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. Apresentação O presente trabalho foi realizado para o Seminário Internacional “Industrialização, Desindustrialização e Desenvolvimento” pelos Departamentos de Pesquisas Econômicas (DEPECON) e de Competitividade e Tecnologia (DECOMTEC) da FIESP. A busca por melhores condições de vida é a tônica da atividade humana. Porque algumas nações logram maiores êxitos nesta busca? Como a política econômica de curto prazo afeta o desempenho de longo prazo das economias? Com o objetivo de trazer alguma luz sobre estas questões, elaboramos este trabalho que tem a seguinte estrutura. I. Apresentação II. Análise do crescimento econômico no qual se investiga o crescimento, o papel da indústria na arrancada da renda per capita das nações em desenvolvimento. III. Análise do ambiente macroeconômico das nações e sua influência no crescimento econômico e industrial e o Brasil. IV. Considerações finais. V. Apêndice estatístico. VI. Instrumentos de política industrial utilizado pelos países Esperamos com isso enriquecer a discussão na direção da elaboração de um projeto de desenvolvimento de longo prazo para o nosso país.

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Page 1: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

. Apresentação O presente trabalho foi realizado para o Seminário Internacional “Industrialização, Desindustrialização e Desenvolvimento” pelos Departamentos de Pesquisas Econômicas (DEPECON) e de Competitividade e Tecnologia (DECOMTEC) da FIESP. A busca por melhores condições de vida é a tônica da atividade humana. Porque algumas nações logram maiores êxitos nesta busca? Como a política econômica de curto prazo afeta o desempenho de longo prazo das economias? Com o objetivo de trazer alguma luz sobre estas questões, elaboramos este trabalho que tem a seguinte estrutura.

I. Apresentação II. Análise do crescimento econômico no qual se investiga o

crescimento, o papel da indústria na arrancada da renda per capita das nações em desenvolvimento.

III. Análise do ambiente macroeconômico das nações e sua influência no crescimento econômico e industrial e o Brasil.

IV. Considerações finais. V. Apêndice estatístico. VI. Instrumentos de política industrial utilizado pelos países

Esperamos com isso enriquecer a discussão na direção da elaboração de um projeto de desenvolvimento de longo prazo para o nosso país.

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II. Análise do crescimento econômico II.1 Experiência Internacional Existe uma grande dispersão de renda per capita nos países, como pode ser visto no gráfico 1: enquanto a renda per capita dos EUA é de US$35,9 mil, no Brasil é de US$7,7 mil e na China é de US$ 4,6 mil. Gráfico 1 – PIB per capita de países selecionados em PPP (US$ constante de 2000)

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

A diferença da renda per capita entre as nações pode ser explicada por vários fatores, existindo uma gama de teorias e trabalhos que o fazem. O mais importante, não é discutir as diferenças de nível de renda, mas sim, ver a evolução desta variável no tempo. Afinal de contas, o que todo cidadão do mundo quer é obter melhora de bem estar, que de certa forma pode ser medido pela renda per capita ou PIB per capita. Assim, os diferentes governos nacionais se esforçam na busca do crescimento econômico. O sucesso desta busca pode ser medido pelo aumento da renda per capita dos cidadãos, e quando se olha para este indicador vemos que o sucesso é também bastante desigual. A tabela 1 nos mostra que no período de 28 anos entre 1975 e 2002 o PIB per capita, ou renda per capita do Brasil medida em dólares no conceito de paridade de poder compra, cresceu apenas 37,8%. No mesmo período o indicador para o Chile cresceu 168%, mais que quatro vezes, isto sem falar da Tailândia (254%), Coréia do Sul (373,7%) e da China (636%). Tabela 1 – PIB per capita PPP constantes e variação, países selecionados em US$

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Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

Gráfico 2 – PIB per capita em US$ PPP constante do Brasil e da Coréia

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Países com rendas muito baixas no início do período analisado tendem a ter maior facilidade de obter ganhos percentuais, como é o caso de China, Índia e Tailândia. Por isso, torna-se interessante a comparação entre países com nível de renda similar, como era o caso do Brasil e Coréia do Sul nos anos 70. Até 1980 o PIB per capita (US$ PPP constante de 2000) tanto do Brasil quanto da Coréia estavam em trajetória muito semelhante, ou seja, vivíamos ganhos

Países 1975 2002 Var. %China 595 4,379 636.0Coréia 3,498 16,570 373.7TaiLãndia 1,899 6,740 254.9Malásia 2,998 8,811 193.9Chile 3,520 9,432 168.0India 1,139 2,572 125.8Espanha 11,778 20,777 76.4UK 14,423 25,139 74.3Finlândia 14,674 25,568 74.2EUA 19,915 34,557 73.5Alemanha 15,125 26,141 72.8Hungria 7,999 13,391 67.4México 6,220 8,662 39.3Brasil 5,429 7,480 37.8Filipinas 3,545 4,013 13.2Argentina 10,525 10,664 1.3África do Sul 11,221 9,750 -13.1

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de bem-estar econômico semelhantes. Em 1980 o crescimento da renda per capita brasileira perde força e em 1986 a renda da Coréia se iguala à do Brasil. Atualmente o cidadão coreano possui renda de US$ 17 mil, mais de duas vezes a do Brasil e quase a metade da renda norte americana. O gráfico 3 nos mostra a variação anual média do PIB per capita no período de 1975 à 2002 (no eixo horizontal) comparando-a com o nível de renda per capita do final do período (eixo vertical). Podem-se identificar três grupos de países:

(1) os desenvolvidos ficam no alto e à esquerda, significando que já possuem alta renda per capita e que por isso crescem menos. Destaques: EUA, Europeus, Japão;

(2) os que eram atrasados e que estão diminuindo a diferença para os desenvolvidos, isto é, estão na parte baixa do quadro e à direita, representado baixa renda per capita, mas com crescimento mais alto que os desenvolvidos auferindo aumento da renda per capita. Destaques: Coréia do Sul, China e Chile.

(3) os que estão em processo de estagnação, isto é, têm baixa renda per capita e não estão conseguindo diminuir a distância dos desenvolvidos. Destaques: Brasil, Argentina, México, África do Sul.

Gráfico 3 - PIB per capita vs. Taxa de Crescimento do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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Var % do PIB per capita média 1975 - 2002 (%a.a.)

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II.2 Indústria e desenvolvimento O desenvolvimento econômico sempre altera a participação dos setores agrícolas, indústria e serviços no PIB. A evolução tradicional de uma economia prevê que durante o estágio de industrialização, a mecanização da agricultura libera a mão-de-obra, que é absorvida primordialmente pela indústria e adicionalmente no setor de serviços. Em uma etapa posterior, a demanda por produtos manufaturados cresce devido ao aumento da renda e da produtividade industrial, mantendo crescente o nível de emprego no setor industrial. O gráfico 4 mostra conceitualmente a evolução da composição do emprego nos três setores de atividade econômica (agricultura, indústria e serviços), comparando-a com o nível de renda per capita. Nas etapas de arrancada do crescimento da renda per capita a indústria tem papel fundamental, sobretudo em países de grande extensão territorial e populacional que não poderão prescindir desta etapa se objetiva o desenvolvimento econômico. Gráfico 4 – Participação dos setores no emprego vs PIB per capita

Reproduzido de Banco Mundial “Beyond Economic Growth”. Conforme a produtividade industrial cresce e o aumento da demanda por seus produtos começa a desacelerar, este setor começa a liberar a mão-de-obra para o setor de serviços. Este processo de transferência de empregos do setor industrial para o de serviços é chamado de desindustrialização ou pós-industrialização. O gráfico 5 mostra a composição do PIB Chinês e a renda per capita, nota-se que o período pós anos 90, o país vive o mais forte crescimento da renda per capita juntamente com aumento da participação da indústria no PIB.

Page 6: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

O gráfico 6 mostra o mesmo fenômeno para a Coréia do Sul, porém o forte crescimento da indústria neste país se dá até o início dos anos 90. Neste período, a renda per capita atinge a marca de US$ 10 mil e a participação da indústria no PIB passa a se reduzir. Gráfico 5 – China: Participação dos setores no PIB vs PIB per capita

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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Gráfico 6 – Coréia do Sul: Participação dos setores no PIB vs PIB per capita

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 7 – Brasil: Participação dos setores no PIB vs PIB per capita

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp O gráfico 7 mostra a mesma análise para o caso brasileiro. Pode-se notar que até o início dos anos 80 a indústria apresenta participação alta no PIB. Após este período, a indústria perde participação no PIB e a renda per capita se estaciona na faixa de US$ 7 mil.

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Estudos1 indicam que uma vez atingido o PIB per capita na faixa de US$10 mil a US$ 12 mil, a indústria passa a perder importância relativa na geração e emprego. A perda relativa de emprego na indústria antes de se atingir esta faixa de PIB per capita é chamada de desindustrialização precoce. Sem entrar no mérito do Brasil estar ou não vivendo um processo de desindustrialização, o fato é que a indústria perdeu o dinamismo que tinha anteriormente e isto trouxe estagnação na evolução do PIB per capita. O gráfico 8 mostra a alavancagem que o crescimento da indústria traz para o crescimento econômico. Para uma amostra de 27 países, comparando-se o crescimento de 1975 a 2002, calcula-se que basta um crescimento industrial de 0,56% para se obter um crescimento de 1%, ou seja, a alavancagem é de 1,8. Para o setor agrícola a alavancagem é de 0,4 e para os serviços de 1,4. Gráfico 8 - Taxa de Crescimento da Indústria vs. Taxa de Crescimento do PIB (1975 – 2002)

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

1 Ver por exemplo: Palma (2003) “Four sources of ´de-industrialization` and a new concept of the ´Dutch Disease` “ e Rowthorn, Robert and R. Ramaswamy (1999), “Growth, trade and deindustrialization”, IMF Staff Papers, vol. 46.

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Gráfico 9 -Taxa de Crescimento da Indústria vs. Taxa de Crescimento de Serviços(1975-2002)

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp O gráfico 9, compara o crescimento acumulado dos setores industrial e de serviços para o mesmo conjunto de 27 países no mesmo período (1975-2002). Nota-se que o desenvolvimento do setor industrial e do setor de serviços caminham juntos, isto é, existe uma relação de quase 1 para 1 no crescimento de ambos os setores, em outras palavras, o gráfico indica que para um crescer o outro também deverá crescer. No caso Brasileiro, devido às características dos setores, o dinamismo deverá vir da indústria para o setor de serviços. II.3 Desempenho recente dos setores no Brasil O gráfico 10 mostra a evolução do valor adicionado, aproximadamente o PIB setorial, segundo os três setores da atividade econômica do Brasil para o período pós 1980. O valor adicionado da indústria subiu 40% a partir de 1980, a taxa da agropecuária é de 44,8%, e o setor de serviços cresceu 71,3%.

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Gráfico 10 - Valor Adicionado por Setor de Atividade - Índice 1980 = 100

Fonte: IBGE - Elaboração: Fiesp O gráfico 11, mostra que a produtividade da economia como um todo a partir de 1980 caiu -4%. A produtividade da indústria cresceu 12,6%; a agropecuária 25,2% e os serviços tiveram queda de 4%. A agropecuária tem baixa participação no PIB, aproximadamente 10%, o que limita em muito sua capacidade de afetar o crescimento da renda per capta, ainda que seu ganho de produtividade tenha atingido a taxa de 25,2%. O mais grave é que o setor de serviços apresentou queda de produtividade, e dado a sua forte participação no PIB influenciou negativamente tanto a produtividade da economia como um todo, quanto a renda per capita.

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Gráfico 11 - Valor Adicionado por Trabalhador - R$ mil de 2002

Fonte: IBGE - Elaboração: Fiesp Juntando-se as informações dos gráficos 10 e 11 nota-se que o setor de serviços foi o que mais cresceu, mas sua produtividade diminuiu, ou seja, este setor acaba por absorver a mão de obra excedente na economia, porém sem trazer ganhos de produtividade, essencial para o aumento da renda per capita.

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Page 12: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

III. Análise do ambiente macroeconômico A presente seção busca investigar a influência do ambiente macroeconômico sobre o desempenho da economia, entendido como crescimento da renda per capita. Para tanto, compararemos o crescimento da renda per capita com variáveis chaves do ambiente macroeconômico: taxa de juros, crédito, carga tributária, taxa de câmbio e investimento. Países como o Brasil, de grande extensão territorial e com clima propício à produção agrícola, tendem a ter um forte setor industrial de extração mineral ou de base nestes setores (minérios em geral, petróleo e gás cimento, siderurgia) e de indústria de base agrícola (celulose e papel, suco de laranja, açúcar e álcool, têxtil natural, derivados de soja). Para esses setores, a competitividade natural pode ser tão grande que minimiza os efeitos prejudiciais do entorno macroeconômico. Mas mesmo estes setores, juntamente com os demais setores industriais, poderão ter maior importância na geração de riqueza e renda na economia se defrontarem um ambiente mais propício à atividade econômica. III.1 Taxa de juros A taxa de juros reais ao tomador final é uma variável de alta relevância no ambiente econômico. Toda atividade econômica é no fundo uma arbitragem entre custo de capital e o retorno financeiro da atividade produtiva. O gráfico 12 mostra que a maioria dos países com elevado crescimento possui juros inferiores a 10% a.a. O Brasil é o único país com uma taxa de juros extremamente elevada, que inibe todo o tipo de investimento no país. Os países como a China e a Coréia têm uma taxa de juros reais respectivamente de 5,9% a.a. e 3,8% a.a. e tem um dos maiores crescimentos do PIB per capita, em comparação ao Brasil que está na ordem de 47% a.a, tendo uma taxa de crescimento muito inferior a estes países. O gráfico 13 apresenta a taxa de juros e o crescimento da renda per capita média de dois períodos distintos do tempo: 1975 a 1988 e 1989 a 2002. Para a maioria dos blocos econômicos, nota-se um aumento na taxa de juros reais ao tomador final, mas o único que teve um grande aumento em relação aos outros blocos econômicos foi o Brasil. Embora a maior parte dos blocos econômicos tenham tido crescimento dos juros, a variação foi no máximo de 2,8 pontos percentuais, já para o Brasil a variação de foi de 47 pontos percentuais. Quanto à variação do PIB per capita, nota -se que os blocos econômicos tiveram uma variação negativa de no máximo 0,67 pontos percentuais, enquanto o Brasil obteve a maior variação, menos 3,17 pontos percentuais. A Ásia foi o único bloco em que a taxa de crescimento da renda per capita aumentou.

Page 13: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 12 - Taxa de juros ao tomador final (Pessoa Física e Jurídica) em % ao ano

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 13 - Taxa de juros reais ao tomador final (Pessoa Física e Jurídica) em % ao ano

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp - *países selecionados O gráfico 14 mostra a taxa de juros reais ao tomador final (pessoa física e jurídica) no Brasil. Nota-se que está em um patamar de 40% desde o ano 2000, tendo períodos de 140% ao ano Certamente o custo do dinheiro tornou-se uma forte restrição ao crescimento da economia brasileira.

