o problema de classe do veganismo _ distrito vegetal

13
25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 1/13 Distrito Vegetal GUIA VEGANO DE BRASÍLIA. 10 MAI O problema de classe do veganismo Publicado maio 10, 2012 por poney em Uncategorized. Etiquetado:reflexões, veganismo. 28 Comentários

Upload: camila-cruz

Post on 11-Jan-2016

25 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Veganismo

TRANSCRIPT

Page 1: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 1/13

Distrito Vegetal GUIA VEGANO DE BRASÍLIA.

10 MAI

O problema de classe do veganismo

Publicado maio 10, 2012 por poney em Uncategorized. Etiquetado:reflexões, veganismo. 28Comentários

Page 2: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 2/13

(http://distritovegetal.files.wordpress.com/2012/05/chimp-tophat.jpg)

Uma das críticas mais comuns a quem tem alguma simpatia pelo veganismo é que se trata de umaética/cultura/prática elitizada, cara, inacessível. E geralmente a gente fica contra a parede, noesforço para mostrar que não é bem assim, que existem inúmeras alternativas, que pão com molhode tomate é baratinho, etc. Eu tenho passado minha vida fazendo isso.

Mas será que as críticas não tem um pouco de razão? Será que não estamos promovendo umaética/política/cultura que ainda tem um grave problema de classe ainda para resolver?

Tenho que admitir que sim, o veganismo possui um grave problema de classe (não muitodiferente de boa parte da política radical no Brasil). Mas talvez o primeiro passo para desconstruiresse problema é assumir o local de fala e abrir o jogo sobre esse problema. Esse texto é uma tentativahonesta de dar um primeiro passo.

Não pretendo com um post de internet dar uma solução final para o problema de classe nas nossaspráticas políticas e de contracultura. Ainda tenho que ler muito neomarxismo pra isso, coisa que nãodeve acontecer tão cedo. Mas isso não significa que a gente possa escrever um pouco e conversarsobre isso. Não precisamos de plataformas formais ou conhecimentos de determinadosprocedimentos para falar sobre as nossas vidas. DIY é isso.

A tal elitização do veganismo é inclusive uma das maiores críticas que recebo aqui no blog. Equerendo ou não (eu realmente não queria, acreditem), o Distrito Vegetal reflete essa questão declasse: dos mais de 100 estabelecimentos listados no nosso guia, 90% se encontram no Plano Piloto.Tem a ver com a proximidade da minha casa também (tem mais asa norte que asa sul, porexemplo), mas acredito que isso é um fator menos determinante. Infelizmente, os restaurantestambém parecem não conseguir escapar de uma lógica de mercado, em que quanto mais específicoo cardápio, mais caro (porque isso funciona pros ingredientes e pra mão de obra também).

De qualquer maneira, uma das coisas que aprendi quando comecei a freqüentar shows de rock nasmais longínquas periferias de Brasília é que a classe não é uma categoria intransponível. Podemospromover um olé em certas barreiras e mesmo que a gente perca a bola algumas vezes, ainda dápra criar o nosso jogo (sou péssimo com metáforas futebolísticas).

Mas para isso, antes de falar o que penso, talvez seja útil falar o que não penso:

Acho problemático o discurso do “o mundo pode ser vegan hoje, todo mundo pode ser, sódepende de você”. Não, não depende só de você. Quem dera o mundo fosse tão simples assim epolítica fosse uma coisa que a gente fizesse só com amigxs (é também, mas não só). Mas babacamesmo é o discurso de “o veganismo é para poucos, para fortes” ou qualquer baboseira do tipo.A variação classista desse discurso seria algo como “veganismo é pra quem tem grana” ou “nãoposso ser vegan, moro na periferia”. O que além de não fazer o menor sentido, carrega umadose de paternalismo bruta, como se as pessoas que tem menos dinheiro tivessem menos capacidadeou sensibilidade para certas questões.

E por último, mas não menos importante, não acredito que em uma espécie de chá-de-cadeira darevolução em que devemos esperar a resolução do problema de classes na nossa sociedade paracomeçar a pensar e agir sobre outras políticas, como a dos animais. “Depois da revolução e desolucionar os dilemas do capital-trabalho podemos começar a pensar em gênero, raça, espécie. Tudodecorre desse primeiro impasse”. O problema é que todo mundo quer reivindicar a primeira

Page 3: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 3/13

contradição e eu acho é que essa revolução tá demorando demais pra chegar. E enquanto a genteespera milhões de animais são objetificados, torturados e mortos para a alegria tanto de burguesesquanto de proletários.

