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11 MANUAL | A R R U M A N D O A C A S A | A S S O C I A Ç Õ E S C O M E R C I A I S E E M P R E S A R I A I S A FACIAP tem grande interesse na constituição de novas ACEs, assim como no desenvolvimento das que já estão atuando. Para encurtar caminhos e auxiliar novas lideranças que estão assu- mindo as ACEs e para as lideranças que tem interesse em cons- tituir uma ACE no seu município, foi desenvolvido este capí- tulo que mostrará desde o que é uma ACE, quais seus objeti- vos, quais os passos a serem seguidos para constituir uma ACE, seus órgãos, suas fontes de receitas. A grande dificuldade é começar. Primeiro é importante saber- mos qual o verdadeiro papel de uma ACE para o município, depois precisamos fazer um estudo da viabilidade econômica para descobrimos se temos condições, estrutura e interesse dos empreendedores para dar sustentabilidade a ACE. O QUE É UMA ACE? As ACEs são entidades da classe empresarial que congregam pessoas jurídicas e físicas de todos os setores da atividade eco- nômica: Agricultura e pecuária; Comércio; Indústria; Prestação de serviços e Profissional liberal. Não possuem fins lucrativos, sendo os seus maiores objetivos a defesa dos interesses de seus associados e a prestação de ser- viços para o desenvolvimento das empresas filiadas. As ACEs são entidades independentes, regidas pela legislação das sociedades civis, possuindo liberdade para reivindicar o atendimento às necessidades de seus associados, elaborar pro- postas e cobrar providências de autoridades públicas em rela- ção aos serviços prestados às comunidades.

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A FACIAP tem grande interesse na constituição de novas ACEs,assim como no desenvolvimento das que já estão atuando. Paraencurtar caminhos e auxiliar novas lideranças que estão assu-mindo as ACEs e para as lideranças que tem interesse em cons-tituir uma ACE no seu município, foi desenvolvido este capí-tulo que mostrará desde o que é uma ACE, quais seus objeti-vos, quais os passos a serem seguidos para constituir uma ACE,seus órgãos, suas fontes de receitas.

A grande dificuldade é começar. Primeiro é importante saber-mos qual o verdadeiro papel de uma ACE para o município,depois precisamos fazer um estudo da viabilidade econômicapara descobrimos se temos condições, estrutura e interesse dosempreendedores para dar sustentabilidade a ACE.

O QUE É UMA ACE?

As ACEs são entidades da classe empresarial que congregampessoas jurídicas e físicas de todos os setores da atividade eco-nômica:

� Agricultura e pecuária;

� Comércio;

� Indústria;

� Prestação de serviços e

� Profissional liberal.

Não possuem fins lucrativos, sendo os seus maiores objetivosa defesa dos interesses de seus associados e a prestação de ser-viços para o desenvolvimento das empresas filiadas.

As ACEs são entidades independentes, regidas pela legislaçãodas sociedades civis, possuindo liberdade para reivindicar oatendimento às necessidades de seus associados, elaborar pro-postas e cobrar providências de autoridades públicas em rela-ção aos serviços prestados às comunidades.

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Embora tenham atuação política, ao lutarem pelo desenvolvi-mento social e econômico de sua região e de participarem dosdebates para a fixação dos programas de governo nas áreasmunicipal, estadual e federal, não possuem vinculação políti-co-partidária, ou seja, não adotam princípios partidários, pos-suindo seu próprio estatuto e metas de trabalho.

Os seus recursos financeiros advêm da contribuição espontâ-nea (mensalidades) de seus associados, dos serviços prestadose das parcerias municipais, estaduais ou federais. Devem pres-tar contas aos seus associados, através de relatórios de movi-mentação financeira e das atividades desenvolvidas.

O seu forte poder representativo provém de uma grande redede entidades localizadas em todo o Estado e no País.

Toda ACE deve filiar-se à sua entidade de representação noplano estadual, a FACIAP (Federação das Associações Co-merciais e Empresariais do Estado do Paraná), com sede emCuritiba, que, por sua vez, vincula-se a CACB (Confederaçãodas Associações Comerciais e Empresariais do Brasil) com sedeem Brasília.

QUAIS OS OBJETIVOS DE UMA ACE?

COMO EMPRESA (PRESTADORA DE SERVIÇOS)

Um dos objetivos fundamentais como prestadora de serviços égerar recursos financeiros, indispensáveis para o bom desen-volvimento de suas atividades, além de auxiliarem diretamen-te no aumento da competitividade das empresas filiadas.

Como se sabe, as ACEs não contam com contribuições parafiscais (aquelas obrigatórias, definidas em lei), como acontececom as entidades sindicais do denominado Sistema “S” (Sesc,Senac, Sesi, Senai, , Sebrae etc.). Assim, as ACEs precisamsobreviver com suas próprias receitas, principalmente, as oriun-das de mensalidades dos associados e de serviços prestados, ecomo tal tem que dar lucro.

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COMO INSTITUIÇÃO

Um dos objetivos básicos de uma ACEé promover a organização, amobilização e integração dos empre-sários, por meio da expressão dos in-teresses e pensamentos de sua clas-se e de sua região. Desta forma re-presenta a empresa e o empresáriode qualquer setor de atividade eco-nômica. Esta representatividade tam-bém é definida como lobby, ou seja,capacidade de usar a força da coletivi-dade para garantir que os interesses domeio empresarial sejam ouvidos e respei-tados pelos órgãos do governo, outras ins-tituições e a sociedade como um todo.Como instituição não pode dar prejuízo, mas se der lucro me-lhor.

QUAIS OS PASSOS QUE DEVEM SERSEGUIDOS PARA CONSTITUIR UMA ACE?

Uma ACE deve ser constituída somente se forem atendidosrequisitos ou condições prévias que são determinantes para obom andamento do empreendimento. Para que tenha sucessoem seu empreendimento desenvolvemos alguns passos quepoderão lhe auxiliar:

O primeiro passo para constituição de uma ACE é desen-volver um estudo da viabilidade técnica, com o objetivo deanalisar:

� Perfil econômico da localidade – Fazer análise profun-da do perfil da localidade, informando, com base em mé-dias, a população, a renda per capita, o nível de escolari-

ACE: Organismo

dividido em 2

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dade das pessoas do local, o número de empresas insta-ladas, produção, porte, ramo de atividade e setor econô-mico a que pertencem, infra-estruturas de comunicação,em particular, para internet, infra-estrutura para energiaelétrica, potencialidades desenvolvidas e a desenvolver,setores de atividade econômica;

� Avaliar o interesse da comunidade – Verificar a exis-tência de empreendedores interessados, perfil das em-presas interessadas. Descrever como a comunidade lo-cal se beneficiará com a instalação da ACE, o públicoalvo a ser beneficiado.

O segundo passo é desenvolver a justificativa: informar paraque, quem e como pretende desenvolver as ações com plane-jamento e metas.

O terceiro passo é apresentar estratégias de manutenção:ações, metas, planejamento que garanta a utilização efetiva daACE. Fazer contatos com entidades públicas, privadas a fimde efetivar uma parceria. Verificar o grau de comprometimen-to das mesmas. Alguns exemplos que podemos citar de par-ceiros: Prefeitura, Sindicatos Patronais e de trabalhadores,Escolas Técnicas; Universidades, Institutos de Pesquisas, Se-cretarias Estaduais, Agência de Desenvolvimento, Agênciasde Fomento, Bancos de Desenvolvimento e Cooperativas deCrédito, SEBRAE, Investidores.

O quarto passo é o levantamento da estrutura física e efe-tivo uso da ACE:

� Infra-estrutura disponível (espaço físico em m², dispo-nibilidade de acesso);

� Recursos físicos e financeiros – recursos de contrapartidada Instituição (demonstrar os seus recursos e de eventu-ais parceiros);

� Equipe prevista para trabalhar na ACE (número e perfilde pessoas para formar a equipe ).

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O quinto passo é demonstração de sustentabilidade da ACE:

� Público alvo: qual o público alvo que queremos atingir,as empresas potenciais.

� Produtos e serviços a serem ofertados: as ACEs devempreparar e auxiliar seus associados para competir dentroe fora do país, enfrentando a concorrência decorrente daglobalização da economia. Para tanto deverá fazer umestudo de quais produtos e serviços que inicialmente aACE estará ofertando, nada mais importante que verifi-car a necessidade do município e suas lideranças. AFACIAP tem uma gama de ações que poderão auxiliar edar sustentabilidade a ACE, veja no capítulo “ACECOMO AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECO-NÔMICO E SOCIAL”;

� Estimativa de despesas e receitas mensais: no capítulo“GESTÃO” estaremos demonstrando através de uma ta-

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bela as despesas e receitas típicas de uma ACE;

� Investimento Inicial: investimento com instalações, equi-pamentos, materiais permanentes e pessoal são os prin-cipais gastos de uma ACE. Espera-se que através dasparcerias consiga o apoio e a captação de recursos exter-nos necessários;

� Capital de Giro necessário: o capital de giro de umaempresa é a soma dos recursos financeiros aplicados nocaixa, bancos estoques e valores a receber. Esses recur-sos são destinados à compra de mercadorias,despesasadministrativas, folhas de pagamento, etc.. É precisoadotar de inicio uma política de redução de custos e des-pesas e principalmente manter a entidade lucrativa, poiso lucro é a principal fonte de realimentação do capital degiro.

� Ponto de equilíbrio: Permite a ACE saber com antece-dência qual o volume de recursos necessários para fazercom que receita e despesas se igualem. Desta forma agestão poderá em função dos vencimentos das contas,estabelecer qual será seu esforço de venda ou entrada derecursos para cobrir todas as despesas e que comece ater um superávit financeiro.

Para que possa colocar em prática o que foi comentado desen-volvemos uma metodologia de criação de uma ACE iniciandocom a sensibilização, demanda de potenciais parceiros até suaimplantação.

METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DE UMA ACE

SENSIBILIZAÇÃO

Esta etapa inicia-se através da solicitação para criação de umaACE, feita por uma das seguintes vias:

� Demanda de um ou mais potenciais parceiros ;e/ou

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� Através de ações de fomento da FACIAP.

Marca-se uma reunião com essas entidades e outras que, emcomum acordo, possam colaborar, na formação de uma ACE.Nessa reunião com potenciais parceiros, apresentam-se escla-recimentos sobre o projeto, visando sensibilizá-los e se esta-belece um Termo de Compromisso.

O Termo de Compromisso deverá conter, no mínimo:

� Identificação das entidades envolvidas;

� Identificação das empresas interessadas;

� Objetivos;

� Responsabilidades das partes;

� Cronograma físico e

� Vigência.

Após análise pelos setores jurídicos, firma-se o Termo de Com-promisso, de preferência em um evento de conhecimento dacomunidade.

ATIVIDADES INICIAIS

� Formação do Grupo de Trabalho (GT): Nesta etapado processo, cada uma das entidades parceiras e empre-sas deverão estar indicando um representante para com-por o Grupo de Trabalho (GT), que será responsável pelaoperacionalização do processo de criação da ACE .

� Identificação de especialistas para elaboração do Es-tudo de Viabilidade Técnica: Numa primeira reunião oGT, além do planejamento de suas ações, deverá realizaro Estudo de Viabilidade Técnica para implantação de umaACE.

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PLANEJAMENTO

� Análise do Estudo de Viabilidade : De posse do Estudode Viabilidade Técnica, o GT analisa a possibilidade deexecução ou não da implantação do empreendimento.Nessa análise deverá ser verificada entre outras coisas, adefinição das modalidades de Associação, das parcerias,das formas de apoio financeiro e existência de local paraimplantação da ACE. Sendo comprovada sua viabilida-de, o GT, através de processo participativo e consensual,define quem irá coordenar as etapas de planejamento einstalação.

� Plano de Negócios e Instrumentos Jurídicos: Visandocaptar recursos para elaboração do Plano de Negócios, oGT deverá apresentar projeto às Instituições de fomentoonde, além do Estudo de Viabilidade, deverá conter asseguintes informações:

a) Identificação do proponente;

b) Identificação do local onde será instalada a ACE.

