o professor trabalhando com libras no ensino regular e no atendimento educacional especializado -...
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Palestra proferida pelo professor EDMARCIUS CARVALHO NOVAES, no dia 13 de setembro de 2011, em Cachoeiro do Itapemirim - ES, em capacitação para gestores e educadores promovida pelo Programa de Educação Inclusiva e Direito à Diversidade - MEC / Prefeitura de Cachoeiro do Itapemirim.TRANSCRIPT
CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES E EDUCADORES DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
INCLUSIVA E DO DIREITO A DIVERSIDADE
PROF°. EDMARCIUS CARVALHO
edmarciuscarvalho.blogspot.com
Cachoeiro do Itapemirim – ES12 e 13 de setembro de 2011
TREINANDO UM POUCO...
TREINANDO UM POUCO...
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA FALA
CURIOSIDADE...
Uma criança não pode inventar uma língua a partir do nada. Estar
exposto ao uso da língua é, pois, o requisito mínimo necessário para a
aquisição da linguagem.
CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS SURDAS
• Não atende a chamados • Inclina a cabeça para o lado• Emite sons sem sentidos e gritos• Desinteresse e Dispersão• Vergonhosa, retraída e
desconfiada• Ressentimento e Irritação• Finge entender a mensagem• Apegado
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
“Como cega, eu me sinto
distante das coisas. Como surda, eu me
sinto das pessoas”.
Hellen Keler
EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
EDUCAÇÃO INCLUSIVA É uma ação política, cultural, social e pedagógica.
Defende o direito de todos os alunos de estarem juntos,
aprendendo e participando, sem nenhum tipo de
discriminação. Trata-se de um paradigma educacional
que se fundamenta na concepção de Direitos Humanos,
conjugando o entendimento de igualdade e de
diferença como valores indissociáveis, e assim, avança
para a equidade formal ao contextualizar as
circunstâncias históricas da produção da exclusão
dentro e fora da escola.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
EDUCAÇÃO ESPECIAL: MARCOS HISTÓRICOS
1854 – Imperial Instituto dos Meninos Cegos
(Instituto Benjamin Constant - IBC)
1857 – Instituto dos Surdos Mudos (Instituto Nacional
da Educação de Surdos – INES)
1926 – Instituto Pestalozzi – Atendimento de pessoas
com deficiência mental
1945 – Atendimento educacional especializado às
pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi
1954 – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
– APAE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Censo Escolar 2009:
56% de educandos com deficiência ingressaram nas
classes comuns do ensino regular
Desses 56%, estão na esfera pública 71% e na esfera
privada 29%.
MARCOS LEGAIS
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Art. 1° - Princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito:
a)A cidadania (inciso II)
b) Dignidade da pessoa humana (inciso III)
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA:
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
A COISIFICAÇÃO DO OUTRO
DURIG (alemão, 1956) apresenta a fórmula do homem-
objeto ao afirmar que a Dignidade da Pessoa Humana
poderia ser considerada atingida sempre que a pessoa
concreta (o indivíduo) fosse rebaixada a objeto, a mero
instrumento, tratada como uma coisa, ou seja, fosse
descaracterizada e desconsiderada como sujeito de
direitos.
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA:
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
SARLET (brasileiro, 2009, p. 34-35) conclui que, em ultima
análise, “onde não houver respeito pela vida e pela
integridade física e moral do ser humano, onde as condições
mínimas para uma existência digna não forem asseguradas,
onde não houver limitação do poder, enfim, onde a liberdade
e a autonomia, a igualdade (em direitos e dignidade) e os
direitos fundamentais não forem reconhecidos e
minimamente assegurados, não haverá espaço para a
dignidade da pessoa humana e esta (a pessoa), por sua vez,
poderá não passar de mero objeto de arbítrio e injustiças”.