O veganismo tem um problema de classe. Sim. Mas isso não significa que o veganismo é umapolítica a se abandonar. Claro que não. A questão é: como a partir disso podemos transformaro veganismo numa coisa melhor?

No fim das contas, o que quero dizer é simples, admitir um problema, uma contradição, em umapolítica não significa abandonar essa política. A desistência é apenas uma das respostas possíveisdiante de um mundo cheio de tantas contradições. Uma resposta conformista e asceta, se você meperguntar. Uma resposta que eu não estou interessado.

Por isso, pensei em alguns pontos, que já explorei bastante em outras reflexões, mas que sereforçados nesse tema da classe podem nos ajudar a pensar um veganismo mais bacana.

Mais sensibilidade a contextos. Uma ética sem sensibilidade a contextos é uma ética fadada a seenrijecer e morrer. Visto como um monobloco de regras a serem seguidas o veganismo se torna umexercício ermitão, que contradiz o que de mais interessante existe nessa ética. Pra mim, veganismo éuma estratégia de combate ao especismo e exploração animal, é uma política de solidariedadeentre espécies (incluindo a nossa) e uma maneira prática de reconhecer os animais como sujeitos.

Dito isso, creio que é importante entender que falar em veganismo vai ter significados distintos paraquem mora no Plano Piloto e para quem mora em Águas Lindas. Assim como o veganismo dealguém que mora nos EUA, com Loving Hut no shopping, vai ser uma experiência de práticas esignificados distintos do nosso veganismo de 3º mundo. Diferenças que também podem valer entrealguém perto dos 30 que faz suas próprias compras de produtos de limpeza e um moleque de 15anos que ainda mora com a mãe e ganha um tênis de couro da avó.

Por isso desconfio tanto quando um cara vegan nível 6 como o Gary Francione (não posso deixar defalar: branco, homem, gringo…) fala em “seja vegan” quase como uma obrigação. Sei que rola

uma boa intenção, mas me preocupo em ver garotxs da periferia do planeta lendo isso e pensando:“Ou eu viro vegan (nos padrões do colonizador) ou sou um merda explorador”, quando a coisa nãodeveria funcionar assim.

Menos purismo. Enjaular o veganismo como uma escolha de consumo é igualmente problemáticoquando pensamos o problema de classe. O veganismo deveria ser mais do que uma lista deprodutos a (não)consumir. Quando a gente equivale uma escolha política à uma escolha deconsumo, implicitamente estamos reforçando que quem não tem condições de consumir aquilotampouco possui agência política. E isso é cruel pra caramba.

Ao mesmo tempo, a própria noção de escolha pode ser problematizada como uma das mais sacanasenganações do capital. Algumas poucas empresas dominam a totalidade do mercado e talvez sejainócuo ficar procurando algum tipo de pureza no meio de tanta sujeira. O nosso leite-de-soja-de-cada-dia também está inserido num contexto global de commodities e outras relaçõesmacroeconômicas sacanas que praticam mais-valia em cima trabalhadorxs e exploram animaishumanos e não-humanos.

O veganismo deve ser uma das nossas táticas e articulações para combater tudo isso e não para

Page 4: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 4/13

O veganismo deve ser uma das nossas táticas e articulações para combater tudo isso e não parafingir que vivemos em outro mundo, de conto de fadas, em que podemos lavar as mãos e dissimularnão-crueldade. Somos parte da engrenagem e só tendo consciência da nossa condição de peça é quepodemos fazer alguma coisa. É triste pra caramba, mas faz parte de um desencantamento domundo que acho importante.

Mais veganismo! Como disse anteriormente, não acho que a identificação de problemas econtradições é determinante para o abandono de uma prática política. Pelo contrário, pode ser ummomento de reflexão e aprimoramento. Num mundo em que o capital é tentáculo não vai existirespaço que não esteja permeado pelas contradições intrínsecas a esse modo de produção.

Diante disso, o que você vai fazer? Desistência e apatia é a receita que vem nos ensinando noformato de 40hs de trabalho e novela da Globo desde que nascemos. Tô fora dessa. Qual a lição doBlack Flag? Tem alguma coisa que você acha que é certa e não tá acontecendo? Vai lá e faz.

