o riomoinhense setembro 2007 - riodemoinhos.net · guns conceitos ou costumes até então...

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O RIOMOINHENSE ANO III * Nº 12 * SETEMBRO 2007 DIRECTOR: RUI ANDRÉ

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SETEMBRO 2007Editorial2

Hoje em dia torna-se difícil agradar a Gregos e a Troianos.Esta democracia trouxe muita coisa positiva mas com tudo na vida também começou a aparecer al-guns conceitos ou costumes até então escondidos ou muito poucos utilizados.Estou a falar do fenómeno de vitimização e de perseguição.São ambos bastante diferentes mas assemelham-se numa só palavra – Egoísmo.Será um defeito, um feitio, uma doença rara – quem sabe?Qualquer uma das interpretações anteriores é sinó-nima de defeito e não de qualidade. O conceito de sobrevivência não pode estar ligado só aos outros. Para mim, o porquê da nossa existên-cia passa pela compreensão do mundo em que vi-vemos e como poder ajudar a melhorá-lo (o mundo e a própria pessoa em simultâneo).Desde há muitos anos temos evoluído e melhorado o nosso comportamento social mas actualmente as coisas vão em direcção errada – é mais fácil apontar o dedo aos outros do que a si mesmo. Quem está constantemente a queixar-se dos outros deve olhar em seu redor e imitar aqueles que, com o seu próprio esforço e inteligência conseguem ultrapassar as suas dificuldades sem se queixar dos

outros.Desde alguns anos atrás, tenho reparado que algu-mas famílias de Rio de Moinhos, a seu tempo, foram crescendo e enriqueceram ganhando um estatuto local de respeito e admiração. Mas agora os tempos são outros e a filosofia de vida já não é a mesma - o dinheiro já não substitui a sabedoria nem a inteli-gência.Actualmente, a maior riqueza que um Ser Humano pode ter é ser livre, honesto, autónomo, persistente, respeitador, ser amigo do próximo e sobretudo ter bons Amigos. O dinheiro não trás felicidade (so-mente satisfação pontual) se não tiver os compo-nentes atrás referenciados.

Ser feliz não é ter um ceú sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalho sem fadiga, relacionamentos sem decepções. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso mas sim reflectir sobre a tristeza! Ser feliz não é apenas comemorar o sucesso mas sim aprender lições com os fracassos! Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da sua própria história! Por isso nunca desistas de ti mesmo, nem de ser feliz!

Façam favor de serem felizes …A vida é curta, devemos aproveitá-la ao máximo

Rui AndréDirector

FENÓMENOS DE VITIMIZAÇÃOE DE PERSEGUIÇÃO

SETEMBRO 2007Recepção

PROPRIEDADEAssociação JuvenilRemoinhos d’Àgua

DIRECTORRui André

REDACÇÃOMário Medroa

Rui AndréSónia Pacheco

PAGINAÇÃOSónia PachecoPUBLICIDADEMário Medroa

CONTACTO960211062

[email protected]

COLABORARAMNESTE NÚMERO

Adolfo Pires;Álvaro Baptista;

Catarina Gaspar;Fátima Belém;

M.L.J.

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Caro Leitor:

É com enorme orgulho e alegria que lhe anuncio que a Associação Juvenil Remoinhos d’Água, celebrou no dia 3 de Junho, do corrente ano, o seu primeiro aniversário.Embora tenha sido fundada com carácter juvenil, isenta de política e religião, esta associação não se destina só aos jovens, mas sim, a todos aqueles que acham que o passado, o presente e o futuro se constroem todos os dias com a nossa ajuda.Neste primeiro ano de vida, cumpri-mos com os nossos estatutos, uma vez que realizámos actividades que abrangeram todas as áreas de acção,

REMOINHOS D’ÁGUAOS PRIMEIROS PASSOS

Mário MedroaPresidente da AssociaçãoJuvenil Remoinhos d’Água

das quais destaco a área social, onde muito fizemos e muito vamos fazer, e a área científica e cultural, onde vamos trabalhar muito daqui para a frente em benefício de todos os riomoinhenses.A Remoinhos d’Água é hoje uma “Mo-nandengue” que, como qualquer outra, precisa de ser amparada e apoiada, pois só assim poderemos vê-la crescer, rumo à confirmação.O que fizemos no “passado” foi bom e enche-nos de orgulho, o que fazemos no presente realiza-nos pessoalmente e, como o que nos reserva o futuro é uma incógnita, resta-nos o sentimento do dever cumprido.

