10 TÍTULOS ESSENCIAIS

NA MINHA FORMAÇÃO

COMO LEITOR

Meu 1º romance “espontâneo”

Uiramirim contra os demônios da floresta

Antônio Carlos Olivieri

Sinopse

Um índio tupi de 15 anos e seu amigo

pirata se embrenham na mata em busca

de comida. Acabam caindo na mira do

feiticeiro Tincua. Para se livrar dele, os

garotos são obrigados a enfrentar a

Boiúna, o Capelobo e a Mula-sem-

cabeça.

Porque foi marcante?

Foi a primeira obra que eu peguei na

biblioteca da escola por livre e

espontânea vontade. Gostei tanto que

devo ter lido umas sete vezes e lembro

que eu renovava a minha assinatura só

pra tê-lo na mochila sempre que

quisesse dar uma olhadinha. Tá,

admito: eu tinha um pouco de ciúme do

livro também, vai.

Meu romance escolar favorito

Amor e Cuba Libre

Álvaro Cardoso Gomes

Sinopse

Este livro conta a história de Sérgio, na

década de 60 ele se mudou para

Americana. Lá , teve seus amigos —

Jamanta, Quatrolho, Bagulhão e Orelha

— e sua namoradas. Ainda hoje, nos

finais de semana, os amigos se reúnem,

tomam cerveja, comem churrasco e

falam de suas lembranças.

Porque foi marcante?

Embora todo mundo tenha começado

suas paixões escolares pela Coleção

Vagalume ou pelos livros do Pedro

Bandeira, minha primeira paixão foi

essa leitura. Lógico que a saga d’Os

Karas, a Borboleta Atíria e o

Escaravelho do Diabo foram

decorrências naturais.

Meu romance pessoal favorito

A História Sem Fim

Michael Ende

Sinopse

A aventura de um garoto solitário que

usa um livro para entrar num reino de

fantasia. Nessa terra imaginária, ele

descobre a verdadeira medida de sua

própria coragem e capacidade de amar.

O texto é impresso em duas cores,

verde e vinho e as belas ilustrações das

aberturas dos capítulos completam o

clima de encantamento que envolvem o

leitor.

Porque foi marcante?

Não tenho conta de quantas vezes já

entrei no mundo de Fantasia, lutei

contra o Nada, enfrentei o Gmork e

voei no dorso do Falcor. Aprendi lições

que carrego até hoje sobre a

importância dos sonhos, desejos,

obstáculos, família, amigos e da

perseverança naquilo que se acredita.

Minha poesia favorita

O Auto da Barca do Inferno

Gil Vicente

Sinopse

Uma sátira impiedosa da sociedade

portuguesa do século XVI: fidalgos,

padres, magistrados, sapateiros e

ladrões. Todos os personagens trazem

consigo seus pecados e não há defesa

contra as acusações. Nem do anjo, nem

do Diabo.

Porque foi marcante?

Foi o primeiro livro que me fez

enxergar a beleza oculta no melodrama

e na construção do roteiro dramático.

Além disso, foi um dos meus primeiros

contatos com a parte mais literária do

teatro, o raciocínio consciente do vazio

e do espaço para a imaginação dos

atores trabalharem.

A antologia de contos favorita

Os Dragões Não Conhecem O Paraíso

Caio Fernando Abreu

Sinopse

Fragmentos de vidas que se

envolveram com o amor em variadas

manifestações. Flagras da realidade,

arduamente realista e com picos de

extremo romantismo produto da

admiração pela patologia do comum,

puro e verdadeiro modo de expressar

os enredos.

Porque foi marcante?

Acredito piamente que ninguém lê

Caio Fernando e sai ileso. Ame, odeie,

tenha medo ou raiva, ele toca as

pessoas num nível que expandiu meus

horizontes literários ao além do contar

histórias. Dá pra dizer que foi nesse

livro que entendi uma metade inteira

da arte literária.

Minha HQ favorita

Morte, O Grande Momento da Vida

Neil Gaiman

Sinopse

A história da cantora Foxglove e de sua

namorada Hazel. No passado Hazel

fizera um trato com a Morte para evitar

que seu filho Alvie morresse. A história

começa a ser contada a partir do

momento que a Morte volta para

cobrar a dívida.

Porque foi marcante?

Foi o primeiro quadrinho da série

Vertigo que li. Nele, tive a dimensão de

profundidade literária que uma

narrativa gráfica pode explorar.

Também foi a minha entrada no

universo da fantasia urbana do

Gaiman, onde deuses e conceitos são

antropomorfizados em figuras comuns

como um pichador, a moça do caixa ou

o tio da limpeza. Todo de uma

humildade extremamente pretensiosa.

Meu horror favorito

A Dança da Morte

Stephen King

Sinopse

Uma poderosa arma biológica,

conhecida acaba com grande parte da

população do planeta. Uma pequena

parcela da população resistente ao

vírus mortal precisa aprender a

sobreviver.

Porque foi marcante?

Foi o livro onde eu saquei que não

precisamos de monstrinhos para dar

sustos em ninguém. Os piores medos

são aqueles que estão mais perto.

Meu romance favorito no

fandom brasileiro

O Caçador de Apóstolos

Leonel Caldela

Sinopse

Haverá dois soldados. Um de Deus e

um do diabo. Foi o que disse a segunda

profecia. A primeira falou da corrupção

da Voz de Urag, da época em que a

líder da Igreja trairia seu povo e faria a

guerra contra os cardeais. As profecias

avisaram sobre a Voz de Urag, a Voz de

Deus, tornada maligna, uma serva do

inferno. O surgimento de dois heróis

para derrubá-la.

Porque foi marcante?

Quando eu estava praticamente

desiludido com a produção nacional de

fantasia medieval contemporânea aqui

no Brasil, esse romance me encheu de

esperanças na nova geração de autores

que vem surgindo por aqui. Sem elfos,

anões, orcs ou pastiche de Tolkien. Só

bons frutos da herança pulp nacional.

Meu romance favorito no

fandom gringo

O Nome do Vento

Patrick Rothfuss

Sinopse

Da infância numa trupe itinerante,

pelos anos vividos numa cidade hostil

até o esforço para ingressar na escola

de magia, esse livro acompanha Kote e

as duas forças que movem sua vida: o

desejo de aprender os mistérios da arte

de nomear e a sede de vingança pelos

lendários demônios que assassinaram

sua família.

Porque foi marcante?

Essa foi a prova que clichês clássicos

sempre podem nos conduzir pelos

meandros mais profundos do gênero

épico — que é atemporal e universal

porque usa a distância da fantasia para

discutir aquilo que todos nós

partilhamos: a condição humana. Sem

herói, sem moral, sem gravata.

Meu próximo livro marcante

Meu próximo livro

O próximo autor

Sinopse

Dele eu espero uma história que mude

minha vida de alguma forma. Seja por

identificação, reflexão ou

questionamento, quero que me faça rir,

chorar, ter raiva ou medo. Quero

desejar minha vida escrita em suas

paginas. Quero um livro que me faça

sentir ainda mais vivo.

Porque foi será marcante?

Não dou seguimento a uma leitura que

não me convença de que será marcante.

Lógico que existem livros que lemos

por obrigação, mas já não gasto mais

meu tempo livre com leituras que não

transmitam o que pulsa nelas em suas

primeiras páginas. Esse espaço livre

nessa lista me faz sentir livre. Vivo. Me

dá vontade de continuar lendo e

escrevendo. E ele sempre estará aqui.