o reino chegou 13 estudos nos evangelhos e atos - lições bíblicas cultura cristã

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13 Estudos Bíblicos sobre os Evangelhos e Atos c CURRÍCULO AVÍ3KUH5A CRISTÃ _& SJ»4Vi '•A.VvVÍW-V^'^ 13 ROTEIROS DE ESTUDOS BÍBLICOS PARA CÉLULAS, QRUPOS ÍM DE ESTUDO, QRUPOS FAMILIARES, CLASSES DE DISCIPULADO Rpj OU CLASSES DA ESCOLA DOMINICAL Q|gj

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A vida cristã envolve testemunhoe o enfrentamento da ordem social,política e econômica estabelecida,sempre que essa ordem for contráriaaos preceitos de Deus. O reinode Deus ensina a humildade, oserviço e a abnegação, e ensina também que a glória e as atenções devem ser unicamente voltadas paraCristo. Já na pessoa e obra de JoãoBatista temos claro exemplo disso!

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  • 13 Estudos Bblicos sobre os Evangelhos e Atos

    cCURRCULOAV3KUH5A

    CRIST

    _& SJ4Vi 'A.VvVW-V^'^

    13 ROTEIROS DE ESTUDOS BBLICOS PARA CLULAS, QRUPOS MDE ESTUDO, QRUPOS FAMILIARES, CLASSES DE DISCIPULADO Rpj

    OU CLASSES DA ESCOLA DOMINICAL Q|gj

  • O EVANGELHO CHEGOUE ESTA SENDO PREGADO

    Quatro anos atrs, quando lanamos o currculo AventuraCrista com uma grade de cinco anos para jovens e adultos, 99parecia um ano distante, s menos escatolgico do que o ano2000.

    Mas a Bblia nos ensina que tudo passa rapidamente, e nsvoamos. E esteja e o segundo trimestre de 99. O apocalptico2000 est mais perto, multo ainda vai ser dito por conta do finaido milnio e ns... f3en% j estamos preparando uma nova gradepara cobrir o perodo de 2001 a 2005, mas contaremos osdetalhes mais tarde.

    Seguindo nossa programao, este um dos trimestres deexposio bblica, o quarto de um total de seis no programa quese encerra no final do ano 2000. Esses trimestres se alternamcom outros, doutrinrios e temticos, de modo a se atender melhoras necessidades de cada escola dominical.

    Procuramos aproveitar ao mximo o bom material produzidopelo autor. As lies tm bom contedo. Mesmo assim, fundamental que o professor tenha tambm o livro do professor.H ali muito mais informaes e sugestes para as aulas. Forisso, se seu professor utiliza apenas o livro o aluno, sugira qjje eleadquira tambm o do professor. Desse modo ele ter maiscondies de preparar aulas mais de acordo com as necessidadesda classe.

    Que esse seja um trimestre de multo crescimento para voc,sua classe e sua Igreja, Deus o abenoe.

    Cludio MarraEditor

  • Leitura devocionalDomingo: Jo l .15-31Segunda: Lc l ,8-23Tera: Mc 6.14-29Quarta: 3.1-17Quinta: Jo 1.32-42Sexta: Lc 1.57-80Sbado: Jo 1.1-14

    O Reii

    BIBLIOTECAProf. Antnio ifeYiti'Trajar

    mo/m Arauto Humilde

    Para o Rei-Servo SofredorLucas 7.18-35

    Texto Paralelo: Mt 11.2-19

    INTRODUOMais do que nunca, a socieda-

    de se apresenta centralizada no pr-prio homem. E infelizmente isso in-clui tambm o cristianismo.

    O perigo est por toda parte.A vida crist envolve testemu-

    nho e o enfrentamento da ordem so-cial, poltica e econmica estabeleci-da, sempre que essa ordem for con-trria aos preceitos de Deus. O rei-no de Deus ensina a humildade, oservio e a abnegao, e ensina tam-bm que a glria e as atenes de-vem ser unicamente voltadas paraCristo. J na pessoa e obra de JooBatista temos claro exemplo disso!

    L O ARAUTO PREPARA OCAMINHOEnfrentando a Ordem Estabelecida

    Como o arauto de Cristo, JooBatista teve de preparar o caminhodo Senhor (Is 40.3). Essa prepara-o significava influenciar o contex-to religioso da poca, em face daproximidade do ministrio de Jesus.No podemos nos esquecer de que arevelao trazida por Jesus e todo o

    Novo Testamento no contradiz emnada o Antigo Testamento. Pelo con-trrio, o NT o cumprimento daqui-lo que foi revelado no Antigo (Mt5.17). Na verdade, o prprio AT trazde forma implcita, parcial e obscu-recida, a revelao trazida luz porJesus e os apstolos, exatamentecomo pela sombra de um objetopode se conhecer algumas caracte-rsticas do prprio objeto. Assim, oAntigo Testamento a sombra de tudoo que revelado no Novo (Hb 10.1).

    Por isso, com a vinda de Jesusdeveria haver uma transio naturalda f judaica para o cristianismo.Mas alguns fatores conduziram a co-munidade de Israel para longe do co-nhecimento verdadeiro e no acei-taram o Messias prometido (Jo 1.11).O "profeta semelhante a Moiss" (Dt18.15-18) que sabemos ser o prprioCristo no foi aceito por eles comoo Messias (esperavam algum queos libertasse do jugo romano). Almdisso, esperavam a ressurreio deElias (Jo l. 19-21) no o reconhecen-do em Joo Batista (Mt 11.14).Some-se a isso a adulterao dos en-

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  • sinos do Antigo Testamento por cau-sa da tradia.Qu lei.or.al (Mt 15.3) ea corrupo da religio estabelecidano Templo (Jo 2.13-17).

    Nesse contexto, Joo Batista levantado. Ele, como um profeta doAntigo Testamento (pois o AT seencerra com o ministrio de JooBatista - Mt 11.13), tem a responsa-bilidade de exortar o povo ao arre-pendimento (Mt 3.7-10). Assim te-riam a oportunidade de voltar obe-dincia como fruto da f, negando aauto-suficincia nas "boas" obras, eteriam o conhecimento e o espritoadequados para reconhecer a Jesuscomo o Cristo.

    l L O ARAUTO REPRESENTA OREI - A SOMBRA MAIS PRXI-MA DA REALIDADEO Servio Humilde de Um SditoLeal

    Joo Batista e Jesus tinhammuito em comum, no que diz res-peito vida e obra. Joo Batista foium elemento de transio do Anti-go para o Novo Testamento. Foi oponto do Antigo Testamento maisprximo da realidade trazida peloNovo. Quando Jesus afirmou queno houve ningum como Joo Ba-tista (Mt 11.7-10; Lc 1.14-17), eleno se referia simplesmente pes-soa de Joo, mas dignidade de seuministrio. Joo era aquele que ha-veria de preparar o caminho do Se-nhor. Na verdade, a pregao do

    arauto j evidenciava a presena doCristo, anunciando que o Messias es-tava entre o povo, mas que eles noo conheciam (Jo l .26-27).

    Embora fosse algum de gran-de importncia, Joo Batista sabiaenxergar sua inferioridade em com-parao ao Messias, dizendo que"no era digno de desatar-lhe as cor-reias das sandlias" (Jo l .27), servi-o geralmente realizado por servos,ou aquele de menor dignidade nacasa. A sua inferioridade em rela-o a Cristo pode ser ilustrada pelarelao de parentesco existente en-tre ambos. Como primos, tinham umgrau secundrio de parentesco, poisos parentes diretos de algum sol-teiro so os pais e irmos. O relacio-namento com os primos secund-rio. Este princpio aplicado rela-o de parentesco de Joo Batista eJesus, ilustra que Joo estava relaci-onado a Jesus mas (como afigurado primo ilustra) sem ter a dignida-de de Jesus. Foi um personagem se-cundrio. Uma figura da ligao deambos os ministrios, mas distin-guindo a superior dignidade, impor-tncia e prioridade da pessoa e obrade Jesus.

    Outro aspecto da ligao do mi-nistrio de ambos foi o batismo pra-ticado por Joo Batista. Ele afirma-va que a finalidade daquele batismoera o arrependimento (Mt 3.6; Mc1.4). Certamente isso no significaque se tratava de uma cerimnia

  • mgica, e que a sujeio a esse ritoconferia o perdo de pecados. No,era um sinal do arrependimento.Essa prtica iniciada por Joo Ba-tista (por isso Batista)^ preparou opovo para a introduo do batismocristo, que simboliza a regenerao ea unio com Cristo.

    Os ministrios e a vida de Je-sus e Joo Batista indicam tambmoutros pontos em comum: ambos en-sinaram seus discpulos a orar. EmLucas (11.1) vemos que a OraoDominical (que quer dizer Oraodo Senhor) foi proferida corno res-posta ao pedido de urn discpulo quedisse, "Senhor, ensina-nos a orarcomo tambm Joo ensinou a seusdiscpulos". Resta-nos a analogiamais foite entre eles: ambos os mi-nistrios incluam a morte. As simi-laridades eram tantas que o povochegou a pensar que Jesus fosse, naverdade, o prprio Joo Batista res-suscitado (Mt 16.14; Mc 8.28; Lc9.19). Assim, por tudo isso que vi-mos at agora, possvel olhar paraJoo Batista como sendo a prpriasombra de Cristo.

    I l l , A MANIFESTAO DO REI OU AM DO O ARAUTO SAI DECENAFidelidade At o Fim

    Estudando os evangelhos, ve-mos que Joo Batisa no s umdivisor de guas entre o Novo e oAntigo Testamentos, ou sinal da pro-

    ximidade do Messias (Mi 4.5), mas tambm um marco no ministriodo prprio Jesus. Isso fica claro aorelacionarmos alguns textos.A. O Arauto D Lugar ao Rei

    Quando estava preso, Joo Ba-tista enviou mensageiros a Jesus per-guntando-lhe se Jesus era de fato oCristo, ou se deveriam esperar outro(Mt 11.3). Jesus respondeu mencio-nando seus atos, sinais e maravilhas,e o anncio do evangelho ao povo.A situao de Joo Batista no eranada boa. Estava preso e sabia quedificilmente sairia dali com vida.Queria, portanto, ter a certeza quesua obra teria alcanado seu objetivo.

    Ao que parece, os evangelhosentendem que o ministrio de JooBatista s terminaria com sua mor-te. Raramente a narrativa dos evan-gelhos se desvia do personagemprincipal da histria, que o prprioCristo. Entretanto, o relato da mortede Joo Batista nos evangelhossinpticos (Mateus, Marcos e Lucas)aparece de forma anacrnica (fora dasequncia cronolgica certa). Foiapresentado como uma explicaoao temor de Herodes de que Jesusfosse Joo Batista ressuscitado. Mashouve um objetivo especfico parase falar da morte de Joo ali: anun-ciar a fase final e decisiva do minis-trio de Jesus. A morte de Joo Ba-tista era necessria! Era o trminode seu ministrio. Isso porque en-

  • quanto Joo Batistano sasse defi-nitivamente de cena, embora preso,ele disputava a preferncia e a aten-o dos judeus e grande maioria dopovo que o reconhecia como profe-ta. A influncia de Joo no povo foitamanha que, muitos anos aps suamorte, durante a terceira viagemmissionria de Paulo, passando porEfeso, o apstolo encontrou ali umgrupo de discpulos de Joo Batista,a quem ainda no haviam sido anun-ciadas as boas novas do evangelho(At 19.1-4). Por isso, devido a ta-manha influncia, era algo vital parao ministrio de Jesus que sua "som-bra" (o primo arauto) desapareces-se completamente, o que s se dariapela morte de Joo.

    Essa verdade j vista profeti-camente quando Joo Batista afirma:"Convm que ele cresa e que eu di-minua" (Jo 3.30). A ideia aqui que,pelo crescimento ativo e contnuo deJesus, Joo Batista passiva e conti-nuamente seria diminu do. Entretan-to, isso no implica apenas popula-ridade, mas pode ser que Joo Ba-tista estivesse at mesmo mencio-nando sua morte.B. Joo Batista: Um MarcoMessinico

    Logo aps a narrativa da mortede Joo em Mateus, Marcos e Lucas,Jesus procura um lugar deserto, cer-tamente para meditar e orar, pois oseu ministrio o levaria morte as-

    sim como ocorrera com o arauto.Agora nada mais o separava da cruz.Mas embora desej oso de se isolar eleainda foi interceptado pelas multi-des (Mt 14.13-14; Mc 6.31-34; Lc9.10-11). Tal desejo s foi concreti-zado aps ter alimentado miraculo-samente essas pessoas, nessa mes-ma ocasio (Mt 14.23; Mc 6.45-47).Curiosamente, aps o relato damorte de Joo Batista que Jesus co-mea a se revelar mais claramentecomo Deus, como Cristo e^como oprofeta semelhante a Moiss.

