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BREVE HISTÓRIA DA SEMIOLOGIA: Abordagens de Saussure, Peirce, Morris e Barthes. 1

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BREVE HISTÓRIA DA SEMIOLOGIA:Abordagens deSaussure, Peirce, Morris e Barthes.

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BREVE HISTÓRIA DA SEMIOLOGIA

(1) Período Clássico;

(2) Período Medieval;

(3) Racionalismo;

(4) Empirismo Britânico;

(5) Iluminismo.

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PERÍODO CLÁSSICO

PlatãoPlatãoPlatãoPlatão:::: ((((428428428428////27272727----347347347347 aaaa.... CCCC....))))� Os signos verbais, naturais ou convencionais, são

representações incompletas da verdadeira natureza dascoisas;

� O estudo das ideias nada revela sobre a verdadeira� O estudo das ideias nada revela sobre a verdadeiranatureza das coisas, uma vez que a realidade das ideias éindependente das representações sob a forma depalavras;

� O conhecimento mediado por signos é indirecto e inferiorao conhecimento imediato, e a verdade sobre as coisasatravés das palavras é inferior ao conhecimento daverdade em si.

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AristótelesAristótelesAristótelesAristóteles ((((384384384384----322322322322 aaaa.... CCCC....)))):

SignosSignosSignosSignos::::� Marcas escritas são símbolos de sons falados;Sons falados são signos e símbolos de impressões

PERÍODO CLÁSSICO

� Sons falados são signos e símbolos de impressõesmentais;

� Impressões mentais são cópias das coisas;� Enquanto os eventos mentais e as coisas são osmesmos para a humanidade, o discurso não é.

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Estóicos (Zenão de Cítio, séc. III a. C.):

� O signo liga três componentes:(1) o significante material;

PERÍODO CLÁSSICO

(2) o significado ou sentido;(3) o objecto externo referente.

� Enquanto que o significante e o objecto são entendidoscomo entidades materiais, o significado é consideradoincorpóreo.

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PERÍODO MEDIEVAL

AureliusAureliusAureliusAurelius AgostinhoAgostinhoAgostinhoAgostinho:

� SignoSignoSignoSigno:� PlanoPlanoPlanoPlano semânticosemânticosemânticosemântico: “um signo é o que se mostra a si mesmo

ao sentido, e que, para além de si, mostra ainda algumaao sentido, e que, para além de si, mostra ainda algumacoisa ao espírito”;

� PlanoPlanoPlanoPlano comunicacionalcomunicacionalcomunicacionalcomunicacional: “a palavra é o signo de uma coisaque pode ser compreendida pelo auditor quando éproferida pelo locutor”.

� Segundo Todorov, Santo Agostinho é o primeiro semiótico:� os seus estudos têm propósitos cognitivos;� estuda os signos em geral e não apenas os linguísticos.

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RACIONALISMO

DescartesDescartesDescartesDescartes ((((1596159615961596----1650165016501650)))):� (1) negação da zoosemiótica: os animais caracterizam-

se, não só pela ausência de linguagem, como pelaausência de razão;ausência de razão;

� (2) axioma das ideias inatas: pressupõe a prioridade doconhecimento intelectual sobre a experiênciaperceptual;

� (3) variabilidade dos sons e constância das ideias.

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� LeibnizLeibnizLeibnizLeibniz ((((1646164616461646----1716171617161716)))):� (1) visão pansemiótica: inclui, nos signos, palavras,

letras, símbolos químicos e astronómicos, caractereschineses, hieróglifos, marcas musicais, algébricas e

RACIONALISMO

chineses, hieróglifos, marcas musicais, algébricas earitméticas e outros signos que usamos, em vez dascoisas, quando pensamos.

� (2) “Um signo é aquilo que percepcionamos e, por outrolado, consideramos conectado com outra coisa, emvirtude da nossa ou da experiência de outrem”;

� (3) os signos são ferramentas úteis e necessárias queservem de abreviatura a concepções semânticas maiscomplexas que representam. 8

EMPIRISMO BRITÂNICO

JohnJohnJohnJohn LockeLockeLockeLocke ((((1632163216321632----1704170417041704)))):� Signos (dois tipos):

� (1) ideias;� (2) palavras.

