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OS LIVROS APÓCRIFOS E PSEUDO-EPÍGRAFOS Trecho do livro de JASAR

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Page 1: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

OS LIVROS APÓCRIFOS E PSEUDO-EPÍGRAFOS

Trecho do livro de JASAR

Page 2: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

Como abordaremos o assunto A. Definições e diferenciações B. A importância de conhecer tais livros C. Por que foram recusados no Cânon? D. Por que os católicos aceitam alguns? E. Seus temas a assuntos principais F. Apócrifos e pseudo-epígrafos na Bíblia G. Estudo de caso 1: O Livro de Jasar H. Estudo de caso 2: O Evangelho de Tomé I. Estudo de caso 3: O Evangelho de Pedro J. Estudo de caso 4: Descida de Cristo ao Inferno K. Indicações de literatura

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Cena do livro de Enoque da batalha entre anjos e seres humanos. Estes anjos teriam gerado os Nefilins.

A. A definição dos livros

APÓCRIFOS são os livros conhecidos como falsos e espúrios.

PSEUDO-EPÍGRAFOS são livros auto atribuídos aos apóstolos e até aos pais da

igreja, mas que sabidamente não são.

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Seria o Evangelho de Tomé um quinto Evangelho?

Uma distinção importante das diversas literaturas existentes e inter-relacionadas

Apócrifos + Pseudo-epígrafos + Talmude + Patrística + Literatura ¨crist㨠gnóstica (Nag Hammadi) + Targuns + Agraphas + Qumran + Escritos Avulsos O estilo literário e as datas não podem nos confundir. Mesmo a obra dita patrística pode, em alguns casos, ser classificada como pseudo-epígrafa, por exemplo. Classificações são sempre à posteriori.

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Apócrifo significa falso, suspeito. Expressão usada quando um fato ou uma obra não tem sua autenticidade provada, ou seja, ela tem sua origem suspeita ou duvidosa. Existem vários livros apócrifos, tanto no Antigo Testamento, mas principalmente do Novo Testamento, sendo que alguns tiveram uma grande aceitação, como o Evangelho Perdido de Pedro (Vol 3, 342). São mais de 200 livros e cartas classificados

como apócrifos e/ou pseudo-epígrafos.

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Destes, para o Antigo Testamento, fazem parte os livros de Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruc (ou Baruque) e também as adições em Ester e em Daniel - nomeadamente os episódios da História de Susana e de Bel e o dragão.

Destes , para o Novo Testamento, fazem parte livros como Epístola aos Erminiotas, Epístola aos Laodicenses, Livros da Infância de Jesus, O Evangelho segundo os Hebreus (há fragmentos do segundo século), Descida de Cristo ao Inferno (grega e latina).

EXEMPLOS DE APÓCRIFOS NO AT E NO NT

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Pseudo-epígrafos são livros cuja a autoria atribuída é falsa. O conteúdo herético, fantasioso e contraditório destes livros; a data de circulação incompatível com o tempo de vida de seus supostos autores; a falta de citação pelas igrejas do Novo Testamento, pelos apóstolos e pelos pais da Igreja; são os principais motivos da classificação como pseudo-epígrafos.

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Boa parte do pseudo-epígrafos estão no Novo Testamento, mas há exemplos de livros com nome de personagens e histórias importantes do Antigo Testamento como, por exemplo, O Apocalipse Siríaco de Baruque (2 Baruque), O Apocalipse Grego de Baruque (3 Baruque), Os Salmos de Salomão, 3 Macabeus, 4 Macabeus, A Carta de Aristeas (que descreve as supostas circunstâncias em que se fez a tradução da Bíblia hebraica para o grego), O Martírio de Isaías, etc.

