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2 Março 2006O RioMoinhense

Propriedade: Projecto “Renascer Abrantes - Concelho Solidário” Director: Rui AndréRedacção: Sónia Pacheco; Rui André Paginação: Sónia Pacheco Publicidade: Ana Sofia Caldelas

Telefone: 96 4184464 Publicidade: 96 5589318 E-mail: [email protected] neste número: Adolfo Pires; Álvaro Baptista; Álvaro Pereira; Fátima Belém; João André; Maria

Luísa de Jesus; Nuno Lopes; Padre Cardoso; Rio de Moinhos - Borba; Sara Pereira

Gráfica “Prova de Cor” - Abrantes * 500 exemplares

editorial

[email protected]

RUI ANDRÉ O Riomoinhense está de volta e já lá vão oito números. Está visto quetem força para continuar. Acreditar na persistência de jovens e colaboradoresque querem fazer deste boletim um meio de comunicação, uma referênciajornalística amadora elaborado por poetas da vida que pretende dar vida amemórias, sentimentos e emoções, à história e à cultura, enfim, tudo o que avida nós dá.

Desde o início e até ao número anterior, o Centro de Apoio a Idosos deRio de Moinhos apoiou este projecto. Por isso, a redacção agradece o ges-to desta grande instituição por ter dado um contributo muito positivo sem oqual teria sido mais difícil a viabilidade deste boletim informativo.

Neste editorial, gostaria de realçar os empresários locais que dão o seu melhor para ajudar aspessoas, os clientes, os trabalhadores e o povo em geral.

Nem sempre o patrão é visto com bons olhos, mas sem ele nada ou muito pouco se podefazer. Imaginar uma aldeia sem empresários, ou seja, sem cafés, restaurantes, farmácia, lojas,vendedores, etc. … seria uma aldeia vazia: sem nada, sem vida, sem objectivos, sem alma …

Ajudar uma sociedade é também pensar nos empresários, ajudá-los a melhorar o seu negó-cio, a sua rentabilidade. Tudo isso significa mais trabalho, mais investimento, mais dinheiro.

Sensibilizar as pessoas no sentido de ajudar o próximo porque ele, um dia, poderá ajudar-nose assim sucessivamente.

A vida é um ciclo, uma circunferência que deve ser respeitada quando estamos bem, mas énecessário saber compreender quem tem necessidade e poder ajudar sem esperar nada emtroca. Uma sociedade sã e saudável.

Sentir a felicidade dos outros é sentir-se bem por ter contribuído para ela. Um dia será aocontrário.

Como se reflecte na vida do dia-a-dia: “O Português com fome é humilde mas com a bar-riga cheia é o diabo”.

Infelizmente, esta frase é um exemplo daquilo em que estamos confrontados todos os dias.Um dos meus objectivos é inverter esta situação. Tenho a certeza que mais tarde ou mais

cedo, as pessoas saberão rever as suas vidas, analisar as várias etapas e chegar a uma conclu-são simples: o dinheiro não é tudo. Bem sei que ajuda, mas ser feliz depende do nosso interior, danossa contribuição perante as pessoas e a sociedade.

Cada um sabe das suas acções, dos seus actos. Quem decide viver a sua vida de uma formaindividual pode continuar assim, mas o sofrimento estará sempre presente.

Fico feliz por existir outras pessoas que querem dar o seu contributo para a melhoria da vidadas dos outros independentemente da sua classe social.

Uns têm dinheiro, mas estão sozinhos na multidão. Outros não têm dinheiro e estão sempre àprocura dele. Mas existe uma pequena percentagem daqueles que se preocupam com a felicida-de e o bem-estar dos outros e que não necessitam de elogios exteriores… nem de dinheiro.

Vamos lutar pela nossa felicidade. E deixar de nos queixar porque nada se faz: o futuro depen-de de cada um de nós.

Mudar é possível … A mudança é um acto de fé. Nasce da luta entre o velho e o novo.Todas as mudanças respondem a forças superiores. Por isso não há motivo para te arre-penderes da transformação. (I Ching, Hexagrama 49)

Bem hajam!

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32006 Março O RioMoinhense

à conversa com...

Gertrude Moosmaier

Seis meses depois do seunascimento rebentou a II Guer-ra Mundial. O seu país natal foipalco de guerra e Gertrude vi-veu momentos dramáticos quenunca esquecerá.

Aos três anos perdeu o paiem combate. “Salvou colegasda morte, mas quando foi bus-car mais um, foi ele que ficou”,recorda Gertrude. Referindo-sea Hitler frisa: “Tenho vergonhade dizer que aquele homem éaustríaco”.

A mãe era porteira do pré-dio, recebia os boletins do raci-onamento emitidos pelo gover-no hitleriano. Quando se ia àscompras, os comerciantes ser-viam as pessoas de acordo como escrito no papel. Por norma,era Gertrude, ainda criança, quedistribuía os boletins pelas fa-

Gertrude Moosmaier tem 67 anos e vive emRio de Moinhos há 44. Natural de Seefeld, BaixaÁustria, nasceu a 14 de Março 1939, seis mesesantes de rebentar a II Guerra Mundial. Hoje, temcomo grandes paixões a música e a dança.

Gertrude Moosmaier viveumomentos que nunca esque-cerá.

mílias do prédio. A comida era,deste modo, controlada. Gertru-de conta que costumava pedirmais pão, mas já não havia,quando ia buscar o leite bebia-o pelo caminho e os torrões deaçúcar escondia-os.

“Lembro-me perfeitamenteda guerra”. Os camiões cheiosde soldados que pegavam nastelefonias e as estragavam paraque a população não soubessede nada. Os bombardeamentosem Viena, as sirenes ou a fugapara os abrigos onde as con-versas a deixavam apavorada.Só se falava em morrer.

No entanto, durante a guer-ra a comunidade estava unidapara se ajudarem uns aos ou-tros. Mas “andávamos semprea fugir de um lado para o ou-tro”, lamenta Gertrude.

Aos seis anos ingressou naescola primária à qual a mãe sóa foi levar na primeira vez paraque aprendesse o caminho. Vá-rias eram as dificuldades. Porexemplo, para conseguir escre-ver era necessário fazer exer-cícios com as mãos e na rua eraobrigada a fazer a saudação hi-tleriana cada vez que passavampelos soldados. Gertrude recu-sava-se e a mãe tentava assus-ta-la de qualquer maneira paraque cumprisse tal preceito.

Aos nove anos quis vir para

Portugal na “ânsia de sair da-quele mundo”. Gertrude estavajá muito doente e a sua mãe foià Igreja para saber das viagensque ainda restavam. A única hi-pótese era Portugal. A viagem,de comboio e de barco, duroutrês dias. Gertrude não escon-de o medo que sentiu. Já emPortugal, com a identificação aopescoço, foi acolhida por umafamília de posses. Era aindaacompanhada por uma senho-ra, também ela austríaca, queconhecendo a guerra ajudavaGertrude a escrever à mãe. Sópodia contar os passeios quedava ou o que fazia na escola.Tudo o resto era proibido.

“Foi difícil perceber que vi-via em paz”, declara. Gertrudeconta que quando ouvia umavião se escondia debaixo dacama ou dentro do armário. Ain-da durante muito tempo sonhoucom a guerra. Nove meses de-pois voltou para Áustria e ficououtra vez doente. Pouco tempopassou e, já com dez anos, vol-tou para Portugal.

Conheceu o seu marido, so-brinho do pai adoptivo, e aos 22anos casou-se no Mosteiro dosJerónimos. Um ano depois visi-tou a Áustria e abraçou nova-mente a sua mãe que já não viahá 13 anos. Foi a última vez quepisou a terra que a viu nascer.

Um velho índio descreveu, certa vez, os seus conflitos internos:“Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom edócil. Eles estão sempre a brigar”.Quando lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou,reflectiu e respondeu:“Aquele que eu alimentar”.