Os restaurantes vegans são mais caros? Podemos criar alternativas. Ingredientes como arroz, feijão,soja, legumes em geral são bastante baratos, bem mais baratos do que carne proporcionalmente.Você pode aproveitar a cozinhar e aproveitar para ressignificar o espaço e as relações da cozinha dasua casa.

Não tem nada pra comer perto da sua casa? Você pode sugerir algumas coisas para a lanchonete ouo restaurante self-service perto da sua casa. Nem todo mundo vai te ouvir, mas temos exemplospositivos aqui no Distrito Vegetal. Podemos criar redes de solidariedade, como esse blog, pra trocardicas, receitas, etc.

Costumo fazer muitos paralelos entre veganismo e bicicletas, coisas aparentemente tão distantes,mas que na minha cabeça estão muito próximas. Vejam se faz algum sentido. Da mesma formaque não dá pra esperar vivermos em uma cidade totalmente adaptada para locomoção não-motorizada pra andar de bicicleta, e que na verdade quanto mais gente andar de bicicleta maissegura será a cidade; não dá pra esperar todas as contradições do veganismo se resolverem paraparar de comer carne, leite e ovos e na verdade quanto mais gente promover o veganismo mais fácil,simples e barato será o veganismo nas nossas cidades.

E assim a gente pode ir criando o nosso veganismo. Uma prática própria, local, com nossascontradições e com nossas conquistas.E o mais legal é que tudo pode começar quando você quiser.

Já jantou hoje?

28 comentário para este post.

Publicado por júlio em maio 11, 2012 às 1:02 r r

inspirador o texto. acho que essa ponte entre o ovo-lacto e o veganismo (cito essa porque é a maispróxima da minha realidade) minimiza a medida que há “devoção” e bem-estar em ser assim.meio crente e meio polícia falar isso, talvez, mas vejo muita conveniência e estagnaçãojustificadas em “tal coisa ser gostosa demais pra eu parar de comer” ou “já faço o bastante nãocomendo a carne”, o que só prova que a sua dieta é nada mais que um enquadramento, uma

Page 5: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 5/13

convenção social, uma pseudo vontade de reduzir quando na verdade não se faz o mínimo,desde procurar receita e fazer comida em casa até se conformar com o pão com queijo e ovo ditoúnica opção nas ruas. o veganismo custa caro e pode ser complicado, inviável, mas quemadjetiva o hábito é você, é sua consciência. ler o texto me fez me enxergar como mais umconformadinho e reclamão (não tô buscando a pureza, nada disso), e que prefere transferir aresponsabilidade ao invés de se aprofundar no que hoje nada mais é que uma afinidade. deafinidade pra bem-estar rola uma distância brutal, e que só muda se você quiser que mude. doveganismo-sacrifício pro veganismo-prazer, já, ou quando eu quiser que seja assim.

Resposta

Publicado por Rosanne Pizzato em junho 18, 2012 às 1:00 r r

O veganismo precisa iniciar no nosso coração, quando isto acontece ganhamos força evencemos obstáculos. Quando conheço pessoas novas e elas querem saber por que não comonada de origem animal, respondo que sou contra o sofrimento animal. Só isto. Esta respostacausa um certo desconforto, pois fica implícito que quem come é a favor deste sofrimento.Nunca entendi por que falam que a alimentação vegana é cara. Arroz, feijão, batata,lentilha,massa, couve, cenoura, entre muitos outros, não custa caro. Esta desculpa é muito“podre” e sempre me irrita. As pessoas sempre procuram se justificar e o caminho não é este.Quando alguém diz que é difícil resistir a determinados pratos, é por que não sente a realcompaixão necessária para não comer animais ou derivados. Não tem como forçar. Destamesma forma, quem sente esta compaixão, fica sem comer quando esta fora de casa e nãoencontra uma opção vegan.

Resposta

Publicado por screwmeasurements em maio 11, 2012 às 1:58 r r

Achei super bem escrito o seu post.

Ainda assim, na minha cabeça vêm muitas ideias sobre o assunto:

De fato, hoje o veganismo é um negócio meu chic(http://www.businessweek.com/magazine/content/10_46/b4203103862097.htm)

Adiciono o larry page na lista por ter tido infos de que ele só come no restaurante vegano dogoogle.