EXEMPLOS DE PSEUDO-EPÍGRAFOS NO AT E NO NT

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No Novo Testamento temos muitos mas, como exemplo, temos, Evangelho de Pedro, Evangelho de Tomé, Apocalipse de Pedro, Epístola Perdida aos Coríntios (atribuindo a Paulo), Evangelho de Bartolomeu, A infância de Cristo segundo Pedro, O Evangelho de Felipe, etc.

EXEMPLOS DE PSEUDO-EPÍGRAFOS NO AT E NO NT

Page 10: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

O Talmude é uma literatura judaica constituída de duas partes: a Mishná e a Guemará. A Mishná agrega comentários, explicações e debates sobre o seu conteúdo legal. Na Guemará encontramos um rico acervo de debates sobre as diversas leis rituais, comerciais, familiares e sociais. Todos estes elementos tem como base a Torah.

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Na Mishná, na 43ª seção do Sanhedrin, encontramos a seguinte declaração a respeito de Jesus Cristo: “Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu e antes disso, durante quarenta dias o arauto proclamou que [ele] seria apedrejado ‘por prática de magia e por enganar a Israel e fazê-lo desviar-se. Quem quer que saiba algo em sua defesa venha e interceda por ele’. Mas ninguém veio em sua defesa e eles o penduraram na véspera da páscoa” (GEISLER, Norman, Enciclopédia de Apologética, VIDA, 2001, p.450)

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A Obra Patrística corresponde ao registro escrito daqueles que sucederam os apóstolos e que viveram até cerca do ano 600 d.C. O tempo dos

O Tempo dos Pais da Igreja é comumente divido em: 1. Pais Apostólicos, 2. Pais Apologistas, 3. Pais Polemistas 4. Pais Pós-nicenos. João Crisóstomo Agostinho de Hipona

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Os escritos cristãos da comunidade gnóstica foram amplamente revelados quando se encontrou a Biblioteca de NAG HAMMADI EM 1945. Foram encontrados 13 códices diferentes. Datam dos século III e IV d.C.

13 Códices foram encontrados em Nag Hammadi

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Lista dos códices Gnósticos Codex I (Codex Jung) Prece do apóstolo Paulo Apócrifo de Tiago ou “O livro secreto de Tiago” O Evangelho da Verdade Tratado sobre a ressurreição Tratado tripartite Codex II Apócrifo de João Evangelho de Tomé Evangelho de Filipe Hipóstase dos Arcontes Sobre a origem do mundo Exegese da alma Livro de Tomé o Adversário

13 Códices foram encontrados em Nag Hammadi

Codex III Apócrifo de João Livro Sagrado do Grande Espírito Invisível, também conhecido por "Evangelho copta dos egípcios" Eugnostos, o abençoado ou Primeira Epístola de Eugnostos Sophia de Jesus Cristo Diálogo do Salvador Codex IV Apócrifo de João (versão curta) Livro Sagrado do Grande Espírito Invisível, também conhecido por "Evangelho copta dos egípcios"

Page 15: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

Lista dos códices Gnósticos Codex V Eugnostos, o abençoado ou Primeira Epístola de Eugnostos Apocalipse Copta de Paulo Primeiro Apocalipse de Tiago Segundo Apocalipse de Tiago Apocalipse de Adão

13 Códices foram encontrados em Nag Hammadi

Codex VI Atos de Pedro e os 12 apóstolos O Trovão, Mente Perfeita Ensinamentos Autorizados O conceito de nosso grande poder A República de Platão (o texto original não é gnóstico, mas a versão de Nag Hammadi está muito alterada com os conceitos gnósticos da época) Discurso sobre a Ogdóade e a Enéade (um tratado da Hermética) Prece de ação de graças (um tratado da Hermética, com comentário do escriba que o copiou) Asclépio 21-29 (um tratado da Hermética)

Page 16: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

Lista dos códices Gnósticos Codex VII Paráfrase de Sem Segundo tratado do grande Sete Apocalipse Gnóstico de Pedro Ensinamentos de Silvano As três estelas de Sete Codex VIII Zostrianos Carta de Pedro a Felipe Codex IX Melquisedeque ou A Vinda do Filho de Deus Melquisedeque O Pensamento de Norea Testemunho da verdade