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4 Março 2006O RioMoinhense

[ Álvaro BaptistaÁlvaro BaptistaÁlvaro BaptistaÁlvaro BaptistaÁlvaro Baptista ]

Vestígios arqueológicos - Rio de Moinhos (I)

O objectivo inicial deste traba-lho era apenas o de inventariar osvestígios arqueológicos conhecidosà data na freguesia. Extrapola-mosesse objectivo, não só por fazer-mos referência a três sítios já forada área em causa, mas tambémao incluirmos outras menções, em-bora sem intuito de um inventárioexaustivo e descritivo. No tocanteaos dados arqueológicos das áre-as urbanas a seu tempo lhes fare-mos referência.

METODOLOGIA APLICADA

A metodologia descritiva empre-gue é a mais sintética possível,sendo aplicável, no seu todo ou emparte, quer se trate de estação ouocorrência.

A ordem do registo é a assina-lada no mapa, acrescido do nomedo local. Seguem-se quatro alíne-as, contendo a A: a localização ecoordenada UTM extraída da cartamilitar, a B: tipo de espólio recolhi-do, a C: tipo e cronologia do sítioou vestígio e a D: notas ou referên-cias bibliográficas. Em termos ge-ológicos toda a área em causa éenquadrável em depósitos de ter-raços fluviais do Plistocénico cons-tituídos por areias, saibros e cas-calheiras, sendo excepção as es-tações 25 e 26 por se encontra-rem em formações da “série negra”do Sudoeste Peninsular, do Pré-Câmbrico, com alguns filões deaplito-pegmatitos e a 4 por se tra-tar de terrenos referidos do Sicilia-no I.

OS DIVERSOS DADOS

1 – Quinta da Légua I; A: nolimite de concelho, tendo sido pra-ticamente arrasada pela constru-ção da A23, coordenada:29SND623712; B: ímbrices, tégu-las e estruturas; C: tratar-se-ia deum provável casal tardo-romano oujá visigótico; D: ver bibliografia BA-TISTA, Á., 2004: 75-76.

2 – Quinta da Légua II; A: noterreno a Sul do cemitério da Amo-reira, tendo sido arrasada pela A23,coordenada: 29SND626712; B: ím-brices, ¼ de tijolo de coluna, frag-mentos de vidros do século IV/ V

d.C. e estruturas tendo-se obser-vado um lastro em seixos de quart-zite (foto 1); C: tratar-se-ia de umcasal já provavelmente visigótico;D: ver bibliografia da estação 1. EmCANDEIAS, BATISTA e GASPAR(no prelo) é referida como estação92 – Quinta da Légua II (Amorei-ra).

3 – Quinta da Légua III; A:no terreno contíguo ao cemitériode Amoreira, coordenada:29SND626713; B e C: materiais doPaleolítico inferior/ médio constitu-ídos por seixos truncados uni ebifacial, núcleos, raspador lateral,massas nucleares reduzidas aduas faces secantes, lascas e po-voado sazonal com indústria taga-na e do Neolítico médio-final/ Cal-colítico inicial, com ocorrência deindústria cerâmica (almagre, he-misféricos e carenados lisos), sí-lex, pesos de rede (TS, TSO, TA eTB), rara indústria de pedra polida,mó plana, estruturas de combus-tão e habitats com buracos de pos-te. Uma datação C14 para a ca-mada C aponta para 7460 -+ 120B.P. / 6706 – 6157 Cal. B. C. 2Sigma; estação a ser alvo de es-cavação; D: em CANDEIAS, BA-TISTA e GASPAR (no prelo) é refe-rida como estação 91 – Quinta daLégua I (Amoreira). Sobre a técni-ca de talhe dos pesos de rede videBATISTA, Á, 2004: 25 nota 3. A TBé definida apenas por um finíssi-mo lascamento superficial. O es-pólio Paleolítico é todo ele em sei-xos de quartzite. Os pesos de redesão maioritariamente de xisto, em-bora alguns sejam de quartzite.

4 – Quinta de Stª. Sofia; A:nos terrenos por detrás da Quinta,

há cota de cerca de 100 m em ter-renos do Siciliano I; B: uniface par-cial; C: o espólio foi recolhido porHipólito Cabaço tendo sido publi-cado por HORTA PEREIRA, 1971,referindo tratar-se de uma jazida eapontando o Acheulense Superior;D: em CANDEIAS, BATISTA eGASPAR (no prelo) é referida comoestação 94 – Quinta de Santa So-fia (Amoreira).

5 – Quinta do Vale de Zebro;A: do interior do pátio, coordena-da: 29SND636711; B: foice embronze (foto 2), já bastante gasta,de tipo Rocanes; com 12,1 cm decomprimento por 4,6 cm de largu-ra e 5 mm de espessura. Análisesrealizadas por espectrografia des-trutiva revelaram tratar-se de umbronze binário de óptima qualida-de, sendo constituído por 88,5 %de cobre e 10,9 % de estanho; C:achado isolado do Bronze final; D:agradecemos a José António Ba-tista Bexiga de Rio de Moinhos arecolha desta peça, única até àdata no Concelho e a sua oferta aoautor. Ver bibliografia: BATISTA, Á.,2004: 165. Em CANDEIAS, BATIS-TA e GASPAR (no prelo) é referidacomo estação 95 – Quinta do Valede Zebro. Entre a Quinta do Valede Zebro e a Quinta da Pedreira nabase da encosta e a Norte da A23,observa-se um tanque-represa doVale de Zebro que segundo CU-NHA, J. C. 2000: 24, dispõe «...parede de alvenaria de 60 metrosde comprido e 11de altura e capa-cidade de cerca de 20 000 m3....».

6 – Quinta da Pedreira I; A:da parte envolvente e intramuros daQuinta, chegando mesmo até àEN3, coordenada: 29SND645710

Quinta da Légua II - Lastro dos Edifícios Visigóticos

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52006 Março O RioMoinhense

Parte da estação foi destruída pelaA23 tendo a área da necrópole sidoescavada e preservada, ficandodebaixo da A23; B: materiais doPaleolítico inferior/ médio constitu-ídos por seixos truncados e raspa-dor, Tagano constituído por discoe pesos de rede (TS, TSO e TA) edo Neolítico um machado de pe-dra polida de secção circular. DaIdade do Bronze e Ferro, cerâmi-cas lisas e decoradas (figs. 1 e 2),cossoiros (foto 3), fragmento depunhal tipo “Porto de Mós” (foto 5),um fragmento de machado planoprovavelmente do tipo “Bujões/ Bar-celos” (foto 6), um cravo de escu-do, um provável fragmento de bas-tão de mando, peso de rede (TA)com furação central bicónica e umaconta de colar de pasta vítrea pre-ta oculada a branco, fenícia, talvezainda da I Idade do Ferro (foto 7).Da época Romana, cerâmicas co-muns e sigillatas hispânicas e cla-ra D, pesos de tear em cerâmica

indiciando fabrico local, frag-mentos de vidros pertencentes ataças do século IV/ V d.C., contasde colar (foto 8), braceletes, pedrade anel em vidro ou pasta vítrea,moedas do século I a.C. ao IV d.C.(fotos 9, 10, 11), árula anepígrafede provável fabrico local, estrutu-ras e necrópole Tardo-Romana e Vi-sigótica do século V – VIII d.C. (foto12), com algumas fivelas de cintu-rão tipicamente Visigóticas do sé-culo VI d.C. O aproveitamentocomo material de construção nossepulcros de colunas de meia canae placas emolduradas de riolite, de-nota ter existido um edifício de cer-ta importância, público ou não. Poroutro lado, também a inclusão numdos sepulcros de uma árula (ins-crição) já muito gasta e mutiladadenota o cariz Visigótico sepulcralaliado certamente a uma carga sim-bólica de deposição de antigos ri-tuais. (ver BATISTA, 2004: 164-168-195); C: talvez um acampamentoou jazida no Paleolítico e Tagano eAldeia no Bronze e Vicus na épo-ca Romana; D: (ver BATISTA, Á.2004: 164-168- 195). Em CANDEI-AS, BATISTA e GASPAR (no pre-

lo) é referida como estação 89 –Pedreira.