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Page 14: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 14 - Taxa de juros reais em % ao ano

Fonte: BCB - Elaboração: Fiesp III.2 Disponibilidade de crédito O crédito ao setor privado é outra variável do ambiente econômico de extrema importância para atividade produtiva. O gráfico 15 mostra que poucos países apresentam crédito (bancário mais mercado de capitais) abaixo de 60% do PIB, sendo que para o Brasil o valor é de apenas 34% do PIB e têm um baixo crescimento de 1,2% a.a. do PIB per capita. Nos países desenvolvidos o indicador costuma ser superior a 100%, tendo um crescimento do PIB per capita médio de 2%a.a.. Em países como a China e a Coréia, o crédito é respectivamente de 135,9% e 100,8% do PIB, no Chile é de 62% do PIB, estes países apresentam uma taxa de crescimento do PIB per capita superiores a 3% a.a.

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Page 15: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 15 - Crédito ao Setor Privado - % PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 16 - Crédito ao Setor Privado – (% PIB) Análise entre 1975 – 1988 e 1989 – 2002

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp -*países selecionados

No gráfico 16 apresenta-se o crédito ao setor privado e a taxa de crescimento da renda per capita nos dois períodos. Nota -se que o Brasil foi o único a apresentar uma queda de crédito total de 10% do PIB, ao contrário das outras regiões, como a Ásia e EUA mais Canadá que aumentaram respectivamente para 42,2 pontos percentuais e 52,9 pontos percentuais. O Brasil foi o único a

20

40

60

80

100

120

140

160

0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0

Var % médio do PIB per capita (%a.a.)

Cré

dit

o B

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rio

ao

Set

or

Pri

vad

o

(% d

o P

IB)

BrasilAmérica Latina* menos Brasil

EuropaÁsia

EUA + Canadá

Círculo = 1975 - 1988Triangulo = 1989 -2002

0

50

100

150

200

250

-1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0

Crescimento do PIB per capita média (%a.a.) (1975 - 2002)

Cré

dit

o B

ancá

rio

ao

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Pri

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o e

m 2

002

(% d

o P

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Brasil

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Índia

Malásia

China

EUA

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Cingapura

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México

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França

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Chile

Noruega

Japão

Alemanha

Espanha

Finlândia

Canadá

Nova Zelândia

ColômbiaArgentina

África do Sul

Page 16: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

ter uma grande queda do PIB per capita em relação às outras regiões. A única região a ter aumento do crédito e do PIB per capita é a Ásia. Gráfico 17 - Brasil: Crédito ao setor Privado em % PIB (inclui mercado de capitais)

Fonte: BCB - Elaboração: Fiesp, utilizado cálculos para refinar as informações. No Brasil o volume de crédito oscila em torno de 35% do PIB desde 1995 sendo que já foi de 55% do PIB em 1975. A escassez crédito no Brasil dificulta a concorrência de empresas do Brasil frente à de outros países. III.3 Carga tributária Outra variável importante do ambiente econômico é a carga tributária. Nos países com forte crescimento da renda per capita nota -se a carga tributária abaixo de 25% do PIB, por exemplo, a China tem a carga tributária de 18% do PIB e a Coréia tem 24,4% do PIB, Chile 20%(gráfico 18). Em países latino-americanos (Argentina, México e Colômbia) a tributação é da ordem de 20%.

0

10

20

30

40

50

6019

7419

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0020

0120

0220

0320

0420

05

% d

o P

IB

Page 17: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 18 – Carga tributária em % do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 19 - Brasil: Carga Tributária

Fonte: IPEADATA - Elaboração: Fiesp No início dos anos 90 a carga tributária do Brasil era abaixo de 25% do PIB e a em 2004 foi de 33,6% do PIB (gráfico 19), sendo comparados à carga tributária dos países como o Canadá, Espanha, Reino Unido, Alemanha. O sistema tributário atual do Brasil inibe o crescimento, pois além do custo excessivo, tem-se um ambiente com regras instáveis e de excessiva burocracia.

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

50.0

-1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0Crescimento do PIB per capita média (%a. a.) (1975 - 2002)

Car

ga

Tri

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m 2

002

(% d

o P

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Brasil

África do Sul

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Finlândia

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Tailândia

Irlanda

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0

5

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15

20

25

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35

40

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

% d

o P

IB

Page 18: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Ademais, não basta apenas comparar a carga tributária. Precisamos levar em conta o que a sociedade receba em troca desta carga tributária. No gráfico 20 compara-se o custo do Estado, a carga tributária, com o que ele devolve para a sociedade em termos de bem estar (Índice de Desenvolvimento Humano – IDH). Nota-se que o Brasil tem carga tributária de país avançado e IDH de país atrasado. Gráfico 20 - Índice de Desenvolvimento Humano e Carga Tributária em 2002

Fonte: PNUD(2002) e IMD(2004) - Elaboração: Decomtec-Fiesp III.4 Taxa de câmbio A taxa de câmbio é outra variável do ambiente econômico de extrema relevância para o crescimento, pois define o preço relativo da produção doméstica frente à do resto do mundo, definindo a competitividade do produto nacional no exterior e no mercado local. Os gráficos 21 a 24 apresentam o índice da taxa de câmbio real (valores baixos significam câmbio desvalorizado) e a taxa de crescimento econômico respectivamente para Coréia do Sul, Malásia, China e Chile. Nota-se que os períodos de crescimento prolongado são coincidentes com os de câmbio depreciado.

Canadá

Argentina

Indonésia

Noruega

Finlândia

Chile

Venezuela

México

EUA

China

Rússia

Índia

BrasilAlemanha

Suécia

Dinamarca

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Turquia

Coréia do SulJapão

Hungria

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13%

18%

23%

28%

33%

38%

43%

48%

0,58 0,63 0,68 0,73 0,78 0,83 0,88 0,93 0,98

% d

o P

IB

Quadrante 4

Quadrante 3

Quadrante 2

Quadrante 1

Canadá

Argentina

Indonésia

Noruega

Finlândia

Chile

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México

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China

Rússia

Índia

BrasilAlemanha

Suécia

Dinamarca

Singapura

Turquia

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Hungria

Polônia

Hong Kong8%

13%

18%

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28%

33%

38%

43%

48%

0,58 0,63 0,68 0,73 0,78 0,83 0,88 0,93 0,98

% d

o P

IB

Quadrante 4

Quadrante 3

Quadrante 2

Canadá

Argentina

Indonésia

Noruega

Finlândia

Chile

Venezuela

México

EUA

China

Rússia

Índia

BrasilAlemanha

Suécia

Dinamarca

Singapura

Turquia

Coréia do SulJapão

Hungria

Polônia

Hong Kong8%

13%

18%

23%

28%

33%

38%

43%

48%

0,58 0,63 0,68 0,73 0,78 0,83 0,88 0,93 0,98

% d

o P

IB

Quadrante 4

Quadrante 3

Quadrante 2

Quadrante 1

Page 19: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 21 – Taxa de câmbio da Coréia do Sul e a taxa de crescimento do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 22 – Taxa de câmbio da Malásia e a taxa de crescimento do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

Malásia

-3,00

-1,00

1,00

3,00

5,00

7,00

9,00

11,00

1980

1981

1982

1983

1984

1985

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1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

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no

de

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cim

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do

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0

20

40

60

80

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ero

Índi

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= 10

0

Crescimento Econômico Câmbio Real

Queda de 7,3%

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6.00

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10.00

12.00

14.00

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

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5

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15

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45

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mer

o ìn

dic

e 19

66 =

100

Crescimento econômico Câmbio Real

Page 20: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 23 – Taxa de câmbio da China e a taxa de crescimento do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 24 – Taxa de câmbio da Chile e a taxa de crescimento do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

China

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

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80

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

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PIB

0

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ero

Índi

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= 10

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Crescimento Econômico Câmbio Real

Chile

-5,00

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1,00

3,00

5,00

7,00

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11,00

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1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

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200

250

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ero

Índi

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995

= 10

0

Crescimento Econômico Câmbio Real

Queda de 10,3%

Page 21: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

O gráfico 25 é similar aos anteriores, descrevendo o Brasil. Chama atenção a oscilação do câmbio e a conseqüente alternância entre crescimento econômico e retração. Os períodos de forte valorização cambial contribuem para o baixo crescimento ou mesmo decréscimo da economia brasileira. Gráfico 25 – Taxa de câmbio do Brasil e taxa de crescimento econômico

Fonte: Banco Mundial e Banco Central do Brasil - Elaboração: Fiesp III.5 Investimento O ambiente macroeconômico como um todo acaba por condicionar o investimento na economia, verdadeira mola propulsora do crescimento econômico. O gráfico 26 mostra que os países de forte crescimento da renda per capita são os que têm maiores taxas de investimento. Os destaques são Coréia e China com taxas de 32% e 40% de Formação Bruta de Capital Fixo sobre o PIB respectivamente. O gráfico 27, mostra que no segundo período de análise, 1989 a 2002, o investimento reduziu para todos os blocos analisados, exceção feita à América Latina menos o Brasil, que manteve o investimento e a Ásia, que obteve crescimento da taxa de formação bruta de capital sobre o PIB.

-6.00

-4.00

-2.00

0.00

2.00

4.00

6.00

8.00

10.00

1980

1981

1982

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1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

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0

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mer

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dic

e 19

95 =

100

Crescimento Econômico Câmbio Real

Page 22: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 26 - Formação Bruta de Capital Fixo - % do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 27 - Formação Bruta de Capital Fixo - % do PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

0.0

5.0

10.0

15.0

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30.0

35.0

40.0

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-1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0Crescimento do PIB per capita média (% a.a.)

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002

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15.0

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0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0Var % médio do PIB per capita (%a.a.)

Fo

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Cap

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o P

IB)

Brasil

América Latina menos Brasil

Europa

Ásia

EUA + Canadá

Círculo = 1975 - 1988Triangulo = 1989 - 2002

Page 23: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

No gráfico 28 se analisa o investimento no Brasil ao longo do tempo. Nota-se que no período de 1970 a 1989 foi de 21,75% do PIB, tendo uma média de crescimento do PIB de 5,42%. Após este período os investimentos tiveram uma queda para 19,23% do PIB resultando em um crescimento do PIB de 2,53% Gráfico 28 - Brasil: Formação Bruta de Capital Fixo - % PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

-

5

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1901

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1911

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1921

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1956

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1901

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1961

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Formação Bruta de Capital Fixo Crescimento do PIB

Média = 19.23%Média = 21,75%

Média = 5,42% Média = 2,53%

Média = 15,39%

Média = 6,82%

Page 24: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

IV. Considerações Finais Ao longo deste trabalho mostraram-se as diferenças de desempenho no crescimento econômico das nações, destacando-se, infelizmente, o baixo desempenho recente de nosso país. O baixo desempenho do Brasil está associado a um ambiente pouco apropriado à atividade produtiva: juros, crédito, tributação, câmbio definem um entorno pouco estimulante ao investimento e por conseqüência ao crescimento econômico. Acreditamos assim, termos contribuído com o entendimento dos obstáculos ao crescimento sustentado de nossa economia.

Page 25: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

V. Apêndice estatístico Análise comparativa de países selecionados O PIB per capita tem trajetória similar até 1980. A partir daí a Coréia cresce 148%, e o Brasil fica estagnado. Gráfico 1 - PIB per capita do Brasil e da Coréia

Fonte: Banco Mundial e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp Até 1980 o crescimento era próximo. Após 1980, o Brasil cresce a 2,3% a.a. e a Coréia 6,7%a.a.

Gráfico 2 - Var % a.a. do PIB do Brasil e da Coréia Fonte: IBGE e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

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16000

1800019

75

1977

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1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

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1997

1999

2001

2003

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Brasil Coréia

-10

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1964

1966

1968

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1976

1978

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1982

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1986

1988

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2000

2002

2004

Var

. % a

.a.

Brasil Coréia

Média = 6,7% a. a.

Média = 2,3% a. a.

Média = 7,4% a. a.

Média = 8,5% a. a.

-10

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1962

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1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

Var

. % a

.a.

Brasil Coréia

Média = 6,7% a. a.

Média = 2,3% a. a.

Média = 7,4% a. a.

Média = 8,5% a. a.

Page 26: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

A taxa de juros primários no Brasil tem uma média de 17.8% contra 4% da Coréia. Gráfico 3 - Taxa de Juros Real Primário

Fonte: Banco Mundial e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp A Coréia tem um volume do crédito maior do que o Brasil Gráfico 5 - Crédito ao setor Privado em % PIB (inclui mercado de capitais)

Fonte: Banco Mundial e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp

-30

-20

-10

0

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1992

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2000

2002

% a

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Brasil Coréia

Média (Coréia) = 4.0% a.a.

Média(Brasil) = 17,8% a.a.

13.8 p.p.

-30

-20

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0

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40

50

60

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1970

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1976

1978

1980

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2002

% a

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Brasil Coréia

Média (Coréia) = 4.0% a.a.

Média(Brasil) = 17,8% a.a.

13.8 p.p.

0

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1975

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1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

% d

o P

IB

Brasil Coréia

Page 27: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

O câmbio da Coréia se desvalorizou mais nos anos 70 e 80, e não viveu fortes valorizações nos 90 e 2000 Gráfico 4 - Taxa de Câmbio Real do Brasil e da Coréia

Fonte: Banco Mundial e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp Desde os anos 60 que a participação do Brasil nas exportações mundiais oscila em torno de 1%. A Coréia tem uma participação de quase 3% Gráfico 7 - % da Exportação Mundial

Fonte: Banco Mundial e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp

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2004

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ice

(196

6 =

100)

Brasil Coréia

Page 28: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

O Brasil só importa 0.7% de todas as importações mundiais, a Coréia importa 2,4% de todas as importações mundiais Gráfico 8 - % da Importação Mundial

Fonte: Banco Mundial e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp l O investimento no Brasil está em um patamar de 20,5% do P IB em relação ao da Coréia que está em torno de 31,7% Gráfico 6 - Formação Bruta do Capital Fixo - % PIB

Fonte: Banco Mundial e Banco Central da Coréia - Elaboração: Fiesp

0.0

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Média = 31,7%

Média = 20,5 %

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1970

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1972

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1975

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1978

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% P

IB

Brasil Coreia

Média = 31,7%

Média = 20,5 %

11,2 p.p.

Page 29: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Comparativo Brasil e china O PIB per capita do Brasil está estagnado desde os anos 80. A China teve um crescimento de quase 700% Gráfico 9 - PIB per capita do Brasil e da China

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Até 1980 a média do crescimento era próximo. Após 1980, o Brasil cresce a 2,3%a.a. e a China 9,6% a.a. Gráfico 10 - Var. % a.a. do PIB

Fonte: Banco Mundial e IBGE - Elaboração: Fiesp

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PIB

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Var

. % a

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Brasil China

Média = 7,4% a. a.Média = 2,3% a. a.