13 Códices foram encontrados em Nag Hammadi

Codex X Marsanes Codex XI Interpretação do conhecimento Exposição Valentiana (Sobre a Unção, Sobre o Batismo (A e B) e Sobre a Eucaristia (A e B)) Alógenes Hypsiphrone Codex XII Sentenças de Sexto O Evangelho da Verdade Fragmentos Codex XIII Protenóia trimórfica Sobre a origem do mundo

Page 17: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

Os Targuns são paráfrases judaicas do Antigo Testamento para alcançar judeus mais simples e simplificar os ensinamentos depois do Exílio para os que não dominavam o hebraico e que falavam aramaico. Targum judaico,

Targum Babilônico, Targum de

Jonatas, Targum do livro de Jó, etc., são alguns exemplos.

Page 18: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

A palavra AGRAPHA significa literalmente não escrito. Seriam o conjunto de ditos de Jesus que não foram registrados nos Evangelhos e nem em obras próximas ao período apostólico, mas que circulariam oralmente nas comunidades. Vieram a registro muito tempo depois e foram citadas em escritos de alguns pais da igreja de forma avulsa e quase furtiva (porque eram conhecidas e aceitas), ou seja, palavras atribuídas a Jesus. São também chamados de palavras desconhecidas de Jesus.

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Exemplos de AGRAPHAS:

1. Abençoada é o homem que sofreu e assim encontrou a vida” (Evangelho de Tomé 58).

2. “Nunca fique feliz a menos que você veja seu irmão com amor” (Jerônimo, Comentário sobre Efésios 5.4).

3. Ninguém pode obter o reino dos céus se ainda não passou por tentação” (Tertuliano, Sobre Batismo).

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Os Manuscritos de Qumran são os escritos mais famosos do século passado.

Foram encontrados em 11 cavernas ou grutas em 1947. Tem o Antigo Testamento com exceção do livro de Ester. O livro de Isaías é o que mais possui cópias e o mais comentado pela comunidade. A grande ênfase messiânica explica a quantidade de cópias.

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O que estou chamando de ESCRITOS AVULSOS são aqueles que tratam de questões associadas à Bíblia ou propuseram, em tempos antigos, outras visões da criação, do monoteísmo, etc. 1. Um exemplo seria o mito babilônico da

Criação conhecido o ENUMA ELISH que muitos afirmam ser anterior a Gênesis e o ¨teria inspirado¨ (uma cosmogonia).

2. Moisés e o Monoteísmo de Freud reconta o monoteísmo de Moisés baseado no culto a ARKNATHEN existente no Egito em XV ou XVI a.C.

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B. Por que é importante estudar e conhecer os apócrifos e pseudo-epígrafos?

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1. Eles existem e com a disseminação da informação é bom estarmos preparados quando nos depararmos com os mesmos ou formos questionados. Livros best-sellers como Código Da Vinci e filmes como A Paixão de Cristo são baseados em livros como o Evangelho de Felipe e o Evangelho de Maria Madalena.

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2. Eles revelam o pensamento e as soluções encontradas por pessoas e comunidades cristãs e judaicas diante de desafios teológicos e sobre lacunas históricas. A partir destas soluções ruins aprendemos a ajustar nossa hermenêutica bíblica.

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3. Alguns deles, como os livros dos Macabeus, por exemplo, nos ajudam a compreender momentos históricos importantes para a formação do povo judeu, o surgimento de grupos como os fariseus, saduceus e essênios, o conflito pelas terras entre o período greco-macedônico e romano e nos ajudam a compreender o ambiente do primeiro século quando Jesus veio ao mundo.

Guerra dos Macabeus

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IV Esdras, O livro de Enoque e livro Similitudes de Enoque são fundamentais para a formação do messianismo judaico presente no pós-exílio e no primeiro século.