7 - Quinta da Pedreira II; A:no interior do olival em frente à etara cerca de 150 metros da EN3, co-ordenada: 29SND647708; C: pe-quena fonte, sendo notória as suasparedes e a bica em metal; D: decronologia indeterminada. Não dei-xa de ser interessante a sua loca-lização junto da estação anterior eda via Luso-Romana de Constân-cia – Abrantes.

8 – Fonte da Carantonha: A:a Norte do tanque do Azinhal vira-da para a barroca, coordenada:29SND650713; C e D: esta peque-na fonte, ainda visível e com umabica actual em metal, conteve apli-cada, uma escultura de uma ca-beça humana em mármore (?), sa-indo-lhe a água pela boca, talvezda época romana? Embora de cro-nologia indeterminada, esta fontepode eventualmente ter alguma re-lação com a construção do tanquedo Azinhal. A sua origem mais an-tiga não pode ser posta totalmen-te de lado. O tanque-represa doAzinhal (segundo CUNHA, J. C.2000: 33) é «... uma boa barragemem alvenaria, com encosto parcialde terra no paramento de jusante.Tem cerca de 60 metros de com-primento, 1,50 de largura e 10 dealtura e capacidade para armaze-nar 50 000 m3. ...»

9 – Courela do BarroquinhoI: A: entre o campo da bola e aEN3, coordenada: 29SND649706;B: seixos talhados uni e bifaciais,raspadores, disco, pico, lascasresiduais, núcleos com levanta-mentos de lascas, pesos de rede(TS, TSO, TA) e lâmina retocada elasca simples em sílex, C: acam-pamento ou oficina de talhe do Ta-gano ou Neolítico, D: em CANDEI-AS, BATISTA e GASPAR (no pre-lo) é referida como estação 88 –Courela do Barroquinho.

10 - Courela do BarroquinhoII: A: no terreno a Este do anteriorentre a casa rural e o caminho al-catroado que conduz à Celbi e po-voação, coordenada:29SND649705; B: reduzidos vestí-gios de tégulas, C: os vestígios defunção indeterminada apontam paraum Tardo-Romano ou Visigótico, D:em CANDEIAS, BATISTA e GAS-PAR (no prelo) é referido na esta-ção 88 – Courela do Barroquinho.

11 – Carrascal: A: a Norte docampo da bola, ficando praticamen-te debaixo da A23, coordenada:

29SND649709; B: ocorrem mate-riais Taganos como disco, núcle-os e pesos de rede (TA) e materi-ais do Bronze final/ Idade do Ferrocomo cerâmicas (fig. 3) e uma urnacinerária de perfil em S e Romano,mós manuárias; C: indeterminadopara o Tagano e para o restantepovoado com conotação à aldeia evicus da Pedreira, D: em CANDEI-AS, BATISTA e GASPAR (no pre-lo) é a estação 87 – Carrascal.

12 – Azinhal I: A: próximo daanterior e perto da passagem me-tálica sob a A23, coordenada:29SND653707; B e C: uniface eraspador lateral do Paleolítico mé-dio e lascas simples, disco e pe-sos de rede (TS) do Tagano; apon-tando talvez para a existência dealgum acampamento ou oficina detalhe em ambas as épocas, D: emCANDEIAS, BATISTA e GASPAR(no prelo) é a estação 84 – Azinhal.

13 – Rio de Moinhos I: A: noterreno contíguo a cerca de 100metros a Sul do cemitério, coorde-nada: 29SND655704; B: ocorrên-cia de escassos fragmentos detégulas; C: local com função inde-terminada, apontando para um Tar-do-Romano ou Visigótico.

14 – Rio de Moinhos II: A: naparte baixa da aldeia virada para amargem direita da ribeira de Rio deMoinhos, numa zona a que local-mente denominam de conheiras,coordenada: 29SND655702; C: onome de conheiras é um indicativode exploração mineira do ouro acéu aberto. Embora não se registeos amontoados de conhos/ seixosresultantes da actividade mineira,que até poderão estar debaixo daárea urbana, o facto é que o nomeaponta para antiga existência deactividade mineira na área. D: aomesmo assunto se alude em “notafinal” na bibliografia CANDEIAS,BATISTA e GASPAR (no prelo),estação 95 – Quinta do Vale deZebro. Sobre este tipo de explora-ção mineira e cronologia ver BA-TISTA, Á., 2004: 26, nota 7.

15 – Barroca da Aranha: A:na plataforma plana sobranceira àmargem esquerda da ribeira de Riode Moinhos, acima do viaduto daA23, coordenada: 29SND663707;B e C: seixo truncado do Paleolíti-co inferior/ médio e seixo raspador,lasca e peso de rede, Tagano. Tal-vez local de oficina de talhe; D: emCANDEIAS, BATISTA e GASPAR(no prelo) é a estação 85 – Barro-ca da Aranha.

Quinta do Vale de ZebroFoice de Bronze

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6 Março 2006O RioMoinhense

Como para nós o prometi-do é devido, cá estamos paravos informar e dar a conhecermais um pouco da freguesia deRio de Moinhos – Borba.

Assim, este era um núme-ro que não podíamos deixarescapar pois uma época mui-to boa se aproxima da nossafreguesia – a Páscoa. Para anossa população, a Páscoatem um papel muito importan-te, pois é nesta época que serealiza um dos grandes even-tos desta freguesia, a Feira doQueijo. É assim sobre esteevento que vos queremos fa-lar e desde já convidar a parti-cipar dele da forma mais sim-ples, com a vossa presença.

Durante os dias 14, 15 e 16de Abril a freguesia de Rio deMoinhos – Borba, vai abrir assuas portas para mostrar a to-dos os visitantes uma das mai-ores riquezas da nossa fregue-sia – o queijo. A Feira do Quei-jo tem vindo a aumentar de anopara ano. A nossa freguesiatem cerca de 24 queijarias,empregando alguma parte dapopulação. São estas pesso-as que, por vezes, levam osnossos produtos para várioslocais do nosso país. Tornava-se pouco o comércio que sefazia, e assim fomos maisalém e organizou-se esta fei-ra. Uma boa aposta por sinal.

Hoje, nesta feira, juntámoso útil ao agradável. Mostramosaos visitantes toda a história doqueijo, desde a sua origem,passando pelo seu fabrico atéao produto final. Á medida que

os anos vãopassando, anossa feira vaicrescendo. Nãotemos só o quei-jo, temos tam-bém o vinho, oartesanato, agastronomia, osespectáculos eacima de tudo, ogrande convívio entre as pes-soas. Deste modo, esperamosque vos “cresça água na boca”e nos venham visitar nesteevento.

A nossa Páscoa não fica poraqui. No dia 17 de Abril temoso feriado do concelho e este éo feriado esperado por muitasfamílias e grupos de amigospara o chamado S. Gregório,ou seja, neste feriado as famí-lias e grupos de amigos juntam-se e partem logo de manhã dassuas casas e vão para o cam-po comer o borrego assado.Grandes piqueniques se pre-param neste dia e é lindo vertoda a população espalhadapelo campo abrigada à sombrade um chaparro ou azinheiratipicamente alentejanos.

Como referimos um poucoatrás, na nossa freguesia há ochamado S. Gregório. Este, éum santo padroeiro desta épo-ca, que se encontra numa pe-quena capela situada num ou-teiro, tendo a Serra d’Ossacomo pano de fundo. Nestedia, a capela abre as suas por-tas, realizando-se uma missae uma procissão com o padro-eiro, junto ao campo onde as

famílias fazem os seus pique-niques. O S. Gregório é tam-bém muito conhecido por todoo país, pela sua aldeia turísti-ca, pois além da capela existeainda um aglomerado de ca-sas.