Média = 7,2% a.a.Média = 9,6% a.a.

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1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

Var

. % a

.a.

Brasil China

Média = 7,4% a. a.Média = 2,3% a. a.

Média = 7,2% a.a.Média = 9,6% a.a.

Page 30: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

A taxa de juros primários no Brasil tem uma média de 17.8% contra 2,9% da China

Gráfico 11 – Taxa de Juros Real Primária do Brasil e da China

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp O volume de crédito na China tem aumentado muito, enquanto o do Brasil está estagnado. Gráfico 13 – Crédito ao setor Privado em % PIB (inclui mercado de capitais)

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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Brasil China

Média(Brasil) = 17,8% a.a.

Média(China) = 2,9% a.a.

14.9 p.p.

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1986

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1992

1994

1996

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2000

2002

% a

.a.

Brasil China

Média(Brasil) = 17,8% a.a.

Média(China) = 2,9% a.a.

14.9 p.p.

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2005

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Brasil China

Page 31: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

O câmbio da China iniciou uma maior desvalorização após 1986 e não viveu fortes valorizações nos 90 e 2000 Gráfico 12 –Taxa de Câmbio Real do Brasil e da China

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Houve um grande salto das exportações da China após 1984. Atualmente está em aproximadamente 8% Gráfico 15 – % da Exportação Mundial

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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2005

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(198

0 =

100)

China Brasil

Page 32: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

As importações da China tiveram um grande aumento após 1981 e está no patamar de 7% Gráfico 16 – % da Importação Mundial

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp O investimento no Brasil tem uma média 20.5% do PIB. A China está com uma média de 37.4% e aumentando. Gráfico 14 – Formação Bruta do Capital fixo - %PIB

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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% P

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Brasil China

Média =37,4%

Média =20,5%

16,9 p.p.

Page 33: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Análise dos EUA Gráfico 17 – PIB per capita EUA

Fonte: Fed Stlouis - Elaboração: Fiesp

A Taxa média de Crescimento do PIB americano nos dois períodos é estatisticamente equivalente Gráfico 18 – Var. % a.a. do PIB EUA

Fonte: Fed Stlouis - Elaboração: Fiesp

-4.0

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Var

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.a.

Média = 3.1%Média = 3.8%

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Var

. % a

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Média = 3.1%Média = 3.8%

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1966

1969

1972

1975

1978

1981

1984

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1990

1993

1996

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Var

. % a

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Média = 3.1%Média = 3.8%

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PIB

per

cap

ita,

PP

P

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$ co

nst

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0)

Page 34: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

A taxa de juros média aumentou de 1.55%a.a. para 5.26% a.a. Gráfico 21 – Juros Real EUA

Fonte: Fed Stlouis - Elaboração: Fiesp O crédito nos EUA está no patamar de 200% do PIB Gráfico 20 – Crédito EUA

Fonte: Fed Stlouis - Elaboração: Fiesp

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Média = 172,7%

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1955

1958

1961

1964

1967

1970

1973

1976

1979

1982

1985

1988

1991

1994

1997

2000

2003

% d

o P

IB

Média = 172,7%

Média = 117,7%

-4.0

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.a.

Média = 1,55%

Média = 5,26%

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2.0

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1948

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2002

% a

.a.

Média = 1,55%

Média = 5,26%

Page 35: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

A Taxa de Câmbio Real americana tem uma média de 97.4 Gráfico 22 – Var % do PIB e Taxa de Câmbio Real EUA

Fonte: Fed Stlouis - Elaboração: Fiesp O Investimento nos EUA tem uma média de 19.3% do PIB Gráfico 19 – Formação Bruta do Capital Fixo - % PIB

Fonte: Fed Stlouis - Elaboração: Fiesp

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1994

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2002

% P

IB

Page 36: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Análise Alemanha Gráfico 23 – PIB per capita da Alemanha

Fonte: DEUTSCHE BUNDESBANK - Elaboração: Fiesp A média do crescimento nas últimas duas décadas na Alemanha foi de 4.8% a.a. Gráfico 24 – Var. % a.a. do PIB da Alemanha

Fonte: DEUTSCHE BUNDESBANK - Elaboração: Fiesp

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Var

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.a.

Média = 4,8% a.a.

Média = 9,3% a.a.

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1954

1957

1960

1963

1966

1969

1972

1975

1978

1981

1984

1987

1990

1993

1996

1999

2002

Var

. % a

.a.

Média = 4,8% a.a.

Média = 9,3% a.a.

-5

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1957

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1969

1972

1975

1978

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1984

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1990

1993

1996

1999

2002

Var

. % a

.a.

Média = 4,8% a.a.

Média = 9,3% a.a.

0

5,000

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20,000

25,000

30,000

1975

1977

1979

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1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

PIB

per

cap

ita,

PP

P

(US

$ co

nsta

nte

2000

)

Page 37: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

A taxa de Juros Real na Alemanha tem uma média de 7.9% a.a. Gráfico 27 – Juros Real na Alemanha

Fonte: DEUTSCHE BUNDESBANK - Elaboração: Fiesp O crédito na Alemanha está no patamar de 121% do PIB Gráfico 26 – Crédito na Alemanha

Fonte: DEUTSCHE BUNDESBANK - Elaboração: Fiesp

0

20

40

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80

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160

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% P

IB

Média = 121,4%

Média = 56,2%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1950

1953

1956

1959

1962

1965

1968

1971

1974

1977

1980

1983

1986

1989

1992

1995

1998

2001

2004

% P

IB

Média = 121,4%

Média = 56,2%

0

2

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1998

2000

2002

% a

.a. Média = 7,9% a.a.

0

2

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1978

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1992

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1996

1998

2000

2002

% a

.a. Média = 7,9% a.a.

0

2

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1978

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1996

1998

2000

2002

% a

.a. Média = 7,9% a.a.

Page 38: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

A taxa de câmbio da Alemanha tem uma média de 111,36 Gráfico 28 – Var. % do PIB e Taxa de Câmbio da Alemanha

Fonte: DEUTSCHE BUNDESBANK - Elaboração: Fiesp O investimento na Alemanha tem uma média de 21.9% do PIB Gráfico 25 – Formação Bruta do Capital Fixo - % PIB

Fonte: DEUTSCHE BUNDESBANK - Elaboração: Fiesp

-5

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2002

2004

Var

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1995

1998

2001

2004

% d

o P

IB

Média = 21.9%

0

5

10

15

20

25

30

1950

1953

1956

1959

1962

1965

1968

1971

1974

1977

1980

1983

1986

1989

1992

1995

1998

2001

2004

% d

o P

IB

Média = 21.9%

Page 39: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Educação Escolaridade do Brasil é de apenas 5 anos, média dos outros países da amostra é de 8 anos

Gráfico 29 - Média de anos de estudo da população acima de 15 anosFonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp O programa PISA analisa a qualidade do ensino nos países da OECD e países convidados. O Brasil está entre os piores Tabela 1 - Programe for International Student Assessment (PISA)

Fonte: OECD - Elaboração: Fiesp

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

-1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0

Crescimento do PIB per capita média (% a.a.)

Méd

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rid

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e 15

an

os

(em

20

02)

China

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Cingapura

Tailândia

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Indonésia

Malásia

Chile

Índia

Noruega

EUA

Japão

UKAlemanha

CanadáNova Zelândia

Hungria

Finlândia

Espanha

França

México

Colômbia

Brasil

Argentina

África do Sul

2000 34 34 34 34 -2003 41 35 35 35 37

Resolução de Problemas (ranking

do Brasil)AnoN° de Países Participantes

Interpretação de Texto (ranking

do Brasil)

Matemática (ranking do

Brasil)Ciência (ranking

do Brasil)

Page 40: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Participação dos Setores no PIB e PIB per capita Gráfico 30 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita do Reino Unido

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 31 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da África do Sul

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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PIB Agricultura PIB Industria PIB Serviços PIB pc

Page 41: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 32 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Colômbia

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 33 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Espanha

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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4000

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6000

7000

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e 20

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PIB Agricultura PIB Industria PIB Serviços PIB pc PPP

Page 42: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 34 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Nova Zelândia

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 35 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da França

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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PIB Agricultura PIB Industria PIB Serviços PIB pc PPP

Page 43: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 36 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Alemanha

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 37 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita do Japão

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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PIB Agricultura PIB Industria PIB Serviços PIB pc PPP

Page 44: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 38 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Coréia

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 39 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Irlanda

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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PIB Agricultura PIB Industria PIB Serviços PIB pc PPP

Page 45: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 40 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Argentina

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 41 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita do Brasil

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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PIB Agricultura PIB Industria PIB Serviços PIB pc

Page 46: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 42 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Rússia

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 43 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita do Chile

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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, PP

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PIB Agricultura PIB Indústria PIB Serviços PIB pc PPP

Page 47: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 44 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da China

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 45 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Austrália

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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200

0)

PIB Agricultura PIB Indústria PIB Serviços PIB pc PPP

Page 48: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 46 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Finlândia

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 47 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Noruega

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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Gráfico 48 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita da Hungria

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp Gráfico 49 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita do Canadá

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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Page 50: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Gráfico 50 – Participação dos Setores no PIB e PIB per capita dos EUA

Fonte: Banco Mundial - Elaboração: Fiesp

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VI. Instrumentos de política industrial utilizado pelos países A seguir relacionamos em uma tabela resumo, algumas das principais variáveis sócio-econômicas para o Brasil e para dez países selecionados. São eles, da América do Norte e Europa, listamos Alemanha e Estados Unidos, da Ásia selecionamos Japão, Coréia, Malásia, China e Índia, e da América Latina escolhemos México, Chile e Argentina. Haja vista que outros aspectos macroeconômicos já foram tratados em seções anteriores, a análise dessas variáveis está focada em quatro temas: crédito, investimentos, tecnologia e exportação. Os juros nominais brasileiros em 2003 giravam em torno de 67,1% a.a., os maiores do mundo. A Argentina, em plena crise, registrava juros nominais em torno de 19,1%. Países como China e Coréia apresentavam taxas muito mais baixas, respectivamente 1,2 e 2,5% a.a. Já no que se refere ao crédito, o Brasil apresentava uma taxa de 34% do PIB, o que era melhor que os números apresentados por países como México (18,5%) e Índia (32,0%). Entretanto, esse valor é pequeno frente aos 63,3% apresentados pelo Chile e ainda menor quando comparado a países como Malásia (141,8%) e China (147,2%). O resultado dessa descrepância não poderia ser outro. Enquanto os países como Chile, Coréia e China apresentavam Formação Bruta de Capital Fixo de respectivamente 24,0, 29,0 e 44,0% do PIB, o Brasil verificou parcos 18%. No que se refere à tecnologia, o Brasil apresenta gastos em P&D proporcionalmente maiores que os demais países da América Latina, 1,1% do PIB enquanto a Argentina gastava apenas 0,4, o Chile 0,5 e o México apenas 0,4% do PIB. Entretanto, a realidade de países com tradição exportadora tais como a Coréia e o Japão apresentavam respectivamente de 2,5 e 3,1% do PIB. A China, por sua vez, gastou em 2003 cerca de 1,2%. O número de patentes registradas por residentes reflete o esforço apresentado acima. O Brasil possui cerca de 6,5 mil registros, valor significativamente maior que o dos países latino-americanos citados acima. Entretanto, esse número parece tímido quando comparado aos registros de China, Coréia e Japão, respectivamente 40,3, 76,9 e 371,5 mil patentes. Percebe-se uma relação entre os gastos em P&D também com a participação dos produtos de alta tecnologia nas exportações. Exceção feita ao México, cujas exportações de produtos de alta tecnologia representava 16,1% das exportações totais, todos os demais países latinos apresentavam resultados piores que os verificados pelo Brasil, 5,4%. Os produtos de alta tecnologia representavam apenas 0,4% das exportações chilenas e 2,1% das exportações argentinas. A realidade dos países asiáticos era radicalmente diferente. China alcançava 22,2, Coréia, 24,7, e Malásia, 39,7% de participação dos produtos de alta tecnologia na pauta de exportação.

Page 52: O presente trabalho foi realizado para o Seminário

Finalmente, cabe notar que, embora a indústria manufatureira no Brasil tenha uma maior participação no PIB que suas congêneres nos demais países latino-americanos, em relação ao países asiáticos cuja estratégia de desenvolvimento baseou-se em clara política industrial, os valores verificados parecem ser pequenos. No Brasil a participação da indústria manufatureira no PIB era de 19,2%, no México era 18,2% e no Chile 14,1%. Já na Coréia, Malásia e China eram respectivamente 26,3, 30,8 e 44,5% do PIB. Com o intuito de estimular o debate e tendo em vista os indicadores sócio-econômicos abordados na tabela, apresentamos também um resumo apenas descritivo e histórico das políticas industriais adotadas por estes mesmos países com base no estudo “Políticas Industriais em Países Selecionados” (IEDI2, 1998), para Brasil foi feita alguma atualização, principalmente com relação PITCE de 2004, já para Argentina e China foi realizado um resumo a partir de um levantamento específico. Esse estudo, embora antigo, continua a ser um das mais abrangentes e exaustivas análises sobre o assunto publicadas no Brasil. Além disso, a precedência histórica das políticas nos permite entender o que foi feito para gerar os resultados observados acima.

2 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.

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Tabela – Indicadores Sistêmicos para Países Selecionados - 2003 PAÍS Alema-

nha Estados Unidos

Japão Coréia Malá-sia

China Índia México Chile Argen-tina

Brasil

RANK IC-FIESP 2003 9 1 4 17 25 28 41 36 34 31 39 PIB (em bilhões de US$ correntes) 2003 2.403 10.949 4.301 605 104 1.417 601 626 72 130 492 PIB per capita (em mil US$ PPP) 2003 27,6 37,4 28,2 17,9 9,7 5,0 2,9 9,1 10,2 11,6 7,8 Crescimento real do PIB per capita (em %) 94-03 10,9 20,4 9,9 43,7 23,9 93,4 45,8 9,0 31,8 (6,2) 6,8 PIB da indústria* (em % do PIB) 2003 29 26 29 39 43 53 26 26 40 32 37 PIB da Indústria Manufatureira (em % do PIB) 2003 20,5 14,6 20,7 26,3 30,8 44,5 15,6 18,2 14,1 16,4 19,2 Carga tributária total (em % do PIB) 2003 36,1 28,6 27,1 24,4 18,5 16,8 17,3 17,8 19,6 20,9 34,0 Média de escolaridade (acima de 15 anos) 2003 10 12 10 11 7 6 5 7 8 9 5 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2003 0,930 0,944 0,943 0,901 0,796 0,755 0,602 0,814 0,854 0,863 0,792 Juros nominais de curto prazo (em % a.a.) 2003 9,7 4,1 1,8 6,2 6,3 5,3 11,5 6,9 6,2 19,1 67,1 Crédito ao setor privado (em % do PIB) 2003 117,3 238,7 102,4 103,8 141,3 147,2 32,0 18,5 63,3 10,8 34,6 FBCF (em % do PIB) 2003 18,0 18,0 24,0 29,0 21,0 44,0 24,0 20,0 24,0 15,0 18,0 Gastos em P&D (% do PIB) 2003 2,5 2,7 3,1 2,5 0,7 1,2 0,8 0,4 0,5 0,4 1,1 Patentes residentes (em mil registros) 2003 80,7 198,3 371,5 76,9 N/D 40,4 0,2 0,6 0,2 - 6,5 Alta Tecnologia nas Exportações (em %) 2003 11,9 N/D 20,8 24,7 39,7 22,2 2,5 16,1 0,4 2,1 5,4 Exportações líquidas Manufaturas (em % do PIB) 2003 8,5 (3,7) 5,1 10,7 8,1 4,7 0,7 (2,9) (13,9) (2,8) 0,3 Fonte: IMD, Banco Mundial, Fiesp e FMI. * Inclui mineração, construção, serviços de utilidade pública e petróleo.

