caminhando com jesus - lições bíblicas didaquê

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Há séculos o Evangelho de Lucas encanta, comove e desafia quem o lê. É um dos mais belos e comunicativos livros da Bíblia. Quem o lê com atenção, percebe uma interessante mudança de assunto, a partir de 9.51: "Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém" (Bíblia Sagrada Edição Pastoral). A partir deste ponto, o evangelista passa a descrever a última viagem da vida de Jesus, da Galileia até Jerusalém. Este trecho, que alguns estudiosos chamam de "Narrativada Viagem", vai de 9.51 a 19.48. Nesta seção, encontramos passagens muitoconhecidas, que só aparecem no terceiro Evangelho, como, por exemplo, as parábolas do samaritano e do filho pródigo.

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  • A Servio do Reino"Rua Maria Olinda, 22 ~ Caixa Postal 22

    CEP 36970-000 - Manhumirim/MGTelefax: (033) 341-1572

    E-mail: [email protected]

    CapaExpresso Exata(So Paulo -SP)

    Editorao EletrnicaWilliam Buchacra

    (Belo Horizonte - MG}

    ImpressoEditora Betnia

    (Belo Horizonte -MG)

    [E> proibida a reproduo parcial ou total(inclusive atravs de fotocpias),

    sem a autorizao expressa da DIDAQUE.

    [E> A DIDAQUE no possu representantes ou distribuidores.Os pedidos devem ser feitos diretamente Entidade.

  • JJfcCaminhando

    com JesusH sculos o Evangelho de Lucas encanta, comove e desafia quem o l. umdos mais belos e comunicativos livros da Bblia. Quem o l com ateno,percebe uma interessante mudana de assunto, a partir de 9.51: "Estavachegando o tempo de Jesus ser levado para o cu. Ento ele tomou a firmedeciso de partir para Jerusalm" (Bblia Sagrada Edio Pastoral). A partir desteponto, o evangelista passa a descrever a ltima viagem da vida de Jesus, daGailia at Jerusalm. Este trecho, que alguns estudiosos chamam de "Narrativada Viagem", vai de 9.51 a 19.48. Nesta seo, encontramos passagens muitoconhecidas, que s aparecem no terceiro Evangelho, como, por exemplo, as par-bolas do samaritano e do filho prdigo.

    O tema central deste bloco do Evangelho o reino de Deus.Ao preparar esta srie de estudos, a DIDAQU convida voc para embarcar

    nesta viagem. Durante a viagem, estaremos descobrindo e/ou recordando gran-des ensinamentos de Jesus a respeito do reino de Deus.

    Esta srie de estudos, que compe o volume 50 dos Estudos BblicosDIDAQU, propiciar a oportunidade para se conhecer melhor o ensino bblicosobre o reino de Deus. Com certeza, voc se sentir desafiado(a) a um engajamentomais efetivo nesse reino.

    Vamos, pois, "Caminhando com Jesus".BIBLIOTECA DIDAQUProf, Antonfo e

    "A Servio do Reino"Manhumirim, abril de 2000.

  • In rmaes e Sugestes

    E ste volume contm 13 Estudos Bblicosbaseados no Evangelho de Lucas, focali-zando a narrativa da viagem de Jesus daGalilia at Jerusalm (Lc 9.51 a 19.48). A abor-dagem de cada estudo feita em relao reali-dade do reino de Deus.

    Estes estudos so adequados para classesde Escola Dominical e outros grupos de reflexo,sendo recomendados para jovens e adultos.

    Os estudos obedecem seguinte estrutura:

    Alimento dirio para a caminhada - Sotextos bblicos selecionados e relacionados aotema abordado no estudo. H um texto indicadopara cada dia da sem an.

    Luzes sobre o texto - uma breve anlisedo texto tomado por base para o estudo, conten-do explicaes para as passagens mais obscu-ras, bem como opes de interpretao.

    Lies do texto - uma apresentao or-ganizada das ideias principais, com lies apli-cveis ao cotidiano do povo de Deus. um es-foro no sentido de tornar ciara a mensagem dotexto, com lies e desafios para o dia a dia.

    Ampliando a discusso - uma tentativade deixar em aberto a discusso, ou aprofund-la, uma vez que o estudo no a ltima palavrasobre o assunto.

    .

    Por estarem desvinculados dos rgidos,repetitivos e cansativos currculos de Escola Do-minical tradicionalmente estabelecidos, podemser adotados em qualquer poca e adaptados se-gundo o programa de Educao Crist elaboradopela prpria igreja, a partir de suas necessidadescontextuais. Esse material fortemente caracte-rizado por sua linguagem de fcil compreenso,o enfoque de temas da atualidade e, acima detudo, o cuidado e o equilbrio na utilizao e in-terpretao do texto bblico, sempre numa pers-

    pectiva teolgica Reformada.O texto uma contribuio ao debate e re-

    flexo e, em nenhum momento, tem-se a preten-so de se fazer do mesmo a ltima palavra sobreas questes abordadas, dogmaizando-as; , naverdade, o ponto de partida.

    Para tornar o aprendizado mais eficaz, suge-rimos aos professores ou coordenadores de gru-pos, os seguintes procedimentos:

    Utilizar a Bblia como principal e indispen-svel fonte de pesquisa;

    Examinar, rotineiramente, obras de cunhodidtico-pedaggico, afim de aperfeioar-se natarefa de ensinar, dominando princpios e tcni-cas de aprendizagem;

    Ir alm do texto apresentado na revista, bus-cando, noutras fontes, dados e informaes com-plementares;

    Valer-se de ferramentas como Dicionriode Lngua Portuguesa, Chave Bblica, DicionrioBblico, Comentrios Bblicos etc., a fim de faci-litar o preparo e tornar mais eficaz a minisrao;

    Buscar sempre a iluminao do Esprito San-to durante o perodo prvio de preparao, e de-pender da mesma iluminao para conduzir a aula,fazendo tudo isso com esmero e dedicao;

    Valorizar a totalidade do estudo, evitando odistanciamento do assunto em foco, e adminis-trar bem o tempo para no se deter em determi-nadas partes do estudo, em detrimento de ou-tras;

    Assumir a funo de mediador do grupo,evitando monopolizar a palavra, oferecer respos-tas prontas e impor o seu ponto de vista comonica e absoluta expresso da verdade;

    Relacionar as mensagens e os desafios aocotidiano dos integrantes do grupo, incentivan-do-os a colocar em prtica as lies aprendidase despertando-os para a ao, no sentido de con-cretizar os objetivos do estudo.

  • r.n d i c01. A Caminhada Missionria da Igreja 04

    02. Exigncias do Discipulado 07

    03. Misso Crist no Mundo 10

    04. Amor na Caminhada 13

    05. A Orao na Caminhada 16

    06. Quem o Senhor do Reino? 19

    07. Bens Materiais 22

    08. O Reino (U Agora" e "Ainda No" 25

    09. Arrependimento e Frutos 28

    10. A Natureza do Reino 31

    11. O Reino e os Perdidos 34

    12. A Vinda do Reino de Deus 37

    13. A Chegada de Jesus a Jerusalm 40

  • A CaminhadaMissionria da Igreja

    Lucas 9.51-56

    Q uando viajamos, geralmente gosta-mos de conversar com os compa-nheiros da viagem. Nestas "conver-sas", pode-se aprender e ensinar muito.Quem no se lembra de uma boa viagem,de uma boa conversa durante a jornada?

    Uma viagem uma caminhada e, no ca-minho, muita coisa pode acontecer.

    Os crticos literrios so unnimes emafirmar que os livros que narram viagenstornaram-se grandes clssicos da literatu-ra.

    Este estudo mostra o incio daquela queseria a ltima viagem de Jesus para Jeru-salm. Nesta caminhada rumo a Jerusalm,nosso Mestre muito nos ensina. Ele o via-jante que educador. Mostra "pela palavrae pela ao, pela sua morte, ressurreio eascenso, o caminho que leva salvao ecomunho corn o Pai, fonte e fim de toda avida" (Bblia Sagrada Edio Pastoral].

    O presente estudo tem corno objetivodespertar a igreja crist para os seguintesaspectos de sua caminhada missionria;

    a importncia da determinao nocumprimento de sua misso;

    a tolerncia e o amor como acompa-nhantes inseparveis da misso;

    o alvo da misso crist.

    Luzes

    texto

    Lucas 9.51marca o incio danarrativa da via-gem de Jesus a Je-rusalm (9.51-19.48). SegundoWerner Georg

    Kumel, trata-se de uma "criao de Lucasque inseriu material de vrias origens natrama de uma jornada at Jerusalm". Se-gundo Kumel, estudos mais recentes tmprocurado encontrar o ponto de vista queconsti tuiria a chave da composio destanarrativa, qual seja: ensinamento para osdiscpulos, contendo normas de vida e deativdadc; e a futura ativdade missionriada comunidade.

    Para muitos, Lucas 9.51-56 representaa primeira etapa da ascenso de Jesus, jque a referncia para a deciso de ir paraJerusalm no a crucificao, mas a as-censo de nosso Senhor. O texto registra ano-hospcdagem por parte de urna aldeiadesamaritanos que rejeitam o Salvador porcausa de seii aspecto de viajante para Jeru-salm. Neste preldio da caminhada, hmuita coisa, ensinada e muita coisa a seraprendida. Vale a pena despir-se de pre-conceitos e aprender de Jesus nessa longaviagem. Lucas 9.51-56 apenas o incio.

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Lucas4.16-30

    TeraLucas5.1-11

    QuartaLucas

    5.27-32

    QuintaLucas

    7.18-23

    SextaLucas9.1-6

    SbadoLucas

    10.21-24

    DomingoLucas

    19.1-10

  • /coes doTexto

    Vejamos, pois, o que se requer de umacomunidade que deseja caminhar com Je-sus e fazer misso.

    1. A DETERMINAO NOCUMPRIMENTO DA MISSO

    Jesus, em seu ministrio, sempre de-monstrou conscincia de sua misso. Ja-mais deixou de falar dela. Nunca fugiu desua responsabilidade. Ele sempre teve ofirme propsito de cumprir o seu destino,a despeito dos terrveis sofrimentos que oenvolveria. A morte sempre foi uma som-bra na vida de Jesus. O profeta (saas re-gistra isto com detalhes (Is 53). QuandoJesus v a aproximao do cumprimentode sua misso, ele vai ao encontro da mes-ma, fazendo isto com uma determinaoevidenciada em sua prpria aparncia, pois"manifestou no semblante a intrpida re-soluo de ir para Jerusalm" (9.51). Ossamaritanos se negaram a receb-lo, por-que o seu "aspecto era de quem decisi-vamente ia para Jerusalm" (9.53). Usan-do uma linguagem popular, poderamosdizer que Jesus "no fugiu da raia", maspartiu com determinao rumo misso.

    Assim como Jesus, a igreja tambmtem uma misso (Jo 20.21). No pode-mos ser igreja sem a conscincia desamisso. No podemos cumprir esta mis-so sem a determinao demonstrada evivida pelo prprio Senhor Jesus Cristo.Muitas igrejas crists perderam esta cons-cincia e a prpria determinao no cum-

    primento da misso. Na verdade, perde-ram a razo de ser da prpria igreja. Igrejasem conscincia de sua misso no igre-ja. A misso da igreja pode ser entendidacomo toda a ao empreendida pela mes-ma, com o objetivo d.e proporcionar vidaem abundncia. A igreja existe para salvara vida dos homens, e no para destru-la(Lc 9.56; 19.10; Jo 10.10). Ela comopulmo, to necessrio para a respiraoe para a vida. Ela , em certo sentido, opulmo do mundo.

    preciso rever_a forma de ser igrejanos dias de hoje. importante repensarsua misso. necessrio reavaliar sua de-terminao no desempenho da misso. Acaminhada de Jesus rumo a Jerusalm feita a passos largos e determinados parao cumprimento da misso. Da mesma ma-neira, a igreja crist deve caminhar comuma determinao visvel em seu "sem-blante". Sua comunidade tern demonstra-do isto? hora de refietir e tomar uma de-ciso.

    2. A TOLERNCIA PERMEANDO AMISSO

    importante caminhar sem perder devista as caractersticas da misso. Tiagoe Joo, por algum momento, perderam osentido e o esprito da misso. Revelaramintolerncia e ignorncia, invertendo o ob-jetivo da misso: em vez de salvar, queri-am destruir (9.54,55).

    Anteriormente, j haviam demonstra-do a mesma intolerncia, proibindo um ho-mem que expelia demnios em nome deJesus, de fazer tal coisa, porque no se-guia com eles (9.49,50). Nas duas ocasi-es, Jesus repreende os discpulos. Todaao que promova a vida do homem pode

  • ser parte integrante da misso de Jesus eda igreja. Diz Jesus:"... quem no con-tra vs por vs".

    Geralmente, somos tentados e levadosa esquecer a misso, revelando toda a nos-sa intolerncia ante a postura das pesso-as. Jesus ensina a tolerncia, visando essncia da prpria misso. Em Jeric, aintolerncia foi contra o publicanoZaqueu.E Jesus, mais uma vez, mostra a essn-cia de sua nobre misso (Lc 19.10).

    Hoje, infelizmente, muitas pessoas quedeveriam ser o alvo da misso da igreja,tambm so alvos da intolerncia e da ig-norncia da mesma. Pessoas como os de-pendentes qumicos, portadores do vrusda AIDS, prostitutas, meninos de rua, ex-presidirios, so vistas e tratadas com cer-ta intolerncia por parte de setores da igre-ja crist. a completa inverso da mis-so. Ser que ainda existe em nosso meiopontos de vista como os de Tiago e Joo?Esperamos, sinceramente, que no.

    3. O OBJETIVO DA MISSO

    O versculo 56 deixa bem claro o obje-tivo da misso de Jesus Cristo: "pois oFilho do homem no veio para destruir asalmas dos homens, mas para salv-las"(9.56a). A caminhada de Jesus rumo a Je-rusalm para cumprir cabalmente esteobjetivo. O objetivo da misso de Jesusest presente neste trecho do Evangelho,com uma nfase impressionante (12.20;13.3,5,16, 22-30; 15; 16.19-31; 17.19;18.18-30; 42; 19.10). O reformador JohnKnox comenta dizendo que "esta passa-gem nos faz lembrar a admirvel pacin-cia de Deus. Ns que, em nosso peca-do, queremos fazer descerfogo do cu, afim de destruir os malfeitores; mas Deus,

    no a despeito de sua santidade, mas porcausa dela, mostra-se paciente".

    A comunidade crist no pode trocar oobjetivo de sua misso. Sempre que elaperdeu este objetivo, ou dele se distanciou,ou destruiu, matou, provocou confuso,cometeu atos de violncia, tudo em nomeda justia. O Senhor da igreja sempre re-jeitou quaquertipo de violncia. Todos osseus milagres foram atos de misericrdiae smbolos da salvao que ele veio trazeraos homens. Na misso de Jesus, encon-tramos o cerne da misso da igreja. So-mos chamados tambm para "no esma-gara cana quebrada, no apagar o pavioque ainda fumega" (Mt 12.19,20). A igre-ja existe por causa daqueles que esto per-didos. "Os sos no precisam de mdicoe, sim, os doentes" (Mt 9.12; Mc 2.17;Lc 9.31). Esquecer esta realidade rene-gar o objetivo da misso de Jesus e dasua igreja. :

    AmpliandodiscussoEm que consiste a misso da igreja,hoje? Qual a sua abrangncia?

    O que mostra que suacomunidade tem desenvolvido umacaminhada missionria?

    Autor: Rev. Ailion Gonalves Dias Filho(Americana - SP)

    E-maI: [email protected]

  • Exigncias doDiscipulado

    Lucas 9.57-62

    D urante o ministrio de nosso Senhor Jesus Cristo, inmeras pessoas tiveram umencontro com ele. Essas pessoas demonstravam, nesses encontros, as maisvariadas reaes diante do Senhor. Citando alguns exemplos, observamos a ati-

    tude de Pncio Pilatos que, covardemente, "lavou as mos", tentando ficar neutrodiante do julgamento de Jesus Cristo (Mt 27.24). Judas, numa postura mais radical,chegou a trair nosso Senhor por 30 moedas de prata (Mt 27.3-5). A mulher pecadora,num gesto de humildade e reconhecimento da pessoa de Jesus, chora e enxuga os psde Jesus com seus cabelos (Lc 7.36-38). Os gerasenos queriam distncia de Jesus.Pediram que ele sasse de suas terras (Lc 8.26-39). So situaes diferentes com asmais variadas atitudes.

    O objetivo deste estudo mostrar as exigncias do discipulado, colocadas pornosso Senhor e to bem registradas por Lucas na caminhada rumo a Jerusalm (9.57-62; 14.25-35).

    Luzes No incio dacaminhada deJesus rumo a Je-rusalm, Lucasinforma de trscandidatos aod i s c i p u l a d o

    (9.57-62). Nessa caminhada, nosso Se-nhor va colocando as normas e as exi-gncias para o discipulado, pondo apro-va os que queriam segui-lo. Para o Se-nhor Jesus Cristo, o discpulo precisa terdisponibilidade permanente, condiesde renunciar a prpria famlia e no vol-

    tar atras, uma vez iniciado o discipulado.Diante destas exigncias, notam-se as pre-tenses dos candidatos ao discipulado.Lucas no informa a reao desses disc-pulos diante das palavras de Jesus (w.58,60,62). E voc, como tem se compor-tado diante das exigncias dodiscipulado?

    O texto em apreo mostra as intenesdos candidatos ao discipulado. Muitos,ainda hoje, so precipitados nas decises,outros priorizam os interesses afetvosetc... Da mesma forma, outros, ainda, pre-ferem a velha vida e olham para trs.

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    ! Reis19.19-21

    Tera. Marcos10.17-22 .

    QuartaLucas5.1-11

    QuintaLucas

    9.23-27

    SextaLucas

    14.25-33

    Sbadol Corntios1.18-31

    DomingaII Timteo

    2.1-13 -

  • De acordo com o texto, o discpulode Jesus precisa assumir as seguintesatitudes:

    1. DISPOSIO COM VISOO candidato ao discipulado que se apre-

    senta no versculo 57 apresenta uma pos-tura de voluntariedade fantstica: "Seguir-te-ei para onde quer que fores". JesusCristo no aplaude a atitude deste candi-dato. Ele d uma resposta que, indireta-mente, mostra a viso inadequada destecandidato. Em seu pronunciamento, nos-so Senhor mostra a sua real condio: "...o filho do homem no tem onde reclinaracabea". O texto paralelo, Mateus 8.18-22, informa que este candidato era, pro-vavelmente, um escriba e, como tal, eraconhecedor das profecias. Era possvel queele conhecesse a profecia de Daniel, quefala da vinda do "filho do homem" comdomnio, riqueza e glria (Dn 7.13,14). Porisso, a proposta de seguir a Jesus incon-dicionalmente. Pode ser que ele tivesse emmente outros interesses.

    Lucas tambm informa da existncia deSimo, o mgico, que "abraou af", mascom interesses escusos, por dinheiro e porinteresse de benefcio prprio (At 8.9-25).

    Muitos "discpulos", ainda hoje, de-monstram disposio para o seguimentode nosso Senhor por causa de uma visoinadequada. Esto atrs de dinheiro. Es-

    to atrs de prosperidade, de segurana econforto. No querem saber de pagar opreo do discipulado. No querem saberde negar a si 'mesmo, tomar a cruz e dei-xar tudo para; seguir a Cristo (Lc 14.25-27). ;

    Muitos, hoje, no querem saber doensinamento apostlico de que nos foi con-cedida a gra> de padecer por Cristo (Fp1.29). disposio para o discipulado di-vorciada de u|ma viso do preo do mes-mo. disposio sem viso. preciso re-ver esta postura e analisar bem o que sig-nifica seguir aiJesus Cristo, aquele que notem onde reclinar a cabea. Voc est dis-posto a seguir o Senhor desta forma?

    2. PRONTIDO DIANTE DACONVOCAO

    iO outro candidato no um voluntrio

    (v.59). convocado pelo prprio Senhor:"Segue-me"\. convocado,mas hesita e responde: "Permite-me ir pri-meiro sepultar meu pai". Segundo o co-mentrio da Bblia de Estudo de Genebra,"o pai ainda podia estar vivo. Estas pala-vras, ento, indicariam que o discpulo que-ria continuar cuidar de seu pai at mor-te deste. No entanto, se o pai estava mor-to, as palavras de Jesus seriam ainda maischocantes, urna vez que a piedade filialexigia que um filho providenciasse o se-pultamento de seu pai". De qualquer modo,conclui o comentrio, Jesus est dizendoque as exigncias do reino suplantam to-das as lealdades terrenas.

    Ainda hoje', muitos so chamados, mashesitam por causa do apego famlia ous coisas da vida. So chamados, mas no

  • querem assumiras exigncias do compro-misso com Cristo.

    O Evangelho registra o encontro de umhomem com Jesus, o qual desejava pos-suir a vida eterna. Era observador da reli-gio e guardava os mandamentos. Masno foi capaz de abrir mo de suas propri-edades para abraar o discipulado. Ele eramuito rico. Foi desafiado, mas hesitou (Mc10.17-22).

    No final de sua vida, Paulo menciona oabandono de um colaborador, Demas, que"tendo amado o presente sculo", aban-donou-o (II Tm 4.10). O mesmo apstoloensina que "nenhum soldado em serviose envolve em negcios desta vida, por-que o seu objetivo satisfazer quele queo arregimentou" (II Tm 2.4). Seguira Je-sus sinnimo de ir e pregar o reino deDeus (v. 60). Qualquer coisa que impeaisto hesitao diante da convocao fei-ta por nosso Senhor Jesus Cristo. Voc temhesitado ante convocao do Senhor?

    3. ACEITAO SEM CONDIO

    Na caminhada rumo a Jerusalm, apa-rece um outro voluntrio (v. 61). A exem-plo do anterior, tambm hesita e impe umacondio: "deixa-meprimeiro despedir-medos de casa" (v. 61). Nosso Senhor res-ponde, fazendo uma relao entre odiscipulado e a ao de arar. Aqueles queesto acostumados a arar a terra sabemque tal ao requer uma atenoininterrupta, e assim exige tambm odiscipulado (v. 62).

    Muitos, ainda hoje, querem seguiraJe-sus Cristo, impondo condies. Queremseguir a Jesus, mas no querem amar o

    semelhante, no querem carregara cruz,no querem negar a si mesmo. Enfim, que-rem seguir a Jesus Crsito, mas no que-rem coloc-lo em primeiro lugar em suasvidas (M16.33). importante dizer que Je-sus no est mendigando discpulos, nemseus favores. Pelo contrrio, ele o Se-nhor e quem estabelece as exignciaspara o discipulado, embora muitos quei-ram inverter os papis, impondo condi-es. O discpulo servo e, como tal, noimpe, mas aceita as condies do Se-nhor.

    preciso redescobrir o real significadodo discipulado. preciso estar conscientedo que ser discpulo de Jesus Cristo, sa-bendo que ele, como Senhor, no ofereceum "mar de rosas", mas garante a vitriaquele que forfiel (Ap2.10).

    Ampliando

    Quais so alguns dos empecilhosapresentados pelas pessoas hoje,para seguir a Jesus?

    O que significa negar a simesmo, tomar a sua cruz eseguir a Jesus?

    Autor: Rev. Ailfon Gonalves Dias Filho(Americana - SP)

    E-mail: [email protected]

  • Misso Cris no Mundo

    Lucas i o. i-12

    O ser humano, criado imagem e semelhana de Deus, recebeu; desde o incio,uma misso para cumprir, que a de guardar e cultivar a terra (Gn 1.26,27; 2.15).De l para c, o que se percebe que sempre existe tarefa a ser cumprida. Algu-mas so mais fceis, e outras mais difceis. Mas o fato que ningum est isento de umamisso para exercer nesta vida. Ningum vive sem uma atividade, e isso que confererazo e beleza para se viver. ;

    A palavra "misso" pode ser compreendida como funo, ou poder que se confere aalgum para fazer algo; encargo ou incumbncia.

    importante observar nesse relato algumas recomendaes feitas por Jesus. Oobjetivo deste estudo ressaltar essas orientaes, a fim de contribuir para o plenocumprimento da misso crist nos dias atuais. i

    o

    texto

    Luzes O texto emanlise, que ex-clusivo de Lucas,trata de uma mis-so que Jesus deua 70 pessoas, en-

    viando-as de duas em duas. Ele enviouem pares, para que existisse mtuo apoioe o testemunho fosse reforado. Ele temprofundas semelhanas com o relato doenvio dos doze apstolos, mas bem maisdetalhado (Mt 10.1 -15). Conforme o co-mentarista William Barclay, essa passa-gem descreve urna misso maior do quea primeira dada por Jesus aos doze. Quan-to ao nmero 70, que era simblico para

    os judeus, existem vrias interpretaes,dentre as quais pode-se mencionar:

    a) Segundo o Telogo Leon R. Morris,esse nmero parece ser um smbolo dasnaes do mundo, conceito esse que os ju-deus baseavam em Gnesis 10, onde h70 nomes no texto hebraico.

    b) Outros associam o nmero comaquele dos ancios nomeados por Moiss(Nm 11.16,1,7).

    c) Outros pensam nos 70 membros doSindrio.

    d) Esse nmero to grande demonstraque Jesus tinha uma grande misso a serrealizada. :

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    1 Samuel3.1-14

    TeraIsaas6.1-8

    QuartaJeremias 1

    QuintaMateus20.1-15

    SexfaMateus

    28.18-20

    SbadoLucas

    10.13-20

    DomingoAto s

    9.1-25

    10

  • rcoes doTexto

    A realizao da misso crist no mundo exige:

    1. CONSCINCIA DO CHAMADO DIVINOO texto em foco comea, j no versculo l,

    citando o seguinte: "Depois disto o Senhor de-signou outros setenta; e os enviou de dois emdois....". Aqui est evidente que a iniciativa de Jesus, o qual convoca para uma grande mis-so. Os setenta demonstraram conscincia des-se chamado por parte de Jesus e atenderamprontamente. J no versculo 2, h umaconstatao de que a seara grande e os tra-balhadores so poucos, e, por isso, eles deve-riam rogar a Deus que enviasse trabalhadorespara a seara. Realmente Deus quem chama,envia e capacita.

    Essa conscincia do chamado divino paraa importante misso foi percebida pelo profetaIsaas (Is 6.1 -8). Esse chamado ou separaopara a obra iniciativa do Esprito Santo deDeus, conforme ocorreu por ocasio da primeiraviagem missionria de Paulo (At 13.1-3).

    Quando Deus chama, no quer dizer que oenviado ter uma vida isenta de inmeras ad-versidades, mas a possibilidade de xito mui-to grande, pois o Senhor sempre conduz emtriunfo os seus escolhidos (II Co 2.14).2. DESAPEGO MATERIAL

    No versculo 4, Jesus recomenda para nin-gum levar sandlias, bolsa e alforje. Isso querdizer que o enviado, para realizar a misso, nodeve carregar peso algum, ou seja, no deveestar envolvido demasiadamente com aquiloque terreno. Jesus quer mostrar que ovocacionado deve ir como est, demonstrandoprontido, pois o chamado urgente e h mui-tos perecendo sem Cristo.

    Nos versculos 7 e 8, Jesus recomenda uma

    atitude contrria ganncia, orientando que sedeve comer o que for servido, e no ficar decasa em casa em busca de algo melhor, poish urgncia na misso. O enviado deveria estarsatisfeito com aquilo que fosse servido, rece-bendo como sendo o bsico para sua sobrevi-vncia. O livro Didaqu, escrito por volta doano 100 d.C., que o primeiro livro de discipli-na da igreja, mostra algo interessante sobreesse assunto: "naquele tempo existiam profe-tas que iam de cidade em cidade, mas se al-gum permanecesse mais de trs dias sem tra-balhar, era um falso profeta; e se algum pedis-se dinheiro e comida, era falso. Ele diz rnais,que aquele que trabalha merece o seu salrio,mas como servo do Mestre no pode buscar oluxo". Esta ideia est declarada em l Corntios9.14 e l Timteo 5.18.

    O apstolo Paulo, falando ao seu filho na f,Timteo, demonstrou esse desprendimento, afir-mando que, tendo com que vestir e o sustentobsico, devemos estar contentes (I Tm 6.7-10).Paulo, ainda, denunciou aqueles que viviammercadejando a Palavra de Deus (II Co 2.17).

    Sabe-se, porm, que o obreiro necessitapossuir recursos materiais para a sua digna so-brevivncia e a de sua famlia. Mas, infelizmen-te, muitos esto se envolvendo mais com o ma-terial do que com aquilo que eterno, levandoassim ao fracasso espiritual e prpriadesqualificao para a misso.

    3. CONCENTRAO NA TAREFAAinda no versculo 4, Jesus recomenda para

    ningum saudar pelo caminho. Isso no umaordem para ser descortez ou sem educao,mas significa que aquele que tem uma missosublime e urgente para realizar, no deve sedeter com o que de menor importncia. Assaudaes orientais eram detalhadas edelongadas, porisso no se podia demorarcornsaudaes. Isso ocorreu l no passado, quan-do o profeta Eliseu falou a Geazi para que esteno saudasse a ningum pelo caminho (II Rs4.29). Essa parada para cumprimentar as pes-soas, com certeza desviaria a ateno para algo

    11

  • que no era o mais importante. A misso queJesus ordena precisa ser cumprida com muitaconcentrao e muita dedicao.

    A falta de concentrao prejudica o desem-penho da misso. Quantos esto olhando maispara o inimigo do que para o Deus que conce-de vitrias! Neemias e os seus companheirosdemonstraram forte concentrao na missodivina que desempenhavam, e no cederam sfortes presses {Nm 6.1-4).

    As Escrituras recomendam concentrao natarefa crist (Fp 3.14; Hb 12.1,2).4. POSSIBILIDADE DE OPOSIES

    Nos versculos 10 a 12, Jesus mostra a rea-lidade da rejeio mensagem proclamada atra-vs dos comissionados. Jesus diz que, quandono forem recebidos numa cidade, deve-se deix-la, sacudindo at o p; mas, para a cidade querejeita, haver dura condenao e destruio.Essa triste e dolorosa condenao das cidadesimpenitentes est descrita nos versculos 13 a16. Isso implica dizer que Jesus est apresen-tando a possibilidade das oposies mensa-gem proftica. O texto diz, ainda, que Jesus en-viou esses indivduos como "cordeiros para omeio de lobos" (v. 3), mostrando, assim, o peri-go e a dificuldade da tarefa.

    No incio do sermo do monte, Jesus dis-se que no se deve ignorar e nem se abater

    'diante das perseguies (Mt5.10-12).Realmente, todos os comissionados enfren-

    tam oposies, perseguies e rejeies, asquais, quando encaradas com perseverana ecomo desafios para se buscar mais a Deus,redundam em benefcios e vitrias. A Bblia afir-ma que tudo coopera para o bem daqueles queamam a Deus (Rm 8.28). Desse forma quese deve cumprir a misso crist hoje.5. PROCLAMAO DE PAZ E LIBERTAO

    Nessa misso proclarnadora, os discpulosdeveriam levaruma mensagem do prprio Cris-to, a qual possui trs nfases bsicas:

    Paz - No versculo 5, Jesus recomenda adeclarao de uma mensagem de paz ao se che-

    gar nas casas: "Paz se/a nesta casa". Essa noera apenas uma saudao judaica, mas umamensagem que Jesus queria que fosse real navida da cada indivduo, no apenas no sentidode reconciliao do pecador com Deus, mas nosrelacionamentos interpessoais. O prprio Jesus o Prncipe da P:az, e a sua igreja deve viver empaz e proclamai] essa paz. Como gratificanteverificar que, no.incio do Cristianismo, a igrejaverdadeiramente tinha paz! (At 9.31).

    Libertao - No versculo 9a, Jesus or-dena para se curar os enfermos, pois estavamoprimidos pelas enfermidades e careciam delibertao. Eles receberam autoridade para isso(Lc 10.19-20; Mc 16.18). Essa mensagem uma prova de amor e misericrdia de Jesus emfavor do ser humano. S em Jesus h plenalibertao (Jo 8.32).

    Iminncia do reino de Deus - Noversculo 9b, Jesus diz para que se publiqueque "est prximo o reino de Deus". A com-preenso crist: deve ser essa - saber que oreino de Deus est sempre prximo, pois Je-sus est presente e voltar a qualquer momen-to. Hoje o tempo da oportunidade para quemuitos aceitem a Jesus e faam parte do reinode Deus. A misso crist proclamar essa men-sagem.

    Ampliando^discusso

    A quem dirigido o chamado divinopara o exerccio da misso crista nomundo? .Quais so as evidncias de que a suacomunidade tem cooperado com amisso crist no mundo?

    Autor: Rev. Anderson Sahler(Manhuau - MG)

    E-mail: [email protected]

    12

  • Amor naCaminhada

    Lucas 10.25-42

    vida uma caminhada por este mundo, na qual a palavra central o amor. A Bbliaapresenta o amor como sendo o dom supremo, e recomenda uma convivncia deamor entre as pessoas.

    Em seu livro Igreja Ensinadora, a Dra. Sherron K. George declara o seguinte sobre olivro de Lucas: "No texto de 9.51 a 19.28, Jesus, o Mestre, manifestou no semblante aintrpida resoluo de ir para Jerusalm (9.51). Durante dez captulos, o evangelistaregistra a caminhada para Jerusalm. Os assuntos abordados so profundos, e o ambi-ente est carregado com tenso e antecipao da oposio e consequente morte emJerusalm. No caminho havia muito dilogo, comunho de mesa, interrupes e pergun-tas. As parbolas constituem 50% do Evangelho de Lucas, e que h, pelo menos, 20delas nesse texto mencionado, que a jornada de Jesus para Jerusalm. Atravs dasparbolas, levava os discpulos a pensarem, a refletirem, a se posicionarem. Elas notraziam respostas prontas, e cada ouvinte tinha de fazer sua prpria identificao e apli-cao. A parbola forava algum posicionamento; o discpulo que definia seu compro-misso em perfeita harmonia com o reino de Deus".

    Para apresentar essa responsabilidade crist, Jesus contou a parbola do samaritano,na qual resumiu os valores do reino de Deus em: "Amars o Senhor teu Deus... Amarso teu prximo como a ti mesmo"(Ml 22.37-39J.

    Luzes A cena ondese passa essa pa-rbola o cami-nho perigoso deJerusalm aJeric, com cercade 30 km. Jeru-

    salm esta a 750 m acima do nvel do mar,e Jeric a 400 m abaixo, sendo, ento,cerca de 1.150 rn de descida, com desfi-

    ladeiros, penhascos e curvasperigosssirnas. Era lugar ideal para os as-saltos e demais investidas de inimigos.Esse desfiladeiro tinha pssima reputa-o, chegando a receber o nome de "Viasangrenta", pelo grande nmero de assal-tos e assassinatos que ali se cometiam.Os personagens envolvidos so: o viajan-te, os salteadores, o sacerdote, o levita eo samaritano.

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Gnesis29.1-30

    TeraRute

    1

    QuartaJoo

    13.31-35

    QuintaRomanos12.9-21

    SextaRomanos13.8-10

    Sbadol Corntios

    13

    Domingol Joo4.7-21

    13

  • Lies doTexto

    Esa parbola nos permite entender o quesignifica a prtica do amor na caminhada.

    1. AMOR NA CAMINHADA: UMAATITUDE OPOSTA AO LEGALISMOJesus foi abordado por um intrprete da

    Lei, cujo objetvo era coloc-lo em provas. Suapergunta foi feita, no procura de informa-es, mas, sim, para verse Jesus no conse-guiria responder altura, aproveitando a opor-tunidade para desmascar-lo. Ele diz: "Quefarei para herdara vida eterna?" Pensava nal-guma forma de salvao pelas obras. Jesusrespondeu com uma combinao de passa-gens que resume as exigncias da Lei (Lv19.18; Dt 6.4-9; 11.13; Mt 22.37; Mc12.30,31). Todas estas passagens mostramque necessrio amar a Deus e ao prximoem todo o tempo e com tudo o que se pode,indo, assim, alm da Lei. Est claro que avida eterna no pode ser adquirida pelo esfor-o prprio, e nem por uma tentativa de auto-justificao. Segundo o telogo JoachimJeremias, "todo conhecimento teolgico denada serve, se o amor para com Deus e paracom o prximo no determinar a direo davida".

    O sacerdote e o levita so exemplos delegalismo, A Lei que eles seguiam ao p daletra e risca, falava em socorro aos animaisdo prximo (x 23.5; Nm 18.20; Dt 22.4,), masali estava o dono do animal e eles passaramde largo. A Lei exigia mais, pois o sacerdoteno devia tocar num cadver. O sacerdote e olevita se esqueceram do mais importante daLei: "Misericrdia quem e no sacrifcio" (Os6.6). Assim, o que se percebe que olegalismo triunfou sobre a misericrdia.