Esta aldeia ficou abandona-da nos anos 80. A populaçãodispersou-se e o tempo fezcom que as ervas enchessemas ruas, as paredes e os telha-dos caíssem mas, contudo istonão alterou o traço original, tor-nando-a num local único e devalor histórico incalculável.Deserta e abandonada, foi ad-quirida em 1998, com o objec-tivo de a recuperar para umprograma de turismo, denomi-nado Turismo da Aldeia. Assim,hoje a pequena aldeia serve dealojamento para muitos visitan-tes, oferecendo tranquilidade esossego, uma vez que temcomo cenário a Serra d’Ossa.

Por tudo o que oferecemos,esperamos a vossa visita nes-ta Páscoa. As portas estãoabertas para receber quemnos vem visitar.

Rio de Moinhos - Borba

Texto enviado de Rio de Mo-inhos, concelho de Borba

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72006 Março O RioMoinhense

Rio de Moinhos integra aprimeira Zona de IntervençãoFlorestal (ZIF) do Distrito deSantarém. Depois de ter rece-bido uma sessão de esclare-cimento, no dia 10 de Feverei-ro, a freguesia foi incluída naconstituição da primeira ZIF,formalizada a 21 de Março.

Com o financiamento doEstado, pretende-se que osproprietários possam gerir pro-fissionalmente o seu território

Zona de Intervenção Florestal

O calendário contava cincodias do mês de Janeiro. A noi-te, embora fria e chuvosa, aco-lheu dois grupos que pelasruas cumpriram a tradição doCantar os Reis. Mesmo com otempo desagradável a alegriae boa disposição fizeram-sesentir na zona centro da fre-guesia de Rio de Moinhos.

Cantar osReisRio de Moinhos, do conce-

lho de Abrantes e do concelhode Borba, estiveram presen-tes na III Feira Nacional do Fu-meiro, Queijo e Pão que se re-alizou, nos dias 10, 11 e 12 deFevereiro, em Sardoal.

Rio de Moinhos em SardoalO evento, organizado pela

TAGUS, em parceria com acâmara municipal, reuniustands oriundos de diversospontos do país que trouxeramprodutos típicos de cada re-gião.

com o objectivo de ordenar aprodução florestal, reduzir o ris-co de propagação de incêndi-os e coordenar a recuperaçãodos espaços florestais e natu-rais, mesmo quando afectadospor incêndios.

Nenhum proprietário é obri-gado a aderir à ZIF. No entanto,serão penalizados se não cum-prirem as práticas necessári-as à boa manutenção e pre-venção de incêndios. Almoço das

MariasAssociação JuvenilRio de Moinhos prepara-se

para constituir uma AssociaçãoJuvenil. Com esta iniciativa pre-tende-se valorizar a terra de-senvolvendo-a a todos os ní-veis. Quem quiser dar o seucontributo junte-se a nós.

Para já desafiamos todos

os riomoinhenses a sugeriremum nome para baptizar a as-sociação.

Todas as vossas sugestõesdevem ser entregues ao bole-tim informativo “O RioMoinhen-se” que, desde já, agradece avossa ajuda.

Todas as “Marias” se pode-rão juntar para um almoço con-vivio em Rio de Moinhos. Asinteressadas em fazer partedesta iniciativa devem dirigir-seà Padaria Lena e efectuar asua inscrição. A boa disposiçãoestá garantida.

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8 Março 2006O RioMoinhense

[ Maria Luísa de JesusMaria Luísa de JesusMaria Luísa de JesusMaria Luísa de JesusMaria Luísa de Jesus ]

Obrigada Manel Zé

Ele era ainda uma criança…Tinha apenas seis anos quandocomeçou a fazer pequenos ser-viços de sacristão.

Filho de pais humildes masmuito honestos era o mais novode sete irmãos. Entrou para aescola aos seis anos e tinhacomo obrigação, quando saísse,ir para casa do seu irmão maisvelho, sapateiro que acumulavacom o trabalho de sacristão. Eassim o Manel Zé ia aprenden-do o seu oficio e ajudando nosserviços de sacristão. Como eraobrigado a dar muitas faltas nãoconseguiu terminar a primária.Quando o irmão não podia erasempre o Manel Zé que “ajuda-va” à Missa e cumpria muitas ta-refas que nesse tempo perten-ciam ao Sacristão. Naquela épo-ca era também obrigação tocaras “trindades” ao nascer e aopor do sol e aí o Manel Zé tinhamuito medo de entrar na Igrejajá escura. Existem muitos episó-dios para contar daquele sacris-tão quase criança, mas cito ape-nas aquela vez, ele encolhido echeio de medo junto à Pia Bap-tismal, adormeceu. Quandoacordou a tremer, o medo levou-o a gritar à janela do coro atéque alguém o ouviu e o socor-reu. Foi crescendo sempre liga-do à Igreja e já um jovem, tendoapenas o domingo livre gostavade dar as suas voltinhas de bici-cleta mas com a obrigação das

trindades e do toque do sino,ele tinha que estar sempreaqui ao por do sol… Procura-va sempre as raparigas paraconviver (aqui à volta do adrohavia muitas), gostava imen-so de dançar e andava sem-pre apaixonado… Era muitonamoradeiro até que encon-trou o Amor a sério com a mu-lher com quem casou e que foisempre a sua companheira fiele melhor amiga…

Quando o irmão foi para oCanadá, o Manel Zé ficou sacris-tão a tempo inteiro, mais de 18anos. Durante todo o tempo queo Sr Padre Manuel Sousa este-ve ainda à frente da nossa pa-róquia o Manel Zé foi sempre oseu braço direito (e esquerdo),não apenas em trabalhos paro-quiais, mas também pessoais.Foi também um amigo dedicadoda sua irmã D. Lurdes e da suaempregada, a Menina Carminda.

O trabalho de sacristão erauma coisa que ele amava.

Assim, nas festas e nas pro-cissões, nas cerimónias, nas so-lenidades ele era o assistentepara todo o serviço da paróquia.Dedicado, ele era incapaz depassar um dia sem ir à sua Igre-ja e mesmo depois do Sr PadreSousa ter deixado de exercer, oManel Zé estava presente e de-vido à sua dedicação à Igreja eleera estimado por todos os pa-dres das paróquias vizinhas.

Depois de passar uns anosmuito difíceis onde sofreu bas-tante, adoeceu e desistiu de sersacristão. Desistiu aparentemen-te porque no seu coração, a suafé, o seu amor a Deus e à suaIgreja viverão até ele viver. Onosso Padre José Manuel Car-doso “apesar de só o conhecerna sua terceira juventude”, gos-ta muito dele e trata-o com a suahabitual bondade e carinho.

O Manel Zé tem por ele umaestima tão grande que é quaseveneração. Sempre amigo doseu amigo nunca pactuou comintrigas e maledicências. Existemmuitos motivos para lembrar-mosa sua dedicação, a sua disponi-bilidade ao serviço da nossa re-ligião e de todos os católicos. Porisso, a nossa comunidade tempara com ele um dever de grati-dão e de reconhecimento peladedicação, carinho e amor comque ele disponibilizou toda suavida ao serviço de Deus e dosIrmãos.

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92006 Março O RioMoinhense

letra a letra

[ João André *João André *João André *João André *João André * ]

Associativismo Cultural

A Sociedade Filarmónica Riomoinhense éuma instituição cultural com uma existência jálonga. Com momentos bons e outros menosbons, mas sempre se soube manter em activi-dade.

A freguesia de Rio de Moinhos tem tido tradi-cionalmente muitos músicos, os suficientespara integrar a Filarmónica sem ter a necessi-dade de contratar ou convidar outros executan-tes. Actualmente, essa afirmação continua váli-da só que, por razões diversas, a Filarmónica(não a freguesia entenda-se) está a perder osseus músicos. Os motivos serão talvez a faltade motivação, o cansaço do terceiro mandatoconsecutivo dos corpos directivos, a falta de as-sociativismo do povo, o comodismo da nossasociedade, o individualismo, o egoísmo ou opoder… Mas a certeza é só uma, quem fica aperder é a Música e tudo aquilo que ela nos podetrazer de bom.