Profeta Enoque

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4. Revelam o caldo cultural das diversas fases da formação canônica e das disputas de grupos divergentes sobre diversos assuntos. Foi o caso do Concílio de Nicéia em 325 d.C. e os Gnósticos.

5. Nos revelam que os critérios canônicos são razoáveis e justificáveis e afastam o medo de que estes documentos possam por em xeque o cristianismo que, segundo alguns historiadores, não é a versão verdadeira, mas ¨a versão vencedora¨.

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6. Porque alguns deles são citados nos livros canônicos do Antigo e do Novo Testamento e temos base para crer que foram lidos por judeus antigos, pelos apóstolos e pelos pais da Igreja.

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C. Por que eles não foram aceitos no Cânon que temos em mãos?

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1. Os principais critérios para aceitação de um livro no Cânon são uso da comunidade judaica e a apostolicidade. Eles não constam no cânon judaico e a maioria destes livros consta dos séculos II e III d.C. quando nenhum apóstolo estava vivo.

2. Jesus e os apóstolos reconheceram e citaram os livros do Cânon que conhecemos (AT), mas não citam os livros que chamamos de apócrifos e pseudo-epígrafos, com poucas exceções históricas.

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3. O conteúdo, como veremos adiante, claramente se opõe, diverge e contraria o que temos nos livros canônicos. Além de ser um conteúdo fantasioso. Uso de Magia – Tobias 6.5-7 O perdão dos pecados por meio de

esmolas – Tobias 4.11, 12.9 Oferta de dinheiro para os pecados dos

mortos – 2 Macabeus 12.43-45

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4. Os manuscritos do Mar Morto não fazem referência aos apócrifos do Antigo Testamento. Apesar de algumas divergências é uma comunidade judaica a se considerar entre III a.C. e 70d.C.

5. Philo e Flávio Josefo, historiadores judeus, os rejeitaram: ¨a comunidade

judaica reconheceu que os dons proféticos

cessaram em Israel antes do livros

apócrifos serem escritos¨.

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6. O período patrístico, no qual o Cânon do Novo Testamento foi formado, não cita a maioria esmagadora destes livros e muitos deles estão ligados a comunidades com ideias divergentes e heréticas. A forte influência helenista na gnose é um exemplo.

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7. Os livros apócrifos não compartilham muitas das características dos livros canônicos: eles não são proféticos, não há nenhuma confirmação sobrenatural de qualquer das obras dos escritores apócrifos, não há profecia preditiva, não há nenhuma nova verdade messiânica revelada, não são citados por qualquer livro profético escrito depois deles, e eles mesmos reconhecem que não houve profetas em Israel no tempo o qual foram escritos – 1 Macabeus 9.27, 14.41.

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¨A opressão que caiu sobre Israel foi tal,

que não houve igual desde o dia em que

tinham desaparecido os profetas¨. 1 Macabeus 9.27 – aqui vale ressaltar o papel do

profeta, sobretudo o escritor.

"Soube também que os judeus e seus

sacerdotes haviam consentido que Simão

se tornasse seu chefe e sumo sacerdote,

perpetuamente, até a vinda de um

profeta fiel."

1 Macabeus 14.41

Page 36: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

D. Por que eles foram aceitos no Cânon do Antigo Testamento da Bíblia católica?

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1. Foram reincluídos no Concílio de Trento de 1543. Lembremos da efervescência do mundo então em virtude da Reforma Protestante e da Contrarreforma. É sempre importante lembrar que a tradição protestante reconhece a canonicidade dos livros da Bíblia enquanto na tradição católica é a igreja que confere autoridade aos livros. Uma nuance importante!

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2. Muitas decisões foram tomadas neste concílio, tais como: Condenação à venda de indulgências reafirmação da doutrina da infalibilidade papal, confirmação do purgatório e dos sete sacramentos, etc. Também foi neste concílio que a Igreja Católica acrescentou 7 livros no Antigo Testamento, que não são reconhecidos nem pelos judeus nem pelos protestantes.

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3. Esses livros são conhecidos pelos católicos como “deuterocanônicos” (segundo cânon) e pelos protestantes pelo termo de “apócrifos” (oculto, isto é, sem inspiração divina). São eles: Tobias; Judite; 1ª Macabeus; 2ª Macabeus; Sabedoria de Salomão; Eclesiástico e Baruc.

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4. Além disso, os apócrifos incluem adições:

Ao livro de Ester: No capítulo 10, do versículo 4 em diante

E ao livro de Daniel: • O chamado “Cântico de Azarias”, no capítulo 3,

do versículo 24 ao 90; • A história conhecida como “A fiel Susana”, no

capítulo 13; • E a história de “Bel e o Dragão”, no capítulo 14. • Portanto, a Bíblia católica tem 46 livros no Antigo

Testamento (7 apócrifos) e 27 no Novo Testamento, totalizando 73 livros.

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E. Uma possível divisão dos apócrifos e pseudo-epígrafos, seus temas principais

1.Livros da tradição judaica 2.Evangelhos 3.Livros da infância e da vida de Cristo 4.Livros da tradição cristã 5.Epístolas 6.Livros apocalípticos

Page 42: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

Nos livros da infância de Jesus aparecem histórias dizendo que:

1.A água da banheira de Cristo curava 2.Que ressuscitou um pássaro morto 3.Transformava amigos em ovelhas 4.Ressuscitou mortos ainda quando criança 5.Suas fraldas eram usadas para expelir

demônios 6.Fazia grãos de trigo germinar

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F. Citações de apócrifos na Bíblia

O livro de Jasar aparece em:

1. Josué 10.13: ¨E o sol se deteve, e a lua

parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasar?¨

2. 2Samuel 1.18: Ele (Davi) disse para ensinar os filhos de Judá a manejar o arco; está escrito no livro de Jasar.¨

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F. Citações de apócrifos na Bíblia

O apóstolo Paulo também cita trecho com referência ao livro de Jasar 73.28-29 aparece em 2 Timóteo 3.8. Neste trecho ele afirma que Balaão tinha dois filhos e o Talmude Babilônico de que eram Janes e Jambres, dois feiticeiros, e ainda os coloca no Egito com o magos e adivinhos durante as 10 pragas (o que seduz e o que provoca rebelião seriam as traduções dos nomes).

"Do mesmo modo como Janes e Jambres se

opuseram a Moisés, assim também estes se opõem

a verdade; são homens de espírito corrupto, de fé

inconsistente."

Page 45: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

F. Citações de apócrifos na Bíblia

Carta de Judas v.9 – Assunção de Moisés 7.5-8

v.6 – Testamento de Naftali 3.4-5

v.8 – Testamento de Aser 7.1

v.14,15 - 1 Enoque 2.9

O grande uso de apócrifos em Judas faz com que muitos duvidem da sua canonicidade.

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G. O LIVRO DE JASAR

O livro de Jasar, ou do Justo, é citado, como já vimos, em Josué e 1 Samuel e Paulo usa uma referência ao escrever para Timóteo. Este livro reescreve e reinterpreta todo o

Pentateuco, mas traz elementos novos também com supostos detalhes que não constam do Pentateuco que temos. Pelo relato bíblico (canônico) o livro já circulava no tempo de Josué e dos juízes de Israel e era conhecido pelos escritores bíblicos.

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G. O LIVRO DE JASAR

Existem aqueles que afirmam o livro de Jasar deveria se levado em consideração porque teria um registro mais antigo, e também por isto, mais verdadeiro. Outro

Outro questionamento é se o livro de Jasar que dispomos é o mesmo citado na Bíblia. De fato, ele é um registro antigo, não considerado inspirado e que ¨mistura¨ conceitos sumerianos em sua tese. Tem 91 capítulos com uma média de 45 versos cada.

Page 48: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

G. O LIVRO DE JASAR

1.Um longo relato sobre a vida de Enoque – 3-4.

2.O Tempo de construção da arca - 5.11

3. Debate de Noé com os seus contemporâneos - 5.18-24

4. A motivação da Torre de Babel - 9.24-26

5. Satanás tentando Abraão - 23.25-26

Page 49: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

G. O LIVRO DE JASAR

6. O complemento da conversa entre Abraão e Isaque – 23.51-57.

7. ¨Detalha¨ a formação do povo da África pelos descendentes de Esaú depois da morte de José - 60. 8. Diz que Moisés foi a Gósen com a intenção de ver seus pais aos 18 anos de idade – 71.1.

9. Como já vimos, coloca Balaão como pai de Janes e Jambres e como parte dos magos que concorrem com Moisés nas pragas do Egito - 73.

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H. O EVANGELHO DE TOMÉ

Evangelho de Tomé já era conhecido em grego, antes de ser descoberto em 1945 no Alto Egito e ser catalogado como um dos Textos de Nag Hammadi. Ele tem um formato diferente dos Evangelhos que estão na Bíblia e se refere às palavras secretas de Jesus, denominado "Vivente", que teria proferido a Tomé, o Gêmeo.

Page 51: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

H. O EVANGELHO DE TOMÉ

Por ser apócrifo, ou seja, não ter sido reconhecido como um ensinamento de Jesus Cristo, faz dele uma referência aos estudos gnósticos.

Não existem dados biográficos do Mestre; mas sua principal característica refere-se à sequência de 114 ditos de Jesus. Transcrevo as principais sentenças, iniciando com um dos mais enigmáticos ditos.

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H. O EVANGELHO DE TOMÉ

v.1 - Ele disse: Quem descobrir o significado interior destes ensinamentos não provará a morte. v.6 - Seus discípulos o interrogaram dizendo: Queres que jejuemos? Como devemos orar? Devemos dar esmolas? Que dieta devemos observar? Jesus disse: Não mintais e não façais aquilo que detestais, pois todas as coisas são desveladas aos olhos do céu. Pois, não há nada escondido que não se torne manifesto, e nada oculto que não seja desvelado. v.14 - O que entrar em vossa boca não vos maculará, mas o que sair de vossa boca - é isso que vos maculará.

Page 53: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

H. O EVANGELHO DE TOMÉ

v. 15 - Quando virdes aquele que não foi nascido de uma mulher, prostrai-vos com a face no chão e adorai-o: é ele o vosso Pai. v. 29 - Seria uma maravilha se a carne tivesse surgido por causa do espírito. Mas seria a maior das maravilhas se o espírito tivesse surgido por causa do corpo. Estou realmente surpreso pela forma como essa grande riqueza fez morada nessa pobreza. v. 35 - Não é possível que alguém entre na casa de um homem forte e tome-a à força, a menos que lhe ate as mãos; então será capaz de saquear sua casa.

Page 54: O S L IV R OS A P Ó CR IFO S E P S E U D O -EPÍG R A F OS

H. O EVANGELHO DE TOMÉ

v. 37 - Seus discípulos disseram: Quando Tu Te revelarás a nós e quando Te veremos? Jesus disse: Quando vos despirdes sem vos envergonhardes e tomardes vossas vestes e, colocando-as sobre vossos pés, pisardes sobre elas como criancinhas, então (vereis) o filho daquele que vive e não tereis medo. v. 48 - Se os dois fizerem as pazes nesta casa, eles dirão à montanha: "Move-te!" e ela se moverá.