    Em Mateus, aps a primeiramultiplicao dos pes, Jesus sepa-ra-se de seus discpulos para satis-fazer seu desejo de orar (Mt 14.22).Depois de ir andando por sobre asguas, socorrer a Pedro, e subir abordo, os discpulos o adoram dizen-do: "Verdadeiramente s Filho deDeus!" (Mt 14.33). Nesse ato dosdiscpulos vemos o reconhecimentoda divindade de Jesus por causa daadorao (pois um judeu s adora-ria algum que reconhecesse serDeus), e pela expresso "Filho deDeus" que, para eles, implicariaum ser igual a Deus, portanto, oprprio Deus.

    Lucas omite esta passagem e asubstitui por uma encontrada umpouco mais adiante nos outros evan-gelhos: a confisso de Pedro (Lc9.18-22). Nesse episdio, logo deincio existe uma associao pes-soa de Joo Batista (v.19). Temos a

  • afirmao de duas verdade importan-tes: Jesus concorda com a afirmaode Pedro, de que ele era o Cristo (Lc9.20-21); e Jesus anuncia pela pri-meira vez que haveria de morrer eressuscitar (v. 22). o que repete logoadiante (vs. 43-45).

    O evangelista Joo, assimcomo Marcos, embora narre a pas-sagem de Jesus andando por sobre omar, no termina a narrativa comoMateus, com a declarao dos disc-pulos de que Jesus era, de fato, oFilho de Deus. Entretanto, j na nar-rativa da multiplicao dos pes (an-tes de Jesus andar por sobre asguas), associa-o com o profeta se-melhante a Moiss (Jo 6.14). Na po-ca de Cristo havia uma crena po-pular de que o profeta prometido, se-melhante a Moiss (Dt 18.15-16),haveria de alimentar a multido deforma sobrenatural, assim comoMoiss havia alimentado o povocom man quarenta anos no deser-to (x 16.35). Essa foi a razo dopovo seguir a Jesus por causa dospes (Jo 6.26).

    O evangelista Marcos o ni-co que no associa diretamente amorte de Joo Batista com a mani-festao mais clara e urgente do mi-nistrio de Cristo. Mas registra tan-to a confisso de Pedro quanto a pre-dio da morte e ressurreio de Je-sus (Mc 8.27-31) dois captulos de-pois da narrativa da morte de Joo

    Batista, deixando claro que esta re-velao mais direta sobre a pessoa eobra de Cristo aconteceu depois damorte de Joo. A morte de Joo Ba-tista. portanto, serve como um sinala Jesus: havia chegado a hora de semanifestar mais diretamente e assu-mir seu ministrio a "todo vapor".

    CONCLUSOJoo Batista foi uma pessoa ad-

    mirvel. Teve a dignidade de seraquele que esteve diretamente rela-cionado ao ministrio do prprioCristo. No entanto, no se engran-deceu como maior ou igual quele aquem precedia. Saiu de cena na horacerta! Viveu e morreu para a glriade Deus, e teve prazer na vontadedo Senhor para sua vida. Pela sua fi-delidade, cumprindo seu ministrioat o final, serviu de sinal e marcopara o prprio Cristo reconhecercomo sendo o momento de acelerarseu caminho at a cruz. As lies queo arauto nos deixa so muitas, masdestaco: 1) o seu emprenho no mi-nistrio que Deus lhe concedeu, emdetrimento daquilo que ele poderiausufruir das coisas, mesmo que lci-tas, neste mundo; 2) sua coragem emfazer diferena, enfrentando a ordemestabelecida da sociedade de suapoca; 3) a suahumildade em no cha-mar a ateno para si, mas centralizara ateno do povo em Jesus. Apren-damos com o exemplo de Joo.

  • APLICAOPense na sua motivao para

    toda e qualquer coisa que voc rea-liza no reino de Deus. Por que vocfaz tais coisas? Simplesmente porgosto? Para promover-se? A moti-vao de todas as coisas para umcrente verdadeiro a glria de Deus.Pense na sua postura diante da soci-

    edade em tudo aquilo que contr-rio Palavra de Deus. Qual sua ati-tude? Posiciona-se firmemente naverdade, omite-se, ou toma a formado mundo? Temos de viver o evan-gelho mesmo que isso traga a nos-sa prpria morte. A mesma reali-dade aplica-se ao seu ministriopessoal na igreja.

  • Leitura devocionalDomingo: Ec3.1-8Segunda: JPe 5.5-11Tera: Ec 3.16-22Quarta: Ef .10-20Quinta: Is 14.l-23Sexta: Lc 8.26-34Sbado: l Cr 21.1-30

    A Aprovaodo Ungido

    Aprendendo a Conhecer e Derrotar o InimigoMateus 4.1-11

    Textos Paralelos:l Marcos 1.12-13; Lucas 4.1-13

    INTRODUOCerta vez, uma me pediu a seu

    pequeno filho que fosse a determi-nado lugar fazer-lhe certo favor. Mastendo acompanhado o 'filho at oporto ela percebeu que, em vez deir direto pela rua (o caminho maiscurto e direto), ele tomou o rumo darua paralela para dar a volta em todoo quarteiro, uma volta enorme edesnecessria. Ao perguntar ao filhoo motivo daquilo, o menino pronta-mente respondeu: "Minha professo-ra disse que o caminho mais curto do diabo!" Pedagogia e didtica parte, notamos que esse princpio aplicado vida em vrias formasprticas. O homem sempre atradopor atalhos, na tentativa de satisfa-zer imediatamente seus desejos, svezes querendo ser algo que ele no, ou para o qu no tem a qualifica-o necessria.

    Frequentemente os noticiriosdivulgam crimes envolvendo fraudesem questes estudantis e acadmi-cas. s vezes diplomas de cursos su-periores so negociados, conferindoa pessoas a credencial para exerce-

    rem profisses para as quais no es-to qualificadas. Existe uma "cultu-ra" antiestudo na maioria das nos-sas crianas e jovens. Estuda-se pou-co, ou quase nada, e cola-se muito.A prpria pessoa d mais valor aodiploma ou grau alcanado do que sua prpria qualificao, como se odiploma ou a graduao fossem algomgico que conferisse ao seu pro-prietrio a capacitao exigida parao exerccio da profisso.

    A falta da qualificao traz con-sequncias traumticas. O profissi-onal mal preparado vai ter decepesconsigo mesmo e poder prejudicaroutros. Mas os prejuzos no se li-mitaro rea profissional. Da, aimportncia da autenticidade, de seamoldar vontade de Deus e respei-tar o tempo necessrio para se usu-fruir de todas as coisas. Tomemos oexemplo de Cristo...

    K CREDENCIAL DO UNGIDOO ministrio de Jesus comeou

    em seu batismo por Joo Batista, oseu primo arauto (lio anterior).Entretanto, embora j comeando adesempenhar seu papel como Mes-

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  • sias (cujo equivalente no grego "Cristo ", ambos significando "un-gido ")3 era necessrio que Jesus pas-sasse por uma prova, que seria umaforma de credencial para o seu mi-nistrio. O carter essencial desseteste se v claramente no fato de,uma vez batizado (incio de seu mi-nistrio), Jesus ter sido "levado peloEsprito ao deserto, para ser tentadopelo diabo" (Mt4.1). A ao do Es-prito mostra que a tentao ocupa-va agora o primeiro lugar entre ou-tras coisas que Jesus deveria fazercomo nosso representante. A Bbliaensina que Ado e Cristo ocupamum lugar de representatividade emrelao humanidade (lCo 15.45).Em Ado todos caram e, por isso,toda a humanidade descrente temcomo seu representante o primeirohomem (Ado), aquele que trouxe opecado humanidade. Porm, den-tre essa humanidade cada, todosaqueles que crerem e receberem aJesus como o Cristo, passam a serrepresentados por Cristo, o ungidode Deus, que Esprito vivificante.

    Portanto, alm do seu papel desacerdote e de sacrifcio em prol doseleitos, Jesus vem realizar como oltimo Ado aquilo que o primeiroAdo no conseguiu. Jesus veio serobediente mesmo diante do maiorinimigo, o diabo. Ado caiu na ar-madilha satnica, tendo Eva comoinstrumento e isca. Mas Cristo semanteve firme diante de todas as su-

    gestes malignas. Foi por isso que oEsprito Santo, depois de habitar ahumanidade de Jesus no seu batis-mo, levou-o ao deserto para ser tenta-do : Jesus devia tomar o lugar de Adocomo representante dos eleitos.

    h OS MTODOS DOUSURPADOR

    Na narrativa da tentao de Je-sus, temos algumas das estratgiasou mtodos do diabo, em sua tentati-va constante de fazer os crentes erra-rem o alvo estabelecido por Deus parasuas vidas.

    A. Primeira Emboscada: A Sujei-o da Vontade (vs. 2-4)

    Constantemente somos alvo detentaes por meio de vontades que,satisfeitas dentro das condiesestabelecidas pela Palavra, fazemparte das maiores bnos experi-mentadas por um filho de Deus. Per-ceba que Jesus estavajejuando qua-renta dias, no deserto. A propostamaligna inicial dizia respeito exata-mente sua necessidade fsica. algo normal, e no existe pecado al-gum em algum sentir fome. To-somente o sinal do nosso organis-mo de que hora de "abastecer".Mas na situao vivida por Jesus,comer se constituiria em pecado,pois ele estaria quebrando o jejumque havia proposto fazer. Alis, umadas razes mais importantes da pr-tica do jejum nos nossos dias trei-nar o nosso esprito a estar sempre

  • no comando do nosso ser. Muitas denossas vontades tem origem biol-gica mas mesmo estas podem e soutilizadas pelo diabo contra ns.

    Assim, por causa de cansao,muitos deixam de ir igrej a ou cum-prir suas obrigaes assumidas noreino de Deus. Mas se fosse uma fes-ta, ou at mesmo algum tipo de es-porte (como futebol/), a histria se-ria outra. O descanso at manda-mento mas ele no deve comprome-ter minha vida espiritual. A partir daadolescncia, todo ser humano ten-tado dentro da rea sexual. A vonta-de sexual no pecado, bno en-tre o casal, mas se torna pecadoquando alimentada e saciada fora docasamento. Mesmo a comida, umdescontrolado desejo de comer, naverdade resultante de algum tipo deansiedade, tem sido a causa de mui-ta obesidade entre homens e mulhe-res. O jejum uma tima forma detreinarmos a sujeio dos impulsose vontades do nosso corpo aos dita-mes do nosso esprito, funcionandocomo um instrumento de santifica-o. A obedincia Palavra de Deus mais importante do que satisfazeras vontades fsicas (Mt 4.4). Este umdos mtodos do diabo e foi o primeiroutilizado contra Jesus, por causa daocasio vivida por ele: um jejum.B. A Segunda Emboscada: O Tru-que da Anto-afirmao (vs. 5-6)

    Temos aqui um segundo mto-do satnico. Insatisfeito com a resis-

    tncia inabalvel de Jesus primei-ra tentao, o Tentador ataca umaoutra rea bastante frgil na vida dohomem: seu autoconceito. O diaboleva Jesus cidade santa, coloca-osobre o pinculo do Templo, e desa-fia-o a lanar-se dali para baixo, seele fosse de fato o Filho de Deus.Certamente, Satans no estavaquestionando se Jesus era ou no oFilho de Deus, pois ele bem sabiadisso (Mt 8.29; Mc 5.7; Lc 8.28). Naverdade ele estava afirmando que Je-sus era o Filho de Deus e, j que era,deveria provar isso. Mas Deus onico que jamais precisar provarque ele Deus. Auto-afirmao pres-supe dvida, e Deus jamais teve,tem, ou ter dvida sobre si mesmo(x 3.14). Todas as vezes que al-gum (homens ou o diabo e seusanjos) pedir ou exigir a Deus queprove sua divindade, ser o Ser Su-premo, isso tentar a Deus e provo-car sua ira.

    Assim, partindo de verdadessobre o prprio Jesus (SI 91.11-12),o inimigo as utiliza de forma distor-cida, dando a entender que Jesus,como Filho de Deus, deveria dar pro-va disso, atirando-se abaixo para seracolhido pelos anjos. Da mesma for-ma o diabo age conosco em todas asreas da vida, fazendo com que to-memos atitudes que, na verdade, sresultam em malefcio. Muitas ve-zes pessoas so desviadas de seus al-vos espirituais, por querer provar al-

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  • guma coisa no campo profissional ouacadmico. Outros se desviam porse envolver em relacionamentosdesaconselhveis, mas o fazem parater um falso senso de poder, fortale-cimento e afirmao. Na rea espi-ritual esses abusos tomam a formade pecados premeditados. Imagina-mos o perdo j garantido pois, umavez filhos de Deus, podemos pecarque Deus nos perdoar, afirma o di-abo. Ele pode sugerir que voc nemprecisa mais ler a Bblia ou orarconstantemente. Afinal de contas,voc j maduro o suficiente pararesistir a qualquer coisa. Poderamosmultiplicar aqui sugestes satnicas,baseadas em nossas tentativas de auto-afrrmao. Satans investiu contraJesus tentando causar-lhe uma criseexistencial. Mas novamente fracassou.