Ser Maestro, hoje em dia, é ser pedagogo,psicólogo, animador, duro, por vezes, mas tam-bém amigo e tentar a todo o custo manter ogrupo (músicos) unido. O maior e, sem dúvida,o mais complicado desafio é pôr todos os mú-sicos a pensar, entender e exprimir a músicacomo se fosse um único. Mas, para isso, é in-dispensável que haja um óptimo ambiente, umaboa camaradagem, um respeito entre todos,enfim todas as condições necessárias para fa-zer boa música.

Ser músico é ter um dom especial, é termosalgo com que possamos exprimir os nossossentimentos, é sermos sobretudo suficiente-mente humildes para reconhecer que no cam-po musical a perfeição é inatingível. Mas comdedicação, muita vontade, espírito criativo e degrupo e uma forte coesão é possível atingir umpatamar amador bastante razoável. Para tal tor-na-se necessário adaptarmo-nos às constan-tes mudanças e evoluções da psicologia (men-te) humana, a fim de combater todos os malesque citei anteriormente e trabalharmos em prolda Comunidade sem querelas e interesses pes-soais.

A bem da Música e do Povo da freguesia es-pero que o futuro seja mais risonho.

* Músico Militar e Maestro da Sociedade Filarmó-nica de Educação e Beneficiência Riomoinhense

[ Fátima Belém Fátima Belém Fátima Belém Fátima Belém Fátima Belém ]

Outra história

Contava-me a minha avó…Há quase um ano que partilho com todos

vós algumas das muitas histórias que a minhaavó me contava quando as férias de verão co-meçavam em Julho e só acabavam no dia 7de Outubro.

Era uma aventura! A mãe prendia-me no pul-so uma etiqueta com o meu nome, o do avô ea estação do meu destino e, entregue ao revi-sor do comboio, lá ia eu toda contente de féri-as.

Em casa da minha avó não havia televisão.Computador e consola de jogos eram, nessesanos, coisas de ficção científica, mas nem porisso deixava de brincar e de me divertir.

O quintal era um mundo por descobrir, ex-plorado até ao mais pequeno recanto. Aí vivi-am fadas, duendes, seres fantásticos e mara-vilhosos que a minha imaginação criava.

A minha imaginação, costumo eu dizer, nas-ceu e cresceu aí em casa da minha avó. Eraele que após o jantar me contava histórias en-quanto ponteava a roupa ou, com uma agulha,tecia pegas com fios de embrulho que guarda-va num novelo (é que dantes também não ha-via fita cola e as lojas atavam os embrulhoscom fios coloridos). Umas vezes eram históri-as tradicionais que ela coloria a seu modo, ou-tras vezes eram coisas engraçadas que ti-nham acontecido ou coisas dramáticas que aincomodavam e que ela tentava suavizar con-tando como se fossem histórias.

Às vezes as histórias acabavam-se e nósduas inventávamos novas, misturando ingre-dientes de várias outras.

Recordo esses tempos com saudades e nomeu coração a minha avó estará sempre guar-dada num lugar lindo e cheio de histórias.

Tenho pena das crianças de hoje. Muitas atéficam com as avós depois da escola, mas têmtelevisão, computador, sega, etc, só não têmavós com tempo ou imaginação ou paciênciapara se sentarem com eles e lhes contar his-tórias. São crianças que na escola revelampouca imaginação, não gostam de ler ou lêempouco, não conhecem o património oral riquís-simo das nossas aldeias, não poderão ama-nhã contar, como eu, histórias que a avó con-tava… e, nos seus corações, as suas avósnunca estarão num lugar lindo, cheio de histó-rias.

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10 Março 2006O RioMoinhense

Carnaval

Natal

Penafiel

Valnor

Rio de Moinhos viveu mo-mentos hilariantes. Ninguémse fez rogado e o Carnaval nãopassou despercebido. Desdeos desfiles de Carnaval até ao

enterro à morte do entrudo,várias foram as iniciativas quese realizaram para comemoraresta data de muita brincadeirae diversão.

Embora um pouco distante,O RioMoinhense não quer dei-xar de registar a festa do Natalvivida na freguesia de Rio deMoinhos. Assim, deixamos al-

gumas imagens dos presépi-os de Rio de Moinhos (à es-querda) e da Pucariça (à direi-ta), assim como da Igreja Ma-triz.

O II Encontro Nacional deRio de Moinhos de Portugalestá agendado para os dias 30de Junho, 1 e 2 de Julho, emRio de Moinhos, no concelho dePenafiel.

A primeira edição decorreuna freguesia abrantina tendocontado com a presença deRio de Moinhos dos concelhosde Abrantes, Arcos de Valde-vez, Penafiel, Sátão, Borba eAljustrel, este evento foi orga-nizado pela Junta de Fregue-sia de Rio de Moinhos.

O objectivo central desta in-ciiativa é o intercâmbio de cul-turas com a mesma toponímia,mas, principalmente, por aspessoas a conviver mais umascom as outras.

A Valnor, empresa gestorade Resíduos Sólidos e Urba-nos, visitou a freguesia de Riode Moinhos com o objectivo desensibilizar a população para aimportância do tratamento dovulgar lixo.

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112006 Março O RioMoinhense

Biblioteca em Rio de Moinhos

Dia da Mulher

Rio de Moinhos inaugurou,no dia 9 de Março, uma biblio-teca. Situada na escola EB1, asua inauguração contou com apresença da escritora MatildeRosa Araújo. Espera-se so-mente pelo conteúdo que virá

da Biblioteca Municipal AntónioBotto.

Numa primeira fase, o novoequipamento será utilizadoapenas pelos alunos dos esta-belecimentos de ensino da fre-guesia. Mais tarde, ficará ao

dispor de toda a comunidade.A biblioteca conta com o apoioda Junta de Freguesia de Riode Moinhos, Câmara Municipalde Abrantes, Biblioteca Munici-pal António Botto e Agrupamen-to de Escolas Oeste.

Noventa e sete mulheres juntaram-separa comemorar o dia que lhes é dedica-do. O jantar comemorativo realizou-se naSede da Junta de Freguesia, em Rio deMoinhos. Oriundas de diversos locais, asmulheres prometem novo convivio parao próximo ano.

R i o d e M o i n h o s

Dia 9 de AbrilDia 9 de AbrilDia 9 de AbrilDia 9 de AbrilDia 9 de Abril15 Horas15 Horas15 Horas15 Horas15 Horas

Ceia do Senhor e Lava-pés

Adoração da Cruz

Procissão do Enterro do Senhor

Vígilia Pascal

Eucaristia de Domingo de Páscoa

Dia 13 de Abril 21 H

Dia 14 de Abril 15 H

Dia 14 de Abril 21 H

Dia 15 de Abril 20 H

Dia 16 de Abril 10 H

Procissão dos PassosProcissão dos PassosProcissão dos PassosProcissão dos PassosProcissão dos Passos

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12 Março 2006O RioMoinhense

241 881 162 (Comércio)241 881 372 (Residência)

Rua Avelar Machado, 20-24

2200 Rio de Moinhos ABT

Adolfo Pires

Recordando o Passado…

- Na rua Dr. Móra existiu umabotica, junto ao estábulo dospóneis da família Mora, maistarde, apareceu a farmácia Pi-res, na rua Direita depois da es-cadaria que dá acesso a rua Dr.João de Deus. Aí se reunia aelite da aldeia para falarem detudo e até contarem casos dedoentes (tipo anedota). Só de-pois apareceu a farmácia Este-ves da D. Vanda, a nossa pri-meira licenciada em Farmácia.

- Na rua Dr. João de Deus,ao lado da escola primária dosrapazes, morou e teve um con-sultório o Dr. Fontes.

O primeiro médico em Rio deMoinhos foi o Dr. Damas Móra,na actual rua do seu nome ondeexistia numa divisão do seu pré-dio o seu consultório como mu-seu da sua família. Mais tarde eainda solteiro apareceu o Dr.Manuel Pádua Ramos com oseu típico automóvel Ford eteve o seu primeiro consultórionum rés-do-chão na rua Direitadefronte do meu avô ManuelPires Dono. Era um médico po-livalente (chamado médico daaldeia) fazia clínica geral, den-tista, parteiro e mais tarde nohospital do Salvador em Abran-tes também fazia R.X. Já no fi-nal da sua vida fui visitá-lo nohospital da Cruz Vermelha em

Lisboa – era considerado pormuitos o pai dos pobres.

