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Análise de Tensões em Componentes de Aeronaves Estruturas Aeroespaciais II (10373) 2015 Pedro V. Gamboa Com a colaboração de Pedro Albuquerque Departamento de Ciências Aeroespaciais

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Análise de Tensões em

Componentes de Aeronaves

Estruturas Aeroespaciais II (10373)

2015

Pedro V. Gamboa Com a colaboração de Pedro Albuquerque

Departamento de Ciências Aeroespaciais

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Faculdade de Engenharia

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Pedro V. Gamboa

1. Introdução

• Na Unidade Curricular de Estruturas Aeroespaciais I

estabeleceu-se a teoria básica para a análise de vigas de

paredes finas de secção fechada e aberta sujeitas à flexão,

ao corte e à torção.

• Métodos de idealização de secções reforçadas com tensores

em secções mais simples de analisar também foram

apresentados: idealização estrutural.

• Agora convém alargar esta análise para componentes próprios

de aeronaves incluindo vigas com afilamento, fuselagens,

asas, cavernas e nervuras; também incluídos estão os efeitos

de aberturas em asas e fuselagens.

2

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1. Introdução

• Os componentes estruturais de aeronaves são complexos

consistindo, normalmente, de cascas de metal finas

reforçadas com arranjos de tensores.

• Estas estruturas são altamente redundantes e requerem certa

simplificação ou idealização antes que possam ser analisadas.

• A análise apresentada aqui é, por isso, aproximada e o grau

de precisão obtido depende do número de simplificações

assumidas.

• Uma outra complicação também está presente uma vez que

factores como restrições de empeno, descontinuidades na

estrutura e na carga e atraso do corte afetam grandemente a

análise.

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1. Introdução

Ensaio do Sistema

Modelo Físico Modelo Matemático

Solução

Analítica

Solução

Numérica

Sistema

Ensaio com Modelo do Sistema

Geralmente só usando técnicas numéricas, como o método dos

elementos finitos, se pode obter um elevado grau de precisão.

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1. Introdução

No entanto, os métodos aproximados (mais simples, rápidos e

baratos):

• podem usar-se nas fases preliminares do projeto

estrutural quando várias alternativas estruturais são

investigadas;

• proporcionam uma compreensão do comportamento

físico das estruturas, ao contrário dos métodos

numéricos;

• permitem validar qualitativa e quantitativamente as

soluções numéricas.

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1. Introdução

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1. Introdução

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2. Vigas com afilamento

• Os componentes estruturais de aeronaves, como as asas e as

fuselagens, são normalmente afiladas ao longo do seu

comprimento para permitir melhor eficiência estrutural.

• As secções de asas são reduzidas tanto na corda como na

espessura ao longo da envergadura na direção da ponta e as

secções de fuselagens atrás da cabine dos passageiros afilam

para melhorar a eficiência aerodinâmica e a forma estrutural.

• O efeito do afilamento na previsão de tensões diretas

produzidas por momentos fletores é mínimo se o afilamento

for pequeno sendo as propriedades da secção calculadas na

secção em questão.

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2. Vigas com afilamento

A equação:

pode, por isso, ser usada com precisão razoável.

yIII

IMIMx

III

IMIM

xyyyxx

xyyyyx

xyyyxx

xyxxxy

z

22 (0.06)

• O cálculo das tensões de corte nas almas da viga pode ser

bastante afetado pelo afilamento.

• Considere-se primeiro o caso simples em que uma viga

colocada no plano yz tendo duas mesas/banzos e uma alma;

um elemento dz da viga está representado na figura 1.01.

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2. Vigas com afilamento

• Na secção z a viga é sujeita a um momento fletor positivo Mx

e uma força de corte positiva Sy.

Figura 1.01 Efeito do afilamento na

análise de vigas

• As resultantes do momento fletor Pz,1 e Pz,2 são paralelas ao

eixo do z da viga.

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2. Vigas com afilamento

Numa viga em que se assume que as mesas/banzos suportam

todas as tensões diretas:

• No caso em que se assume que a alma também suporta

tensões diretas Pz,1 e Pz,2 são determinadas multiplicando as

tensões diretas z,1 e z,2, obtidas pela equação 0.06, pelas

áreas das mesas B1 e B2.

• Pz,1 e Pz,2 são as componentes da carga axial das mesas na

direção de z.

h

MP

h

MP x

zx

z 2,1, ;

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2. Vigas com afilamento

• Estas têm componentes Py,1 e Py,2 paralelas ao eixo y e são

dadas por:

, onde, na direção de afilamento mostrado, dy2 é negativo.

z

yPP

z

yPP zyzy

d

d

d

d 22,2,

11,1, ; (1.01)

2121,

21,1 yz PPP

1

1,

2

1

2

1,1cosd

dd z

z

P

z

yzPP

(1.02)

• A carga axial na mesa 1 é dada por:

• Substituindo para Py,1 da equação 1.01, tem-se:

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• A força de corte interna Sy é constituída pela resultante Sy,w

dos fluxos de corte na alma da viga e pelas componentes

verticais de P1 e P2.

Assim

ou

13

2. Vigas com afilamento

Da mesma forma, obtém-se:

2

2,

2

2

2

2,2cosd

dd z

z

P

z

yzPP

(1.03)

)( 2,1,, yywyy PPSS

z

yP

z

yPSS zzwyy

d

d

d

d 22,

11,, (1.04)

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2. Vigas com afilamento

de forma que

Aqui, dy2 nas equações 1.04 e 1.05 é negativo.

z

yP

z

yPSS zzywy

d

d

d

d 22,

11,, (1.05)

hS wy,

• A equação 1.05 pode ser usada para determinar a distribuição

do fluxo de corte na alma da viga.

• Para uma viga completamente idealizada, o fluxo de corte da

alma é constante e é dado por:

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2. Vigas com afilamento

Para uma viga onde a alma é capaz de suportar tensões diretas,

a distribuição do fluxo de corte é obtida usando a equação 0.75

onde Sy é substituído por Sy,w e que, para a viga da figura 1.01,

simplifica-se em

ou

110

,yBydst

I

Sq

s

D

xx

wy

s (1.06)

220

,yBydst

I

Sq

s

D

xx

wy

s (1.07)

s n

r

rrD

xyyyxx

xyxyyy

s n

r

rrD

xyyyxx

xyyxxx

yBydstIII

ISIS

xBxdstIII

ISISqq

01

2

01

212

(0.75)

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2. Vigas com afilamento

Exemplo 1.01: Determinar a distribuição do fluxo de corte na

alma da viga afilada da figura 1.02 na secção a meio do seu

comprimento. A alma da viga tem uma espessura de 2mm e

suporta tensões diretas. A viga afila simetricamente em torno do

eixo horizontal que passa pelo centróide e a área de cada mesa

é de 400mm2.

Figura 1.02 Viga com afilamento do

exemplo 1.01

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

• Considere-se agora o caso mais geral de uma viga afilada em

duas direções compreendendo um arranjo de booms e de

revestimento.

• Exemplos práticos deste tipo de vigas são as asas e fuselagens

completas.

• A viga pode ser de secção aberta ou fechada; os efeitos do

afilamento são determinados de uma maneira idêntica em

ambos os casos.

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

Figura 1.04 Efeito do afilamento na

análise de vigas de secção aberta e

fechada

A figura 1.04(a)

mostra um pequeno

comprimento dz da

viga sujeito a cargas

de corte Sx e Sy na

secção z; Sx e Sy são

positivos quando

atuam nas direções

representadas.

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

• Convém lembrar que se a viga fosse aberta as cargas de corte

teriam que ser aplicadas no centro de corte para evitar

qualquer torção.

• Para além das cargas de corte, a viga está sujeita a

momentos fletores Mx e My que produzem tensões diretas z

nos “booms” e no revestimento.

yIII

IMIMx

III

IMIM

xyyyxx

xyyyyx

xyyyxx

xyxxxy

z

22 (0.06)

• Suponha-se que no “boom” r a tensão direta paralela a z é

z,r, que pode ser obtida usando a equação 0.06.