“Monandengue” (dialecto angolano kimbundu): criança

O RIOMOINHENSE

Gráfica“Prova de Cor”

Abrantes

500 exemplares

JOÃO GARRAFÃO966 264 516

S E G U R O S

SETEMBRO 20074 À conversa com...

Catarina Gaspar: Os Assemblent não cantam temas de Black Metal (contra a religião) nem White Metal (a favor da religião). Na sua opinião onde se enquadram?Pedro Lopes: As nossas músicas não têm nada a ver com esse tipo de temas. Não nos identificamos com esses tipos de metal. Somos mais melódicos. As letras falam de amor, da vida, de temas futuros. Não queremos entrar pelo campo da religião nem das críticas sociais. Não somos uma banda de inter-venção. Daí não me reconhecer no usual estilo gótico, não uso roupas pretas nem tatuagens, sou completamente “normal”.

C.G.: Acha que a vossa banda é um exem-plo para outras bandas que estão agora a começar?P.L.: Penso que sim, não quero ser presunçoso [risos]! Tocamos juntos há três anos e temos alguns resultados. Há bandas que nascem e perguntam-nos porme-nores, exemplos e dicas. Fico con-tente por saber que temos algum valor para guiar novas bandas.

PEDRO LOPESUm Geógrafo com gosto por Metal

Natural de Rio de Moinhos, Pedro Lopes descobriu com 10 anos o gosto pela música. Aos 23 anos é teclista na banda portuguesa Assemblent, formada em 2002 e é sobre esta banda que nos fala.

C.G.: O facto de serem de um meio mais pequeno dificultou-lhes a vida?P.L.: Dificulta e muito! O país é um meio muito pequeno, principal-mente na área das artes. Neste meio há um círculo de lugares, de conhecimentos e pessoas que têm influência dentro da música. Uma banda que esteja arredada desse círculo torna-se complicado entrar e manter-se nele. É uma das barreiras que as bandas têm de ul-trapassar e a nossa não foi excep-ção. Sem dúvida que estarmos no interior não é muito abonatório.

C.G.: Em relação ao videoclip, como foi o processo de produção?P.L.: O videoclip foi uma ideia muito engraçada! Surgiu da ideia de dois elementos da banda. O guitarrista conhecia pessoas que nos podiam filmar e boas em fo-tografia. O vocalista tem um curso de sonoplastia, o que facilitou a captação da imagem e o entrosa-mento desta com o som. Pedimos à Câmara Municipal de Sardoal para nos ceder o Centro Cultural por um dia. Enchemos o chão

com sacos plásticos e cinzas. Além de cheirarmos pó o dia todo, tocámos umas 30 vezes sempre a mesma música! Depois de tanto tempo, o resultado final foi cinco minutos! Acho que valeu a pena, tendo em conta os meios e a lo-gística que utilizámos, o resultado final foi bem conseguido!

C.G.: Que conselho dá a bandas que estão agora a começar?P.L.: Conselhos?! Bem, há vários conselhos que se pode dar… Para todas as bandas que estão a começar e que querem obter resultados, têm que ensaiar muito mas muito mesmo! Por pior que a música seja tem sempre muito trabalho por trás. Portanto exige sempre dedicação e esforço, tanto para compor como para não desanimar quando os resultados não parecem muito animado-res. Penso que a base de tudo é bons ensaios o que traz um bom desempenho em palco.

C.G.: Quais são os próximos objectivos?P.L.: Estamos a planear fazer um

| Catarina Gaspar |

SETEMBRO 2007 5À conversa com...

novo videoclip, queremos con-tinuar a promover o álbum já editado e produzir o próximo. O objectivo de uma banda é conse-guir sempre mais, ter mais con-certos e prospecção e se possível passar além fronteiras.