Finalmente apareceu o Dr.Escudeiro (vivia no Tramagal) etinha o seu consultório na RuaDireita onde existiu a antiga far-mácia Pires.

- A primeira estação dos cor-reios foi na rua Direita defronteda habitação da família Abóbo-ra, hoje Casa do Povo, foi a suachefe a D. Guilhermina Silveira.Mais tarde passou para a actu-al habitação do Carago (moto-rista do José Maria Luiz Ferrei-ra) na rua Direita sendo a suachefe a D. Graciela.

Já com habitação no primei-ro andar e a estação no R/C,na rua Direita na actual sede daJunta de Freguesia, esteve achefe D. Ilda. Nessa altura fo-ram instaladas duas cabinestelefónicas, uma dentro da es-tação dos CTT e outra na ta-berna do João Gama, ao fundoda aldeia. Também apareceramos primeiros carteiros da terra,um tal Gregório que morava aocima da escadaria da Farmáciada D. Vanda, O Cascáles queera natural de Elvas e que ha-bitava em Abrançalha. Tambémnesta ocasião tivemos a primei-ra boletineira da terra (não con-tratada) a tia Cristina Engrácia(o marido dela era pescador no

rio Tejo). A tia Cristina ia entre-gar telegramas a Martinchel, Al-deia do Mato, etc. … Ela não ti-nha soldo (vencimento) certo ecomo tal os destinatários dos te-legramas davam alguma coisa,dinheiro, ou outro tipo de aju-da. Saia a correr e chegava acorrer, hoje seria bem melhorque Carlos Lopes.

A chefe dos CTT D. Ilda foisempre uma pessoa de grandegenerosidade para com o povoda nossa terra. Antes dos car-teiros, a correspondência eraentregue na estação depoisdela fazer uma chamada aosdestinatários em horas determi-nadas por ela. Nos períodos dasgrandes cheias do rio Tejo, elaavisava os habitantes da aldeia,os mais sujeitos a inundaçõesqual a altitude das águas nas“Portas de Ródão”. Com estasinformações telefónicas envia-das do serviço da Hidráulica doTejo, os habitantes já sabiam seas cheias entrariam ou não emcasa. Por norma o tempo era demais ou menos seis horas dachegada entre Ródão e Rio deMoinhos. O povo de Rio de Mo-inhos tem uma grande dívidapara com esta tão nobre senho-ra, muitas noites não dormia efazia o serviço telefónico na suahabitação que ficava situado noprimeiro andar.

Conheça os preços e confie

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132006 Março O RioMoinhense

À descoberta dos Riomoinhenses…

1955 Dia de Mercado junto ao Teatro (hoje Sede Social)

1940 Marcha Popular

1930 Quinta da Capela 1959 Estrada para a Pucariça

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14 Março 2006O RioMoinhense

clave de sol

Novos álbuns

Os últimos meses foram férteis em lan-çamentos na música pesada feita em Por-tugal. Três dos álbuns que merecem des-taque são “Memorial” pelos Moonspell,“Hyubris” pela banda homónima, e “Equi-librium” pelos Assemblent.

Memorial-Moonspell

Aguardado por fans e por simples apre-ciadores da música extrema, é tido pelabanda como um regresso ás origens.Com mais sons sinfónicos e ambientaisque os seus antecessores, este é um àl-bum que chegará aos escaparates dia 24de Abril.

A registar: “Blood Tells”, “Upon theBlood of Men”, “Finisterra”, “Luna”, “Me-mento Mori”.

Hyubris-Hyubris

Lançado ainda antes do início de 2006,é o primeiro longa duração da bandatramagalense.Conta com convidados es-peciais como José Horta nas guitarras eo Grupo Coral da S.A.T. Para quem qui-ser adquirir este álbum poderá fazê-lo pelosite www.hyubris.com uma vez que a ban-da não se encontra filiada a nenhuma edi-tora.

A registar: “Hyubris”, “Beanshee”, “An-dromedae”, “Terra Prometida”, “Cançãode Embalar”.

Equilibrium-Assemblent

Será lançado a 27 de Março pela Ne-mesis Records em formato CD híbrido(CD+DVD). Também o primeiro longa du-ração do colectivo, que practica um Dea-th-thrash meta com laivosatmosféricos.Conta com a participação dovocalista de Moonspell no tema “Silent Cri-es”, porém, desde cedo mostraram teruma identidade musical própria num gé-nero musical esquecido no panorama me-tálico nacional.

A registar: “Heartwork”, “Silent Cries”,“A Dying Moment”, “Subtellurian Dark-ness”, “Into My Sleep”.

Zés do Açucar

Tudo começoucom uma brinca-deira entre o Dani-el Pereira e o Si-mão Martins no ve-rão de 2002. Co-meçámos a inven-tar umas músicase tudo se desenro-lou a partir daí.

O nome Zés doAçúcar deve-se auma música da au-toria do Daniel e do Simão. A primeira parte era ZéCabra e a segunda Fúria do Açúcar. Da junção dosnomes dos dois artistas resultou Zés do Açúcar.

Em Março de 2003 juntaram-se mais dois mem-bros, o Luís Oliveira e o Alberto Medroa.

O primeiro concerto foi, na Casa do Povo de Riode Moinhos, no dia 25 de Abril de 2003. Éramos pio-res que o Zé Cabra. Tínhamos o Simão na viola, oLuís no jambé, o Alberto na pandeireta e o Daniel navoz. Estávamos todos de saia, botas da tropa, peru-cas… Foi um dos dias em que nos divertimos mais.

Quando o Alberto entrou para a tropa teve de dei-xar a banda e juntaram-se a nós o Bruno Canana, aCatarina Carvalho, a Joana Carvalho e a Raquel Sil-va. Estiveram na banda durante algum tempo, mas,entretanto, tiveram de sair.

A partir daí decidimos levar as coisas a sério e co-meçámos por investir na banda. Hoje, temos todosos instrumentos essenciais. Contamos com o Danielna guitarra e no baixo, o Luís na bateria, o Simão naguitarra eléctrica e, entretanto, o Ivo Soares entroupara a mesa de som.

Demos alguns concertos já a tocar Pearl Jam, Xu-tos e Pontapés, Nirvana e Green Day, entre outros.

Em 2005 estivemos parados por assuntos pesso-ais. Neste momento temos novos objectivos. Em pri-meiro lugar a banda vai mudar de nome que por en-quanto não será divulgado. O nosso estilo de músicavai mudar. Vamos apostar num Rock Punk e as mú-sicas serão só originais.

Entretanto, vai entrar mais um membro, o NunoSilva, para tocar saxofone. Andamos também à pro-cura de um guitarrista.

Nos próximos tempos estaremos parados para tra-balhar no sentido de nos aperfeiçoarmos o mais pos-sível.

Queremos agradecer a todos os membros da an-tiga direcção da Casa do Povo de Rio de Moinhos etambém aos membros da direcção da FilarmónicaRiomoinhense por todo o apoio que nos deram.

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152006 Março O RioMoinhense

A Imagem peregrina de Nos-sa Senhora de Fátima e o Bis-po de Portalegre e CasteloBranco, D. José Alves, deslo-cara-se nos dias 14 a 19 deFevereiro à Freguesia de Riode Moinhos.

Na sequência da visita pas-toral ao Arcipretado de Abran-tes, efectuada pelo Bispo daDiocese de Portalegre e Cas-telo Branco, D. José Alves, aparóquia de Rio de Moinhos vi-veu dias de festa. Esta visita foipreparada pelas Irmãs Fran-ciscanas que se deslocaramde Fratel nos dias 7 a 10 deFevereiro. Visitaram as esco-las de Amoreira, Pucariça e Riode Moinhos onde mantiveramcontacto com as crianças doConcelho. Aproveitando a es-tada, deram conforto aos do-entes e reuniram-se com apopulação para partilharem aforma de viver e crescer emcomunidade.

