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FEVEREIRO DE 2017 | Edição: 465 O que nos aguarda?

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FEVEREIRO DE 2017 | Edição: 465

O que nos aguarda?

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Orçamento operacional e de vendas

Baixe um leitor de QR code em seu celular, aproxime o telefone do código

e aproveite as promoções no site:www.suma.com.br

Saiba como identificar e aproveitar oportunidades, controlar custos, diminuir riscos e avaliar os rumos da empresa.

Um orçamento operacional e de vendas bem feito precisa envolver todo o pessoal-chave de sua empresa: finanças, RH, logística, marketing, vendas, produção e pessoal de apoio.

Saiba como maximizar os lucros fazendo o trade-off entre preços e quantidade de vendas, como preparar a matriz de preços de sua empresa para atingir o melhor resultado financeiro. Aprenda melhorar o mix de seus produtos e fazer a estratégia de preços.

O planejamento do orçamentário é um diferencial que determina muitas vezes o sucesso ou fracasso de uma empresa. Aprenda a calcular todos os aspectos essenciais de seu negócio, tais como a receita à vista, o cálculo das despesas proporcionais a venda, o prazo de recebimento, a projeção futura de resultados e outros.

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Revista Suma Economica - Fevereiro 2017 3

O Estado da Economiathe state of the economy

Orçamento operacional e de vendas

Baixe um leitor de QR code em seu celular, aproxime o telefone do código

e aproveite as promoções no site:www.suma.com.br

Saiba como identificar e aproveitar oportunidades, controlar custos, diminuir riscos e avaliar os rumos da empresa.

Um orçamento operacional e de vendas bem feito precisa envolver todo o pessoal-chave de sua empresa: finanças, RH, logística, marketing, vendas, produção e pessoal de apoio.

Saiba como maximizar os lucros fazendo o trade-off entre preços e quantidade de vendas, como preparar a matriz de preços de sua empresa para atingir o melhor resultado financeiro. Aprenda melhorar o mix de seus produtos e fazer a estratégia de preços.

O planejamento do orçamentário é um diferencial que determina muitas vezes o sucesso ou fracasso de uma empresa. Aprenda a calcular todos os aspectos essenciais de seu negócio, tais como a receita à vista, o cálculo das despesas proporcionais a venda, o prazo de recebimento, a projeção futura de resultados e outros.

A declaração de Donald Trump, no título acima, é um brado ao protecionismo e à criação de uma nova ordem mundial, onde as condições sejam mais favoráveis para

a economia americana.

Seria um reordenamento ao que os EUA fizeram após a II Guerra Mundial, que se modificou com o tempo, mas sempre sob a liderança americana, levando a uma fase sem precedentes de crescimento mundial.

As fortes declarações do presidente em relação à China e ao México, que representam 25% do comércio americano, causam apreensão nas empresas transnacionais, que acumulam uma parte crescente dos seus lucros nos mercados da Ásia, assim como nas empresas sediadas na China e no México.

Ao mesmo tempo, quando o presidente americano declarou que “favorecerá a implosão da União Europeia, para fazer com que os europeus deixem de fazer jogo contrário aos interesses dos EUA”, aumentou a tensão das empresas americanas - com grandes e rentabilíssimas operações - na Europa. Assim como das empresas europeias que têm, nos EUA, seu maior mercado no exterior.

Ao todo, China, México e União Europeia representam grande parte da corrente de comércio (exportações + importações) dos EUA. São mais de US$ 2 trilhões. E, quando se considera o fluxo financeiro, gerados direta ou indiretamente por estas operações comerciais e pelos fluxos de capitais e financeiros, este valor se multiplica por dez.

É muito dinheiro! Em uma união de interesses, mutuamente rentável entre empresas industriais, financeiras e de serviços, intermediários de importações e exportações e demais engrenagens que movem o comércio entre as nações. Portanto, por mais que as empresas convocadas por Trump estejam sorridentes e afáveis nas relações “face a face”, o jogo vai ser pesado nos bastidores, pois estas empresas têm dinheiro, “lobbies” e fortes relações políticas no Congresso.