C.G.: Porquê a escolha da língua inglesa para o nome da banda? E para o nome do CD e das faixas?P.L.: Hum… essa pergunta é sempre bastante pertinente [riso]. Apesar de gostar de ouvir a música portuguesa, tenho noção que para soar bem tem que ser muito bem trabalhada. Com isto não estou a dizer que Assemblent não sabe fazer letras em portu-guês. Não basta ter palavras que rimem para se conseguir um bom resultado final. É uma mistura, as palavras certas com a maneira de as cantar, a forma de as exprimir. É um conjunto de factores bastan-te difícil de atingir. Escolhemos a língua inglesa para o nome da banda pois foi sempre uma tendência inata. Antes de termos músicas originais, tocávamos mú-sicas de outras bandas, já nessa altura eram músicas inglesas. Ao compor as nossas próprias músi-cas, continuou o hábito do inglês. Na língua inglesa é mais fácil ter músicas, mas não quer dizer que o trabalho não seja igualmente bom ou que as letras não sejam trabalhadas. C.G.: O que é o metal para si?P.L.: O metal é o género de música

que mais gosto. É o género mu-sical em si que me atrai, o metal nas suas vertentes permite criar música melódica, assim como, música pesada e agressiva. É um género musical onde se encontra várias músicas para vários tipos de gostos e maneiras de estar.

C.G.: Que influências musicais marcam a sua carreira?P.L.: A música antiga é uma grande influência. Há varias bandas que gosto de ouvir e que me fornecem elementos importantes quando estou a compor, como por exemplo os por-tugueses Moonspell. C.G.: É uma pessoa realizada a nível musical?P.L.: Não! Por enquanto não sou uma pessoa realizada e acho que nunca serei com-pletamente realizado a este nível. Mas, admito para uma banda de garagem em que tocava músicas de outras bandas, agora já temos músicas nossas, um CD à venda e alguma projecção, já é alguma coisa. Mas ainda há o mundo todo lá fora por descobrir, ainda há muita coisa por fazer. C.G.: Sei que tem outra profissão. Como consegue conciliar a música com a sua actividade profissional?P.L.: A minha actividade é estudante pois ainda estu-

do. Mesmo quando estudava na faculdade havia dias em que era complicado, tinha que vir de Lis-boa para Sardoal. Mas geralmente os concertos eram em Lisboa o que facilitava, mas em tempo de exames, acontecia ter um concer-to à noite e um exame no outro dia de manhã. É difícil mas se for planeado com antecedência não é impossível.

Pedro Lopes nasceu a 18 de Outubro de 1982, em Abrantes. Em criança foi-lhe oferecido um piano

pelo Natal que trouxe o gosto pela música. Após a saída do Conservatório entrou para os Assemblent, que refere ser um grupo de amigos com gosto pela

música. Com gostos musicais variados, toca também na Orquestra Ligeira de Abrantes como saxofonista

e na Filarmónica Riomoinhense. Apesar de ser licenciado em Geografia e Planeamento Regional, é

na música que se sente realizado.

SETEMBRO 20076 Novas

C. Nº 129 988 049 Tel.: 241 881 154 Rio de Moinhos-Abrantes

FARMÁCIA ESTEVESDirecção Técnica:

Maria Lurdes L. P. Rosa

Desde o mês de Março de 2007, a freguesia de Rio de Moinhos conta com mais uma valência social, a Comissão Social de Freguesia (CSF).Esta associação visa reunir todas as entidades repre-sentadas na freguesia assim como alguns particu-lares interessados em lutar pelo futuro. Pretende-se reunir, avaliar, analisar, solucionar ou encaminhar os problemas socais existentes, não só económicos, mas também de afecto, solidão, alcoolismo, droga, higie-ne, falta de habitação condigna… enfim qualquer área que necessita de uma intervenção desta nova associação.A CSF apresenta-se como uma mais valia para a comunidade da freguesia visto existirem graves situações sociais. Presentemente, está a ser dinami-zada pela Junta de Freguesia, integrando para já a Associação Juvenil Remoinhos d´Agua, a Associação de Moradores de Amoreira, a Casa do Povo de Rio de Moinhos, a Comissão de Melhoramentos da Pucari-ça, o Centro de Apoio a Idosos da Freguesia de Rio de Moinhos, a Conferência São Vicente de Paulo, as Escolas da Freguesia, a Farmácia Esteves, a Filarmó-nica Riomoinhense e a Igreja da Paróquia de Santa Eufémia.

COMISSÃO SOCIAL DE FREGUESIA

Depois de vários anos a servir os Riomoinhenses, e não só, as fa-mosas “Delícias da Deolinda”, mudaram de instalações e si-tuam-se agora na Rua Direita, na casa que, durante anos, foi a salsicharia da D. Cristina Carqueja.O edifício possui agora

uma nova apresentação exterior e interior, pois teve que ser adaptado ás exigências do negócio, cum-prindo com as normas de higiene e segurança, o que aumenta a garantia da qualidade do serviço.Aos proprietários, funcionários e clientes, desejamos as maiores felicidades.

DELÍCIAS DADEOLINDA

SETEMBRO 2007 7Crónica

- Eu, por vezes ia ouvir música a casa da Ivone Selada que vivia com a tia D. Sofia, na rua Avelar Machado, música em disco numa “Grafonola”.

- Aonde morou o professor Damas, na Rua Direita, esquina da rua que vai para a fonte da Chã, habitava aí o Tenente Ferreira com a sua companheira francesa D. Valentina. Ele foi feitor da casa Ataíde (azinhal).

- As primeiras motocicletas (motos) existentes na terra foram: a do Victor Pereira e a do Sidónio Pires (meu pai).

- Os primeiros automóveis da terra foram do Dr. Pádua Ramos, José Esteves, Victor Pereira, José Maria Luís Ferreira, Covão, João “Casinha”, Manuel “Casinha”, José Pires e Sidónio Pires. O carro do Manuel “Casinha” foi adaptado com um gasogénio, sendo o mesmo também utilizado em duas camionetas, por causa do racionamento aos combustíveis por causa da II Guer-ra Mundial. O gasogénio é um aparelho que transfor-ma, por oxidação incompleta, o carvão ou madeira num gás combustível (gás pobre), empregado nos motores de explosão como substituto da gasolina.

- No actual café, ao lado da padaria Lucas, na Rua Avelar Machado, existia um R/C que era habitado pela família Pombo, mais tarde taberna e mercearia Manholas.

- A primeira peixaria foi a da Antónia Ludovina, casa-da com José Tomás que ia buscar o peixe a estação da C.P. do Tramagal. Este homem não sabia nadar

RECORDANDOO PASSADO

ADOLFO PIRES

e em todas as ocasiões atravessava o Rio Tejo com um barco a remos, sempre de madrugada. Como era pescador no Rio Tejo o Mário “Galito” também começou a vender peixe do mar, isto também na Rua Direita.

- Havia um cesteiro na Rua Avelar Machado aonde habitava o João Pimenta de nome Joaquim Pereira (O Pio).

- Existiam algumas vacarias, a do Serafim Pereira, nas actuais ruínas na estrada da Barca, antes da Quinta da Capela; a do Azinhal; a do Manuel Lopes que era próxima da habitação do padre Joaquim (Largo das Festas – ao lado da actual sede social); a do Pascoal; a da Capela e do Joaquim Pereira (o do lagar de azeite).O leite era vendido de porta a porta, em bilhas de zinco com medidas no fundo.Recordo-me de bons motoristas, o Manuel Pedro (era das Sentieiras); o Luizinho (marido da Antónia Flor, da Rua Dr. João de Deus); o José Carqueija; o Soares; o filho de Luís Brás; o Manuel Pires (filho), e outros …

- Havia duas mercenarias, a do Manuel Parente (irmão da Ivone Selada), teve a sua primeira oficina na Rua Avelar Machado, assim como a do Francisco Anas-tácio Passarinho (era das Sentieiras), teve como seu aprendiz o João António Pinho Gama.

- Três boas costureiras existiam na terra, aonde as moças aprendiam a confeccionara roupa, a Lucinda Patrícia (mãe do Joaquim Bento); a Maria José Patrícia e a Antónia Flor (que vivia na Rua Dr. João de Deus).

SETEMBRO 20078 Novas

COMUNIDADES RELIGIOSASCONVIVEM NO SOUTO

As comunidades religiosas de Rio de Moinhos e Montalvo juntaram-se na Capela da Nossa Senhora do Tojo, na freguesia do Souto, a fim de con-viver e de partilhar momentos culturais. Durante o evento actuaram vários grupos de ambas as freguesias. A iniciativa teve lugar a 20 de Maio, contando com a presença de muitos fiéis neste local pitoresco com uma na-tureza singela e bonita.

PRIMEIRA COMUNHÃOE PROFISSÃO DE FÉ

Celebrou-se, no dia 7 de Junho, na Igreja Matriz de Rio de Moinhos, a festa da Primeira Comunhão e Profissão de Fé.Depois da Santa Missa, seguiu-se a procissão acompanha-da pela Filar-

mónica Riomoinhense, onde se estriaram três novos jovens músicos. No final da cerimónia, teve lugar o habitual convívio na sede social da nossa freguesia, onde as crianças representa-ram uma peça de teatro.

SETEMBRO 2007 9Novas

III ENCONTRO NACIONALDOS RIO DE MOINHOS DE PORTUGAL

Rio de moinhos, concelho de Sátão, recebeu a terceira edição do Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Portugal que decorreu nos dias 29 e 30 de Junho e 1 de Julho.Para além das habituais tasquinhas e stands, a III Feira do Vinho foi o ponto alto deste certame que pretende reunir o que de melhor existe em cada um dos Rio de Moinhos, dos concelhos de Abrantes, Arcos de Valde-vez, Penafiel, Sátão, Borba e Aljustrel. Durante o evento actuaram filarmónicas, ranchos folclóricos, grupos de música e de dança. Foram ainda promovidas muitas outras actividades, inclusivamente, desportivas.O IV Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Por-tugal já está agendado para a freguesia do concelho de Borba. A quinta edição terá lugar, em 2009, no

concelho de Arcos de Valdevez, e a sexta, em 2010, no concelho de Aljustrel. E como se pretende que o evento torne às origens, o VII Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Portugal, decorrerá na freguesia do concelho de Abrantes.

SETEMBRO 200710

FESTA DE FINALISTAS DAS ESCOLAS

Novas

As crianças das escolas de Rio de Moinhos promove-ram a sua festa de final de ano, no dia 17 de Junho. Música, teatro, dança e muita animação tomaram

conta da sede social onde se realizou o evento.

SETEMBRO 2007 11

A Casa do Povo de Rio de Moinhos promoveu, no dia 2 de Junho, mais uma Festa da

Criança.

I GALA DO DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

Novas

SETEMBRO 200712 Desporto

FUTEBOL DE PRAIANo número anterior de “O Riomoinhense” informá-mos que a Associação Juvenil Remoinhos d’Água iria participar nas Festas do Concelho de Abrantes.De facto, essa participação concretizou-se com a organização do I Torneio de Futebol de Praia que se realizou no nosso concelho.A iniciativa teve lugar na margem norte do Aquapolis e contou com a participação de seis equipas.O Abrantes Futebol Clube (AFC) que foi o grande

IX RALLYPAPPER

A nona edição do Rally Paper, em Rio de Moi-nhos, teve lugar a 2 de Setembro.Este evento tem como finalidade proporcionar momentos de lazer e competitividade entre amigos de Rio de Moinhos. As receitas da inscrição foram totalmente distribuídas a en-tidades da Freguesia (Casa do Povo, Paróquia, Filarmónica e Centro de Apoio a Idosos) com o intuito de as ajudar financeiramente nas suas actividades anuais.A próxima edição será organizada pela equipa de João Garrafão, vencedora deste ano.

vencedor do torneio, com 15 pontos, seguindo-se o Café 2000, com 9 pontos, e a Juverio de Rio de Moi-nhos, com 7 pontos.O principal destaque vai para António Santana, joga-dor do AFC, que foi considerado o melhor jogador do torneio e o melhor marcador com 25 golos em cinco jogos.João Rosa, da equipa Brigada 10ºC foi considerado o melhor guarda-redes.

LAN PARTYA pretensão dos jovens riomoinhenses em organizar uma Lanparty foi concretizada no último fim-de-semana de Maio, quando a Associação Juvenil Remoinhos d’Água pro-moveu a sua I Lanparty.Ao repto lançado a todos os adeptos desta actividade res-ponderam vários jovens riomoinhenses e outros oriundos

de Abran-tes que foram os vencedo-res deste I Torneio do Jogo “Counter Strike”.