A Imagem Peregrina de Nos-sa Senhora de Fátima, chegoudia 14 de Fevereiro à comuni-dade de Amoreira vinda deMontalvo. Muitos foram os quese deslocaram à Igreja, que foipequena para receber tantagente. A recepção da Imagemcontou com a presença dePadre Paulo Henriques, Páro-co de Alter do Chão, que a to-dos ajudou a reflectir e meditarna Mensagem de Fátima. Ascrianças da escola, suas pro-fessoras e auxiliares, tambémquiseram mostrar o seu cari-nho e amor a Nossa Senhorade Fátima e todos foram à igre-ja onde ofereceram flores ecânticos de louvor. Dia 15, às19 horas, estava novamente aIgreja cheia, era a hora da des-pedida e acompanhamento daVirgem Maria até à Pucariça.Muitos foram os automóveisque acompanharam o percur-so. À entrada da comunidade,

foi formado um cortejo queem procissão cantou e re-zou até à Igreja de Pucariça,sempre iluminados por velasque faziam um corredor deluz. À espera estava o Có-nego Tarcício, Pároco deCastelo de Vide. Presídio àEucaristia e no final houveVigília, que se prolongou portoda a noite.

Dia 16, foi o dia da che-gada a Rio de Moinhos. Coma Pucariça engalanada,como se da festa de Verãose tratasse, o Pároco deMarvão, Padre Luís Marques,fez a despedida e nova roma-ria automóvel se formou até àsCaldeiras, em Rio de Moinhos,onde em ombros a imagem foilevada até à Igreja Matriz.

O bispo da Diocese chegouna Sexta feira, dia 17. Visitouas escolas primárias, casa dopovo, Centro de Apoio a Idosos,celebrou Missa em Pucariça eo jantar foi na Associação deMelhoramentos com a comu-nidade. O dia terminou na sedeSocial em Rio de Moinhos, quese encheu, para um momentode diálogo com o Prelado. Odia de Sábado foi preenchido,pela manhã, com a visita à Fi-larmónica e o contacto com oPresidente da Junta de Fregue-sia, Rui André. A tarde iniciou-se com a administração doSacramento da Santa Unção apessoas com mais de setentaanos e doentes na Igreja deAmoreira. Seguiu-se a recep-ção de D. José Alves na asso-ciação de Moradores de Amo-reira que presenteou o Bispoda Diocese com um lancheconvívio.

Estes dias terminaram coma celebração da Eucaristia pre-sidida por D. José Alves, naIgreja Matriz de Rio de Moinhos.O coro paroquial encheu-se debrio e deu um verdadeiro reci-

tal de bem cantar e encantar, atodos os que na celebraçãoparticiparam. Depois da Missa,a sede Social encheu-se paraum lanche, onde algumas lem-branças foram entregues eonde o Bispo da Diocese mos-trou toda a felicidade que sen-tia, em ter estado em tão boacompanhia, agradeceu a ale-gria e gentileza com que foi re-cebido por toda a população einstituições que visitou. Às 18horas foi a vez da paróquia deRio de Moinhos se despedir deNossa Senhora e a acompa-nhar a São Facundo. Inimagi-nável!… estavam presentespessoas de Amoreira, Pucari-ça e Rio de Moinhos. Os car-ros eram tantos que foi preci-so esperar algum tempo quetodos estacionassem, para jun-tos e em oração se fazer a en-trega da Imagem de NossaSenhora de Fátima. A Igreja deSão Facundo foi visivelmentepequena para acolher tantosperegrinos. Os que acompa-nharam a mãe do Salvadorsuplantava e muito o númerodos que esperavam. Foi umasemana cheia, mas apesar docansaço estampado em al-guns rostos, residia a conso-lação em todos… “valeu apena”.

[ Pe Cardoso Pe Cardoso Pe Cardoso Pe Cardoso Pe Cardoso ]Visita Pastoral

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16 Março 2006O RioMoinhense

ÁLVARO SA N TOS PEREIRA

“O MATA RATOS”

Álvaro dos Santos Pereira, poeta riomoinhense, contaem verso como se processou o início da actividade da Casado Povo de Rio de Moinhos.

IA Casa do Povo de Rio deMoinhosFoi fundada em 1958E correu tudo direitinhoNada ficou feito num oito

IIEsperamos que a nova direcçãoNão faça nada piorPara que os sócios da colectividadePossam dizer o melhor

IIIÉ a Casa do Povo da freguesiaQue abrange desta maneiraOs lugares de Rio de MoinhosPucariça e Amoreira

IVOs fundadores da Casa do PovoForam o Serafim PereiraE também o professor DamasE Álvaro dos Santos Pereira

VE ainda houve mais doisQue a fundaram com amorFoi o João MartinsE o saudoso Cândido Flor

VIO escriturário era o João PimentaQue para ter tudo em diaFazia de consciência tranquilaAs contas todos os dias

VIIA Casa do Povo custou 300 contosNesse tempo não era brincadeiraE quem participou na escrituraFoi o Cândido Flor e o ÁlvaroSantos Pereira

VIIIMas depois o proprietário da casaQue era o Luiz PereiraQuis desfazer a escrituraPor não estar a sua maneira

IXEu então fui ao FundãoOnde ele fazia advogaciaPara tratar do assuntoMas ele teimoso não vendia

XEsteve lá num café com elePara tentar convencerE ao fim e ao caboEle lá resolveu vender

XIAndamos por casas de rendaAos trambolhões dentro e foraAté que conseguimos a sedeprópriaQue é onde estamos agora

XIIA Junta Central participou com 250contosO que deu um grande jeitoE nós arranjamos 50 contosEm bailes que foram feitos

XIIIQuando começou a Casa do PovoJá o tinha dito mais que uma vezOs sócios pagavam vinte e cincotostõesE o médico auferia 1.000$00 por mês

XIVJá não devíamos falar nissoMas ainda aqui a chamamosO médico da Casa do PovoEra o saudoso Pádua Ramos

XVJá me ia a esquecer distoPara que recordem depoisA Casa onde estamos agoraFoi inaugurada em 1972

XVIA Casa do Povo tem rancho e bolaO que não deve morrerPor isso é um assuntoQue todos têm que resolver

XVIIPor isso mais uma vezPedimos aos novos directoresQue em prol da Casa do PovoTrabalhem sempre com amor

XVIIIE é isso que esperamosQue trabalhem com dedicaçãoPara bem de Rio de MoinhosE Desta instituição

241 881 162 (Comércio)241 881 372 (Residência)

Rua Avelar Machado, 20-24

2200 Rio de Moinhos ABT

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172006 Março O RioMoinhense

Direcção Técnica:

MARIA LURDES L. P. ROSA

C. Nº 129 988 049 Tel.: 241 881 154

2200-790 Rio de Moinhos-Abrantes

FARMÁCIA

ESTEVES

Foi no passado dia 25 deFevereiro que se realizou o IºPasseio de Ciclo Turismo daAssociação de Moradores deAmoreira. Segundo Luís Grá-cio, Presidente da referida as-sociação este evento tinhacomo principais objectivos“pôr as pessoas a mexer” e aomesmo tempo a confraterni-zar, objectivos plenamenteconseguidos. O passeio co-meçou por volta das 9h30 com

a concentra-ção dos partici-pantes naSede da Asso-ciação, a parti-da foi às dez damanhã em di-recção ao par-que ambientalde São Lou-renço, compassagem pe-

las localidades de Rio de Moi-nhos e Abrançalha, onde foiservido um pequeno lanche atodos os participantes. Após achegada, que ocorreu por voltado meio-dia, foi então servido oalmoço. Segundo o Presidentedesta colectividade este pas-seio foi um sucesso, é paracontinuar e lança um convite atodas as pessoas da freguesiaa participarem no próximo pas-seio, que será para breve.