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Alemanha

1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.2 Principais características

Em 1996, foi lançado o Programa de Crescimento e Emprego, cujo escopo foi: cortes nos gastos públicos, reduções nos impostos visando estimular o setor produtivo e outros instrumentos de ajuste estrutural.Algumas ações decorrentes, referiram-se-a simplificação do sistema tributário, e aumento da base de tributação.Só para se ter uma idéia, em 17 anos a carga tributária que incidia sobre as empresas passou de 37% para 25%.

2. Política Comercial 2.1 Financiamento Diferentes entidades governamentais e semi-governamentais, no oferecem programas de financiamento para exportações. O próprio governo tem uma política integrada para o apoio à exportação, mediante a concessão de garantias e de crédito às exportações 2.2 Promoção Comercial São oferecidos aos exportadores serviços dos setores econômicos das embaixadas, das câmaras de comércio e do Federal Office of Foreign Trade Information (OCDE, 1996a).O governo oferece programas especiais de assistência à exportação. Estes recursos visam, fundamentalmente, a promoção de vendas dos produtos exportados pelas empresas, A forma mais usual de apoio consiste em possibilitar o acesso à feiras comerciais no país e no exterior. 2.3 Defesa Comercial A Alemanha exige rígidos padrões de segurança que dificultam a acesso externo ao seu mercado doméstico. Esses padrões de qualidade e desempenho podem exigir tanto a modificação nos produtos importados como algum tipo de certificação decorrente das normas que são estabelecidas pelo Instituto Alemão de Padronização (Deutscher Industrie Normenausschuss– DIN). A organização responsável pela execução de testes é a Associação de InspeçãoTécnica (Technischer Ueberwachungsverein – EV). As organizações de inspeção técnica costumam ser companhias privadas

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encarregadas pelos diversos Estados alemães de testar e inspecionar produtos com base nos padrões estabelecidos pelo DIN. Algumas das mais importantes “chancelas” para os produtos comercializados no mercado alemão são a Gepruefte Sigherheit (GS) para componentes mecânicos, e a Verbano DeutscherElektrotechiker (VDE), para componentes eletrônicos. Ainda que ambos os selos não sejam obrigatórios, eles são muito importantes para ampliar as chances de sucesso de um produto no mercado alemão.

3. Política de Desenvolvimento Industrial 3.1 Institucionalidade A participação do Estado no desenho e implementação das estratégias para aumento da competitividade no setor produtivo tem sido um elemento fundamental da política industrial e tecnológica na Alemanha desde a crise do petróleo dos anos 70. O formato e intensidade dessa intervenção sofreu modificações consideráveis a fim de adaptar-se às transformações na estrutura produtiva e na própria concepção sobre a natureza que assume o processo de inovação tecnológica no setor industrial. Ao longo deste texto destacaremos quais os tipos de articulação institucional presentes na implementação das Políticas, seja em Tecnologia , seja para MPME´s. 3.2 Desenvolvimento regional As Políticas de Desenvolvimento Industrial e Teconológico na Alemanha são descentralizadas nos diferentes âmbitos de governo (supra nacional, nacional, estadual ou local), seguindo uma tendência da maioria das economias industrializadas, porém presente na Alemanha desde muito cedo. Desde 1972, através de um programa que visa a melhoria da estrutura econômica regional (Gemeinschaftsaufgabe Verbesserung der Regionalen Wirtschaftsstruktur), o Governo Federal participa em forma conjunta com as Länder do financiamento do desenvolvimento regional. Neste programa o Governo Federal e as Länder contribuem igualmente no custo de projetos relacionados à instalação, expansão ou reorganização de empreendimentos que garantam a criação ou manutenção do emprego em áreas determinadas em comum acordo pelos diferentes âmbitos governamentais. Como resultado da própria estrutura administrativa do governo federal alemão, as Länder (estados) e os governos locais assumem um papel fundamental nas políticas de desenvolvimento econômico regional. Cumpre destacar que esse processo desenvolve não somente no planejamento de ações, mas também no financiamento do investimento industrial, na constituição de infra -estrutura, criação de mecanismos de transferência de conhecimentos, etc

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Este princípio de descentralização e de fortalecimento regional viabilizou-se através de um conjunto de medidas voltadas para a modernização das Länder( Estados) , antigos integrantes da Alemanha Oriental, dentre os quais destacam-se :

ü Foi reforçada a Capacidade de pesquisa e o Apoio tecnológico às

empresas situadas nas novas Länder, tendo em vista a necessidade de completar o processo de transição iniciado após a unificação, através de programas de financiamento as atividades de PeD ( pessoal, cooperação instituto de pesquisa – empresas,incubadoras e parques tecnológicos)

ü No segmento das PMEs o apoio do governo, em todos os níveis, procurou

focalizar o financiamento de programas de consultoria externa, treinamento e a capacitação gerencial. Em especial na melhoria nas condições de promoção devendas e marketing das empresas ali estabelecidas.

ü Promoção de Investimentos privados e novos empreendimentos através

do apoio financeiro extensivo do governo; ü Construção e expansão da Infra-estrutura física e humana;

ü O financiamento destas iniciativas foi viabilizado tanto pela participação

direta doGoverno Federal no Projeto Upswing East, como através de fundos supra nacionais oriundos do European Recovery Program (ERP). Os investimentos resultantes da implementação destes programas foram acompanhados por reformas complementares visando reduzir a carga tributária incidente sobre as empresas e o impacto decorrente do custo da mão-de-obra, considerado elevado pelos padrões internacionais.

ü A avaliação oficial dos resultados alcançados destaca que foram criados

mais de 4 milhões de novos empregos e reconstruído o segmento de pequenas e médias empresas.

3.3 Desenvolvimento Setorial

As mudanças foram principalmente na direção de um apoio dirigido a novas indústrias (que incorporam tecnologias genéricas ou que desenvo lvam novas atividades), mas em alguns casos se dirigiram a setores tradicionais.

Dentre os setores e formas de intervenção destacam-se: ü “Agregados industriais estratégicos” e clusters industriais, onde a política

industrial é vista de uma maneira mais ampla, envolvendo empresas de diferentes setores e atividades com as tecnologias de informação e comunicações jogando o papel central (OCDE 1996a), cujo objetivo foi de internalizar a microeletrônica.

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ü Década de 90, apoio aos setores aeroespacial e de construção naval.

o Construção Naval: Ampliação dos programas já existentes , para

incentivar a construção naval nas novas Länder , contendo apoio financeiro especial na forma de subsídios, com autorização da União Européia.

o Indústria aeroespacial: o governo procurou fortalecer a cooperação

internacional, principalmente no âmbito da União Européia, através da participação em programas como da Airbus, Columbus e Hermes.

Programa setorial para a área de Biotecnologia (1995), enfocado sob a ótica da dinâmica inovativa regional (redes, Universidade-empresa, bancos locais etc). Foi aplicado em três regiões. Na primeira fase as empresas receberam apoio do Governo Federal através de financiamentos para cobrir até 50% dos custos de investimento para estabelecimento de uma infra -estrutura de P&D. No decorrer de cinco anos, as regiões selecionadas receberam um tratamento preferencial do Governo Federal para o financiamento de projetos que envolvam instituições de pesquisa e empresas no desenvolvimento de produtos e processos em Biotecnologia.

3.4 Desenvolvimento de MPE`s O governo alemão conta com uma ampla variedade de programas e mecanismos de apoio ao segmento das pequenas e médias empresas. Estes programas envolvem mecanismos de apoio financeiro direto, como programas específicos voltados para atividades de Pesquisa e Desenvolvimento, incentivos fiscais ou mesmo auxílio não financeiro na forma de consultorias técnicas e treinamento gerencial. Do mesmo modo, tais programas resultam de ações planejadas e implementadas no âmbito do Governo Federal ou em forma conjunta com governos das Länder, governos locais ou mesmo através das iniciativas de cooperação econômica desenvolvidas pela União Européia. O Deutsche Ausgleichsbank (DtA) e o Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), são as principais agências de fomento do Governo Federal e dispõem de diferentes linhas de crédito com juros subsidiados para as PMEs, muitas vezes com condições especiais que são aplicadas aos novos Estados. As linhas de crédito favorecem os investimentos em empreendimentos com longo prazo de maturação e permitem a aquisição de terrenos, construção, instalações industriais e compra de equipamento.

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O DtA – Deutsche Ausgleichsbank, por exemplo, dispõe de um programa específico direcionado ao estabelecimento de novos empreendimentos através do financiamento de iniciativas que envolvem: ü estabelecimento de profissionais liberais ou empresas. ü consolidação de empresas até os primeiros oito anos de existência através

do estabelecimento de filiais, expansão ou adaptação da linha de produtos ou serviços, aquisição de instalações próprias, etc. ü investimentos na inovação de produtos e processos. ü aquisição de companhias privatizadas pelo setor público. ü suplementação de financiamentos obtidos em programas de apoio do DtA.

O programa financia um montante máximo de DM 4 milhões tendo em vista um limite de cobertura de até 75% dos investimentos e com um prazo de amortização entre 10 e 20 anos (BMWi, 1997). Outra forma de apoio às PMEs adotada pelo Governo Federal e governos das Länder consiste na concessão de garantias para contratação de financiamentos e incentivos fiscais. O Ministério Federal de Educação, Ciência, Pesquisa e Tecnologia (BMBF), dispõe de programas voltados para o desenvolvimento de capacidade de inovação nas PMEs que focalizam as atividades de P&D em áreas selecionadas como: eletrônica, biotecnologia,novos materiais, tecnologia em laser, pesquisa polar, pesquisa e tecnologia marinha, aeronáutica, energia, transportes e construções. Esses programas, entretanto, pressupõem um nível elevado de qualificação tecnológica para a inserção de pequenas e médias empresas, tanto em termos materiais como em termos de pessoal capacitado. Existem ainda os Programas de Pesquisa Cooperativa que procuram incentivar as PMEs a estabelecer atividades conjuntas na área de P&D na Alemanha e no Exterior, mediante a concessão de apoio financeiro para projetos de pesquisa e desenvolvimento cooperativos envolvendo pelo menos duas empresas (nacionais ou transnacionais), desde que seja estabelecido um contrato com os objetivos a serem alcançados. A participação financeira do Estado no programa é inversamente proporcional ao número de empregados nas empresas. Os limites de financiamento podem chegar a DM 500 mil nos casos em que o projeto de P&D envolve empresas nacionais e transnacionais ou DM 300 mil nos casos em que os projetos são totalmente nacionais (BMWi,1997). O segmento das PMEs também recebe um tratamento diferenciado para depreciação de ativos que apresentem um valor base de DM 240 mil e ativos que não sejam superiores a DM 500 mil. A depreciação acelerada, neste caso, envolve um percentual de até 20% do custo de aquisição dos novos ativos, durante um

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período de cinco anos, em complementação à depreciação normal. Este tipo de incentivo tem sido muito utilizado, particularmente, nos novos Estados oriundos do processo de unificação.

5 Tecnologia

5.1 Características e Premissas

De modo semelhante aos demais países da OCDE os programas de difusão tecnológica alemães apresentam freqüentemente uma dimensão regional. O caráter diffusion-oriented da política tecnológica alemã se reflete na adoção de programas e instrumentos voltados para o apoio a determinadas tecnologias de uso genérico e na promoção de diversas instituições públicas e privadas, voltadas para transferência tecnológica ao setor produtivo. O importante, porém, é que o entendimento do processo de difusão tecnológica, no caso alemão, significa uma visão de que inovação e difusão de tecnologias são partes de um mesmo processo. 5.2 Institucionalidade das Políticas Tecnológicas.

Em 1994 foi criado o Ministério Federal de Educação, Ciência, Pesquisa e Tecnologia (BMBF). O ministério responde pela maior parte dos recursos investidos na área de P&D. O apoio financeiro focaliza quatro áreas prioritárias: ü Instituições e organizações que desempenham atividades de P&D; ü Projetos de P&D do setor produtivo empresarial; ü Pesquisas em áreas especiais, independentemente da instituição ou firma

responsável pelo projeto; ü Construção e expansão de universidades e de infra-estrutura de P&D.

O Ministério Federal da Defesa (BMVg) e o Ministério Federal da Economia (BMWi) também direcionam parte de seus recursos para a área de Pesquisa e Desenvolvimento. Em 1995 foi criado um Conselho para Pesquisa, Tecnologia e Inovação, ligado ao gabinete do primeiro-ministro, com representantes de alto nível de instituições privadas, institutos de pesquisa e trabalhadores para discutir especificamente os obstáculos à inovação nos setores de alta tecnologia (particularmente tecnologias de informação e comunicações). Do mesmo modo, as chamadas instituições-ponte, vinculadas à transferência de conhecimentos e capacitação tecnológica do setor produtivo, desempenham um papel fundamental no perfil da política tecnológica alemã. É possível diferenciar três tipos ou formas distintas que assumem estas instituições-ponte, de acordo com o grau de proximidade que apresentam em relação ao setor produtivo. Em primeiro lugar, encontram-se as organizações vinculadas às Câmaras de Comércio ou Associações Industriais que constituem uma importante fonte de

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informação acerca das demandas tecnológicas dos diferentes setores e/ou segmentos industriais e que operam como mediadoras com os Centros de Pesquisa e Universidades. Em segundo lugar, encontram-se Centros de Pesquisa independentes, que recebem apoio financeiro das Câmaras de Comércio e Conselhos Municipais, e que atuam na qualificação tecnológica, principalmente, no segmento das pequenas e médias empresas ou em novos empreendimentos. O terceiro tipo reúne as instituições que mantêm vínculos fortes com Centros de Pesquisa e Universidades, e que podem operar com testes e outras formas de padronização de procedimentos tecnológicos para o setor produtivo. No universo de instituições que operam com o apoio direto ao desenvolvimento científico e tecnológico na Alemanha, atualmente, pode-se destacar as seguintes: ü Conselho Alemão de Pesquisa – DFG (Deutsche

Forschunsgsgemeinschaft) conta com a participação conjunta do Governo Federal e dos governos estaduais e constitui-se na principal organização de promoção das atividades vinculadas à C&T na Alemanha, além de atuar como principal instância consultiva na promoção de políticas voltadas à C&T.