E, de fato também, quem mora longe de onde trabalha (normalmente pessoas de menor renda),e portanto tem long commute vai ter que comer na rua o dia inteiro e vai tentar minimizar aconta. Esse povo normalmente come mal e acaba virando obeso e/ou com diabetes. Isso é o queeu vejo na rua, de alguma forma o IBGE discorda(http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1699&id_pagina=1)

Tem a pirâmide de preocupações, se tu não tem nada melhor para fazer (faço parte do grupo)você fica pensando de onde vem a comida e o que melhor comer para o meio ambiente e para timesmo. Se tu está cheio de problema, sem tempo para nada, a qualidade da comida/de ondevem as coisas, é absolutamente irrelevante.

Page 6: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 6/13

Esses são os argumentos a favor da tese do elitismo.

Os argumentos contra são que: (1) é muito mais barato comer sem derivados de produtosanimais (viver eu não sei dizer, mas quem precisa de maquiagem, bolsa de couro e algumproduto de limpeza besides detergente, sabonete e sabão em pó? Sei que um sofá de couro émuito mais caro que um de tecido ou de couro sintético) (2) mesmo na rua, pedir a salada é maisbarato que pedir o filé, em Bh existem restaurantes por kilo que se vc não pegar carne o quilo émais barato.(3) esse é o mais importante na conta final: comendo bem vc não precisa de tantosremédios/procedimentos cirurgicos. Não demora, as seguradoras de saúde vão considerar isso nopreço. Além disso, são mais dias trabalhados no ano (pessoas doentes faltam ao trabalho). Omodo de vida é responsável por 98% dos cancers e 99% das doencas de coração, que juntas sãoresponsáveis por enorme parte das mortes. Quer não gastar com remédios e médicos, sejavegano.

Resposta

Publicado por tui em maio 11, 2012 às 7:58 r r

Curti o texto e o comentário acima, mas eu gostaria de mostrar outra realidade: até 2 mesesatrás,eu morava em Olinda, acordava cedíssimo no sábado e ia de bike,com um caixoteacoplado ao “bagageiro”,à feirinha orgânica. Ela começa às 4 da manha (com tudo recémcolhido!) e terminava às 6:30, 7 estourando…Eu sou naturalmente notívaga, entao pra mim é dureza acordar essa hora! mas eu fazia umpequeno esforço toda semana e era recompensada com a visao da geladeira cheia de fresquinhossem pesticidas nem aditivados (já repararam nos atuais cenouroes e batatoes enormes e semgosto q se encontram nos supermercados da vida?!?)…valia MUITO a pena e eu voltavaSEMPRE FELIZ!Mas e agora, que moro longe e to sem carro, trazer as coisas de ônibus é um suplício!mas outra vez, todos os esforços e auto-motivaçoes têm razao de ser quando consigo trazer paraa minha vida toda a SAÚDE que houver nessa vida!

Quanto a o “veganismo xiita”, nao concordo…se tenho acesso a mel retirado pelo próprioapicultor, queijo da cabra q o próprio camponês cria durante anos,ou ainda 2 ovos de galinhas que vivem livres num terreiro enorme, só comendo e ciscando o diainteiro? qual a crueldade nisso??

AGIR COM CONSCIÊNCIA E SEM FANATISMO!RESPEITAR OS ANIMAIS E BUSCAR SAÚDE AO NOSSO COTIDIANO E AO MUNDO!

abraços,

Tui*

Resposta

Publicado por Aline em maio 11, 2012 às 20:37 r r

O interessante é que, na realidade, o veganismo só é mais caro quando queremos coisasdiferentes! Tofu, tempeh, restaurante gourmet, agave, etc etc. Mas no dia a dia, arroz e feijão, ébem mais barato!! Quando vou a restaurantes onívoros, minha refeição é sempre mais em