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Da figura 1.04(b)

e da figura 1.04(c)

ou, substituindo para Py,r da equação 1.09,

20

2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

A componente Pz,r da carga axial Pr no “boom” r é dada por

onde Br é a área da secção transversal do “boom” r.

rrzrz BP ,, (1.08)

z

yPP r

rzryd

d,, (1.09)

r

rryrx

y

xPP

d

d,,

z

xPP r

rzrxd

d,, (1.10)

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

A carga axial Pr é, então, dada por

ou alternativamente

212,

2,

2, rzryrxr PPPP (1.11)

z

zyxPP rr

rzrd

ddd21222

,

(1.12)

• As forças de corte aplicadas Sx e Sy são reagidas pelas

resultantes dos fluxos de corte no revestimento dos painéis e

almas juntamente com as componentes Px,r e Py,r das cargas

axiais nos “booms”.

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

Substituindo nas equações 1.13 para Px,r e Py,r das equações 1.10

e 1.09 tem-se

m

r

rywyy

m

r

rxwxx PSSPSS1

,,

1

,, ; (1.13)

m

r

rrzwyy

m

r

rrzwxx

z

yPSS

z

xPSS

1

,,

1

,, ;d

d

d

d(1.14)

m

r

rrzywy

m

r

rrzxwx

z

yPSS

z

xPSS

1

,,

1

,, ;d

d

d

d(1.15)

Então:

Assim, se Sx,w e Sy,w são as resultantes dos esforços de corte no

revestimento e na alma e tem-se um total de m “booms” na

secção

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

A distribuição do fluxo de corte numa viga de secção aberta é

obtida usando a equação 0.75 onde Sx é substituído por Sx,w e Sy

por Sy,w das equações 1.15.

0,0

12

01

2

s

s n

r

rrD

xyyyxx

xyxyyy

s n

r

rrD

xyyyxx

xyyxxx

s

qyBydstIII

ISIS

xBxdstIII

ISISq

(0.80)

Da mesma forma, numa viga de secção fechada Sx e Sy na

equação 0.80 são substituídos por Sx,w e Sy,w.

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

Assim, da figura 1.05 vê-se que a equação 0.37 fica:

0,00 2 sbyx AqdspqSS (0.37)

(1.16)

Figura 1.05 Modificação da

equação dos momentos no corte de

secções fechadas devido às cargas

nos “booms”

A equação dos momentos (equação 0.37) requer uma

modificação devido à presença das componentes da carga nos

“booms” Px,r e Py,r:

m

r

rry

m

r

rrxsbyx PPAqpdsqSS1

,

1

,0,00 2

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

A equação 1.16 é diretamente aplicável a uma viga com

afilamento sujeita a forças posicionadas em relação ao centro de

corte como mostrado na figura 1.05.

Na resolução de problemas, é necessário ter atenção de forma a

que os momentos das forças tenham o sinal correto.

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2. Vigas com afilamento 2.1. Vigas de secção aberta e fechada

Exemplo 1.02: A viga embutida da figura 1.06 é uniformemente

afilada ao longo do comprimento, tanto na direção x como na y,

e suporta uma força de 100kN na ponta livre. Calcular as forças

nos “booms” e a distribuição do fluxo de corte nas paredes da

secção que se situa a 2m da ponta embutida supondo que os

“booms” suportam todas as tensões diretas e as paredes apenas

o corte. Cada “boom” dos cantos tem uma secção com 900mm2

e os centrais com 1200mm2.

Figura 1.06 Viga com afilamento do

exemplo 1.02

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2. Vigas com afilamento 2.2. Vigas com tensores de área variável

• Em muitos aviões as vigas estruturais, como asas, possuem

tensores cujas áreas da secção transversal varia ao longo da

envergadura.

• Os efeitos desta variação na determinação da distribuição do

fluxo de corte não podem, por isso, ser obtidos pelos métodos

descritos anteriormente que assumem áreas constantes para

os “booms”.

• De facto, se a tensão nos tensores for mantida constante por

meio da variação da sua área não há qualquer mudança no

fluxo de corte quando o tensor/”boom” é atravessado.

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• Assumindo que a carga no tensor varia linearmente no seu

comprimento, o incremento da carga no tensor por unidade de

comprimento é dado por:

• A distribuição do fluxo de corte obtém-se como anteriormente.

28

2. Vigas com afilamento 2.2. Vigas com tensores de área variável

• O cálculo da distribuição do fluxo de corte em vigas com

tensores de área variável é baseado num método alternativo

para a determinação da distribuição do fluxo de corte.

• As cargas dos booms Pz,1 e Pz,2 são calculadas em duas secções

z1 e z2 da viga a uma distância conveniente entre si.

21

2,1,

zz

PPP

zz

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2. Vigas com afilamento 2.2. Vigas com tensores de área variável

Exemplo 1.03: Resolver o exemplo 1.02 considerando as

diferenças nas cargas dos “booms” em secções da viga antes e

depois da secção dada.

Neste exemplo as áreas dos tensores não variam ao longo do

comprimento da viga mas o método é idêntico.

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3. Fuselagens

• As fuselagens consistem em finas chapas de material

reforçadas com um elevado número de tensores longitudinais

(longerons) juntamente com cavernas (frames).

• Geralmente elas suportam momentos fletores, forças de corte

e cargas de torção que induzem tensões axiais nos tensores e

na casca juntamente com tensões de corte na casca; a

resistência dos tensores às forças de corte é geralmente

ignorada.

• A distância entre tensores adjacentes é normalmente

pequena pelo que a variação do fluxo de corte no painel que

os une também será pequena.

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3. Fuselagens

• É por isso razoável assumir que o fluxo de corte é constante

entre tensores adjacentes o que simplifica a análise a uma

secção idealizada em que os tensores/”booms” suportam

todas as tensões diretas enquanto o revestimento suporta

apenas as tensões de corte.

• A capacidade da casca suportar as tensões diretas é tida em

conta pelo aumento da área dos tensores/”booms”, como

descrito em Estruturas Aeroespaciais I.

• A análise de fuselagens envolve assim o cálculo das tensões

diretas nos tensores e a distribuição das tensões de corte na

casca; estas últimas também são necessárias para a análise

das cavernas como se verá na secção 5.

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3. Fuselagens

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3. Fuselagens 3.1. Flexão

• O arranjo da casca e dos tensores é idealizado numa

combinação de “booms” e revestimento como visto em

Estruturas Aeroespacias I.

yIII

IMIMx

III

IMIM

xyyyxx

xyyyyx

xyyyxx

xyxxxy

z

22 (0.06)

• A tensão direta em cada “boom” é depois calculada usando a

equação 0.06 onde os eixos de referência e as propriedades

da secção referem-se às áreas da secção transversal que

suportam as tensões diretas.

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3. Fuselagens 3.1. Flexão

Exemplo 1.04: A fuselagem de um avião ligeiro de passageiros

tem uma secção transversal igual à da figura 1.07(a). A área da

secção transversal de cada tensor é de 100mm2 e as distâncias

verticais da figura 1.07(a) vão até à linha média da parede da

secção na posição do tensor correspondente. Se a fuselagem

estiver sujeita a um momento fletor de 200kNm aplicado no

plano vertical de simetria desta secção calcular a distribuição

das tensões diretas.

Figura 1.07 (a) Secção real da

fuselagem; (b) secção idealizada da

fuselagem

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3. Fuselagens 3.2. Corte

• Numa fuselagem com uma secção transversal do tipo

representado na figura 1.07(a) o cálculo da distribuição do

fluxo de corte na casca produzida pelo corte cinge-se à

idealização de uma viga fechada com uma única célula.

