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III Congresso Consad de Gestão Pública
O SISTEMA DE GESTÃO DE REGISTRO DE
PREÇOS DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Soraya Quixadá Bezerra Ana Maria de Carvalho Portela
José Hudson Pinheiro Lopes Francisco José Coelho Bezerra
Painel 25/098 Tecnologia da informação e ferramentas aplicadas às compras
O SISTEMA DE GESTÃO DE REGISTRO DE PREÇOS DO GOVERNO DO ESTADO
DO CEARÁ
Soraya Quixadá Bezerra Ana Maria de Carvalho Portela
José Hudson Pinheiro Lopes Francisco José Coelho Bezerra
RESUMO Sistema de Registro de Preços é regulamentado pelo Decreto Federal no 3.931, de 19 de setembro de 2001, o qual descreve o processo de compras corporativas efetuadas pelo setor público. No Ceará, o governo estadual assina em 10 de janeiro de 2006 o Decreto no 28.087/06, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) em 12 de janeiro de 2006, que dispõe sobre a regulamentação do uso do Sistema de Registro de Preços de que trata o artigo 15 da Lei Federal no 8.666/93, e o artigo 11 da Lei Federal no 10.520/02. Para fortalecer a sistemática de compras foram assinados: o Decreto no 28.089/06 que regulamenta, no âmbito da administração pública estadual, a licitação na modalidade pregão, instituída pela Lei Federal no 10.520/02, para aquisição de bens e serviços comuns; o Decreto no 28.397/06 que dispõe sobre Cotação Eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns de pequeno valor e o Decreto de no 28.086/06 que regulamenta no âmbito da administração pública estadual o sistema de compras, que engloba o módulo de catálogo de bens, materiais e serviços, cadastro e fornecedores. A operacionalização do sistema se deu inicialmente pela Secretaria da Administração e atualmente pela Secretaria do Planejamento e Gestão através da Coordenadoria de Gestão de Compras. Para agilizar e controlar as compras pelos diversos Órgãos e Entidades públicas estaduais o governo estadual determinou que a partir de 2007 a Procuradoria Geral do Estado centralizasse todas as licitações através da Comissão Central de Licitações de forma a otimizar os gastos com aquisições. Diante deste contexto, objetiva-se descrever o sistema de registro de preços desde a etapa de planejamento até a execução das Atas, enfatizando as ferramentas da tecnologia da informação. De forma específica mostra-se o cotidiano da prática da aquisição de compras públicas via sistema de registro de preços. Os procedimentos metodológicos para a elaboração deste artigo foram: pesquisa bibliográfica (Decretos e Leis), pesquisa documental (relatórios de seminários, atas de reuniões com as equipes que operacionalizam o Sistema de Registro de Preço e com a equipe da Tecnologia da Informação) e pesquisa-ação feita com os gestores de compras e os gestores das Atas de registro de Preços. O trabalho contextualiza os procedimentos de implantação e operacionalização do Sistema de Registro de Preços no Ceará enfatizando o histórico do Sistema de Registro de Preços, os tipos de gerenciamento das atas, as adesões externas e os diversos sistemas informatizados de apoio à execução, tais como: Cadastro de Fornecedores, Catálogo de Bens, Materiais e Serviços por categorias e subcategorias, Sistema de Planejamento de compras pelos Órgãos e Entidades Públicas, o Portal de Compras
e Banco de Preços. Conclui-se que esta modalidade de aquisição de bens e serviços, favorece um melhor acompanhamento das aquisições, proporcionando uma padronização dos materiais e procedimentos, melhor qualidade dos produtos a serem adquiridos, melhores preços pelos quantitativos, além de gerar ganhos de escala para o estado. Palavras-chave: Registro de Preços. Aquisição. Licitação. Compras Corporativas. Atas. Preços.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 04
METODOLOGIA......................................................................................................... 06
2 REGISTRO DE PREÇOS....................................................................................... 08
2.1 Registros de Preços sob Gestão da SEPLAG..................................................... 12
2.2 Registros de preços autorizados pela SEPLAG.................................................. 13
3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO X REGISTRO DE PREÇOS............................ 14
3.1 Sistema de Cadastro de Fornecedores – CRC.................................................... 14
3.2 Sistema de Catálogo de Bens Materiais e Serviços............................................ 15
3.3 Sistema de Banco de Preços............................................................................... 17
3.4 Sistema de Controle de Ata de Registro de Preços – SRP................................. 17
4 CONCLUSÃO..........................................................................................................22
5 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 23
4
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, as inovações tecnológicas (produtos, processo e
gestão), têm causado mudanças no mercado econômico e dentre estas vale
ressaltar o Sistema de Registro de Preços, conhecido pela sigla SRP, que vem
acarretando significativas mudanças nas aquisições governamentais.
A Lei de no 8.666/93 de licitações e contratos administrativos regulamenta
em seu capítulo I seção V, os processos das compras, e em seu artigo 15 as
aquisições por registro de preços e o Decreto Federal no 3.931, de 19 de setembro
de 2001, que também aborda o Sistema de Registro de Preços, descreve todo o
processo de aquisição por esta modalidade.
O Governo do Estado do Ceará iniciou no ano de 2004 de forma tímida, a
implantação do sistema de registro de preços – SRP, contemplando apenas futuras
e eventuais aquisições na área da saúde, medicamentos, instrumentais cirúrgicos,
dentre outros correspondentes, material de consumo com mais de seiscentos itens.
A partir de 2006, com a regulamentação do sistema de registro de preços por meio
dos decretos estaduais, a sistemática ganhou força, sendo introduzidas novas
categorias de materiais, bens e serviços, bem como o desenvolvimento de sistemas
informatizados, resultando na formação da rede estadual de compras.
O Estado do Ceará, utilizando-se dos princípios que regem a
administração pública de editarem suas próprias normas por meio de decretos, no
âmbito das respectivas competências, assinou em 10 de janeiro de 2006 o Decreto
estadual de no 28.087/06, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) em 12 de
janeiro de 2006, que dispõe sobre a regulamentação do uso do Sistema de Registro
de Preços de que trata o artigo 15 da Lei Federal no 8.666/93, e o artigo 11 da Lei
Federal no 10.520/02.
Na mesma data foram assinados outros decretos, aplicáveis ao processo
que impactaram na melhoria e regulamentação do processo de compras. Dentre
eles o Decreto no 28.089/06 que regulamenta, no âmbito da administração pública
estadual, a licitação na modalidade pregão, instituída pela Lei Federal no 10.520/02,
para aquisição de bens e serviços comuns; o Decreto no 28.397/06 que dispõe sobre
Cotação Eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns de pequeno valor e o
decreto de no 28.086/06 que regulamenta no âmbito da administração pública
5
estadual o sistema de compras, que engloba o módulo de catálogo de bens,
materiais e serviços, cadastro e fornecedores.
O objetivo do trabalho é descrever o Sistema de Registro de Preços no
Governo do Estado do Ceará à luz das ferramentas da tecnologia da informação e
também relatar os procedimentos empíricos da sistemática de Registro de Preços
efetuada pela Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará através da
Coordenadoria de Gestão de Compras.
O artigo está dividido em dois momentos: na parte inicial trata-se do
sistema de registro de preços enfocando-se os diversos conceitos de registro de
preços, definindo-se os atores envolvidos no sistema, as formas de gerenciamento,
os Registros de Preços sob a responsabilidade direta da SEPLAG desde a etapa do
planejamento de compras até a liberação, bem como todos os eventos decorrentes
da sua consecução; e os autorizados pela SEPLAG, isto é aquelas pertinentes aos
demais órgãos da Administração Estadual; na segunda e última parte mostra-se os
sistemas informatizados vis a vis a operacionalização dos mesmos.
6
METODOLOGIA
A “metodologia,” representa um procedimento racional e ordenado (forma
de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a
experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de
método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa”.
GARCIA (1998:44).
