o problema da linguagem as palavras e as coisas - teoria dos signos -

12
O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

Upload: internet

Post on 17-Apr-2015

108 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

O PROBLEMA DA LINGUAGEM

As palavras e as coisas

- Teoria dos Signos -

Page 2: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

A relação entre as palavras e as coisas é objeto de um longo debate na filosofia. Seriam os nomes que damos aos seres

meras convenções ou seriam eles naturais e inerentes aos seres? Poderíamos chamar as mesas de cadeiras e as cadeiras

de mesas, por exemplo?

CONVENÇÕESCONVENÇÕES

Page 3: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

Existe um limite para o convencionalismo, Existe um limite para o convencionalismo, pois as palavras devem significar a pois as palavras devem significar a

essência daquilo que representam. Mesmo essência daquilo que representam. Mesmo que as palavras variem de uma língua para que as palavras variem de uma língua para

outra, em cada uma delas a palavra outra, em cada uma delas a palavra sempre representa a essência daquilo que sempre representa a essência daquilo que

ela nomeia. Ela é um instrumento para ela nomeia. Ela é um instrumento para representar a ordem das coisas.representar a ordem das coisas.

Assim como existe uma ordem nas coisas, Assim como existe uma ordem nas coisas, existe uma ordem na linguagem, que é tão mais existe uma ordem na linguagem, que é tão mais verdadeira quanto melhor representar a ordem verdadeira quanto melhor representar a ordem das coisas. Por isso, é necessária uma crítica das coisas. Por isso, é necessária uma crítica da linguagem para que ela se torne mais fiel da linguagem para que ela se torne mais fiel

como instrumento para dar expressão à ordem como instrumento para dar expressão à ordem natural das coisas. Tal tarefa cabe ao dialético, natural das coisas. Tal tarefa cabe ao dialético, responsável por criar os nomes e fazer com que responsável por criar os nomes e fazer com que

a palavra possa exprimir em sons a idéia a palavra possa exprimir em sons a idéia correspondente à essência da coisa. correspondente à essência da coisa.

Page 4: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

Muitos povos antigos consideravam o Muitos povos antigos consideravam o

nome como parte indissociável do seu ser. nome como parte indissociável do seu ser.

O nome seria tão parte da pessoa como O nome seria tão parte da pessoa como

suas mãos ou pés. Assim, o nome suas mãos ou pés. Assim, o nome

adquiria muitas vezes um caráter sagrado, adquiria muitas vezes um caráter sagrado,

cabendo ao indivíduo honrá-lo e defendê-cabendo ao indivíduo honrá-lo e defendê-

lo. Ainda hoje, em muitas religiões, lo. Ainda hoje, em muitas religiões,

realizam-se ritos que tentam atingir uma realizam-se ritos que tentam atingir uma

pessoa através da manipulação do seu pessoa através da manipulação do seu

nome. nome.

Page 5: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

Entre os cristãos, era comum mudar Entre os cristãos, era comum mudar de nome após converter-se ao de nome após converter-se ao

cristianismo como símbolo de uma cristianismo como símbolo de uma nova vida. Existem pessoas que nova vida. Existem pessoas que acreditam que falando o nome da acreditam que falando o nome da coisa a estamos chamando, como coisa a estamos chamando, como

quando se fala da morte, por quando se fala da morte, por exemplo. Há outras que acreditam exemplo. Há outras que acreditam que não se deve falar de pessoas que não se deve falar de pessoas

mortas.mortas.

Page 6: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

TEORIA DOS SIGNOSTEORIA DOS SIGNOS

Page 7: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

"Defino um ícone como sendo um signo que é determinado por "Defino um ícone como sendo um signo que é determinado por seu objeto dinâmico em virtude de sua natureza interna". O ícone seu objeto dinâmico em virtude de sua natureza interna". O ícone

exibe a mesma qualidade que o objeto denotado. Ex: a exibe a mesma qualidade que o objeto denotado. Ex: a onomatopéia, a imagem, o diagrama. Podemos então dizer que onomatopéia, a imagem, o diagrama. Podemos então dizer que há uma relação de há uma relação de semelhançasemelhança entre o signo e seu objeto. No entre o signo e seu objeto. No

caso do ícone, o caso do ícone, o significante tem uma semelhança ou imita o significante tem uma semelhança ou imita o significadosignificado. Há alguma similaridade de qualidades entre um e . Há alguma similaridade de qualidades entre um e outro. Exemplos: uma fotografia, um desenho, uma caricatura, outro. Exemplos: uma fotografia, um desenho, uma caricatura,

um modelo em escala, uma onomatopéia, certos efeitos sonoros um modelo em escala, uma onomatopéia, certos efeitos sonoros no rádio e no cinema, gestos de imitação no rádio e no cinema, gestos de imitação

