o processo da independencia brasileira
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O processo da independência brasileira
Para compreendermos as causas da transferência da Corte portuguesa
para o Brasil, é necessário nos voltarmos para os acontecimentos na Europa.
O imperador francês, Napoleão Bonaparte, havia colocado em prática uma
política militar expansionista, com intuito de estender seu domínio sobre toda a
Europa. Mas a Inglaterra, a maior potência industrial europeia, conseguiu
resistir às tentativas de conquista por parte da França napoleônica. Com o
objetivo de quebrar a resistência da Inglaterra, Napoleão tentou sufocá-la
economicamente proibindo os países europeus de comercializarem com os
ingleses, ao decretar, em 1806, o Bloqueio Continental.
O Bloqueio Continental foi a proibição imposta por Napoleão Bonaparte,
que consistia em impedir o acesso a portos dos países então submetidos ao
domínio do Império Francês a navios do Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda. Com o decreto buscava-se isolareconomicamente as Ilhas Britânicas,
sufocando suas relações comerciais e os contatos com os mercados
consumidores dos produtos originados em suasmanufaturas.
Portugal se encontrava numa situação bastante difícil sofrendo pressões
tanto dos ingleses quanto dos franceses. De um lado, Napoleão exigia que
Portugal rompesse política e economicamente com a Inglaterra, fechasse seus
portos e expulsasse o embaixador inglês. Mas a Inglaterra tinha fortes laços
comerciais com Portugal. Por conta disso, os ingleses pressionaram os
portugueses para que assinassem uma convenção secreta, que asseguraria a
Portugal a transferência da sede da monarquia lusitana para o Brasil.
Em contrapartida, os portugueses deveriam tomar as seguintes medidas
em benefício da Inglaterra: a entrega da esquadra portuguesa; a entrega da
Ilha da Madeira; a concessão de um porto livre em território colonial brasileiro;
e a assinatura de inúmeros tratados de comércio exclusivamente com os
ingleses.
Por Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas assinadas por
Dom João autorizada a abertura dos portos do Brasil ao comércio com as
nações amigas de Portugal, do que se beneficiou largamente o
comércio britânico. Foi a primeira experiência liberal do mundo após a
Revolução Industrial. A carta marcou o fim do Pacto Colonial, o qual na prática
obrigava a que todos os produtos das colônias passassem antes pelas
alfândegas em Portugal, ou seja, os demais países não podiam vender
produtos para o Brasil, nem importar matérias-primas diretamente das colônias
alheias, sendo forçados a fazer negócios com as respectivas metrópoles.
Para poder ter sua independência em relação a França
Napoleônica,Portugal precisou da escolta britânica para fugir ao Brasil sob a
condição de que fossem abertos os portos para as nações amigas, pondo fim
ao pacto colonial, passando a ser possível o comércio direto dos produtos
brasileiros.
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Segundo, a influência da Inglaterra sobre as decisões dos governantes
portugueses nos negócios envolvendo o comércio, ampliou-se após a
transferência da Corte lusitana para Brasil.A corte portuguesa partiu às pressas
de Lisboa sob as vaias do povo, mais cerca de 20 mil pessoas entre nobres,
militares, religiosos e funcionários da Coroa. Trazendo tudo o que era possível
carregar; móveis, objetos de arte, joias, louças, livros, arquivos e todo o tesouro
real imperial. A Coroa portuguesa assinou novos tratados e acordos comerciais
com a Inglaterra. Esses tratados e acordos acabaram por beneficiar mais e
mais a burguesia comercial inglesa, em detrimento dos interesses dos
proprietários rurais brasileiros e dos comerciantes portugueses.
A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro provocou uma
grande transformação na cidade. D. João teve que organizar a estrutura
administrativa do governo. Nomeou ministros de Estado, colocaram em
funcionamento diversas secretarias públicas, instalou tribunais de justiça. As
mudanças provocaram o aumento da população na cidade do Rio de Janeiro,
somava mais de 100 mil habitantes, entre os quais muitos eram estrangeiros
portugueses, comerciantes ingleses corpos diplomáticos ou mesmo resultado
do deslocamento da população interna que procurava novas oportunidades na
capital.As construções passaram a seguir os padrões europeus. Novos
elementos foram incorporados ao mobiliário; espelhos, bibelôs, biombos,
papéis de parede, quadros, instrumentos musicais, relógios de parede, os
costumes e vestes seguiam padrões europeus.
Com esse aumento demográfico populacional, consiste a necessidade
de mais aumento de mão-de-obra, na qual sabemos que o escravo era a opção
daquela época, era extremamente rentável. De certaforma, osnegrosforamà
alavancadocomércio inglês,abrindomercadoseacumulando capitais com o lucro
vindo pelo tráfico.O preço que os europeus pagavam pelos escravos, sempre
em alta, significava lucro para mercadores e governantes africanos
quenegociavam escravos.
Osmotivos que levam a Inglaterra ter interesse no tráfico de escravos é
que obtêm lucros no comércio de negros e que a fim desse comércio seráde
grande importância para aimplantação do sistema econômico que pretendem
exportar para o Brasil.
As pressões inglesas para acabar com o tráfico negreiro a partir do fim
do século XVIII se intensificaram ano a ano. Os ingleses começaram a se
importar com o conceito de igualdadeapós 1750. Isso porque, para ampliar o
mercado consumidor deseus produtos manufaturados,era necessário
multiplicar também o número de trabalhadores. AInglaterra queria o fim do
tráfico, devido à concorrência do açúcar brasileiro. Aspressões da Inglaterra
para que pusesse fim ao tráfico chocaram-se contra osinteresses dos
escravistas. Estes,fazendeiros ou traficantes, argumentando que a influênciada
Inglaterra feria a soberania nacional, conseguiu propagar um forte
sentimento antibritânico,que se difundiu pelas camadas populares, mas o
tráfico continuou, e a Inglaterra não desistiu. Sentindo-seprejudicado
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pormedidas protecionistas tomadas pelo Governo imperial, promulgou em
1845, o Bill Aberdeen.
Essaleiequiparavaotráficonegreiroàpirataria, dandoamarinhaodireito de
apresentar os navios negreiros que encontrasse.
Os ingleses invadiram portos brasileiros, afundaram navios, incendiaram
tumbeiros em alto-mar, mataram marinheiros portugueses e jogavam os negros
às águas.Os ingleses foram condenados por essas atribulações, mas estavam
amparadas por um documento assinado em 1810. A finalidade do documento
era em acabar com o tráfico e abrir o campo para a repressão inglesa.
Os acontecimentos políticos obrigam a corte a voltar para Lisboa em
11821 e em 1822 o Brasil proclama sua independente.