    C. A Terceira Emboscada: Ilu-so da Glria do Mundo (vs. 8-20)

    Tendo sido derrotado pela se-gunda vez, Satans utiliza aquilo quemais encanta os homens em todosos tempos: a glria deste mundo. Le-vando Jesus a um monte muito alto,mostrou tudo aquilo que o mundodestaca como sendo precioso, impor-tante e prazeroso. Cristo teria essaglria se adorasse o diabo. Sabemosque muitos ainda hoje entram poresse caminho. De fato, o inimigoconcede fama e glria, poder e fama,a muito s que o servem. sabido quemuitos cantores, artistas, e at pol-ticos, fazem acordos com o diabo

    10

    para ter sucesso, fama e poder, ten-do gurus que os orientam.

    O mundo referido pelo diabo o reino das trevas, a sociedade doshomens, que tem conceitos e valo-res completa e frontalmente contraa Palavra de Deus, um reino parasi-ta dentro do reino csmico do Deussoberano. Portanto, algum que temno seu corao este desejo de podere fama, a glria deste mundo, estvivendo em uma duplicidade espiri-tual, pois o verdadeiro crente acu-mula tesouros no cu, e no tem osvalores deste mundo. A glria do cren-te est toda em Cristo, e no seu reino.Tendo sido derrotado pela terceira vez,o diabo se ausentou de Jesus "at mo-mento oportuno55 (Lc 4.13).

    D. Diplomacia Satnica: Torcer aVerdade

    Na primeira e na segunda ten-tao o diabo utilizou apropria Pa-lavra de Deus. Isso acontece cons-tantemente com muitos crentes.Acham base bblica para justificartodo tipo de pecado. Lem narrati-vas, principalmente do Antigo Tes-tamento, de procedimentos queconflitam com os padres divinosmas que foram registrados na Pala-vra de Deus. O fato de a Bblia re-gistrar um fato, no significa dizerque Deus o aprovou. As mil mulhe-res de Salomo (IRs 11.3), a menti-ra de Abrao a respeito de Sara afara (Gn 12.10-20) e depois aAbimeleque (Gn 20.1-18),o sacrif-

  • cio da filha de Jeft (Jz 11.29-40),etc,, so exemplos de fatos que Deusno aprovou. E possvel que o con-texto imediato da vinda de Cristoseja marcado pela incredulidade re-sultante do descrdito ou pela m in-terpretao da Palavra, mediantecrenas erradas, originadas e basea-das na prpria Bblia. O diabo a co-nhece muito bem!

    E. O Mtodo do Crente: Conhecera Verdade

    Este princpio verdadeiro parao crente, pois o crente no pode fa-lar das coisas espirituais baseado na-quilo que pensa ou acha, mas unica-mente na Palavra de Deus. O diabo um ser to astuto, que utilizou omtodo certo, da forma errada. Usoua prpria Palavra para tentar conven-cer a Jesus. O diabo distorceu osensinamentos bblicos, colocandosobre a Bblia a responsabilidade da-quilo que ele mesmo estava propon-do a Cristo. Esta a prova de que onosso inimigo sabe da autoridade daPalavra, da sua utilidade para secomprovar as verdades espirituais.Por isso forou-a a dizer o que elano diz, interpretando-a proposital-mente de forma errada, para que elaconcordasse com seus objetivos (fa-zer Jesus desviar-se da sua obra).

    Portanto, para prevalecer con-tra as tentaes o crente precisar co-nhecer a Palavra de Deus, interpre-tada segunda a s doutrina. CristOj

    em resposta s trs sugestes sat-nicas, cita corretamente as Escritu-ras (vs. 4,7,10), A Bblia tem valorpermanente e autoridade contnua. Jdizia o salmista: Guardo no coraoas tuas palavras, para no pecarcontra ti (SI 119.11). O apstoloPaulo, em sua descrio da armadu-ra concedida por Deus aos crentes,diz: Tomai tambm o capacete dasalvao e a espada do Esprito, que a palavra de Deus (Ef 6.17). APalavra tambm o critrio para sedesmascarar falsos lderes (Ap 2.2), agentes do reino das trevas.Para se rechaar falsas doutrinas indispensvel o conhecimento pro-fundo das Escrituras.

    F. A Essncia da InsurreioPode-se observar urn princpio

    comum a todas as tentaes apresen-tadas a Jesus pelo diabo: o imediatis-mo! Perceba:

    1) o diabo oferece a Jesus aoportunidade de saciar sua fome,pois sabia que Jesus, como Deus, po-deria transformar aquelas pedras empes. J!

    Mas no ltimo verso da narra-tiva da tentao, aps o diabo ter-seausentado, os anjos vieram e servi-ram a Jesus (v. 11).

    2) Na segunda tentao, o dia-bo props a Jesus que provasse suadivindade pela manifestao do ser-vio dos anjos. J!

    Novamente no ltimo verso

  • (v. 11), Jesus servido, o que mostrao cuidado dos anjos expresso nostextos citados por Satans, cuidadoque o inimigo queria ver Jesus pro-var na hora da tentao.

    3) Na terceira tentao ofere-cida a Cristo toda a glria dos rei-nos. Mas Jesus sabia que sua huma-nidade haveria de participar de umaglria muito maior do que aquelaque lhe estava sendo oferecida.Essa glria maior se concretizou nasua morte, ressurreio e assenta-mento no trono.

    O mundo tambm tentou Jesuspor meio da sociedade em que eleviveu. A oposio vivida por Jesuspor parte do seu prprio povo, os ju-deus, funcionava como uma tenta-o para desistir de sua obra. A ten-tativa de coroar Jesus como rei, emoutra situao (Jo 6.15), era algo quevisava desviar Jesus do seu minist-rio, oferecendo a ele a oportunidadede ser o rei poltico esperado dentroda expectativa errada dos judeus arespeito do Messias. Jesus s no foitentado pela sua prpria carne, pelanatureza cada. Ele no tinha natu-reza de pecado, tendo sido gerado porobra do Esprito Santo, para impedirqualquer tipo de transferncia de pe-cado. O autor da carta aos Hebreus,

    falando sobre Cristo ensina que foiele tentado em todas as coisas, nossa semelhana, mas sem pecado(Hb4.15).CONCLUSO

    O diabo muitas vezes tentarforar um sentido errado para a Pa-lavra, na tentativa de levar os cren-tes ao pecado. Da ser vital ao cren-te conhecer a Palavra e a s doutri-na, como meio de resistir s tenta-es, imitando o exemplo de Cristo.Fica denunciado o princpio doimediatismo que conduz ao peca-do. O crente deve ter conscinciade que existe tempo para todas ascoisas e viver sua vida respeitan-do esta verdade.

    APLICAOTome o que foi descrito como

    mtodos satnicos e compare com asua vida. Analise quantas vezes voctem cado nessas armadilhas satni-cas. Descubra se agora mesmo vocno est preso em alguma dessasarapucas. Lembre-se de que grandeparte da santidade se traduz emrespeitar o tempo devido para to-das as coisas. Essa a marca da-queles que esto debaixo da repre-sentao de Cristo, e no da repre-sentao de Ado.

    12

  • Leitura devocionalDomingo: l P 5,5-6Segunda: Ne 8.1-12Tera: SI 37.11Quarta: SI 15Quinta: Lc 10.25-37Sexta: SI 34Sbado: Fp 1.12-26

    O Carter do SditoO Retrato do Crente Ideal

    Mateus 5.M2Texto Paralelo: Lc 6.20-23

    INTRODUO"Eu sou assim mesmo e no

    mudo!" Sem dvida j ouvimos essafrase dita at por crentes. Na bocade um crente ela tem servido parajustificar atitudes incabveis para umdiscpulo de Cristo. Mas para o cren-te verdadeiro "eu sou assim mesmoe no mudo" inaceitvel. A vidado crente um constante progressosegundo nosso modelo que Cristo.Os que usam tal frase certamente sereferem ao temperamento, parte in-tegrante da nossa personalidade. As-sim, a grosseria, a falta de serieda-de, o excesso de brincadeira, as in-convenincias, etc., so explicadase acabam por ser assimiladas pelosque as praticam, e o tempo acaba porfazer com que os que esto prxi-mos se acostumem. Na verdade,cria-se um preconceito que evita amudana na vida, desviando o focoda nossa ateno e at mesmo legiti-mando o problema. Tudo por causa do"eu sou assim mesmo, e no mudo!"

    Mas mesmo tendo tempera-mentos diferentes (cada um com vir-tudes e problemas), personalidadesdiferentes, temos da parte de Deus

    um modelo de carter e de compor-tamento, ou seja, aquilo que carac-teriza o nascido de novo. Assim,cada um de ns ter maior dificul-dade em reas diferentes das que afli-gem os outros. Mas lutando contranossas limitaes, tomando comoexemplo o prprio Cristo, ficaremosmais parecidos com ele e uns comos outros. As bem-aventuranas fo-ram deixadas por Cristo para nosmostrar o retrato do crente efetiva-mente feliz, no importando qualseja o seu temperamento.K O SDITO EFETIVMNTEFELIZO Projeto do Crente

    As bem-aventuranas marcamo comeo do chamado "Sermo doMonte", dirigido aos discpulos ain-da no incio do ministrio de Jesus.

    Elas apresentam o crente ideal,o homem feliz de fato, significadoda expresso "bem-aventurado". Poresse estudo observa-se que a felici-dade do crente no est associada sposses materiais, ou mesmo umavida cheia de acontecimentos felizes,sem catstrofes pessoais e famlia-

  • rs. A verdadeira felicidade, que spode ter aquele que conhece a Deus,se traduz numa forma correia de en-carar todos os acontecimentos navida, sendo perfeitamente possveluma pessoa ser extremamente sofri-da (doponto de vista humano), master uma alegria indizvel, fruto da f.Por isso, as bem-aventuranas so oprojeto de Deus para ns, a fim deque, mesmo enfrentando problemas edificuldades, desfrutemos felicidadeneste mundo.

    K A HUMILDADE DO SDITO[V,3]Pr-requisito para o Reino

    Nesta primeira bem-aventuran-a a felicidade est associada hu-mildade. Mas a humildade bblicano pode ser confundida com umtemperamento retrado, ou com po-breza material. O termo grego (ln-gua original do NT) traduzido emnossa Bblia por "humildes" (ARA -Almeida Revista e Atualizada) temseu sentido mais literal na ARC (Al-meida Revista e Corrigida): "pobre".Mas a expresso "pobre de espri-to", em muitas regies do Brasil, temum sentido popular pejorativo, indi-cando algum sem carter, o que totalmente contrrio ideia dessa ex-presso nas Escrituras.

    O termo grego poderia ser tra-duzido at mesmo por "pedinte" ou"mendigo", aqueles que dependemdo favor de algum para sobreviver.Aplicando-se a fora da expresso

    ideia espiritual, visto aqui se tratarde "pedintes" ou "mendigos" espi-rituais, chegamos ao sentido maisprofundo da afirmao de Cristo, quefirma um primeiro passo para a feli-cidade do homem: reconhecer-se umpedinte (mendigo) espiritual, emtudo dependente de Deus, desde asmnimas at as grandes coisas nasduas esferas da vida do homem fsica e espiritual. Tambm, apontapara a misria humana, por causa dopecado. A ideia de pedinte espiritu-al tambm inclui o reconhecimentoe a aceitao da misria pessoal, dopecado cometido.

    Aqui, a felicidade est associada prpria converso por dois fatores:

    1) Quem j teve seus olhos es-pirituais abertos para reconhecer eaceitar seu estado de pecado e a ne-cessidade de salvao admitir sin-ceramente ser dependente de Deus;

    2) A promessa vinculada a estabem-avenrurana, associada ideiaacima (reconhecimento do pecado edependncia de Deus), mostra a pos-se do reino dos cus.

    Conclui-se assim que o homemexperimenta a felicidade a partir dasua converso, quando se do tantoo reconhecimento do estado de mi-sria, como da dependncia de Deus.

    I ) K O DESABAFO DO SDITOPA4]Esvaziamento e Consolo

    O choro aqui resultado daprimeira bem-aventurana! Contu-

  • do, deve-se salientar que o choro noprecisa ser literal, pois o que conta o estado interior do pecador. Assim,chora-se por reconhecer o estado demisria existente na prpria vida.Chora-se por reconhecer a impossi-bilidade de viver uma vida que agra-de perfeitamente a Deus. Um senti-mento de repdio ao pecado nasprofundezas da alma. Ainda mais:chora-se no apenas por causa do pe-cado na prpria vida, mas por causadas consequncias do pecado na vidade tantos queridos, e em ltima an-lise, as consequncias da queda,como mortes, dureza de corao, e amaldade do prprio homem. No en-tanto, o chorar diante de Deus fun-ciona como um ato de esvaziamen-to, quando todas essas coisas so co-locadas para fora, diante do perdoque resulta no alvio para o pecador.Por isso, aqueles que choram a con-sequncia do pecado so efetivamen-te felizes, pois so consolados peioEsprito de Deus.PA A MANSIDO DO SDITOIV.5]Garantia de Posse na Terra

    Manso, segundo a Bblia, no simplesmente algum pacato. Essamansido faz parte do fruto do Es-prito (Gl 5.23), algo que s podepossuir algum nascido de novo. Umcalmo e pacato no-convertido no manso segundo Jesus. Tambm,manso no significa algum sobrequem todo mundo passa e pisa. O

    crente no um covarde que no re-age contra o erro. Pelo contrrio, eleluta por tudo o que justo.

    No entanto, o que est em pri-meiro lugar na vida do crente nopode ser seu orgulho pessoal ou suasposses. Por isso, o manso caracte-rizado por abrir mo de seus direi-tos em favor do reino de Deus. Issoserve de bom testemunho diante doshomens. Assim, o crente deve usarde bom senso, colocando diante deDeus suas causas, abrindo mo deseus direitos quando houver benef-cio para a causa de Deus. Isso umadeciso pessoal.

    A mansido resulta do fato dealgum ter finalmente encontrado apaz com Deus, consigo mesmo ecom o mundo, por saber da influn-cia do pecado em todos os homens.Imagine-se tentando pegar uma con-duo em horrio de pico, dia dechuva, e voc sem o seu guarda-chu-va. Tudo isso depois de um dia deservio nada bom, principalmenteporque o seu chefe estava de mau hu-mor. A fila longa, a chuva conti-nua caindo, voc est encharcado.Depois de muita demora chega aconduo, algumas pessoas furam afila bem na sua frente e voc noconsegue ir nem pendurado. O queacontecer nesse momento? Para amaioria, alguma coisa como Hiroshi-ma ou Nagasaki.

    O manso capaz de no vivertenso por causa de situaes do dia-

  • a-dia, ou mesmo preocupado comcoisas desta vida. A mansido oremdio para muito stress que se vpor a. Eles herdaro a terra e nos como uma referncia habitaocelestial com Deus. J herdam estaterra mesmo, apesar dos problemase dificuldades, sendo gratos a Deuse felizes pela sua prpria existncianeste mundo.

    v. o DESEJO ARDENTE DJUSTIA [V,]O Alimento do S dito

    A felicidade do crente est aquiassociada ao ardente desejo da pr-tica da justia. Justia era algo queos judeus perseguiam como sendo oque lhes daria direitos e mritos di-ante de Deus, nesta vida e na futura.MS a fora da expresso utilizadapor Jesus no d a ideia de uma sim-ples vontade. Ele utiliza duas pala-vras: "fome" e "sede". Fome mes-mo no aquela sensao desconfor-tante de um "vazio (estomacal) in-terior" quando j se passaram duashoras do horrio de almoo; e sedemesmo no simplesmente a von-tade de tomar gua. Segundo a me-dicina, fome se comea a sentir de-pois de trs dias sem se comer abso-lutamente nada; sede, um dia sem tercontato com qualquer tipo de lqui-do, mesmo aquele de alguns alimen-tos suculentos. E voc estar deses-peradamente atrs de comida e degua. Isso o que significa ter fomee sede.

    Aplicando-se o princpio afir-mao de Jesus, temos dois aspec-tos de justia envolvidos, sendo osegundo resultante do primeiro. Pri-meiramente,

    1) o desejo de justia prtica oucomportamental do crente (uma vidarea) saciado pela obra vicria deCristo, que no s nos substituiu namorte, mas tambm na vida, pois osmritos conseguidos por ter vividouma vida perfeita e santa, Jesus ostransfere aos seus.

    2) Como resultado, com basena obra e no exemplo do Mestre, ocrente se sente impulsionado a cres-cer cada vez mais em santidade, sen-do sua caracterstica a qualidade devida espiritual. Uma vez despertadopor Deus, todo homem tem anseiode santidade, de uma vida justa, se-gundo a Palavra de Deus. Assim, ocrente ser saciado, pois tem os mei-os de viver uma vida cada vez maissanta, no como fruto de arrognciapara engrandecimento pessoal,mas como fruto da obra de Cristo,para satisfazer o desejo de agradaro Deus a quem ama, por meio deuma vida reta.

    VK A MISERICRDIA [V7] -Caracterstica do Reino

    A misericrdia sempre existiuno ser de Deus, mas s foi manifes-ta quando entrou o pecado no mun-do, pois ela pressupe a misria.Nesta bem-aventurana, a felicida-de plena est associada prtica da

  • misericrdia. Na verdade, a miseri-crdia exercida pelo crente aconte-ce como resultado de tudo aquilo queDeus fez, faz, e far na sua vida. aconscincia de que tudo o que vemde Deus, aps a queda, se concreti-za tambm por causa da misericr-dia de Deus. Em muitos aspectos daobra de Deus, a graa e a misericr-dia se sobrepem.

    A palavra "misericrdia" emPortugus, vem da associao desuas palavras no Latim: "misria" e"corao". Portanto, o sentido dapalavra est em "um corao tenden-te misria", ou seja, um coraoque no suporta ver a misria semfazer alguma coisa para ajudar. Sig-nifica dizer que a misericrdia ex-tremamente prtica! Aqui ela se dis-tancia de um simples sentimento depena ou d. O misericordioso aque-le que no consegue ver o prximopassando por maus bocados, sem fa-zer alguma coisa para ajud-lo. Da,vemos que pode haver muita penaem ns mas pouca misericrdia.

    Qual o limite, da misericrdia? o limite da capacidade humana.No podemos colocar a ajuda ao pr-ximo dentro dos limites do nossoprprio conforto. Se o fizermos, noajudaremos se for preciso andar umquarteiro amais. Se tivermos de sairde casa num dia de chuva, aps umdia de trabalho, no ajudaremos.Mas o misericordioso far o neces-srio em benefcio do prximo, pois

    a misericrdia fruto do amor (Lc10.25-37). Portanto, o limite da mi-sericrdia est no mximo que po-demos fazer, dentro do nosso podere capacidade e alm do nosso con-forto pessoal.

    O misericordioso alcana mise-ricrdia da parte de Deus. Dia-a-dia,diretamente do prprio Deus, ou in-diretamente, por meio dos homens,at mesmo homens mpios (Ne 2.1-10). A expresso mxima da mise-ricrdia vista em Cristo (que ma-nifesta toda a graa de Deus) e apon-ta para a eternidade com o Criador,onde a graa e a misericrdia deDeus estaro em destaque, como fru-to do amor do Senhor, perpetua-mente. Note a relao desta com aprimeira bem-aventurana, pois sser misericordioso quem j reco-nheceu a sua prpria misria.

    VI h CORA\O ?URO PA 3)O Sdito que Contempla o Rei

    Agora a felicidade est associ-ada ao corao purificado por Deusna converso e influenciado pelanova natureza. Indica o crente nomalicioso, isto , que no imaginasempre o mal naquilo que dito oufeito por outra pessoa. A pureza decorao distingue-se da ingenuida-de, pois o limpo de corao sabe damaldade que existe no mundo e queinterage constantemente nos ho-mens. A ingenuidade indica ignorn-cia do perigo. O limpo de coraosabe onde est pisando, mas sempreolha com olhos de misericrdia.

    17

  • Por buscar viver de formapura, capaz de ver a Deus atra-vs de seus atos:

    1) a partir da prpria criao (SI19.1-4), e

    2) nos atos de Deus na hist-ria de cada um de ns.

    Note a relao desta bem-aventurana com a segunda, poissomente aquele que se esvaziou di-ante de Deus poder ser um limpode corao.V U K SDITOS D PAZ PA9]Identidade do Crente

    Felizes so aqueles que promo-vem a paz e no a discrdia. O paci-ficador vive muito prximo de Deuse sua presena faz com que as pes-soas se comportem de modo diferen-te. aquele que transborda Cristo."Sero chamados filhos de Deus"porque Deus o Pacificador por ex-celncia (2Co 5.18-21). Deus pro-moveu a reconciliao da humani-dade com ele mesmo, na represen-tao dos eleitos. Ser um pacifica-dor, como resultado de uma vidacom Deus, um atestado de nossafiliao, pois assim como o Pai age,ns devemos tambm agir. Note a re-lao desta com a terceira bem-aventurana, pois vital para um pa-cificador ser algum manso.IX, PERSEGUIO VS, 10-12]Resultado de Uma Vida com Deus

    A perseguio se d por doisfatores:

    1) Por causa da Justia: estajus-tia a mesma justia referida naquarta b em-aventurana. Indica asantidade prtica na vida do crente. ser perseguido por ter um compor-tamento justo. Por exemplo, seus co-legas de trabalho fazem algo ilcito,voc no os apoia e fica malvisto poreles. Esta bem-aventurana est as-sociada ao reino dos cus, repetindoa mesma vinculao da primeirabem-aventurana. No entanto, se naprimeira a relao est no sinal daconverso em si, nesta bem-aventu-rana temos a prova da maturida-de, um crente maduro, que por vi-ver a vida crist como Deus quer, perseguido.

    2) Por minha causa (por causade Cristo): aqui no est envolvidoo comportamento santo mas sim af crist. O exemplo mais dramticodeste tipo de perseguio hoje em diaacontece nos pases muulmanos.

    Mas nesse caso deve haver ale-gria, no tristeza. No pelo sofrimen-to em si, mas porque a perseguio, neste sentido, prova de fidelida-de, indicando comportamento santoe a firmeza na f. Todos os que emtodos os tempos viverem segundo avontade de Deus sero perseguidos. por isso que Jesus termina as bem-aventuranas afirmando; "Regozijai-vos e exultai, porque grande o vossogalardo nos cus; pois assim perse-guiram aos profetas que viveram an-tes de vs,"

  • CONCLUSOA felicidade do crente no re-

    side nas coisas deste mundo! O pra-zer e a satisfao que encontra nascoisas lcitas do mundo tem signifi-caes espirituais. Ele no v seusbens como algo que o coloca acimados outros e no os utiliza de formaegosta; antes, enxerga o que possuicomo resultado da bno divina epor isso utiliza o que tem para oprogresso do reino de Deus e al-vio de quem precisa. A felicidadeest na compreenso bblica de to-das as coisas. Mesmo se houver do-ena ou pobreza, dor e sofrimen-to, possvel ser feliz, porque co-nhecemos a Deus!

    APLICAOPea a Deus que o auxilie a ca-

    minhar rumo perfeio. Avalie sin-ceramente se voc dependente deDeus (pedinte espiritual). J choroupelo pecado? Reflita na mansido,na fome e sede de justia. Voc seacha um misericordioso? um pa-cificador? Voc sente a presena deDeus na sua vida e na Criao? Eperseguido? Analise a sua prpriavida e conclua se voc feliz. Anica felicidade verdadeira est as-sociada a tudo isso, coisas queCristo ensinou aos seus discpulos,pois ser discpulo de Jesus, signi-fica ser feliz.

    BIBLIOTECA DIDAQUFrof. Antnio de

    Volume

    '19

  • Leitura devocionalDomingo: SI 96Segunda: Mq 6.6-8Tera: l Tm 2.8-10Quarta: J lQuinta: [s 6Sexta: Jd 24, 25Sbado: He 3

    A Plena Adoraodo Reino

    Vivendo Mais Prximos de DeusJoo 4.19-30

    INTRODUOUm homem mascarado invade

    uma residncia na calada da noite,pretendendo executar seu "servio"calmamente quando, informada poralgum vizinho atento, chega a pol-cia. Nesse momento se d o flagran-te! E para surpresa geral, tirada amscara descobre-se que o ladro muito conhecido na cidade, mas

    ^ *,-*">.*-,,. ,.:.*:.. /i-. 'v -. f. ' '

    coifto. -pessoa honesta e. de.respeito. * l r v * , : U , v ; A . '. ; ' : . - ' - r

    Nhigum desconfiaria dele.j Em casos semelhantes ou no,

    h ntXit dssa duplicidade na soci-, Hjriuitp jmdico e

    tn-^Zi^-f e DomDiego. Na verdade, at ns crentespodemos viver assim. Confessamosque Deus est com cada pecador ver-dadeiramente arrependido mas pas-samos o dia correndo atrs das nos-sas prprias coisas (coisas relativasa este mundo) e nem mesmo noslembramos de que somos crentes.Podemos passar o dia inteiro semelevar uma prece sequer, por peque-na que seja, ao Senhor.