ÍCONE

Page 8: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

EXEMPLOS:EXEMPLOS:

Page 9: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

"Defino um índice como sendo um signo determinado por seu objeto "Defino um índice como sendo um signo determinado por seu objeto dinâmico em virtude da relação real que mantém com ele". O índice dinâmico em virtude da relação real que mantém com ele". O índice se encontra em relação de contigüidade com o objeto denotado. Ex: se encontra em relação de contigüidade com o objeto denotado. Ex: O sintoma da doença, o pingo da chuva, a queda do barômetro, o O sintoma da doença, o pingo da chuva, a queda do barômetro, o cata-vento. Na língua, os dêiticos (expressões cujo referente só cata-vento. Na língua, os dêiticos (expressões cujo referente só

pode ser determinado em relação aos interlocutores: eu, tu, aqui, pode ser determinado em relação aos interlocutores: eu, tu, aqui, agora, etc... No caso do índice, agora, etc... No caso do índice, o significante não está o significante não está

arbitrariamente ligado ao significado, e sim tem uma conexão arbitrariamente ligado ao significado, e sim tem uma conexão direta com o mesmo, física ou causaldireta com o mesmo, física ou causal. Essa conexão pode ser . Essa conexão pode ser

observada ou inferida. Exemplos: Signos naturais, como a fumaça, observada ou inferida. Exemplos: Signos naturais, como a fumaça, trovão, pegadas, ecos, cheiros e sabores naturais, sintomas trovão, pegadas, ecos, cheiros e sabores naturais, sintomas

médicos (dor, pulso), sinais como o do galo do vento, o relógio de médicos (dor, pulso), sinais como o do galo do vento, o relógio de sol, batidas na porta, o telefone que toca, o dedo que aponta, uma sol, batidas na porta, o telefone que toca, o dedo que aponta, uma

gravação, marcas pessoais (nossa escrita à mão) e palavras gravação, marcas pessoais (nossa escrita à mão) e palavras indexicais, como ‘este’, ‘aquele’, ‘isto’, ‘aqui’, ‘eu’, ‘tu’.indexicais, como ‘este’, ‘aquele’, ‘isto’, ‘aqui’, ‘eu’, ‘tu’.

ÍNDICEÍNDICE

Page 10: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

EXEMPLOS:EXEMPLOS:

Page 11: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

"Defino um símbolo como sendo um signo que é determinado "Defino um símbolo como sendo um signo que é determinado por seu objeto dinâmico no sentido apenas do qual ele será por seu objeto dinâmico no sentido apenas do qual ele será

interpretado". O símbolo se refere a qualquer coisa por força de interpretado". O símbolo se refere a qualquer coisa por força de uma convenção ou ‘lei’. Há, nesse caso, uma uma convenção ou ‘lei’. Há, nesse caso, uma relação relação

convencional ou arbitrária entre o signo e seu objetoconvencional ou arbitrária entre o signo e seu objeto. . Exemplo: as palavras de uma língua natural. No caso dos Exemplo: as palavras de uma língua natural. No caso dos

símbolos, o significante não tem semelhança com o significado. símbolos, o significante não tem semelhança com o significado. O símbolo é fundamentalmente O símbolo é fundamentalmente arbitrário arbitrário ou puramente ou puramente

convencional. A relação entre significante e significado deve ser convencional. A relação entre significante e significado deve ser aprendida. Exemplos: a linguagem humana, em geral. Números, aprendida. Exemplos: a linguagem humana, em geral. Números,

código morse, luzes e apitos trânsito, bandeiras, etc código morse, luzes e apitos trânsito, bandeiras, etc

SÍMBOLO

Page 12: O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas - Teoria dos Signos -

EXEMPLOS:EXEMPLOS: