra ouviu-seentão e uma grande arvore tombou sobre oElephante, matando-o.

A Formiguinha, que ainda o segui? como olhar, deu um grito de pavor:

— Pobre Elephante! Se elle fosse do meutamanho não teria morrido.

Um vãozinho entre duas pedras ou umasaliência do terreno teriam abrigado o seucorpo!

A Formiguinha nunca mais viu o Eh>phante voltar do banho, mas também não quermais ser maior do que é. Contenta-se, e bas-tante, com o tamanho que tem.

A lição das coisas que tem visto ensinou-lhe que nem sempre a ventura que parece ver-mos nos outros é felicidade para nós.

R M N H E

4_ jvOvo \/vS©*b*©c •w-^Ph>©y*w vLA(?^J^%)'nB^

~=rs' —*f ^aí

Page 8: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 8 29 — Abril — 1931

I~\_ '.'ml,, I I II f I I ' f ¦'¦"¦ 1 ' '% I ¦ ' _____ /'

No velho castello de seus avós,vivia ha muito tempo o conde Ro-berto, appellidado o Valoroso. Oconde vivia feliz com sua esnosa...

.. .Jenny e sua filha Yolandaque tinha 12 annos. Mas esta-vam no tempo das cruzadas.Um bello dia o barão Hugo,...

... fidalgo seu vizinho, veio buscal-o,¦porque tinham de partir juntos parairem guerrear na terra Santa. O con-de Roberto despediu-se da esposa,...

• beijou sua filha Yolanda e partiu,acompanhado por sua escolta de ho-mens d'armas Passaram longos me-zes durante os quaes a condessa..

.. .Jewny não teve noticias da guerrasenão pelas canções dos trovadoresque cantavam o heroísmo dos cavai-leiros. Mas um dia appareceu no...

. . .castello o barão Hugo sozinho esó pela tristeza de sua face, ellacomprehendeu que tivesse aconteci-do uma desgraça. O barão contouque o conde tinha sido mortalmenteferido combate.-do cs mouros,.-..

.. .mas que antes de morrer ihetinha pedido e instado que' seencarregasse de velar por suaesposa e por sua filha. Depoisfalleceu.

A condessa. ao receber tão...

... triste noticia, ficou inconso-lavei... Ella sempre sentiraaversão pelo barão Hugo. Eraum presentimento justo...

{Continua)

Page 9: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

Q M ALHO

%1-9

__li #__ /#»_t#-à_|Í_ki _f»_%l

_X_kíéM cjm^^mmW\

^Xp___«& ...Melo """: 3aLuz» ... da Cunha

• ••do Cunho

__¦ __r^W^.W '

SmW'-''" ""TA''^

Wk_ÍLÍ. .''i'«K_W

/f~^A±JJmW-:%

pJÊf^

I -JH__íJ_)

Teneníe Joaquim..

Teneníe João...

_Bf"? '' ''•»ltípí•*¦'••¦&,, ¦* ¦ íf/^ r. l^

í/í__k_\ i

Oswoldo-

Assis

_S__P_tvvl" •T"1 -"'_¦_•>C* i(l£lir_^^

._^__-____jiw_^r/*^__fc^i|7^W mKr Bastai...

Bekopio.

Mucio

_/í**' __ íf^kiLA \ri___Hk.

l-"^ '"__/***\

r_k)_J$!s^2/

L._,Sg- ...de Reiende- Virdulíno Ferreira

T__C^_r

lW_ rwl' __S''^^k_VM Dl A^¦n^ Tli. 1w__íí__.*_3^ 1

í /'^^A-tS_f''^',J>-^

vvz,/> ¦ ' Av v**________P^'

Uma dai p_._!nas de successo de um dos últimos números de "O Malho" a po pular revista que toilo o Brasilcoiilie.e e aJutV*%.

Page 10: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

TODAS AS SENHORAS SAO INTERESSADAS...

€' uma revista para o larA mais elegante — A mais completaA mais moderna — A mais preciosa

Collaborada pelos grandes creadores da modaparisiense

MODABORDA DO

Figurino MensalENSINAMENTOS COMPLETOS

SOBRE TRABALHOS DE AGULHA E A MACHINA COM DESENHOSEM TAMANHO DE EXECUÇÃO. OS MAIS APRECIADOS TRABA-LHOS DE BORDADOS. MAIS DE 100 MODELOS EM CORES VA-RIADAS DE VESTIDOS DE FÁCIL EXECUÇÃO. VESTIDOS DE NOIVA,DE BAILE, PASSEIO, LUTO E CASA. LINDOS MODELOS DE ROUPASPARA CREANÇAS. COSTUMES E CASACOS. ROUPAS BRANCAS,

ROUPAS DE INTERIOR.Conselhos sobre belleza, esthetica e elegânciaRECEITAS DE DELICIOSOS DOCES E DE FINOS PRATOS ECONÔMICOS

Vendido em todas as livrarias e bancasde jornaes do Brasil.

Pedidos do interior ao Gerente deCaixa Postal 880

'"Moda e Bordado"

Rua da Quitanda, 7— Rioacompanhados de 3$000

Preços das Assignaturas: Semestre, 16S000. Anno, 308000

"CINEARTE"E' A ÚNICA revista cinematographica brasileira que

mantém redactores permanentes junto aos studios da Americado Norte;

E' A ÚNICA *Jue P-blica photographias de artistas e deaspectos de films inteiramente inéditos, porque os recebe dirccta-mente dos seus redactores correspondentes;

E' A ÚNICA <iVie se interessa realmente pelo CinemaBrasileiro;

E' A ÚNICA impressa pelo mais moderno systema graphicomundial. '

)ooo(

ASSIGNAR "CINEARTE" E' TER O CINEMA EM CASA,TODOS OS DIAS E A QUALQUER HORA, COM A

VARIEDADE DE TODOS OS GÊNEROS E DOSARTISTAS DE TODOS OS PAIZES.

Á venda em todos os jornaleiros do Brasil

Preencha e remetia-nos bole mesmo o com abaixo:Snr. Director-Gerente de "CINEARTE"

Rua da Quitanda, 7 — Rio.Junto a este remetto-!he a importância de Rs para

uma assignatura de "CINEARTE" pelo praso de

6- MEZES25S000

12 MEZES48$000

NomeRua

Cidade e EstadoNOTA: Corte com um traço o quadro que indica o período de

assignatura que NAO deseja. — Os «ubscripíore. juntarão a este cou-pon a importância em cheque, dinheiro em carta registrada, vale pos-tal ou em seílos do Correio. •

Page 11: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 O TICO-TICO

AS AVENTURAS DO 6AT0 FELIX(Desenho de Paf Sullivam — Exclusividade dç "O TICO-TICO para o Brasil)

Jm$ üA>aj *m' fe^ .-m MAp™? _.-l?__^__k:- :"3P: P:-&»_-. ,;A-í-'T^,i"" I I "¦¦*"" |- ,-—, ___ ;—,——

Gato Fe/i..-pediu desculpas ao bode Mas o bode não quiz acceitar as E começou a eSpirrar e a arra-pelo empurrão que lhe dera. desculpas prazêntèiVas de Gato Fclix. nhnr o chão com as patas.

K€

-~ ^_|^

*á__._______E_^________i ' c£>

íSj—#

^A T StJt-._iVA.N~ « 9 ^'

'¦<.

Só então Caio F-Zia. percebeu que o — Cem que roupa, seu bode, você E assim falando, Gato Fclixbode queria entrar em luta. quer ir dar um passeio pelos ares? segurou o bode pelos chifres e...

i AMí .-' ? 3

^ ~~~~~**^m^^mmV ^mm\mmMmmmammmm^~'' -\ I / Jj ^j^mmf

©_J_^__K-_.i'rf"1'

ÜiT . N

... -^'V/.t Sot-ivnS*:.

» __iÔ'. «3vi / '.„'.

.. .deu-lhe umas voltas soltando-o, depois, no ar copi violência.

O bode deu um passeio no espaço _fas o bode, iv;inimnndo-se,reiu, cahir no chão: Foi um colosso conseguiu levantar-se e pensou,...

r '_. ¦¦'j ¦> <_

f"p) rrs^rrAr> ll,ü- lpf?wM^^>ír~"—-—-—¦--_<-^-~. ~ "~~-~—~-__ '^^r^' ^ ^a_i--v___^-»__^" v -___ **

¦ "' - ,

' t'-'- ^.t__uwt--.: I"-'-"

•••¦"' ? . . "--n. ... ..

.. .então, na mais seria das vin- E vingou-se. Deu uma mar- ...pelos mv.-, muito alto, com tanta ve-

ganças contra Gato Fclix. rada em GHo Fclix QU_ este foi,., locitkule. (|UC c.iliiu na China.(Coníüiúa)

Page 12: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 10 — 29 — Abril — 1931

m$m____)V/_^j çlx**-—*¦Sabes .t.pocc. , os tamposestão RUtr-S ,vou re pes-PEDIR. - COMOeSTOU POENtg preosoTRATAR.- M.,/

nao e' a pri -_MF.lRAVEX.j-

f~^\ __. fe-TRÂfF&TRAO. AOUI ESTA' AOrA-DO. OR0CNAOOJ

QUC HE RCCU DEVENDO

Ul- ,E0 CELKAXinBO\X.N]'aqui e' o g-rande douto a5AKKATRAP, CELEBRE <_.P£-QlALISTA EM MOLÉSTIAS/-LG-lBeRt-BERICAS -IREI&XAMINAL-0 BREVE, g' p/\ .

t" VOR. NÃO SARAR NEMMORRER ANTES Q(j£ ÇÜ

^ CHE&UE

N ___ I NAO E' A PRi -

_J(QQJ^Me'gAVE^r

( OH'. PATRÃO SGV.NA' | r^ |

' J~~NEM UM TOSTÃO POR.] f /^\ nq- I

ACho Qiif*.-—..U í , __:~IT\ I I /TI7 r=~~ __ I evtcu muito/ o ps^co _c_\ / A<5Ui >NAO ME jT^W 5_^__!!__-; /SOU o AF/V"\^^\ I «_U«T-__1 ConsultcTIJ L^oJ

hAS ALARMANTES DE SCVlNOMlA° ^^í £ 9t7"wL A^^iSlRTsCOM AL(VIBEIRQMA TRAUMÁTICO. L' -44 W 0 ^_P ^^^^.NJP U tW ' "La /ijtin\

Page 13: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 — U -- O TICO-TICO

O SORRISODA

PRIMAVERAKmquanto os homens, .ligeirosCorrem ao mal com afan.Março a rir, entre aguaceiros-Prepara os dias primeirosDa Primavera louça.

I.evanta-se muito cedo.Quando está tudo a dormir,Vae engommar em segredoA gargantilha de neveDo malmequer que ha de vir.E trabalha com mão leveNo cinr.elar delicadoDo botão d'oiro lavrado.

Vae depois furtivamenteOnde encontra a amendoeira,Co'o pó branco e rescendenteEmpoar-lhe a cabelleira.

E ao ver que a NaturezaDorme ainda descuidosaO seu somno matutino,Inventa a gentil finezaDe lhe pôr botões de rosaNo verde corpete fino.

Kmquanto compõe trinados,E ensina aos melros modinhas.Semeia em bosques e prados.Que é morada ao sabor d'ellas.Delicadas campainhasE violetas singelas.

Junto á fonte preguiçosa»Onde a corça se retrata,Demora-se alguns instantes,E larga os guisos de prataDa cavallaria mimosaNos agriões verdejantes.

Põe nas hervas escondidol) morango saborosoQue ha de ser por ti colhido.K da fylha 1"c apparecaFaz guarda sol preciosoContra o sol, que já aquece.

E quando vê terminadoO tempo do seu reinadoE começar o de Abril,Contente do que fizera.Diz então com ar gentil:Podes entrar... Primavera!

Celestino Soares;

Um bom menino

^AA Y)Ay\ úh i><,:ffpÁlvaro era uma linda creança de

8 annos e que pelo seu bom com-portamento se tornou o orgulho deseus paes e o encanto de seus colle-guinhas.

Um dia, Álvaro adoeceu e o seumedico recoinmendou-lhe o maior rc-pouso e uma abstinência completa douso de guloseimas, pois Álvaro gos-tava muito de doces e bonbons.

Foi um grande martyrio para oÁlvaro, privar-se desses alimentosque elle tanto apreciava e sua Mamaque muito lhe queria, notando a tris-teza do Álvaro, procurava consolal-o.promettendo-lhe um passeio â cida-de e um "lunch" numa confeitarialogo que o medico lh'o permitisse.

Álvaro, com os olhinhos muitoazues. olhou para sua Mama e cheiode ternura agradcccu-lhe a promes-sa que cila lhe havia feito, dizendoem tom muito meigo:

Mamãezinha, eu queria ao in-vês dum passeio 4 cidade, ir á Igre-ja da Cloria, agradecer a minhaSanta Therczinha o haver ella pro-tegido a minha saúde.

-Pois, sim, meu anjinho, disse-lhe a Mãe de Álvaro sem poder es-conder duas lagrimas que se des-prendiam de seus olhos e a forteemoção que experimentou ante a dc-monstração desse piedoso sentimentode seu filhinho — iremos á Igrejada Gloria.

Álvaro cnrheu-se de contentamen-to e di.is depois ao receber a noti-cia de que já poderia sahir de casalembrou a sua Mamãe, que no diaseguinte se commcmorava o dia daGloria, e perguntou-lhe se poderia irá Igreja.