    Nesse caso teremos duas faces:a do crente, apresentada irrepreens-vel e santa principalmente aos do-

    mingos, e a face sem Deus do dia-a-dia. Mas no se pode dizer que va-mos ser pegos em flagrante porquej estamos diante de Deus. Aquiloque bno para o crente compro-metido com o Senhor condenaopara os que vivem relaxadamente.Os crentes consagrados lembram-seda presena constante do Senhor edesfrutam dela. Seus afazeres diri-os so feitos conscientemente parahonra e glria de Deus. Esta a baseda verdadeira adorao.

    l AyERDADEIR [PLENA) ADO-RAO OA23]

    O reino de Deus traz vrias bn-os para o povo de Deus. Entre elasest a plena adorao. Este o temadesta passagem. Para entendermoso texto vamos analisar primeiro overso-chave da passagem (v.23). Je-sus afirma; "vem a hora e j che-gou, em que os verdadeiros adorado-res adoraro o Pai em esprito e emverdade". Jesus disse isso em res-posta pergunta da samaritana quan-to ao lugar da adorao. Uma anlisesuperficial poderia sugerir erronea-mente que os crentes do Antigo Tes-

    20

  • tamento (apartir daqui designadocomo AT; e o Novo Testamentocomo NT) no adoravam a Deusverdadeiramente.

    Mas preciso compreenderexatamente o sentido daquilo que Je-sus disse. Na verdade, existe urn in-teressante jogo de palavras, relativoaos termos gregos traduzidos por"verdadeiros" (gr. alethins) e "ver-dade" (gr. alethi). O primeiro, faza distino do verdadeiro em rela-o ao parcial ou incompleto, por-tanto, verdadeiro algo pleno. O se-gundo, indica a verdade em relao mentira. Aplicando esses signifi-cados ao texto, temos: "Mas vem ahora e j chegou, em que os verda-deiros (plenos) adoradores adora-ro o Pai em esprito e em verdade(tudo aquilo em conformidade comDeus) ". Os crentes do AT adorarama Deus em uma poca em que noconheciam a plenitude do Esprito eda obra de Deus em favor dos ho-mens, que s foi trazida luz emCristo. Assim, eles no desfrutaramda adorao plena, pois os crentesdo NT adoram no Santo dos Santos(Hb 10.19-20), algo impossvel aosadoradores anteriores a Cristo. Ve-jamos, portanto, algumas caracters-ticas desta adorao plena no reinode Deus.I I , A ADORAO NO RESTO-TA A LUGARES (Vo, 20-21]

    Jesus estava em S amaria. Tan-to judeus quanto samaritanos tinham

    lugares especficos para adorao.Os judeus, o templo de Jerusalm,ampliado por Herodes (19 a 12 a.C.).Aps o exlio do reino do norte (721a.C.; 2Rs 17.5,6) os samaritanos ha-viam edificado para si um templo so-bre o monte Gerizim, pela impossi-bilidade de se adorai* em Jerusalm,devido ao impasse criado com os ju-deus. Assim, quando a samaritanase refere a "nesse monte" (v.20), esta-va na verdade apontando para o mon-te em que se localizava o templo dossamaritanos.

    A realidade do reino de Deustraz a liberdade para a adorao. Elano est mais presa a ritos, forniasou lugares. Deus se manifesta no co-rao dos homens e ali edifica o seutemplo. As implicaes desta verda-de so maravilhosas, tanto do pontode vista coletivo, quanto do pessoal.No aspecto da coletividade, no exis-te prescrio de lugares especfi-cos para se erigir um lugar de ado-rao, uma igreja. No aspecto pes-soal, significa dizer que em qual-quer lugar, a qualquer hora, pode-mos buscar a Deus, tendo a certe-za de que somos ouvidos pelo Se-nhor, Deus do Universo.I l l , A ADORAO MO RELATI-VA A TN l AS (V.221

    Jesus estava em S amaria depropsito. O trnsito de judeus en-tre a Judia e a Galilia, no impor-tando o sentido, era feito cruzandoo Jordo duas vezes, para se passar

    21

  • por fora do territrio dos samarita-nos, que ficava entre a Judia e aGalilia. Isso aumentava muito opercurso mas era feito porque os ju-deus odiavam os samaritanos, querespondiam da mesma forma aos ju-deus. Esse dio mtuo era antigo.Quando o reino do Norte (Israellambem chamado de Efraim) caiudiante da Assria em 721 a.C., amaior parte do povo foi espalhadaentre as naes que compunham oimprio assrio e, para o territrio deIsrael (chamado no NT de Samaria),foram enviados outros povos. Osisraelitas do reino do Norte se mis-turaram com esses povos, perdendoa pureza da linhagem.

    Mas esse povo de raa mistu-rada continuou a se chamar de "povode Deus", o que era inaceitvel paraos judeus (reino do Sul, Jud, conhe-cido no NT como Judia). E pela im-possibilidade de adorar em Jerusa-lm, os samaritanos construram seuprprio templo em Samaria, no mon-te Gerizim, destrudo no segundo s-culo a.C. pelo general judeu JooHircano. Esse era o motivo do dioentre judeus e samaritanos. Mas Je-sus tinha um propsito em Samaria;mostrar que no reino de Deus noexiste favorecimento tnico. O tem-po da queda da barreira entre judeuse samaritanos j chegado, pois oreino de Deus trazido por Jesus, uma realidade mundial.

    IV, A\O DO PAIPA2'L 23]

    A revelao de Jesus comoMessias mostra Deus de um modoquase desconhecido no AT. Deus Pai. Vemos referncias no AT queapontam esta verdade (Dt 8.5; SI68.5; 89.26;Is 63.16; Jr 3.4,19; 31.9;Ml 2.10), mas no vemos algum sedirigir a Deus chamando-o de Pai.No NT, com muita frequncia, ve-mos Jesus se referindo a Deus comoPai, como o caso do texto, quandoJesus se refere a Deus trs vezescomo "Pai". Ao nos ensinar a orar(Mt 6.9; Lc 11.2) ele nos ensina achamar a Deus de "Pai". No AT ha-via vrias designaes para Deus:Deus Altssimo, SENHOR dos Exr-citos, Deus Previdente ("Deus pro-ver "), mas nenhuma dessas desig-naes transmite a relao de fa-mlia, onde servimos ao Deus que Pai, sendo ns seus filhos.

    Entretanto, importante dife-renciarmos a nossa filiao da deCristo. Jesus Filho na Trindade,sendo igual ao Pai e ao Esprito. Ele Deus! Este tipo de filiao s per-tence a Cristo. Ns somos filhos poradoo, como participantes do seupovo, criaturas, homens limitados epecadores redimidos. Na sua encar-nao Jesus tambm assume este pa-pel de filho (Hb 2.14), como mem-bro do povo e neste sentido ele tam-bm nosso irmo (Hb 2.12). Destemodo, Jesus Filho divino, eterna-mente (no criado) gerado do Pai,

  • mas tambm participante da huma-nidade desde o momento que seencarnou, sendo por isso, tambmnosso irmo.

    O culto no NT direcionado aum Deus que se revela como um Paiamoroso (l Jo 4.7-8), que envia seuFilho (Jo 3.16), formando um povoque compe a famlia de Deus (Ef2.19). O desenvolvimento da hist-ria da salvao (a histria dos atosde Deus para a salvao do seupovo), evolui da manifestao atra-vs de um nico reino poltico (o rei-no de Israel do AT) para a manifes-tao em todas as naes, atravs deum reino espiritual, no deste mun-do (Jo 18.36). Esse desenvolvimen-to faz com que Deus no se mani-feste simplesmente como um Deusmilitar (o SENHOR dos exrcitos) ouo Deus que representa sua sobera-nia e santidade mostrando sua dis-tncia em relao aos homens, aci-ma de todos os deuses dos povos(Deus Altssimo). No NT Deus semanifesta de uma forma mais pes-soal, familiar e amorosa, sendo esteo modelo de relacionamento que ca-racteriza a plenitude da adorao aoDeus Trino, que no poderia ser ex-perimentada no AT, pois tal realida-de trazida por Cristo.>A SINAL DA CHEGADA DOEMANUEL (MESSIAS] [VS, 23,25]

    Dentro da histria da Salvao,a plena adorao coincide com achegada do Messias. Isso, porque o

    reino de Deus traz uma nova (com-pleta em relao ao AT) realidade devida para o adorador. importantenotar como Joo destaca aquilo queJesus diz no verso 23: Mas vem ahora e j chegou. Esta frase indicaque j estava no mundo aquele quehaveria de proporcionar a adoraoplena. O momento, dentro do pro-psito de Deus, j havia chegado. Amulher samaritana associa esse mo-mento (v.25) com a vinda do Messi-as (Cristo), com quem Jesus pronta-mente se identifica (v.26).

    A identificao de Jesus comoo Messias mostra que Deus est maisprximo na adorao do NT. Jesus chamado profeticamente de Ema-nuel (Deus conosco) (Is 7.14). in-teressante notar que, ao deixar claroque era o Messias, Jesus tambmdestaca a sua divindade para aquelamulher. A sentena utilizada : "Euo sou". Esse foi o nome de Deus re-velado a Moiss no episdio da sar-a ardente (x 3.6,14), uma frase t-pica para se referir a Deus, ampla-mente conhecida na poca de Jesus.Cristo no s estava dizendo que ele o Messias, mas tambm, que oMessias Deus, e um Deus que semanifesta, pessoalmente, estandopresente com os plenos adoradores.

    Ainda, vale a pena destacar, quea adorao no NT feita contandocom a presena do Emanuel (Deusconosco). Dez dias aps a ascensode Jesus, ele envia dos cus o Esp-

  • rito Santo, o outro Consolado:; se-melhante em tudo a ele (Jo 14.16-18). O Esprito, que habita os cora-es de todos aqueles que conhecema Deus, o Emanuel no mundo, apsa ascenso de Cristo. Assim, quan-do nos dirigimos a Deus cultuando,orando ou louvando, fazemos issovivendo na sua presena. Alis, es-tando ele em ns, a nossa vida deveser o nosso maior culto a Deus (Rm12. l ,2). E como viver constantemen-te no Santo dos Santos.

    V K VLENiTUDr D ADORA-O PA231

    As cerimnias, os sacrifcios, asfestas, tudo o que diz respeito aosescritos de Moiss que tratam das ce-rimnias (chamado de aspecto ceri-monial da lei de Moiss) cai por ter-ra, para dar espao para um novomodelo de adorao. Uma vez queos antigos (crentes do AT) no ti-nham em mos a plenitude da reve-lao de Deus trazida por Cristo,Deus estabeleceu os ritos como umaforma de treinar e manter o povo nocaminho da fidelidade. Com avindade Cristo, as figuras e analogias(como se iililizapara ensinar crian-as) tornam-se desnecessrias, poiso crente passa a conhecer muito maissobre Deus. Alm disso, o crente alvo de uma atuao mais intensa doEsprito, iluminando o conhecimen-to da Palavra e concedendo donspara o melhor preparo do povo noNT, a igreja. Ao invs de ritos, a ado-

    rao a Deus se processa em espri-to, isto , de forma clara e enfatica-mente espiritual, muito mais prpriapara o Deus que esprito (v.24).

    O culto no AT se dava por meiode sacrifcios. Sacrificar um animalno era uma experincia agradvel.Para se cultuar, portanto, convivia-se com o berro dos animais, junta-mente com o cheiro forte tpico decada animal, os detritos fisiolgicosdeles, o cheiro da carne queimada(no assada), e o sangue deles queera derramado. No NT a adoraotorna-se plena e real pois esses ritosso dispensados, uma vez que j foirealizado o nico sacrifcio que podeperdoar pecados. Os sacrifcios doAT foram formas de adiar o juzo deDeus at que se realizasse o nicosacrifcio que era de fato aceitvelpara a consumao desse juzo: amorte de Jesus. At mesmo os sa-cramentos assumem sua plenitude apartir do NT. A Pscoa, uma ceri-mnia que envolvia o comer carnede cordeiro com ervas amargas, substituda pela Santa Ceia, urna ce-rimnia feita para recordar um fatoj consumado. Tambm, a circunci-so, que era feita inicialmente comlascas de pedras afiadas (certamen-te uma experincia muito dolorosa)(Js 5.2}, substituda pela batismo.Assim, tanto o culto como os sacra-mentos no envolvem mais sofri-mento ou desconforto por parte doadorador, sendo tambm uma carac-

    24

  • terstica da adorao plena, isto , emesprito e em verdade.