Dentre as suas principais atribuições encontra-se o financiamento de projetos de pesquisa, pesquisa cooperativa e a promoção à novos cientistas. ü O DAAD – (Deutscher Akademischer Austauschdienst), Serviço Alemão de

Intercâmbio , cujo principal instrumento de apoio são as bolsas de estudo ü Arbeitsgemeinschaft industrieller Forschungsvereinigungen (AiF) é uma

associação que envolve mais de 100 organizações de pesquisa no setor industrial, cuja ênfase é a pesquisa aplicada e desenvolvimento voltado para o apoio às PMEs. O financiamento das atividades dessa organização tem a participação do Ministério Federal da Economia e da própria indústria.

ü Sociedade Fraunhofer (FhG) também conta com o apoio conjunto do

Governo Federal e dos governos estaduais e constitui -se numa organização sem fins lucrativos que conta com 47 instalações para pesquisa aplicada e duas para prestação de serviços. Além de trabalhar mediante contratos de pesquisa que atendem à demandas tanto do setor privado como do setor público, a Sociedade opera com linhas de pesquisa próprias. As principais áreas com as quais a Sociedade Fraunhofer trabalha incluem: microeletrônica; tecnologia da informação; automação, tecnologia de produção, materiais e componentes, engenharia de processos; engenharia energética e estrutural, meio-ambiente, saúde e estudos tecnoeconômico

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Além destas instituições com o apoio governamental, a Alemanha conta com diversas outras, como a Stifterverband ou a Fundação Volkswagen, que dispõem de fundos oriundos de organizações sem fins lucrativos não governamentais e que operam no apoio financeiro à projetos relacionados ao desenvolvimento científico e tecnológico do setor produtivo. Existem ainda cerca de 56 instituições federais que desempenham atividades de pesquisa e desenvolvimento vinculadas à áreas de interesse específicas ao diferentes ministérios aos quais se filiam. 5.3 Mecanismos de incentivo e financiamento a Inovação 5.3.1 Sistema Tributário O sistema tributário alemão permite esquemas de depreciação acelerada para gastos de capital envolvendo atividades de P&D. Nos casos em que os ativos são totalmente utilizados para fins de P&D aplica-se um percentual de 40%. Para os casos em que mais de 2/3 são utilizados para fins de P&D o percentual é de 15% e nos casos em que a utilização do ativo para fins de P&D se encontra entre 1/3 e 2/3 o percentual cai para 10%.

5.3.2 Recursos Financeiros Públicos Do ponto de vista do montante de recursos financeiros públicos alocados pode-se afirmar que os instrumentos financeiros de caráter genérico compreendem (Mathes, 1994): ü contribuição para gastos de P&D ligados a pessoal de pesquisa – o

Ministério de Assuntos Econômicos subsidia pessoal de P&D das empresas tanto já contratado quanto para novas contratações – para pessoal já contratado os subsídios são de até 40% do salário bruto, sujeito a um teto máximo de DM 120000/ano por empresa; após 5 anos o percentual se reduz a 25% e o subsídio termina após o sétimo ano; para novas admissões o subsídio é de 55% do salário bruto, sujeito a um teto máximo de DM 250000/ano se a empresa tem menos de 500 empregados; tal percentual é gradualmente diminuído no caso de empresas maiores;

ü contribuição para investimentos em P&D – trata-se de subsídios para a

aquisição de capital intangível (por exemplo, patentes), bens móveis e imóveis no montante de 20% do custo total sujeito a um teto máximo de DM 500000 por ano;

ü promoção de empresas Technology-oriented – trata-se de uma forma de

apoio que varia segundo a fase do projeto: na fase de estudos a contribuição chega a 90% dos custos (até DM 54000); na fase de P&D, a contribuição cobre 75% dos custos (até DM 900000); na fase final, de lançamento do produto é prevista uma garantia de até 50% dos custos (até DM 1600000);

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ü consórcio de pesquisas entre empresas e institutos de pesquisa – o objetivo

é o de favorecer a formação de jovens pesquisadores que irão trabalhar em empresas, através de seu amadurecimento técnico em institutos de pesquisa; o programa prevê apoio financeiro por três anos (DM 45000 no 1º ano, DM 40000 no 2º ano e DM 35000 no 3º ano) a empresas que empreguem pesquisadores que desenvolvam projetos de seu interesse em institutos de pesquisa em áreas ligadas às novas tecnologias (eletrônica, biotecnologia, robótica, etc.);

ü Instituto de Crédito para a Reconstrução – fornece empréstimos a taxas

preferenciais a empresas; o apoio refere-se a investimentos de longo prazo para criação, manutenção ou expansão de firmas, despesas de materiais e mão-de-obra para projetos de melhoria de produção e/ou introdução de novos produtos.

No que se refere ao apoio a setores específicos, o apoio compreende: ü Programa para o Desenvolvimento da Tecnologia Industrial – o apoio é

fornecido para desenvolvimento de sistemas aplicativos baseados em computadores (até 40% do custo total sujeito a um te to máximo de DM 400000 por empresa), de robots e sistemas operativos (mesmo percentual com um teto de DM 800000 por empresa);

ü Project Forderung – programa através do qual o governo federal, via o setor

financeiro,subsidia a P&D industrial em setores de novas tecnologias (energia, informática,biotecnologia, etc.); a contribuição é de 50% do custo previsto, mas se o projeto é considerado de interesse público a contribuição pode ser maior;

ü Programa para a automação de fábrica Productik – o programa se propõe a

apoiar a indústria na introdução de tecnologias avançadas; financia até 40% de custos de pessoal de P&D, pesquisa e consultoria externa e realização de protótipos; o programa atinge três áreas principais: a) DM 350 milhões para os setores de CAD/CAM e robótica; b) 148 milhões para projetos nos setores de automação flexível e controle de qualidade; c) DM 32 milhões para estudos de viabilidade e para o laboratório de CAD ‘Karlsruhe’;

ü Programa ‘Aplicações de Microeletrônica’ – o programa visa incentivar a

aplicação e difusão da microeletrônica em produtos industriais de setores específicos (eletrônica, robótica, biotecnologia, etc.); empresas que desenvolvam novos produtos, em tais setores, que incorporem componentes eletrônicos, com pelo menos 400 horas de pesquisa, obtêm financiamento (40% dos gastos em P&D e 20% do custo de investimento) – máximo de DM 800000;

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ü Programa ‘Tecnologia Física’ (PPT) – objetiva sustentar a pesquisa básica em física e acelerar sua aplicação.; os temas prioritários são: laser, plasma, altas temperaturas, imagens eletrônicas e superfície); este programa tem caráter de apoio direto, sem condições a priori e é direcionado a empresas e institutos de pesquisa;

ü Programa Especial para Tecnologia de Produção Fertigungstechnik –

programa que visa automação de escritórios e fábricas do ponto de vista organizacional; financia até 50% dos custos para empresas e 75% para institutos de pesquisa.

Conforme acima apontado, no âmbito do Governo Federal, os programas tecnológicos assumem duas direções claras. Por um lado, prestam auxílio direto à projetos de P&D para o desenvolvimento de novos produtos ou processos. Por outro lado, concedem incentivos indiretos a fim de estimular o processo de difusão tecnológica tanto pelo fortalecimento da capacidade de absorção das empresas como pelo apoio à P&D cooperativa. Em termos monetários, os esquemas de apoio direto e financiamento a programas de P&D assumem uma importância muito maior do que os de incentivo indireto. Entretanto, os esquemas de apoio indireto desempenham um papel fundamental na melhoria desenvolvimento das atividades de P&D relacionadas ao segmento das pequenas e médias empresas que têm uma participação menos ativa nos programas de P&D do governo, em comparação com a grau de inserção das grandes empresas. Dado que a participação do setor privado nos programas de P&D do governo apresenta variações de acordo com o tamanho das empresas, verifica-se também que os programas promovidos pelas Länder costumam apresentar um perfil mais adequado para os segmentos PMEs.

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5.3.3 Recursos financeiros para empresas estrangeiras Na Alemanha, empresas estrangeiras legalmente estabelecidas dispõem de acesso aos fundos de P&D , financiados pelo governo, desde que cumpram certos critérios de seleção. Tais critérios envolvem a manutenção de uma determinada estrutura de P&D no país e o cumprimento da legislação para transferência dos resultados da P&D para o exterior.

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Estados Unidos 1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.1 Características gerais ü O arcabouço institucional-regulatório que regula a atuação das empresas

americanas caracteriza-se por duas particularidades:

o As medidas regulatórias tendem a ser definidas através de parcerias público privada, ou a partir da análise da representação dos interesses privados, expressos e organizados em lobbies empresariais (institucionalizados e regulamentados) junto aos poderes executivo (agências governamentais) e legislativo;

o As medidas de orientação da conduta empresarial (política anti-truste, política de normatização, política fiscal e política de compras do governo).

o A concorrência administrada visando assegurar um certo grau de concorrência

1.2 Políticas e Institucionalidade 1.2.1 Política Industrial ü A política industrial americana assume caráter ativo através das seguintes

políticas:

o política de compras governamentais (Buy America Act);que estabelece:

o Compras Governamentais de empresas locais o Requisitos de conteúdo local no produto comprado pelo Governo o Incentivos a compras de PME`s e de regiões com altos índices de

desemprego.

Esta política complementa-se por três políticas adicionais : ü política de segurança nacional (National Security Act e Defence Production

Act);para a área de defesa e segurança nacional ü política industrial (Competition in Contracting Act);que em uma análise caso

a caso pode permitir que as Agências Governamentais orientem suas compras com base em objetivos de Mobilização Industrial

ü política aero-espacial (National Space Policy Directive)., voltadas para

aquisições relacionadas a este setor.

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O National Competitiveness Act de 1993, enfatizou uma série de prioridades, dentre as quais se incluem: medidas fiscais de incentivo à P&D; investimentos em infra-estrutura tecnológica; promoção de tecnologias avançadas de produção; apoio ao desenvolvimento de uma nova geração de automóveis; melhoria das tecnologias de educação e formação de recursos humanos; investimento na economia de energia. 1.2.2 Institucionalidade A Competitivenesss Strategy for América (1993)- apresentando uma série de recomendações nas áreas de educação e treinamento, tecnologia, infra-estrutura pública, política comercial e investimento privado. Assim, as novas políticas industriais são baseadas em três orientações básicas. Uma refere -se a vertente econômico social, a segunda a aspectos de Governo e a terceira tem o seguinte escopo : ü reconstrução industrial (putting America to work) em termos setoriais, com a

reconversão da indústria militar sendo o aspecto mais importante; ü restruturação do ambiente industrial: revitalização do investimento,

restruturação das cidades e da infra -estrutura, redução dos déficits, etc.; ü melhoria da posição comercial internacional, de medidas específicas que

incluem medidas protecionistas, pela matriz do NAFTA e ALCA, pela reforma das missões comerciais nas embaixadas norte-americanas, etc.

ü uma série de medidas para favorecer as iniciativas locais (bancos de desenvolvimento locais, auxílios a clusters industriais, etc.).

Dentre os focos de atuação destacam-se: o apoio as MPE´s através do SBA( Small business Association) , a prioridade dada aos setores aeroespacial , energia e complexo industrial militar.

2. Financiamento ao Investimento Produtivo

O padrão de financiamento das empresas americanas é diferente do padrão de financiamento das empresas européias e japonesas: ü As empresas européias e japonesas tendem a financiar seus investimento

com empréstimos de bancos que possuem participação acionária nas empresas;

ü As empresas americanas tendem a financiar seus investimentos,atraves do mercado de capitais ,com lançamento de ações em grande parte adquiridas por fundos de pensão.

ü O padrão de financiamento das empresas americanas requer que as

empresas apresentem uma rentabilidade maior no curto prazo.

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3. Relações de Comércio Internacional

Basicamente são aplicados dois princípios: ü O primeiro é o de extraterritorialidade, característico do sistema legal norte-

americano aplicado principalmente nas áreas de meio ambiente, setor financeiro, impostos e controle das exportações. O princípio consiste na aplicação extraterritorial da legislação interna no que se refere a induzir pessoas e empresas cuja sede se encontra em outras partes do mundo, a seguir as leis e políticas norte-americanas fora dos EUA.

ü O segundo princípio da política comercial é o de uni lateralismo, o qual

fundamenta sanções unilaterais ou medidas de retaliação contra países ou empresas. Tais medidas são unilaterais pois baseiam-se na avaliação norte-americana sobre o comportamento comercial de um outro país – ou de sua prática administra tiva e legislativa – sem referência, e até em certos casos, em contradição, com regras multilateralmente acordadas.

Decorrente destes dois princípios, a Política de Defesa Comercial possui instrumental que possibilita a aplicação de barreiras não-tarifárias (resultante da implementação de práticas protecionistas de natureza retaliatória). Neste aspecto, destacamos:

o Seção 201: baseia-se no estabelecimento de uma proteção temporária – na forma de restrições ao comércio – a indústrias desfavoravelmente afetadas pela concorrência de produtos importados, mesmo que estes não incorporem qualquer tipo de subsídio que facilite a sua colocação no mercado americano. Este tipo de proteção pode ser estabelecida em função de declínio de vendas, produção, lucros e emprego, a partir de petições formuladas por firmas individuais, associações empresariais, sindicatos e diversos órgãos do governo (US Trade Representative, House Ways and Means Committee, Senate Finance Committee). As petições de proteção são avaliadas pela International Trade Commission (ITC), que recomenda alguma linha de ação para a Presidência. O Omnibus Trade and Competitiveness Act de 1988 fortaleceu a abrangência da seção 201, ao criar a possibilidade de proteção em função da perda de market share por empresas norte- americanas em indústrias específicas.

o Seção 301: envolve a regulamentação de ações para contestar

práticas discriminatórias implementadas por outros países contra produtos ou empresas norte -americanas. Neste sentido, o Omnibus Trade and Competitiveness Act de 1988 delegou autoridade ao US Trade Representative (USTR) para adotar medidas neste sentido, que podem envolver medidas tomadas por outros países que violam

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acordos internacionais de comércio, como também ações de outros governos que toleram medidas anticompetitivas no plano doméstico e que resultam em restrições a compras de produtos norte-americanos.

o Seção 701 e 731: A seção 701 emendada ao Tariff Act de 1930

autoriza o Departamento de Comércio a examinar reclamações contra importações que tenham recebidos subsídios na produção ou exportação de governos do exterior, enquanto a seção 731 do Antidumping Act de 1921 o autoriza a investigar reclamações quanto a práticas de dumping realizadas por empresas que exportam para os EUA.