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA:DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
MORAES (brasileira, 2003) em vistas à concretização do substrato material da Dignidade da Pessoa Humana aponta quatro princípios jurídicos fundamentais (vinculados a um conjunto de direitos fundamentais) que corroboram para tal concretização, a saber:
a) da igualdade: que veda toda e qualquer discriminação arbitrária fundada nas qualidades da pessoa;
b) da liberdade: que assegura a autonomia ética, e, portanto, a capacidade para a liberdade pessoal;
c) da integridade física e moral: inclui a garantia de um conjunto de prestações materiais que asseguram uma vida com dignidade;
d) da solidariedade: a garantia e promoção da coexistência humana, em suas diversas manifestações.
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA:
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
“a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos.” (SARLET, 2009).
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA:
Art. 3°, IV – Objetivo Fundamental da República Federativa do Brasil:
Direito a não discriminação e inclusão
“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: DIREITO A NÃO
DISCRIMINAÇÃO
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA:
DIREITO A EDUCAÇÃO
Art. 205 – Direito de todos e dever do Estado e da família, com a
colaboração da sociedade, visa: desenvolvimento da pessoa, preparo
para o exercício da cidadania, qualificação para o trabalho.
Art. 208, III – Dever do Estado a educação especial, por meio do
atendimento educacional especializado – AEE, preferencialmente na
rede regular
Art. 211 – Responsabilidade dos Estados, DF e Municípios. União
função redistributiva e suplementar, com assistência técnica e
financeira.
2. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA
LEI 8069/1990
Art. 54, inciso III - Reforça o dever do Estado de assegurar a
criança e ao adolescente o AEE para alunos com deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino.
Art. 55 - Afirma que os responsáveis são obrigados a
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino
DECLARAÇÃO MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS
(TAILANDIA – 1990)
Resultado da Conferência Mundial de Educação para Todos, na
Tailândia, em 1990.
Trouxe benefícios mais genéricos, porém que também acabaram por
beneficiar também pessoas com deficiência
Garantir: a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem,
expansão do enfoque da educação para todos, universalização do
acesso à educação, oferecimento de um ambiente adequado para a
aprendizagem.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
(ESPANHA - 1994) A Declaração não tem poder legal em si mesmo. Ela oferece diretrizes
para os Estados-Membros das Nações Unidas que podem ou ao
incorporar em suas políticas públicas as orientações.
As escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios
mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e que alunos com
necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola
regular, tendo como principio orientador que as escolas deveriam
acomodar todas as crianças independentemente de suas condições
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras.
3. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL - LDB
LEI 9493/1996
Avanço: extensão da oferta da educação especial de zero a seis anos
e a necessidade do professor estar preparado e com recursos
adequados, de forma a compreender e atender à diversidade dos
alunos.
Capítulo V – Educação Especial – Deve ser ofertada preferencialmente
na rede regular de ensino, e quando necessário, deve haver apoio
especializado.
Art. 59 – oferecimento de currículos, métodos, recursos e organização
especificas para os alunos com deficiência
4. POLÍTICA NACIONAL PARA A INTEGRAÇÃO DA PESSOA
PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
LEI N° 7.853/99
DECRETO N° 3.298/99
Educação especial como modalidade transversal a todos os
níveis e modalidades de ensino, e a educação especial
suplementar ao ensino regular.
5. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - PNE
LEI N° 10.172/2001
No que diz respeito a Educação Especial, as diretrizes
estabelecidas tinham por escopo o avanço, naquela década,
de uma educação capaz de promover a produção de uma
escola inclusiva, que garantisse o atendimento à diversidade
humana
6. CONVENÇÃO DE GUATEMALA (1999)
PROMULGADA PELO DECRETO N° 3.956/2001
Pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e
liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo
discriminação com base na deficiência como toda
diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o
exercício dos direitos humanos e de suas liberdades
fundamentais.
A partir desse Decreto não se pode mais impedir ou anular o
direito à escolarização nas turmas comuns do ensino regular,
pois caso contrário, estará configurando discriminação com
base na deficiência.