Logo, o ano de 2017 será de tensão política, entre Trump e os antigos “aliados”, formados pela diplomacia e pelo comércio americano em mais de 70 anos: os europeus continentais, a China e a maior parte dos asiáticos. Por outro lado, espera o apoio dos ingleses e dos russos. Fazendo as contas, considerando o que o governo dos EUA ganha e o que perde em apoio internacional, além da perda de apoio interno, por conta das empresas e bancos transnacionais que perderão dinheiro com este reordenamento do comércio, não será fácil a vida do Presidente Trump para aprovar o que pretende em relação ao comércio internacional. As desregulações e as reduções de impostos, ocorrendo, serão bem vindas.

No ano de 2017, a não ser que Trump consiga mudar os acordos em curto prazo de tempo, o que parece pouco provável,

o comércio mundial deve manter o crescimento de 3% no ano. Em 2018, só o tempo mostrará o que pode ocorrer. A única coisa certa é que a China e o México devem perder espaço no mercado americano, o que daria margem para a entrada de concorrentes de outros países que consigam, rapidamente, novos acordos bilaterais com os EUA e tenham uma política cambial similar a da China e a dos países da Ásia, com moedas depreciadas, para compensar a falta de estrutura. O Brasil teria condições, se o Itamaraty for rápido e o real se desvalorizar, o que daria um forte impulso para as indústrias no país.

No Brasil, o ambiente econômico está melhor. A agenda microeconômica desenvolvida pelo governo e a redução dos juros são uma lufada de ar novo nas expectativas de que a recessão comece a acabar, com uma inflação sob controle e contas públicas caminhando para o ordenamento. Na situação atual, se o governo conseguir a Reforma da Previdência, estarão lançadas as bases para um crescimento sustentado de muitos anos. E, no curto prazo, uma supersafra de 215 milhões de toneladas, injetará muito dinheiro na economia no transcorrer deste e dos próximos meses. Um bom começo de ano após tantos anos de recessão!

“A América em 1o lugar”

Nesta conjuntura, as principais tendências que terão impacto nos seus negócios e investimentos são as seguintes:

•Tensão e turbulência no mercado internacional.Apesar disto mantemos a projeção de 3,0% deexpansãodocomérciomundialnoano.

•Inflaçãobrasileiratendendopara5%a.a.,medidapeloIPCA.

• Juros básicos - Selic - em 9,75% em dezembrode2017.

•PIBcrescendoaté1,5%noano.

•BolsaoscilandoemfunçãodoambienteeconômiconoBrasilenosEUA.

•A queda dos juros continuará impulsionando ospreçosdasaçõesbrasileiras,maséimportanteficaratentoasituaçãomundial.

•Restrições ao comércio internacional podemderrubararentabilidadedasempresastransnacionaiscomfortepresençanasmaioresbolsasamericanas,o que teria um impacto negativo sobre os preçosdestesativos,comreflexoemtodoomundo.

•Idem, se o Fed acelerar o aumento dos jurosnosEUA.

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Índice

DIRETOR: Alexis Cavicchini - [email protected]

BANCO DE DADOS E PESQUISA ECONÔMICA: Fernando Lopes de Mello - [email protected]

COLABORAÇÃO:Alexis Cavichini Filho - Jorge Clapp - Melanie Siqueira

TRADUÇÃO:Melanie Siqueira

PROjETO GRAfICO E DIAGRAMAÇÃO:CRIA Comunicação - www.criavisual.com.br

DIRETORIA COMERCIAL:Salete Gondim - [email protected]

ATENDIMENTO:Patrícia Silva - [email protected]

WEB DESIGNER/INTERNET:Alessandra Moura - [email protected]

CENTRAL DE ATENDIMENTO AO CLIENTE:(0xx21) 2501-2001www.sumaeconomica.com.br

CIRCULAÇÃO:Otacílio Vieira Filho

RIO DE jANEIRO: Rua Baronesa do Engenho Novo, 189 - Cep 20961-210Engenho Novo - Rio de Janeiro - RJ.Tel.: (0xx21) 2501-2001 - Fax: (0xx21) 2501-2648

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 45.000 exemplares - foto capa: Donald Trump - Arquivo da Casa Branca/Governo dos EUA

Todas as análises e estatísticas são cuidadosamente preparadas pela equipe da SUMA ECONOMICA, de acordo com os últimos dados disponíveis no seu fechamento. Contudo, o uso destas informações para fins comerciais e de investimento é de exclusiva responsabilidade e risco dos seus usuários.

FEVEREIRO DE 2017 | Edição: 465

O que nos aguarda?