    Mas, quem socorreu a vtima foi umsamariano que era estrangeiro na raa e he-rege na religio, mas soube suplantar todo olegalismo reinante e agiu mostrando amor demodo concreto. Jesus est, aqui, colocandoum ponto final no legalismo ensinando que avida eterna noi questo de observar regras.Viver no amor viver a vida do reino de Deus.Se realmente aniamos a Jesus, amemos aoprximo tambm (l Jo 4.20). Para Jesus, oamor algo que a pessoa sente e faz.

    John A. Mackay, em sua obra Eu porm,vos digo..., declara: "Hoje, como ento, uminteresse religioso puramente formalista con-tinua insensibilizando o corao humano noque diz respeito s suas obrigaes para como prximo. O legalismo reduz a caridade a umrito, a simples derivado de um credo, ao con-trrio de ser a expresso constante de umavida". :

    Hoje, mais to que nunca, na caminhadada igreja, o legalismo no pode estar presen-te, mas sim o .verdadeiro arnor ao prximo,como demonstrou o bom samartano.

    2. AMOR NA CAMINHADA: UMAATITUDE QUE SUPERA BARREIRASNa parbola, verifica-se que dois lderes

    religiosos no socorreram a vtima. Mas, quala razo? Algumas barreiras existiam para nose revelar amor naquela caminhada:

    a) O perigo de ser tambm agredido pe-los malfeitores;

    b) O viajante era Judeu, e no samaritano.No livro j citado, de John A. Mackay, est re-gistrado: "A ortodoxia judaica havia dito que oprximo deviajentender ser o indivduo damesma raa e religio. Era preciso fazer dis-tino entre prximo e estrangeiro, de sorteque, para todo judeu piedoso, a palavra 'pr-ximo' equivala.a 'patrocnio'. Os cidados danao santa no reconheciam a obrigao deamar aos seus vizinhos geogrficos, do outrolado das fronteiras".

    c) A justificativa de que o viajante era o14

  • culpado de tudo ou imprudente, pois deveriaestar acompanhado naquele caminho to pe-rigoso.

    Esse amor na caminhada no tem barrei-ras . Essa lio bsica encontra-se resumidapor William Barclay, em seu comentrioexegico, assim: "Qualquer pessoa de qual-quer nao que est em necessidade nossoprximo. Nossa ajuda deve ser to amplacomo o amor de Deus". Ainda mais, confor-me o telogo Leon L Morris em seu comen-trio de Lucas, " a necessidade do nosso pr-ximo, e no a sua nacionalidade, que impor-ta". A Bblia condena qualquer atitudediscriminatria, pois todos so iguais em Cristo(Gl 3.28).

    Portanto, a lio que o bom samaritanopassa para a igreja, hoje, que os sentimen-tos humanos precisam ser superiores aos pre-conceitos de raa, ou quaisquer outros.Quantos esto cados e rejeitados por a pre-cisando de ajuda! hora de derrubar as bar-reiras e exercer o verdadeiro amor na cami-nhada. O ditado popular diz: "Fazer o bem semolhar a quem".

    3. AMOR NA CAMINHADA: UMAATITUDE SACRIFICIALQuando se fala em amor, logo vem men-

    te algo do sentimento ou das emoes. Mas justamente o contrrio, pois a demonstra-o de amor algo prtico, e no pode con-sistir em apenas em "ter d de uma pessoa".O sacerdote e o levita, provavelmente, senti-ram pena do ferido, mas no fizeram nada.Sabe-se que a compaixo, para ser verdadei-ra, deve gerar atos sacrificiais.

    Em qualquer lugar preciso mostrar amorsacrificial. Se o sacerdote e o levita tivessemencontrado um homem ferido dentro de umatemplo sagrado, talvez mostrassem compai-xo. Mas, como se encontravam num cami-nho deserto e perigoso, onde ningum pode-ria ser testemunha da caridade, onde no es-

    tavam exercendo funes religiosas e tinhamque desenvolver uma ao sacrificial, no sen-tiram obrigao alguma de socorrer aquele ne-cessitado.

    Hoje possvel perceber muitos necessi-tados desse amor sacrificial: delinquentes, en-fermos, oprimidos, viciados, injustiados, de-samparados, pobres ec. Esses e tantos ou-tros esto gemendo e pedem a presena dealgum que tenha "azeite e vinho" para suasferidas. Cabe igreja ir e levar o alvio e a curapara os feridos. preciso refletir que esse amorsacrificial pelos necessitados emerge da des-crio do anncio da sentena do juzo final(Mt 25.31-46).

    importante enfatizar que no basta umademonstrao de amor espordica ou, atmesmo, sistemtica, para o alvio do sofrimen-to. necessrio que os cristos demonstrema sua compaixo no sentido de contribuir parao desaparecimento das causas do sofrimen-to, ou seja, indo raiz do problema. Isso mais complexo, difcil e sacrificial, mas ogrande desafio aos cristos. A igreja precisadiscutir as causas que geram tanta dor, po-breza e injustias, e procurar corrigi-las commedidas crists e urgentes.

    Ampliando^discussoQuem so, hoje, os Feridos quejazem beira do caminho?Existem hoje preconceitos quedificultam a prtica do amor nacaminhada? Explique.

    Auio

    E-mail:

    r: Rev. Anderson Sathler '(Manhuau - MG) ;[email protected] \5

  • A Orao naCaminhada

    Lucas 11.1-13

    O Evangelho de Jesus, segundo Lucas, considerado o Evangelho da orao.Jesus, a caminho de Jerusalm, atendeu ao pedido de um dos seusdiscpulos que lhe pediu o seguinte: "Ensina-nos orar como tambm Joo

    ensinou aos seus discpulos" (v. 1).Aqui a orao apresentada como resposta a um pedido, e no como se fosse

    um sermo, conforme o registro de Mateus 6.9-13.Esse pedido foi motivado pelo exemplo de Jesus que sempre levou a srio a

    sua vida de orao. Aquele que faz parte do reino de Deus, precisa orar semelhana de Jesus, em toda a sua peregrinao neste mundo.

    Neste estudo, o objetivo centrai extrair dos ensinos de Jesus algumasdrerizes para se conseguir urna autntica vida de orao durante a caminha-da crist. i

    Luzes Jesus apre-senta nessetexto vriaso r i e n t a e scom referncia prtica da

    "^ orao. Nosversculos 2-4, ele apresenta a orao-mo-delo, tambm conhecida como Orao Do-minical, ou Orao do Pai Nosso. Estaorao contm o essencial da orao cris-t. Essa orao comunitria possui trs par-

    tes: l) Invocao, ou adorao; 2) Peties;3) Concluso, ou seja, declarao de re-conhecimento^ da majestade do Senhor.Nos versculos 5-8 Jesus conta uma par-bola na qual ele ensina que orar apre-sentar pedidos a Deus'^ que so reflexosdas necessidades humanas. Nos versculos9-13, o Mestre deixa claro que a orao algo dinmico, utilizando os trs verbos:pedir, buscar e bater. Ele ensina que, se ospais terrenos (io boas ddivas aos seusfilhos, quanto mais o pai celestial.

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Gnesis18.22-33

    Teral Samuel1.1-18

    QuartaMateus6.5-15

    QuintaLucas18.1-8

    SextaJoo17

    SbadoAto s

    4.23-31

    DomingoI Tessalonicenses

    5.12-28

    16

  • Lies doTexto

    1. A ORAO VERDADEIRA PRESSUPECOMUNHO COM DEUS E COM OSEMELHANTENessas orientaes que Jesus transmite

    aos seus discpulos e tambm aos cristoshoje, a respeito da prtica da orao, pos-svel encontrar princpios que caracterizam averdadeira orao. Ele ensina que orar tercomunho com Deus e com o semelhante.Martinho Lutero, escrevendo a respeito doPai Nosso, disse: "Estas palavras de Cristonos ensinam como devemos orar e o que de-vemos suplicar; e o saber ambas as coisasnos necessrio". A Orao do Pai Nossoinicia-se com a busca de Deus e o seu reino,mas prossegue apresentando um relaciona-mento com o prximo. Isso porque a oraocobre toda a vida do cristo. No uma ati-tude de contemplao, mas de comunhocrist dentro da famlia da f.

    Na Orao Dominical, Jesus ensina queo cristo, perdoado pelo Senhor, precisa per-doar. Isso pressupe comunho com Deus ecom o prximo.

    bom lembrar que, certa vez, Jesus ensi-nou a respeito da importncia de um relacio-namento saudvel com o prximo, como sen-do um requisito para a prtica daespiritualidade crist (Mt 5.21-26). Nesta li-nha de pensamento, vale a pena refletir naconsiderao do telogo Karl Barth, o qualafirmou que esse "nosso" significa a comu-nho da pessoa que ora com todos aquelesque se encontram com ele e com aqueles queesto convidados a orar, sendo que oramos"Pai Nosso" na comunho na igreja, ou seja,na congregao. Ele disse mais: "toda a hu-manidade objeto da intercesso da igreja e

    assim ns entramos na comunho com a hu-manidade inteira". Tudo isso conduz a pensarna orao como sendo no s comunho comDeus, mas tambm comunho com o prxi-mo.

    interessante observar que, quando Deusentregou os Dez Mandamentos, ele apresen-tou esse princpio, pois os quatro primeirosmandamentos apontam para o relacionamen-to com Deus, e os seis restantes, com o se-melhante (x 20.1-17).

    possvel que alguns cristos, ao orar,ignorem que necessrio no s falar comDeus, mas tambm, viver em comunho como prximo. Quando no se cultiva um bomrelacionamento com o semelhante, a vida deorao torna-se ineficaz.

    Assim sendo, a orao une as pessoasque se encontram perto, ou distantes, poisela liga a Deus e identifica a pessoa que ora,com o povo de Deus. Atravs da orao, ocristo se torna um com os outros, revelan-do, assim, solidariedade crist.

    2. A ORAO VERDADEIRA PRESSUPEDEPENDNCIA DE DEUSNo texto de Lucas 11, Jesus conta uma

    parbola cujo ensino principal o pedido deuma pessoa amiga, feito a um amigo, a favorde outro amigo. Pensando bem, a "Parbolados trs amigos". Jesus diz que esse pedido,mesmo sendo feito em hora inoportuna, pre-cisava ser atendido. O fato que algum pos-sua uma necessidade bsica: po para outroamigo. Realmente, a dependncia motiva aprtica da orao, pois orar consiste, tambm,em apresentar a Deus as carncias que sepossui. No versculo 8, o Mestre declara: "...E lhe dar tudo o de que tiver necessidade".

    No captulo 18 do Evangelho segundoLucas, Jesus conta outra parbola: da vivaque clamou insistentemente a um juiz inquopara que lhe atendesse em sua necessidade(vv. 1-8). Percebe-se, claramente, a sua per-

    17

  • severana no pedido. Aprende-se com eia aimportncia da persistncia em clamar ao Se-nhor. Na sequncia do texto, o Mestre apro-va a orao do publicano, a qual est de-monstrando a sua total carncia de perdo:"... Deus, s propcio a mim, pecador!"Ele revelou dependncia da misericrdia doSenhor.

    Na caminhada crist, hoje, possvel en-contrar pessoas que se consideram auto-su-icientes, at mesmo ao orar, pois deixam dedepender'inteiramente de Deus. Alguns te-mem essa abertura de corao na presenado Senhor, pois acham que isso sinal defraqueza e que podero at ser criticados.Porm, isso no sinal de fraqueza ou fra-casso, mas de humildade e sinceridade. preciso reconhecer que so diversas as ne-cessidades do cristo, pois todo ser huma-no limitado. Deus conhece o corao doseu povo. Este precisa ser autntico na ora-o.

    3. A ORAO VERDADEIRA PRESSUPEA CERTEZA DA RESPOSTA DE DEUSJesus, em sua caminhada rumo a Jeru-

    salm, compartilha com os seus discpulosa respeito da orao, prometendo aos sdi-tos do reino, respostas a ela: "Pedi e dar-se-vos-; buscai, e achareis; batel, e abrir-se-vos-" (Lc 11.9,10). Essa certeza que pro-porciona tranquilidade e segurana, bemcomo, eia que motiva a busca constanteda orientao divina. O texto apresenta o se-guinte: Se um pai biolgico atende ao pedidode seu filho, dando-lhe o melhor, quanto maiso pai celestial (w. 11-13).

    O atendimento s oraes est condicio-nado soberania de Deus, pois ele quemsabe a que, como, por que, e quando aten-der. A Bblia mostra que at mesmo pessoasaparentemente indignas, foram atendidas emsuas peties, como o malfeitor crucificado(Lc 23.42,43).