    V I K NO FAZ DISTINO DEPESSOAS OA27J

    A adorao plena para todasas pessoas. Sabemos que antigamen-te mulheres e crianas tinham me-nos dignidade para adorar, tendo umlugar secundrio, se comparadas aoshomens. Na poca patriarcal (pr-dihiviana e ps-diluviana) o homem(o pai da famlia) era a autoridademxima em casa, inclusive nas coi-sas relativas a Deus. Com a institui-o do reino de Israel e a construodo Templo, havia um ptio exclusi-vo para as mulheres e um ainda maisafastado para os gentios proslitos.s mulheres e aos gentios ficava ve-tada a participao nos sacrifcios.Havia apenas a possibilidade de as-sisti-los dos ptios reservados a cadagrupo. Somente os homens da descen-dncia de Abrao podiam chegar ato altar, para ali prestar o seu culto.

    No texto bsico, Jesus est tra-vando um dilogo que ro.mpe pre-conceitos da poca neotestamentria.Alm da inimizade entre judeus esamaritanos havia o fato de ele estarconversando com uma mulher. Issoera algo realmente incomum, o que confirmado pela reao dos disc-pulos. Eles haviam sado para com-prar mantimentos (v. 8) e ao chegai-se surpreenderam por ver Jesus con-versando com uma mulher. O fatode Jesus conversar com uma mulher

    realmente os assustou, pois Joo re-lata o assombro deles no pelo fatode ser samaritana, mas de ser umamulher (v.27). A mulher era vistacomo menos digna em relao ao ho-mem e at em relao aos seus fi-lhos do sexo masculino, que j naadolescncia poderia assumir seu lu-gar na religio judaica, enquanto amulher sempre ficaria relegada a se-gundo plano. A plena adorao igua-la a todos diante de Deus. Todos tmos mesmos privilgios na adorao, ese aprofundaro no relacionamentocom o Senhor, medida que busca-rem cada vez mais a face de Deus.

    CONCLUSOCom os privilgios vm tam-

    bm as responsabilidades maiores.Os antigos, mesmo aqueles que cha-mamos de "Heris da F" (Hb 11),conheceram muito menos a respeitode Deus e de sua vontade do que ns,nos dias de hoje. Os crentes tm umconceito bastante simplrio de ado-rao, devido m compreenso dasfacilidades que o NT traz em rela-o ao AT. Muitos acreditam queadorar a Deus apenas frequentar oscultos, como se a religiosidade ba-rata fosse apreciada por Deus. Masa adorao plena acontece como re-sultado de uma vida. impossveladorar a Deus, se quero fazer isso sna igreja, uma ou duas vezes por se-mana. Adorar a Deus oferecer anossa vida diariamente a ele, comoum culto. Aquilo que fazemos no do-

    25

  • mingo com os irmos, deve ser aconfirmao do meu dia-a-dia notrabalho, na escola, nos meus rela-cionamentos (famlia, namoro,amigos, etc.), e da minha vidadevocional diria.

    Para os antigos, pensar em en-trar no Santo dos Santos era uma im-possibilidade absoluta, e para ns uma realidade constante. Se eles fo-ram capazes des pela f, realizar tantopelo poder de Deus, quanto mais ns,na plenitude da revelao e da ado-rao, pelo conhecimento e intimi-dade com Deus? Desfrutemos dosprivilgios que Deus nos concede,por ter decidido nos fazer existir nes-ta poca, lembrando sempre da res-ponsabilidade que isso nos traz. Cui-dado com a negligncia. No despre-ze aquilo que foi impossibilitado atantos. Lembre-se que voc adora aoDeus Trino, que tambm Emanuel.

    APLICAOVoc tem conscincia da ple-

    nitude de bno que est ao seu al-

    cance? Ns corremos o risco de nosacostumar com as coisas de Deus,fazer com que elas se tomem comunsdemais (sem importncia) para ns.Por termos to facilmente ao nossoalcance aBblia, igrejas, pastores, li-teratura evanglica, e toda a estrutu-ra crista evanglica (at internacio-nal via Internet), nossa prtica reli-giosa parece ter se tornado sem den-sidade e desmotivada. Lembre-se doque significa viver na poca da ple-na adorao! estar na presena doDeus Eterno, Criador do Universo!Soa conscincia dessa verdade (sa-ber que estamos constantemente napresena de Deus) j nos ajudaria ano cometer muitos pecados quernuitas vezes so cometidos por se-rem "ocultos". Para Deus no. A ple-na adorao, dessa forma, resultaem santidade. Reflita na sua pr-pria vida, e faa novos votos aDeus de consagrao e servio.Esta a oportunidade!

    26

  • Leitura devoconalDomingo: Lc 5.1-11Segunda: Lc 9.28-30Tera: Mc 2.13-14Quarta: Mt 10.13-20Quinta: Mt 10.5-42Sexta: Jo 6.60-71Sbado: Jo 21.1-23

    Os Apstolosdo Reino

    Escolhendo as Pessoas CertasMarcos 3.13-19

    Textos Paraleios:Mt 10.1-4; Lc 6.12-16; Jo 1.35-51

    INTRODUOEspectadores e curtidores de

    bons filmes antigos. o que parece-mos ser em relao ao servio reali-zado pelos servos de Deus da anti-guidade, comum exaltarmos a fvista nas obras de vrios crentes queviveram milhares de anos atrs. Des-taca-se a justia de No, de Abrao,de Moiss, Davi e tende-se a imagi-n-los como seres superiores, evo-ludos espiritualmente em compara-o a ns.

    Mas eles no eram. E se o cren-te de hoj e se empenhai- em viver parao Senhor ser capaz de realizar gran-des obras, como outros homens emulheres realizaram pela f durantea histria da Igreja. Aqueles que re-conhecem seu papel no reino e tmsua vontade despertada para o ser-vio podem "arregaar as mangas"e alcanaro bom xito, com a ga-rantia do poder de Deus. Tudo umaquesto de dedicao. A vocaoapostlica , para ns, um bomexemplo disso...

    K VOCAO APOSTLICAVivendo e Servindo

    A escolha dos apstolos por Je-sus ensina vrias verdades vitais. Apalavra "apstolo" quer dizer "en-viado". A vocao apostlica signi-ficou para aquele grupo ser enviadoda parte de Cristo para cumprir umatarefa especfica: plantar igrejas, dis-seminando assim o reino de Deuspor toda parte. Jesus separou dozehomens para estarem constantemen-te com ele em seu ministrio, comotreinamento para essa tarefa, propor-cionando a eles o "melhor seminrio"que qualquer homem jamais teve.

    Era necessrio que Jesus mani-festasse esta escolha pessoalmenteaos seus discpulos. Sem dvida, nos a eleio deles para a salvao jhavia acontecido antes da fundaodo mundo, mas tambm sua voca-o para o apostolado j estava pre-parada dentro do eterno propsito deDeus. A escolha efetuada por Jesusno foi uma deciso de momento.Devemos entender o chamamentodos discpulos narrado nos evange-lhos como o ponto da histria em que

    27

  • se realizou a vocao destinada aeles, feita na eternidade antes da Cri-ao de todas as coisas A necessida-de de abertamente chamar e comporum grupo de discpulos tinha umpropsito especfico: que aqueleshomens reconhecessem claramenteo seu chamado, e quem os chamou.

    A sabedoria de Deus inquesti-onvel! Aqueles homens haveriamde passar por vrias situaes impos-sveis de ser vencidas humanamen-te falando. Na narrativa desse epi-sdio por parte de Mateus (10.1 6-39)Jesus faz vrias advertncias muitorealistas quanto ao que haveriam deenfrentar: a oposio e astcia domundo, at mesmo da ordem estabe-lecida (governo, sociedade, etc.; vs.16-18); dio e perseguio que podechegar at a morte (vs. 23-33); con-flitos familiares, causados pela opo-sio de familiares no-crentes (vs.34-39). Embora tenha sido chama-do de uma forma diferente, pela apa-rio do Cristo glorificado (At 9.1-9), o apstolo Paulo mostra clara-mente a conscincia de que seu mi-nistrio apostlico pertence a Cristoe acontece pela vontade de Deus

    1.1) Essa convico o impulsionava frente, para encarar todo tipo deproblema, inclusive ameaas demorte, sempre se mostrando inaba-lvel (2Co 11.16-28). Agiato-so-mente pelo poder de Deus, que setraduzia na aprovao divina do seu

    ministrio, gloriando-se na fraque-za humana para que Deus fosse exal-tado nele (2Co 11.29). Assim tam-bm importante para todo crenteconhecer o ministrio que Deus lheconfiou. com essa certeza que en-frentaremos as dvidas e os ques-tionamentos nas situaes difceis.Muitas delas traro sofrimentos eangstias que no admitiro me-lhora, seno pelo exerccio da nos-sa confiana em Deus quanto aonosso chamado.l K CRISTO FAZ SEUSAPSTOLOSA Capacitao Para o Servio

    importante notar que, na ver-dade, Jesus no apenas chama seusapstolos, mas realmente osfaz\anarrativa feita por Marcos da voca-o dos apstolos (3.13-18), oevangelista relata que tal chamamen-to se deu como um ato exclusivo dasoberania de Deus (no pelo gostoou vontade humanos): chamou osque ele mesmo quis (v.13). No cha-mou aqueles capazes segundo o pa-recer humano, mas os capacitou (fez)para o ministrio. Isso fica muitoclaro pela palavra utilizada por Mar-cos, para se referir aos apstolos, noverso 14: "designou". Essa palavra um verbo bastante comum em todoNT e tem como base de seu signifi-cado a ideia "fazer". Portanto, Mar-cos realmente quer dizer que Jesusfez seus apstolos, capacitando-ospara o ministrio.

  • A. A Habilidade para a Pregao(Mc 3.14)

    A primeira citao (feita ape-nas por Marcos) relativa ao preparo(confeco) dos apstolos por partede Jesus, relaciona-se pregao (gi;proclamai; pregar). certo dizer queos apstolos tiveram um ensino na-tural e a capacitao sobrenatural. Otempo passado com Cristo foi real-mente uma escola. Os apstolos pre-senciaram o Mestre discursando v-rias vezes, assistindo inclusive lon-gas prdicas e discursos de Cristo,como o Sermo da Montanha (Mt5.18.1) e o discurso no Cenculo(Jo 13.1-l 8.1). Em suas pregaes,Jesus empregou vrios recursos deretrica e tcnicas de comunicao,como parbolas (p.ex. Lc. 15.316.13), recursos visuais (p.ex. Jo4.35), metforas (p.ex. Jo 10.7),dramatizao (Jo 7.37-38), provr-bios populares (p.ex. Mt 15.26), etc.

    Mas o que transformou os dis-cpulos em apstolos foi a capaci-tao espiritual, dons dados exclu-sivamente aos apstolos, para o cum-primento da sua vocao especfica.Tal capacitao vista no evange-lho de Joo, quando Jesus prometeque o seu Esprito conduziria osapstolos a toda verdade e tambmos faria lembrar daquilo que Jesushavia dito e ensinado (Jo 14.26;16.13), o que o Esprito comeariaafazer logo aps a ressurreio deCristo, antes de sua ascenso, nos

    quarenta dias em que se manifestouaos discpulos (Jo 20.22). Para po-derem pregar, o Esprito os tornariaplenos da verdade de Cristo, demodo que a sua proclamao fosseamais cristalina e pura expresso daverdade. A assistncia do Espritotambm vista na ousadia e desen-voltura com que passaram a pregar,como Pedro logo aps a descida doEsprito no Pentecostes (At 2.14-36),de tal forma a deixar os lderes reli-giosos judeus boquiabertos.

    B. A Autoridade Apostlica (Mt10.1; Mc 3.15)

    Em Mateus e Marcos citadatambm a autoridade (gr. autorida-de, poder) como caracterstica dapreparao dos apstolos por partede Jesus. Na verdade, os apstolosreceberam autoridade para exercerpoder divino em nome de Deus. Talautoridade (poder) deveria ser exer-cido sobre demnios (espritos ma-lignos) e doenas (ou enfermidades).A autoridade para expelir demniose para curar so dadas como sinaisdo reino de Deus (Mt 11.3-5; Lc7.20-22) para destacar a origem di-vina do ministrio deles e continuara implantao do reino de Deus.

    Os apstolos so aqueles pormeio dos quais Deus decidiu j an-tes da fundao do mundo que esta-beleceria sua igreja no NT. Por eles,Jesus continuou a operar pelo seu Es-prito que habitava plenamente ne-

  • ls. Lucas escreve seu evangelhoafirmando que estava ali produzin-do um relato histrico, desde as ori-gens, tendo como fonte testemunhasoculares e ministros da palavra (Lcl .2,3). Tais fatos diziam respeito aoministrio de Jesus, seus atos e ensi-namentos. Ao escrever seu segundolivro (Atos), Lucas menciona sua pri-meira obra (o evangelho) assim: Es-crevi o primeiro livro, Tefilo, re-latando todas as coisas que Jesus co-meou afazer e a ensinar (At 1.1).Fica claro assim que Cristo est ope-rando pelo Esprito, fazendo germi-nar e crescer sua igreja por meio dosapstolos (personagens predomi-nantes do seu segundo livro, Atos).Cristo, trabalhando por meio do Es-prito Santo, o personagem princi-pal, nas entrelinhas do livro de Atos.