— Como não, meu filho? ! — res-pondeu D. Clarice. Mãe de Álvaro.

De facto. no dia seguinte, Álvaroe sua mãezinha. encaminharam-separa o Outciro da Gloria, onde assis-tiram ao sacrifício da missa e an vnl-tar para casa, Álvaro, surpreso eradiante, encontrou a sala cheia d."amiguinhos que foram cnmprimcn-tal-o e tomar parte nn almoço quesua mamãe lhes offcreeia.

Muitas flores, doces c bonbons ga-nhou o Álvaro que em virtude dósseus bons sentimentos se tornou credor de todas essas homenagens.

CHIQUINHO.

Doutor Sapiência(monólogo-,

Vim aqui hgeiramentE 8 vós então me apresento,Para falar francamente,Sobre o meu grande talento 1l'.u tenho estudo profundoQuer nas artes ou na sciencia,Fiz-me popular no mundoPelo Dr. Sapiência!...Eu na sciencia cabalislicaTrabalho em alia magia. . .Parece até humorísticaA minha ' sabedoria!...Também falando em grammaticaMatéria incomprehensivel,,Quasi mesmo enigmática,E' para mim acccssivel.Medicina homneopatliica,Cirurgia e inda outras mais,E até a "sciencia estática"São cousas, pra mim, banaes...:Tara dar maior valorAos livros de astronomia,Procuro uni 0 anteporE estudo... gastronomia I...Como adopto o preventivoAfim de que um mal evite,Tomo logo um purgati voPra não ter... gastro-enterite.. *,Descobri na engenharia,Por linhas tortas, direitas,Levantar prédios num dia,Estando as obras... já feitas!..,.Na justiça os meus ouvintesFicam todos assombrados,Fois os meus constituintes,Já sabem, são condemnadosiE quando estou recitandoNum salão ou num theatro,Vão todos se retirando,Ficam só uns tres ou quatro 1..,;Ma.s vós, pessoas tão calmas,Tão cheias dc paciência,Não negarcis vossas palmaiPara o dr. Sapiência.

Augusto Wandcrlcy Filho.j

Page 14: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 12 29 — Abril — 1S)_1

wkAX^ém MUNI

HSlfc^V /__# liv^w

J ,_f__EMjl --___§__ >Q*~A_?__-_____B sC> "^ ^S hMmÍB' >\"^1 ls^_5_-_. <£trH_7 Iaf ***m% . •. %—r p "*^_5_8t 5%-"-2_ v*<

ERA

uma vez um gigante chamado Pelão, alto c*mo de-homens nu, que todas as noites dormi, em *__Tca__-do tamanho da tin ou da minha.— Como era isso?

narin -,,-. • *"_¦E" íaciI- Não se tratava de um gigante ordi-nano, mas sim de um typo todo especial. Grande corno «ra Prho. quando queria dormir, tirava a c:belleira %&? que^ usavae ficava pequenino como qualquer de nósum ovo0"6'

deV° eXpHMr' e"e tinha a cabe<.a K» l Pelada como

•e eSnUrasnsPCnnheC-a eSSe S£g:ed° e tambem ninK«™ sabia que--_qutDia.ia e nunca mus elle tornaria a ser eicantee^KoTL^^St^ a _** f pLo"la'-s-

testavam porque ell_U_v_g_ tendo P°_°- Os lavradores o de-

Bando tudo Mn, -Li" i S P'." ,ai;oes' scm Piedade- estra-«ncar a pe"rú« n,va do 2S__SSr^2

"T02, ^ tastava *"pequeno eP Insisnificamc^comf qua.quTdeí.es

'° * Um homem

Em uma granja perto do bosque, viviam tres irmãos que 9echamav.im Grande, Mediano e Pequetito.Grande usava um fusil grande, Mediano um fusil mediano ePequetito um fusil pequenino. E os tres levavam balas de chumbo.

Pequetito e o Gigante(ADAPTAÇÃO DE I. GALVÃO DE QUEIROZ, NETO-

Lá v_e Pelão! — di.se, uma tarde, alarmado, Grande, aseus irmãos. — Que enorme que é a sombra de seu corpol Seeu o seguisse, agora, até o bosque, e o matasse, mereceria a gra-tidão de todos.

Por que não o fazes? — perguntou, gracejando, Mediano.P°T que... Homem, sabes? Amanhã sahirei para mataro gigante. Hoje não tenho o fusil prompto. Mas amanhã...

No dia seguinte, ao cahir da tarde, Pelão. de volta á casa,passou perto da casa dos tres irmãos. Grande tomou seu fusile as balas e seguiu o gigante cautelosamente.

Pelão escolheu um caminho cheio de relva, sombr:ado pofalti.-simas arvores, e se poz a andar por elle.Grande se approximou, oceulto pelo matto, com o fusil pre-

parado para disparar. Quando achou que era hora, apontou omais alto que pôde, apertou o gatiiho e a bala passou, sibilante,entre os dedos da mão do gigante.Que será que passou entre meus dedos? — perguntou Pe-lão, voltando-se.

Mas Grande já tinha corrido, com tal medo e t:.nto susto.tjue o gigante não o viu mais.

Ao vel-o chegar, Mediano se poz a rir.E' essa, tua maneira de matar gigantes?Por que não vaes tu, se não tens medo delle? — disseGrande com voz tremula.

Muito bem! Irei! — disse Mediano.

Na tarde seguinte Mediano fez o mesmo trajecto que Grandee esperou Pelão no mesmo logar.

Como no dia anterior o gigante se deteve a contemplar o solpoente. Mediano aproveitou, então, essa parada e fez pontariabem para o alto, com seu fuzil mediano. E disparou.

Que fei <jue passou voando entre minhas pernas? — per-guntou Pelão.

Mas ninguém lhe respondeu porque Me-diano, tendo jogado o fusil no matto, disparoumais ligeiro e com mais medo que o irmão.Desta vez foi Grande quem riu e zombou.

Esse é teu processo de matar gigan-tes? Se eu, com meu fusil grande, nada fiz,que esperavas fazer com o teu, que é media-ao? Agora só falta Pequetito querer ir tam-bem...

Sim. Amanhã quem irá sou cu! — res-pondeu o terceiro irmão.

Ao ouyil-o os outros começaram a dar risa'das e até Mediano esqueceu seu recente susto.

Pequetito nada disse. No dia immediato, átarde, quando Pelão regressava ao bosque.Grande e Mediano se esconderam no sotão.Mas Pequetito empunhou seu fusil e sahiupara o matto. Antes que o gigante passasse nocaminho de sempre, Pequetito pensou.Sou pequenino e se não subo a qualquer coisa meu tiro

vae bater na bota do gigante._ En'ão trr.'cu de subir a uma arvore e lá no alto ficou, muito

quieto, entre as folhas. Pelão veiu e. como de costume parou,para olhar o sol poente, mas ainda alto. Pequetito aproveitou omomento e fez a pontaria p?ra a cabeça... — Pumü

E a peruca foi sacudida fora da cabeça.Onde está o gigante? — perguntou Pequetito, assombrado,descendo da arvore, rapidamente como tinha subido.Mas em baixo só encontrou um homemzinho de sua altura.Um homemzinho de cab:ça inteiramente peiladi.Oh! Ohl — exclamou. — Quem é você?Sou Pelão! — disse o outro. Faça-me o favor de emprestarum lenço. Sinto um frio damnado na careca...Pequetito estava assombrado que não sabia que dizer Deuo lenço que o deconhecido se apressou a pôr na cibeça pellada.

•_-,,_" a até !™nha caía ~ diiSe> P°r *im. Pequetito. Ceia-remos com meus irmãos.

-_. 7" £°m m,UÍt° g0st0 ~" disse Pclã0- Vo<* "ão imagina que

d?.e.ti±rtreC! P Sef glgame! Nã0 se tem amiB°s! N3_, se temdivertimentos! Em compensação, agora...

t- i?'tÍram jUnt0S- Em casa os dois !™5os ficaram de qu,.-bons wL'0"1

a !VeítU-ra

de ?et*ue,it°- Este e Pelão ficaram

no mat?õgm,.e ^ h0Je. gUardam a >)erúca <¦"<= {nr™ buscarno matto mas que ja está com o encanto quebrado.

Page 15: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 13 O TICO-TICO

NOSSOS A I ü U I N O s

__^T àílÊÊn m__\___ ^^^amW_ _

«^^^^ ¦_W_~_~__^_W_—KMWm_MH

____¥ _ÊB_ VL ^fck ' ^

. _fwf Ik, ^H ^—i vB 1» M_ l_E v_!!__l Wm _T * f_B_M__m__* __ _ ^B_¦? '4- - - ___flH *_ ^^BÉH8 ^^ »i» Btty-^*-_t_i"pf Jr H____^_l _8Htk- .JL—_B _fe_^^B X SV _¦ gJPJiPPwl Hk ^——i

BBPwí—^^^_B ^_^_H ____Wffi'^-\_____W$ ^ ¦ ^K____W ___w 'JB-____m____í wt___m_ ^^Vi

Vicentina Lobosque, nossa leitora re-siilentc em São Paulo.

Eneida Theresinha, filha do Sr. A.da Costa Venites.

Amélia Lobosque, nossa leitora re-sidcnte em São Paulo.

\

A priiniceza For-mniosa

Era uma vez um rei muito bello

e ousado.

Queria casar com a princeza For- í|

mosa, que morava numa gruta í'

guardada por um dragão. S

Ali habitava ha muitos annos, '»

desde pequena, quando foi raptada j|do rei, seu pae, pe'o dragão. ?

O rei mandou offerecer ao ij

dragão presentes, em troca da liber- ','%

dade da princeza, mas elle não S%acceitou. \

Um dia o dragão sahiu pela fio- ¦,

resta e foi visto por uns campone- ij

zes que foram dizer ao rei.

O rei então foi á gruta, onde

encontrou só a princeza e com ella

fugiu para o palácio.

D'ahi a dois dias casaram-se co:n

grande pompa.Dizem que o draeão morreu de

raiva.

EDGAR RIBEIRO

despedida

rm-.'WJ:m.mmm..vs:".m.Vm-m-m--mj^r-m-m v.-.

CBirnsto e os lavra-

Trovas de

Entre as lindas, ft mais linda,

Vou partindo e vou ficando:

Quem diz adeus, fica ainda.*»

Digo adeus e vou chorando...

Quem parte, gosto não tem!

Quem fica, como terá?

Quem parte — põe-sc a chorar,

Quem fica — chora também.

Queria achar quem dissesse

Onde o pesar mais augmenta:

Se no peito de quem fica,

Se na alma de quem se ausenta.

Nessa cruel despedida

Nem sei o que hei de fazer,

Levar-te não me é possivel

Deixar-te não pôde ser.

Quando Christo andava pelo mun-¦J do, passou certo dia por um roça-ído e viu um lavrador plantando

^ mi ho:Bons dias, amigo.Bons dias...Está plantando milho, hein?E' verdade...Mm o tempo está tão secco...

Está. Mas na passagem da lua jsempre chove.

Continuou Christo o seu caminho.Adeante topou outro lavrador plan-

; laudo milho:Bons dias, amigo.Bons dias...Está plantando milho, hein?E' verdade.....Mas o tempo está tão secco...Está. Mas de uma hora p'ra

ouira Nosso Senhor manda umacliuviiiha. í

Jesus proseguiu a sua jornada.

j Quando voltou, o milho deste jáestava de espigas maduras e o dooutro nem sequer chegara a apen-

I doar.

I.VATAW.1

Page 16: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 14 -

MAIS UMA INVENÇÃO O ZÉ

29 — Abril — \% 1

.ACACO

Zé Macaco sempre tem a mania flt'inventar alguma cousa. Desta vez...

...inventou um remédio contra ...abatimento. O remédio era com-doença de nervos, tristeza e... posto de gazolina, pimenta do reino.»

...e urtiga em pó. Lembrou-se de ...achava no fundo de uma cama. ...um go'c. O effeito foi estupcfaci-levar essa innocente droga ao seu ami- amigo Batata, que estava por tudo, eu- ente! Começou a exp'odir co.t.q umgo Batata, que havia muito tempo se... guliu o remédio de... foguete.

I / / - /\fi_ • "•_ X&Qw f •*)^\ ^tX^-nX jf""""**-. rZ%3Ê?

' ¦*¦ i— —

Rodopiou como uma granada, em- it.do nariz sahiam gazes que arreben- ...extenuado no chão! Zé Macaco,quanto que da bocea, dos ouvidos e... tavam como bombas. Depois cahiu... ante o successo, fugiu prudentemente!-•

Page 17: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 - 15 - O TICO-TICO

O ALEIJADINHO BONDADE(Das "Lições de Robertinho)' Alarico CINTRA.

Afinal passou a chuva.Robertinho e tres collegas haviam se refugiado no botequim

"Águia Lusitana". Estendenram os bracinhos, de mão abertaao tempo, como se faz para sentir si ainda chove, e sahiram alegre-mento, na direcção do ponto da parada do bonde, pouco adeante.

Gargalhadas e gargalhadas de meninos desoecupados attrahi-ram, ali, as attenções dos collegiaes.