Neste sentido a equipe que gerencia o Sistema de Registro de Preços da
Secretaria do Planejamento e Gestão do Governo do Estado do Ceará, responsável
pela elaboração deste artigo, fez um estudo da criação e implantação do Sistema de
Registro de Preços no âmbito da Administração estadual enfatizando o uso da
tecnologia da informação para dar celeridade ao processo de aquisição de bens
pelos Órgãos e Entidades que fazem o Governo do Estado do Ceará fundamentada
em Lakatos e Marconi (1996: 151), “[...] um estudo sobre um tema específico ou
particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia.
Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus
ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina”.
Para discorrer sobre o tema utilizado foram utilizados, a pesquisa
bibliográfica, desenvolvida com base nas Leis e Decretos federais e estaduais; a
pesquisa documental, quando a equipe analisou documentação relativa às atas de
reuniões com a equipe de Tecnologia da Informação, a equipe do gerenciamento
das compras e a equipe do gerenciamento das atas de Registros de Preços; aos
relatórios de seminários; aos relatórios da operacionalização do Sistema de Registro
de Preço.
A equipe utilizou também a pesquisa-ação: “um tipo de pesquisa com
base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação
ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo” THIOLLENT(1986:14). Para esta modalidade de
pesquisa utilizou-se as experiências diárias de todas as equipes que formam o
Sistema de Registro de Preços: os progressos nos sistemas de tecnologia da
informação, o trabalho dos gestores de compras dos órgãos e entidades, e o
reconhecimento dos gestores públicos quanto a importância desta sistemática de
7
aquisição, o amadurecimento da equipe para dirimir as dificuldades encontradas no
processo.
O artigo tem como âmbito espacial não só os órgãos federais, estaduais e
municipais inseridos no território do estado do Ceará, bem como atende a diversos
órgãos e entidades de outros estados da federação. No âmbito temporal a pesquisa
data de fevereiro de 2006 até dezembro de 2009.
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2 REGISTRO DE PREÇOS
O conceito de registro de preços, conforme análise do art.1o do Decreto
Federal no 3.931/01 de 19 de setembro de2001:
Sistema de Registro de Preços (SRP) conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras.
A flexibilidade do registro de preços possibilita administração a comprar
de acordo com suas necessidades, evitando estimativas sem referência segura.
Dessa forma, pode-se verificar os benefícios do registro de preços, dentre eles:
� a Administração não está obrigada a comprar;
� o licitante tem o dever de garantir o preço, salvo supervenientes e
comprovadas alterações;
� proposta mais vantajosa, entre outras.
Conforme o Tribunal de Contas da União (p.54, 2003), o Sistema de
Registro de Preços representa o conjunto de procedimentos para registro formal de
preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações
futuras. Serve para compras e contratações se serviços preferencialmente quando:
� houver necessidade de contratações freqüentes;
� for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas
parceladas ou contratação de serviços necessários à Administração
para o desempenho de suas atribuições;
� não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado
pela Administração;
� for conveniente contratar o objeto para atender a mais de um órgão ou
entidade, ou a programas de governo.
Na vigência da Ata, havendo necessidade do objeto licitado, o
órgão/entidade participante do Registro de Preços, só precisa tomar as medidas
necessárias para formalizar a requisição, verificar se o preço registrado continua
compatível com o mercado e emitir a ordem de compra e o empenho ou, se for o
caso, assinar o termo de contrato. Os procedimentos de contratação são mais ágeis.
Outra vantagem do sistema de registro de preço é evitar o fracionamento da
despesa, pois a escolha da proposta vantajosa já foi precedida de licitação.
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Considera-se no decreto estadual de no 28.087/06, de 10 de janeiro de
2006, a definição de Registro de Preços (p.137, 2006) sendo:
Sistema de Registro de Preços (SRP): conjunto de procedimentos para seleção de proposta mais vantajosa, visando o registro formal de preços para futuras e eventuais contratações de bens, de produtos e de serviços.