Page 7: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 7/13

conta… Até porque costumo comer o que é denominado “acompanhamento” ou “entrada”!! Fuia um restaurante japonês ano passado aqui em Bsb (esqueci e nome) e me fizeram o preçoinfantil no buffet, o que achei ótimo, já que adoro rolls veganos e palitos de vegetais, dentreoutras delícias que existem em restaurantes japoneses!!Realmente, na lanchonete aqui onde trabalho, por exemplo, a única opção que poderia serconsiderada vegana seria o suco e talvez algum picolé de fruta… Salgado? O máximo que vaiter é um enrolado de queijo. Então trago meu lanche todos os dias de casa. Quando não possoalmoçar em casa levo marmita também, pq sei que provavelmente não vai ter nada interessantepra mim! Às vezes tenho boas surpresas, mas a regra é “tem salada”…Agora… para o lado da saúde… orgânicos são caros para vegetarianos e onívoros!! Vegetaisorgânicos e não transgênicos são mais caros mesmo, mas também é a carne orgânica, o ovocaipira, o leite não sei o quê! Então a diferença não é ser vegano ou não!Infelizmente concordo que os restaurantes especializados em Brasília são em geral mais caro,dificultando um lanchinho em conta quando as coisas estão apertadas… Mas, como vc disse, issonão é motivo para desistirmos do que acreditamos. Até porque, conforme a história da bicicleta,quanto mais pessoas procurarem um menu vegetal (mais em conta), mais opções vão aparecer.Acho que mesmo o aumento da lista aqui no distrito vegetal mostra isso, o que é incrível!!

Resposta

Publicado por Aline em maio 11, 2012 às 20:38 r r

Ps.: Esqueci só de dizer. Gostei muito do post! Gosto dessas reflexões e de poder “conversar”sobre esses assuntos!

Resposta

Publicado por Alzira Valeria em maio 13, 2012 às 22:13 r r

Texto inspirador e corajoso. Menos hiprocrisia e mais debate para que cada os pratos veganosestejam sempre nas nossas mesas.

Resposta

Publicado por Rapidinhas Vegetais 2012 (V) « Distrito Vegetal em maio 17, 2012 às 21:58 r r

[...] O que é Distrito Vegetal? « O problema de classe do veganismo [...]

Resposta

Publicado por Fabiu em maio 18, 2012 às 19:26 r r

Então… Meio que nessa linha de raciocínio posso enquadrar as mega corporações que estãoinvestindo na carne, ovos e leite “feliz”. O que essas empresas querem é ter um espaço nossupermercados com “produtos” mais caros. Ou seja, o rico compra e se sente bem ético, e opobre que não tem grana leva a culpa, além de ser explorado no dia a dia. Por isso chamo essebem-estarismo a la WSPA de duplo apartheid. Não interessa nem aos animais humanos quantoa não humanos. É o capital se expondo em sua maior voracidade!Há quantas décadas vegetais orgânicos são para a elite underground? Por que não se tornampadrão? Não querem perder a dominação.

Page 8: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 8/13

Mais do que exigir orgânicos serem padrão, enquanto não mudarmos nossa postura lógica detrabalho na sociedade, como por exemplo plantar nossa comida sem depender de transporte queconsequentemente gera toneladas de desperdício, tudo isso será miragem.

Resposta

Publicado por Fabiu em maio 18, 2012 às 19:39 r r

E uma coisa que veganXs podem entender: Tempo, cultura, informações demandam de ummínimo de condição social. Vamos na raiz!

Resposta

Publicado por Fabiu em maio 18, 2012 às 19:41 r r

+ autocritica● Mercadoria e Leihttps://www.facebook.com/groups/grupoveganismo/doc/140188739391718/ei● Pseudo-Argumentoshttps://www.facebook.com/groups/grupoveganismo/doc/140192342724691/● O chega-pra-lá da certeza exagerada da própria virtudehttps://www.facebook.com/groups/grupoveganismo/doc/140197919390800/● Posse de Animaishttps://www.facebook.com/groups/grupoveganismo/doc/140196449390947/

Resposta

Publicado por Roberta P. B. em maio 19, 2012 às 17:56 r r

Quem tem mais condições financeiras certamente terá mais chances de comprar mais e melhoresprodutos vegans, mas uma dieta vegan pode sair muito mais barata do que aquela de quemcome carne. Carne é muito mais caro do que frutas, verduras. Um viés do texto é que talvez oveganismo esteja muito associado ao nível de instrução e, infelizmente, ele está, em geral,relacionado com o nível econômico em nosso país.

Resposta

Publicado por Clarice Alves Pereira em maio 21, 2012 às 13:12 r r

Só uma correção. Você disse “E enquanto a gente espera milhões de animais são objetificados,torturados e mortos para a alegria tanto de burgueses quanto de proletários.”Na verdade é pra alegria de burgueses MAIS do que de proletários

Resposta

Publicado por poney em maio 21, 2012 às 13:18 r r

bem, o que eu quis dizer é que o esquadro da classe é insuficiente pra pensar a questão doespecismo.