4. Tecnologia O sistema de inovação americano se baseia nos gastos do governo:

ü O governo federal financiou entre 50 e 70% dos gastos totais em P&D,

público e privado; ü Os gastos militares financiam atividades de P&D em setores intensivos em

tecnologia. ü A distribuição dos gastos entre as etapas do processo inovativo é

relativamente estável: o 17% para pesquisa básica; o 23% para pesquisa aplicada; o 59% para desenvolvimento.

ü A distribuição do pessoal ocupado em P&D entre

o 6% nas agências do governo o 14% nas universidades; o 79% nas empresas;

ü A estrutura industrial americana aparentemente está perdendo inovatividade

relativamente:

o A participação dos EUA no total de patentes gereadas a cada ano caiu de 80% em 1970 para 58,5% em 1987.

o A participação de não-residentes nos depósitos de patentes no US Patent Office aumentou.

ü O governo exerce um papel fundamental no sistema de inovação americano. ü A alocação dos gastos do governo em P&D com as agências subdividiam-se

entre os três principais agentes:

o 23% (US$ 16 bilhões) correspondiam a atividades das próprias agências;

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o 45% (US$ 31 bilhões) corespondiam a financiamento a atividades de P&D de empresas;

o 23% (US$ 16 bilhões) destinavam-se a universidades. ü O governo americano estimula os gastos privados em P&D não subsidiados

pelo governo através de deduções fiscais e outras medidas indiretas: o Economic Recovery Tax Act – ERTA (1981) o Tax Equity and Fiscal Responsability Act – TEFRA (1992)

5. Uma Avaliação da Experiência Recente ü o suporte governamental para a pesquisa em ciência básica; ü o apoio de agências federais ao desenvolvimento de tecnologias avançadas

de modo a cumprir missões estatutárias, geralmente de natureza militar. Advanced Technology Program (ATP) – e a montagem de programas experimentais de “extensão tecnológica” visando auxiliar pequenos produtores na obtenção de ganhos de produtividade: ü a montagem de programas direcionados à conversão das competências

acumuladas em laboratórios financiados pelo governo – originariamente direcionados para fins militares – no sentido de utilizações civis;

ü a realização de mudanças na política relativa a patentes no período 1980-84,

de maneira a permitir que instituições sem fins lucrativos financiadas por recursos governamentais – incluindo universidades – se tornassem titulares (ou co-titulares) das patentes geradas com base no esforço realizado, com o objetivo de estimular a intensificação de investimentos em tecnologia, através da criação de regras mais favoráveis à formação de monopólios tecnológicos.

ü simultaneamente, adotou-se uma política mais vigorosa na defesa dos direitos

de propriedade de patente de empresas norte-americanas, o que se refletiu na postura adotada quando da discussão dos direitos de propriedade industrial na Rodada Uruguai do GATT;

ü a ampliação das atividades do NIST (National Institute of Standards and

Technology), vinculado ao Departamento de Comércio, envolvendo a criação do Advanced Technology Program (ATP), destinado ao financiamento de demandas do setor empresarial de desenvolvimento de tecnologias em estágio pré-competitivo, bem como a realização de atividades de “extensão industrial” e a criação de centros de tecnologia manufatureira direcionados para tecnologias neglicenciadas por universidades e pelo setor empresarial, mas com um potencial efeito relevante sobre a competitividade industrial;

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ü a implementação de mudanças na legislação anti-truste, de maneira a facilitar a montagem de consórcios cooperativos direcionados para atividades de P&D, como resposta à intensificação da concorrência internacional e às dificuldades enfrentadas por empresas norte -americanas para sustentarem seu poder de mercado, o que justificava o aumento de fusões, aquisições e acordos de colaboração com outros agentes.

ü a promulgação do Federal Technology Transfer Act de 1986 – emendado

posteriormente em 1989 – objetivando facilitar a montagem de arranjos cooperativos entre laboratórios federais e firmas privadas, por meio da utilização de CRADAs (Cooperative Research and Development Agreements).

ü a institucionalização de diversos programas pela National Science Foundation

(NSF) adaptados ao novo contexto de intensificação das pressões competitivas sobre a indústria.

Por um lado, foi estimulada a criação de centros de pesquisa nas universidades direcionados ao desenvolvimento de tecnologias de fabricação, atribuindo-se particular importância à comercialização de tecnologias geradas no meio acadêmico. Por outro lado, observa-se o fortalecimento do suporte prestado pela NSF a quatro campos “estratégicos” de pesquisa: tecnologias gerais de fabricação, materiais avançados, biotecnologia e sistemas de alta performance em computadores e telecomunicações. ü a criação pelo Congresso Norte -americano do Critical Technologies Institute

(CTI) – vinculado institucionalmente ao Office of Science and Technology Policy (OSTP) da Casa Branca –, responsável pela identificação de tecnologias críticas nas quais o nível de capacitação norte-americano apresentasse vulnerabilidades, e pela proposição de medidas visando a superação desta debilidade.- direcionamento crescente dos programas do Departamento de Defesa para objetivos econômicos (de caráter dual-use).

ü apoio governamental à consolidação do projeto Sematech, um consórcio

formado em 1988 com o objetivo de aumentar a competitividade da indústria norte-americana de semicondutores. O Ministério da Defesa, que contribuiu com cerca de US$ 500 milhões para sua implementação, exerce ação coordenadora no caso desse projeto, que mobiliza um conjunto expressivo de grandes empresas: Intel, AT&T, Texas Instruments, Hewlett- Packard, IBM, National Semicondutor, NCR Corporation, Motorola e Advance Micro Devices.

JAPÃO 1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.1 Principais características

ü Profundo processo de reestruturação industrial interno; ü Taxas de crescimento anuais de cerca de 4% até fins dos 80;

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ü Líder mundial em setores industriais como a eletrônica, automobilística e bens de capital (até fins da década de 80);

ü Revolução da organização da produção e métodos de gestão; ü Reestruturação financeira na década de 90; ü Recuperação econômica a partir do ano de 2001 (taxa de crescimento

média de 2,70%). 1.2 Desenvolvimento Industrial Pós - 2ª Guerra Mundial A característica distintiva da trajetória econômica do Japão no pós-guerra foi a de implementação de políticas industriais com uma flexibilidade institucional significativa, expressa na capacidade de identificação de fases de desenvolvimento e da percepção do momento de transição, associadas à definição e implementação de objetivos e metas. Um dos aspectos essenciais deste processo foi à forma como o governo orientou as ações do setor privado através da implementação de políticas industriais e tecnológicas, caracterizadas por um tipo de intervenção que privilegiou a coordenação, a negociação e o consenso e a interação entre os diversos agentes, com o MITI desempenhado o principal papel de articulação. Utilizaram-se mecanismos formais de regulação e incentivos baseados na legislação e na atuação das instituições públicas, bem como mecanismos informais, objetivando uma perspectiva de longo prazo. Em linhas gerais, as políticas industriais até a década de 70 foram extremamente seletivas, com apoio extensivo a determinados setores considerados estratégicos (prioridade na alocação de recursos, crédito, juros administrados, isenções fiscais, licenças para importação de tecnologias estrangeiras, etc.), casos das indústrias siderúrgica, química e de máquinas, ao mesmo tempo em que se buscou proteção em relação à competição externa, estabelecendo-se restrições às importações e aos investimentos externos. A partir dos anos 80 até o presente, a política industrial tem sido orientada para aqueles aspectos em que se considera que os mecanismos de mercado não apresentam solução. Os principais itens da política industrial japonesa recente são: ü Energia: A partir de meados da década de 70, o governo introduziu uma

série de programas de longo prazo de conservação de energia. ü Assistência a indústrias em declínio ü Promoção da P&D em tecnologias avançadas ü Políticas ambientais ü Política de localização industrial: Desde o início do processo de

industrialização, a criação de infra-estrutura industrial tais como portos, estradas, áreas industriais e saneamento básico, foi um dos objetivos do governo.

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ü Política de apoio à pequena e média empresa 2. Política de Capital Estrangeiro ü Foreign Exchange and Foreign Trade Control Law (1979)

o Investimento Estrangeiro sujeito a uma série de licenças, reguladas por leis especiais e específicas

o Indústrias protegidas: agricultura, silvicultura, pesca, mineração, petróleo e couro (restrições estabelecidas pelo Código de Liberalização dos Movimentos de Capitais da OCDE)

o Indústrias totalmente protegidas: aeronáutica, desenvolvimento espacial, energia atômica e a manufatura de drogas e de vacinas

A partir do início da década de 90, algumas medidas foram tomadas no sentido de relaxar os controles, ao mesmo tempo que o governo anunciava a adoção de regulamentos e incentivos fiscais, financiamentos e outras formas de apoio ao investimento estrangeiro. As principais foram: ü Foreign Investment in Japan Development Corporation – FIND (1993) -

Apoio às subsidiárias de empresas estrangeiras em início de operação. ü Japan Investment Council – (1994) - para promoção de investimentos

estrangeiros no país. No âmbito do sexto pacote econômico de setembro de 1995, foi enfatizada a atração de investimentos estrangeiros. No programa de Reforma Estrutural da economia japonesa de 1996 foram previstas medidas desregulacionistas em áreas como distribuição, energia e informação e telecomunicações para redução da estrutura de custos doméstica, de modo a criar um ambiente favorável à atração de investimentos estrangeiros.

3. Abertura ü The Export to Japan Study Program (EJSP) – 1990 - auxilio e

assessoramento a empresários estrangeiros à conhecerem o mercado japonês e a desenvolverem contatos locais, nos setores:

o Setores de automóveis e autopeças; o Equipamentos de telecomunicações; o Telefones celulares; o Equipamentos médicos; o Arroz; o Maçãs; o Cobre; o Produtos químicos; o Vidro.

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4. Política Industrial e Tecnológica 4.1 Institucionalidade

De forma geral, todas as novas teorias enfatizam o caráter preponderantemente “societário”, “relacional” ou de network do Estado japonês, cuja força deriva da convergência de interesses públicos e privados e dos extensos laços ligando os dois setores. A policy-making no Japão é caracterizada por um processo de interação governo-indústria baseado no “consenso recíproco”, que resulta de contatos e discussões contínuas. O Japão pode ser caracterizado como um network state onde a zona intermediária entre o MITI e o mercado é habitado por redes de políticas que servem de base para sistemas políticos e econômicos orientados para o consenso. Neste modelo, a ênfase é na interdependência dos laços ligando setores privados e públicos. O monitoramento de informações é considerado como crucial em diversos níveis. Não apenas ao nível das empresas e das associações industriais, mas também ao nível nacional (através do MITI, Agência de Ciência e Tecnologia – STA, e Conselho de Ciência e Tecno logia) e internacional (principalmente através da Organização Japonesa de Comércio Exterior – Jetro e do Centro Japonês para Informação Científica e Tecnológica – JICST). As principais características e funções do sistema japonês devem ser analisadas em três níveis: micro, meso e macroeconômico, onde cada agente econômico é responsável por parte do desenvolvimento e implementação da política industrial, senão vejamos:

4.2 Nível das Empresas

ü Alto nível educacional, treinamento prático considerado base da

flexibilidade e adaptabilidade da força-de-trabalho e dos altos padrões de qualidade

ü Acelerar o processo de aprendizado e a acumulação de conhecimentos e experiências.

ü Desenvolvimento de sistemas para a coleta de informações sobre novas tecnologias genéricas e para promoção do aprendizado coletivo na empresa

ü Estratégias industriais de P&D

4.2.1 Nível Mesoeconômico: Revolução Empresarial

ü Keiretsu: organizações entre empresas de setores e atividades distintos, atuando como instância para coordenação recíproca, englobando sistema de controle acionário, diretorias cruzadas, processos de consultas e compra e venda de insumos. Flexível, estável e competitiva, tal organização permite às empresas a exploração de forma mais completa as vantagens da colaboração.

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4.2.2 Nível Macroeconômico – Papel do MITI ( Ministry of International

Trade and Industry) ü induzir a cooperação dos empreendedores privados, combinando:

informação privilegiada, lógica econômica, visão de longo prazo, capacidade de mediar e coordenar, promoção dos interesses dos produtores, e seu mandato para zelar pelo interesse coletivo e nacional. É o principal agente de Política Industrial.

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5. Desenvolvimento da MPE´s

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A participação de pequenas e médias empresas – PMEs na economia japonesa é muito significativa. Em 1994, eram cerca de 6,5 milhões de PMEs em indústrias não-primárias (incluindo agricultura e pesca), representando 99,1% dos estabelecimentos e 42,2 milhões de pessoas empregadas, 78% do total. No passado recente a importância das PMEs, manifestou-se, por exemplo, na alocação de Y 1,46 trilhão de ajuda a estas empresas no quinto pacote econômico e de Y 1,12 trilhão no sexto pacote, cujos objetivos eram: ü a estabilização e reforço da estrutura de gerenciamento (ampliação dos

recursos por instituições governamentais à disposição destas empresas, rescalonamento dos empréstimos, ampliação dos limites da cobertura de seguros);

ü promoção de reformas estruturais (diversificação dos canais financeiros, subsídios para o desenvolvimento tecnológico, utilização de sistemas de informação avançados); e

ü medidas referentes aos setores agrícola e de pesca (ampliação do crédito a juros subsidiados).

Nos princípios gerais da política japonesa para 1997, o apoio às PMEs expressa-se na disponibilização de crescentes recursos para desenvolvimento tecnológico com ênfase na (s): ü empresas regionais, ü criação de parques tecnológicos para acolher estas empresas, ü capacitação de recursos humanos, ü reformulação do sistema fiscal e de crédito para atendimento às PMEs e ü desenvolvimento de infra-estrutura.

O órgão responsável pela estruturação de políticas para as PMEs é a Small and Medium Enterprise Agency, subordinada ao MITI, que tem como responsabilidades o planejamento, coordenação e elaboração de orçamentos. As políticas são, de um modo geral, implementadas pelas administrações locais, associações de PMEs e outras organizações.

6. Comércio Exterior

ü Terceira posição em comércio internacional, atrás dos EUA e Alemanha, o

Japão acumulou sucessivos superávits comerciais com o resto do mundo, sendo considerada excessivamente fechada em termos de importações até meados dos anos 90.

Em resposta a pressões internacionais de maior abertura o país tem eliminado barreiras à importação e promovendo maior abertura do mercado interno para produtos importados, através de diversas medidas de remoção de barreiras e apoio a importadores locais para compras no exterior.