0,

12

12 s

n

r

rr

xyyyxx

xyxyyyn

r

rr

xyyyxx

xyyxxx

s qyBIII

ISISxB

III

ISISq

(1.17)

• A distribuição do fluxo de corte é assim dada pela equação

5.80, onde a capacidade da casca de suportar as tensões

diretas é tida como nula, isto é, de forma que:

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3. Fuselagens 3.2. Corte

• A equação (1.17) é aplicável nos casos em que as cargas de

corte não estão aplicadas através do centro de corte de

forma que os efeitos do corte e da torção são incluídos

simultaneamente.

• Alternativamente, se a posição do centro de corte for

conhecida, o sistema de cargas pode ser substituído por

cargas de corte aplicadas no centro de corte juntamente com

um binário puro.

• Neste caso, as distribuições do fluxo de corte são calculadas

separadamente e adicionadas posteriormente para se obter a

distribuição final.

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3. Fuselagens 3.2. Corte

Exemplo 1.05: A fuselagem do exercício 1.04 está sujeita a uma

força de corte vertical de 100kN aplicada a uma distância de

150mm do eixo vertical de simetria como mostra, para a secção

idealizada, a figura 1.08. Calcular a distribuição do fluxo de

corte na secção

Figura 1.08 Secção idealizada da

fuselagem do exemplo 1.04

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3. Fuselagens 3.2. Torção

Uma secção de fuselagem é basicamente uma viga fechada de

uma única célula.

A distribuição do fluxo de corte resultante de um binário puro é,

por isso, dada por

A

Tq

2 (1.18)

• É indiferente que a secção tenha ou não sido idealizada uma

vez que em ambos os casos assume-se que os “booms” não

suportam as tensões corte;

• A equação 1.18 permite uma alternativa ao exemplo 1.05

para a solução de secções sujeitas a corte em que o centro de

corte é conhecido.

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3. Fuselagens 3.2. Torção

Na figura 1.08 o centro de corte coincide com o centro de

simetria de forma que o sistema de cargas pode ser substituído

por uma força de 100kN atuando no centro de corte juntamente

com um binário puro de 100x103x150=15x106Nmm como mostra

a figura 1.09.

Figura 1.09 Solução alternativa do

exemplo 1.05.

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3. Fuselagens 3.2. Torção

• A distribuição do fluxo de corte resultante da carga de corte

pode ser determinada usando o método do exemplo 1.05 mas

com a parte esquerda da equação do momento igual a zero

para momentos em torno do centro de simetria.

12141313125645

12151412116734

12161511107823

1211610989

67,64

28.54

74,30

qqqqq

qqqqq

qqqqq

qqqq

• Alternativamente pode usar-se a simetria da secção e o facto

de o fluxo de corte ser constante entre os “booms”.

• Suponha-se que o fluxo de corte no painel 21 é q21. Então da

simetria e usando os resultados do exercício anterior

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Substituindo para q32, q43 e q54 obtém-se

de onde se tira

41

3. Fuselagens 3.2. Torção

A resultante destes fluxos de corte é estaticamente equivalente

à carga de corte aplicada de forma que:

ySqhqhqhqh 54544343323221214

3

21 1010037,186790,3814 q

etc.

mmN26.81;mmN87,70;mmN33,47;mmN59,16 54433221 qqqq

3

54433221 101008,1457,1235,820,294 qqqq

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Este valor do fluxo de corte é agora adicionado ao fluxo de corte

produzido pela carga de corte; isto dá a solução da figura 1.13,

isto é

42

3. Fuselagens 3.2. Torção

A distribuição do fluxo de corte resultante do binário aplicado é,

da equação 1.18

atuando num sentido anti-horário em torno de toda a secção.

mmN45,161056,42

10155

6

q

Figura 1.10 Distribuição do fluxo de corte N/mm na

secção da fuselagem do exemplo 1.05.

etc.

mmN0,1416,4516,59

mmN04,3345,1659,16

116

21

q

q

63,78

87,32

63,78

33,04

33,04

97,71

87,32

0,14

0,14

30,88

54,42

64,81

54,42

30,88

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4. Asas

• As secções das asas são constituídas por cascas finas

reforçadas por uma combinação de tensores, almas e mesas

de longarinas e nervuras.

• A estrutura resultante forma frequentemente uma, duas ou

mais células e é altamente redundante.

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4. Asas

• O grande número de tensores colocados próximos uns dos

outros permite que se assuma um fluxo de corte constante no

revestimento entre tensores consecutivos de forma que a

secção da asa pode ser analisada como estando

completamente idealizada;

• Desde que a capacidade da casca de suportar as tensões

diretas seja compensada pelo aumento das áreas dos

tensores/”booms”.

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4. Asas

• Ir-se-á investigar a análise de secções de asa de células

múltiplas sujeitas à flexão, à torção e ao corte.

Figura 1.11 Secção de asa com três

“booms”.

• A secção de asa mostrada na figura 1.11 foi idealizada numa

combinação de “booms” para suportar as tensões diretas e

painéis para suportar apenas as tensões de corte.

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4. Asas

• A parte da secção da asa atrás da longarina vertical 31

desempenha apenas um papel aerodinâmico e por isso não

está tensionado.

23231212 lqlqSx (1.19)

• As cargas de sustentação e de arrasto, Sy e Sx, induzem fluxos

de corte na casca que são constantes entre “booms”

adjacentes uma vez que a secção foi completamente

idealizada.

• Assim, resolvendo as forças horizontalmente e tendo em

conta que a resultante dos fluxos de corte internos é

equivalente à carga aplicada, tem-se “booms”

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4. Asas

• Resolvendo as forças verticalmente:

23231212231231 hqhqhhqSy (1.20)

2323121200 22 qAqASS yx (1.21)

• Finalmente, tirando momentos em torno do “boom” 3:

• Nas equações acima têm-se três incógnitas do fluxo de corte,

q12, q23, q34 e três equações de equilíbrio estático.

• Conclui-se, assim, que uma secção idealizada de três

“booms” é estaticamente determinada.

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4. Asas

• Mais tarde vai voltar-se ao caso simples de uma secção com

três “booms” quando se examinar as distribuições da carga

axial e dos fluxos de corte em nervuras de asa.

• Entretanto vai considerar-se a flexão, a torção e o corte de

secções de células múltiplas.

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4. Asas

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4. Asas 4.1. Flexão

• Os momentos fletores em qualquer secção de uma asa são

geralmente produzidos por cargas de corte aplicadas noutras

secções da asa.

Figura 1.12 Secção idealizada de

uma asa com múltiplas células.

• O sistema das tensões diretas para tal secção de asa (figura

1.12) é dado pela equação 0.06 onde as coordenadas (x,y) de

qualquer ponto na secção transversal e as propriedades da

secção referem-se aos eixos Cxy em que a origem C coincide

com a centróide das áreas que suportam as tensões diretas.

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4. Asas 4.1. Flexão

Exemplo 1.06: A secção de asa da figura 1.13 foi idealizada de

forma a que as tensões diretas sejam todas suportadas pelos

“booms”. Se a secção da asa estiver sujeita a um momento

flector de 300kNm aplicado num plano vertical determinar as

tensões directas nos “booms”.

Áreas dos “booms”: B1=B6=2580mm2, B2=B5=3880mm2,

B3=B4=3230mm2.

Figura 1.13 Secção da asa do exemplo 1.06.

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4. Asas 4.2. Torção

• A distribuição de pressão ao longo da corda numa superfície

aerodinâmica pode ser representada por cargas de corte

(forças de sustentação e arrasto) atuando através do centro

aerodinâmico juntamente com um momento de arfagem M0.

• Este sistema de forças de corte pode ser transferido para o

centro de corte da secção na forma das forças de corte Sx e Sy

juntamente com um binário T.

• Vai considerar-se aqui o caso da torção pura.

• Na análise assume-se que nenhuma restrição axial está

presente e que a forma da secção da asa não se modifica

devido à carga aplicada (ver capítulo sobre Aeroelasticidade).

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4. Asas 4.2. Torção

• Na ausência da restrição axial não se desenvolvem quaisquer

tensões diretas na secção da asa de modo que apenas tensões

de corte estão presentes.

Figura 1.13 Secção de asa de

células múltiplas sujeita à torção.