    A autoridade de curar se reves-te tambm de um profundo signifi-cado teolgico. Uma vez que exer-ciam a autoridade de Cristo (que Deus) os apstolos tinham podertambm sobre o mundo fsico. A au-toridade para expelir demnios falado Deus que reina soberano. A au-toridade para curar a autorizaoconcedida pelo soberano Criador,aquele que tem direitos absolutossobre tudo o que existe, obra de suasmos. As curas dizem respeito aomundo fsico (matria, criao vi-svel), pois restaurar o corpo fsicode algum segundo o padro da sa-de plena. Assim, o Esprito de Cris-

    to, Soberano do mundo fsico e doespiritual, agia pela instrumentali-dade dos apstolos.

    A autoridade apostlica tam-bm deve ser vista com relao aomaterial escrito produzido pelosapstolos, ou que foi escrito tendoos apstolos como fonte. O padrode canonicidade (palavra que indi-ca inspirao e veracidade) do NT a fonte apostlica. Todos os livrose cartas do NT ou foram escritos pe-los apstolos (a maioria) ou tiveramos apstolos como fonte. Por exem-plo, o evangelho de Marcos foi es-crito por Joo Marcos, de cuja fam-lia Pedro era muito chegado (At12.12; IPe 5.13), tendo sido a pre-gao deste apstolo a fonte desselivro; o evangelho de Lucas tevecomo fonte o apstolo Paulo (Lucasera companheiro de Paulo; inclui-se na narrativa: At 16.10; ver tam-bm 2Tm 4.11) i o autor da carta aosHebreus, embora seja desconhecido,relata ter recebido informaes da-queles que estiveram com Cristo econta que esses faziam prodgios daparte de Deus (Hb 2.3-4); a epstolade Tiago foi escrita por um meio-ir-mo de Jesus (filho de Maria e Jos),que se destacou na liderana da igre-ja de Jerusalm entre os apstolos(embora no fosse apstolo); a eps-tola de Judas foi escrita por Judas,irmo de Tiago (portanto, outromeio-irmcio de Jesus) que tambmno era apstolo mas desfrutava do

  • convvio deles. Nesse sentido, todoensinamento autorizado por Deus, oNT, foi recebido, tendo como fonte,como critrio de veracidade, a auto-ridade apostlica.m> OS LTIMOS CHAMADOSCompletando os Obreiros

    Alm dos doze relacionados notexto bsico outros dois apstolos to-maram lugar nas pginas do NT. Oprimeiros deles foi Matias, eleito pe-los discpulos no intervalo (dez dias)entre a ascenso de Jesus e a desci-da do Esprito no Pentecostes, paraocupar o lugar de Judas.

    Duas razes justificam tal subs-tituio:

    1) a comparao das doze tri-bos de Israel com os doze apstolosfeita por Cristo: Lucas registra talcomparao feita por Jesus (Lc22.28-30) quando afirmou que osdoze apstolos se assentariam emtronos para julgar as doze tribos deIsrael. Tambm,

    2) o salmo citado por Pedro que aplicado ao ministrio apostlicode Judas: Tome outro o sen encargo(SI 109.8), mostra a necessidade pre-mente de tal eleio. Portanto, nose v nenhuma reprovao de taleleio em todo NT. Nesse episdio,Lucas registra as qualificaes ex-teriores que deveriam ter um aps-tolo (At 1.21, 22):

    a) ter acompanhado os apsto-los durante todo perodo no qual Je-sus realizou seu ministrio;

    b) haver presenciado o batismode Jesus por Joo Batista;

    c) ter presenciado a ascenso deJesus, para ser testemunha de suaressurreio. Com base nestas carac-tersticas, dois nomes foram apon-tados (At 1.23): Jos Barsabs(Barsabs, no hebraico "filho deSab"), cognominado "Justo", eMatias (contrao do hebraicoMatatias, "presente de Yahweh").Depois de haverem orado suplican-do a direo do Senhor, as sortes re-caram sobre Matias.

    Deve ficar claro, no entanto,que a substituio de Judas no podeservir como base para a doutrina ca-tlica romana da "sucesso apost-lica", base do papado. O papa , paraos catlicos, o sucessor de Pedro, umapstolo portanto. Porm, a eleiode Matias foi algo cabvel apenasquele momento, fruto da conscin-cia da responsabilidade que tinha ocolgio apostlico, deixada pelo pr-prio Cristo. Isso fica muito claro,quando vemos que pouco tempo de-pois o apstolo Tiago foi martiriza-do (At 12.2) e no houve sua substi-tuio pelo colgio apostlico. Nocaso de Judas, ele no exerceu defato seu apostolado. Alm de nofazer parte dos escolhidos, morreuantes de poder ver o Senhor ressur-reto (caracterstica de um apstolo).Por assim dizer, Judas ocupava o lu-gar de apstolo, sem ser de fato (naessncia) um apstolo. Sobre Ma-

    31

  • tias, o historiador Eusbio (263-340d.C.) nos esclarece que ele fazia par-te daquele grupo dos setenta e quefoi uma testemunha ocular de Cris-to. Mas nada de concreto se sabe so-bre seu ministrio.

    Paulo foi o ltimo a assumir seulugar no apostolado. Seu nome ori-ginal era Saulo (forma grega, ouSan l, forma aramaica), o nome doprimeiro rei de Israel. Tambm erachamado de Paulo, nome latino quesignifica "pequeno", e nasceu jcomo cidado romano (At 22.28).Mas o nome com que esse apstolopassou a ser conhecido foi Paulo.Paulo foi chamado mais tarde do queos doze. Desfrutou da aristocraciaem Tarso e foi educado segundo omelhor padro do judasmo, aos psdo grande mestre Gamaliel (At 22.3).Ele reconhecia que sua misso apos-tlica era entre os gentios e passou aser designado e conhecido como"apstolo dos gentios" (Rm 11.13).Sua converso narrada por Lucas(que veio a ser wn dos seus maiorescolaboradores em seu ministrio) deforma dramtica, quando teve umencontro pessoal com Cristo pormeio de uma viso (At 9.1-9). Ele o apstolo de quem se tem mais in-formaes nas pginas do NT, ten-do sido tambm aquele que maisescreveu no NT. Segundo a tradi-o, Paulo morreu martirizado porcausa do evangelho por volta do

    ano 65 d.C., tendo sido decapitadoem Roma.

    CONCLUSOAprendemos muitas coisas com

    os apstolos. Eram pessoas comuns,que tinham ofcios seculares comuns sua poca. A maioria no possuaformao escolar, mas foram pode-rosamente utilizados por Deus. Issoporque a tarefa que Cristo lhes con-feriu no seria cumprida pela forae capacidade humanas. Tambm ns,se quisermos realizar o trabalho doSenhor por nosso prprio mrito, fra-cassaremos. Mas se contemplamosa Deus e nos tornamos conscientesde que ele a nossa fora, ento tudoo que fazemos dentro do propsitode Deus alcanar xito. Tudo isso,sempre lembrando que a vitria noser tranquila, mas que exige muitosacrifcio e sofrimento.

    De todos os apstolos, talvezapenas Joo no tenha sido martiri-zado por causa do evangelho. Issomostra que realmente eles empenha-ram a vida na obra que o Senhor Je-sus lhes confiou. Deus chama osobreiros determinados para cadapoca, bem como para cada funo.No seu tempo ele mesmo completao quadro de obreiros que a sua igre-ja necessita. Cabe-nos pedir sua ori-entao quanto aos obreiros e supli-car que ele nos mande aqueles quenos so necessrios (Mt 9.38), almde ns mesmos nos dispormos parao seu servio.

  • APLICAOaVoc j parou para pensar no

    seu prprio chamado? Quando Jesusnos chamapara seu reino, no parapassarmos frias. Porm, junto coma converso vm tambm responsa-bilidades especficas para cada umde ns, diretarnente proporcionais aoobjetivo de Deus para nossa vida,quanto ao ministrio que ele nos cha-ma a realizar. Qual o seu? No exis-te crente sem um! Seu ministrio aquilo que voc tem a realizar na suaigreja e fora dela. Isso no inclui ape-nas ser pastor, presbtero, mission-rio, etc. A sua responsabilidade de

    servir o reino o seu ministrio.Voc investe sua vida nele? Lembre-se que no nada bom o destino deum servo intil (Mt 25.30). Sejaconsciente de que Deus capacita seusservos para o servio. Pense tambmno seu comprometimento com a obrade Deus. Voc se preocupa com oavano do reino de Deus? Tem pe-dido a ele os obreiros que nos sonecessrios? No se conforme como pouco da abundncia de vida espi-ritual que o Senhor pode e quer nosdar, que vir tambm por meio donosso servio humilde.

  • A Manifestaodo Rei Divino

    Leitura devocionalDomingo: Pv 16.1-9Segunda: l P 5.5-1 1Tera: SI 23Quarta: 2Tm 2. l -l 3 Dificuldades Que Nos Levam a Conhecer a DeusQuinta: Jz 10.23-31 Mateus 14.22-33; 8.23-27Sexta: Hb 1 2.4-1 3~ - , , oo on i nSbado: 2Rs 20.1-1 1

    , ^ , .Textos Paralelos:

    IMTRODUAXOO telefone toca no meio da ma-

    drugada. No h quem no sinta umMo na espinha (ou corao dispa-rado, susto, etc.) ao ouvir o som pe-culiar. Levantamo-nos instantanea-mente, esteja fazendo frio ou calor,e nos apressamos em atender. Mui-tas vezes, no curto trajeto at o tele-fone (at mesmo quando h uma ex-tenso prxima cabeceira dacama) nos vm sensaes e at mes-mo "vises" do motivo da ligaofora de hora. Finalmente chegamosao telefone: Alo? Ansiosos por ou-vir alguma voz, a nica coisa que es-cutamos uma sequncia de toques,indicando que no h mais ningumdo outro lado da linha. A reao, en-to, um misto de revolta e frustra-o, pela interrupo da noite desono. Mas logo nos consolamos, ali-viados. Pelo menos no foi uma no-tcia grave. No caso, nenhuma not-cia mesmo...

    Certamente, ningum gosta deenfrentar situaes difceis, proble-mas e dificuldades. Muitos tmmedo de enfrentar problemas por v-los apenas como fonte de sofrimen-

    34

    Lc 8.22-25to. Deve ser assim para o crente? Naverdade temos muito a lucrar comum problema. Isto o que veremoscom o estudo desta lio.

    h O MOMENTO CHEGOUO Senhor Envia Seus ApstolosPara Dificuldades

    Joo Batista, o primo arauto, jhavia morrido. Chegou o momentode Jesus comear a se manifestarmais plenamente. Ento Jesus pre-para uma ocasio para revelar-se aosseus prprios apstolos. Depois demultiplicar pela primeira vez os pese despedir as multides saciadas,Jesus procura um lugar deserto paraorar, e faz com que seus discpulospassem adiante dele para o outrolado do Mar da Galilia. Ele queriaorar sozinho. interessante notar otermo utilizado aqui por Mateus. Apalavra "compeliu" tem como sen-tido "forar", "obrigar". Jesus no dalternativa aos seus discpulos. Elequeria orar sozinho. Deve-se enten-der que aquele grupo formado pelosapstolos havia se acostumado a es-tar constantemente com Jesus. Viamnele, at ento, algum vindo da par-te de Deus (viso esta que est para

  • ser expandida), e no queriam pas-sar um momento sequer longe de suapresena. Da a atitude enrgica deJesus, forando-os a ir adiante dele.

    Mas a inteno de Jesus no eraapenas a de orar sozinho. Ele plane-j ava tambm providenciar uma oca-sio de crescimento para os seus dis-cpulos (que aqui, eram os apsto-los) . Jesus sabia que eles enfrentari-am um problema real, na travessiado Mar da Galilia. O mar agitadopelo vento foi essa dificuldade. Ima-gine este quadro (v.24): o barco es-tava longe de qualquer margem(muitos estdios da terra)', enfren-tava um mar revolto, as ondas casti-gavam o casco da pequena embar-cao; o vento era forte (no have-ria dificuldade se fosse uma brisa)e contrrio direo em que ia. Porisso, no de se admirar que os aps-tolos tenham ficado de dez a dozehoras presos no meio do mar. Noteque a partida deles havia acontecidoao cair da tarde (v.23). Quando Je-sus foi encontr-los, andando por so-bre as guas, era a quarta viglia danoite, e estavam ainda lutando paraatravessar o mar. A quarta viglia danoite compreende o espao de tempodas trs s seis horas da manh, quan-do nasce o dia.