A' frente do poste assignalado com a faixa branca, um pobrebêbado, que mal se sustinha nas pernas — roupa salpicada dclama, mcttido em chapéo de dois bicos, feito de jornal, e postoem sua cabeça pelos garotos — gritava, gesticulando aos chanf-jcurs:

Sentido! Não passa árto sem tina... Sô ispctò c a miirtavem, (|ue vem fnenmo!

Robertinho logo reconheceu no infeliz o pae dc um meninocego de'um olho e que apresentava falta de tres dedos na mãoesquerda. Outro defeito ainda se notava nesse menino — tam-bem chamado Roberto — na perna esquerda, qae não podia dobrar.

Esse outro "Robertinho" vinha sendo apontado como o"Aleijadinho Bondade"; era elle o melhor alumno da EscolaNocturna de Ramos. Conduzia-se ali de fôrma a merecer a estimade todos, sempre fazendo jus a rasgados elogios dos mestres,pontue tirava todo partido de sua intelligencia, esmcra:ulo-scdiariamente no cumprimento de seus deveres.

Filho de uma lavadeira, estudava as lições nas horas defolga, durante o dia — quando não ajudava a mãe a carregartabuleiros de roupas "passadas", ou trouxas dc roupas servidas— e, á noitinha, lá seguia elle rumo da escola...

Impressionado com os defeitos descriptos, do filho daquellchomem que se exhibia, embriagado, um dos meninos poz cmduvida o que acabava de ouvir:

Aleijadinho, carregando peso?! — Elle tem força paracarregar as trouxas?)

Tem força, sim; — com aquelle olho fechado, com aquellamãozinha sem dedos e com aquella perninha esquerda dura, vaelonge...

Emquanto Robertinho dava todas essas explicações, o coitadodo inconsciente, no mesmo ponto, continuava exposto aos maioresriscos, de ser morto por uni bonde ou por um auto. Teimavaem não attender aos que lhe pediam para sahir do meio da rua,gritando e acenando sempre, na "funeção" de ispetú de vido,

que ali o prendia... Eu sei onde elle mora, disse Robertinho. E marido cia

lavadeira que ainda hontem foi lá em casa, com uma barrigamuito grande, chorando e dizendo que, o doutor receitara umremédio, para quando elle bebesse assim. Disse, tambem, que odoutor havia falado que I perna dura, o olho fechado c a fa ta

de dedos na mão de Robertinho , eram só por causa das"chuvas" do pae. Acabou,a lavadeira soluçando tiniuisso, parque diz que esperaum irmão de Robertinho, eestá com medo que apparc-ça outro aleijado.

Coniinuiiicando exaela-mente essas coisas todas queouvira e guardara, c quetanto o haviam imprcssio-nado. concluiu:

li' preciso levaraquelle homem para casa.Elle vae tomar o remédiodo doutor. O irmão de Ro-hcrtiuho, que vem ahi, nãoquero que se apresente deperna dura, nem de olhofechado c nem com faltade dedos na mão!

Carinhosamente impul-sionadn, combinou, desde lo-go, com os companheiri-nhos:

Vou fingir que souseu filho. Guardem meuslivros, gritem meu nome —

Roberto — c digam, muitas vezes, que sou fujão... Só assimelle arredará pé onde está, levando-mc para sua casa... K, re-soluto, deixou os cadernos, para dar começo á nobre farça.

Dc perna esquerda dura, olho esquerdo fechado e mão eg-condida no bolso do casaco — simulando, eniíitn, as mesmasattitudes e os mesmos hábitos do menino defeituoso — Rober-tmho adeantou-sc, dc manso, para passar bem perto do ébrio,ao mcsino que lhe gritavam os colleguinhas, da calçada em quepermaneciam:

Roberto é fujão... jão... jão... jão; Roberto c fujão...jão... jão... jão...

O effeito claquclla astucia toda foi maravilhoso. As re-prehensões do bêbado não se fizeram esperar! Foram até seguidasda promessa de bôa surra no filho fujão, togo chegassem em casai

Tu fugiu... Tu fugiu, malandrâo; vârta p'ra casa, p'rapanliá bôa surra...

I'. lá se foram caminhando os dois, dc perua dura, corajosa-mente, o " filho da mentira", sempre de olho fechado e com a" mão aleijada" escondida no bolso do " paletot ", valendo-se dadireita para amparar "zig-zags" e cambalcios do "pae da men-tira", do qual alguns petelécos recebeu por conta, durante acaminhada...

Foi um Cf7.fr> sério, dizia Robertinho aos tres pequenosque o haviam ajudada a illudir o desventurado, ao comparecermais tarde ao collegio e, depois de referir ao director o motivodo atrazo. — Foi um caso sério; aca!>ci chorando, abraçado coma lavadeira, muito afflicta.

Apanhaste petelécos mais fortes?! — Lcvaste a boa surra,tão proniettida?! — indagaram Iodos, com justa curiosidade.

O homem não me bateu. A lavadeira, quando me viu entrar,fingindo de aleijado, correu a meu encontro com aquella barrigainchada, do tamanho da trouxa da roupa suja, só dizendo queeu era um anjo, e que estava arremedando "Aleijadinho Ronda-de" porque queria esconder, depressa, em casa, a vergonha detodos...

Não se deve arremedar quem é aleijado, interveiu osacrislão, menino assim apprllidadn, porque tinha vindo de col-legio de padres c sabia ajudar missa. Os outros tres, que haviamassistido a todos os arremedos, discordaram, a uma voz:

Robertinho fez muito bem; devia arremedar, como arre-medou, os defeitos do filho. Sc não arremedasse, o honienizinhoficava esmigalhado, ali na rua. Parecia um animal teimoso, semquerer andar, sem querer sahir do perigo,

Robertinho prosegtiiu :Fiz muito bem. A mãe do menino c o menino que tanto

¦ne cansou, para arremedar, vieram agradecer tudo, tudo aquilloqua eu fiz.

UMA DOENÇA QUE VALE UM MILHÃODOLLAKES

. jM ¦¦*" -* ***aTfcaaajaaa-iC j»***" ^I^Xa^a— .aaalga^*Táía%Ma?gff^ _ f^^aaCfcj^-Sl»tta^LJ>^^*-- a^- ^^ ^**^!jft iJLaa - aS^Pha^V/xrHaaavVV» t

\ | y. >. fi^V -vW.*^ ÍÇf ''fy;r^^^mmmm\.Wz'J-^i^\ í; J/ ^SasZ^^. i^JBSH mWLf^'-~l'4 í

". y yj-' ''¦¦¦•¦¦ 5m\mmab!mf*mm&&amEr^íl'^%"'- ir ^SSémKLtaSá

- Por que chorou, cn-tão? — perguntaram Iodos,aneiosos, cada vez mais, porsaberem a causa dc seu chô-ro.

— Porque parece quetlao ha mais geito. A la-vadeira gritou | chorou, decortar o coração da gente.Deu o remédio e O homemnão quiz lomar, nem &força. Cuspiu tudo, cm ei-ma da gente... Deu, depois,niilro remédio dc cheirar,que o homtm cheiro*: g que-brou o vidro, sem ficarbom,.. Ao fim de tudo, simulher estava cansada c emfatetpero, Vi-a arrancar osGRbcllot, soluçar e olhar os

lhessse a

y^fmZ^ -r~ '

,¦*--,' *

f ,' l"1' aaidirain, paranV^yi/'i \>. "> I d i z e r , c o m o diLd^P-^V,' X-V- \\ mim:v «ai... »| — Não se pôde

-^«R

." sÍO

âmbar cinzento, um dos produc'. os animaes de maior valor que fios 'i

/ jíihi existir, produzido pelos intestinos do cachalote, oeeasioiuilincnlc c eu- r5 contrado flutuando sobre os wares. li' empregado como fixador M Sí manufactiira de perfumes c vale tanto quanto 25 dollars a onça. 5

fazermai3 nada I Vem ahi maisum irmão aleijadinho I

SíaWb»W»WW^UW.V

Page 18: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 16 29 — Abril — 1931

^~—~^___—j*t_—am mui i, .<¦_—-_-_-j_-_-—-*ii ,. MTinrrn-——__

:^0-_3 ^^_3__Ti_I *" _Dt :'_/_______b_V i —^^ /_——**^—~\\-. - f ^Cj*r °^__y''_Í""^^Í__B

_________ i^v. -/_t_i___ç >^ vi _^*^ i ]__¦ ^# ^yjr^^ f-k

^xB

? F^MWá É mJSmmW^m^mmT^^^^ ^ M^^Y \ ^^^te___M__P^ SBflr ^ J_S[ ^B^ ^W^nJ_. C^ % tJ!

_•*__/ ^--J ^ B_____*^q^\^*3^1\ lia Vmk x ___3^__plâèJiÜV . Via __-_-^_. R^-tiP** *«l

Mude Io vistode frente.

O palhaço malabarista(PAGINA DE ARMAR)

Explicação — Collem as duas peças cmpapelão fino, antes de recortar. Por meio debarbante com dois nós nas extremidades, jun-tem a peça circular a outra, como indica o mo-delo visto de traz. Imprimindo, depois, um¦movimento circular á peça que tem as pernasdo palhaço, vçvão este çlansar originalmente.

Modelo vistocie traz.

Page 19: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 - 17 O TICO-TICO

ftvÊHTUftA* >t ^e'(Õ>^£C0#B0U0> IhmmUL 1ColUboracào de UiizSá e I Galvão díQuçirç*nero. ««çfíSaaiWWt* pjrj p TTÜCO" tTDCO

Reco Reco,Bolão e Azeitona foramno Dominçjo passear no Jardim Zoob-£>lco afim de ver» g celebre macacaSophia e ourpos animaes

Azeitona, que nunca tinha visto umcamello. ao passar perto deste, ficouassombrado, com ."aquelles dois caro-ços" que o'bicho' linha nas costas.

Tão abysmado ficou, aue nao repar-oünum enorme elephanl-e, que delle se ep-pronirnava. Reco-Recoe Bolão delon^e.vendo o grande perigo...

\ /-¦ /^ ^~2 J VA/ v •) ^JmssJLAsmi^ M.W" rAC\ «c£^-./

. que. corria o embasbacado Azeitona trataram deavi«,al-o_ Era >arde. O elephanl-e com a tromba.seçju-fon Aicilona pela cindira suspendendo-o

To! um Deus nos acuda. Reco-Reco cahiu de joelhose começou a rezar um Padr-e-Mosso. pela alma do indi-roso arniçto que parecia pendido de todo.

aflÊsVi^sW. A^Wl l^Di Infiel w^rm rfVWvV b^b^bh Al ^k^^Jy' "A" K*~ âP - W m* \ w^màY ^*í J »VÍ »s^

8o'ão, que sempre conserv.-i/a o sangue fno deanfe dos maiores perigos, não perde» rempo Pedjo soe-co.-no ao çjuarda óo jardim, que depois de muiro rra-balho. conseduio

libcr-Ap Azeitona. Este, mais morto do quavivo, juravae batia no peiro, dizendo que nãoqueria mais saber dc macaca Sophia.ncm daoutro qjdlqer

'bicho'

fôSáff

:r-iy«!

CINEARTE — Uma revista exclusivamente cinematographica impressa pelo maiamoderno processo graphico é a única que man tem em Hollywood redactores permanentes."

Page 20: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 18 2'J —Abril — 1931

Vem o papae, mamãzinhalE, correndo, Cely foi esconder-se,'

, tremula, atraz de sua caminha.Rogério entrou. Vinha em tal estado

cie embriaguez que difficilmente se man-tinha em pé. Yvonne. a pobre mulhermartyrisada pelo trabalho e pela dôr,recebeu-o nervosa, com uma ruga maisprofunda a vincar-lhe a testa. Era sem-pre issol Desde que fora despedido daofficina pelo seu mau gênio, rntreg-'-ra-se ao vicio de beber.

Não houve meio de fazel-o voltar aobom caminho; os seus cuidados, o ca-rinho de Cely, foi tudo inútil. E. de dia.para dia, ficava mais exhaltado, nada selhe podendo negar porque chegava áloucura, quasi. Vivia perambulando pelasruas, servindo de chacota a uns e aoutros, que lhe pagavam cálices de pa-raty para vel-o fazer discursos, recitar,até cahir em qualquer logar, vencidopelo turpor deprimente. Quantas vezesfora a mulher buscal-o ás tavernas!Te^e, porém, de desistir porque nadaconseguia e elle ficava desesperado.

Dá-me o jantar.Yvonne pôz-lhe em frente um avan-

tajado prato de sopa de legumes, cheiro-sa. appettitosa.

Devorou-o em dois tempos.Que ha mais?Nada! Não recebi hoje o dinheiro

da roupa e bem sabes, disse revoltada,que sou eu só a trabalhar.

Ante a recusa e a recriminação. acólera explodiu.

Estás me negando comida! Amim, teu marido! E. dirigindo-se ao pe-quenino puxado que servia de cozinhapoz-se a procurar como um louco.

Súbito, soltou uma gargalhada:Então? Eu não disse?E, apanhando, oceulta a um cantinho,

tima caneca, mostrou-a a Yvonne.Não! E' de Cely! Não pôde ficar

•em o leite!E avançou como uma fera para to-mar-lhe o alimento da filhinha adorada.Atracou-se á caneca.Mas Rogério, rápido, vibrou-lhe no

pulso um golpe tão violento e certeirode navalha, que ella cahiu, examine, nochão... O sangue que borbulhava, deu-lhe um momento lúcido.