    A orao uma prtica que possui doislados, ou doisi aspectos, a saber: a parte hu-mana, que consiste em pedir e agradecer; ea parte divina,, que ouvir, e responder con-forme a sua vontade. Mas, o que o texto ga-rante que Jesus atende aos rogos das pes-soas, concedendo, em cada caso, a respos-ta apropriada.. Cabe a ns o discernimentopara entendera resposta do Senhor.

    Conforme o telogo Leon L. Morris, "arepetio no versculo 10 sublinha a certezada resposta de1 Deus. Os homens no devempensar que Deus est indisposto para dar;sempre est pronto para dar boas ddivas.Mas importante que eles faam a sua par-te, pedindo. Jesus no diz, e no quer dizerque, se orarmos, sempre obteremos aquiloque pedimos. Ao final das contas, 'no' umaresposta to especfica quanto o 'sim'. O textoensina que a verdadeira orao no dejxa deser ouvida, nem deixa de ser atendida. sem-pre respondida na maneira que Deus consi-dera melhor". :

    De modo conclusivo, Jesus, a caminhopara Jerusalm, abre espao em sua convi-vncia com os apstolos, demonstrando queaqueles que fazem parte do reino de Deusprecisam ter vida de orao.

    Ampliando atdiscussoQuais so algumas das evidnciasda orao autntica?Como discernir a resposta de Deuss nossas oraes?

    Auiorj Rev. Dionel Faria(Alio:Jequitib-MG)

    18

  • Quem o Senhordo Reino?

    Lucas 11.14-32

    Luzes O texto queest sendo estu-dado descreve alibertao pro-porcionada porJesus a um jovemmudo, cuja enfer-

    midade era resultado de uma possessomaligna. O evangelista Mateus declaraque alm de mudo ele era tambm cego(Mt 12.22). O que est em evidncia notexto no a mudez ou a cegueira, mas acontrovrsia sobre a fonte do poder deJesus.

    Algumas pessoas, fariseus e escribas(ML 12.24; Mc 3.22), atriburam a cura doendemoninhado a Satans. Eles no nega-ram a realidade da cura, mas a atriburama Belzebu, prncipe ou maioral dos dem-nios (Mt 12.24). O nome Belzebu, prova-velmente derivado de Baal-zebud, odeus-mosca de Ecrom (II Rs 1.2,3,6,16).Jesus sabia que esta era uma referncia aoprprio Satans. Para mostrar que a fontede seu poder era o prprio Deus, e noBelzebu, Jesus afirma que "se o prncipedos demnios expulsava os seus sditos,que estavam fazendo a sua obra, expulsa-

    va-se a si rnesmo", observa o professorJohn A. Broadus. As foras do mal estoconstitudas para lutar contra as foras dobem, e no para destrurem-se a si prpri-as.

    O mais valente (Deus) quem amarrae vence o valente (Satans). Assim, pelopoder de Deus que a libertao acontece.Porm, "quando algum se v livre de umesprito maligno mas pe nada no seu lu-gar, est passando grave perigo moral.Ningum pode viver por muito tempo umvcuo moral na sua vida. O reino de Deusno provoca sernelhante vcuo moral numhomem. Significa uma vitria to grandesobre o mal que substitudo pelo bem epor Deus", declara Leon L. Morris, emseu comentrio de Lucas.

    A cura do endemoninhado no seconstituiu em um sinal para aquelas pes-soas. Eles pediram um sinal do cu. Je-sus afirma que o nico sinal seria o si-nal de Jonas. Para os ninivitas, o sinalfoi o reaparecimento de um homem queaparentemente estivera morto durantetrs dias. Para a gerao nos dias de Je-sus, o sinal seria a sua ressurreio, trsdias aps sua morte.

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Josu1.1-9

    TeraIsaias

    61.1-11

    QuartaMateus

    12.22-32

    QuintaMarcos3.22-30

    SextaJoo

    11.33-46

    SbadoAtos

    1.6-10

    DomingoRomanos8.31-39

    19

  • oes doTexto

    Pelo texto bblico que est sendo conside-rado, pode-se dizer que o Senhor do reino :

    1. AQUELE EM QUEM RESIDE TODOPODER E AUTORIDADENa construo de urna nova sociedade,

    Jesus aquele em quem reside toda a auto-ridade de Deus. No cumprimento de sua mis-so, ele encontra aqueles que esto escravi-zados peio diabo e que necessitam de liber-tao para uma caminhada feliz e construti-va.

    No texto que est sendo estudado, per-cebe-se que Jesus encontra-se corri um ho-mem, mudo, em consequncia de uma pos-sesso maligna. Ao livrar aquele homem des-se esprito mal, Jesus manifesta seu poder eautoridade. Revela a sua fora e evidenciasua misso. Alguns que estavam por perto,no podendo negar o milagre, atribuem-no aum poder satnico, dizendo que o que Jesusfizera tinha sido obra de Belzebu, um dos no-mes dados a Satans. No entanto, Jesus de-clara que Satans no pode lutar contra siprprio. Se assim fosse, o seu reino estariadividido e o diabo seria inimigo de si mes-mo. Este episdio confirma o que se encon-tra em Isaas: "O Esprito do Senhor Deusest sobre mm, porque o Senhor me ungiu,para pregar boas-novas aos quebrantados,enviou-me a curar os quebrantados de co-rao, a proclamar libertao aos cativos, eaporem liberdade os algemados" (Is 61.1).

    A igreja, em sua trajetria, revestidadesse poder e dessa autoridade para o de-sempenho de sua misso. O prprio Jesusdeclarou isto (At 1.8). Portanto, atravs do

    Esprito Santo, que age na vida da igreja, re-vestindo-a de. poder e autoridade, ela estcapacitada para vencer as foras do mal erevelar que Crjso maior do que tudo e to-dos. Lamenta-se que em muitos cultos e reu-nies fala-se mais na fora do diabo do quena fora e superioridade de Cristo.. O professor Leon Morris, comentandoesse texto, declara: 'Uesus aplica firmemen-te a Sua Iio'com um pequeno quadro dovalente guardando as suas posses, isto , ohomem sob o'poder dele. Satans est emcontrole e ern paz. Quando um mais valenteo vence, conforme Jesus acabara de fazerao expulsar o demnio, a situao inteira alterada. A armadura de Satans lhe tira-da. Seus despojos (provavelmente o que ti-rara dos seus cativos) so divididos. Os doistermos so pitorescos, e representam a com-pleta incapacidade de Satans de ficar firmediante de Deus. O mal agarra-se firmementenos homens, [ylas esse aperto forte que-brado, de modo decisivo, quando chega oreino de Deus.\ reino no consiste em be-las palavras; a derrota do mal".

    Assim, impulsionada por esse poder doalto e pela capacitao divina, a igreja se co-loca neste mundo para combater todo tipode ao satnica, seja nos indivduos, ou nasestruturas sociais, porque maior o que estem ns do que o que est no mundo (Jo 4.4).Paulo, o apstolo, declara: "Que diremos,pois, vista deitas cousas? Se Deus porns, quem ser contra ns?" (Rrn 8.31).

    A construo de uma sociedade nova,com pessoas novas, s possvel por parteda igreja, na autoridade e no poder de Jesus.

    2. AQUELE QU EXIGE OBEDINCIAE COMPROMETIMENTO COM O REINOA autoridade e o poder de Jesus levaram

    uma mulher a declarar uma bem-aventurana

    20

  • sua rne. Ela disse: "Bem-aventuradaaquela que te concebeu, e os seios que teamamentaram" (11.27). Talvez, com estaafirmao, ela estivesse declarando que gos-taria de ter um filho como Jesus. Porm, Je-sus diz a ela que bem-aventurados so aque-les que ouvem a Palavra de Deus e a guar-dam. Guardares ensinamentos de Jesus sig-nifica coloc-los em prtica durante a cami-nhada. Aquele que pratica o evangelho estrevelando comprometimento com o reino deDeus.

    A igreja, para sustentar o seu compro-misso com Cristo, necessita viver uma vidade obedincia a ele e sua Palavra. O xito resultado da observncia dessa Palavra. Aspalavras que Jesus dirigiu quela mulher soencontradas, tambm, em Apocalipse 1.3:"Bem-aventurados aqueles que lem e aque-les que ouvem as palavras da profecia eguardam as cousas nela escritas..."

    O xito de Josu no cumprimento de suamisso dependia de obedincia Palavra deDeus (Js 1.7,8). Da mesma forma, a igrejatem a sua vitria, mas isto s possvel combase na obedincia.

    Em sua difcil, porm gloriosa trajetria,a igreja h de se deparar com aqueles quese opem a Cristo e ao seu reino. No deixa-ro de existir aqueles que negaro o poder ea autoridade de Jesus. No entanto, na medi-da em que a igreja permanecer fiel, revelan-do comprometimento com esse reino, ela hde ver o projeo de Deus para este mundo,sendo concretizado a cada dia.

    3. AQUELEQUEEXIGEARREPENDIMENTOPARA UMA NOVA CAMINHADAMuitos daqueles que estavam vendo e ou-

    vindo Jesus, pediram a ele um sinal do cupara que pudessem crer nele. Estavam vi-dos por algo mais extraordinrio ainda. Eles

    dependiam de mais provas sobrenaturaispara aceitarem que Jesus era o Filho de Deus.Conhecendo a dureza de corao e a per-versidade deles, Jesus declara que o nicosinal que receberiam era o sinal de Jonas.Que sinal seria esse? Alguns afirmam, to-mando o texto de Mateus 12.38-42 por base,que era a ressurreio. Assim como Jonasficou trs dias no ventre do peixe e depoisreapareceu, Jesus ficaria na sepultura e, aoterceiro dia, ressuscitaria. Outros dizem queo sinal o arrependimento. Por meio da pre-gao de Jonas, os ninivitas se arrepende-ram. Jesus tambm exige arrependimentopara que uma nova vida se estabelea. Sejaqual for a interpretao dada ao texto, a ver-dade que Jesus morreu e ressuscitou paraque uma nova vida possa ser experimentadapor aqueles que se arrependem de seus pe-cados. O arrependimento a condio parao novo nascimento. A converso , portan-to, uma marca imprescindvel na vida do cris-to, pois "se algum no nascer de novo,no pode vero reino de Deus" {Jo 3.3).

    AmpliandodiscussoPor que h, hoje, uma constantebusca de sinais por parte dedeterminados grupos cristos?

    O que possesso demonaca?

    Auor: Rev. Srgio Pereira Tavares{Manhumirim - MG)

    E-mail: [email protected]

    21

  • BensMateriais

    Lucas 12.13-34

    E m meados de 1999, o Brasil quase parou para acompanhar o sorteio da Mega Sena,acumulado, naquela ocasio, h um bom tempo. A esperana de ganhar algumasdezenas de milhes de reais fez com que em todo o pas se formassem filas imensasem casas loricas. Pois, em toda parte, o sonho de muitos ganhar muito dinheiro. Sempreoi assim. Para ganhar muito dinheiro, pessoas fazem o mal e ,o bem.

    Na busca desesperada por dinheiro, pessoas atropelam princpios bsicos do reino deDeus, como gratido ao Senhor pelo que se consegue obteri solidariedade para com ospobres, honestidade nos relacionamentos profissionais e justia na sociedade. O Brasil so-fre com problemas srios na distribuio de renda. Parece que a maioria da populao nose importa com isso. Alguns programas de TV, veiculados h dcadas, anunciam a "felicida-de" a quem for fiel no pagamento de seus carnes. Entre alguns; evanglicos, a situao no muito diferente. Alguns grupos promovem campanhas especiais, com promessas de enri-quecimento sobrenatural e rpido. Emissoras de rdio veiculam testemunhos de pessoasque prosperaram e se enriqueceram com sua participao em tais coisas. Mas no se ouvenestes programas, sejam os "seculares" ou os "religiosos", uma palavra proftica de crticaao sistema que promove injustia social, Nem de orientao ao! povo quanto ao que a Bbliaensina sobre nossa relao com o dinheiro. i

    Luzes Quem l ocaptulo 12 deLucas, observaque o versculo13 (que inicia otexto bsico do

    presente estudo) apresenta uma mudan-a no assunto da passagem. Com a per-cia de um escritor habilidoso, que domi-na a arte da narrativa, Lucas diz: "Nesseponto, um homem que estava no melo da

    multido lhe falou: Mestre, ordena a meuirmo que reparta comigo a herana".Leon Morris afirma: "uma interrupoque surgiu entre a multido d uma opor-tunidade para alguns ensinos sobre o usocorreio das posses materiais". A passa-gem por demais importante, pois apre-senta o ponto de vista de Jesus com rela-o ao modo como seus seguidores de-vem lidar com p dinheiro e com os bensmateriais. Jesus ensina a prioridade que

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegundaProvrbios

    30.7-9

    Ter^aJeremias22.13-23

    QuartaLucas

    6.20-26

    QuintaLucas

    11.37-44

    22

    SextaLucas

    16.19-31

    Sbadol Timteo6.3-19

    DomingoTiago

    4.13-5.6

  • o reino de Deus deve ter para quem secompromete com o projeto de vida queele apresenta. O tema da passagem ariqueza na perspectiva do reino de Deus.O texto no condena as riquezas em si,mas condena coloc-las corno a coisamais importante da vida. No trecho emapreo, h uma parbola (16-21) e umaseo didtica, na qual Jesus fala sobreas riquezas (22-34). Esta uma de vrias

    passagens no terceiro Evangelho, em queh forte crtica ao mau uso que se podefazer do dinheiro. Uma caracterstica deLucas enfatizar o ensino de Jesus que ariqueza potencialmente perigosa paraquem quer servir a Deus (6.20-26;16.13,14, 19-31; 18.18-30; 21.1-4).