� Elaboração do Plano de Negócios: O Plano de Negóci-os deverá conter os seguintes tópicos:

a) Análise Estratégica (cenário local, perfil econômicoda região, instituições geradoras de tecnologia e/

ou empreendedorismo, instituições de apoio, infra-es-trutura local, disponibilidade de recursos econômicose financeiros, análise do ambiente externo e interno efatores críticos de sucesso);

b) Empreendimento (definição do negócio, histórico, vi-são, missão, objetivos e metas, estrutura legal, estru-tura organizacional e localização);

c) Serviços (descrição, fluxo dos processos, recursos ne-cessários - humanos, espaço físico, instalações, equi-pamentos e materiais permanentes - e alianças estra-

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tégicas);

d) Mercado (análise, público-alvo, segmentação, tama-nho, tendências e capacidade de filiação);

e) Marketing (necessidades atendidas, política de pre-ços, ponto e promoção);

f) Aspectos financeiros (investimentos, custos e despe-sas, receitas e fluxo de caixa); e

g) Estratégia e cronograma de implantação.

� Definição e Elaboração dos Instrumentos Jurídicos eOperacionais: O GT deverá definir, e com a ajuda deconsultoria especializada, elaborar os instrumentos jurí-dicos e operacionais necessários ao funcionamento daACE. Esses instrumentos jurídicos operacionais, são:

a) Acordo de Cooperação de Criação;

b) Estatuto da ACE;

c) Regimento interno;

d) Convênio para cessão do local/ contrato de locação ;

e) Convênio para apoio técnico e/ou financeiro .

IMPLANTAÇÃO

� Formalização da ACE: Após a elaboração do Plano deNegócios e a definição dos instrumentos jurídicos eoperacionais, os parceiros se reunirão objetivando tor-nar válido a definição da gestora da ACE, bem como suaforma jurídica, sem fins lucrativos.Nesta fase deverãoser designados e empossados os membros dos Conse-lhos, aprovados o Estatuto Social, o Regimento Interno,formalizando a criação da ACE, através de registro emcartório, no caso das ACE, registrar o estatuto e a ata daassembléia geral de constituição.Após a realização dafase acima descrita, faz-se o lançamento da ACE para a

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comunidade.

� Responsabilidades da Diretoria Provisória:

a) Criação da ACE;

b) Definição da gestora (forma jurídica);

c) Providenciar o CNPJ da entidade, na Secretaria daReceita Federal;

d) Providenciar Alvará de Funcionamento (demanda vis-toria pelo Corpo de Bombeiros);

e) Solicitar a filiação da Associação à FACIAP;

f) Formalização dos convênios para cessão do local eapoios técnicos e/ou financeiros; e

g) Lançamento da ACE para a comunidade.

� Infra Estrutura Operacional: A administraçãooperacional da ACE, ficará a cargo de uma equipe cons-tituída por um diretor executivo e por um corpo de apoio(secretária e auxiliar administrativo). Estes profissionaispoderão ser:

a) Cedidos à ACE por alguma das instituições parcei-ras;

b) Pessoas jurídicas contratadas -(contrato de prestaçãode serviços); e

c) Pessoas físicas contratada - (contrato trabalhista ouEstágio).

� Adequação do Local: A diretoria deverá providenciar aadequação do imóvel, de acordo com os tipos de servi-ços a serem oferecidos pela ACE.

� Infra- Estrutura Física: Para o bom funcionamento doempreendimento, a ACE deverá dispor de uma estruturafísica operacional básica, tais como:micro-computado-res, impressoras, rede de internet, telefone, fax, xerox,

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mobiliário, adquirir livros, impressos e outros materiaisindispensáveis para o funcionamento da entidade.

� Divulgação da ACE: Para que a comunidade venha aconhecer o projeto e seus benefícios. A diretoria, comapoio de seus parceiros, deverá promover uma campa-nha de divulgação bastante ampla que vise atingir seupúblico alvo.Esta divulgação poderá ser feita através damídia escrita, falada e televisiva, bem como através depalestras, workshops, eventos de lançamento ou qual-quer outra forma que possibilite atingir seus objetivos.

ÓRGÃOS QUE DEVEM COMPOR UMA ACE

ASSEMBLÉIA GERAL

A Assembléia Geral é o órgão soberano da associação e secompõe de todos os associados, de acordo com o EstatutoSocial.

Existem assembléias ordinárias e extraordinárias. A assem-bléia ordinária tem que ser convocada uma vez por ano. Eladelibera em primeira convocação com a presença de, no míni-mo, dois terços de seus associados. Caso este número não sejaalcançado, é possível fazer uma segunda convocação, meiahora após, com qualquer número, mas é importante lembrarque os assuntos não poderão ser deliberados sem a presençade no mínimo um terço dos associados. Sempre procurandoseguir o Código Civil.

O estatuto de cada ACE é o que fixa tal procedimento ououtro critério da Assembléia.

O estatuto da ACE deverá estar em conformidade com o esta-tuto da Federação.

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As competências das assembléias gerais são, entre outras, asseguintes:

� Eleger os representantes dos órgãos da associação (so-mente assembléia ordinária), conforme o Estatuto Soci-al;

� Resolver, em definitivo, todas as propostas que lhe fo-rem submetidas pelo conselho fiscal, pela diretoria oupor associados;

� Alterar ou modificar o estatuto da associação;

� Decidir sobre a extinção da entidade e a destinação deseus bens;

� Deliberar sobre a aquisição, alienação de bens imóveismediante proposta da diretoria.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

O Conselho de Administração é o órgão responsável pela ad-ministração da entidade e é composto no mínimo por um:

� Presidente;

� Vice-presidentes (se julgado conveniente, cada ACE deacordo com sua necessidade poderá instituir vice-presi-dências específicas — por exemplo, de comércio, de in-dústria, de agropecuária, de microempresa, de transpor-te, de turismo, de SCPC, de informática, de serviços);

� Um secretário;

� Um tesoureiro.

As funções específicas citadas, independente do tamanho daACE, devem existir.

Os demais conselheiros ocuparão cargos conforme a compo-sição da chapa eleita.

Poderão ser ainda instituídos conselhos específicos outemáticos, por exemplo:

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� Conselho do Jovem Empresário - com o objetivo de co-laborar no desenvolvimento pessoal e empresarial dosjovens empresários do município, capacitando-os paraexercerem com mais dinamismo sua atividade empresa-rial;

� Conselho da Mulher Empresária - com a missão de atuarcom uma visão proativa, de forma a potencializar a mu-lher, criando oportunidades de aprimoramento profissio-nal e possibilitando a ampliação da sua área de atuação;

� Conselho de Líderes Regionais –associados de destaqueem suas quadras ou região, com a missão de atuar comopropagador das informações da ACE na comunidade ondeatuam.

Para compor o Conselho de Administração de uma ACE, de-vem ser observados critérios que levem em consideração asdiversas áreas empresariais existentes na localidade, a qualifi-cação dos empresários e acima de tudo que tenham:

� Representatividade;

� Independência (que tenha liberdade para executar as suasatividades na ACE sem comprometer o desenvolvimen-to de sua empresa);

� Espírito empreendedor;

� Caráter;

� Ética;

� Disposição para exercer a função;

� Que não tenha pretensão em se candidatar a qualquer ór-gão público durante seu mandato.

O Conselho de Administração deve reunir-se pelo menos umavez por quinzena. Suas competências são vastas e englobam,entre outras, a:

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� Direção das atividades e trabalhos da associação;

� Administração das suas rendas e bens;

� Implementação das deliberações da assembléia geral;

� Discussão e aprovação do orçamento da entidade;

� Elaboração do regimento interno;

� Criação, como base no orçamento, dos cargos dos funci-onários.

É importante que cada ACE desenvolva um regulamento in-terno inclusive para o Conselho do Jovem Empresário e oConselho da Mulher.

CONSELHO FISCAL

O Conselho Fiscal é constituído no mínimo por três membrosefetivos (ex-presidentes que mantiveram condição de associ-ados) e três suplentes, eleitos conjuntamente com a diretoria.

As suas atribuições são de:

� Examinar anualmente os livros, contas e balanços, orça-mentos, registros e todos os

documentos de caráter patrimonial da associação;

� Controlar, fiscalizar e analisar as atividades e as contasda diretoria;

� Emitir parecer sempre que solicitado sobre as finançasda ACE;

� Apresentar parecer sobre as contas da entidade à direto-ria e em assembléia geral;

� Auxiliar o Conselho da Administração para a boa con-secução dos fins sociais da entidade;

O Conselho Fiscal pode também, reunir-se, regularmente paraacompanhar o desempenho econômico-financeiro da ACE.