� Rejeita o axioma das ideias inatas: “as ideiasprovêm das sensações dos objectos externos”, porreflexão. A mente percepciona e reflecte (cada umaper si).

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ILUMINISMO FRANCÊSDiderotDiderotDiderotDiderot ((((1713171317131713----1784178417841784)))):

� (1) Distinção entre signos linguísticos e não linguísticos;� (2) Superioridade da linguagem não verbal: a linguagem

dos gestos, não é só mais expressiva, mas tambémdos gestos, não é só mais expressiva, mas tambémmais lógica que a linguagem verbal: no seu ponto devista, a linearidade da linguagem falada implica umavisão distorcida da realidade.

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TRABALHOS DE GRUPOArtigo António Fidalgo

Artigo Greimas

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SEMIOLOGIA / SEMIÓTICA

Ciência do século XX� Fundadores:

� Saussure (1857-1913) (Escola de Paris) reivindica aciência “que estudaria em que consistem os signos, queleis os regem”, e propõe a designação “semiologia” (doleis os regem”, e propõe a designação “semiologia” (dogrego semeion, “sinal”) – signos sociais.

� Charles Sanders Peirce (1839-1914) (Escola anglo-saxónica) entendia a Semiótica, enquanto doutrinaformal dos signos, apenas como um outro nome daciência da Lógica – signos lógicos.(actualmente: Semiótica Social)

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� Peirce e Charles Morris concebem a Semióticacomo a ciência das ciências, incluindo todas asdemais.

� “A Semiótica tem uma dupla relação com as

SEMIOLOGIA / SEMIÓTICA

� “A Semiótica tem uma dupla relação com asciências: ela é simultaneamente uma ciência entreas ciências e um instrumento das ciências”.

� Morris

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A. Divisão da Semiótica:� Pragmática: estuda o sujeito falante, independentemente do código

empregue processos de comunicação

� Semântica: estuda a relação entre os signos e as coisassignificadas sistemas de significação

PEIRCE E OS SISTEMAS TRIÁDICOS

significadas sistemas de significação

� Sintaxe: estuda as relações formais entre os signos.

* Semântica é o ramo da semiótica que estuda a significação dossignos (Morris)

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B. Composição do Signo:a) signo propriamente dito ou representamen (Morris chamar-lhe-á

"veículo sígnico"): é "aquilo que representa";

b) interpretante ou "imagem mental": é o signo criado na mente de alguém (o "intérprete") pelo representamen;

PEIRCE E OS SISTEMAS TRIÁDICOS

c) objecto: é aquilo (algo) que é representado, o referente, a coisa.

O signo liga-se ao objecto através do interpretante

Semiosis ou semiose

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� Semiose – fenómeno que evidencia uma trirelação (e não umadicotomia como em Saussure) na interpretação do signo:1. o representamen (representação ou significante),2. o objecto (o que é representado)3. e o seu interpretante (que confere significado).

COMPONENTES DO SIGNO (PEIRCE)

Interpretante

16representamen

(Significante)Objecto

(Referente)

Interpretante(Significado)

C. Tipologia dos Signos:(1) Índice: a relação entre o signo e o objecto assenta numa relação de

contiguidade, de transitoriedade, em que se observa a passagem deum estado para outro.Ex.º: nuvens que ameaçam chuva

PEIRCE E OS SISTEMAS TRIÁDICOS

(2) Ícone: a relação estabelecida entre o signo e o objecto assenta nasemelhança. Dispensa, por isso, a aprendizagem de um código.Ex.º: foto

(3) Símbolo: a relação entre o signo e o objecto está convencionada,exigindo, para a sua descodificação, uma aprendizagem.

O índice antecede, o ícone está presente e o símbolo representa.

“O Homem é mais um ser simbólico do que racional” (Morris)

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