    Como todos os textos em Lucas,12.13-34 oferece muito material para re-flexo profunda.

    rcoes doTexto

    1. POSSUIR MUITOS BENSMATERIAIS NO TUDO NA VIDAO texto em estudo s aparece no Evan-

    gelho de Lucas. Quando algum pede a Je-sus que interfira em uma questo relaciona-da a uma herana familiar, o Senhor noatende ao pedido que recebeu (12.13,14).Mas aproveita para ensinar que, na vida, omais importante no o dinheiro ou os bensmateriais: "porque a vida de um homem noconsiste na abundncia dos bens que elepossui" (v. 15).

    Jesus se posiciona na contramo da so-ciedade, tanto naqueles dias, como hoje: aspessoas em geral pensam que, para que avida tenha valor, h de se ter muito dinheiro.A sociedade valoriza o consumismo e quemtem dinheiro, desprezando quem no tem; oque torna mais oportuno o ensino de Jesuspara urna sociedade como a brasileira, naquai h tanta preocupao com a "fachada".Muita gente tem a obteno de riquezascomo alvo central em sua vida. Para alcan-ar seu objeivo, corre atrs de muita coisa,sacrifica a famlia, pisa o seu semelhante,

    esquecendo-se que h um Deus no cu pe-rante quem um dia todos prestaremos con-tas.

    Quem pensa que dinheiro tudo, preci-sa ouvir as palavras de Jesus: "Noacumuleis para vs outros tesouros sobrea terra, onde a traa e a ferrugem corroeme onde ladres escavam e roubam; masajuntai para vs outros tesouros no cu,onde traa nem ferrugem corri, e onde la-dres no escavam, nem roubam; porque,onde est o teu tesouro, a estar tambmo teu corao" (Mt 6.19-21).

    O ideal da tica bblica quanto ao uso dodinheiro a dignidade - nem a pobreza, nema riqueza (Pv 30.7-9). Esta dignidade tern aver com sustento, educao, sade, vestu-rio, lazer; enfim, o que possibilita uma vidacom tranquilidade.

    2. OS BENS MATERIAIS DEVEM SERUSADOS EM SOLIDARIEDADE, NOEM EGOSMOPara ilustrar seu ensino, Jesus conta a

    parbola do homem que teve uma colheitaabundante, e resolveu reconstruir seus ce-leiros. Em perspectiva humana, foi uma ati-tude correia. Mas na perspectiva do remo,sua atitude foi considerada errada, pois Deusmesmo o chamou de louco.

    Qual o pecado que Jesus condena na

    23

  • parbola? O egosmo. J se observou que ohomem da ilustrao de Jesus s fala na pri-meira pessoa do singular, jamais na primei-ra pessoal do plural: ele no fala de paren-tes ou amigos. S pensa em si. Vive apenaspara si. No solidrio. Por isso, solitrio.

    A tica econmica da Bblia solidria.Quem tem de sobra, deve ajudar quem notem (Lv 19.9,10; Dt 24.17-22; Lc 3.11; At4.32, etc.). No se pode esquecerofato que,nas Escrituras, Deus tem interesse especialnos pobres. O ponto talvez mais importantedo ensino bblico quanto ao uso do dinheiro, a lei do Jubileu, que prev correo paraproblemas sociais gravssimos, como for-mao de latifndios e aumento de pobreza(Lv 25). A lei do Jubileu, inclusive, tornou-se a base de toda a misso de Jesus (Lc4.16-19).

    Conforme a Bblia, o dinheiro no deveser usado de modo egosta. Antes, deve serusado de maneira solidria. Biblicamente fa-lando, o uso responsvel do dinheiro incluiajuda aos desfavorecidos. Quem usa seu di-nheiro de maneira egosta, revela ter a mar-ca do inferno. Em dias de insegurana eco-nmica, em que a sociedade incentiva ga-nncia e futilidade, e vrias igrejas promo-vem a teologia da prosperidade, importanteresgatar a tica social e econmica da B-blia, centralizada na justia e na solidarieda-de. Joo Caivino, em seus escritos, enfatizoua importncia da solidariedade econmica.

    3. BENS MATERIAIS NO PODEMSER PRIORIDADE PARA OSSEGUIDORES DE JESUSA passagem em apreo termina com uma

    conhecida palavra de Jesus (v. 34). O Se-nhor ensina a respeito do que prioridadena vida dos seus discpulos. "Quem tem ocorao no dinheiro, e o dinheiro no cora-

    o, no pode servir o Deus Eterno: ningumpode servira dois senhores. Com efeito, ouodiar um e amar o outro, ou se apegarao primeiro e desprezar o segundo. Nopodeis servira Deus e ao dinheiro" {Mt 6.24,Bblia de Jerusalm].

    Jesus ensina que o reino de Deus deveocupar a prioridade na escala de valores dosseus seguidores. A nota de rodap da BbliaSagrada Edio Pastora! diz: "a aquisio debens necessrios para viver se torna ansie-dade contnua e pesada, se no precedidapela busca do reino".

    Quem segue a Jesus no deve se deixardominar pela ansiedade em conseguir o ne-cessrio para uma vida digna. Deus mesmogarante o sustento digno de seus filhos (w.22-30). O mandamento de Jesus claro:"buscai antes de tudo o seu reino, e estascousas vos sero acrescentadas". Correratrs de dinheiro o tempo todo e se esque-cer do reino de Deus, mundanismo. A so-ciedade precisa ver homens e mulheres quedo prioridade aos valores de justia, soli-dariedade e humildade, as marcas do reinodos cus em suas vidas.

    Ampliando a possvel compatibilizar riqueza ef crist?Diante da ditadura doneo-liberalismo econmico, qualdeve ser a postura da igreja?

    Autor: Rev. Carlos Ribeiro Caldas Filho(Viosa - MG)

    E-mail: [email protected]

    24

  • O Reino "J Agorae "Ainda No"

    ti

    Lucas 12.35-39

    A vivncia no reino impe uma tenso constante entre o que j veio e o que est porvir. Muitos cristos, influenciados por diversos tipos de teologia, entram em crisequando percebem o mal no mundo cada vez mais presente. Diante da crescenteviolncia, das injustias de todo tipo, corrupo, inclusive de instituies devotadas pregao do prprio reino, passam a indagar: "Por que tais coisas acontecem, se o reinoj veio? Como possvel tanta maldade, se o reino de Deus j est implantado? Por queisto acontece?"

    exatamene sobre este assunto que nosso estudo trata. Uma abordagem da ten-so no reino, entre o que j veio, j se manifesta agora, como realidade; e o que aindano chegou, est por vir em plenitude. Confundir estas duas realidades bem destaca-das na Palavra, produz enfermidade na vida crist.

    Luzes O evange-l is ta Lucasin ic ia o as-sunto a partirde uma par-bola. No caso,

    """ a parbola deLucas 12.35ss tem similaridade comuma outra parbola, a das dez virgens(Mt 25.1-13). O texto tambm tem umforte paralel ismo com Lucas 16.1-8,16que, de igual modo, trabalha a ques-to da tenso e espera do reino. "Emambos os textos, a promessa do Se-nhor desafiada pela sua aparente de-mora e as ofertas tentadoras das situa-

    es contrrias que querem corromper o ser-vo. E diante desta tenso que Lucas retrata aluta de cada um de ns, entre a nsia do reinoinstalado, e a difcil militncia diante das ofer-tas do mundo. A Bblia Sagrada Edio Pas-toral, em nota do texto, afirma: "Esperandocontinuamente a chegada imprevisvel do Se-nhor que serve, a comunidade crist permane-ce atenta, concretizando a busca do reino atra-vs da prontido para o servio fraterno".

    Lucas ensina que o reino j chegado,como disse o Senhor Jesus (Lc 11.20). Estatambm a mesma ideia de Paulo quanto salvao. Ela j foi decretada na morte e res-surreio de Cristo Jesus; todavia, ainda noest em plenitude (Rrn 13.11).

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Mateus3

    TeraMateus4.1-17

    QuartaMateus

    11

    QuintaMateus13.1-23

    SextaMateus

    13,24-43

    SbadoMateus

    13.44-58

    DomingoLucas

    11.9-13 l25

  • Lies doTexto

    De acordo com o texto que est sendoconsiderado, como o cristo deve adminis-trar a tenso entre o "j agora" e o "aindano" do reino?

    1. MANTER A ESPERANA E ODESAFIO DA TENSO ENTRE O"J" E O "AINDA NO"

    Lucas faz uso de um exemplo corriquei-ro em seus dias, para ilustrar o ensino so-bre a tenso do "j agora" e do "ainda no"do reino. Lucas 12.35-38 retraa o desen-volver de um casamento. O noivo est vin-do. A noiva deve estar preparada e com sualmpada acesa. No imporia se ele demo-rar: "Quer ele venha na segunda viglia,quer na terceira..." (v. 38). Manter a espe-rana o desafio diante da tenso entre o"j" e o "ainda no".

    Todavia, nem sempre romntico es-perar. O salmista Davi, em um primeiro mo-mento, afirmou: "Estou cansado de clamar,secou-se-me a garganta; os meus olhosdesfalecem de tanto esperar por meuDeus" (SI 69.2). Posteriormente, o mesmoDavi, vitorioso, declara: "Esperei confian-temente pelo Senhor, ele se inclinou paramm e me ouviu quando clamei por socor-ro" (SI 40.1). Paulo, escrevendo sobre aesperana, afirma: "Porque na esperanafomos salvos. Ora, esperana que se vno esperana; pois o que algum v,como o espera ? Mas, se esperamos o que

    no vemos, coni pacincia o aguardamos"(Rm 8.24,25).'

    A aparente demora no deve gerar aba-timento. Tem muita gente confundindo aaparente demora como uma no-vinda. Oapstolo Pedro, contradizendo esta ideia,afirma: "No retarda o Senhora sua pro-messa, como alguns a julgam demorada"(II P 3.9). Em meio a esta tenso e apa-rente demora, o cristo chamado a man-ter sua lmpada acesa; chamado ao de-safio de uma viva esperana: "Deus segun-do a sua muita misericrdia, nos regene-rou para uma viva esperana" (\ 1.3). Euma viva esperana precisa estar prepara-da para atitudes concretas e para dar razode sua motivao em face tenso do rei-no. Pedro quem ainda afirma: "Antes,santificai a Cristo, como Senhor, em vos-sos coraes, estando sempre preparadospara responder a todo aquele que vos pe-dir razo da esperana que h em vs" (iP 3.15).2. UMA TENSO QUE REQUER

    VIGILNCIA CONSTANTE

    "Bem-aventurados aqueles servos aquem o Senhor{ quando vier os encontrevigilantes..."(v.137}. Se a esperana amola propulsora da motivao em face tenso, a vigilncia a postura resultantede quem desenvolve uma viva esperana. exatamente a isto que Lucas se refere em16.1-8,16. Neste texto, o servo foi infiel nocumprimento das ordens de seu senhor. EmMateus 24.45-5(1, encontramos a parbolado servo bom e'do servo mau. Um perdeua esperana do retorno do Senhor (24.48),e passou a maltratar seus conservos(24.49); o outro, no perdeu de vista o fatode que o Senhor retornaria e requereria seu

    26

  • trabalho bem feito.Lucas enfatiza, ainda, que o dono da

    casa no sabe a que horas vem o ladro.Para tanto, ele se prepara e persevera emvigilncia, a fim de no ser apanhado des-percebido. Paulo, escrevendo aostessaloncenses, afirma: "Assim, pois, nodurmamos como os demais; pelo contr-rio, vigiemos e sejamos sbrios".