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H. O EVANGELHO DE TOMÉ

v. 50 - Se vos perguntarem: "De onde vindes"? Respondei: Viemos da luz, do lugar onde a luz nasceu dela mesma, estabeleceu-se e tornou-se manifesta por meio de suas imagens. Se vos perguntarem: Vós sois isto? Digam: Nós somos seus filhos e somos os eleitos do Pai vivo. Se vos perguntarem: "Qual é o sinal de vosso Pai em vós"', digam a eles: É movimento e repouso. v. 77 - Eu sou a luz que está sobre todos eles. Eu sou o todo. De mim surgiu o Todo e de mim o Todo se estendeu. Rachai um pedaço de madeira, e eu estou lá. Levantai a pedra e me encontrareis lá.

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H. O EVANGELHO DE TOMÉ

v. 113 - Seus discípulos disseram-lhe: Quando virá o Reino? Jesus disse: Ele não virá porque é esperado. Não é uma questão de dizer: "eis que ele está aqui" ou "eis que está ali". Na verdade, o Reino do Pai está espalhado pela terra e os homens não o vêem. v. 114 - Simão Pedro disse-lhes: Que Maria saia de nosso meio, pois as mulheres não são dignas da vida. Jesus disse: Eu mesmo vou guiá-la para torná-la macho, para que ela também possa tornar-se um espírito vivo semelhante a vós, machos. Porque toda mulher que se tornar macho entrará no Reino do Céu.

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H. O EVANGELHO DE TOMÉ

Joachim Jeremias (1900-1979), alemão estudioso do Novo Testamento, foi um dos teólogos que se debruçou sobre as ¨palavras escondidas de JESUS¨, ou seja, o conjunto de ditos que permaneceram na tradição oral, e que apenas muito tempo depois, na COMUNIDADE CRISTÃ GNÓSTICA, sobretudo pelo Evangelho de Tomé, receberam um registro escrito. Comparando ao Cânon, chegou a conclusão que, aqueles agraphas, que ¨podem ser atribuídos a Jesus¨, encontram paralelos, inclusive com maior precisão e qualidade, no Cânon e, outros, como já vimos, se afasta muito do ditos canônicos e são claramente calcados na cosmovisão gnóstica presente a partir do final do segundo século da era comum.

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H. O EVANGELHO DE TOMÉ

Vejam o que o próprio Joachim Jeremias diz em suas conclusões:

¨ Finalmente devemos fazer alusão a um importante resultado negativo, que se desprende do estudo das palavras dispersas do Senhor e que Ropes já havia

notado. A literatura extra-canônica, na totalidade, é de um pobreza assombrosa. A maioria é pura lenda com a

marca de ser uma invenção. Raramente manifesta-se, em meio de escombros e cascalhos, uma pedra preciosa. O volume do material aproveitável historicamente é muito

pequeno¨.

Jeremias, Joachim. Palavras desconhecidas de Jesus. Santo André: Academia Cristã, 2006. página 203.

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I. O EVANGELHO PERDIDO DE PEDRO

O Evangelho de Pedro permaneceu um segredo e um mistério por muitos séculos na igreja cristã. Ele é citado por pais da igreja ainda no século II como Serapião de Antioquia, Orígenes,

Eusébio de Cesaréia, Jerônimo de Estridão e Teodoro de Ciro. A porção que dispomos, infelizmente, é parcial e consta apenas do que seria o final do Evangelho onde aparecem o julgamento de Jesus, sua morte, ressurreição. Tem 14 capítulos com 60 versículos.

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I. O EVANGELHO PERDIDO DE PEDRO

Foi encontrado na tumba de um monge cristão chamado Akhimin no Egito em 1886. O original pode datar de 150 d.C. Ele traz algumas divergências e novos apontamentos quanto ao que aconteceu naqueles dias.

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I. O EVANGELHO PERDIDO DE PEDRO

v.1, 2 - Ele alivia a função de Pilatos no julgamento e coloca o peso do lavar as mãos sobre Herodes e os judeus.

v.3 – José de Arimatéia é posto como amigo de Pilatos.

v. 5 – Herodes parece preocupado com a Lei dos judeus.

v.13 – apresenta uma versão do ladrão afirmando Jesus como Salvador dos homens.