Cicloturismo

Aeróbica

Desde o final do mês deJaneiro que qualquer pes-soa pode praticar aeróbicana aldeia de Rio de Moinhos.

Com a orientação de Ana-bela Cacho, as aulas têm lu-gar todas as segundas,quartas e sextas das 18.15hàs 19.15h. Os interessados,dos 12 aos 99 anos, podeminscrever-se no local.

Resultante de uma parceriaentre a professora e a Junta de

Ginásticanas escolas

Freguesia de Rio de Moinhos,esta iniciativa tem como ob-jectivo principal a ocupaçãodas pessoas fazendo exercí-cios físicos ao som da músi-ca. Quem nunca experimen-tou pode aparecer e a trocode 10 euros mensais poderáembelezar o seu corpo e sen-tir-se liberto do stress do dia-

a-dia.

No presente ano lectivo o 1ºCiclo do Ensino Básico, em Riode Moinhos, conta com váriasapostas da Câmara Municipalde Abrantes. Destaca-se o in-glês e o desporto escolar, no-meadamente natação.

Caminha-se assim para apreparação das crianças, quera nível físico, quer a nível cultu-ral.

[ Nuno LopesNuno LopesNuno LopesNuno LopesNuno Lopes ]

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18 Março 2006O RioMoinhense

P r o j e c t o

Renascer Abrantes

Concelho Solidário

Entidade Promotora: CENTRO DE APOIO A IDOSOS DA FREGUESIA DE RIO DE MOINHOSEntidade Financiadora: SEGURANÇA SOCIAL

[ Susana Gil e Neida Peralta ]

Após os dois anos de inter-venção, com o objectivo máxi-mo de contribuir para a elimi-nação/diminuição dos focos deproeza e exclusão social exis-tentes na Freguesia de Rio deMoinhos e para a promoção dodesenvolvimento da comunida-de, é com alguma “pena” queo nosso trabalho chegou aofim!

Estando cientes de queeste período de tempo era bas-tante diminuto para se conse-guirem atingir todos os objecti-vos propostos e estimular assinergias locais, a serem for-tes e dinâmicas, na resoluçãodos seus problemas e na con-gregação de esforços para operfeito desenvolvimento local,solicitámos ao Instituto de Se-gurança Social, o prolonga-mento do nosso projecto pormais um ano, e o respectivoreforço orçamental (para des-pesas de funcionamento e con-clusão das obras de recupera-ção do edifício da entidade pro-motora e executora do mesmo,para que dessa forma pudés-semos iniciar o funcionamen-to das valências de Centro deDia e Apoio Domiciliário).

Contudo, e apesar de noster sido atribuído o reforço or-çamental, para a realizaçãodas restantes obras de recu-peração do edifício, o parecer

“Renascer Abrantes – Concelho Solidário”Chegou ao FIM!

para o prolongamento do pro-jecto foi indeferido.

Apesar de não haver conti-nuidade do projecto, no seusentido lato, o sermos congra-tulados com o referido reforçoorçamental, foi uma mais valiae o ponto essencial para poder-mos dar continuidade à gran-de obra que já tínhamos inicia-do. Se tudo correr dentro da nor-malidade e como o previsto,durante o ano de 2006, inicia-remos o funcionamento, numaprimeira fase, da valência deApoio Domiciliário, e posterior-mente da valência de Centrode Dia.

Ao longo do desenvolvimen-to do nosso projecto, consta-támos que a população idosa,era a mais fragilizada, a que ti-nha menos recursos, a que seencontrava mais “desampara-da”, no que diz respeito a apoi-os e acesso a respostas soci-ais, bem como a que vivia emsituações de pobreza e exclu-são social mais preocupantes.Deste modo, o principal pontode intervenção do nosso pro-jecto tinha que se focalizar nes-ta população.

Assim sendo, podemos re-ferir que conseguimos atingir onosso objectivo, uma vez quejá conseguimos criar os alicer-ces necessários para criar asrespostas sociais de que esta

população tanto necessitava.Num futuro bastante próximoesta realidade será bem visível!

Para além, do grupo dos ido-sos, ao longo da implementa-ção e desenvolvimento do nos-so projecto, sempre foi nossapreocupação intervir junto detodos os outros grupos alvo(crianças, jovens e adultos),consoante as necessidadesque iríamos detectando e iden-tificando. Com o intuito de con-tribuirmos para a melhoria daqualidade de vida e bem estarde todos esses grupos, reali-zámos diversas actividades,sempre com o cuidado de asirmos (re)definindo, consoanteas necessidades da populaçãoalvo.

Estas actividades eram de-senhadas/programadas emtorno das cinco grandes áreasde intervenção:

1- Diagnóstico/Envolvimen-to de Parceiros/Divulgação/Or-ganização; 2- Criação de Equi-pamentos e Serviços; 3- Melho-ria das Condições Económi-cas; 4- Melhoria das Condi-ções de Bem-Estar, e por fim,5- Animação Sócio-Educativa,Cultural e Recreativa.

Todas as actividades pro-gramadas, para cada área deintervenção, tinham como ob-jectivo máximo minorar as pro-blemáticas/necessidades da

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192006 Março O RioMoinhense

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Contacte-nos ou envie este destacável para:Ana Sofia Caldelas

Travessa Fonte das Duas Bicas, nº15 - 1º2200-803 Rio de Moinhos ABT

população local. Sempre traba-lhámos em prol da comunida-de e do desenvolvimento local,através da criação de diversosserviços e da prestação deapoio, nas mais diversas áre-as (acção social, saúde, edu-cação, cultura, desporto, entreoutras), sempre com o intuitode contribuirmos para a dimi-nuição/eliminação dos focosde pobreza e exclusão social.

Apesar de estarmos certosde que ainda houve muito tra-balho que ficou por fazer, o ba-lanço que fazemos destes doisanos de intervenção é bastan-te positivo, permitindo-nos di-zer que nos congratulamospelos resultados que consegui-mos atingir.

Contudo, não podemos dei-xar de referir que o sucesso al-cançado só foi possível devidoà participação, ao empenho eao apoio dos utentes e da pró-pria população local.

No dia 25 de Março de 2006,pelas 14 horas, na sede Socialda Freguesia de Rio de Moi-nhos, teve lugar a AssembleiaGeral, desta instituição, para aaprovação das Contas de Ge-rência, referentes ao ano de2005.

Com a presença de 73 as-sociados, a Assembleia Geral

Assembleia Geral

Para demonstrar a partici-pação, o empenho e o apoiodos mesmos, sempre fizemosquestão de, ao longo do desen-volvimento do projecto, referen-ciar as actividades de maiorimpacto, enunciar e demons-trar os resultados das mes-mas, através deste boletim in-formativo. Acreditamos que,este boletim informativo, quese implementou com o apoiodo nosso projecto, foi um ex-celente “veículo” de divulgaçãodo nosso projecto e uma maisvalia para esta localidade.

Por fim, não podemos dei-xar de referir que as entidadesparceiras deste projecto (Jun-ta de Freguesia de Rio de Moi-nhos, Município de Abrantes,Santa Casa da Misericórdia deAbrantes, Agrupamento de Es-colas Abrantes Oeste, Bombei-ros Municipais de Abrantes, Ins-tituto Português da Juventudee Nersant -Associação Empre-

correu dentro da normalidadetendo sido aprovado às contas,por unanimidade, com um sal-do positivo de 3.086,50 euros.

Outros assuntos de interes-se à instituição foram aborda-dos. Muitas questões foram le-vantadas e respondidas peladirecção.

sarial), e especialmente aspessoas da Direcção do Cen-tro de Apoio a Idosos da Fre-guesia de Rio de Moinhos, ti-veram um papel primordial, emtodo o processo de implemen-tação e desenvolvimento des-te projecto e em muito contri-buíram para o seu sucesso.

Concluímos o projectoconscientes de que todos jun-tos: equipa técnica, instituição,parceiros e segurança social,fizemos o nosso melhor.

Por fim, cumpre-nos agra-decer a todos.

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