SETEMBRO 2007 13Desporto

CICLOTURISMO 25 DE ABRILComo já vem sendo tradição em Rio de Moinhos, a casa do Povo promoveu, uma vez mais, no dia 25 de Abril, o seu passeio anual de cicloturismo, entre Rio de Moinhos e Constância.O referido passeio contou com a presen-ça de cerca de uma centena de pessoas, de todas as idades, que para além da prática desportiva também puderam conviver e apreciar a bela paisagem que nos envolve durante todo o percurso.No final do passeio, os participantes banquetearam com um apetitoso almoço e aplaudiram as actuações da Escolhinha de Música da Filarmónia Riomoinhense e do Rancho Folclórico “Os Moleiros” da Casa do Povo.

FESTA DEFINAL DE ÉPOCA

Para assinalar o final de mais uma época desportiva, a equipa de futebol de Amoreira promoveu um encon-tro no dia 2 de Junho.

SETEMBRO 200714 Letra a Letra

Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira. Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo. Artigo III Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança. Artigo IV Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. Parágrafo único: O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino. Artigo V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio

ESTATUTOS DO HOMEM

| Publicado a pedido de M.L.J. |

nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa. Artigo VI Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora. Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo. Artigo VIII Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor. Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura. Artigo X Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco. Artigo XI Fica decretado, por definição,

que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã. Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor. Artigo XIII Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou. Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Thiago de MeloSantiago do Chile, Abril de 1964

SETEMBRO 2007 15Letra a Letra

A minha relação com Rio de Moinhos vem desde 1998 e foi pai-xão à primeira vista e para toda a vida.Desde essa altura eu digo sempre “a minha aldeia” pois é assim que a sinto: como minha.Não digo isto hoje porque estou bem disposta. Digo SEMPRE!Rio de Moinhos preenche a minha alma durante todo o ano.No Outono, quando as folhas douradas fazem tapetes nas ruas, as andorinhas cobrem os fios eléctricos e de telefone, num último adeus aos ninhos, quando o sol aquece os velhotes nos bancos do jardim ou do largo.No Inverno, se a chuva lava os telhados que brilham num con-traste vermelho contra o cinzento do céu e do rio e tudo cheira a limpo.No Verão, quando o sol escalda, as portadas se encerram e à noi-te o canto da água na Fonte da Chã refresca o ar e os namorados aí conversam até tarde ou as vizinhas que vão à água põem as novidades em dia.Mas é agora, na Primavera, que a minha Aldeia me toca todos os sentidos e me abre o coração.São as folhas suaves de veludo da tília grande, o cheiro das flores de laranjeira, dos jardins bem cuidados e do rosmaninho que es-pera a procissão, que respiro e guardo em mim. São os rouxinóis que cantam à noite e embalam o meu sono, as andorinhas que chegam e espalham de dia o seu chilreio.A frescura da água das fontes que bebo com as mãos em concha, acabadinha de sair das entranhas frescas da terra.É o brilho do sol que se reflecte nas casas branquinhas e que tor-na tudo luminoso, o verde dos campos, o sorriso alegre de quem se cruza comigo nas ruas.Se um dia eu tiver que me afastar da minha Aldeia, eu sei que vou estiolar e morrer como uma flor sem sol.

Rio de Moinhos, 21 de Abril de 2007

RIO DE MOINHOS

| FÁTIMA BELÉM |

VISITA AOFLUVIÁRIODE MORA

A autarquia de Rio de Moinhos, promoveu, no dia 27 de Maio, o seu habitual passeio cultural para os idosos de toda a freguesia. Gratuito para os habitantes com mais de 65 anos, este ano o passeio teve como destino o Fluviário de Mora, onde foi realizada uma visita guiada.Após o almoço, os três autocarros fizeram ainda paragens em Coruche e no Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha. Um dia diferente, propor-cionado aos mais desfavorecidos da nossa freguesia.

SETEMBRO 200716 Arqueologia

As escavações de Paulo Félix na Pedreira, revelaram várias lareiras de argila batida e uma estrutura pétrea arqueada indefinida com mós planas e cerâmicas associa-das do Bronze Final, testemunhan-do um tipo de habitat simples e até pobre, relativamente ao poder aquisitivo de utensílagem de Bronze presente no local, caso do Machado plano tipo “Bujões-Barcelos” e do fragmento de punhal tipo “Porto de Mós”. Que moeda de troca teriam estes casais e aldeias para adquirirem esses utensílios? Seria dos exce-dentes agrícolas ou do recurso à exploração mineira das areias do Tejo e das conheiras? O simples metal em bruto poderia constituir essa troca. Na Pedreira e Carrascal, assim como nos restantes locais anteriormente mencionados, não se constata moldes ou a fundição de cobre/ bronze. Não seria de supor que os detentores do conhecimento da metalurgia do cobre/ bronze dos povoados Calcolíticos continuassem a rea-lizar nos casais e nas aldeias essa mesma prática? O que realmente nos parece é que essa aquisição se deve a um comércio implanta-do e controlado por comunidades

VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS - RIO DE MOINHOS (V)

| ÁLVARO BAPTISTA |

metalúrgicas que o fundiam e eventualmente vendiam o produ-to acabado. E isto parece ser claro face aos esconderijos de fundidor de Barreiras do Tejo – Abrantes e Porto do Concelho – Mação. Mas será que se tratam efectivamente de esconderijos ou de deposições rituais? Também toda a arte rupestre do Pinhal Interior da zona da Sertã e Oleiros, com círculos, pedomorfos e as imensas mamoas dessas áreas e as nossas já referidas associadas a vias, marcam a existência, pro-vavelmente de rotas mineiras que ligariam o interior até esta grande área do Vale do Tejo, reflectindo uma intensa actividade minei-ra, metalúrgica e comercial. Em Maxial do Além – Abrantes, na co-nheira do Sobral foi recentemente descoberto (pelo autor – inédita), várias estruturas circulares de argi-la batida implantadas no interior da conheira do Sobral e que bem podem revelar estarmos perante importantes fornos de fundição, ou da primeira redução do metal, cuja cronologia ainda se desco-nhece, por ausência de escava-ções, prometendo trazer algumas achegas, até porque ali nada de romano se observa.

Mas a leitura anteriormente efec-tuada pode bem não ser assim tão simples. Embora pudesse existir um comércio de cobre, estanho e de utensílios, a explo-ração mineira em torno do Tejo e do Codes até poderia ter sido realizada por todas estas comu-nidades próximas do Vale do Tejo, através dos seus elementos experientes na exploração minei-ra. Essa união poderia ter origi-nado a eleição de um respeitado chefe dominante, representativo de todas elas e regulador dos seus interesses. O resultante dessa exploração poderia servir apenas como troca, ser fundido ou até ser transformado em utensílios, revertendo qualquer deles para o todo comunitário. A reparti-ção do ouro ou da prata obtida conduziria a um determinado poder aquisitivo por parte de cada grupo distinto e assim a possi-bilidade de aquisição de diversa manufactura acabada. A crescente riqueza, importância do chefe, e até a premente necessidade de defesa teria talvez originado, cada vez mais, uma crescente classe guerreira e talvez uma sociedade mais hierarquizada se não mesmo ritualista e o surgir talvez até de

SETEMBRO 2007 17Arqueologia

alguma casta sacerdotal, embora o chefe pudesse assumir posição relevante entre a classe guerreira e sacerdotal.A chegada da Idade do Ferro não parece ter criado nova mutação ao nível de povoamento mas sim o de uma mesma continuidade nos locais anteriores do Bronze Final e é testemunhado pela presença material e práticas de enterramento e até é marcada pela chegada de mercadores Fenícios a estas paragens, como se atesta pela conta de colar da al-deia da Pedreira, a antiga “Tubuc-ci”. Mudanças talvez as possamos encontrar ao nível de alguma for-tificação («oppidum» de Abrantes e Cabeço das Mós) ou ao nível do controle da exploração mineira (BATISTA, Á. 2004:168).Embora durante a Idade do Ferro possamos estar perante uma cres-cente sociedade proto-estatal que dominaria determinado espaço territorial em termos políticos, económicos, sociais e religiosos,

o facto é que talvez esse princípio já se tivesse iniciado no período anterior. Se o bastão de mando do Casal do Carvalhal e os prováveis fragmentos da Pedreira marcam o prevalecer de uma mesma unidade e identidade cultural, a sua representação como símbolos de poder, talvez indique estarmos perante casais e aldeias autóno-mas, embora sob essa crescente sociedade proto-estatal. Sobre a romanização desta área ribeirinha já tratamos em BATISTA, Á. 2004:169 e sgs. Perante o que escrevemos não se nos afigura neste momento uma outra inter-pretação.O importante vicus da Pedreira/ Carrascal, servido pela via da foz do Zêzere ao Castelo de Abrantes, persistiu mesmo após a queda do império romano. Testemunho é a sua necrópole visigótica des-de o século IV/ V d.C. ao VIII d.C (foto 12). Um típico casal agrícola visigótico seria o existente na Quinta da Légua, destruído pela

Foto 12 Pedreira I – Necrópole Visigótica

construção da A23 (foto1), é mais um elemento indicativo dessa continuidade de ocupação nesta área do Vale do Tejo até certamen-te à invasão árabe da Península em 711 d.C.