Assassinei-a... eu!!E sahiu. a correr, sujo de leite, tintode sangue...

- Os visinhos, acostumados ás rusgasviolentas do casal, deram o alarme, ven-do-o sahir. O inspector de vehiculos daesquina prendeu o criminoso.

E Cely? ^Quando viu o pae sahir, foi procurar a

querida mãezinha.Acharam-n'a beijando loucamenteaquelle rosto que a morte enregelava

Já, procuraram distrahil-a, tiral-a dali. <A magua, numa criança de cincoannos, é passageira. Tendo nos braçoslima. bouequinha qne a visinha do ladolhe dera, esqueceu a mamãe e, aprovei-tando a confusão que reinava, sahiupara a rua a passear com Nênê, afimde mostrar-lhe o luar, tão bonito.

Andou, andou. . ._ Súbito, num logar mais deserto, ou-

Hu passos apressados e uma conversaagitada. Teve medo. Onde esconder-se?Ah I Naquelle automóvel. E ligeira pu-lou a portinhola que não soube abrir efez-se muito pequenina a um canto doassento.

Mas que macio! E recostou-se, satis-feita. Aos poucos os olhos foram se fe-

AWnAftWftftJWAftW.VJW^vWJ"^

r ^

y%Sj£\\ ___ítr_i ^Z^J

o TT '' fí\ i voz ia lottia

Conto de Raul Gastão

chando e o somno venceu-a, muito en-colhida a um canto, com a boneca nosbraços.. .

Instantes depois, dois homens seapproximaram.

— Vamos, Paulo, toca depressa IQuero sentir o fresco na noite que mefaz bem e me tirará esse peso que sintona cabeça.

O chauffeur não ponde conter umleve sorriso... Bem sabia o peso qualera. . . Quantas vezes vira-o já custandoum pouco a subir as escadas do palaceteonde morava depois de ficar até a meia-noite no club?

Mario atirou-se comsigo no banco docarro mas, de repente, sentiu que ha-via qualquer cousa ao lado.

A' luz de um foco electrico, pôde ve-nficar que não estava só.

Tocou o commutador do carro e.ante o jorro de luz que tudo innundou,teve nm movimento de surpreza e emo-ção. Agarrada á bonequinha Cely dor-mia e era linda com os cabellinhosmuito louros a cahirem-lhe em cachospela face.

i- A intensidade da luz despertou a cri-anca. Espantada, olhara aquelle moçotão bonito, tão bem vestido, que a con-templava risonho. Pensou num dos prin-cipes encantados das historias que amãe lhe contava.

Quem és? Que fazes aqui? Celycontou-lhe o que se passara. Ouvindo-afalar, encantado pelo seu modo engra-çado, cheio de. compaixão pela sua des-ventura, Mario tinha os olhos humido»de lagrimas.. .

E quando cila terminou, disse-lhe:—E agora? Não tens mais tua mãe«

zinha. Com o teu papae não poderáscontar. Queres ficar commigo?

Cely abriu os olhos espantada. E noimpulso natural da sua idade, atirou-seao pescoço do seu protetor, passando,lhe os bracinhos em volta do pescoço.

Súbito, fez-se muito branca; ergueua cabecinha, aspirou profundamente oar e, olhando fixa os olhos de Mario,disse-lhe, a medo:

Mas tu não me baterás? Tenscomo o papae, aquelle cheiro ruim...

Mario sentiu um abalo profundo. Ebaixou os olhos, confuso, ante o olharlímpido r*a criança.

Estav»;, então, caminhando para aloucura eu desgraça, talvez, como o paedaquella innocente. E viria um dia —quem sabe? — Que faria á esposa tãomeiga, tão triste, o mesmo que aquelleinfeliz.. . Presentiu o abysmo a cujabeira estava e de que a innocencia da-quella creança o advertia...

—Dize! Tu não me baterás?Não, queridinhal Não te baterei

•nunca, e nunca mais tambem, sentirásem mim este cheiro horrivel que te fazlembrar o papae. . .

E apertando-a nos braços, beijou-anos cabellos, muito de leve, procurandoconter a respiração.

O chauffeur estranhou ao vel-o des-cer do carro com a criança nos braços.Mário, mandou que batesse á porta oque aliás não foi preciso, pois a esposa,que o esperava, ouviu o chegar do au.oe franqueou-lhe, muito calma, a en-traía.

Ao vel-o com o estranho fardo,olhou-o surpresa.

Mario depôz a criança no chão, fe.chou a porta e, poz-lhe as mãos noshombros e, encarando-a muito serio,falou-lhe:

Ouve, Lucilia. Vou fazer-te um ju-ramento: nunca mais beberei uma sógotta de álcool.

As pupillas claras da moça exprimi-ram uma satisfação indizivel.

Sim! tenho sido muito mau. muitoingrato para a Lucilia, tão boa, tão mi-nha amiga

E agora, querida, acceitemos comofilha essa pobrezinha que te trago, ob-jecto inconsciente do juramento que tefaço.

Contou-lhe o que se passara.Nos braços de Lucilia, Cely repousa-

ra muito agarradinha aquella iinda moçaque a acarinhava como a mamãe, masnão via, porque estava quasi dormindo.que ella, como a mamãe, tinha lagrima!nos olhos e pelas faces...

Page 21: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

2í? — Abril — 193 i — 19 0 TICO-TICO

Havia otttr'ora num paizdistante um rei dotado degrande bondade no que eraimitado por seu filho Is-rael.

O BESOURO DE OUROMARIO DE OLIVEIRA PIMENTEL

(ii annos)

Israel partiu para o reinodos cavallos. Lá viu tantoscavallos bonitos e por quehavia de pegar o mais ma-gro e feio? Esqucccu-se en-

O monarcha gostava muito de caçadas, no que tão da recommeiidação do Bezouro e ia pegar o mais lin-Israel o acompanhava. Um bello dia o principe e do quando ouviu uns toques de campainha. Nesse ins-seu pae foram caçar como de costume. tante Israel ouviu uns passos e não tardou a ver solda-

Quando o rei foi pegar um passarinho, sem sa- dos que o prenderam e o levaram á presença do rei. In-ber como, furou os olhos nos espinhos de uma rosei- terrogado, Israel contou a sua historia. O rei compade-ra e cegou. Muito triste voltaram ao palácio. Quan- ecu-se da sua sorte e deu-lhe o cavallo. Israel agradeceudo o reinado inteiro soube da desventura de seu so-berano, cobriu-se de luto. Passados dois dias Israeldepois dc muito pedir a seu pae obteve deste o con-sentimento para ir procurar o remédio que lhe resii-tuisse a vista. Israel sahiu do palácio com muito di-nheiro e com a benção de seu bondoso pae. Quandoatravessava uma floresta viu dois homens que batiamnum cadáver. Perguntou o motivo por que faziam

aquillo e teve a seguinte resposta: "Nós o estamossurrando porque esse marreco morreu sem nos pagara divida de 50$ooo. Israel pagou o dobro dessa

e seguiu o seu caminho, quando lhe appareceu de no-vo o Bezouro que lhe disse: Vá ao reino das espadas epegue a mais feia que houver e depois vá ao dos papagai-os e pegue o mais velho e pellado que tiver e depois venhater commigo. Israel fez tudo que o Bezouro mandou equando estava de volta, encontrou este no caminho quelhe disse: "Principe,

quando chegares em teu palácio,com a espada, cortes o pescoço do papagaio. Passes osangue ainda quente nos olhos do teu pae que immcdia-tamente ficará curado. Agora deves saber que eu sou a

alma daquelle homem que mandaste enterrar. Vim aqui

quantia com a condição de enterrarem o cadáver do para proteger-te". Quando o Bezouro acabou de falar

infeliz homem. De-

pois seguiu o seu ca-niinho . sem parar...Estando já sem for-

ças para caminhar

sentou-se numa pe-dra. Meia hora de-

pois ouviu um zum-

bido e viu um Be-

zouro de Ouro quelhe perguntou:"príncipe Israel, por

que é que estás tão

triste?" Israel con-

tou o que havia

acontecido a seu ve-lho pae e o que es-

tava fazendo.

Quando acabou defalar o Bezouro dis-se-lhe: Vá ao reinodos cavallos e pegueo mais magro e feio

que tiver e depoisvenha ter commigo.

Uma perfeita eirargiaimmwitmmmÊfrmMÊm*Mmmw*xaBmimm^mammmimW*mwmm*mMmWMmmmmmmÊmaÊmm^mÊ\\' "->-*-_-¦¦ i m..—^-_**_r

» • \___p_6! '

• 5U9 _i.. "íl

^ #___9M__________v * ¦ *'''J____BH_i

_. ^5i_B__D_r' «•: ':^__________BH____I I n_. »_«__*K________H »' ¦ -.*_______?.. ¦¦¦$ i

I"t—.

i1É »'"•'• J__ 9Q_ ,_.._2* _^r^T;*> * *^í <£--'"^'/(Bfl__sM2__H__N_F-' Vs' ;_¦__-»___¦^-__Í_____r.'i.'.V_tvr.>. " *» .,'• >".__*B___B^¦n|KUÉUk_M__i__f/^ ^¦¦Lfcj-u-Jt"' -» *****•,* *3dH________________M

-—-*—*--*^" \ ¦ H______r.*** *jt'V^__i______H____F*>

*• ** ^H '

1 A ^fe^? I

1 ^«J ——"*

A. estrella do mar pôde serCortada em vários pedaços, osquaes, por sua vez, se trans-formam em verdadeiras es-

trellas com as suas cincopontas perfeitas.

desappareceu. Israelvoltou para o palácioe, quando lá chegoucom a espada, cortouo pescoço do papa-gaio e, com o sangueainda quente, esfre-

gou nos olhos do seu

querido pae o qualno mesme instanterecuperou a vista O

papagaio transfor-mou-se numa jovene linda moça chama-da Helena que erauma princeza encan-taila. Um mez depoiso principe desposavaHelena, a mesma jo-ven que restituira afelicidade e a alegriado seu reinado. Des-tlc esse dia em diantenão houve no mundo

gente tão feliz comoIsrael e sua esposaatuada.

Page 22: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO — 20 — 29 — Abril — 1931

Çy ^c-- ¦ '*¦ m^&^^^&EvM |UQ&' "¦"1;''"^*t^M .....m

Jcão JoséGomes.

NOSSOSLI A M1GUINHOS

^BÊÊÊÊÊF * *_«__-____*

Sete: i f___!

,jt ,!jI^.Bp^__________h_____9

Paulo e Helena, filhos do Sr. DrLeonel de O. (iuimarães

."¦.-._•'-¦_¦__¦_'__¦¦_.•,

Naquella tarde, em frente da nossacasa, estavam uns meninos á minha es-pera.

Uns tinham em baixo dos braços em-brulhos contendo varias comidas frias,outros levavam cestas, alguns garrafas,<le água, outros copos, canecas e outrascousas mais. para um Pin-Xic, que ha-Víamos combinado para aquelle domingoDep01s de e tcr chefrado> comb

K ¦

mos tudo bem direito, como c por ondehaveríamos de ir.Após tudo estar combinado, desce-mos a rua. com rumo á praça.Minutos depois estávamos na praça,a espera do l-ondc, para que nos levasse-ate a pequena estação de Paraguassú.->ao nos foi necessário esperar pormuito tempo, pois não tardou em vi-apparecendo na primeira volta da praça.

Logo que o avistámos, sahimos correu-Io em sua direcção, para podermos oc-cupar os melhores logares.O bonde permaneceu durante curtosminutos na praça.

boíde"*00 dC "ma hora des<-cmos do

**8£S& defronte á «•**•**Aproveitámos a oceasião e, oara nu.

nefrvT3,"^7'3 'l0 cami"<*°' «Simò.Io Ri_nSaSeEStrada dC Ferr° S3° ***timrrCa de mcla hora* «o longe avis-támos o marco da estrada de ferraquanTo, l-in°S

Sahiu corr<-ndo para verÃpreS^I°metros aviamos andado.

chegâmÕs °S ° paSS0> e BmSmmm ,á

ca/a. tS!akr;etrndsad,O,,C0nf0n"e mar"Paraguassú! r°S desde a estaÇao de

s-r|'_,.,_rs sssá— Qual! disseram meus companheiros,?ent5o foi . para isso queimo.

E para que elles não ficassem zanga-»°i commigo resolvi nada dizer.

Continuámos.

Um pie-níc "cosado"

Não tardou, que elles resolvessem aparar em uma ponte, por baixo da qualpassava um regato.

Olhem u» rio! foi a exclamaçãode todos ao mesmo tempo.

Elles queriam era tomar banho._ Passei uma vista em toda a exten-

sao do regato, mas era só um palmode altura.Que pena! o desejo de meus amigos

não se satisfez como pensavam.O Pedro desceu da ponte e foi verse^ achava um logar fundo que ao menos

desse para cobrir o peito.Pouco tempo depois, sahiu do matto,o Pedro, despindo-se e gritando:Eih! Pessoal! Achei um logar fun-do!

Vendo aquillo os outros transpassa-ram a cerca da Estrada de Ferro e um*.ue já havia descido despiu mais quejTBí depressa a roupa, e sahiu a corrermrecção de onde se achava o Pedro.

Eu, que não queria tomar banho, re-solvi ficar em cima da ponte.O banho não durou nem um segundo.

Pois quando entraram na água, viramque-de tão "fundo"

que era o rio che-gou a cobrir os pés.

Quando me disseram isso, dei tantarisada que cheguei a me enrolar nochão.Depois do "banho"

quizeram pararali mesmo. _«•«'-Vocês estão loucos? Já que an-damos ate aqui. vamos encontrar umasombra, disseram Pedro e o primo delle.Achei tambem que o Pedro tinha toda

V™Z- C reSolT: seguir os seus conse-inos; iria com elle.

.»„~ ^C qu!zerem ir adeante vamos,senão iremos, eu, o Pedro e 0 primo.Afinal de contas, depois de pensaremum pouco, tambem resolveram ir ,Andamos mais ou menos uns 500 me-iras», quando ameaçou chuva.

»t98 si<-

Ubirajára, filho do Sr. AntônioPereira de Souza.

Fomos obrigados a parar ali mesmo.Subimos um barranco, transpuzemol

a cerca e» de repente, engrossou a chuvaFoi um corre-corre damnado!Todos corriam ao mesmo tempo.Queriam subir um enorme barranco

onde havia um espesso arvoredo paraque pudessem agasalhar-se.

Resolvi salvar a situação.Trazia commigo um panno para es-

tendermos ao solo como panno de mesa.Poderia fazer daquelle panno uma boabarraca.

Desci novamente o barranco i pro-cura de umas estacas para affirmar abarraca.

Momentos após vinha subindo o bar-ranço com duas estacas.

Chamei meus amigos!Ouvi a resposta partir lá de cima no

arvoredo.Principiei a armal-a emquanto de cima

vinham correndo da chuva que cada vezengrossava mais.

A chuva tornava-se cada vez maisforte.

Comecei então a fazer os primeirosburacos, quando chegaram, para meajudar.

As duas pontas do panno engancha-ram na cerca de arame farpado e aioutras duas collocámos em duas estacas,e dali sahiu uma perfeita barraca.

Escondemo-nos, finalmente da chuva.Cada qual arranjou seu logar.Como a fome estava cada vez "aoer-

tando" mais, resolvemos comer alimesmo.

Cada um tirou o seu almoço.Estendemos todas as comidas no

campo e começámos a comer.Falávamos de tudo.

E que tal se vem o dono da cha-cara? disse en.

Ah! quero mostrar! E' só pegarneste canivete e "mandar" nas pernas!disse o mais "garganta".Que dono, nada! disse o Pedro. E'

so pegar neste cacho de bananas e man-dar-lhe na cara.

E nessa conversa o tempo ia se pas-sando, e a conversa ia se animando.

Page 23: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931

N OS 3 s- 21 O TICO-TICO

L E 3 T O R E

il_ .—__J 1 1

ámmmi

Rubens, Manasses Enoy eV.ácr Goulart,

Roberto G.cão

Juani e o seu"• !'clit'\

Üeorgclle Borges, nossa lei-iora dc Johú.

Nelson Pinta, residenteÇataguazcs.

lu-.-JVl.v^-r-•^^-'t-^-w^-.v--^.¦^^.•u^rt^^^rt-.'^^.--¦*^•.¦v''J¦. iVA'WV^%v.•JVW¦vvuvv'AavJVV.v.vA•.".".*.¦J"^vvwív^nA^w

Repentinamente, a uns 30 metros denes, appereceu o dono da chácara comum páo na mão, gritando:

Esperem um pouco seus vaga-bundos.

Não foi preciso mais nada. Em doussegundos todos nós estávamos na estr3rtaa correr, deixando tudo que tínhamos.para fugir quantos antes do velho.

Agora nós sem nada. sem os bornaes.«cm os pratos, iamos voltando, quandome lembrei:

Então, Pedro, Por que você nãoatirou o cacho dc bananas no homem? i

O Pedro ficou mal commigo.ZAKE TACLA

(12 annos).

Amor maternoO amor materno é o raio mais

ardente que se irradia daquel-le foco de amor que é a família.Ao seu calor levedam-se no co-ração do filho sentimentos bran-dos, que não souberam a mei-guice de um pae lá germinal-os.As lagrimas são raras no ho-mem e essas pouco estimula-das pelos affectos do coraçãoe pelas paixões violentas da ai-ma, não seriam bom exemplopara os filhos. Mas a mulher,anjo das lagrimas, quando o 6da sensibilidade, essa chorasempre, e faz chorar os que acomtemplam com os olhos in-nocentes, vendados ainda paraas impurezas que endurecem ocoração. Não estão nessa las-timavel situação seus filhos queaprendem o melindre, a mei-guice, sentimentos ternos, naternura,.de sua mãe.

É, de todo.esse complexo dealegrias e tristezas, gera-se ofogo que alimenta uma luz pe-renne no altar do amor. A pa-lavra família symboliza a su-prema ventura mundanas,é um sacrario mysterioso ondese dividem as supremas virtu-des,

JOSÉ* ANTÔNIO MATHíAg "

Monólogos ¦ infantisPOR ALARICO CINTRA

(As feiras da folhinha... — especial parao "O Tico-Tico").

Annuncio de feira e feiravejo sempre na folhinha.E' quasi a semana inteira,quasi a semana inteirinha!Ao lado da professora,que me ensina todo dia,collocada mesmo forafolhinha que as annuncia...E lá na escola, entretanto,a professora! zangada,põe a gente em pé, num cantocom a mesma historia exolica-

[da— A feira existe é na rua...Silencio!—e nos franze a testaE a indicação — nua e crua,presa á parede — contestaiAnnuncio de,feira e feiravejo sempre na folhinha.E' quasi a semana inteira,quasi a semana inteirinhal.

A PRINCEZA MARGARIDA

Margarida era o nome de tunaprinceza muito-boa e formosa quevivia no Oriente. Devido a suaformosura e bondade era a prince-za muita querida de todos...

Mas um dia, apoderou-.se daprineeza Margarida tuna profundamelancolia, perdendo ella toda aalegria"! O rei tudo fazia por dis-trahir a filha, c tiral-a daquelleestado de tristeza, tudo fazia po-rem, sem nada conseguir. . .

Uma tarde estavam todos muitotristes, sem -saberem o que haviamde fazer para distrabir a princezadaquelle estado de tristeza e me-lancolia quando chega ao palácioum lindo mancebo muito joven, di-zendo que queria falar com a prin-ceza. ,/*"l

Foi o joven, levado a presençada princeza e, esta quando o viuficou alegre e satisfeita recuperan-do toda a alegria perdida!... De-

i clarou elle ao rei que era um prin-cipe encantado autor daquelle ma-ravilboso "feito".

v O rei, e todos do palácio fica-ram radiantes c estupefactos deantedaquclla scena indiscriptivel!

O rei, em recompensa, offere-ceu-lbc a mão da linda princeza.. •¦Dois annos depois o rei morreu e'Margarida viveu muitos aun-09 comseu esposo amado governando com!ustfça.j

'Mcrio Timcnlcl

(n aunos)

Page 24: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TÍC0-T1C0 22 — 29— Viril — lítól

Os ingratos e máos são sempre cas-tigados pela sua maldade e ingratidão.

Em uma cidade longínqua havia,outr'ora, um castel'o em ruiuas que,diziam os supersticiosos, era moradade feiticeiros.

Com effeito ali residia um pobrevelho de longas barbas brancas que,ás vezes, vinha implorar á caridade dopovo uma esmola, não acceitando di-nheiro quando lh'o queriam dar, esim mantimentos, roupas usadas, aga-çalhos, remédios, etc.

Havia no logar um rapaz vadio quefazia troça do velho e o chamava defeiticeiro.

Elle não se molestava com a ai-cunha: sorria tristemente ante a ir-reverencia do rapaz que não lhe res-peitava os cabellos brancos, nem o as-pect0 quasi miserável dos seus trajos.

Certa vez lembrou-se o vadio de iraté o castello em ruínas surprehenderO feiticeiro nas suas sessões de magiaPegra...

Dirigiu-se para ali e, embora commedo, foi percorrendo corredores de-Sertos e salões abandonados.

Chegou, assim, perto de uma portaentreaberta, pela qual poude ver, emuma grande sala, a^uns homens' quese aqueciam ao fogo, outros deitadose ainda outros preparando comidaperto do alto fogão.

_ Ia voltar correndo para contar nacidade o que vira quando tropeçou cmuma pedra solta, cahindo e ferindo-scnum joelho.

A dôr que sentiu 0 fez soltar umgrito, chamando a attenção do velhode barbas brancas que estava no meiodos homens que el'e vira na sala.

Immediatamente 0 velho se dirigiuao ponto de onde partira o grito eem que estava cahido o rapaz a ge-mer de dores.

Com o maior carinho o ergueu;carregando-o quasi a0 collo, o levoupara a sala onde estava e ahi lhe pôzremédio na ferida do joelho pergun-tando-lhe 0 que viera fazer ali.

O rapazinho, envergonhado de dizerque viera espionar, mentiu, declarandoque fora ter ali por engano, por sehaver perdido no caminho que levavaá cidade...,

O bondoso velholhe deu um colchão

para que el!e re-pousasse e promet-teu leval-o, ao cia-rear do dia se-guinte, á cidade,Dnde elle queria ir.

h".*^wwj'.-.-„-.-j".-.'.-.

SãBÉÉ íJOS FEITICEIROS^í DO CASTELLO í

EM RUINAPJLjvi

Sentindo-se me'hor, e quando todosjá dormiam, o rapaz ergueu-se efugiu.

Chagando á cidade contou que haviaestado nas ruinas do velho caste'loabandonado e que 0 velho das barbasbrancas era o feiticeiro-mór, dirigindo«m grupo de outros bruxos reunidos cmvolta do fogo.

Todo o povo supersticioso acreditounaquillo, e attribuiu uma epidemia defebre que irrompera na cidade, á in-fluencia nefasta dos feiticeiros do ve-lho castello em ruinas.

Não tardou que creaturas mais igno-rantes e exaltadas se armassem de vara-páos e chuços ponteagudos de ferro,machados, foices, ancinhos, as maisdiversas armas, em fim, marchando, de-pois, para o castello, afim de exter-minar os feiticeiros.

No caminho encontraram 0 velho elhe disseram que se preparasse paramorrer, e que a mesma sorte iriam teros outros feiticeiros oceultos nas rui-nas do antigo caste"'lo

Antes de me matardes escutae-mepor alguns momentos: Declaro-vos quenão sou feiticeiro, nem os pobres ho-mens que estão lá nas ruinas o são.

Que são elles, então?...São infelizes forasteiros, doentes

que não encontram asyl0 nem remédiosno hospital da cidade abarrotado de en-fermos, e que se aco'hem nas ruinas

*£=HEÇ__ 77^m/7 m77k V^aQ1 - **»P.T«1 ¦ ¦ -f"|„ J

onde eu trato delles e lhes dou aii-merto e roupas aos que não as têm,

Para isso vou á cidade esmolar parasoecorrer a esses desgraçados aindarnals pobres do que eu.

Ide até lá e perguntae a qualquerde^es se não é verdade o que vos d%0.Aqui ficarei e, se vos estou enganai) lo,podereis matar-me quando de 1 á re-gressardes.

Os amotinados foram até o interiordas ruinas e lá encontraram, com effei-to, nm verdadeiro hospital de tropegos,aleijados, cegos, doentes, de todas asenfermidades que castigam o gênerohumano.

Todos foram unanimes em dizer quedeviam a vida ao bom velho de longasbarbas brancas, de quem não sabiamnem o nome, tratando-o apenas por"meu irmão", como e'!e também oschamava.

Voltaram todos á cidade conduzindoo velhinho em triumpho e á força, poiselle queria se excusar áquellas de-monstrações de ruidoso carinho.

A noticia depressa se espalhou e, aoentrarem na cidade, encontraram umgrupo de mulheres esbordoawlo o men-tiroso rapaz vadio que havia ca'umi:ia-do o pobre velho.

Foi este ainda quem intercedeu emseu favor, pedindo que lhe perdoassema leviandade, pois ainda devia ter aperna dolorida d0 tombo que levara nocastello.

Tombo?!... — perguntaram todosadmirados.

Sim. E!'e me disse que tropeçaraem uma pedra solta, cahindo e fe-rindo-se em um dos joelhos...

As mulheres redobraram, então naspancadas que davam no embusteiro.

Por que ainda lhe estaes batendo?Chega de castigo; pediu o velho.

E' que elle disse que havia sidoferido no joe'ho pelo velho feiticeiroe seus companheiros; responderam asmulheres que, somente a muito custo,deixaram em paz 0 mentiroso.

Por uma subscripçâo popular, á qualtodos concorreram, 0 antigo castellofoi transformado em um albergue no-

ctunio e hospitalonde se aco^iamos pobres forastei-ros, e eram trata-dos enfermos emendigos vindosde muito longe.

M. MAIA

Page 25: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1931 — 23 ü TICO-TICO

Para as horas deauia, ou simplesmen-te como faceirice»são os avcntaes sem-pre graciosos. O sque se fazem para ocollegio obedecem,geralmente, a um sóestylo. Mas um mo-nogramma capricho-samente bordado,um "fcstonnc" bemfeito dão graça aomais desgracioso dosimiformes, como aomais simples dosaventacs.

Aqui vão algunsde fantasia, para ashoras "á paisana".