O ESTADO DA ECONOMIA“AAméricaem1olugar”

THE STATE OF THE ECONOMY

“Americafirst”

ANÁLISE DA CONJUNTURATrumppodemexerfortenocenáriomundialdecomércio

16

03

05

O que nos aguarda?

A revista SUMA ECONOMICA é uma publicação mensal da COP EDITORA LTDA.Suma Economica

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FATOS, TENDÊNCIAS & OPORTUNIDADESTrumpépresidente.Eagora?

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CÂMBIO & COMÉRCIO EXTERIOR

BrasiltentamaisacordosbilateraiscomoMéxico

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AÇÕESUminíciotumultuado

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PRODUÇÃO INDUSTRIALIndicadoresnãofecharambem2016

18

TAXA DE JUROSQualseráavelocidadedaquedanosjuros?

PRINCIPAIS INDICADORES08

EVOLUÇÃO E PREVISÕES12FUNDOS DE INVESTIMENTO

22 Segundamaiorcaptaçãolíquidadahistória

SEGUROS

23Aportesprevidenciárioscrescem

VENDAS DO COMÉRCIO

242017aindacomplicado

33

ECONOMIA INTERNACIONALNovarodadadeprevisões

34

AGRÍCOLA ECOMMODITIESPerdendoespaço

ATUALIZAÇÃO DE ATIVOS36

ESTATÍSTICA38

BRIEFINGS06

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Revista Suma Economica - Fevereiro 2017 5

The State of the Economyo estado da economia

D onald Trump’s statement above is a cry for protectionism and the creation of a new world order where conditions are more favorable to the

American economy.

It would be a rearrangement similar to the one promoted by the United States after World War II, which changed over time, but always under American leadership, leading to an unprecedented phase of world growth.

The President’s strong statements on China and Mexico, which account for 25% of US trade, cause apprehension to transnational corporations, which accrue a growing share of their profits in Asian markets, as well as in Mexico.

At the same time, when the American president declared that “it will favor the implosion of the European Union, to stop Europeans from playing against US interests”, it increased the tension of American companies - with major and profitable operations - in Europe . European companies that have in the US their largest overseas Market also worry.

In all, China, Mexico and the European Union represent a large part of the US trade (exports + imports). It’s over US$ 2.0 trillion. And, when considering the financial flow, generated directly or indirectly by these commercial operations and by the capital and financial flows, this value is multiplied by ten.

It’s a lot of money! A union of interests, mutually profitable. Among industrial, financial and service companies, import and export intermediaries and other gears that move trade between nations. So much so that the companies summoned by Trump are all smiles and affable in face-to-face relationships, but the game will be heavy behind the scenes, as these companies have money, lobbies, and strong political relations in Congress.

Therefore, the year 2017 will be of political tension, between Trump and the old “allies”, formed by American diplomacy and trade for more than 70 years: continental Europeans, China and most Asians. On the other hand, he expects the support of the English and the Russians. By taking into account what the US government earns and what it loses in international support, in addition to the loss of domestic support, on behalf of transnational corporations and banks that will lose money with this trade reordering, it will be hard on Trump to approve his international trade agenda. Deregulation and tax cuts will be welcome.

By 2017, unless Trump is able to change deals in the short term, which seems unlikely, world trade should

maintain 3% growth in the year. Only time will show what may happen in 2018. The only certainty is that China and Mexico should lose ground in the US market, which would allow the entry of competitors from other countries who quickly get new bilateral agreements with the US and have a similar exchange rate policy as that of China and Asian countries, with depreciated currencies, to compensate for the lack of structure. Brazil could be one of these countries, if Itamaraty is fast and BRL devalue, which would give a strong push for industries in the country.

In Brazil, the economic environment is better. The microeconomic agenda developed by the Government and the reduction of interest are a breath of fresh air in the expectation that the recession will begin to end, with inflation under control and public accounts getting the house in order. In the current situation, if the government achieves the Pension Reform, the foundations for a a long sustained growth will be laid. And, in the short run, a 215 million-ton harvest will inject a lot of money into the economy over the course of this and the next few months. A good start to the year after so many years of recession!

“America first”

In this context, the main trends that will impact your business and investments are:

•Tensionandturbulenceintheinternationalmarket.Despite this we maintain the projection of 3.0%expansionofworldtradeintheyear.

•Brazilianinflationtendingto5%a.a.,asmeasuredbyIPCA.