BIBLIOGRAFIA

BATISTA, Á.2004 – Carta Arqueológica do Con-celho de Constância

CANDEIAS, J., BATISTA, Á. E GASPAR, F.No prelo – Carta Arqueológica do Concelho de Abrantes

CANINAS, J.C., HENRIQUES, F. BATATA, C. e BATISTA, Á2004 – “Novos Dados Sobre a Pré-História Recente da Beira Interior Sul. Megalitismo e Arte Rupestre no Concelho de Oleiros”, Separata da Revista – Estudos de Castelo Branco, Julho, Nova Série nº 3

CUNHA, J.C.2000 – Concelho de Abrantes – A Economia Agrária em Meados do Século XX

GOMES, M.V.1987 – “Arte Rupestre do Vale do Tejo”, Arqueologia no Vale do Tejo, IPPC

PEREIRA, M.A.H.1971 – “Algumas Jazidas Paleolíticas do Concelho de Abrantes”, Actas do II Congresso Nacional de Arqueologia

SETEMBRO 200718 Apontamentos

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FESTAS EM PUCARIÇA

A Associação Juvenil Remoinhos d’Água co-memorou o seu primeiro aniversário com uma festa que teve lugar nos dias 2 e 3 de Junho.O evento integrou uma actividade de aventura “Paintball”, que se realizou no Parque Urbano de São Lourenço, e um jantar que contou com a presença de um representante de cada uma das associações da freguesia. Por último, foi projectado um filme.

REMOINHOS D’ÁGUA

1º ANIVERSÁRIO

Organizados pela Comissão de Melhoramentos da Puca-riça, os festejos anuais desta localidade tiveram lugar nos dias 23 e 24 de Junho.Os festejos decorreram jun-to à Igreja e levaram, como sempre, várias pessoas à Pucariça, onde puderam desfrutar de belas refeições e boa música.Actuaram a Filarmónica Rio-moinhense, desfilando pelas

ruas da Pucariça, a marcha da escolinha de Música e o Rancho Folclórico “Os Molei-ros” da Casa do Povo de Rio de Moinhos. A Associação Remoinhos d’Água organi-zou um torneio de tiro ao alvo, integrado nos festejos.

SETEMBRO 2007 19Apontamentos

I REMOINHOS EM FÉRIASE II CICLO DE ANIMAÇÃO

Com o intuito de ocupar, de forma saudável e lúdica, os tempos livres das crianças da nossa aldeia e dos jovens em geral, a Associação Juvenil Remoinhos d’Água organizou o seu I Campo de Férias, denomina-do “Remoinhos em Férias” e o seu II Ciclo de Cinema de Animação.Com a duração de três dias, as actividades desenvol-

241 881 162 (Comércio)241 881 372 (Residência)

Rua Avelar Machado, 20-242200 Rio de Moinhos ABT

vidas foram muito variadas e proporcionaram, às 23 crianças participantes, excelentes experiências e muita alegria.Das várias actividades realizadas, destaca-se o Peddy Paper, que levou as crianças e os monitores a percorre-rem e a animar as ruas da nossa aldeia, ensinando-lhes um pouco mais sobre a história da nossa freguesia.

SETEMBRO 200720 Última

ARMAÇÃO DO PINHEIROA tradi-cional Armação do Pinheiro cumpriu-se, mais uma vez, em Amoreira, no dia 29 de Abril.Esta tradi-ção cultural está em desuso no concelho mas nesta localidade mantêm-se viva este evento que todos os anos prima pela par-ticipação, bastante animada e activa, de toda popu-lação. Este ano um jovem con-seguiu subir até ao topo do pinheiro merecendo receber o respectivo prémio.