• Daqui segue-se que a presença dos “booms” não afeta a

análise do caso de torção pura.

• A secção de asa mostrada na figura 1.13 possui N células e

está sujeita a um momento torsor T que gera momentos

individuais, mas desconhecidos, em cada uma das N células.

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4. Asas 4.2. Torção

• Por isso, cada célula está sujeita a fluxos de corte constantes

qI, qII, . . ., qR, . . ., qN dado pela equação 1.18.

• O momento torsor total é então:

N

R

RRqAT1

2 (1.22)

• Estas equações são obtidas considerando a razão de torção

em cada célula e a condição de compatibilidade de

deslocamento em que todas as células possuem a mesma

razão de torção.

• Apesar da equação 1.22 ser suficiente para a solução do caso

especial de uma secção com uma única célula que é, por isso,

estaticamente determinada, são necessárias mais equações

para uma secção de N células.

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4. Asas 4.2. Torção

• Isto advém diretamente da condição de que a secção

transversal não é distorcida.

• Considerando a célula R da secção da asa na figura 1.13, a

razão de torção na célula é:

R

R t

dsq

GAdz

d

2

1(1.23)

Figura 1.14 Distribuição do fluxo de corte na

célula R de uma secção de asa de N células.

• O fluxo de corte na equação 1.23 é constante em cada parede

da célula e tem os valores representados na figura 1.14.

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• Em termos gerais esta equação pode exprimir-se na forma

, onde dR-1,R é para a parede comum às células R e R-1, dR é

para todas as paredes envolvendo a célula R e dR+1,1 é para

a parede comum à células R e R+1.

56

4. Asas 4.2. Torção

• Substituindo , em cada parede, por d a equação 1.23 fica

, ou, arranjando os termos dentro de parênteses,

41134231122

1dddd

RRRRRR

R

qqqqqqGAdz

d(1.23)

tds

411413423122312

1dddddd

RRR

R

qqqGAdz

d

RRRRRRRR

R

qqqGAdz

d,11,11

2

1 ddd

(1.24)

tds

tds tds

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4. Asas 4.2. Torção

A forma geral da equação 1.24 é aplicável a secções de células

múltiplas onde as células estão conectadas consecutivamente,

isto é, a célula I é conectada à célula II, a célula II às células I e

III, etc...

Nalguns casos a célula I pode ser conectada às células II e III,

etc. de forma que a equação 1.24 não pode ser usada na sua

forma geral.

Para este tipo de secção o termo pode ser calculado

considerando para cada parede de uma célula de cada

vez.

Existem N equações do tipo 1.24 que, com a equação 1.22,

formam as N+1 equações necessárias para obter as N incógnitas

do fluxo de corte e a incógnita de d/dz.

tdsq

tdsq

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• Para a célula R de uma secção de asa de N células onde G

varia de parede para parede a equação 1.23 toma a forma

• Esta equação pode escrever-se:

58

4. Asas 4.2. Torção

• Na prática, é frequente fabricar os painéis do revestimento e

as almas das longarinas com materiais que possuem

propriedades diferentes de modo que módulo de corte G não

é constante.

• A análise de tais secções é simplificada se a espessura real, t,

da parede for convertida numa espessura ponderada pelo

módulo de corte (G), t*.

R

R Gt

dsq

Adz

d

2

1

R

REFREFR tGG

dsq

GAdz

d

2

1 (1.25)

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, onde a espessura ponderada pelo módulo, t*, é dada por

• Então, na equação 1.24, d torna-se

59

4. Asas 4.2. Torção

, onde GREF é um valor do módulo de corte conveniente.

• A equação 1.25 fica assim

tG

Gt

REF

*

R

REFR t

dsq

GAdz

d

*2

1(1.26)

*t

dsd

(1.27)

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4. Asas 4.2. Torção

Exemplo 1.07: Calcular a

distribuição da tensão de corte

nas paredes da secção de asa de

três células da figura 1.15

quando sujeita a um momento

torsor de 11,3kNm no sentido

anti-horário. Figura 1.15 Secção da asa do exemplo 1.07.

Parede Comprimento

mm

Espessura

mm

G

N/mm2

Área da célula

mm2

12ext 1650 1,22 24200 AI = 258000

12int 508 2,03 27600 AII = 355000

13, 24 775 1,22 24200 AIII = 161000

34 380 1,63 27600

35, 46 508 0,92 20700

56 254 0,92 20700

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4. Asas 4.3. Corte

• Inicialmente vai considerar-se o caso geral de uma secção de

asa com N células constituída por “booms” e painéis de

revestimento, sendo estes capazes de suportar tanto tensões

diretas quanto tensões de corte.

Figura 1.16 Secção de asa com N

células sujeita a cargas de corte.

• A secção da asa é sujeita a cargas de corte Sx e Sy cujas linhas

de ação não passam necessariamente pelo centro de corte S

(ver figura 1.16); a distribuição do fluxo de corte resultante é

assim uma combinação dos efeitos do corte e da torção.

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4. Asas 4.3. Corte

• O método para determinar a distribuição do fluxo de corte e

a razão de torção é baseado na análise de uma viga de uma

célula sujeita a cargas de corte.

• Assim, a secção de N células da figura 1.16 pode tornar-se

estaticamente determinada se for “cortada” num painel de

cada célula, como mostra a figura.

• Tal viga é estaticamente determinada, sendo a única

redundância selecionada como o valor do fluxo de corte num

“corte” posicionado arbitrariamente.

• A posição destes “cortes” é irrelevante mas existem

vantagens, do ponto de vista numérico, em “cortar” cada

célula ao centro do seu painel superior ou inferior.

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4. Asas 4.3. Corte

• Geralmente nestes pontos os fluxos de corte redundantes qs,0

são pequenos de forma que os fluxos de corte finais diferem

apenas ligeiramente daqueles da estrutura determinada.

• O sistema de equações simultâneas que permite determinar

os fluxos de corte finais será, assim, “bem comportado” e

produzirá resultados fiáveis.

• A solução de um sistema de equações “mal comportado”

envolveria, provavelmente, a subtração de valores elevados

com magnitudes semelhantes que teriam que ser expressos

com muitos algarismos significativos para se obter uma

precisão razoável.

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4. Asas 4.3. Corte

• Apesar deste argumento não se aplicar a uma secção de asa

completamente idealizada, uma vez que o fluxo de corte é

constante entre os “booms”, é vantajoso na mesma “cortar”

o painel superior ou inferior para que, no caso especial de se

ter uma secção com um eixo de simetria horizontal, um

“corte” no painel superior, por exemplo, resulte em fluxos de

corte da “secção aberta” qb nulos nos painéis inferiores.

• Isto reduz grandemente o esforço de

cálculo e simplifica a derivação da

equação do momento, como se verá

no exemplo 1.08.

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4. Asas 4.3. Corte

• As observações feitas acima em relação ao “corte” de

secções de asa de células múltiplas são aplicáveis apenas a

este método de análise.

• Na análise aproximada de secções de asa de células múltiplas

em que se usa o método de aproximações sucessivas os

“cortes” são por vezes feitos nas almas das longarinas apesar

de nalguns casos o “corte” do painel superior ou inferior da

pele produzir uma convergência mais rápida no método de

iteração.

• Este método aproximado é extremamente útil quando o

número de células é grande uma vez que quanto maior for o

número de células maior será o número de equações

simultâneas para resolver.

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4. Asas 4.3. Corte

• O fluxo de corte da “secção aberta” qb na secção da asa da

figura 1.16 é dado pela equação 0.75, isto é

s n

r

rrD

xyyyxx

xyxyyy

s n

r

rrD

xyyyxx

xyyxxx

b

yBydstIII

ISIS

xBxdstIII

ISISq

01

2

01

2

(0.75)

• Fica-se, então, com uma incógnita do fluxo de corte em cada

um dos “cortes”, qs,0,I, qs,0,II, . . ., qs,0,N mais a incógnita da

razão de torção d/dz que, da condição de que a secção não é

distorcida, é igual para todas as células.

