o que o professor de língua portuguesa necessita fazer para desenvolver escritores proficientes

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VANESSA APARECIDA RICARDO ANASTACIO LETRAS – LICENCIATURA EM PORTUGUÊS UNIMEP - UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA DISSERTAÇÃO apresentada ao Curso de Formação de Professores do Estado de São Paulo. Dissertando sobre a questão: O que o professor de Língua Portuguesa necessita fazer para desenvolver escritores proficientes? Recentemente, li na internet uma entrevista com um professor americano chamado Will Ricchardson, a respeito da Educação atual, na qual ele dissertou que um dos caminhos mais interessantes para a otimização do ensino é que 'os professores construam suas próprias redes e se tornem responsáveis pelo seu aprendizado, assim como se espera que os alunos façam', interessantíssima a colocação do professor que, sugere que os professores (re)aprendam a aprender e que esse seja um processo contínuo. Partilho da mesma opinião do professor, para que nós docentes possamos ensinar é preciso que tenhamos conhecimento e, principalmente, que saibamos articular maneiras para melhor transmiti-los e para tal, precisamos nos renovar, sempre (importante ressaltar que a esse processo de renovação envolve também aos órgãos competentes no que refere-se a cursos e/ou programas de capacitação ao professor). Sabemos perfeitamente o quão difícil é fazer com que os alunos sintam vontade de escrever, ou que ao menos, escrevam sem que essa tarefa assemelhe-se a um 'campo de tortura', sim, sem superlativos, os alunos vêem a atividade de produção textual como uma tarefa árdua e sem fundamento, às vezes até como punição, o que é, evidentemente um problema, não só para a escola, para os professores e para o aluno, como para a própria sociedade. Ouvimos com freqüência, queixas de que, no vestibular, os egressos do Ensino Médio não se saem bem nas redações, assim como reclamam os professores universitários de que os alunos têm pouca capacidade para expor os conhecimentos construídos. Essas dificuldades são, invariavelmente, resultado de falhas no ensino da escrita, que se manifestam desde o ensino Fundamental e que se agravam ao longo da escolaridade.

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Page 1: O que o professor de língua portuguesa necessita fazer para desenvolver  escritores proficientes

VANESSA APARECIDA RICARDO ANASTACIO

LETRAS – LICENCIATURA EM PORTUGUÊS

UNIMEP - UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

DISSERTAÇÃO apresentada ao Curso de Formação de

Professores do Estado de São Paulo.

Dissertando sobre a questão:

O que o professor de Língua Portuguesa necessita fazer para desenvolver

escritores proficientes?

Recentemente, li na internet uma entrevista com um professor americano chamado

Will Ricchardson, a respeito da Educação atual, na qual ele dissertou que um dos

caminhos mais interessantes para a otimização do ensino é que 'os professores

construam suas próprias redes e se tornem responsáveis pelo seu aprendizado, assim

como se espera que os alunos façam', interessantíssima a colocação do professor que,

sugere que os professores (re)aprendam a aprender e que esse seja um processo

contínuo. Partilho da mesma opinião do professor, para que nós docentes possamos

ensinar é preciso que tenhamos conhecimento e, principalmente, que saibamos articular

maneiras para melhor transmiti-los e para tal, precisamos nos renovar, sempre

(importante ressaltar que a esse processo de renovação envolve também aos órgãos

competentes no que refere-se a cursos e/ou programas de capacitação ao professor).

Sabemos perfeitamente o quão difícil é fazer com que os alunos sintam vontade de

escrever, ou que ao menos, escrevam sem que essa tarefa assemelhe-se a um 'campo

de tortura', sim, sem superlativos, os alunos vêem a atividade de produção textual como

uma tarefa árdua e sem fundamento, às vezes até como punição, o que é, evidentemente

um problema, não só para a escola, para os professores e para o aluno, como para a

própria sociedade. Ouvimos com freqüência, queixas de que, no vestibular, os egressos

do Ensino Médio não se saem bem nas redações, assim como reclamam os professores

universitários de que os alunos têm pouca capacidade para expor os conhecimentos

construídos. Essas dificuldades são, invariavelmente, resultado de falhas no ensino da

escrita, que se manifestam desde o ensino Fundamental e que se agravam ao longo da

escolaridade.

Page 2: O que o professor de língua portuguesa necessita fazer para desenvolver  escritores proficientes

Óbvio que atribuir ao professor toda a culpa para esses déficits, ou a total

responsabilidade em criar escritores proficientes é ato de insanidade! Até porque nós

professores sabemos que a construção do saber do individuo se dá através do processo

de interação e articulação de conhecimentos que não só aqueles adquiridos na escola.

Ainda, ressalvada observações, há algumas medidas, alguns recursos que podem

auxiliar o professor no desenvolvimento da proficiência escritora dos alunos.

Já fora discutido a importância da leitura para as habilidades e competência da

escrita, bem como a necessidade de atentarmo-nos para a nova realidade da “era

tecnológica” da qual, há tanto conhecimento e com muito mais facilidade, disponível nos

computadores, smartphones, ipad's e iphod's do que nas bibliotecas, que o professor

nesse contexto deve ter em mente a necessidade de se colocar em uma postura

norteadora do processo ensino-aprendizagem, articulando esses recursos

contextualizando-os as propostas de ensino.

Nesse sentido, retomo que, o professor deve propiciar ao aluno situações da

prática da leitura, posto que, para aprender a escrever, com maestria é preciso ler textos

variados, construir bagagem de conhecimentos temáticos e de conhecimentos relativos às

características dos vários gêneros textuais. Para escrever, precisamos aprender sobre a

escrita e sobre o que escrevemos e, qual a melhor maneira de fazer senão pela própria

leitura da escrita?! Dos diversos gêneros proferidos nos discursos. Trabalhar com gêneros

não apenas explorando suas características (ex: uma carta tem: cabeçalho, data,

saudações iniciais, o texto, a despedida, etc), até porque essa abordagem não faz com

que ninguém aprenda escrever uma carta, é preciso discutir 'por que e para quem

escrever minha mensagem', ou seja, não basta trabalhar com gêneros tratando-os como

conteúdos estruturas prontas, é preciso ensinar os alunos o trato no interior das práticas

de interação e contextualização, isto é, traze-los para a realidade e compará-los ao

mundo em que vivemos atualmente, de maneira a ampliar sua percepção social. Até

porque no processo da aquisição de conhecimentos tanto da leitura quanto à escrita há

muito mais do que saber uma norma ou desenvolver o domínio de uma tecnologia ou

estrutura para utilizá-las nas situações em que ela se manifesta, aprender e/ou

desenvolver a leitura e a e escrita significa dispor do conhecimento elaborado e poder

usá-lo para participar e intervir na sociedade.