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FONTES DE RECEITASAs ACEs são entidades sem fins lucrativos. Entretanto, neces-sitam de recursos financeiros para exercer seu papel de repre-sentante dos associados. Precisam manter uma estrutura míni-ma de funcionários, equipamentos e materiais de escritório.Somente haverá recursos extras para patrocinar iniciativas deinteresse dos associados se as receitas forem maiores que asdespesas. Algumas fontes de receitas que podemos citar:

� Mensalidades;

� Doações;

� Programas de Cooperação;

� Aluguéis e investimentos;

� Campanhas/feiras/exposições;

� Parcerias;

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� Publicações;

� Implantação de produtos desenvolvidos pela Federação/Confederação;

� Serviços.

MENSALIDADES:

São valores fixos cobrados mensalmente de todos os associa-dos e devem ser suficientes para cobrir os custos administrati-vos da ACE. Sua principal vantagem é de ser uma receita está-vel e fácil de administrar.

Entretanto, são relativamente baixas. Caso sejam aumentadassem critério, geralmente muitos associados deixam de contri-buir ou o fazem com atraso. E quando isto acontece é difíciltomar medidas administrativas para cobrá-las, pela pouca quan-tia envolvida individualmente.

A experiência mostra que as mensalidades só são pagas regu-larmente quando os associados reconhecem na entidade de clas-se uma liderança efetiva e recebem de volta atendimentosatisfatório.

Como se sabe, empreendedores gostam de investir onde ob-têm retorno, mesmo que seja em contribuições para entidadesde classe.

Assim, uma ACE que queira atingir auto-suficiência somentecom mensalidades terá que aumentá-las ou ampliar bastante onúmero de seus associados. E, para isso, tem que oferecer algomais que a simples representatividade classista.

Poucas associações mantêm política de cobrança de mensali-dades diferenciadas, ou seja, contribuições proporcionais aoporte dos associados. As microempresas e as de pequeno portese sentem injustiçadas quando suas contribuições são iguais àsdos sócios de grande porte.

Um dos critérios para a classificação do porte dos associadosvisando a elaboração de uma

tabela de mensalidades com descontos progressivos, é o nú-mero de empregados. Devem ser incluídos, também os profis-

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sionais autônomos. Sua adesão à associação é importante prin-cipalmente para a venda de serviços.

Cada associação pode estabelecer seus critérios de classifica-ção do porte de seus associados.

Associações em cidades com predominância de indústrias deconfecções ou de calçados, que têm uso intensivo de mão-de-obra, podem elaborar uma tabela diferente daquelas de cida-des com empresas de tecnologia, onde a mão-de-obra é menosintensiva por unidade comercial e industrial.

Além do número de empregados, são usados os seguintes cri-térios para a definição de mensalidades:

� Adesão aos Serviços de Proteção ao Crédito;

� Segmento (comércio, indústria, serviços);

� Porte da empresa segundo o faturamento;

� Setor (bancos, financeiras etc.);

� Estabelecimento único ou filial;

� Capital social.

É também comum encontrar combinações de critérios paradefinir a mensalidade como, por exemplo, segmento e númerode funcionários.

DOAÇÕES

São recursos voluntários oriundos de órgãos não-governamen-tais, entidades de apoio, grandes empresas, fundações, clubesde serviços (como Lions, Rotary) etc. Sua principal caracterís-tica é a não exigência de devolução, ou seja, são a “fundo per-dido”. Quando ocorrem, contribuem significativamente para ofinanciamento das atividades da associação.

Entretanto, doações ocorrem ocasionalmente, ou seja, não háregularidade para o fluxo de caixa. Doações em excesso, emmuitos casos, colocam em risco a independência da associa-ção.

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PROGRAMAS DE COOPERAÇÃO

São importantes para as associações, pois viabilizam algunsprojetos da ACE ou de seus parceiros que não poderiam sermantidos por um único financiador e sempre aumentam o seunível de profissionalização. Podem ser citados como exem-plos os Balcões de Emprego, Sebrae, etc.

São interessantes, também, os programas de cooperação man-tidos por universidades estrangeiras, fundações, organizaçõesnão-governamentais e outros oriundos de entidades empresa-riais, que têm afinidade com as atividades da associação.

Sua desvantagem é de ser por tempo limitado, não podendo seconstituir em uma fonte permanente e confiável de receita. Eas fontes permanentes são as únicas que permitem à ACE pla-nejar programas duradouros destinados aos seus associados.