Para Jacoby Fernandes (p.87-96, 2008), existem vantagens e
desvantagens na adoção do Sistema de Registro de Preços, dentre elas:
Vantagens do Sistema de Registro de Preços: desnecessidade de dotação orçamentária; atendimento de demandas imprevisíveis; redução do voluma de estoque; eliminação dos fracionamentos de despesa; redução do número de licitações, tempo recordes de aquisição, atualidade de preços das aquisição; participação de pequenas e médias empresas; vantagens para os licitantes; transparência das aquisições, redução dos custos da licitação; maior aproveitamento dos bens.
As desvantagens do sistema de registro de preços, implicam em
mudanças na cultura organizacional, tendo como principais argumentos, os descritos
abaixo:
A complexibilidade da concorrência; a necessidade de alocar os recursos humanos para atualizar tabelas; a impossibilidade de prever todos os itens a serem adquiridos; a facilidade na formação de cartéis. JACOBY FERNANDES (p.96, 2008).
Até o momento não são conhecidas outras desvantagens, conforme
descrito acima.
As normas fixadas no artigo 4o do decreto estadual de no 28.087, de
10/01/06, define as hipóteses, adotadas para o Sistema de Registro de Preços, tais
como:
� nas aquisições de bens, de produtos e de serviços que, pelas suas
características, ensejem necessidades de contratações freguentes;
� quando for mais conveniente a aquisição de bens ou de produtos com
previsão de entregas parceladas ou contratações de serviços
necessários à Administração para o desempenho de suas atribuições;
� quando for mais conveniente a aquisição de bens ou de produtos ou
contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou
entidade, ou a Programas de Governo;
� quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o
quantitativo a ser demandado pela Administração.
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O Sistema de Registro de Preços deverá ser utilizado preferencialmente
em processos de compras que, pela natureza e especificações de seus itens, devam
ser realizados individualmente.
Os agentes do Registro de Preços são:
I – Órgão Gestor do Registro de Preços: órgão ou entidade da
Administração Pública Estadual responsável pela gestão do SRP para uma
determinada categoria, inclusive pela organização e realização do procedimento
licitatório, bem como pelos atos dele decorrentes;
II – Órgão Gestor Geral de Registro de Preços: órgão ou entidade da
Administração Pública Estadual responsável pela gestão estratégica da sistemática
de registro de preços no âmbito do Governo do Estado do Ceará;
III – Órgão Participante: órgão ou entidade da Administração Pública que
aderir ao SRP e integrar a Ata de Registro de Preços;
IV – Órgão Interessado: órgão ou entidade da Administração Pública que
não tenha constado do certame como Órgão Participante e que tenha interesse em
utilizar a Ata de Registro de Preços, mediante comprovação da vantagem e prévia
consulta ao Órgão Gestor;
V – Cadastro de Fornecedores: banco de dados de pessoas físicas e
jurídicas interessadas em contratar com o Governo do Estado do Ceará;
VI – Catálogo de Bens, Materiais e Serviços: Banco de dados contendo a
qualificação dos bens, dos materiais e dos serviços a serem adquiridos pelo
Governo do Estado do Ceará;
VII – Banco de Preços – banco de informações referente aos preços dos
itens cadastrados em Ata de Registro de Preços
A gestão do registro de preços no âmbito do Governo do Estado do Ceará
é atribuição da Secretaria do Planejamento e Gestão – SEPLAG, órgão gestor geral,
envolvendo uma Rede de Compras composta por: Gestor Geral do Sistema de
Compras, Gestor de compras, Gestor Geral de Registro de Preços, Gestor de
Registro de Preços, Gestor Geral de Catálogo de Bens, Materiais e Serviços, Gestor
do Cadastro de Fornecedores e Gestor de Contrato, com funções e atribuições
definidas no decreto estadual no 28.086 de 10 de janeiro de 2006.
Em seu artigo 1o define: O Sistema de Compras compreende o conjunto
de conceitos, critérios, pessoas, processos e sistemas informatizados que atuam
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harmonicamente no sentido de garantir o bom desempenho das atividades
relacionadas às compras/contratações.