    Jesus, propositalrnente, enviaseus discpulos para enfrentar aque-la situao, pois tinha com isso umobjetivo, que veremos mais adiante,nesta mesma lio. No entanto, lem-bre-se sempre disso: diante de um

    problema o crente tem duas opes:simplesmente sofrer com o proble-ma, ou aproveit-lo para crescer noconhecimento de Deus. Sem dvi-da, o objetivo do Senhor em permi-tir os problemas na nossa vida con-ceder-nos a oportunidade de apro-fundar nosso relacionamento comele. Nas entrelinhas das Escriturasencontramos um princpio segundoo qual o crente fiel que mais enfren-ta dificuldades nesta vida aquele quemais conhecer a Deus (J 42.1-6).I I , MOSTRANDO O SEU ?ODRDeus Nos Concede Um Ccurnho de F

    Nesse ponto, Jesus demonstraser divino mais uma vez em seu mi-nistrio. Jesus eraDeus e homem aomesmo tempo. O Verbo eterno comsua natureza divina assumiu naencarnao tambm uma naturezahumana, separada completamente dopecado, tendo sido gerada pelo Es-prito Santo no ventre de Maria. Apartir da essas duas naturezas tor-naram-se inseparveis e inconfund-veis. Mesmo agora, tanto tempo apsa Ressurreio e a Ascenso, JesusCristo continua a ser o Deus-homem.A natureza humana de Jesus temsido negada por algumas correntesherticas, enquanto outras correntesnegam sua natureza divina. Um erroigualmente grave separar as natu-rezas de Cristo. Aqui temos doisexemplos da impossibilidade dessaseparao (ver box na pgina aolado). Jesus mostrou ser homem eser Deus. A Bblia nos diz que ele

  • foi andando at o barco (foi a elesandando por sobre o mar). Cami-nhar no escuro com rumo certo e ain-da andando por sobre o mar mostraclaramente a soberania de Deus naCriao, demonstrada por Jesus,contrariando a ordem natural das coi-sas. S Deus pode contrariar as leisestabelecidas na Criao, pois foi elemesmo quem as fez. No caso, a leida gravidade foi quebrada. Porm,muitos dos milagres feitos por Jesus,foram antecipados por profetas e re-petidos posteriormente pelos aps-tolos. Por exemplo: curas (2Rs 5.1-19; At 5.12-16); ressuscitaes (IRs17.19-24; 2Rs 4.32-37; At 9.36-43);sustento miraculoso (IRs 17.8-16;2Rs 4.1-7), milagres sobre a nature-za (2Rs2.8; 6.5-7; At28.1-6). O quedeve ser destacado, que tanto osprofetas como os apstolos, fizeramsinais pelo poder e autoridade vindosde Deus, e Jesus fez tudo o que fezpelo seu prprio poder e autoridade.Ele Deus!

    importante tambm destacaro episdio de Jesus com Pedro. Aprimeira reaao dos discpulos quan-do Jesus se aproximou foi de pavore assombro. bom lembrar de novoa situao: estavam angustiados nomeio do mar, lutando com o ventoforte, a escurido era absoluta e agua batia forte na embarcao. Daescurido do meio do mar, vem seaproximar um vulto, vindo exata-mente na direo deles. Por no sa-ber (nem desconfiar) que era Jesus,

    ficaram petrificados e gritaram: umfantasma! (v.26). Depois de Jesus seidentificar, acalmaram-se. No deve-mos pensar que Pedro duvidou quan-do disse: Se s tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as guas(v.28). Isso fica claro por duas for-tes razes: primeiro, a palavra usa-da por Pedro no expressa dvida.Alm disso, voc acha que algumem dvida, na situao de Pedro, seatiraria no mar revolto para tirar advida? No seria suicida? Pedro sa-bia que era Jesus, por isso, foi. Casocontrrio, jamais ousaria propor e re-alizar o que vemos no texto.

    Quando Pedro estava andandona direo de Jesus que veio a d-vida. Ao perceber o que estava fa-zendo (andando por sobre o mar re-volto), olhando o incalculvel volu-me de gua e a impossibilidade l-gica daquele momento, ele comeoua afundar. Ento Jesus o toma pelamo e sobem a bordo. Duas liesdevem ser destacadas aqui:

    1) O Senhor estabelece um ca-minho de f por sobre o problemaenfrentado. A grande dificuldadepara eles, aquilo no que estavam in-vestindo suas foras sem, contudo, al-canar xito, era o mar revolto (umatempestade de vento). Jesus se apre-senta aos seus discpulos como estan-do acima do problema deles, bemcomo imune a ele e, atendendo ao pe-dido de Pedro, faz com que ele parti-cipe da mesma realidade, por meio daf. Pedro creu que era Jesus, por isso,

  • o seu problema (o mar) ficou abaixode seus ps. No entanto,

    2) Deve-se destacar que asupervalorizao do problema e advida quanto ao poder de Deus, po-dem nos fazer naufragar no meio dasdificuldades. Muitas vezes, estamosobtendo vitria da parte de Deus emdeterminados lutas, mas comeamosa enxergar o problema como sendomuito grande, e questionamos seDeus ter poder para conceder-nosvitria. Nesse caso seremos derrota-dos. Ainda assim, o Senhor no per-mite que naufraguemos completamen-te, e sempre est por perto para nosestender a mo, pondo-nos a salvo.IIKOS DISCPULOS ASSIMILAMA VRDADToda Dificuldade nos Revela MaisAcerca de Deus

    Como foi dito anteriormente,Jesus tinha um objetivo especficoao fazer seus discpulos passar poraquela dificuldade, A ideia era fazercom que eles mesmos chegassem concluso de que Jesus no era ummero Mestre ou profeta, mas o DeusVerdadeiro.

    Houve uma situao muito se-melhante, anterior a essa, em quetambm Jesus se manifestou comoDeus. Mateus 8.23-27 conta que Je-sus acalma uma tempestade surgidainesperadamente. Vale a pena inves-tigarmos essapassagem. Jesus esta-va no mesmo Mar da Galilia, como mesmo grupo de discpulos (osapstolos). Cansado dos afazeres do

    dia, nosso Senhor "pega no sono".Ento, sem aviso prvio, se levantauma forte tempestade (bem maior emproporo se comparada quela dequando, algum tempo depois, Cris-to anda por sobre o mar), a pontode causar desespero nos discpulos,dentre os quais boa parte pescado-res, acostumados a lidar com o mar.Ainda assim, Jesus dormia. Sem d-vida, aqui comeou o teste dos dis-cpulos. Desesperanados dos seusprprios esforos, recorreram a Je-sus como uma ltima instncia, si-multaneamente acusando-o de "ir-responsvel" ou "inconsequente",gritando: Senhor, salva-nos!Perece-mos! Parafraseando, entenda-se:"Como o Senhor pode ficar a dor-mindo enquanto estamos prestes amorrer? Tem compaixo de ns, li-vra-nos desta!". Ento, usando dasua autoridade divina, ele simples-mente repreendeu (ordenou) o ven-to e o mar, e fez-se grande bonana.Percebam que, como resultado des-sa experincia eles questionaram:Quem este que at os ventos e omar lhe obedecem?" (v.27).

    Pois bem. Para responder a estaquesto, no devido tempo Jesuscompele seus discpulos para as di-ficuldades, enquanto ficou orando,aps a multiplicao dos pes, e vaidepois socorr-los andando por so-bre o mar (Mt 14.22-33). O objetivode Jesus, por causa do qual "fabri-cou" essa situao, foi gerar a res-posta pergunta feita na ocasio em

  • que ele acalma a tempestade (Mt8.27). Sem que lhes tivesse dito umapalavra, aps Jesus e Pedro embar-carem., os discpulos adoram (j aquise v a conscincia deles de que Je-sus Deus) e declaram em alto ebom som: Verdadeiramente s Filhode Deus (v.33). A expresso "Filhode Deus", no pensamento judaico, sig-nifica algum que procede de Deus,igual a Deus. Ou seja, Deus.

    Diz o apstolo Paulo que todasas coisas cooperam para bem daque-les que amam a Deus (Rm 8.28). Noconseguimos entender isso em mui-tas situaes, por causa da nossa li-mitao e por no podermos sondaros propsitos de Deus. Mas um bemsempre vir para aquele que enfren-tar confiadamente todo problema edificuldade: um melhor conhecimen-to de Deus. O objetivo de Jesus aoconduzir seus discpulos para proble-mas foi que o conhecessem melhor.Portanto, devemos desfrutar nossosproblemas. E isso no significa gos-tar de sofrer. Quer dizer ver nas lu-tas oportunidades para usufruir da in-timidade de Deus, conhecendo-omelhor. No se trata de um conheci-mento simplesmente terico, masexperimental, tendo coisas a falai- danossa prpria vida como expressodo poder de Deus. A f o motorque nos impulsiona a enfrentar todadificuldade, crendo que o poder deDeus muito maior do que qualquercoisa que possamos enfrentar e que

    o resultado final ser de prazerindescritvel.CONCLUSO

    Deus tem um objetivo paracada detalhe na nossa vida. Ele ja-mais causar aos seus filhos uma l-grima desnecessria. Haver um ob-jetivo especfico para tal ocorrncia.Ser uma oportunidade de cresci-mento. Qualquer que seja a questo,temos de estar atentos para aprovei-tar essas ocasies. Muitas vezes pa-ramos e murmuramos, reclamamos,questionamos o direito de Deus empermitir tal e tal coisa, jogamos a cul-pa em algum, descarregamos a rai-va, quando deveramos aprendercada vez mais a nos colocar em nos-so devido lugar, submetendo-nos vontade de Deus e buscandoconhec-lo melhor.

    APLICAOFaa uma anlise dos seus pro-

    blemas. Examine e conclua se as di-ficuldades que voc tem sofrido temsido s vezes traumticas, deixandoprofundas marcas negativas no seurelacionamento com Deus. Pergun-te a si mesmo se voc tem sabidoencarar os problemas de forma cor-reia. Coloque-se diante de Deus deforma sincera! No hora de arro-gncia ou falsa aparncia. Pea aju-da da parte dele, para ser um vitori-oso em todo e qualquer problema,no importando se o resultado ouno agradvel voc.

  • Leitura devocionalDomingo: Tg 4.1-10Segunda: C! 3.1-11Tera: SI 41Quarta: Ef 2. l-l OQuinta: At 1.6-11Sexta: 2Cp 1.3-11Sbado: x 33

    7O ltimo Discurso

    do ReiCuidando dos Seus e Preparando a Partida

    Joo 13 - 17

    INTRODUOCerta senhora estava com uma

    cirurgia marcada. Na vspera, tocao telefone. Ao atender, ela ouve ooferecimento para a compra de umjazigo num cemitrio! Recuperadado susto, tal senhora recusou a"oportuna" oferta. Hoje em dia, vi-rou moda preparar a prpria morte:existe plano de sepultamento apessoa vai pagando o prprio fune-ral em vida; a compra de tmulos,com a possibilidade de a pessoa (en-to "j defunto") escolher o lugar emque prefere ser enterrada; para evi-tar brigas ria partilha dos bens da he-rana, muitos, j em idade avana-da, tratam logo de repartir por elesmesmos os seus bens, distribuindo-osconforme sua vontade, passando a es-critura (ou documento de propriedadedo bem) para o nome do filho escolhi-do, com usufruto da pessoa em vida;em caso de conta corrente ou poupan-a, transforma-se a conta em conjun-ta., para que possa ser movimentadaaps a morte do titular da conta.

    Essa preocupao tambmexistiu por parte de Cristo, mas comenormes diferenas em relao ao

    mencionado costume moderno,como se pode constatar nesta lio.A fim de que eles tivessem melhorcondio de enfrentar a sua morte,Cristo se dedicou, em um longo dis-curso, a prepar-los para tal aconte-cimento, bem como para os seus des-dobramentos (At 1.6-11). Vejamoscomo Jesus fez essa preparao:

    K DESTACANDO VERDADESIMPORTANTES t CA?, W

    Cristo estava para ser preso. Osdiscpulos ficariam privados da suapresena fsica. Ele ento proferiueste discurso como demonstrao doseu amor e cuidado para com eles.Jesus trata dos ltimos assuntosconcernentes sua obra, relembran-do ensinamentos, bem como trazen-do revelaes novas, que seriam vi-tais para a preservao dos seus aps-tolos, discpulos, e da prpria igreja.

    A. Humildade (vs. 1-20)Exemplo a Ser Seguido

    Durante a Ceia, inesperada-mente, Jesus toma uma atitude quecausa