Resposta

Page 9: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 9/13

Publicado por Cristiane Carvalho em maio 21, 2012 às 18:18 r r

Em casa somos vegetarianos e estamos tentando adotar o veganismo. Aos poucos estamosdeixando de comprar produtos de limpeza e higiene pessoal que testam ou tem componentes deorigem animal. Não tenho tido grandes dificuldades pq não tenho grandes pretensões no quesitoalimentação. Noto hoje que o $ dura mais, os pratos são mais variados, conheci e utilizo novostemperos. Mas, sempre comentamos que, ao excluírmos produtos de origem animal, produtosque são testados em animais , produtos com agrotóxicos e transgênicos ficamos compouquíssimas opções. Ainda assim, não desistimos.Mas, concordo que o vegetarianismo e o veganismo tem a ver com classe social, pois é preciso teracesso a um conhecimento que não está nas novelas, nos comerciais de TV ou nos Datenas davida. Pode parecer preconceito, mas não é. Tenho plena consciência de que as pessoas sãovítimas do meio em que vivem. Eu só tive um pouco de sorte, apesar de ter demorado 39 anospra perceber que não devo me servir da vida dos animais.Isso, sem falar da questão do capitalismo, que nos transforma em máquinas de trabalho, e osanimais em mercadorias, com a finalidade de dar lucro a uns poucos inescrupulosos. Espero queum dia a justiça seja feita.E parabéns pelo post e pelo site : )

Resposta

Publicado por Simone Lima em junho 3, 2012 às 21:28 r r

Poney, como sempre , post genial.É engraçado que da mesma forma que a gente ouve aqui queveganismo é coisa de classe média- e-alta, eu ovuia nos EUA que veganismo é algo pra paísesricos, e totalmente ilusório para o terceiro mundo. Como se para ser vegano você precisasse decarnes fake carésimas , iogurte de leite de coco gourmet e o latte de soja do starbucks. Eu semprerespondia que na verdade em países como o Brasil o arroz, o feijão, a abóbora, a miandioca sãomuito mais baratas. e que portanto é plenamente possível se ter uma alimentação vegana apreços populares. O que ocorre, é claro, é uma histórica e cultural supervalorização da carne:quem nunca viu um pai de família miserável ir no supermercado e gastar parte de um do seuminguado sustento comprando carne, mesmo que de terceira,, para botar na mesa? Quem nãoviu as propagandas de barateamento do frango nacional como uma estratégia de segurançaalimentar? ( super seguro, hormônios e conservantes na dieta….!) `Botar carne na mesa ainda éconsiderado marca de status, e ainda tem quem ache que só carne alimenta.São poucos os nutricionistas ,pessoas influentes nas opiniões públicas, educadores, líderescomunitários, etc, que têm uma visão mais acurada de nutrição, mas eu- educadora que sou-acredito no poder da informação, da formação de leitores e “consumidores” de conhecimentomais críticos, mais investigativos e neste sentido, mais abertos a informações sobre o que de fatono nutre e quais são os custos ( pro planeta, pros animais, pra nossa saúde) daquele frangobarato.

Nos EUA, onde a miséria tem outra face- a da obesidade porque comidas industrializadas e fastfoods são muito mais baratas do que comidas frescas- testemunhei um fenômeno interessante deinteresse por comida vegana por conta das implicações de saúde. Washington é uma cidade commuitos bairros com uma porcentagem de pessoas pobres alta. Lá eu voluntariava com oCompassion Over Killing e panfletava o guia vegano de lá em entradas de metrô. No primeirodia que fui panfletar numa estação de metrô de bairro”pobre”, tinha uma expectativa de quenossa mensagem ia ser mal recebida. (ou seja, eu tinha engolido o esteriótipo de que ser vegano écoisa de classe média branca americana). Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a