I – Gestor Geral do Sistema de Compras: responsável pela gestão e pelo
contínuo aperfeiçoamento do processo de compras e dos sistemas informatizados
de apoio, participando, inclusive, da definição e da implantação de normas, diretrizes
e políticas que tenham como objetivo aprimorar o processo de compras;
II – Gestor de Compras: responsável, no âmbito de cada órgão e entidade, pelo
planejamento das compras, pela emissão de solicitação de compras/contratação,
bem como pela realização das compras/contratações através de dispensa de
licitação previstas no Art.24, II, da Lei no 8.666/93, e pelo relacionamento com os
fornecedores;
III – Gestor Geral de Registro de Preços: responsável pela gestão
estratégica, pelo controle e pelo gerenciamento da sistemática de registro de preços
no âmbito do Governo do Estado do Ceará, inclusive quanto aos sistemas
informatizados de apoio ao Registro de Preços;
IV – Gestor de Registro de Preços: responsável pelo planejamento, pela
organização, pela gestão e pelo controle do Registro de Preços de determinada
categoria, inclusive pelas atividades visando a realização do procedimento licitatório;
V – Gestor Geral de Catálogo de Bens, Materiais e Serviços: responsável
pela gestão do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços do Estado do Ceará, visando
a padronização das especificações;
VI – Gestor de Catálogo de Bens, Materiais e Serviços: responsável pela
manutenção do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços de determinada categoria,
inclusive pela padronização das especificações;
VII – Gestor do Cadastro de Fornecedores: responsável pela definição de
normas, diretrizes e políticas, bem como pela gestão, manutenção e
aperfeiçoamento das atividades relacionadas ao Cadastro de Fornecedores do
Estado do Ceará.
VIII – Gestor de Contrato: responsável pelo gerenciamento e pelo
acompanhamento da execução de determinado contrato devendo zelar pelo
cumprimento das cláusulas contratuais, inclusive pela sugestão de aplicação de
penalidades, no sentido de garantir a adequada execução do contrato sob sua
responsabilidade.
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Fases do planejamento do Registro de Preços, definidas pelo decreto
estadual no 28.087/06, de 10 de janeiro de 2006.
I – convocar os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual
para participarem do SRP por meio de correspondência eletrônica ou outro meio
eficaz;
II – consolidar todas as informações relativas à estimativa individual e
total das necessidades de bens, de produtos e de serviços, bem como promover as
devidas adequações com vistas à definição das especificações técnicas ou dos
projetos básicos para atender aos requisitos de padronização e racionalização;
III – solicitar, via Termo de Adesão, aos órgãos e às entidades da
Administração Pública Estadual a confirmação dos quantitativos e dos qualitativos
do objeto a ser licitado, inclusive do projeto básico, nos termos da Lei no 8.666/93,
quando for o caso;
IV – realizar todos os atos necessários à instrução processual para o
procedimento licitatório pertinente;
V – realizar Pesquisa de Mercado, com vistas a estimar os valores dos
bens, produtos e serviços a serem licitados, integrando-a ao respectivo processo
licitatório;
VI – realizar, quando necessário, prévia reunião com os fornecedores,
visando informá-los das peculiaridades do SRP.
2.1 Registros de Preços sob Gestão da SEPLAG
Os Registros de Preços sob gestão da Seplag, foram iniciados no ano de
2006 gerando 01 ata, material de consumo e alcançou no ano de 2009 um total de
17 atas, para todos os órgãos/entidade do estado:
Material de Consumo – Expediente e Limpeza, Papel Alcalino, Água,
Café e Açúcar, Bandeiras, Impressos, Suprimento de Informática, Pneus e Câmara,
Iluminação (Lâmpadas), Gás Liquefeito, Divisórias, fórros e persianas.
Material Permanente – TVS, LCD, Fax, Bebedouro e outros,
Equipamentos de Informática, Mobiliário, Veículos.
Serviços – Gerenciamento da Frota, Outsourcing de Impressão
Departamental, Serviços de Viagem, Vigilância Eletrônica.