    Muitas igrejas sofrem porque seusmembros vivem dissoiutamente, em peca-dos, insensveis, sem uma busca saudvelde santificao. So pessoas que perde-ram a esperana e no conseguem vigiar."Vigiai e orai, para que no entreis em ten-tao; o esprito na verdade est pronto,mas a carne fraca" (Mt 26.41).3. UMA TENSO QUE EXIGE

    DECISO

    Os valores do reino no comungam comos valores dominantes na sociedade. Oscidados do reino so chamados a viveruma contracultura de valores no mundo(Rm 12.1,2). Jesus, em Mateus 5.1-12,caracterizou estes valores pelas bem-aventuranas: os humildes entre os arro-gantes; os limpos de corao entre os su-jos e maculados at aima; os que tmforne e sede de justia entre os patrocina-dores da injustia. A Bblia Sagrada EdioPastoral, em nota ao texto de Lucas 12.49-53, afirma: "A misso de Jesus, desde obatismo at a cruz, anunciar e tornar pre-sente o reino, entrando em choque com asconcepes dominantes na sociedade. Porisso, preciso tomar uma deciso diantede Jesus, e isso provoca ruptura, de-ci-ses".

    O telogo e filsofo Leonardo Boff, noiivro Vida Segundo o Esprito, afirma: "Di-

    ante de uma necessidade de deciso, ohomem entra em crise, pois sabe que qual-quer que seja a deciso, implicar em rup-turas, por isso de-ciso."

    Em Cristo Jesus somos chamados a re-alizar neste mundo algo novo. E o realizaralgo novo, passa por rejeitar e romper comas velhas e arcaicas estruturas^dominan-tes na sociedade e na religio. devido aesta realidade que o Senhor, nos versculos49 a 53, afirma: "Supondes que vim trazerpaz terra? No, eu vo-lo afirmo; antes,diviso. Porque, daqui em diante, estarocinco divididos numa casa: trs contra dois,e dois contra trs..."

    O evangelho do reino requer renncia euma deciso certa em prol da salvao,ainda que tais decises impliquem em rup-turas, at mesmo familiares!

    Ampliando^discussoNo contexto onde voc vive, quaisso alguns sinais que comprovamj a presena do reino?

    Como voc entende esta expressodo Pai Nosso: "venha o leu remo,faa-se a fu vontade,assim na terra comono cu

    Autor: Rev. Carlos de Oliveira Orlandi Jnior(So Paulo -SP)

    E-mail: [email protected]

    27

  • Ai spendimento eFrutos

    Lucas 13.1-9

    D urante toda a sua histria, a igreja crist recebe membros que, pelo poder e mise-ricrdia de Deus, so verdadeiramente convertidos. Pessoas que experimenta-ram uma transformao interior, por meio de Cristo Jesus, tornam-se engajadasno servio do reino, produzindo frutos que permanecem. Porm, a igreja recebe tambmpessoas que no so convertidas a Cristo. So aqueles que continuam nas prticas davelha vida, mas se sentem "seguros", pelo fato de pertencerem a uma igreja.

    O presente estudo pretende mostrar, a partir do texto bsico, que a vida crist vaimuito alm do batismo e da filiao a uma igreja. Arrependimento e frutos so caracters-ticas bsicas da nova vida em Cristo.

    Prosseguindo acaminhada para Je-rusalm, Jesus dc-para-se com algunsindivduos que voa ele com o ohjcti-vo de anunciar umatragdia provocada

    pela fora poltica de Pilalos, governador daJudia {Lc 13.1). Assim, a notcia levada aJesus est intimamcnle relacionada aos ma-les provocados por um poder poltico injustoe tirano.

    Alm do que est registrado no texlo deLucas, nadamais se sabe a respeito desse mas-sacre provocado pelas tropas romanas. O fato que alguns galileus foram mortos enquantoofereciam os seus sacrifcios religiosos. Nose sahe a razo pela qual eles foram assassi-nados.

    Com que inteno aqueles homens foram

    narrar este acontecimento a Jesus? Seria paraque Jesus censurasse a atitude do governadorromano c fosse acusado de desrespeito a au-toridade? Ou ser que eles estavam tentandorelacionar o sofrimento humano ao pecado? difcil responder a esta pergunta. No en-tanto, Jesus ofereceu a cies uma respostaconclamando-os ao arrependimento, compa-rando esta tragdia queda de uma torre emSilo, que levou morte dezoito homens.

    Jesus deixa claro que essas e outras tra-gdias no esto necessariamente relacio-nadas ao grau de pecaminosidade das pes-soas. Mesmo aqueles que no so vt imasde acontecimentos trgicos, necessitam pas-sar pela exper incia do arrependimento,pois, se isso no acontecer, sofrero tam-hm a destruio.

    Jesus declara que o arrependimento ver-dadeiro se manifesta cm frutos. A parbolada figueira ilustra isso. O fato de uma fiquei-

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Isaas5.1-7

    TeraLamentaes

    3.22-66

    QuartaOsias

    11

    QuintaLucas3.1-14

    SextaJoo

    15

    SbadoRomanos

    3.9-20

    DomingoRomanos10.16-21

    28

  • r estar plantada numa vinha sugere, comoafirma Kenneth Bailey, em seu livro A Poe-sia e. o Campons - Uma anlise literria-cultural das parbolas cm Lucas, que Jesusestava se dirigindo aos lderes religiosos deIsrael, c no nao propriamente dita. Uma

    rvore infrutfera (a figueira) no meio de umavinha suga as foras da vinha se ali continu-ar. Assim, ela ameaada de ser cortada. Ovinhateiro roga para que a figueira tenha maisuma chance, depois de adubada. Caso per-manecesse estril, ento seria cortada.

    Lies doTexto

    1. A AUSNCIA DE TRAGDIAS NODISPENSA A NECESSIDADE DEARREPENDIMENTOJesus aproveita a notcia que recebera da

    morte dos galileus, relata o acidente na torrede Silo, e apresenta um ensinamento clarosobre a necessidade do arrependimento paratodos, no apenas para aqueles que so vti-mas de atrocidades polticas ou de outras ca-lamidades naturais.

    O pensamento popular nos dias de Je-sus, como acontece ainda hoje, era o de re-lacionar os acontecimentos trgicos a algumtipo de pecado. Ou seja, doenas e catstro-fes eram atribudas aos pecados. O relato docego de nascena em Joo 9.1 -3 um exem-plo disso. Ao verem o cego, perguntaram aJesus: Quem pecou? Ele, ou seus pais? Je-sus responde que nem ele e nem seus paishaviam pecado, Assim, fica claro que Jesusnega essa mentalidade popular.

    H, sim, sofrimentos que podem ser re-sultado de pecados cometidos. Tiago deixaisso bem claro e relaciona enfermidades apecados que precisam ser confessados (Tg5.14-16). Porm, no se pode dizer que todaenfermidade provocada por causa de pe-cados cometidos.

    Jesus revela que os galileus que forammortos por Pilatos, bem como aqueles ho-mens que morreram por ocasio da cons-

    truo da torre, no eram mais pecadoresdo que a liderana religiosa de Israel e tantasoutras pessoas que no haviam enfrentadocalamidades. A ausncia de tragdias no garantia de segurana eterna. No so ape-nas os que sofrem que precisam se arrepen-der de seus pecados. Sem o novo nascimen-to, que resultado de arrependimento, nin-gum pode ver o reino de Deus. Essas foramas palavras de Jesus a um lder em Israel (Jo3.3). Ningum pode se considerar superioraos outros, moral ou espiritualmente, pelofato de no passar por dificuldades. Em vezde julgar os outros, preciso fazer umaintrospeo e arrepender-se.

    Na vida crist, tanto os deveres no cum-pridos, quanto os aios malignos provocadospelos crentes, devem levar ao arrependimen-to. Ningum pode se sentir seguro pelo fatode no enfrentar dificuldades e sofrimentosna caminhada. Arrependimento para a salva-o e arrependimento dos pecados cometi-dos na vida crist algo que precisa ser evi-denciado por todos. O apstolo Paulo apre-senta essa verdade em Romanos 3.9-20.

    2. O ARREPENDIMENTO EVIDENCIADOATRAVS DA PRODUO DE FRUTOSEmbora Jesus estivesse falando da lide-

    rana religiosa (figueira), torna-se evidenteque os seus ensinamentos se aplicam a to-dos os que esto no reino, isto , liderana ecomunidade. Assim, na parbola, o que estem questo a necessidade da produo defrutos. A figueira estril no meio da vinhapoderia prejudicar a produo de uvas. Tan-to a figueira quanto a vinha precisam produ-

    29

  • zir. Afirma o professor Kenneth Bailey: "Quan-do esses lderes so infrutferos, no falhamapenas em sua obedincia como indivduos,mas tambm tornam estril comunidade queest ao seu redor. Deus tem muito cuidadocom a comunidade, e no tolerar indefini-damente esta situao".

    A pregao de Joo Batista era caracteri-zada pelo convite ao arrependimento e pro-duo de frutos. Aqueles que se apresenta-vam para receber o batismo eram desafia-dos a demonstrar que de fato haviam muda-do de vida, tendo atitudes compatveis coma f crist. Era preciso que o arrependimentofosse traduzido em frutos (Lc 3.8-14).

    A falta de frutos coloca a figueira sob ame-aa. Era de se esperar que ela produzissefrutos, pois j havia tempo suficiente paraisto. Porm, como nada era encontrado nela,alm de folhas, o dono da vinha decidiu cort-la. Aqueies que no produzem os frutos doarrependimento esto sob constante amea-a de serem cortados.

    3. A MISERICRDIA DE DEUS OFERECEOPORTUNIDADES PARA OARREPENDIMENTO E A PRODUO DEFRUTOSA deciso de cortar a figueira infrutfera,

    que estava prejudicando toda a vinha, foi adi-ada, num ato de misericrdia para com ela.Mais uma chance seria dada. Uma nova opor-tunidade. A figueira seria adubada, receberiaos cuidados necessrios. Se mesmo assimela continuasse estril, ento seria cortada.

    Detalhes na parbola, como por exemplo,os perodos de trs e um ano, so apenaspara completar a histria. No se podealegorizar o texto. O que Jesus est ensinan-do, com esse ano de tolerncia, a miseri-crdia de Deus oferecida a uma liderana in-frutfera e a todos que necessitam de arre-pendimento. Porm, se iso no acontecer, ajustia ser aplicada. Misericrdia e justia

    andam juntas. Pela justia, Israel pereceria,mas Deus oferece a oportunidade para o ar-rependimento, mediante a sua misericrdia.

    A misericrdia de Deus, que oferece opor-tunidades para o arrependimento e a produ-o de frutos, exige, por outro lado, que osrecursos de adubao sejam aplicados. Ovinhateiro declara que, por mais um ano, es-taria cuidando da rvore, cavando ao seu re-dor e colocando o esterco necessrio. Destaforma, Jesus ensina que a misericrdia estendida com o objetivo de produzir perdoe renovao, mas isso s possvel comcuidados especiais.

    preciso entender que Deus oferece opor-tunidades igreja e sua liderana para quese arrependam e experimentem o perdo e arenovao, curando a esterilidade que mui-tas vezes se observa na vida da comunida-de. bom lembrar que: 'Xis misericrdias doSenhor so a causa de no sermos consu-midos, porque as suas misericrdias no tmfim" (Lm 3.1).

    Ampliando L tl , ^l59vJr"*S Y

    A tolerncia do vinhateiro daparbola pode ensinar sobre adisciplina eclesistica na igreja?Explique.

    A sua comunidade tem produzidofrutos? O que comprova isto?

    Autor: Rev. Srgio Pereira Tavares(Manhumirim - MG)

    E-mail: [email protected]

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  • A Natureza doReino

    Lucas 13.10-21

    P or diversas vezes, encontramos nos Evangelhos a expresso "reino".A palavra "reino" tem, como significado: "o domnio real ou a esfera onde seexerce tal domnio". Contudo, o sentido de esfera do domnio no o significadomais fundamental do reino. Como afirma o professor Willian Smith, "o reino no , emprimeira instncia, um lugar ou uma localidade geogrfica e espacial que vem. O reino ,acima de tudo, o agir de Deus na sua funo de rei e soberano".