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I. O EVANGELHO PERDIDO DE PEDRO

v. 15 - ¨o sol não pode se por sobre um justiçado¨. v. 19 - ¨Força minha, força minha, tu me abandonaste¨. v.24 – a sepultura é chamada de Jardim de José. v.25 – a lamentação dos judeus por causa da morte e constatação de que Jesus era Filho de Deus.

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I. O EVANGELHO PERDIDO DE PEDRO

v.28 – o diálogo e as ações tomadas para proteger o sepulcro, incluindo sete selos e uma tenda para abrigar os guardas. v. 34 – Pessoas visitando o sepulcro no sábado. v.35, 39 – os soldados testemunham a presença de anjos no sepulcro. v.40 – os anjos tem aparência gigantesca.

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I. O EVANGELHO PERDIDO DE PEDRO

v.46 – Pilatos se isenta da morte novamente.

v. 48 – os guardas preferem a justiça de Deus que a dos homens!

v. 50 – diz que os apóstolos ficaram bravos com a falta de cuidado das mulheres com o sepulcro e este seria o motivo para irem lá no domingo.

v. 59 – diz: ¨e nós, os doze discípulos do Senhor, chorávamos e estávamos...¨ - uma imprecisão porque parece ainda contar com Judas. Matias seria agregado muitos dias depois.

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J. JESUS DESCEU E PREGOU NO INFERNO?

O texto de 1 Pedro 3.19 é uma clara alusão à pregação feita aos antidiluvianos, referindo-se a eles como espíritos, mas tal ideia está presente nos apócrifos DESCIDA DE CRISTO AO INFERNO, e há duas versões, uma grega e uma latina,

Dentro do conhecido Evangelho de Nicodemus. A versão grega inclui ideias como o sinal da cruz e a latina a ideia que o Diabo é quem manda no inferno e mantém cativas as pessoas (ver também Jd 6).

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J. JESUS DESCEU E PREGOU NO INFERNO?

Há também uma questão importante quanto a esta ideia da DESCIDA AO INFERNO e diz respeito a tradução da palavra seol no Salmo 16:10-11. Uma versão diria: ¨...não deixarás a minha alma no inferno...¨

Quando, na verdade, a melhor tradução seria: ¨... não deixarás a minha alma na sepultura...¨ ou mesmo ¨...no túmulo...¨. Deste modo se deveria supor que Jesus iria ao inferno, mas seria retirado de lá pelo poder divino.

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J. JESUS DESCEU E PREGOU NO INFERNO?

A Bíblia afirma que muitos ressuscitaram na morte de Cristo (Mt 27.52-53). O apócrifo diz que foram 12.000 pessoas com destaque para Karino e Léucio que contam no Sinédrio o que aconteceu no inferno quando Cristo ¨chegou¨. Nesta

Versão o Diabo controla o inferno e prende as pessoas. Pessoas como Adão, Isaías, Jeremias e João Batista estão lá e participam do diálogo. ¨Levantai, ó portas, vossas cabeças¨ (Sl 24.7) - seria um texto para a chegada triunfante de Jesus ao inferno.

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J. JESUS DESCEU E PREGOU NO INFERNO?

Jesus chega triunfante ao inferno, aprisiona o Diabo e solta os homens, os levando de volta à vida. A platéia do Karino e do Lêucio fez um Jejum de três dias e durante quarenta dias lamentou o fato de terem matado um homem inocente.

Uma grande conversão do Sinédrio, e seu arrependimento naquele momento, seria uma nota presente no NT - sem sombra de dúvida. No entanto, o NT mostra que continuaram a resistir ao Evangelho.

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J. Indicação de livros para aprofundamento

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J. Indicação de livros para aprofundamento

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J. Indicação de livros para aprofundamento