ALUGUÉIS E INVESTIMENTOS

Algumas ACEs dispõem de salas para treinamento que podemobter bom resultado financeiro com seu aluguel.

Outras têm recursos aplicados no mercado financeiro, garan-tindo, portanto, rendimentos mensais extras com os juros rece-bidos.

Essas receitas, embora importantes para o equilíbrio mensaldo caixa, têm duração finita, uma vez que os aluguéis são ge-ralmente de curto prazo. Os investimentos também têm remu-neração limitada, que não pode ser aumentada pela simplesvontade da ACE ou pela necessidade de cobertura de despesasimprevistas.

CAMPANHAS/FEIRAS/EXPOSIÇÕES

São grandes instrumentos para incremento de receita para aACE e contribuem para o nível de relacionamento, troca deexperiências e o crescimento econômico regional. Encaradas

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de forma comercial, elas deixam de ser institucionais em suaessência e passam a reverter receita. A organização de eventosdesse porte tem que levar em conta o que a cidade está preci-sando, se os comerciantes aderirem facilmente e se o produto éde interesse da comunidade. Esse produto pode ser o eventoem si ou até mesmo prêmios e outros benefícios para os consu-midores ou clientes. Uma campanha do comércio para o Diadas Mães, por exemplo, precisa ser bem avaliada. Esse eventojá vende por si só, por ser extremamente tradicional. Talvezseria mais interessante uma campanha similar em uma data depouco fluxo no comércio com o objetivo de aquecer as vendasou desovar estoques.

PARCERIAS

A ACE é o principal órgão empresarial da cada município, poisé o único que contempla todos os setores e em geral goza demuita credibilidade.

Sendo um nome forte, sua marca tem que ser valorizada e deveter um preço. Muitas empresas que queiram associar seu nomeà marca da ACE devem, portanto, pagar pelo investimento.São inúmero os exemplos de empresas de telecomunicações,listas telefônicas, planos de saúde, instituições de ensino, en-tre outras que pagam para associar seu nome ao da ACE. Alémdo pagamento direto, as empresas devem ainda conceder van-tagens aos associados.

Antes de fazer uma parceria com qualquer empresa é impor-tante:

� Analisar custo-benefício avaliando custos indiretos des-ta parceria;

� Pesquisar a credibilidade, história, condições que a em-presa tem para atender a demanda do parceiro.

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PUBLICAÇÕES

Muitas associações vêem as publicações como jornal/revistaapenas como um complemento das demais atividades edesconsideram o seu potencial de receitas, subestimando quemuitos associados se interessem em divulgar os seus produtosou serviços por estes meios de comunicação.

Um jornal/revista bem administrado garanteaos anunciantes preços competitivos,

além de ser uma fonte de receita daACE.

Implantação de Produtos Desen-volvidos Pela Federação/Con-

federação

É importante que as ACEsparticipem em eventos dosistema Federativo fazendoum benchmarking dos pro-jetos. O objetivo maior é en-curtar os caminhos, evitan-do com isso a perda de tem-po em estudo de viabilidade

de um projeto onde a Federa-ção/Confederação já haviam

pesquisado e estãodisponibilizando para as ACEs. A

exemplo das Câmaras de Medição deArbitragem, PROE – Programa Regional

de Orientação para Estágio, Cooperativas de Crédito, entre ou-tros.

SERVIÇOS

Apresentam muitas vantagens em relação às outras fontes.Contribuem para aumentar o nível de profissionalização daACE, aumentam sua representatividade e a motivação de seus

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funcionários. Como os serviços são benéficos para os associa-dos, contribuem para mantê-los com suas obrigações em dia,pois os deixam convencidos de que pagam mensalidades parauma entidade que é realmente útil.Outra grande vantagem éque a auto-sustentabilidade financeira garante a independên-cia política da ACE. Exemplo de alguns serviços: SCPC, As-sessoria, Capacitação, Convênios Médicos, etc.

A importância da Prestação de Serviços como Fonte de Re-ceita:

Além de contribuir para a auto-suficiência financeira e atenderuma das principais demandas dos seus associados, a prestaçãode serviços traz outras vantagens:

� Aumentar a representatividade (maior número de associ-ados);

� Obter recursos para subsidiar outras atividades;

� Motivar os funcionários;

� Fidelizar o associado.