    Os pronunciamentos acerca do reino de Deus nos Evangelhos no enfatizam o "onde"ele pode estar, e sim, "quem" nele se engajar. Em outras palavras, no somos chama-dos a adquirir um imvel na localidade do reino de Deus. Somos chamados a adquirir osseus valores, e a sermos, em todos os lugares, cidados deste reino de Deus.

    Lucas oevange l i s ta quemais faz referencias questo do reino,podendo ser chama-do de "o evangelistado reino". E tam-

    bm significativo notarmos que o evangelistaMateus, quanto realidade do reino, escreve"reino dos cus", pois dirigia-se aos judeus,que evitavam iodo tipo de uso do nome deDeus. J os evangelistas Marcos e Lucas, fa-zem uso de "reino de Deus". Assim sendo, importante lembrar que o uso de "dos cus",ou "de Deus" pelos evangelistas, no altera aconceiluao e conscienlizao da realidadedo reino. Todos se reportam a uma mesma

    questo.H um paralelismo entre Lucas 13.10-21

    e 14.1-11, onde se desenvolve o tema do rei-no. Tanto em Lucas 13, como em Lucas 14, oautor, antes de abordar explicitamente o temacm questo, faz um prembulo ilustrativo,narrando milagres realizados por Jesus. Osdois milagres trazem confrontao com osditames da religio dominante, pois foramrealizados em dia de sbado. E a partir deento que o autor introduz o tema do reino.Em contraste com a religio arcaica, obsole-ta e opressora, manifesta-se o reino.

    O Dr. Champlin, em seu comentrio deLucas, afirma: "A cura foi apenas um edito-rial para introduzir as parbolas, cujo cerne a inaugurao e desenvolvimento do reino".

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Lucas12.22-34

    TeraLucas

    12.35-39

    QuartaLucas

    14.1-11

    QuintaLucas

    17.20-37

    SextaAto s

    28.23-31

    SbadoRomanos14.13-23

    DomingoI Corntios1.26-29

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  • Lies doTexto

    Vejamos, ento, algumas consideraes sobrea natureza deste reino.

    1. A NATUREZA DIVINA E TRANSCENDENTALDO REINOMuito mais do que uma nomenclatura, o reino

    que se estabelecia no era fruto de uma ideologiahumana. O reino de Deus, pois origina-se emDeus, estabelece-se pela vinda do Filho de Deus ese manifesta a partir do poder de Deus - "Se, po-rm, eu expulso os demnios pelo dedo de Deus,certamente, chegado o reino de Deus sobre vs"(Lc 11.20).

    O professor William Smith assim afirma: "A na-tureza do reino teocnrica, ou seja, Deus cen-tra! na pregao do reino. Mesmo o evangelistaMateus, quando afirmava sobre o reino dos cus,no divergia do fato de que Deus o centro". Oreino no est fundamentado debaixo dacentralidade humana; pelo contrrio, comoteocntrico que , ele vem de Deus ao homem, as-sim como o Senhor Jesus ensinou a orar: "venhao teu reino, faa-se a tua vontade, assim na terracomo no cu" (Mt 6.10). E este "vir o teu reino"est associada com a chegada da salvao queem Jesus se executaria a favor do homem. E estachegada pode ser vista emtucas como uma cres-cente: Em 4.43 - o Senhor afirma que " necess-rio que eu anuncie o evangelho do reino...". Em10.11 - este evangelho se aproximava do homem:"...sabei que est prximo o reino de Deus". E em11.20 declarado: "...certamente, chegado oreino de Deus sobre vs".

    O reino a manifestao desse agir poderosode Deus - um agir saivfico; por isso, ele absolu-tamente transcendental na sua origem, sendo a re-velao da glria de Deus (Mt 16.27; 24.30; Mc8.28;13.26). O telogo Leonardo Boff, no livro OPai Nosso, afirma: "sj por causa.do agjresmaga-dor.de Deus vem,g.reino que.as antigas estruturasno podem conter".

    J Gottfried Brakemeier, no lvro Reino de Deuse Esperana Apocalptica, afirma: "Falar no reinode Deus como fenmeno transcendente dificul-tado em nossos! dias por 3 fatores principais: a)Somos determinados pela cosmoviso cientfica,na qual um mundo transcendente no previsto,b) Soma-se a isso que a orientao num mundofuturo e transcendental exerce um efeito paralisadore alienante sobre a disposio de se construir ummundo melhor, c) CLterceiroJator a relevncia.Existem necessjdadss primrias, secundrias eagjjejgs.qu.ejia v rdade nlo. s ao relevantes,. As pri-oridades do nosso mundo so bem mais materiaisque espirituais; razo pela qual, assim se concluique a igreja deve reorientar sua pregao e servi-o", i

    2. A NATUREZA DO REINO SE MANIFESTAEM HUMILDADEUm outro trao claro nos textos de Lucas so-

    bre o reino, que a sua manifestao se d pelahumildade. A parbola do gro de mostarda revelaclaramente isto: a menor das sementes. O reinono impressiona por sua ostentao, ou gigantismo,ou luxo, ou qualquer outra questo. O reino, a des-peito de ser de Deus (Senhor de todas as coisas),manifesta-se na percepo do que pequeno, ouinsignificante e humilde.

    Israel, no Antigo Testamento, prottipo disso.No .BB uma grande n_aco. Era, na verdade, jjm"RQVJDJO" (S1105.12), que poderia passar at pordespercebido. Mas, a despeito dessa realidade pe-quena, em Deuteronmio 7.6-8 assim lemos: "OSenhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosseso seu prprio povo, de todos os povos que h so-bre a terra. No vos teve o Senhor afeio nem vosescolheu, porquel fsseis mais numerosos do quequalquer povo, pois reis o menor... mas porque

    'vos amava". \m Lucas, o Senhor Jesus, ministrando sobre

    as bem-aventuranas, afirma: "Bem-aventuradosos pobres, pois dos tais o reino de Deus" (Lc6.20). O prprio milagre do texto bsico revela queo reino se manifestou a uma mulher {desprezvelsocialmente naqueles dias), enferma h 18 anos.Em Lucas 14.1-1^1, o texto paralelo reafirma quetodo o que se humilha ser exaltado e que o maiorno reino o que serve.

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  • O reino, que de Deus, manifesta-se emmeio simplicidade e aos humildes (l Co 1.26-29).3. A NATUREZA LIBERTRIA DO AMOR

    NO REINOO prembulo apresentado em Lucas 13 refere-

    se a um milagre realizado por Jesus em uma mu-lher enferma h 18 anos. Por isso ter acontecidoem dia de sbado, os religiosos se alvoroaram eat condenaram a mulher. Jesus, ento, afirma;"hipcritas, cada um de vs no desprende da man-jedoura no sbado, o seu boi ou o seu jumento,para lev-lo a beber? Por que motivo no se devialibertar deste cativeiro em dia de sbado esta filhacfe/lrao..."{w.15,16).

    No texto, Jesus destaca que a mulher estavacativa de uma enfermidade associada a Satans.Todavia, o que impressionante que Jesus colo-ca no mesmo "p de igualdade" o diabo, queenfermava a mulher e a religio, que algemava avida. No foi apenas necessrio libertar a mulherda enfermidade do corpo produzida por Satans;tambm, foi necessrio libert-la das algemas deuma religio que escravizava o homem, que igno-rava a graa de Deus, e s tinha olhos para os gri-lhes da Lei.

    Na orao do Pai-Nosso que Leonardo Boff cha-ma de Orao de Libertao Integral, percebemosque a splica "no nos deixes cair em tentao"encerra a angstia; e a petio final revela a consu-mao da ao do reino: "livra-nos do mal". As-sim, Boff caracteriza esta natureza libertria do rei-no, afirmando: "libertados do mal e do maligno,estamos prontos para gozar da liberdade dos fi-lhos de Deus no reino do Pai. Aonde no se efe-uou a libertao, ainda no chegou o reino".

    Paulo, escrevendo aos colossenses, usa destametfora de guerra entre dois reinos para explicaro que acontece com o cristo: "Ele nos libertou doimprio das trevas e nos transportou para o reinodo Filho, do seu amor" (Cl 1.13).

    Uma igreja que celebra apenas os nmeros deadeptos, mas fecha os olhos para os humildes, calasua voz frente explorao, opresso e escra-vido, apenas porta-voz de uma religio, comooutras tantas que necessitam ainda conhecer a na-tureza amorosa, alegre e libertadora do reino, que de Deus.

    4. A NATUREZA INTERIOR DO REINONo texto de Lucas, encontramos duas parbo-

    las - o reino como semente e como fermento. JavierPikaza afirma: "Porque o reino o gro de mostar-da que est oculto em nossa terra; um fermentoque j se acha maturando a massa. porque oreino est dentro, como um dom que se ofereceu.No se v, nem se distingue, mas existe e a foradecisiva que concede seu sentido ao mundo. O reinoest dentro..." Jesus alerta para o perigo deidentific-lo com foras e instituies visveis. Oumesmo codific-lo com a totalidade de algo terre-no. Assim ele declara: "No vem o reino de Deuscom visvel aparncia. Nem diro: Ei-lo aqui! Ou:L est! Porque o reino de Deus est dentro emvs" (Lc 17.20,21).

    A BLQU&ia semente e j. pouca quanidade_defermento. e_sto relacionadas corn o crescimento e_a influncia. A pej}uejiaj;ejijitj^ ^

    pouco fermento leveda toda a massa.Todavia, a semente est na terra para ser germina-da; e o fermento s influencia se estiver inseridona massa. O reino se estabelece em ns pela pre-sena do Esprito Santo, que est dentro de cadacristo. Paulo afirma esta realidade dizendo: "Aca-so no sabeis que o vosso corpo santurio doEsprito Santo, que est em vs...?" (l Co 6.19).

    Assim o reino, que de Deus, manifesta-se apartir de uma relao humilde, traz libertao pa-trocinada pela fora do amor e explode na vida in-terior de uma pessoa.

    Ampliando^discussoQual a relao entre a igreja e oreino de Deus?Qual a extenso do reino de Deus?

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  • O Reino e osPerdidos

    Lucas 13.10-21

    S o muitos os esforos em favor da vida. Se, de um lado, h atos brbaros contra avida, felizmente, h surpreendentes iniciativas em favor'.da salvao de vidas. Em-bora alguns estejam por demais feridos, ou deficientes, aparentemente irrecuperveis,graas a Deus, cientistas, paramdicos e bombeiros, dentre'outros, empenham-se emsalvar vidas. \O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido" (Lc 19.10} - eis o maior objetivo

    do reino de Deus. Nada se compara a esta misso.

    Lucas 15 pos-sui bastante uni-dade li terria epedaggica. Co-menta a Bbl iaSagrada EdioPastoral que "o

    capitulo 15 de Lucas o corao de todoo Evangelho (= Boa Notcia). (...) Comesta parbola, Jesus fax apelo supremopara que os doutores da Lei c os fariseusaceitem partilhar da alegria de Deus pelavolta dos pecadores dignidade de vida".

    O contexto indica que se aproximaramde Jesus "coletores de Impostos" e "pe-cadores" que atraem e provocam o mur-mrio dos "fariseus" e dos "doutores dalei". Eles O acusam de acolher pecadorese comer com eles (Compare com Lc 5.30).Segundo o Dr.Joachim Jeremias, a desig-nao "pecadores" era utilizada para pes-soas que levavam vida imoral (adlteros,

    falsifcadorcs) oi que exerciam profissodesonrosa (cobradores de impostos, pasto-res, tropeiros, vendedores, ambulantes,curtidorcs). A estes eram negados at mes-mo os direitos civis.

    A pergunta dos escribas c fariseus norevela admirao,'mas uma acusao a Je-sus. Em resposta aos que se consideram "jus-tos" ou "santos", Jesus contou 3 parbolasa respeito da grandiosidade do amor deDeus. Ainda que bastante conhecidas e ad-miradas, estas parbolas no pretendemenfocar a dracma, a ovelha ou os filhos, massim, a mulher , o'pastor c o pai, pessoasinconformadas com a perda e que procuramincansavelmente at encontrar os perdidos.TEXTO

    15.3-715.8-1015.11-32

    PERSONAGEMPRINCIPAL

    O pastor iA mulher, pobreO pai

    OSPERDIDOS

    A ovelhaA dracmaOs filhos

    ALIMENTO DIRIO PARA A CAMINHADASegunda

    Ezequiel34.1-10

    TeraEzequiel

    34.11-31

    QuartaEzeqtiel36.16-38

    QuintaOsias

    14

    SextaRomanos11.25-32

    SbadoRomanos(14.1-12

    DomingoII Corntios

    2.5-11

    34

  • coes doTexto

    A partir das parbolas apresen