• Tem-se assim, à semelhança do caso da torção, N+1 incógnitas

que necessitam de N+1 equações para se obter uma solução.

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• Pode, então, considerar-se qs,0,R como um fluxo de corte

constante que atua em torno da célula.

• A razão de torção é dada novamente pela equação:

67

4. Asas 4.3. Corte

• Considere-se a célula R mostrada na figura 1.17.

• A distribuição completa do fluxo de corte em volta da célula

R é dada pela soma dos fluxos de corte da “secção aberta”,

qb, e o valor do fluxo de corte no “corte”, qs,0,R.

R

Rsb

RR

R t

dsqq

GAt

dsq

GAdz

d,0,

2

1

2

1

Figura 1.17 Fluxo de corte redundante na célula R

de uma asa de N células sujeita ao corte.

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4. Asas 4.3. Corte

• Comparando com o caso do momento torsor puro deduz-se

que

, onde qb é determinado previamente.

RbRRRsRRsRRRs

R t

dsqqqq

GAdz

d,11,0,,0,,11,0,

2

1ddd

(1.28)

• Existem N equações do tipo da equação 1.28 por isso é

necessária mais uma equação para se obterem os valores das

N+1 incógnitas.

• Esta obtém-se considerando o equilíbrio de momentos na

célula R na figura 1.18.

Figura 1.18 Equilíbrio de momentos na célula R.

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• Substituindo para qR em termos do fluxo de corte da “secção

aberta” qb e o fluxo de corte redundante qs,0,R tem-se

69

4. Asas 4.3. Corte

• O momento Mq,R produzido pelo fluxo de corte total em torno

de um centro de momento conveniente O é dado por

dspqM RRq 0, (1.28)

RRsbRq dspqdspqM 0,0,0, RsRbRq qAdspqM ,0,0, 2

RRR AdspdspdApsA 2..2

1.

2

1000 dd

Recordando:

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4. Asas 4.3. Corte

• A soma dos momentos de cada célula é equivalente ao

momento das cargas aplicadas externamente em torno do

mesmo ponto.

• Assim para a secção de asa da figura 1.16:

N

R

RsR

N

RR

R

N

R

Rqyx qAdspqMSS1

,0,

1

0

1

,00 2 (1.29)

N

R

RsR

N

RR

R

N

R

Rq qAdspqM1

,0,

1

0

1

, 20 (1.30)

• Se o centro de momento for escolhido de forma a ser

coincidente com o ponto de interseção das linhas de ação de

Sx e Sy a equação 1.29 fica

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4. Asas 4.3. Corte

Exemplo 1.08: A secção de asa do exemplo 1.06 (figura 1.13)

suporta uma força vertical positiva de 86,8kN no plano da alma

572. A secção está idealizada de forma que os “booms”

suportam todas as tensões diretas e as paredes suportam apenas

as tensões de corte. Se o módulo de corte de todas as paredes

for 27600N/mm2 exceto o da parede 78 que é três vezes maior,

calcular a distribuição do fluxo de corte na secção e a razão de

torção.

Parede Comprimento

mm

Espessura

mm

Área da célula

mm2

12, 56 1023 1,22 AI = 265000

23 1274 1,63 AII = 213000

34 2200 2,03 AIII = 413000

483 400 2,64

572 460 2,64

61 330 1,63

78 1270 1,22

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4. Asas 4.4. Centro de corte

• A posição do centro de corte de uma secção de asa é calculado

de um modo idêntico ao descrito em Estruturas Aeroespaciais I.

• Cargas de corte arbitrárias Sx e Sy são aplicadas, uma de cada

vez, através do centro de corte S, calcula-se a distribuição do

fluxo de corte resultante e tiram-se momentos em torno de

um ponto conveniente.

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4. Asas 4.4. Centro de corte

• As distribuições do fluxo de corte são obtidas como descrito

acima para secções de células múltiplas, mas neste caso as N

equações do tipo da equação 1.28 são suficientes para se

obter uma solução uma vez que a razão de torção é nula para

cargas aplicadas no centro de corte.

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4. Asas 4.5. Asas com afilamento

• Os efeitos do afilamento na análise de uma secção de asa

com uma célula foram vistos na secção 1.2.

m

r

ry

m

r

rx

N

R

RsR

N

RR

Ryx PPqAdspqSS111

,0,

1

000 2 (1.31)

Figura 1.16 Secção de asa com N

células sujeita a cargas de corte.

Figura 1.05

• Numa secção de asa com células múltiplas a análise é

semelhante excetuando a equação dos momentos 1.19 que,

para uma secção de N células, fica (ver figuras 1.05 e 1.16).

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4. Asas 4.5. Asas com afilamento

Exemplo 1.09: Uma viga de duas células tem secções simétricas

e afila simetricamente na direcção do y em relação a um eixo

longitudinal e mede 1,2m de comprimento (figura 1.19). A viga

suporta cargas que produzem uma força de corte e um

momento fletor na secção maior. A carga de corte está aplicada

no plano da alma da longarina interna. Se os “booms” 1 e 6

estiverem num plano paralelo ao plano zy calcular as forças nos

“booms” e a distribuição do fluxo de corte nas paredes da

secção maior. Os “booms” suportam todas as tensões directas

enquanto que as paredes só são efetivas no corte. O módulo de

corte é constante em todas as paredes, as almas verticais têm

1,0mm de espessura e o resto das paredes têm 0,8mm.

Áreas dos “booms”: B1=B3=B4=B6=600mm2 e B2=B5=900mm2.

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4. Asas 4.5. Asas com afilamento

Exemplo 1.09 (continuação):

Figura 1.19 Viga afilada do exemplo 1.09.

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • É obvio que na análise da torção e do corte de vigas com

células múltiplas quanto maior for o número de células mais

equações simultâneas será necessário resolver.

• Alguns aviões modernos possuem asas com um número

relativamente elevado de células, como a asa do Harrier, de

forma que o trabalho necessário torna-se longo e aborrecido a

menos que se use um computador.

• O método das aproximações sucessivas é um método simples

e rápido para calcular o fluxo de corte em secções de asas

com muitas células e pode ser usado, com algumas

diferenças, tanto para casos de cargas de torção pura como

de cargas de corte.

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Inicialmente vai considerar-se uma secção de asa sujeita a

um momento torsor puro.

Figura 1.20 Método das aproximações sucessivas

aplicado a uma secção de asa de duas células.

• A mecânica do método pode ser ilustrada considerando a

secção de asa de duas células da figura 1.20 que suporta um

momento torsor puro T.

• Primeiro, assume-se que cada célula é independente e que a

célula I está sujeita a um fluxo de corte constante qI de modo

que G(d/dz) para a célula I seja igual a um.

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, pode escrever-se

, onde

79

4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Das equações 0.49 e 0.52:

AqT 2 (0.49)

Gt

ds

A

T

dz

d24

(0.52)

12

I

I

I

A

q

dz

dG d

II

t

dsd

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Então

I

II

Aq

d

2

II

IIII

Aq

d

2

1

III dz

dG

dz

dG

• Da mesma forma, para que G(d/dz) seja um para a célula II

• Agora, tem-se a situação da figura 1.21 onde as duas células

estão separadas e

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção

• Imagine-se que as duas células são agora juntas novamente

sendo a alma interior uma parte comum de ambas as células.

Figura 1.21 Fluxos de corte dando G(dq/dz)=1

para as duas células separadas da secção de asa de

duas células.

• Assim, G(d/dz)I não é mais igual a G(d/dz)II de forma que a

condição de uma secção transversal não distorcida deixa de

ser válida e os fluxos de corte qI e qII não podem ser os

verdadeiros fluxos de corte.

• A ação de qII é reduzir a razão de torção na célula I

aplicando, com efeito, um torque horário na célula I opondo

o torque anti-horário correspondente a qI.

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Para corrigir esta situação suponha-se que as células são

separadas novamente aplicando-se fluxos de corte constantes

em torno das células I e II, respetivamente, para balancear o

efeito de qII (mostrado a traço interrompido) na célula I e qI

na célula II.