Page 10: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 10/13

recepctividade aos nossos guias era tão grande quanto ou maior do que em bairros hipster. Ofator primordial era saúde: a população pobre norte americana é obesa, tem diabetes,hipertensão e todas estas mazelitas que o Brasil quer ter com seus programas de crescimento semsustentabilidade. Então muita gente fazia a maior festa ao conversar conosco. Tenho que dizerque a Oprah tinha um apel gigante nisso. Ah, mas ela não é vegana, ficou só por uma semana,tinha um chef particular. Mas tanto ela como Bill Clinton colocaram em rede nacional, lá, aquestão do veganismo pra saúde, e não se pode negar a influência que pessoas assim têm.Puristas gritarão: ah, mas eles nem são veganos de verdade , estão bastardizando a palavra,fazem só pra defender a própria saúde, blablablá. , Clinton ainda usa couro, blablablá. Tô nemaí, sério. Não porque eu queira ser mezzo-vegan como eles, não porque eu não ache que a razãoprimordial de ser vegana é como vivem e como morrem os animais explorados por sereshumanos; mas porque estrategicamente, qualquer coisa que divulgue a idéia, coloque-a lado alado com outras coisas legais ( saúde! proteção ao ambiente!! compaixão!! libertação!!!) me ajudaem meu trabalho de tornar mais pessoas sensíveis ao que comem, usam e consomem.

Resposta

Publicado por Rosanne Pizzato em junho 18, 2012 às 2:54 r r

Adorei o teu comentário, derrubou preconceitos!

Resposta

Publicado por só um onívoro. em junho 6, 2012 às 6:01 r r

Cara, adorei seu post. Não quero – e talvez nem possa – dar xaropação moral. Só um pequeno, etalvez desnecessário, complemento: nossa país é gigante e nossas opções são diferentes em cadalugar. Já passei por grandes dificuldades no nordeste por exemplo. Não é legal acusar alguém defalta de esforço – e de maneira ALGUMA você fez isso – e, apesar de concordar que existamopções (que com certeza tirarão pessoas de sua zona de conforto), devo dizer que carne não é tãocara como dizem por aí. Há estímulos do estado? Claro! Mas, hoje, por exemplo, o peito defrango e bisteca estavam bem baratos no super maia. Isso não é só status (como a Simone disse).Na boa, tocar nessa dimensão de classe, como você fez, é muito relevante. Buscar soluções éfantástico. Mas admitir isso é lindo: e me faz querer voltar ao vegetarianismo. Não me sintoculpado por ainda comer carne, mas não apenas respeito, como admiro, quem optou peloveganismo. Sei bem que não é fácil. Mas isso é muito importante. O corbucci, por exemplo, écaríssimo! Claro, ele atende a outra faixa de público, mas me incomoda pensar que uma certabandeira vegetariana em brasília esteja destinada à classe média/alta. Enquanto as pessoas falamde feijão, mandioca e arroz, vejo o vegetarianismo se afirmar comercialmente com outrosolhares., Juro que sou o primeiro a abrir mão de carne, mas não vejo a carne como mero“status”. Dependendo do dia que vou ao mercado, sai literalmente mais barato comprar carnede terceira – em termos medicinais até mais saudável que carne de primeira, vamosressaltar(pois carne de primeira tem a ver principalmente com gordura) – que comprar certosvegetais ou fungos. Sou de classe média, formado em universidade, empregado. óbvio, tenhoescolhas. Mas quem sou eu pra condenar moralmente alguém por não comprar shitake (ou,ainda mais cruel, achar que a pessoa seja obrigada a comer arroz, feijão e abóbora em seu dia-a-dia)? Enfim, se quiser, pode apagar. É apenas um desabafo. Pois já penei muito, mesmo comoestudante de classe média, pra manter uma dieta vegetariana. E acho bacana colocar nesses

Page 11: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 11/13

termos. Um abraço, acompanharei – ainda com mais frequência – o blog. E ainda pretendovoltar ao veganismo. Que, em meu caso, acima de uma empatia por outras espécies – queconfesso não ter – me trouxe vários benefícios de saúde. (=

Resposta

Publicado por poney em junho 6, 2012 às 19:04 r r

poxa, por que eu apagaria o seu comentário? acho que uma das coisas mais legais que essepost está fazendo é esse diálogo. e se temos pessoas tão diferentes dialogando, melhor ainda.=)

Resposta

Publicado por Dessa em junho 7, 2012 às 5:44 r r

Eu iria dizer que esse foi o melhor post do distrito vegetal mas na real foi uma das melhorescoisas sobre veganismo que eu já li, gosto mais de Poney do que Regan. Por levantar algo, queeu não tinha uma resposta “definitiva” dentro de mim mesma e pra mim mesma para depoisfalar aos outros realmente acreditando nisso, e “”solucionar”" de uma forma que embora eu nãotivesse parado pra pensar assim antes eu me identificava com cada palavra. Parabéns =)

ps: mas assim…desiste do futebol ta? (brincadeira! haha)