•Basicinterest-Selic-at9.75%inDecember2017.

•GDPgrowingupto1.5%intheyear.

•ExchangemarketoscillatingduetotheeconomicenvironmentinBrazilandtheUSA.

•The fall in interest rates will continue to boostBrazilianstockprices,butitisimportanttobeawareoftheglobalsituation.

•RestrictionsoninternationaltrademaybringdowntheprofitabilityoftransnationalcorporationswithastrongpresenceonmajorUSstockexchanges,whichwouldhaveanegativeimpactonthepricesoftheseassets,whichisreflectedworldwide.

•Idem,iftheFedacceleratestheincreaseofinterestintheUSA.

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Revista Suma Economica - Fevereiro 20176

Briefings

Projeções otimistasA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) melhorou as suas projeções para as vendas de máquinas agrícolas em 2017. A tendência agora é que seja apresentada uma alta de 13% frente ao resultado do ano passado, chegando a 49,5 mil unidades comercializadas.

A produção deve ficar em 59,6 mil unidades, o que representaria uma alta de 12,5% na comparação com o ano passado. As exportações devem ficar em 10,2 mil unidades, alta prevista de 7,4%.

Comportamento da demanda por crédito por parte das empresas De acordo com o Serasa Experian, a demanda das empresas por crédito caiu 1,5% em dezembro na compara-ção com o mesmo mês de 2015. Frente a novembro de 2016, houve queda de 8,1%. O resultado acumulado do ano passado aponta uma queda de 2,2%.

Por porte de empresa, todas tiveram retração frente ao mês de dezembro de 2015. O resultado acumulado de 2016 terminou em queda de dois dígitos para Médias e Grandes, enquanto para Micro e Pequenas empresas, a retração chegou a 1,7%.

Na análise por setor, Indústria apresentou alta de 4,2% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2015. Já Comércio e Serviços fecharam o ano em queda. O resultado acumulado do ano apontou queda nos três setores, sendo que em Serviços foi uma retração de apenas 0,1%.

Na pesquisa por região, frente ao mês de dezembro de 2015, quedas significativas em todas elas, mas que não chegaram a dois dígitos. No ano, alta apenas na região Sul (0,8%).

Volume do setor de serviçosDe acordo com o IBGE, o volume do setor de serviços apresentou queda de 4,6% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2015, mantendo a trajetória de queda. No ano (janeiro a novembro), retração de 5,0%. Em 12 meses o resultado apontou uma queda de 5,0%.

Em receita, houve alta de 0,1% frente ao mês de novembro de 2015, com o resultado acumulado em 12 meses, fechando em 0,1%, no ano, estabilidade.

O destaque no volume de serviços frente ao mês de novembro de 2016 ficou para Serviços de Tecnologia da Informação, com alta de 4,2%, seguido de Transporte Aéreo, com alta de 0,4%. Nos onze primeiros meses de 2016, o melhor desempenho também é de Tecnologia da Informação, com alta de 1,1%. Pelo lado negativo, em novembro, a maior queda frente ao mesmo mês do ano passado ficou para Transporte Aquaviário (-21,3%). No ano, a maior queda é de Serviços Técnico-Profissionais (-11,7%).

Por estado, frente ao mês de novembro de 2015, queda generalizada, á exceção da estabilidade registrada no Distrito Federal.

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Revista Suma Economica - Fevereiro 2017 7

Fatos, Tendências & Oportunidadesfacts, trends and opportunities

Por Alexis Cavicchini, Editor

Trump é presidente. E agora?Donald Trump assumiu o mandato com um dos mais baixos índices de popularidade para um presidente entrante nos EUA, com

uma oposição feroz por parte da mídia tradicional e visto por grande parte dos eleitores, que apoiaram a candidata derrotada, como um retrocesso. Por outro lado, os eleitores que o elegeram parecem acreditar, cada vez mais, que foi a escolha certa. Aguardam por reduções de impostos, menos regulações e mais empregos. Os preços das ações não param de subir, com os compradores antecipando que os próximos anos serão bons para a economia, para o lucro das empresas e para a expansão do emprego e da demanda. Os eleitores republicanos parecem confiantes no futuro. E estão vendo, desde o dia da posse, uma sucessão de promessas sendo cumpridas.