Figura 1.22 Primeiros fluxos de corte de correção aplicados para dar G(dq/dz)=1 nas células separadas

da secção de asa de duas células.

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • O fluxo de corte total atuando numa parede duma célula (qII

aplicado na alma interna e atuando na célula I) é balanceada

por um fluxo de corte constante aplicado em torno da célula

completa.

Figura 1.22 Primeiros fluxos de corte de correção aplicados para dar G(dq/dz)=1 nas células separadas

da secção de asa de duas células.

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• Daqui:

• Da mesma forma:

84

4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Assim:

onde para a parede comum às duas células.

022

', III

I

III

I

I

A

q

A

qdd

I

III

III qqd

d ,' (1.32)

II

III

III qqd

d ,' (1.33)

IIII tds,d

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Uma vez que q’I e q’II são expressos em termos do fluxo de

corte em células adjacentes são chamados fluxos de corte de

correcção.

• Os fatores dI,II/dI e dI,II/dII são conhecidos como os factores de

correcção e podem escrever-se da seguinte forma:

I

IIIIII

II

IIIIII CC

d

d

d

d ,,

,, ; (1.34)

• Está-se, agora, numa situação igual à que se tinha no início

do exemplo com a secção da asa dividida em duas células

separadas onde G(d/dz)=1 mas que estão agora sujeitas aos

fluxos de corte, na célula I, de qI, qII (na alma interna) e q’I

e, na célula II, de qII, qI (na alma interna) e q’II.

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• Desta forma, aplicam-se uns segundos fluxos de corte de

correção q’’I e q’’II completamente em torno das células

separadas I e II, respetivamente, onde, das equações 1.32,

1.33 e 1.34

86

4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Ao juntar as células pode ver-se que q’II da célula II atua na

parede interna da célula I e q’I da célula I atua na parede

interna da célula II destruindo, assim, a igualdade e valor

unitário de G(d/dz) para cada célula.

IIIIIIIIIIII CqqCqq ,, ;

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4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção • Os segundos fluxos de corte de correção (q’’I e q’’II) são,

claramente, menores que os primeiros, de forma que, se o

processo for repetido várias vezes, os fluxos de corte de

correção tornam-se desprezáveis rapidamente.

• Na prática o número de correções feitas depende da precisão

desejada.

IIIIIIIIfinalII

IIIIfinalI

qqqqq

qqqqq

)(

)(

• Os fluxos de corte finais em cada célula correspondentes a

G(d/dz)≈1 são então:

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• Assim:

• O fluxos de corte reais são obtidos fatorizando o fluxo de

corte final pela razão do momento torsor aplicado e do

momento torsor correspondente aos fluxos de corte finais.

88

4. Asas 4.6. Método das aproximações

sucessivas - torção

)(

1

)(2

finalRN

R

finalRR

real q

qA

Tq

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4. Asas 4.5. Asas com afilamento

Exemplo 1.10: Resolver o exemplo 1.07 usando o método das

aproximações sucessivas.

Parede Comprimento

mm

Espessura

mm

G

N/mm2

Área da célula

mm2

12ext 1650 1,22 24200 AI = 258000

12int 508 2,03 27600 AII = 355000

13, 24 775 1,22 24200 AIII = 161000

34 380 1,63 27600

35, 46 508 0,92 20700

56 254 0,92 20700

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • O método é restrito a cargas de corte aplicadas no centro de

corte da secção da asa por forma a tornar a razão de torção

em cada célula nula.

• O caso de uma secção de asa em que as cargas de corte não

estão aplicadas no centro de corte é analisado substituindo o

sistema de cargas real por cargas de corte no centro de corte

juntamente com um momento torsor puro.

• As duas soluções separadas são posteriormente adicionadas.

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • Considere-se a secção de asa com três células sujeita a uma

força Sy aplicada através do centro de corte como mostra a

figura 1.23.

• A secção é constituída por “booms” e revestimento que

suportam tensões diretas.

Figura 1.23 Secção de asa com três células

sujeita a uma força de corte no seu centro de

corte.

• Primeiro “corta-se” cada uma das células para se obter uma

viga de “secção aberta” (figura 1.24).

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • Geralmente, a solução converge mais rapidamente quando se

“corta” o painel superior ou o inferior.

Figura 1.24 Fluxos de corte (qb) da secção

“aberta”.

• Numa asa, as almas das longarinas suportam os fluxos de corte

maiores de forma que os fluxos de corte nas almas da “secção

aberta” estão mais próximos dos valores finais do que se estas

fossem “cortadas”, proporcionando uma convergência mais

rápida no método de aproximações sucessivas.

• Se a secção estiver sujeita a uma carga horizontal a situação

será inversa.

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • A distribuição do fluxo de corte da “secção aberta” é obtida

da equação 0.75 onde Sx=0, isto é

s n

r

rrD

xyyyxx

yyys n

r

rrD

xyyyxx

xyy

b yBydstIII

ISxBxdst

III

ISq

01

201

2 (1.35)

• Imaginando que cada célula é separada e fechada os fluxos de

corte qb vão causar torção em cada célula.

• Assim, aplicam-se fluxos de corte constantes q’I, q’II e q’III nas

células I, II e III, respectivamente, para reduzir esta torção a

zero (figura 1.25).

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte

• Quando se juntam as células vê-se que q’II vai causar torção

na célula I ao atuar na alma comum às células I e II, que q’I

vai causar torção na célula II, etc..

Figura 1.25 Fluxos de corte constantes aplicados em cada célula para balancear o efeito de

torção dos fluxos de corte qb..

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • Assim, aplica-se um segundo sistema de fluxos de corte de

correção q’’I, q’’II e q’’III na células separadas I, II e III,

respetivamente.

• No entanto, visto as células não estarem separadas, estes

fluxos de corte adicionais causam torção nas células

adjacentes sendo necessário aplicar um terceiro sistema de

fluxos de corte de correção constantes.

• Este procedimento é repetido até que os fluxos de corte de

correção sejam desprezáveis.

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • Os totais qI, qII e qIII dos fluxos de corte de correção são então

dados por

, de forma que a distribuição final do fluxo de corte será:

IIIIIIIIIIII

IIIIIIII

IIII

qqqq

qqqq

qqqq

IIIIIIbfinal qqqqq )( (1.36)

• É preciso ter em atenção que os fluxos de corte da equação

1.36 não estão aplicados nas paredes da secção da asa.

• Por exemplo, na alma da longarina comum às células I e II, o

fluxo de corte final é a soma de qb, qI e qII.

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• Considere-se a célula II com o fluxo de corte final atuando

como mostra a figura 1.26.

• Uma vez que a célula não é torcida então:

97

4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • As equações de onde se obtém os valores reais de qI, qII e qIII

são obtidas do seguinte modo.

Figura 1.26 Sistema dos fluxos de corte

finais na célula II.

04

1 II

II t

dsq

GAdz

d

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• Assim, da figura 1.26 e considerando momentos anti-horários

como positivos,

• O que resulta:

ou

0,, IIIIIIIIIIIIIIIIII

b qqqt

dsq ddd

II

IIIIIIII

II

IIII

II

IIb

II qqtdsq

qd

d

d

d

d

,,

98

4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte

0II t

dsq

(1.37)

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• Reescrevendo a equação de outra forma tem-se:

, onde CI,II é o fator de correção da célula I para a célula II e CIII,II

é o fator de correção da célula III para a célula II.

99

4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • O primeiro termo no lado direito da equação 1.37 representa

a proporção do fluxo de corte qb da “secção aberta” que atua

como um fluxo de corte constante em volta da secção para

anular a torção devido ao qb.

• Os segundos e terceiros termos equilibram a torção devido a

qI e a qIII.

IIIIIIIIIIIIIIII qCqCqq ,, (1.38)

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • Como primeira aproximação pode desprezar-se o efeito dos

fluxos de corte em células adjacentes de modo que

• Substituindo estes valores na equação 1.38 tem-se

, ou

IIIIIIIIIIII qqqqqq ;;

IIIIIIIIIIIIIIII qCqCqq ,,

IIIIII qqq

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte • Da mesma forma, correções simultâneas q”I e q”III são

aplicadas às aproximações de qI e qIII que por sua vez afetam

qII.

• Assim, quando os fluxos de corte de correção se tornarem

desprezáveis, tem-se:

IIIIIIIIIIIIIII

IIIIIIIIIIIIIIIIIIII

IIIIIIIII

qqCqq

qqCqqCqq

qqCqq

,

,,

,

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte Exemplo 1.11: Determinar a distribuição do fluxo de corte na

secção simétrica de três células da figura 1.27 quando sujeita a

uma carga de corte de 100kN aplicada no centro de corte e

assim obter a distância do centro de corte à alma da longarina

34. Pode assumir-se que todas as tensões diretas são suportadas

pelos “booms” e as tensões de corte são suportadas pela casca.

O módulo de corte G é constante.

Figura 1.27 Secção de asa com três células

do exemplo 1.11.

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4. Asas 4.7. Método das aproximações

sucessivas - corte Exemplo 1.11 (continuação): Áreas dos “booms”:

B1=B6=2500mm2, B2=B5=3800mm2, B3=B4=3200mm2.

Parede Comprimento

mm

Espessura

mm

Área da célula

mm2

12, 56 1025 1,25 AI = 265000

23, 45 1275 1,65 AII = 580000

34ext 2200 2,25 AIII = 410000

16 330 1,65

25 460 2,65

34int 400 2,65

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4. Asas 4.8. Deflexões

• As deflexões de asas de células múltiplas podem ser

calculadas pelo método da carga unitária, de uma forma

idêntica àquela descrita em Estruturas Aeroespaciais I para

secções abertas e de uma única célula.

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4. Asas 4.8. Deflexões

Exemplo 1.12: Calcular a deflexão na ponta livre da viga com

duas células da figura 1.28 tendo em conta os efeitos da flexão e

do corte. Os “booms” suportam todas as tensões diretas e a

casca, de espessura constante, suporta apenas as tensões de

corte.

E=69000N/mm2, G=25900N/mm2.

Áreas dos “booms”: B1=B3=B4=B6=650mm2, B2=B5=1300mm2.

Figura 1.28 Deflexão de uma

secção de asa de duas células.

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5. Cavernas e Nervuras

• Os aviões são construídos geralmente com revestimentos de

metal que são capazes de resistir cargas de tração e de corte

no seu próprio plano, mas que flambam quando sujeitas a

cargas compressivas relativamente pequenas no seu próprio

plano.

• Os revestimentos são, por isso, reforçados por tensores

longitudinais que resistem às cargas compressivas coplanares

e, ao mesmo tempo, resistem a pequenas cargas distribuídas

normais ao plano do revestimento.

Cavernas/Frames

Bulkhead Longarinas/Longerons

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5. Cavernas e Nervuras

• Assim, as asas podem ser fixas a cavernas da fuselagem nas

mesas das longarinas e as cargas do trem de aterragem são

transmitidas para a asa através das longarinas e pontos de

fixação nas nervuras.

• O comprimento efetivo dos tensores em compressão é

reduzido, no caso das fuselagens, pela presença de armações

transversais (cavernas) ou, no caso das asas, por nervuras.

• Além disto, as cavernas e as nervuras resistem cargas

transversais concentradas e transmitem-nas aos tensores e ao

plano do revestimento.

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• Geralmente as próprias cavernas e as nervuras são fabricadas

com folhas de metal finas e por isso necessitam de membros

de reforço para distribuir as cargas concentradas para as

almas.

• Se a carga for aplicada no plano da alma os membros de

reforço devem estar alinhados com a direção da carga.

108

5. Cavernas e Nervuras

• Alternativamente, caso isto não seja possível, a carga deve

ser aplicada na interseção de dois reforços por forma a que

cada reforço resista à componente da carga na sua direção.

• Os princípios básicos da construção de reforços e almas estão

exemplificados no exemplo seguinte.

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5. Cavernas e Nervuras

Exemplo 1.13: Uma viga encastrada suporta duas cargas

concentradas como mostra a figura. Calcular a distribuição das

cargas nos reforços e a distribuição do fluxo de corte nos painéis

da alma assumindo que estes suportam apenas o corte.

Figura 1.29 Viga suspensa do

exemplo 6.13.

Mesa

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5. Cavernas e Nervuras

• Na análise do exemplo acima assume-se que os painéis da

alma em vigas do tipo representado na figura 1.29 resistem

corte puro ao longo dos seus limites.

• Almas finas podem flambar mediante a ação de tais cargas de

corte criando campos de tensões que, por sua vez, induzem

cargas adicionais nos reforços e nas mesas das vigas.

• O campo de tensões pode ser calculado separadamente e

posteriormente adicionado às tensões determinadas como

descrito acima.

• Até agora tem-se visto combinações de almas e reforços onde

as cargas são aplicadas no plano da alma de forma que os

reforços são suficientes para resistir às componentes de uma

força concentrada.

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5. Cavernas e Nervuras

• As cargas possuem, frequentemente, uma componente não

coplanar o que requer uma estrutura em que duas almas se

encontrem no ponto de aplicação da força com reforços

alinhados com as três direções das componentes da força

(figura 1.30).

• Em alguns casos não é possível fazer com que as almas se

encontrem no ponto de aplicação da força e por isso usa-se

um componente perpendicular à alma.

Figura 1.30 Arranjo estrutural

para uma carga não coplanar.

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5. Cavernas e Nervuras

• Se este componente for pequeno, ele pode resistir à flexão

por meio de um reforço coplanar, caso contrário é necessário

um novo membro que una cavernas ou nervuras adjacentes

como mostra a figura 1.31.

• Em geral não se devem aplicar cargas normais numa alma não

suportada, independentemente da sua magnitude.

Figura 1.31 Suporte de uma força

com uma componente normal à alma.

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5. Cavernas e Nervuras 5.1. Cavernas de fuselagens

• Já se viu que as cavernas das fuselagens transferem cargas

para o revestimento da fuselagem e proporcionam suporte

aos tensores longitudinais.

• As cavernas tomam, geralmente, a forma de anéis abertos

por forma a desimpedir o interior da fuselagem.

• Elas estão ligadas continuamente à casca da fuselagem em

torno do seu perímetro e não são necessariamente circulares

mas a maior parte das vezes são simétricas em relação a um

eixo vertical.

• Uma caverna está em equilíbrio quando sujeita à ação de

qualquer força externa e aos fluxos de corte de reação da

casca da fuselagem.

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5. Cavernas e Nervuras 5.1. Cavernas de fuselagens

• Suponha-se que uma caverna tem um eixo vertical de

simetria e que suporta uma carga externa vertical W como

mostram as figuras 1.32(a) e 1.32(b).

• A secção da fuselagem com revestimento e tensores foi

idealizada de forma a que o revestimento suporte apenas o

corte.

Figura 1.32 Cargas numa

caverna de fuselagem.

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5. Cavernas e Nervuras 5.1. Cavernas de fuselagens

• Suponha-se também que a força de corte na fuselagem

imediatamente à esquerda da caverna é Sy,1 e que a força de

corte imediatamente à direita da caverna é Sy,2.

• Então WSS yy 1,2,

21 qqq f

• Sy,1 e Sy,2 geram distribuições de corte q1 e q2,

respetivamente, na pele da fuselagem, cada uma dada pela

equação 1.17 onde Sx,1=Sx,2=0 e Ixy=0 (Cy é um eixo de

simetria).

• O fluxo de corte qf transmitido para a periferia da caverna é

igual à soma algébrica de q1 e q2, isto é:

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5. Cavernas e Nervuras 5.1. Cavernas de fuselagens

• Assim, substituindo para q1 e q2, obtidos da equação 1.17 e

sabendo que Sy,2=Sy,1-W tem-se

onde qs,0 é calculado com a equação 0.37, a força de corte é W:

0,

1

s

n

r

rr

xx

f qyBI

Wq

n

r

rr

xx

b yBI

Wq

1

0,

12

12 s

n

r

rr

xyyyxx

xyxyyyn

r

rr

xyyyxx

xyyxxx

s qyBIII

ISISxB

III

ISISq

• O método para determinar a distribuição do fluxo de corte

aplicado na periferia duma caverna de fuselagem é idêntico

ao método do exemplo 1.05.

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5. Cavernas e Nervuras 5.1. Cavernas de fuselagens

• Tendo determinado a distribuição do fluxo de corte em torno

da periferia da caverna, a própria caverna pode ser analisada

para os momentos fletores, as forças de corte e as forças

normais.

Cavernas/Frames

Bulkhead Longarinas/Longerons

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• As nervuras de asas desempenham um papel similar àquele

das cavernas de fuselagens.

• Elas mantêm a forma da secção da asa, ajudam na

transmissão de cargas externas para o revestimento da asa e

reduzem o comprimento dos tensores.

118

5. Cavernas e Nervuras 5.2. Nervuras de asas

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5. Cavernas e Nervuras 5.2. Nervuras de asas

• A sua geometria, no entanto, é normalmente diferente pois

são frequentemente de forma assimétrica e possuem almas

que são contínuas exceto quando têm aberturas para redução

de peso e para a passagem dos comandos, cablagem,

combustível, etc.

• As nervuras de asa são sujeitas a sistemas de cargas

semelhantes àqueles aplicados nas cavernas de fuselagens.

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5. Cavernas e Nervuras 5.2. Nervuras de asas

• As cargas externas aplicadas no plano da nervura produzem

uma mudança na força de corte na asa através da nervura;

isto induz fluxos de corte de reação em volta da sua periferia.

• Estes fluxos de corte são calculados usando o método descrito

na secção 3.

• Para ilustrar este método de análise de nervuras vai ver-se

um exemplo com uma secção de asa com três mesas em que,

como se viu na secção 3, a distribuição do fluxo de corte é

estaticamente determinada.

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5. Cavernas e Nervuras 5.2. Nervuras de asas

Exemplo 1.14: Calcular os fluxos de corte nos painéis da alma e

as cargas axiais nas mesas das nervuras da asa mostrada na

figura 1.33. Assumir que a alma da nervura suporta apenas o

corte e que a resistência da asa aos momentos fletores é devida

inteiramente às três mesas 1, 2 e 3.

Figura 1.33 Nervura da asa do exemplo 1.14.

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6. Aberturas

Até agora considerou-se as asas e as fuselagens como sendo vigas

fechadas reforçadas com nervuras ou cavernas transversais e

tensores longitudinais.

Na prática é necessário fazer aberturas nestas cascas reforçadas.

Assim, as asas podem ter aberturas no seu intradorso para

acomodar trens de aterragem retráteis; outras aberturas podem

ser necessárias para tanques de combustível, nacelas de motores

e instalações de armamento.

As estruturas de fuselagens têm aberturas para portas, cockpits,

porões de armas, janelas na cabina de passageiros, etc..

Outras aberturas permitem acesso para inspeção e manutenção.

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6. Aberturas

Estas aberturas produzem descontinuidades na estrutura em

casca que seria de outro modo contínua pelo que as cargas são

redistribuídas na vizinhança da abertura afetando as cargas na

pele, tensores, nervuras e cavernas da asa e fuselagem.

Estas regiões têm, frequentemente, que ser bastante reforçadas

resultando num inevitável aumento de peso.

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6. Aberturas 6.1. Aberturas nas asas

Inicialmente ir-se-á considerar o caso de uma asa sujeita a um

mometo torsor puro em que a pele inferior de um dos

compartimentos da asa foi removida.

O método é mais facilmente entendido com um exemplo

numérico.

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6. Aberturas 6.1. Aberturas nas asas

Exemplo 1.15: A porção estrutural de uma asa consiste numa

caixa retangular com três compartimentos e está firmemente

fixa à fuselagem do avião em todos os pontos da periferia

interna. A pele do intradorso do compartimento central foi

removida e a asa está sujeita a um momento torsor de 10kNm na

ponta livre. Calcular os fluxos de corte nos painéis da pele e nas

almas das longarinas, as cargas nas mesas e as forças nas

nervuras de cada lado da abertura, assumindo que as mesas das

longarinas suportam todas as cargas diretas e que a pele suporta

apenas o corte.

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6. Aberturas 6.1. Aberturas nas asas

Exemplo 1.15 (continuação):

Figura 1.34 Estrutura da asa com três compartimentos e uma abertura do exemplo 1.15.

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6. Aberturas 6.1. Aberturas nas asas

No exemplo 1.15 assumiu-se simplesmente que os efeitos locais

da abertura são completamente dissipados dentro do

comprimento dos compartimentos contíguos que tinham o

mesmo comprimento que o compartimento da abertura.

A validade deste argumento baseia-se no princípio de St.

Venant.

De um modo geral pode assumir-se que os efeitos de uma

abertura estão restringidos a uma distância ao longo da

envergadura igual ao comprimento da abertura em ambos os

lados do compartimento da abertura.

Agora pode considerar-se o caso mais complexo de uma asa com

uma abertura que está sujeita a cargas de corte que produzem

flexão e torção. O método é novamente ilustrado com um

exemplo numérico.

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6. Aberturas 6.1. Aberturas nas asas

Exemplo 1.16: Uma caixa de torção de uma asa tem uma

abertura no intradorso entre as estações 2000 e 3000 e suporta

forças de sustentação e de arrasto que são constantes entre as

estações 1000 e 4000 como mostra a figura 1.35(a). Determinar

os fluxos de corte nos painéis da pele e nas almas das longarinas

e também as cargas nas nervuras das estações 2000 e 3000.

Assumir que todos os momentos fletores são resistidos pelas

mesas das longarinas e que a pele e as almas das longarinas

suportam apenas o corte.

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6. Aberturas 6.1. Aberturas nas asas

Exemplo 1.16 (continuação):

Figura 1.35 Caixa de torção da asa do exemplo 1.16.

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6. Aberturas 6.2. Aberturas em fuselagens

Aberturas de grandes dimensões nas fuselagens como as

necessárias para cockpits, porões de bombas e portas são

analisadas da mesma forma que as aberturas em estruturas de

asas.

Em algumas situações (aberturas para portas em aviões de

passageiros por exemplo) não é possível ter membros rígidos em

ambos os lados da abertura porque o espaço da cabina não pode

ser obstruído.

Nestes casos uma caverna rígida é inserida para resistir às cargas

de corte e transmitir as cargas em volta da abertura.

Os efeitos de aberturas mais pequenas, como aquelas

necessárias para filas de janelas em aviões de passageiros,

podem ser determinados aproximadamente como descrito em

seguida.

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6. Aberturas 6.2. Aberturas em fuselagens

A figura 1.35 mostra um

painel de fuselagem com

aberturas para janelas que

estão espaçadas uma

distância l.

O painel está sujeito a um

fluxo de corte médio qav

que seria o valor do fluxo

de corte no painel sem as

aberturas.

Figura 1.36 Painel de fuselagem com janelas.

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6. Aberturas 6.2. Aberturas em fuselagens

Considerando o comprimento horizontal do painel através das

aberturas pode ver-se que

ou

Agora, considerando a distância vertical do painel através das

aberturas

ou

lqlq av11

avql

lq

1

1

dqdq av12

avqd

dq

1

2 (1.40)

(1.39)

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6. Aberturas 6.2. Aberturas em fuselagens

O fluxo de corte q3 pode ser obtido considerando tanto as

secções vertical ou horizontal que não contenham a abertura.

Assim

Substituindo para q2 da equação 1.40 e sabendo que l=l1+lw e

d=d1+dw obtém-se

lqlqlq avw 213

avww ql

l

d

dq

11

3 1 (1.41)