1 — Avental de"percale" rosa li...trada de azul, palae bolsos cortados defôrma a que as lis-trás fiquem em ho-rizontal, para con-trastar com as dacamisola. Fita de ve-ludo azul;

— Avental detecido "basqtie", natural, e listras ver-m.Ihas.

— Avental de"linon" azul ceies-te, hombreiras guar.necidas de pregas eterminadas por ba-liados, bem como aorla da saia;

— Avental demusselina de algo-dão branca com bor-dados abertos, fran-

Roupas infantis_tdo dos lados ehombrc-TM comtrançado d e fitapreta;

5 — Avental de"tnile d. soic" rosafecco e fita "gros

grain" azul de lou-ça servindo de !iom-brcira c pastandoe in cascados d e"trou-trou";

(i — Avental decambraia verde mal-va plisada na parteda frente, e auueisfcstonadoi de linhaverde garrafa poronde passam a shombreiras de fitad e veludo verdemalva.

Alguns vcstcdi-nhos:

— "Georgette"rosa pastel, corpe-te em franzido, gol-

Ia capa, e um entre-meio franzido n asaia;

— Vestido paramocinha de 10 :i 12annos de taffriismarfim com estam-paria rococó.

— Costume depopelina marinho,golla dc "ottoman"de sede branca egravata azul;

— Vestido decrcp; da China ver-d e pálido, bolerocom franzidos noshombros e na cinttt-ra- S.

Impressões.-uuyijii-uanj-r-ntfUlirtr-rvr^^ -VtAJ*k»*-"^>*WN*-*i«AAA**uv_*_*w_r\ívvvv

Mando-te minhas impressões sobre

meus passeios nos campos, nas monta-

nhas e á beira-mar.

A hora em que o crcpusculo desce

sobre nós lentamente, e nos cobre com

uma sombra silenciosa, quão agradável,

cara maninha. passear brincando sobre

uma linda estrada rodeada de campos

immensos, onde cresce uma relva, es-

pessa e fértil, emquanto ao longe ouve-

se o som melodioso dos sinos que an-

nunciam a volta do rebanho ao redil.

Entretanto as montanhas têm tam-

Dedicado â minha mana Nina.

Os campos, as montanhas são bem

bonitos aspectos, mas nada mais agra.davcl á meus olhos do que a contempla-

ção do marl

Que incsqticcivcl lembrança, ouvir obramir das ondas quando cm redor tudoé silencioso.

Só as vagas vèm se quebrar contraa praia, lançando surdamente seu appclo

que sobre esses grandes blocos majes-

tosos se contornam sombras as quaes

parecem animadas taes arabescos of- ""Potente, aos testemunhos & esta per-

ferecem á este estranho um conjuneto f"la fcitice;ra que assistem silenciosos

mais admirável ainda, o qual vem reunir- ao ^an^°> á agonia desla vaga-

bem seu encanto. Esta grande extensão sc ao nii<,° '"«"'«re da água, que trans- Nada mais admirável do que os capri.

de terra esculptural é bem encantadora, borda num barranco profundo ao pé c',os da Natureza. ¦

quando o dia declina pouco á pouco e deste imponente edifício. fllaiinj Vaz de Lima.

Page 26: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

°.t -. 23 ~ Ahril — l_.,lO TICO-TICO

AS AVENTURAS DO RATiNHO CURIOSO(Desenhos de Walt Disney . U. B. Iiverks, cccclusividadc para 0 TICO-TICO, cm tudo o Bn

~—— ¦ ._ -pr- 1

»¦ ¦ -¦ ¦¦——.—_--—— ¦¦ '¦¦'¦ '¦"¦""'"' -¦ m*r*~ f _-__^^^ ^^-_-_-_----_^-r^-5 .:. -t I _ ^^^^M

Ratinho Curioso quiz se afogar Na beira do rio perguntou a um pei- —A agua está muito barrenta,atou um peso ao pescoço, xe: — A agua está fria, amigo? amigo' — respondeu o peixe.

—<_r *- -P^íiAXiF-^ ?<N ^

v*x

/--^E RrtiHho Curioso^ resolveu, por E foi para o bosque, onde pensou .. .atirou a corda a um galho de ar-

Isso, adia»- 0 seu suicídio. e,m se enforcar. Mas quando... vore os esquilos desceram tcdos e1—"^T~

quita queriam tomar

.. .pediram ao Ratir.ho Curioso que .. .sinistros. E Ratinho Curioso da .. .balanço. Emquanto isso, seu Gne-ndonasse aquelles intentos... corda de enforcar fez um lindo... de» e a*Macaquita queri

U_f

.. .ice-creaw. E a criada foi pedir ao S(?_ Mmoü ^ de - -

No gallinheiro não havia um só'seu Manoel que apanhasse ovos no cesta para apanhar oves. Mas vol- ovo'qUinUÜ' tou desesperado. (Contínua)

Page 27: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

Abril — 1931 • - 25 — O TICO-TICO

Bébé e seus vestidosPAGINA DE M.MAR PARA AS MENINAS

Explicação — Collum os bo-I

v.,...- • r 09 vestidos em cartoli-

na, ante? dt ;¦• ¦'.••!'.

Page 28: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

TICO-TICO — 26 — 23 — Abril—1331

PEDRINHO — Conto de Oswaldo Pereira Campos

Roto, sujo, descalço, cabellos des- No dia da sahida de Pedrinho, o Sr.grenhados ao vento, assim vagava Mauricio pagou-lhe integralmente tudopedir esmolas peas ruas de uma pa- o que lhe devia e ainda lhe deu umcata cidade, Pedrinho, um pobre me- bonito cavallo arreado, dizendo-lhe:nino orphão de pae e mãe. — Toma este cavallo como uma im:ca

Certa tarde em que elle fora pedir lembrança minha...esmolas em uma casa, uma senhora Pedrinho agradeceu sinceramente aodeu-lhe um bom conselho. Disse-lheel'a :

Menino, ouve com attenção o queeu te vou dizer: Deves arranjar umemprego afim de ganhares dinhe:-ro e não precisares de pedir esmo-Ia, pois tens saúde e podes trabalhar.Quem pôde trabalhar não deve pedir. imola, porque este oíficio é própriofcóiiKtnte dos inva'idos.

Pedrinho, envergonhado, respond. u:Minha bondosa senhora, eu h«*

prometto que amanhã hei de procurarum emprego por toda esta cidade e, seo encontrar, me empregarei.

No dia seguinte, Pedrinho procurouum emprego por toda a cidade e nãoencontrou. Resolveu então emprelienderuma viagem á procura de um. Partiu.Viajou, viajou, viajou, e por fim che-gou a uma prospera fazenda, onde per-guntou se precisavam de um empregado.O fazendeiro, qoe era um bom homem,respondeu que precisava de um, e quese elle quizesse empregar-se podia ficar.

Quero! — respondeu Pedrinho.Então entra! — tornou a dizer o

fazendeiro.Qual é o meu ordenado?O teu ordenado é de 40S000_men-

saes livres de cama e comida.Oh! que bom homem! — excia-

mou elle, entrando.No outro dia começou a traba har

com perseverança e coragem,e, dentro de pouco mais deum mez, era muito estimadonão só pelo fazendeiro, com.")também por todos os outrosempregados da fazenda.

Tão querido, não poudedeixar de trabalhar naquell.ifazenda durante muito tempo.Trabalhou ali dez annos, sendosempre muito apreciado portodos. Findos os dez annos,estava moço, e por isto resol-veu deixar o emprego e sahira correr o inundo para ver seadquiria fortuna. Firme nestareso'ução, acercou-se do fazen-deiro uma manhã e disse- í'he í

Sr. Mauricio, aviso-o de '

que vou deixar o empregoamanhã afim de correr omundo á cata de fortuna.

Sinto muito, Pedrinho,mas a tua vontade é livre...—respondeu o fazendeiro depoisde tentar, inutilmente, dissua-í'1-o de tal idéa.

fazendeiro, e, montando no seu ca-vai'o, partiu a galopar por uma bel*aestrada. Viajou durante todo o dia eá noite achava-se em um logar de-serto, no centro de uma espessa fo-resta. Continuou a viajar, e de sub'to

rei meu pae em um dragão horrend-J,o seu palácio em uma enorme gruta etodos os seus subditos em arvores queconstituem esta floresta — respondeu,entre soluços, a princeza.

Que é preciso fazer para te desen-cantar, bem ccnio ao rei teu pae comtodos os seus subditos?

E' preciso arrancar um laço defitas que meu pae tem no pescoço.

Bem. Então eu vou prestar avocês esse serviço.

Não, querido joven, não arrisqueisouvia angustiosos gemidos vindes de a vossa vida por nossa causa! Itnagi-um dos lados do caminho. Estupefacto,deteve a marcha do seu caval'o, e, ten-do ouvido novos lamentos, resolveu irver quem estava a gemer assim.Apeou-se, amarrou o s«mi raval'o ao péde uma pequena arTore e. gaganda obarranco, entranhou-se no matto emdirecção ao lado de onde vinham oslamentos.

Mal havia dado cem passos, achoo-se deante de uma formosa donzeflaque, pelas vestes, reconheceu ser umaprinceza.

Por que estás ahi a gemerassim, encantadora donzela? — per-guntou.

Sabei, bondoso moço, que eu sou

nae que meu pae, transformada emum pavoroso e indomito dragão, com-metta a semeerimonia de vos tragarcomo quem traga a uma simp cspasti'ha !

— Disso é que eu não concebo omais leve receio! Tenho fundadas es-peranças em Deus que hei de rea'izarcom feliz êxito esta empresa.

Assim dizendo, Pedrinho volt u áestrada, ao logar onde deixara o soacavallo, e, como lá havia grandesmontes de pedras de todos os tama-nhos, fez ahi um razoável sortimentode algumas dellas, das que mais l*.:econvinham ao seu fim e voltou ao lo-gar onde deixara a princeza, mas não

uma infeliz princeza, e que um maldito a encontrou mais, pois o prazo que ogemo, enciumado pela minha belleza, gênio lhe concedera de voltar á fór>);ame transformou em uma nojenta lagar- humana já havia terminado. Continuouta concedendo-me apenas a graça de a caminhar e pouco adeante parou emum umco dia por anno — dia que frente á enorme gruta, de onde sahiujustamente hoje — tornar a tomar o horrendo dragão, o qual avançoua fôrma humana até á meia-noite, para elle, soltando fogo pe:a bocea eafim de chorar a minha desventura; pelas narinas. Pedrinho, sempre co-não contente só com isto, transformem rajoso, tomou então as pedras e

atirou-as uma a nma á ca-

Um g a oi ope

•"¦"* '9*1* mame* *' * *^*^fc». i'

Maitos gamos, principalmente os da África, sãocapazes de emírtir sons que se parecem com la-tidos de cão. Por isso se diz qne o gamo muntijac

costuma "ladrar".

beca do dragão, fazendo-o ca-hir sem sentidos.

Ji Em vista disto avançou re-

J soluto e arrancou-lhe do pes-•rj coco o 'aço de fitas.

Assim tendo feito, o dragãotransformou-se em um velhomonarcha, ao passo - que aprinceza e todos os subditostomavam também a fôrma hu-mana.

Houve diversas e brilhan-tissimas festas por oceasião dodesencantamento, as quaes sóterminaram após o casamentode Pedrinho com a formosaprinceza, realizado com extra-ordinário brilho, attrahindo aoreino innumeros forasteiros.

O rei, achando-se já alque-brado e cansado de governar opaiz. abdicou a coroa em Pe-drinho, que governou o paizdurante muitissimos annos, sen-do ¦«¦«pre muito estimado evenerado por todos os seus

e monarchas visinhos.