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2.2 Registros de preços autorizados pela SEPLAG
Conforme as atribuições legais o artigo 27 do Decreto no 28.087, de 10 de
janeiro de 2006, que determina que o órgão gestor geral de registro de preços,
definindo o órgão gestor de registro de preços de acordo com a especificidade de
cada órgão/entidade, como também considerando, as estratégias para a redução
dos gastos públicos, e o processo de aquisição através de Registro de Preços.
Órgãos/entidade regularizados para proceder Registro de Preços, como
órgão gestor por categoria:
� Companhia de Água e Esgoto
� Corpo de Bombeiros Militar
� Departamento Estadual de Trânsito
� Empresa de Tecnologia da Informação
� Secretaria da Saúde
� Secretaria da Cultura
� Secretaria da Educação
� Secretaria do Esporte
� Secretaria de Segurança Pública
� Secretaria da Infraestrutura
� Polícia Militar
Os itens por categoria são específicos de cada órgão e entidade, defindo
de acordo com suas atividade, como: fardamento, merenda escolar, material
esportivo, material de sinalização, material para eventuais calamidades públicas,
livros de distribução para bibliotecas, VLT’s entre outros.
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3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO X REGISTRO DE PREÇOS
O Governo do Estado do Ceará, a partir da constatação de que “compras,
custeio e investimentos” são os principais componentes de gastos, decidiu por
implantar um modelo de compras, visando a ampliação dos ganhos através da
utilização dos Registros de Preços. Para a implantação dessa ferramenta, fez-se
necessária a revisão e criação da legislação estadual aplicável ao processo de
aquisição, que resultou na edição dos decretos mencionados anteriormente, bem
como o desenvolvimento dos sistemas informatizados. (figura 1)
Figura 1
3.1 Sistema de Cadastro de Fornecedores – CRC
O Cadastro de Fornecedores do Estado do Ceará, foi regulamentado pelo
Decreto 28.086 de 10 de janeiro de 2006.
Conforme a Lei no 8.666/93 Licitações e Contratos, no item dos Registros
Cadastrais determina em seu Art. 34, “os órgãos e entidades da Administração
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Pública, que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para
efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano”.
(2007:50).
Após estudo, foi elaborado um projeto para desburocratizar os
procedimentos necessários ao Cadastramento de Fornecedores do Estado, revisando
a relação dos documentos exigidos para a concessão do registro, com validade de
acordo com o vencimento das certidões. Foi desenvolvido um novo sistema para
controle do Cadastro de Fornecedores, via web, onde o interessado consulta a sua
situação cadastral no portal de compras www.portalcompras.ce.gov.br, no item
fornecedores, que informa os documentos necessários para inscrição/atualização e
envia a documentação comprobatória para a SEPLAG que libera a emissão da
certidão de regularidade do fornecedor.
No processo licitatório realizado pela Comissão Central de Licitações do
estado, o pregoeiro consulta via sistema a situação cadastral do fornecedor, para
participação do processo, (figura 2).
Figura 2
3.2 Sistema de Catálogo de Bens Materiais e Serviços
O catálogo de bens materiais e serviços de itens, é baseado no modelo
internacional Federal Supply Classification, cujo banco de dados é composto de
tabelas específicas.
O Item de Material está assim constituído:
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� CATEGORIA – Material de Consumo
� Grupo – Artigos e utensílios de escritório;
� Classe – Artigos para Escritório;
� Material – Caneta esferográfica;
� Item de Material – Caneta Esferográfica escrita fina, cor azul ...
O Catálogo está sendo utilizado nas compras através de Registro de
Preço, no sistema de controle de almoxarifado SIGA, e brevemente em todas as
compras utilizadas na cotação eletrônica e pregão eletrônico, favorecendo a
padronização dos itens.
No site www.portalcompras.ce.gov.br apresenta-se conforme as figuras
3 e 4.