6. CONVENÇÃO DE GUATEMALA (1999)
PROMULGADA PELO DECRETO N° 3.956/2001
7. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BASICA
RESOLUÇÃO CNE N° 1/2002
Instituições de ensino superior devem prever formação
docente voltada para a diversidade e que contemplem
conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com
necessidades educacionais especiais.
8. LIBRAS
LEI N° 10.436/2002
Reconhece a Libras como meio legal de comunicação e
expressão da Comunidade Surda. Determina que o Poder
Público e as empresas concessionárias de serviços públicos
disponibilizem esse atendimento. Determina a disciplina de
Libras nos cursos de formação de professores e de
fonoaudiologia
DECRETO N° 5.626/2005
Formação e certificação do professor, instrutor e
tradutor/interprete de Libras, o ensino da LP como segunda
língua do surdos e educação bilíngüe no ensino regular.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
MEC 2008
Tal concepção defende o conhecimento e a convivência com a
diferença. A partir disto podem-se ultrapassar práticas rotuladoras,
classificatórias da aprendizagem, produtoras de preconceitos
historicamente construídos em relação às pessoas com deficiência.
Trabalha a escola comum em seus fundamentos e em suas práticas.
Visa apoiar as qualidades e necessidades de cada um e de todos os
alunos da escola. Enfatiza a necessidade de pensar na
heterogeneidade do alunado como uma questão normal do
grupo/casse. Propõe um delineamento educativo onde os docentes
podem utilizar os diferentes níveis instrumentais e atitudinais como
recursos intrapessoais e interpessoais que beneficiem todos os alunos
(SANCHEZ, 2005).
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
ENTENDIMENTO TEÓRICO
“Em geral, os locais segregados, são prejudiciais, pois alienam os
alunos. Os alunos com deficiência recebem afinal, pouca educação útil
para a vida real, e os alunos sem deficiência experimentam
fundamentalmente uma educação que valoriza pouco a diversidade, a
cooperação e o respeito por aqueles que são diferentes. Em
contraste, o ensino inclusivo proporciona às pessoas com deficiência
a oportunidade de adquirir habilidades para o trabalho e para a vida
em comunidade. Os alunos aprendem como atuar e interagir com seus
pares, no mundo ‘real’. Igualmente importante, seus pares e
professores também aprendem como agir e interagir com eles”
(STAINBACK, 1999, p. 25)
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
ALUNOS
a) Pessoas com deficiência: com impedimentos a longo
prazo, de natureza física, mental ou sensorial que,
em interação com diversas barreiras, podem ter
restringida sua participação plena na escola e na
sociedade.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
ALUNOS
b) Alunos com transtornos globais de desenvolvimento (substitui o
termo condutas típicas, da literatura médica): apresentam alterações
qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um
repertorio de interesses e atividades restrito, estereotipado e
repetitivo. Incluem-se alunos com autismo, síndromes do espectro do
autismo e psicose infantil.
c) Alunos com altas habilidades/superdotação: demonstram potencial
elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou
combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e
artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
OBJETIVO
O acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os
sistemas de ensino para promover respostas às necessidades
educacionais especiais, garantindo:
(...)
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
OBJETIVO
a) transversalidade da educação especial desde a educação infantil
até a educação superior;
b) atendimento educacional especializado;
c) continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
d) formação de professores para o atendimento educacional
especializado e demais professores da educação para a inclusão
escolar;
e) participação da família e da comunidade;
f) acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e
equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação, e;
g) articulação intersetorial na implementação das políticas públicas
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DIRETRIZES
a) A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os
níveis, etapas e modalidades, realiza o AEE, disponibiliza os recursos e serviços
e orienta quanto sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas
turmas comuns do ensino regular.
b) As atividades do AEE são diferentes das realizadas na sala de aula comum.
Não substituem as aulas comuns, mas sim complementam e/ou suplementam a
formação dos alunos, visando autonomia e independência na escola e fora dela.