Page 29: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

s2!) — Abril — 1931 - 27 O TICO-TICO

RESLI/TADO DO CONCURSO _.. 3.533

Solução exacta — BRASIL

Solucionistas: — Antivelho de Oliveira,Ho in. u, Henrique Kosa, Nelza Mendes,?ocbisea Pinto, .Marilia Pasano, Luiz Laíayette, Olavo P. Moscaso, Pedro C. Ne-v.-s, Luiz A. 11. de Oliveira, BenedictoDominieo, Nadyr Hugo de Jesus. José Pit-ta, Wladimir Santos Mello, Aléa So;«..-esVillares, Wilson Veado, Decio M. Santos,Renato M. Guimarães, Sylvio Faria, He-lio Nune_ Lago, Ivan Medeiros, Mar.aLuiza, Dorina Milania, Roberto Rocha,Jcào C. Gu.sse, Yolanda Capella, AlbertoMiranda, José Bernardes Pena, Odette tia-bnel, Albino Costa Filho, Gilberto Leiteda Barros. Yolanda Magalhães, OdetteBerto. Alberto U. da Cruz, Uva Macedo,Oswaldo Cândido de Souza, Olniar D.Cau_i«_, Léa Lacerda, Alexandre Silva,M.ii-nuita Macedo, Rachel Macedo, JuarezG. Ferreira, Sirgio Ueraldo Teixeira, Fa-bii. E. Medeiros, Dytaon Baptista, NeuzaReis, Heloisa da Fonseca, Jov-m José Go-mes. Mario P. da Costa, Sylvia G. In-vares, Frederico Antônio. Antônio A. r'.aSilva. Dulce Macedo, Haydméa Fnlcslo,Zadyr Pinho, Aurélio Campos, ZeloinuceLopes,. Stella A. Barreto, Maria LourdesDoraingrues, Antônio José Sobrinho, Sa-muel Fonseca, Maria José Barcellos, Ma-ria de Lourdes, Waldemar Teixeira, Odet-te P. Magalhães, Lourdes Canella, CarlosF.i-nira Botelho, Irece M. de Oliveira,Jessy Klbeiro Frade, Yvonne O. Stuch,Milton Matta, Oduvaldo Cândido Souza,Helena Osório, Antônio Carlos Arruda.Leon Luiz da Cunha, Aldino Schocdir,Hilda I-. Fereirn. ..ney Antônio dos San-tos; Jorge C. Guimarães. José de AraújoPinheiro, Adelino Fernando, Mathias Co-¦entino, Geltrude Elza, Jurandyr C. Oli-veira, Darcy Viger, João Hernani Bette,;a,Edison Ribeiro Soares, Álvaro Silveira,Cláudio de Moura. Oswaldo Cavalheiro,JMíiz Hclmbert, Murillo Beltrão, IngcborgMsicere. Henrique José Perdeneiras, Anto-alo Fideliz, Anna Graziano, Arlette Brasl-liano, Maria de Lourdes, Alberto S. VieUra. Art-ovalilo _*¦_- Roíl-lgue», MPoirroy, Efdah Duarte, Rubem Din_ T"il.D'alma P. Britto, Gulninha Azevedo Fra-ga, Oilda Braça. Anadyr Cezimbra. Car-|ns Emílio. Henrique Oliveira, Ivo H.'nri-quês Fernando, Fernando de Araújo, Ma-

*__¦___' __•_¦_-__-__¦_¦*

CONCISO ÜE CONTOSNenhum escriptor ou contista Ji

brasllolro deve deixar de concor- J

rer ao Grande Concurso de Con-

tes promovido pela revista "Para

todos..." com grandes prêmios

cm dinheiro, cujo total ultra-

pnssa a cinco contos de réis.

I_eia em qualquer numero des-

sa revista, em paginas inteiras,

as condições e bases pelas quaes

6 regido esse "certamen", que

se encerrará impreterivelmente

no dia 20 de Maio.

'¦'^---,___¦___^_^-_%<__¦_¦_^_^-_f_-__V-___r.

ria Eugenia. Waldemar Figueredo, ManoelBotelho Galhado, I.auro Augusto» JoséMaurício Cardoso, Mario M. Menezes, Jo-eé Jayto, Cleuser Martins, Amfaro de Ar-ruda, Carlos Netto, Moacyr de Assis Bra-sil. Gilbertinho Ribeiro Ratto, Hacnel Fer-reira, Carmen J. Wllberger, Maria deLourdes, Maria Angélica Pessoa, AntônioPimentel, José Vieettl, Carlos Zig-omar,Mario Sysah, Attilio Eugênio. DJenane SI-mões, Henrriette Barbosa, Epltacio Ale-

; PIRA I503HVM8 S0T.38V3* 3I3IA1V3' VdSW3soji.qeo sop epçnbsBJiuo^j~_4anivu3dns~adüNVxanvpaniN_iAnr

xandre, Alfredo Znltuivlli, Aiisinias SantosSouza, Yolanda Barros Freire', GuinioSantos, Isaura Alves, Manoel Duque, Ma-ria da Gloria Salles, Raymundo Machado,Marcy Ludolf, João Mauricio Cardoso,Lydia d'e Oliveira, Adelmo Maurício, Ade-valdo Cardoso Botto, Renato Guimarães,Winlcio Natefinskl, Nelson Antônio, Jean-ne D'Arc, Antônio Pagano, Tcrclo Rosa-do Filho, Sylvette Mendonça, Olinda Co-llccha. Paulo Brisallo, Ilza Llzette, Rena-to M. da Cunha, Fernando Mendonça,Lul* Pagano. Lisette Schara, Amnrlles B.Conceição. Mario José Gianoriloll, HildaMartins. Lecenla Barbosa, Jullo Vllllns,Alayr Sã dos Santos, Lclia M. Fernandes.Paulo Fernandes, Gllda M. Fernandez,Maria Lourdes Fernandez. Yedda R. Pos-sollo. Neyla Leal, Anopio Gomes Fillio,Francisco Cândido Pereira, I.llierato Cu-nha. Hnydeé da Fonseca, Ciibral Mello.Francisco Pereira. Sebastião Botto, .Tos.Vivlnno Telles. Rennto Oernldo M. rt'o VI-to. .Tos. L. Abbate. Gerson de Castro, .To-lino Haia Costa, Lourlnaldo Cavalcante,Jordão Rffirinato. Antonfo I_. de Pndua,Lllette Lopes de Ollvelrn Maria JesusPacheco, Maria Lulzn da Silva, Maria DUva Garcia. Arthur ti. Netto. Altalr O.Pereira. José Pereira da Silva, OsmarOliveira, Edith Martins. Jneopo Teixeira,Manoel Í__B Silva, _F_nen_t Xavier rte Britto.QuaiM-U Mitriinoí.. Vfrtor Burlienl, ManoelAz««vec?o S.iuz.n. Arlette da Silveira, Adnv)Tenorio. Rpynnldn Ribeiro da Silva. Bnyfl-dln Paranfl. TTIldehrando Amaral. .TnsfiBezTro. Berenice Lisboa. Carmlta .Tovlnoda Fonser-. Al .imlr Victorino. BenedictoMoura, Hcllri Acquarone, Maria. C. Gomes,

Alfredo Fernandes, José Fretas, Walmir2_ali, tíerfí.o Moreira, Conceição üu W,Tavora, Nebby Keller, Maria Apiiareciòa,iNadyr de Souza Lucas, Pedro Gomes, Jo-se do Prado, Carmen Maria, Esther Ku-Eunia Coelho, Liger Castello Branco, Ly-.-.umIio Vianna, Augusto Barretto, IdaFaseolo França, Ei inato Ventura, OctavioPereira dos Passos, Nelson Augusto Spinel-11, Dons Maria de Oliveira, Edinir Vag-concellos, Dinah, Nicoláu ÍSistol, JandyraCorreia, Waldomiro R. Santos, OlgaiinaAraújo, Esmeialua Valente, Eduardo Da-lia, Francisco Avellar, Sebastião Soares,José Soloinao, Aldo Bandeira, Jos_ Joa-''"""• Maria P. Nasser, Therezinln Fer-reira, Maria do Carmo Correia, Lygia dabouza iausto Castilho, orchidéa Pereirade Oliveira, Enio Eloy Nogueira. Yor Ma-galhães, Henrique Eduardo Martins. Ame-rico Horentino, Mario de Souza Lcociode Carvalho, cdy Ueraldo Alde.i MariaAuxiliadora, Renato Rubini, Balesteu Sa-dreott, Ubirajara índio do Brasil, Vu.icioKocian, Flormha Reis, Yvonn. Rela, JoãoFaria Botelho, EJer Cordeiro Graça Eive-th de Almeida, Ceüa Rocha, Ruth Gomes.Antonlcta Lobosque, José Lino, NarbulCosta, Eugênio Storino, Domiciana 1'erei-rs-, de Souza, Rublns Costa, Elias A. Fa-rah, Adyr Pinho, Alexandre Ferreira, Al-vacyr Reynaldo Balira, Álvaro Alves, Moy-ses Frederico, Odette Magalhães, LyçlaSantos, Thais Maria Prado, Hilda de Sou-za Nápoles, Elza de Souza Nápoles HildaVillas Boas, Walkyr Sampaio, FernandoOctavio Gonçalves, Carlos A. Sehaefer,Dica Motta, Carlos Eduardo P. Pessoa.Luiz Pltta, Hassib Merhced, Ernesto Lo-pes Ribeiro, Sebastião Fonseca, Roberto daBritto, Maria de Lourdes Rizzo, BraccinloBracclnt, Jayme Bastos Filho. Lcvlno dsSouza, Edgar Stcves, Jurema Pereira, Ro-berto Araújo. Maria Laura, Álvaro Fer-nandes, Berenice Lisboa, Alcides Medeiros,Maria P. Maseo, Jayme do Costa Bocha,Antônio Pinto, Maria G. Godoy, ViraMaria Dnstos. Luctlla d-e Jesus. Elza Wil-ches. Dyléa I!oltgen, Amélia Ortigão Ma-ria Trapani. Celeste Yedda. Ida Do Cout-to. Marina Vaz Lima, Maria José Martinl,FalTO Comes de Azevedo, Cello da Fon-

seca Falcão, Eda Maria Silveira. Ruthdo Rejro Lacerda, João Jorge de Barros,José Feliz, Maria José Gonçalves. CésarCoelho Valente, Lygia Valente, Beatriz R.

Alienei! GuanafRua dos Oitis, 65 — Gávea

Installado cm mafjnifico prédio e

cm saluberrimo clima."Jardim dc Infância" (Para cre-

ancas dc 4 a 7 annos). Curso prima-rio do 1" ao 4o anno. (Neste curso ha

aulas de costura, bordados, desenhos

modelagem, lacre, raphia e pintura).Cursos: Gymnasial. Commercial.

Musica, Piano, Theoria e Solfcjo.Aulas de InKlc_ e» Gymnastica

desde o Jardim da Infância.

Peçam prospectos e Informaçfleg.

i Aíheneu Guanabara — Rua dos

Ji Oitis, 65 — Gávea. .

•¦^-_V-_"_"__n_"i_"___,_. .vsn__p_^_^^_•^__^rtí^íO•

Page 30: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

O TICO-TICO

Leite. Heloísa Souto I.yra, Jlarita Fon-te», Hello GueiJes, Mario Tlndão, UliS3esAlbuquerque, Roberto Ignacio, JoaquimTelles GuimarâeB. Yedda L. Coimbra,Zelia de Almeida, José Kuivo, Edno daSilva Daltro, Leny Carneiro, Luiz A. Si-mas. Maria de Lourdes, Paulo SoutoMajor, Helena Lobo de Carvalho.

Foi premiado, com um lindo livro deleitura infantil o concurrente:

EMYGDIO PARANÁ' PALMEIRAdo 10 annos tio i*d_ir]e e morador fi. ruaVisconde de Sao Lourengo n. 64, emKanaretli, listado da Bahia.itESULTADO DO CONCURSO N. 2.ÕZ?-

Respostas certas;1* — Jacaré.Ü" — Bola — Bolo.3* «— Pimenta.»¦ — Capa — Lapa.6" P Tâmisa.Solucionlstas: — Heitor Pereira. Aurelia"vVilches, Nelson Antonio Fernandez Orcliidéa Pereira, Haydméa Falcão, Marca-rida Maria José Francisco Pomba, DylsònBaptista Roberto Rocha, Nadyr p n c

mÍÍ?5„ w"_ha -d'° Barros' Maria A-p"ee Baírn» T«f,Ma.Uricio <-'ar**°**°. *-oao Jor-f uci«,vi? • ?da .Corrêa. Jorge Doce de Si».Aric ,™ rfa ^dlno Jüsé Moreira TemporalAdelico Reys, Facchinette, Gilberto R. Rat-to, Lubem Dias Leal, Paulo Alvim Carneiro,Guiomar Queiroz, Roberto Rocha, Hel;oA. Gáudio, Carmen Maria, Leny Carneirode Souza, João Baptista, Margarida 1:.Bittencourt, Léa Acquarone, Adevaldo Car-«loso, Maurício Cardoso, Esbelta Sommer.Olga Lisboa, Alvin Souto, Hélio da Fon-seca. Cyro Azevedo, Hilda P. Pinto, Ro-berto de Britto, José Maria Lima, EllethAthayde Gesso Oliveira, Yor MagalhãesRubens Pereira Soares, Jorge Carlos Guimarães Lilette L. de Oliveira Floren" ncTReis. Yvonne Reis, Miguel Rn™.

f n|s. se «sxsrsa_1?0U«?S E,za **> So***-a- José Antôno3osVeSDlnS,rU^eHMe",d0nÇa- Nair Vieira'An°-Ivrn  ^,Ml% das Neves- Heloísa S.rifla

,d^TC,_a 0r.t,,R.ao' ^"y Be*-t°"* -u-O In t

*,ü,,i,A'*s Medeiros. Angilna?_ „"j

Tçdda Regai Possollo. Maria deM^ K lJ;"CyrPScha^-',Joao Dutl'a Bastos.Jaana Luiz, César Walter Coelho.

contoMP|n°nnaaa' Com um rico "vo d,contos infantis, a concurrente:LUCY SCHARA

S_-ít?i annoS de ldade c moradora â ruaBamblna n. lio, casa 1, nesta Capita!

Ab<_. ®WMamãe

DIZ SEMPREQUE EU SOU FORTE

« KOBUSTOd&PORQUE TOMO

[j^HJLLIMAã/*jH________ %atr__r

3®O UNICO.REMEDI08UEC-VITA6 CURA os AQC/l)£#r£sl

\ DCNTICA~0 ,i ¦ 11 ¦ ¦«=—=——. ¦ ——————^jj

A' venda cm todas as pharniacias

^1TENDES FERIDAS. ESPINHAS. MANCHAS, ULCE-RAS» ECZEMAS. emfim qual-quer moléstia de origem SY-

PHII.1TICA?usae o poderoso

Elixir de Nogueira

do pliarmc" ffmms\ Chimico

João da I3/?*! ****-va •--•-•

?eira

JRANDEDEPURATIVO DO SANGUE

Vinho Creosotadodo Pharm. Chim.