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A tabela a seguir apresenta as principais barreiras à importação no Japão:

7. Tecnologia No âmbito das políticas tecnológicas, foi promulgada em novembro de 1995, a Science and Technology Basic Law, prevendo a elaboração de Plano Básico para a área pelo Council for Science and echnology. O Plano, aprovado no ano seguinte (Science and Technology Basic Plan), objetiva estabelecer políticas específicas para C&T num prazo de cinco anos, de 1996 a 2000. Os fundamentos levados em consideração para a sua elaboração, foram: a estagnação ocorrida nos últimos anos do montante de recursos globais japoneses destinados a C&T; os menores recursos aplicados pelo governo japonês neste item comparativamente aos demais países da OCDE; e a necessidade de uma maior flexibilização e competitividade do sistema de P&D japonês. A seguir, um resumo dos principais pontos do Plano, que atribui ênfase à pesquisa básica e aplicada em tecnologias da próxima geração, particularmente, as tecnologias da informação.

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Coréia do Sul

1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.1 Principais Características A política levada a cabo no período entre 73 e 79 apresentou as seguintes características principais: ü política de concentração industrial tendo em vista a exploração de todas as

economias de escala existentes setorialmente; ü política de crédito seletiva condicionada à exportação; ü política comercial rígida visando proteger os setores industriais a serem

incentivados; ü política restritiva ao investimentos estrangeiros, evitando a competição

“desnecessária” com grupos locais (Lista Positiva de setores em que o IDE tinha aprovação automática). Os resultados obtidos no período foram muito expressivos. O PIB cresceu, em média, 9,6 % entre 1973-79; o produto industrial, 17,2% no mesmo período e as contas externas melhoraram expressivamente. A exportação dos setores industriais alvo dos incentivos – indústria pesada e química – cresceu de forma significativa. Além disto, manteve-se no período a tendência de crescimento dos custos da mão-de-obra. Isto teria diminuído a competitividade das exportações do país se a reestruturação industrial em favor das indústrias intensivas em capital não tivesse recebido incentivos e fosse acelerada. O destaque negativo no período foi a performance dos preços que mantiveram uma taxa de crescimento acima de dois dígitos ao longo do período, flutuando em torno dos vinte por cento.

No início dos anos oitenta a economia coreana passa por outro momento crucial. O segundo choque do petróleo, o aumento dos juros internacionais por conta da política monetária restritiva americana, o ambiente macroeconômico desfavorável com alta inflação e o conturbado ambiente político interno (o presidente coreano foi assassinado em 1979) contribuíram para alteração de rumos na política econômica. O novo governo adotou uma política de liberalização gradual da economia, com redução de tarifas de importação e dos controles sobre o capital estrangeiro. Um plano de estabilização foi formulado e implementado com sucesso em reduzir a inflação. A despeito da maior liberalização, não foi registrada alteração significativa na estrutura industrial, e a produção e as exportações obtiveram um bom desempenho. Nos anos 90, a Coréia consolidou-se como uma economia importante no contexto mundial, com renda per capita superior a US$ 10.000 , volume de comércio elevadíssimo para o porte da economia (US$ 260 bilhões entre importações e

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importações em 1995), taxa de investimento próxima a 40% e inflação muito baixa. A dramática crise financeira, em fins de 1997, levou o país a recorrer ao socorro dos créditos de emergência do FMI e Banco Mundial (no montante de US$ 58 bilhões) com os correspondentes compromissos de austeridade fiscal e monetária e de liberalização da economia, o que envolve, no plano externo, uma maior abertura de comércio e ao capital estrangeiro, e, no interno, uma atuação seguramente muito menos ativa das políticas industrial, tecnológica e comercial do governo.

2 Política de Desenvolvimento Industrial e de Comércio exterior 2.1 Características gerais 2.1.1 Objetivos principais da política industrial coreana até os anos 90

ü Liberalização: mudança das ações do governo da intervenção direta para

métodos mais indiretos e funcionais. ü Reestruturação econômica para a reduzir os custos de fatores e o melhorar

o ambiente de negócios. ü Incentivar PMEs para alcançar um crescimento econômico equilibrado e

sustentado

o Estabilidade de preços com taxas de câmbio competitivas o Liberalização crescente do comércio exterior e dos fluxos de IDE o Constituição de sistemas financeiros seguros e estáveis com

repressão financeira moderada permitindo a obtenção de taxas de juros positivas, mas baixas.

o Industrial Technology Development Promotion Law - Inserção Regional e Internacional: complexo metal-mecânico regional exportador comporta possibilidades de forte competição intra-regional. Abertura comercial e entrada na OCDE e a formação da APEC

2.1.2 Novas diretrizes para o século 21

o Estabelecer um ambiente adequado à livre competição e maior

atividade industrial. o Fortalecer a competitividade industrial para sobreviver à competição

corpo-a-corpo com outros países. o Vitalizar os mecanismos de mercado e a criatividade do setor privado

– aumentar a flexibilidade das estruturas industriais. o Apoiar a abertura de novas PMEs para vitalizar a economia coreana

e aprimorar a estrutura industrial como um todo através da promoção de negócios de risco.

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3 Desenvolvimento Setorial Durante as décadas de 60 e 70, a política industrial pode ser caracterizada como uma política de substituição de importações com um elevado grau de seletividade setorial e fortemente subordinada à estratégia de conquista de competitividade internacional. Através de uma combinação de subsídios, incentivos fiscais e empréstimos de longo prazo a baixas taxas de juros, como forma de ampliar o grau de eficiência tecnológica. Na década de 90, a política industrial coreana ainda estrutura-se a partir de prioridades setoriais, mantendo suas características essenciais de proteção, promoção de exportação, estímulos à atualização tecnológica e oferta de crédito em condições favoráveis. No entanto, reduziram-se os setores priorizados, dentre eles, o de semicondutores, telecomunicações e a indústria automobilística (WTO, 1998). De uma forma ou de outra, tais setores ainda são objeto de estímulos por parte do governo, como, por exemplo: o setor de semicondutores mantém crédito subsidiado através dos bancos de desenvolvimento; a política tecnológica favorece setores específicos como eletricidade e telecomunicações, com fortes subsídios nos seus investimentos de P&D. Até o final da década de 80, cabe ressaltar também a importância da “cooperação” entre agências públicas e os chaebol na definição e implementação de políticas específicas para os setores mencionados. ü Foco em setores tecnológicos de alto valor agregado ü Semicondutores, telecomunicações e a indústria automobilística com apoio

às pequenas e médias empresas (PMEs ) e investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D),

3.1 Desenvolvimento da MPE´s

ü Início do programa de ajuste estrutural das PMEs em 1983, para torná-las

mais competitivas através da automação e comercialização de novas tecnologias.

ü Sistema governamental de incentivos teve por objetivo dar vantagem às PMEs na concessão de contratos de auxílio do governo.

ü Prover melhores estruturas, de forma que as PMEs possam competir com firmas de grande porte em bases eqüitativas, como por exemplo, promovendo o fácil acesso aos serviços de comunicação, a padronização industrial e um Sistema de Avaliação de Qualidade.

ü Promover os recursos humanos das PMEs através da concessão de ajuda às agências de apoio as PMEs, de forma que elas possam ajustar os seus programas para educar e treinaros funcionários de PMEs.

3.2 Financiamento ao Investimento Produtivo

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ü Centralização financeira de fundos de investimento de longo prazo foi executada pelo Estado através de seus bancos direcionandos, sobretudo ao financiamento da indústria pesada.

ü Bancos Públicos Especializados:

o The IndustrialBank of Korea para o financiamento das pequenas e

médias empresas; o The Korea HousingBank para a concessão de empréstimos

habitacionais; o Korea Development Bank para financiamento de longo prazo (superior a

um ano) em condições favoráveis aos setores de componentes eletrônicos, indústrias de elevada tecnologia e projetos de P&D para o desenvolvimento de novas tecnologias

4 Política de Capital Estrangeiro A Coréia do Sul foi um dos países mais res tritivos em relação ao Investimento Direto Externo (IDE) durante toda a fase de industrialização pesada, formulando uma estratégia clara de aprofundamento das capacidades tecnológicas locais através da importação de bens de capital, contratos de licenciamento e acordos de transferência tecnológica. No início da década de 80, as restrições ao capital estrangeiro começaram a ser flexibilizadas. Em 1994, os procedimentos de notificação de IDE foram delegados aos bancos de câmbio estrangeiros, permitindo uma redução média do período de notificação de 20-30 dias para aproximadamente 3 horas. No caso dos investimentos sujeitos à aprovação, o período de notificação também foi abreviado. Além disso, a análise do pedido de aprovação foi transferida do Ministry of Finance and Economy (MOFE) para outros ministérios diretamente relacionados. Em 1996, o governo coreano anunciou o Five -Year Foreign Investment Liberalization Plan, através do qual buscou-se ampliar o escopo de liberalização dos fluxos de IDE, reduzindo o número de setores restritos de 57 neste ano, para apenas 18 no ano 2000 (14 no setor de serviços, um no setor primário e um no setor industrial). Adicionalmente, foram adotadas as seguintes medidas : ü Permissão aos investidores estrangeiros de aquisição e fusão, inclusive

com controle de capital de companhias coreanas, desde que ocorra o consentimento da direção da empresa negociada.

ü Os investidores externos e as empresas internacionais passaram a ter um tratamento nacional em relação aos negócios realizados na Coréia do Sul, permitindo assim que isenções e/ou reduções fiscais concedidas às empresas coreanas sejam igualmente aplicáveis ao capital estrangeiro.

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ü Remessa de dividendos e direitos de propriedade passaram a ser garantidos de acordo com a nova legislação, desde que precedidos por autorização, notificação de aceite ou acordo com as autoridades governamentais estipulando os prazos em que as repatriações serão feitas.

ü Incentivos fiscais são proporcionados às empresas internacionais que realizarem transferência de tecnologia julgada necessária à melhoria e ao up grading da estrutura industrial e também àqueles setores localizados nas Zonas Livres de Exportação.

4.1 Comércio Exterior

ü Fundo de investimentos de equipamentos para indústrias exportadoras; ü Fundo de reserva para perdas das exportações; ü Créditos especiais para exportações e importações; ü Depreciação acelerada de ativos fixos que geram divisas externas (idem). ü Manter o “câmbio competitivo” como forma de estimular as exportações e

aumentar o grau de proteção ao mercado doméstico. 4.1.1 Barreiras Tarifárias Processo de redução gradual, consolidação e harmonização tarifária têm como meta atingir níveis tarifários iguais a zero nos seguintes setores: indústria siderúrgica, indústria de papel, equipamentos agrícolas, indústria de semicondutores e setor de brinquedos. Na indústria química, as tarifas finais serão de 0, 5,5 e 6,5 %, dependendo do tipo específico de produto 4.1.2 Barreiras Não-Tarifárias Funcionamento Aduaneiro: ü Proteção efetiva ao mercado doméstico coreano. ü Sistema de pagamento das importações possui uma elevada rigidez:

enquanto as garantias de embarque devem ser pagas em apenas vinte dias, os pagamentos locais são realizados em prazos extremamente longos, entre 180 a 210 dias, impondo custos financeiros adicionais, principalmente às empresas estrangeiras, as quais não podem financiar suas importações nestes termos.

ü Sistema de valoração aduaneira da Coréia do Sul utiliza o “método do valor

de transação” como base para o cálculo do pagamento de impostos da maior parte de importações, estritamente de acordo com as regras da WTO.

4.1.3 Sistema Anti-Dumping

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O Código Anti-Dumping da Coréia do Sul (1994) estipulou que os impostos antidumping deveriam situar-se em um nível inferior à margem de dumping, suficiente para remover os danos causados à indústria doméstica. 5 Tecnologia

5.1 Financiamentos ü R&D Subsidy by Government, através do qual o governo proporciona um

subsídio de até 50% do total de gastos em P&D, desde que as instituições privadas estejam envolvidas em projetos de P&D nacionais de desenvolvimento tecnológico fundamental, desenvolvimento tecnológico industrial ou desenvolvimento de fontes alternativas de energia.

ü As corporações governamentais como a Korea Eletric Power Corporation (KEPCO) ou a Korea Telecommunication Corporation (KTC) têm um subsídio de até 80% do total de gastos em P&D quando seus investimentos referem-se a relevantes centros de P&D ou centros de pesquisas industriais para o desenvolvimento de capacidades locais em P&D.

ü Os bancos como o Korea Development Bank e o Industrial Bank of Korea ofertam crédito de longo prazo a baixas taxas de juros para atividades de P&D associadas ao desenvolvimento de novos produtos, novos processos e comercialização de novas tecnologias por parte do setor industrial privado.

5.2 Incentivos Fiscais ü Reserve Fund for Technology Development permite às empresas privadas

que constituem fundos para desenvolvimento tecnológico, informação técnica, recursos humanos em P&D e instalações, etc. por três anos, uma determinada dedução fiscal.

ü Dedução permitida é de 5% do total do faturamento dedução fiscal de até 15% do total de gastos em treinamento e formação de mão-de-obra em colégios técnicos

ü Dedução fiscal de até 10% do total de investimentos em equipamentos de pesquisa.

5.3 Cooperação

Programa cooperativo de pesquisa em informação e telecomunicações envolvendo indústria, universidades e institutos de pesquisa governamentais (Ministry of Information and Communication, com aplicações tecnológicas seleciona os consórcios e propicia suporte financeiro de até 50% dos custos em P&D.

Malásia

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1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.2 Características gerais 1.2.1 Primeira Fase (1957-1970) – Estratégia de Industrialização pela Substituição de Importações ü industrialização voltada para o atendimento ao mercado interno. ü setores industriais a serem substituídos foram os de bens de consumo não

duráveis, para os quais havia algum mercado doméstico, a produção era relativamente menos complexa, bem como a necessidade de volume de capital para investimento era relativamente menor.

1.2.2 Segunda Fase (1970-1980) – Estratégia de Industrialização Orientada Para as Exportações • Investment Incentives Act, o governo da Malásia objetivou estimular a entrada de investimento estrangeiro com diferentes incentivos:

o concessão de financiamento para investimentos; o isenção tributária para exportações; o isenção tarifária para importação de bens de capital; e o concessão de facilidades de infra-estrutura física.

A Nova Política Econômica constituía-se num marco de reorientação da política de desenvolvimento econômico, assumindo a atração de investimentos destinados à fabricação de produtos para o mercado externo: ü Indústria eletrônica com incentivos especiais para investimentos. ü Zonas Francas para atrair investimentos tanto da indústria eletrônica quanto

da indústria têxtil, ü A nova lei trabalhista limitou os direitos e a sindicalização para manter

baixos os custos salariais. 1.2.3 Terceira Fase (1980-1985) – Novamente a Estratégia de Indus trialização Pela Substituição de Importações As dificuldades enfrentadas pela Malásia no setor externo no início dos anos 80, e os exemplos de sucesso de industrialização do Japão e da Coréia do Sul, inspiraram o governo a novamente a adotar um modelo de desenvolvimento mais voltado para o mercado interno:

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ü indústria pesada, a partir de investimentos promovidos pelo setor público.