Figura 3
Figura 4
17
3.3 Sistema de Banco de Preços
O Banco de Preço (figura 5) foi criado e é alimentado com os preços
registrados em atas cadastradas no SRP e tem por finalidade dar transparência à
gestão de compras, demonstrar a economia gerada e subsidiar futuros processos na
definição dos preços estimados
Figura 5
3.4 Sistema de Controle de Ata de Registro de Preços – SRP
Sistema desenvolvido pela Coordenadoria de Infraestrutura de Tecnologia
da Informação e Comunicação (COTEC) da Secretaria do Planejamento e Gestão
(SEPLAG), interligado com o sistema de Catálogo de Bens Materiais e Serviços e o
sistema de Cadastro de Fornecedores, visando permitir a gestão do sistema do
registro de preços, assegurando de forma ágil a realização de todas as etapas e os
eventos decorrentes da execução das atas de registros de preços.
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Figura 6
3.4.1 Planejamento de compras
Cadastro do planejamento para futuras e eventuais aquisições de
material, bens ou serviços de determinada categoria, para adesão dos órgãos
participantes do registro de preços dos órgãos e entidades do estado.
A partir de 2009 o Governo do Estado do Ceará implantou o Planejamento Anual,
permitindo a Administração conhecer de forma antecipada, os quantitativos
estimados de todos os itens adquiridos por meio do sistema de registro de preços,
para aquisição no período de 12 meses, correspondendo ano de 2010.
19
Figura 7
3.4.2. Cadastramento da ata
Concluído o planejamento e o processo licitatório, é elaborada a ata de
registro de preços que após a sua publicação é cadastrada no sistema de controle
de ata de registro de preços – SRP, identificando os itens, valores, fornecedores e
os quantitativos de cada órgão participante.
20
Figura 8
3.4.3. Gerenciamento dos eventos decorrentes da execução das atas e relatórios
Possibilita o gerenciamento das atas, permitindo o remanejamento do
quantitativo de itens registrados entre órgãos participantes, acompanhar a efetivação
das aquisições por meio das ordens de compras emitidas e diversos relatórios
gerenciais.
21
Figura 9
22
4 CONCLUSÃO
O Sistema de Registro de Preços adotado pelo Governo do Estado do
Ceará vem apresentando, desde a sua implantação, significativas melhorias tanto
em nível dos sistemas em Tecnologia da informação como em efetividade na
sistemática de compras corporativas.
Os sistemas informatizados foram sendo aperfeiçoados ao longo dos
anos dando uma maior agilidade e transparência às aquisições de bens e serviços
públicos. Isto pode ser visto, por exemplo, quando se passou de vários
planejamentos de compras no ano, para um planejamento anual que possibilita ao
staff do governo do Ceará contemplar a quantidade total de itens que podem ser
adquiridos via Registro de Preços; ressalta-se também os diversos tipos de relatórios
que podem ser emitidos possibilitando tomadas de decisão em tempo hábil; e, a
visibilidade dada à sociedade através do Portal de Compras que agrega informações
relacionadas ao catálogo de bens e serviços, à situação cadastral dos fornecedores;
editais e atas de registro de preços alimentados com presteza.
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5 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei no 8.666/93. Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 21/06/1993. CEARÁ. Decreto Estadual de no 28.087/06. Dispõe sobre o Sistema de Registro de Preços do Estado do Ceará, 10/01/2006. FERNANDES, J. U. Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 3. ed. rev., atual. e ampliada. Belo Horizonte: Fórum, 2008. GARCIA, Eduardo Alfonso Cadavid. Manual de sistematização e normalização de documentos técnicos. São Paulo: Atlas, 1998. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1995. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa – ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1986. TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO CEARÁ. Doutrina e artigos. Revista Controle. Volume VII no 1, Abril 2009. Fortaleza: Tribunal de Contas do Estado do Ceará.
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AUTORIA
Soraya Quixadá Bezerra – Graduada em História e Mestra em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará.
Endereço eletrônico: [email protected] Ana Maria de Carvalho Portela – Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará e Mestra em Administração de Empresas pela Universidade Estadual do Ceará. Endereço eletrônico: [email protected] José Hudson Pinheiro Lopes – Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará e Mestrando em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará. Endereço eletrônico: [email protected] Francisco José Coelho Bezerra – Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Ceará.
Endereço eletrônico: [email protected]