João da Sil*. a SilveiraPODEROSO POR-T1P1CANTE PARAOS ANÊMICOS E

DEPAUPERADOS.Empregado com iuc-cesso nas Tossej,Bronchites e Fraque-

¦ia gerai.

CONCURSO N. 3.548Para os leitores desta Capital e dos

EsTADOS PRÓXIMOS

i'croun,tast

1* — Bl'a é fruta apreciada,Elle com uma nota musical, éanimal,

(2 syllabas) cecê Azevedo2* — Elle é das avej

Ella é da igreja.(2 syllabas) Cecê Azevedo3" — Qual ê o chapéo que não se põena cabeça?

Antonio Meirelles4" — Qual o agasalho formado peishabitação e pelo animal-3 syllabas) Américo Vieira&• — Qual a estação do anno que #tempo de verbo?(2 syllabas) Neysa Jí. R. Pinho

quer èonrarsos e ain!.; r.rompanhailas dovale que vae publicado a seguir c tem on. 3.548.Para este concurso, que Berâ encerradono dia 22 de Maio próximo, daremos como

premio. por sorte, entr«a> as soluções c<r-ta», um rico livro de historia» infantis.

Ú7Z_T-**7^-a__Lvs#v-)

O finado director do "A. B.C." de Madrid, Luca de Tena,sentara-se á mesa, um dia, comvários amigos e um,seu filho,de sete annos, apenas, de nome'Juan Ignacio. De repente, o pe-queno começou a interrompera conversação animada, que

i>\it\oÍOMIRIOnu 3.548

seu pae mantinha com os ami-gos, gritanto, com nervosismo:

Papae? Papae!Luca de Tena, cheio de se-

veridade, reprimiu-o:Fiques sabendo que um

menino bem educado não devefalar na mesa sem o consenti-mento dos mais velhos.

Juan Ignacio sorriu e met-teu o nariz no prato, sem des-pregar os lábios.

A paginas tantas, Tena, ar-rependido da admoestação, per-guntou misericordiosamente aogury:

Vamos a v e r . Dize-meagora o que tanta pressa tinhaspara dizer-me á refeição.

Oh! Agora é tarde. Vocêjá a comeu!

Que?A mosca. Cahira em seu

prato, e quiz advertil-o; porém,como não podia falar sem li-cença, calei-me e você comeu amosca com a salada...

PÍLULASAs soluções devem ser enviadas a rt-

ttZl-, " ° TIS,°-TICO avidamente as-s.enadas, separadas das de outros quaes-

Nem semniore o snlencío(PÍLULAS DE PAPAINA E PODCH

ÍUYLINA)Empregada» cora succeiio nai molej-tias do estômago, figado ou intestino».

Essas pílulas, além de tônicas, tão indi-cadas nas dyspepsias. dores de cabeça,moléstias do figado e prisão de ventre.São um poderoso digestivo e regulariazador das funeções gastro-intestinaes.A veflda em todas as phasrnaciai.Depositário: João BapUfta da .'í-.seca.„___! _-*TVi?ro 2$S00' Pel° C*rrei03J000 — Rio de Janeiro.

Page 31: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Ab/ií 19:: i — 29 — O TICO-TICO

comttjrso tf. í.M7:.*¦¦ rcnxa desta Capita', ü fo? T»"-rr'.rjo*

\ C \JfV' (Ç> •\''{n 'rjf , »____

Recortem os pedaços do clichê acima efuinu-m cum eHflfl um desenho onde gomia u Benjamim montado num porco.

A» Bolucõe* dft¥í»ntr-ífer enviuó"as rt. re-daoe/io d'») TICO-TICO, b» paradas ilns dooutros quiifftqiior cnncurwOH o acompanhii-daH não «6 do vale n. 3.547, que vaepublicado a seguir, como da assignaturae .1. ilnracOcs de Idade, residência do con-currente,

Para este coneiimo, que será eneerradono dia 29 de Maio vindouro, daremoscm., prêmio, por sorte, entro ns soluç,0es

certas, ura maravilhoso livro de conto»Infantis.

•3.547

elh, após pisal-a. ainda a mordeu feroz-mente, pois aquelle insecto dainninlio in-

atistia e já lhe ia entrando na bocea...,

aoi

A formiga faz alias o mesmo papel domosquito; é portanto um seu concurreii-te para lirar a paciência dos outros ani-maes de porte o que faz justamente por-que esses não estão ligando importânciaa mesquinhos seres...

Mas só mesmo em dia de insuportávelcalor em que o cão estava cançadn ex-tremamente. de volta de uma caçada como seu dono. foi que elle se dignou dedar um correctivo aquelle bichinho, pre-sumido de tanto engenho e paciência e

que pensa ter vencido a cigarra...Passou-se muito tempo... e sempre a

formiga a fustigar o cão... Rosnava e ti.nha outras demonstrações de revolta.— Tudo, finalmente, em vão...

Escolhendo furtiva, pousava em meiode espesso bambual (pois era-lhe em vas-ta planice o esconderijo único...) e depoisde um somno reparador, o cão nobre-mente resolveu não mais reagir...

Procedem dessa forma tambem 03 in-dividuos de espirito superior, não dandonunca valor a cousas mesquinhas...

GALPAR.

a nemiciia

Um. soldado,, estacionado na entradade uma galeria de pintura, tinha ordensseveras para não permittir ninguém pas-sar sem primeira depositar a bengala. Umcavalheiro entrou com as mãos nos boi-sos. O soldado, seguramlo-o pelo braço,disse: ¦

Pare. onde está sua bengala?Eu não tenho bengala.EntSo o senhor terá que voltar,

arranjar uma bengala para que eu lhe

permitta passar. '

ioeioe: 301 aoi

Concurso S. João Letra K.

A formigae o cão

¦Raro era o dia que a formiga não zom-

fcava do cão... Ella fazia assim o papelde um sujeito teimoso e implicante.

O cão é um animal valente e todavia'dócil

uma vez tratado por maneiras bran-das.

A formiga foi sempre um bicho aborre-eido. Tanto ella apoquentou o cão, que

VermídlitA**€L. ^^-V';;;:V/-;,Í:' •%';»^r

30E30C 30E30C I0E30E 3OC30C 30»

Page 32: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

P TICO-TICO 20 — 29 — A U«Oato escaldado'* .Aquelle gatinho gordoQue na cosinha vivia,Apesar de bem tratado,Furtava tudo o que via.;

Monólogo de M. MAIA

Era o tal gatinho gordoQue, logo trepando á mesa,Mettia as patas no pratoCom agilidade e presteza..

Foi bem bom, pois o bichano.Com susto apanhado então,Nunca mais furtou comida,Deixando de ser ladrão.

X X

Se um doce ficava á mesaOu uma sardinha no chãoPilhava-os muito depressaO gato gordo e ladrão.;

Era tão ladrão o gatoQue um dia, sobre o fogãoArrancou todo o toucinhoDo caldeirão do feijão,;

Com tanto medo ficouQue, velozmente, corria,Quando avistava de longeQualquer água, mesmo iria

O pobre do cosinheiroNão podia, distrahido,Deixar um prato sem tampaQue o não achasse., mexido.

lagrimaEu te admiro, ó óleo sinto, transbor-

dado da lâmpada do coração em dôr.a deslisar mansinho na face pallida deuma mãe, á beira da sepultura do filhoquerido.

Lagrima, filha òa saudade, eu te ve-nero, quando humedeces o rosto enruga-do do velho a ler o livro do passado.

Eu te amo, 6 lagrima sincera, presaao ultimo adeus de um pae a seus fi-lhos, na pallidez da agonia.

Amo-te, ó lagrima, filha do amor,quando brotas dos grandes olhos garçosda donzclla, no mystico dia da separa-ção do lar paterno.

Lagrima puríssima, ligeira onda queembala o innoeente, tu me extasias,quando na pia baptismal lhe abres a cor-tina da vida.

Lagrima dolorosa e santa derramadapira a regeneração, prostrad. eu te ado-ro, quando gottejaste dos meigos olhos.íor "a

amareur0sa Oração doLagrima, filha do remorso e do crimeeu te lamento, quando rolaste dos olhosdc Adão no paraiso.Eu vos admiro, 6 estrellas, lagrimasda noite, a rolar neste sombrio soluçoda natureza. s

_ E daqui, 6 lagrima, no doloroso silen-cio do meu recolhimento, emquanto o or-valho, lagrima do infinito, cahe sobre aiflores, eu te bemdigo, 6 companheiraeterna da minha vida, porque quando atortura me fere o coração solitário, nasnoites de insomnia, dos olhos humedeci-dos sinto correres pela minha face.

JOSÉ' ANTONIO MATHIAS

Mas um dia, o cosinheiro,Já nervoso e impaciente,Para assustal-o lhe atiraUma porção de água quente.;

'.-.-r_V-"_"y-___r__-ji

**T__rJl^_B^^^iii^^^i^l^^^________^^iW--_,1>:''- K""t'«

UM PERITO EM NATAÇÃO

O "aiik", uma ave marinha muito in-teressante, do Atlântico scplcntrional, éum perito em matéria de natação e mer-gulho. O "auk" ensina a natação e aarte de mergulho aos filhotes com umaPrecisão extraordinária. Elle segura osfilhotes pelo pescoço e fal-os mergu-^

lhar. E' inútildizer que os fi-lhotes aprendem

rapidamente.

/<•-____ lí «_____. 4t\\ W Í_k ^\ ^BH^ \

^<W ^^^^__L ' !____, ^rt1*.--x*- ^-^^e__ .\l • xí?_____

fíte^S. fX ^*£s__. "i

t^A^ftrtffArVrl^J*_-_J-_JPJ_J-_J»,

Confirmava, assim o ditoQue af firma não ser segredo:"Qualquer um gato escaldadoDágua fria até tem medo"...

fi-generação óe CaçadorUma sabiá gorgeava á beira do ni-

nho, num galho elevado de copada efrondosa mangueira; a seus pés, enrol i-do no rijo tronco da arvore, uma ser-pente procurava o pássaro e seu ninho,onde haveria alguns filhotes, com osquaes faria uma saborosa refeição.

A giboia galgava a mangueira subindecada vez mais até que quasi alcançou aave, só não o fazendo por ter voadopara um ramo superior da arvore.

Passava no momento um caçador, evendo que a vibora' alcançaria a ave, pe-nalisou-se daquelle pássaro, levou aahombro a carabina de caça e... dispa-rou vários certeiros tiros na serpente,que cahiu ao solo, ensangüentada, estorcendo-se de dores, onde após algum tem-po morreu.

Matara a vibora para salvar a vida dasabiá e de seus linde, filhotinhos e aave retribuindo-Ihe tão immensa piedade,entoou uma melodiosa canção que çnle-vou tanto o caçador que daquelle dia emdiante, elle não mais caçou as innocc.vtes avezitas, deixando-as assim, não en-8-aioladas num cárcere de grades dearame, mas sim na vasta gaiola da am-plidão, sob o infinito azulado.

RENATO COELHO

Page 33: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

29 — Abril — 1031 — -U — O TICO-TICO

^^^^_M____. m.^s^^

MILHARESPESSOAS£sJaop<?amdbs +dsszdnõtonas </&/{cvkearíe /

__________________ e««

porque emearfe seTORNA CAPA VEZ MAISINTERESSANTE..

POfiQl/£ £ 4M/CÀPE1//STA EXC£t/S/l/Â/Y£/rT£C/N£A/ATO£/?AP///C4.

florque ttáoÃã tto^mundo u/?tãrev/sfesemãttãl, de eítcertca \COMO Çg_gg__g,.;, Iporque eíue&tfe publica «sempreCHRONICAS DE HOUYWOOP, PE NEW-

YORK E VA EUROPA, DEM COtíO5I0GRAPHÍAS £ MAGNIHCOS

ftETRATOS PE ARTISTAS,cotmmmo topos osFILMS E OS DISCOS

APRESENTADOSNO &RASIL-...

—T—

##• . .

Page 34: T1C TICO : o Rio PREÇOS: S500 os Estados $600memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01334.pdf · Boutori, o pintor francez, estava um dia muito occupado quando um homem entrou sem

AS AVENTURAS DO CHIQUINHO E' agora, macacada

Chiquinho sonhou que tinha ido ao Jar-dim Zoológico. Numa pequena sala, estavamtres macacos, dentro duma gaiola. Benjamine Jagunço...

,. .acom:>anTiaram Chiquinho. Os símios, as-sim que viram Benjamin, ficaram tão alegres^ue começaram a pular e tanto pularam quesem querer abriram a...

...porta da gaiola e sahiram. Chiquinho per-cebeu pela indignação de Benjamin que.os ma-cacos haviam tomado uma attitude hostil efoi chamar Jagunço,

>_s_. —^ I _ /^a^V ^Y_g_ y\ \ - "^ ;_g__ ^ (Voltou com elle justamente quando os

quadrumanos atacavam Benjamin. — E' ago-o macacada! disse...

.. .Chiquinho entrando com Jagunço... Es-te atirou-se sobre os macacos que fugiram pe-Ia janelia e Chiquinh- accordou pais tudo..-.

...fora um sonho. Viu então Jagunço numencarniçado combate ás Baratas. No campajariam muitas delia? e um moringue quebrado.