Transforma-se em complemento da formação do aluno com deficiência,
deixando de ser uma modalidade curricular em escolas e classes especiais, de
substituição do ensino comum.
c) As classes e escolas especiais transformam-se em salas de recursos
multifuncionais nas escolas regulares e centros de apoio.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DIRETRIZES
d) Tem inicio na educação infantil, onde são desenvolvidas as bases necessárias
para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. O
lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, os estímulos aos
aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais favorecem as
relações interpessoais, o respeito e valorização da criança.
e) Na educação superior, a EE se dá por meio de ações que promovam o acesso,
permanência e participação dos alunos, por meio do planejamento e
organização de recursos e serviços que promovam acessibilidade arquitetônica,
comunicacional, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e
pedagógicos. Essa organização deve se dá desde o processo seletivo e no
desenvolvimento de todas as atividades durante no curso, seja no ensino, na
pesquisa e na extensão.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DIRETRIZES
f) Para alunos surdos, devido a diferença lingüística, orienta-se que o aluno
surdo esteja com outros surdos em turmas comuns na escola regular, com a
educação bilíngüe (Língua Portuguesa/Libras), com o ensino da Língua
Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita, os serviços do
tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os
demais alunos da escola.
g) O AEE é feito por intermédio da atuação de profissionais que ensinam a
Libras, a Língua Portuguesa como segunda língua, que tenham conhecimentos
específicos do sistema Braille, do Soroban, da orientação e mobilidade, das
atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento
dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular,
da adequação e produção dos materiais didáticos e pedagógicos, da utilização
de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DIRETRIZES
h) Avaliação pedagógica: uma ação pedagógica processual e formativa que
analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual,
prevalecendo os aspectos qualitativos. Transforma-se o currículo para que seja
mais flexível e dinâmico e não mais uma adaptação curricular.
i) É papel dos sistemas de ensino organizar a educação especial na perspectiva
da educação inclusiva dispondo as funções de instrutor, tradutor/interprete de
Libras e guias-intérprete, em como de monitor ou cuidador dos alunos com
necessidades de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção,
entre outras, que exijam auxilio constante no cotidiano escolar.
j) O professor deve ter como base na sua formação, inicial e continuada,
conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos
da área, bem como conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo
para assegurar a intersetorialidade na implementação das políticas públicas.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DIRETRIZES
k) Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos
espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação que favoreçam a
promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a
atender as necessidades educacionais de todos os alunos.
l) A acessibilidade deve ser assegurada mediante a eliminação de
barreiras arquitetônicas, urbanísticas, na edificação – incluindo
instalações, equipamentos e mobiliários – e nos transportes
escolares, bem como as barreias nas comunicações e informações.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
EIXOS
a) Constituição de um arcabouço político e legal
fundamentado na concepção de educação inclusiva;
b) institucionalização de uma política de financiamento para a
oferta de recursos e serviços para a eliminação das barreiras
no processo de escolarização
c) orientações pedagógicas para o desenvolvimento das
práticas pedagógicas inclusivas.
9. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
DECRETO N° 6.571/2008
Conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado
de forma complementar ou suplementar à formação os
alunos no ensino regular (...) deve integrar a proposta
pedagógica da escola, envolver a participação da
família e ser realizado em articulação com as demais
políticas públicas.
9. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
OBJETIVOS
a) Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular
dos alunos atendidos;
b) garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino
regular;
c) fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que
eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem;
d) assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis de
ensino.
9. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
COMPETÊNCIAS
É papel da União prestar apoio técnico e financeiro para os sistemas
públicos de ensino dos Estados, DF e dos Municípios, com o escopo de
ampliar o atendimento educacional especializado para o público
atendimento na rede pública de ensino regular.
Também é de sua competência disciplinar os requisitos, as demandas
e os procedimentos para tal apoio, bem como a realização do
acompanhamento e o monitoreamento do acesso à escola por parte
dos beneficiários do BPC, juntamente com o MS, MDS e SDH-PR.
9. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
ATRIBUIÇÕES DO MEC
a) Implantar salas de recursos multifuncionais, entendidas como ambientes
dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para
a oferta do AEE;
b) formação continuada dos professores para o AEE;
c) formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para a
educação inclusiva;
d) adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade;
9. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
ATRIBUIÇÕES DO MEC
e) elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para
a acessibilidade, incluindo livros didáticos e paradidáticos em braile,
áudio e Libras, laptops com sintetizador de voz, softwares para
comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o
acesso ao currículo;
f) estruturar núcleos de acessibilidade nas instituições federais de
educação superior, com o objetivo de eliminar barreiras físicas, de
comunicação e de informação que restringem a participação e o
desenvolvimento acadêmico e social de alunos com deficiência.
9. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
A EXECUÇÃO
Pode ser ofertado pelos sistemas públicos de ensino ou pelas
instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem
fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial,
conveniadas com o poder executivo competente, dependendo
da aprovação do projeto pedagógico.
10.CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
DECRETO N° 6.949/2009
(status de emenda constitucional)
Tal convenção foi realizada pela Organização das Nações
Unidas, em 30 de março de 2007, com o seguinte objetivo:
Promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo
de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por
todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela
sua dignidade inerente.
10. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
CONCEITO DE DEFICIÊNCIA COMO MODELO SOCIAL
Desloca a idéia de limitação presente na pessoa para a sua interação
com o ambiente ao definir as pessoas com deficiência como “aquelas
que têm impedimento de natureza física, intelectual ou sensorial, os
quais em interação com diversas barreiras podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”
(Art. 1°).
10. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
CONCEITO DE DISCRIMINAÇÃO
EM RAZÃO DA DEFICIÊNCIA
Qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência,
com o propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o
reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, de todos dos direitos humanos
e liberdades fundamentais nos âmbitos político, econômico, social,
cultural, civil ou qualquer outro. Abrange todas as formas de
discriminação, inclusive de adaptação razoável.
10. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
PRINCÍPIOS
a) o respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual,
inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência
das pessoas.
b) a não-discriminação.
c) a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade.
d) o respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com
deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade.
e) a igualdade de oportunidades.
f) a acessibilidade.
g) a igualdade entre o homem e a mulher.
h) o respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com
deficiência e pelo direito das crianças com deficiência de preservar
sua identidade.
10. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
DIREITO À EDUCAÇÃO - ARTIGO 24
Visando a igualdade de oportunidades, sem discriminações, os Estados-Partes
devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de
ensino, com os seguintes objetivos:
a) o pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e
auto-estima, além do fortalecimento pelos direitos humanos, pelas liberdades
fundamentais e pela diversidade humana;
b) o máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da
criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades
físicas e intelectuais;
c) a participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre.
10. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
OBRIGAÇÕES DOS ESTADOS-PARTES
a) garantir que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema
educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência
não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob
alegação de deficiência;
b) garantir que as pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino
fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com
as demais pessoas da comunidade em que vivem;
c) garantir adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais
sejam providenciadas;
d) garantir que as pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no
âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva
educação;
e) garantir que medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas
em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de
acordo com a meta de inclusão plena.
10. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
MEDIDAS PELOS ESTADOS-PARTES
a) Facilitar o aprendizado do Braille, escrita alternativa, modos, meios e
formatos de comunicação aumentativa e alternativa, e habilidades de
orientação e mobilidade, além de facilitação do apoio e aconselhamento de
pares;
b) Facilitar o aprendizado da língua de sinais e promoção da identidade
lingüística da comunidade surda;
c) Garantir que a educação de pessoas, em particular crianças cegas,
surdocegas e surdas, seja ministrada nas línguas e nos modos e meios de
comunicação mais adequados ao individuo e em ambientes que favoreçam ao
máximo seu desenvolvimento acadêmico e social.
d) Assegurar às pessoas com deficiência o acesso ao ensino superior em geral,
treinamento profissional de acordo com sua vocação, educação para adultos e
formação continuada, sem discriminação e em igualdade de condições, e para
tanto, assegurar a provisão de adaptações razoáveis para pessoas com
deficiência.
11. DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA O AEE NA EDUCAÇÃO BÁSICA, NA
MODALIDADE EDUCAÇÃO ESPECIAL
RESOLUÇÃO N° 4/2009 – CNE
Art. 13. São atribuições do professor:
I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos
pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as
necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação
Especial;
II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional
Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos
recursos pedagógicos e de acessibilidade;
(...)
11. DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA O AEE NA EDUCAÇÃO BÁSICA, NA
MODALIDADE EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 13. São atribuições do professor:
III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de
recursos multifuncionais;
IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e
de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em
outros ambientes da escola;
V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de
estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;
(...)
11. DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA O AEE NA EDUCAÇÃO BÁSICA, NA
MODALIDADE EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 13. São atribuições do professor:
VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e
de acessibilidade utilizados pelo aluno;
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar
habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e
participação;
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula
comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos
pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a
participação dos alunos nas atividades escolares
12. REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DO TRADUTOR-INTÉRPRETE DE
LIBRAS
LEI Nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010
Regulamenta a profissão determinando sua atuação,
formação, atribuições, princípios éticos,
Vetou a criação a necessidade de se ter curso superior para atuar e a
criação de Conselhos de Classe, considerando existir pessoas com
outras formações capacitadas.
EDUCAÇÃO BILÍNGUE
Luta pela comunidade surda – implicações na
educação.
Educação bilíngüe:
a) Libras como primeira língua;
b) Português como segunda língua;
Como o professor irá compreender esse processo e
propor formas de atuação se não compartilha a língua
do aluno?
EDUCAÇÃO BILÍNGUE LIBRAS COMO PRIMEIRA LÍNGUA:
Desenvolvimento cognitivo dos surdos:
“Podemos perceber que, realmente, em nível cognitivo, a língua de sinais pode
e deve resolver dificuldades como o desenvolvimento das funções mentais
superiores, que necessitam da linguagem como mediadora, ou seja, a memória
mediada, atenção voluntária, análise e síntese, abstração, dedução, auto-
análise e outros” (GOLDFELD, 2002, p. 113).
Importância da escola para o contato surdo-surdo e a aquisição da linguagem.
Libras usada como língua de instrução em todas as disciplinas.
EDUCAÇÃO BILÍNGUE PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA:Aprendizagem do português mediada pela Libras.
Aulas com metodologia adequada e materiais didáticos específicos.
Avaliação adequada à situação e às necessidades dos alunos surdos.
EDUCAÇÃO BILÍNGUE E INCLUSÃO EDUCACIONAL:
Aluno na escola comum acompanhado por intérprete.
Adaptações didático-‐metodológicas.
Atendimento no contraturno: Libras e LP como L2
Serviços de itinerância e formação de professores
Vários desafios....
EDUCAÇÃO BILÍNGUE
PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA:Aprendizagem do português mediada pela Libras.
Aulas com metodologia adequada e materiais didáticos específicos.
Avaliação adequada à situação e às necessidades dos alunos surdos.
EDUCAÇÃO BILÍNGUE E INCLUSÃO EDUCACIONAL:
Aluno na escola comum acompanhado por intérprete.
Adaptações didático-metodológicas.
Atendimento no contra-turno: Libras e LP como L2
Serviços de itinerância e formação de professores
Vários desafios....
EDUCAÇÃO BILÍNGUE
Desafios encontrados no processo:
Ligados à comunicação;
Relacionamento entre os participantes no contexto educacional;
À visualidade e construção dos conhecimentos pelos surdos;
Às necessidades de aprendizagem do português como segunda
língua;
Á atuação do intérprete educacional de Libras/Português;
Entre outros...
Acessibilidade
Aquisição
Con
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usã
o
EDUCAÇÃO BILÍNGUE
Por Robert E. Jonhson
REFLEXÃO
“Se uma criança não pode aprender da
maneira que é ensinada, é melhor
ensiná-la da maneira que ela pode
aprender.”
Marion Welchmann