O que foi feito e quais as consequências?Logo no primeiro dia, o presidente iniciou o “desmanche” do Tratado de Livre Comércio do Pacífico, autorizou a construção de dois oleodutos,

para o transporte de óleo, indo do Alasca e do Canadá até os EUA e tornou incerta a continuidade do programa médico criado por Barack Obama. Nos dias seguintes, anunciou o inicio da construção do muro na fronteira do México e bateu de frente com o presidente mexicano. Anunciou que faria tudo ao seu alcance para implodir a União Europeia. Restringiu a entrada de refugiados e imigrantes muçulmanos provenientes do Oriente Médio e do Norte da África. Certas, ou erradas, o que está por trás destas medidas:

1. Em relação ao Tratado do Pacífico, parece claro que a intenção do presidente é dificultar, no que puder, o contínuo crescimento da China, o único país que, mantendo a expansão atual, seria capaz de fazer frente aos EUA. A Rússia é passado. Foi aliada na II Guerra, inimiga na Guerra Fria e pode ser, novamente, aliada no Oriente Médio, para conter os muçulmanos.

2. O programa médico de Obama custou, aproximadamente, US$ 1 trilhão para as pequenas e médias empresas, em dinheiro. E, em burocracia, entraves para os negócios e perda de novos empregos, outro trilhão. A segunda estimativa parece exagerada, mas certamente a perda foi grande. Os defensores do programa - e fiscais do governo - agiam como uma ala do Ministério Público do Trabalho no Brasil, i.e., considerando as empresas responsáveis por todos os males.

3. A autorização para os oleodutos parece ser uma medida de bom senso. O risco de um desastre ecológico no mar é muito maior do que o vazamento de um oleoduto em terra, que é facilmente identificado e reparado, com danos que são ínfimos quando comparados com um desastre no mar. Naturalmente, há o “lobby” dos estaleiros, armadores e sindicatos de trabalhadores navais, que os fazem pensar diferente do projeto de Trump.

4. O início do “Muro Mexicano”, certamente, não vai deter a entrada de imigrantes ilegais. Assim como a Muralha da China não deteve os mongóis e as Muralhas de Adriano não detiveram os bárbaros na Europa e em outras partes do império romano. Porém, a sua construção gera empregos na fronteira e dá um motivo para a sobretaxa de 20% sobre as importações de manufaturados provenientes do México. Esta taxa, sim, produzirá efeitos: ficará mais caro produzir no México para atender o mercado doméstico americano. As fábricas que estão do outro lado da fronteira não voltarão. Mas se estancará a perda de empregos industriais nos EUA.

5. O ataque simultâneo ao México, China e União Europeia ameaça destruir o importante legado, cuidadosamente arranjado pelos americanos, de livre comércio e fluxo de capitais, que produziu um impressionante crescimento das riquezas das nações desde o fim da II Guerra.

Quem perde e quem ganha?O grande perdedor já está nomeado: será a China. O gigante asiático terá que se desdobrar, em uso de recursos - capital, trabalho e

capacidade de inovação - para poder fazer frente ao desafio americano. Os europeus, os japoneses e os coreanos, por outro lado, terão que “enfiar a mão no bolso” para custear os seus programas de defesa, ou encontrarem um novo meio de “coexistência pacífica” com os seus principais desafetos: os russos na Europa, a Coreia do Norte e a China na Ásia. Com isto, a indústria bélica perderá faturamento.

É difícil estimar qual será a perda dos consumidores americanos. As importações da China e do México, certamente, serão mais caras. Por outro lado, novos tratados bilaterais podem estimular novos fornecedores para o mercado americano, o que pode ser uma oportunidade para o Brasil, que ficou fora da “divisão do bolo” que foi o Tratado do Pacífico, por incompetência do Itamaraty e dos governos Lula-Dilma. Em suma, a movimentação que ocorrerá no mercado mundial será às expensas dos asiáticos. E, em menor escala, dos mexicanos. Os demais podem ganhar se souberem aproveitar o espaço que começa a surgir. Será uma disputa por “preço”, que o Brasil só terá condições de aproveitar se desvalorizar o real.

Ou seja, é cedo para julgar o que será o Governo Trump. O certo é que, na “dança das cadeiras”, os chineses e mexicanos vão perder lugares. Quem vai ocupar? Os países que tiverem câmbio favorável às exportações e às empresas que estiverem focadas em oportunidades. E para você e para sua empresa, quais podem ser os riscos e oportunidades nesta grande mudança da ordem mundial? É importante avaliar.

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