Resposta

Publicado por poney em junho 8, 2012 às 3:30 r r

haha! valeu! é muito bacana ler isso, eu sinto que a maioria das publicações sobre veganismoainda é muito apresentando o veganismo, o que é muito legal e tal, mas acabam faltandoespaços para pensar criticamente o veganismo. não dá pra ficar sendo constantementereapresentado pra um negócio por uma década. hehe.

ps:desisti do futebol em 1997,

Resposta

Publicado por Sara em junho 7, 2012 às 18:07 r r

Obrigada por exprimir de maneira tão clara e didática o que está por trás dessas práticas edentro da gente…pura metalinguagem!

Resposta

Publicado por poney em junho 8, 2012 às 3:31 r r

valeu!

Resposta

Publicado por ruivo lopes em junho 7, 2012 às 19:09 r r

Page 12: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 12/13

Poney, o texto é bem vindo para o debate. Aprofundar a questão é necessário, sim! O textorealmente não dá conta, meu comentário muito menos. Mas estou atento ao debate. Eu mesmojá promovi este debate quando o veganismo ainda era – não por acaso – bem restrito. Semdetalhar as possíveis vertentes, veganismo é uma opção. A necessidade de se alimentar écondição e como tal diretamene relacionada as possibilidades reais, objetivas! Por isso, minhasugestão, é que o tema das opções alimentares sejam debatidas no interior das necessidadeshumanas, sendo a principal, a alimentar. Deslocá-la desse espaço, na minha opnião, é tangenciaras contradições que não cabem mais sob o tapete que assola os de baixo. A alimentação não só éum dos negócios mais lucrativos no mundo (mais que o petróleo, p.e.) como também umapoderosa ferramenta de controle da população mundial (há mais de 50 anos o brasileiro Josué deCastro já denunciava a política da fome no mundo mais devastadora que as duas grandesguerras juntas, porém, sem comoção que gerasse mudanças nas estruturas que provocam afome – comer não é alimentar-se!). A alimentação (ou o minimo vital, como chamaria alguns),campo, cidade, capital, trabalho, produção, consumo e classe estão completamente relacionados.Resolver suas contradições ainda é uma necessidade. Pensemos nisso quando o jantar estiver namesa. Abraço!

Resposta

Publicado por Frank Carapa!! em julho 31, 2012 às 16:36 r r

http://vegcasa.blogspot.com.br/Eu acho o veganismo elitizado. Aqui em Belém eu desenvolvo um trabalho de distribuição dealimentação Vengan com um cardápio variado q cabe no bouço das classes baixa (onde eu meenquadro) temos a ideia de desmistificar justamente isso q o veganismo é para poucos. Ministrooficinas de rango vegan via internet (pessoalmente tbm) no qual não peço q a pessoa comprenada e criamos os pratos com os ingredientes q a pessoa possui em casa pra mostra q o únicolimite para a culinária vegan é a violência e maus tratos para com os animais.A distribuição é feita de bike!

Resposta

Publicado por Frank Carapa!! em julho 31, 2012 às 16:38 r r

https://www.facebook.com/veg.casa

Resposta

Publicado por Veganismo não é mamão com açúcar « Aquela Deborah em novembro 6, 2012 às12:32 r r

[...] querem (e devem!) ter o prazer de comer besteiras de vez em quando. E esse é um dosimpasses do veganismo e a questão de classe, fácil falar que existe arroz, feijão, mandioca,lentilha (existe mesmo e é uma delícia) [...]

Resposta

Publicado por balanço vegetal de 2012 « Distrito Vegetal em fevereiro 5, 2013 às 13:33 r r

[...] 2 O problema de classe do veganismo 27 COMENTÁRIOS maio 2012 [...]

Page 13: O Problema de Classe Do Veganismo _ Distrito Vegetal

25/04/13 O problema de classe do veganismo | Distrito Vegetal

distritovegetal.wordpress.com/2012/05/10/o-problema-de-classe-do-veganismo/ 13/13

Resposta

Blog no WordPress.com. Tema: Spring Loaded por the449.