ü desenvolver a indústria metal-mecânica, ü bens de capital, para aumentar o grau de complementaridade inter-

industrial, ü ampliar o aprendizado e a capacitação tecnológica.

A falta de escala do mercado interno e as dificuldades para conquistar o mercado internacional nos setores da indústria pesada, não viabilizaram a estruturação de uma indústria competitiva. 1.2.4 Quarta Fase (1986-1995) – Novamente a Estratégia de Industrialização Orientada Para as Exportações ou Primeiro Plano de Diretrizes Industriais ( Industrial Master Plan – 1º IMP) O governo da Malásia lançou um Plano Industrial para o período de 1986 a 1995, definindo 12 setores industriais como prioritários, sendo sete deles baseados em recursos naturais e outros cinco:

ü elétrica e eletrônica, ü têxtil, ü siderurgia, ü máquinas e equipamentos e ü material de transportes.

Em termos gerais a política industrial ao mesmo tempo procurou atrair e liberar o comércio externo para alguns desses setores, mas, por outro lado, teve postura protecionista em relação a outros setores. Dada sua localização, a Malásia pode aproveitar-se do “transbordamento” do desenvolvimento econômico japonês e dos outros tigres asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura). Na segunda metade dos anos 80 aumentou muito o investimento direto japonês na Malásia. A Malásia chega no final da década de 90 com um setor industrial muito mais importante do que no passado, com significativa presença no comércio internacional e com espaço estratégico entre as economias do sudeste asiático. Porém, a indústria da Malásia é muito concentrada em bens elétricos e eletrônicos, principalmente voltados para o mercado externo. com isto, o grau de relação intersetorial ainda é relativamente baixo, exigindo elevados volumes de importação.

4. Capital Estrangeiro

ü Desde 1968 o governo adota uma política que incentiva a entrada de capital estrangeiro:

ü se exportar pelo menos 80% da produção

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ü se efetuar grandes investimentos ü se gerar valor agregado de 50% e não venha a produzir similar nacional; ü Outros níveis de participação de capital estrangeiro são autorizados, de

acordo com critérios como: ü é permitido até 79% de participação do capital estrangeiro se houver

significativo valor agregado gerado ou aporte de tecnologia; ü é permitido entre 30 e 51% de capital estrangeiro num empreendimento

se exportar de 20 a 50% da produção; ü se exportar menos que 20%, o capital estrangeiro não pode ser superior

a 30%; 5. Política de Desenvolvimento Industrial e de Comércio exterior

5.1 Políticas de Investimento Industrial

ü a Malásia tem programa específico para reestruturação industrial. O incentivo chega a 100% do gasto respectivo, desde que autorizado pelo Ministro do Comércio;

ü um subsídio de reinvestimento é concedido aos setores industriais e agrícolas quando se expande, moderniza ou diversifica, equivalente a até 60% do gasto com capital. Este recurso em até 70% é dedutível do cálculo do imposto de renda;

ü Zonas Francas de promoção à exportação – ZPE’s ü os bens de capital produzidos localmente detêm maiores incentivos do que

os bens de capital importados; ü a estrutura tributária foi consolidada e foram desonerados os insumos de

bens finais que estejam isentos, incluindo até embalagens.

5.2 Políticas de Proteção Comercial ü governo chegou a conceder incentivos para aprofundar as relações inter-

industriais locais, estimulando a localização de fornecedores na Malásia, principalmente de empresas japonesas;

ü a política industrial induz à compra de pelo menos 30% de insumos locais; os projetos incentivados pelo governo com redução fiscal devem observar índices de nacionalização de produtos;

ü a Malásia incentiva o uso de insumos locais; em 1998, foi concedido incentivo fiscal para a produção local de bens de capital;

ü existe controle de preços e preços administrados para aço e cimento, o que se constitui numa forma de proteção à indústria local.

ü os Centros Internacionais de Compras (Procurement) são incentivos a se instalarem na Malásia, procurando torná-la um centro mundial de comercialização, principalmente de componentes;

ü governo aplica imposto sobre exportações de minerais e sobre produtos agrícolas, objetivando torná-los mais caros, dificultando suas exportações, para que sejam destinados ao mercado interno;

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ü se o preço de exportação exceder a um conceito de preço que eqüivale ao preço doméstico, está sujeito ao pagamento de imposto;

ü existe facilidade para importar bens destinados à exportação ou bens de capital sem similar nacional;

ü na Malásia existe um imposto sobre vendas que não diferencia o produto importado do produto nacional. A alíquota é de 10%, que incide sobre as vendas realizadas no território nacional, à exceção das operações realizadas pelas zonas francas;

6. Desenvolvimento Setorial A Malásia tem um programa de incentivos ao investimento industrial em setores da madeira e seus produtos, têxtil, máquinas e equipamentos e mecânica. O incentivo se aplica quando a empresa é aprovada num programa de adequação industrial. O incentivo pode chegar até a 100% dos gastos com "qualificação do capital"; 6.1 Desenvolvimento da MPE´s ü em 1996, foram criados vários programas de apoio às pequenas e médias

empresas e foram criados nove parques industriais; todas essas iniciativas procuraram fortalecer o segmento de pequenas e médias empresas para se tornarem fornecedoras de partes, peças e componentes para as empresas de maior porte, inclusive para as empresas estrangeiras;

ü os gastos das grandes empresas, inclusive das multinacionais, com a prestação de assistência técnica e capacitação de pequenas e médias empresas como seus fornecedores podem ser abatidos para efeitos de cálculo do imposto de renda;

7. O Segundo Plano de Diretrizes Industriais (1996-2005) O Segundo Plano de Diretrizes Industriais (Second Industrial Master Plan – 2o IMP) é constituído com base no sucesso do 1o IMP, e trata das questões e desafios identificados, com o objetivo de sustentar e acelerar o momentum do crescimento do setor manufatureiro. Isso inclui os seguintes pontos, dentre outros: ü aprimoramento das bases econômicas, o que engloba o contínuo progresso

nos termos da quantidade e da qualidade dos recursos humanos, o desenvolvimento das capacidades domésticas nas áreas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e tecnologia, a adequada oferta de moderna infra -estrutura e, por fim, o fornecimento de serviços de apoio eficientes;

ü necessidade de ampliar, aprofundar e diversificar os subsetores manufatureiros, bem como de possibilitar a formação de cadeias mais extensas entre e dentro dos subsetores industriais;

ü necessidade de acelerar o desenvolvimento das capacidades e tecnologias domésticas, e de intensificar a atuação no comércio internacional; e

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ü fortalecer os elos econômicos, tanto intersetorialmente como intrasetorialmente, através do maior desenvolvimento e expansão das industrias de base e intermediárias, tratando também do problema dos altos níveis de importação de bens de capital e intermediários.

O 2o IMP tem como destaque o aumento de sua abrangência para além das operações no setor manufatureiro, incluindo a capacitação nas áreas de P&D e design, o desenvolvimento de indústrias de base integradas, embalagem e atividades de distribuição e marketing. Nisso consiste a Orientação Extensiva do Setor Manufatureiro, enfatizando a plena integração das operações do setor através da cadeia produtiva, com o objetivo de ampliar os elos entre as indústrias e aumentar a produtividade e a competitividade. A estratégia de Orientação Extensiva requer a adoção de cinco pontos de alavancagem estratégicos: Orientação Global Mudança de uma orientação puramente voltada para a exportação para uma orientação global, o que requer que o setor manufatureiro respeite padrões internacionais de qualidade e alcance uma escala de produção compatível; Aumento da Competitividade Elevar continuamente a competitividade do setor manufatureiro através da concentração dos esforços no sentido do desenvolvimento calcado na aglomeração de ramos industriais diversos (cluster-based development), com base no aprofundamento e ampliação dos elos industriais e da produtividade; Aprimoramento das Bases Econômicas Aprimoramento das bases econômicas, o que inclui o desenvolvimento de recursos humanos (DRH), aprimoramento tecnológico, capacidade de aquisição e absorção de tecnologias, infra-estrutura física, regras e procedimentos de apoio administrativo, incentivos fiscais e não fiscais, bem como serviços de apoio comercial; A Importância das Companhias Nacionais Embora reconhecendo a crescente importância do investimento direto externo (IDE) para o desenvolvimento do setor manufatureiro, as companhias industriais nacionais devem assumir uma maior importância na próxima fase da industrialização do país. Isso se dará através da elevada participação dessas companhias na vasta gama de atividades manufatureiras, principalmente nos aglomerados (clusters) que foram identificados como dotados de importância estratégica, conduzindo não apenas à retenção de uma maior parcela da renda gerada no país, como também ao crescimento da participação doméstica no valor adicionado gerado pelo setor manufatureiro. Isso tornará possível o objetivo de que o desenvolvimento das empresas nacionais as encaminhe para tornarem-se grandes companhias nos mercados globalizados; e

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Processos Intensivamente Informatizados e Voltados para a Qualificação Técnica Adoção de processos intensivamente informatizados e tecnicamente diferenciados na manufatura e em atividades correlatas, tais como P&D, design de produtos, vendas, distribuição e compras, e o difundido uso de tecnologias de informática para o chamado comércio eletrônico. 8. Comércio Exterior

8.1 Políticas de Estímulo às Exportações ü governo permite que se abata do faturamento das empresas 50% do valor

das suas exportações, para efeitos de cálculo do imposto de renda. com isto, é menor o imposto devido pelas empresas;

ü também para efeitos do cálculo do imposto de renda é permitida a dedução em dobro dos gastos destinados à promoção comercial, abrangendo desde a pesquisa de mercado até os

ü gastos relativos à manutenção de escritórios de vendas no exterior. com isto, o governo compartilha com as empresas privadas parcela dos elevados custos da comercialização externa;

ü ainda em relação ao imposto de renda, as empresas podem deduzir em dobro as despesas relativas ao pagamento de prêmio de seguro de crédito para exportação;

ü governo concede subsídio para edificações destinadas a armazenar produtos destinados à exportação. Assim, a construção civil subsidiada pode representar necessidade de menores investimentos na infra-estrutura de apoio à exportação;

ü concessão de crédito à exportação tanto na modalidade pré como pós venda, com taxas subsidiadas.

9. Tecnologia ü em 1988, os gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) correspondiam

a 0,8% do PIB, sendo 88% de responsabilidade do setor público e os 12% restantes efetuados pelo setor privado. A meta do governo é de aumentar o percentual de gasto para 1,5% do PIB no ano 2000, sendo 60% destes gastos de responsabilidade do setor privado;

ü em 1988, o governo criou o Fundo para Pesquisa em áreas prioritárias, através do qual concede financiamento em condições favoráveis;

ü em 1990, foi criado o Fundo de Assistência Técnica Industrial (ITAF), governamental, destinado a financiar a consultoria, o desenvolvimento de produto, o aumento de produtividade e o desenvolvimento de mercado. O financiamento pode atingir até 50% dos gastos efetuados com esses itens. O financiamento às pequenas e médias empresas é prioritário no âmbito deste fundo;

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ü em 1992, o governo criou uma joint-venture com o setor privado, a Corporação para o Desenvolvimento Tecnológico da Malásia, com os objetivos de comercializar os resultados das pesquisas tecnológicas, estimular as empresas baseadas em ciência e catalisar o desenvolvimento dessa modalidade que é o capital de risco tecnológico;

ü no ano seguinte, em 1993, foi criada outra joint-venture entre o setor público e o privado, o Grupo Estatal Industrial para Alta Tecnologia, destinado a explorar a P&D de novas oportunidades de negócios desenvolvidas pelos parques e pelas cidades tecnológicas;

ü criou-se o Multimedia Super Corridor, região destinada a abrigar empresas estrangeiras voltadas à multimídia, criando-se sinergia com outras tecnologias da informação e redes de telecomunicações;

ü além dessa cooperação direta do setor público com o setor privado no desenvolvimento tecnológico, o governo ainda foi responsável pela realização de investimentos na constituição da infra-estrutura de ciência e tecnologia e concedeu incentivos fiscais para as empresas que realizam atividades de pesquisa e desenvolvimento.

ü na área de recursos humanos é concedido incentivo fiscal à formação e treinamento de recursos humanos. Às empresas foi permitida a dedução em dobro das despesas realizadas com programas de treinamento, para efeitos do cálculo do imposto de renda.

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China

1. Características Gerais do Ambiente Sistêmico

ü Dinâmica de crescimento orientada pelo desenvolvimento induzido da

indústria – participação da indústria aumentou de 42% para 53% do PIB nos últimos 15 anos;

ü Grande capacidade de “mobilização de recursos” -- poupança doméstica da ordem de 50% do PIB focada em investimentos em infra-estrutura e capacidade industrial;

ü Capacidade de investimento aumentada por grande entradas de capital estrangeiro direto (IED), cuja média anual foi US$ 53 bilhões no período 2001-05 – bom aproveitamento da experiência e tecnologia embutidos no capital estrangeiro;

ü Foco de crescimento baseado no crescente volume de exportações, que atingiu 39% do PIB chinês e cerca de 6,6% do total mundial em 2004;

ü Principalmente exportações de manufaturados (80% do total) e vinculadas ao capital estrangeiro, que representa 57% da exportação total de manufaturados e 85% dos manufaturados de alta tecnologia;

ü Crescentes superávits comerciais com o resto do mundo -- US$ 90 bilhões em 2005, comparado com US$ 32 bilhões em 2004;

ü Modelo de crescimento com elevado ritmo de investimento e exportações está no limite e deve ser alterado nos próximos anos, com foco no consumo interno:

o taxa de investimento de 53% do PIB 2005 -- aumentos adicionais geram má alocação de recursos, capacidade excedente, bolhas de propriedade e deflação

o conflitos de comércio e protecionismo no comércio bilateral com os Estados Unidos, Europa e países emergentes

ü Mudança de fora para dentro, com foco no interior, é necessária para aumentar a renda rural e reduzir as diferenças entre as zonas costeira e interior.

2. Principais fatores de atração de IED

ü Maior mercado do planeta -- 1,3 bilhão de pessoas; sendo 450 milhões

em centros urbanos, com crescente renda média; ü Estabilidade política e direção razoavelmente consistente; ü Grande contingente de mão-de-obra barata e bem treinada – custos de

mão-de-obra, com mínimo da ordem de US$ 50/mês; ü Crescente nível educacional da força de trabalho -- mais de 2 milhões

de graduados em faculdades e muitos nas áreas de ciências e engenharia;

ü Boa infra-estrutura nas regiões costeiras – grandes investimentos em sistemas de transporte e de comunicação para melhorar o fluxo de mercadorias e informações;

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ü Abertura política e econômica desde 1980, além de medidas liberalizantes para atender os requisitos de entrada na OMC (concessão em 11/11/01);

ü Recente liberação do mercado consumidor (dez/2004), que deve atrair crescente volume de investimentos no setor de distribuição: o não há mais restrições a propriedade -- empresas estrangeiras

podem também se estabelecer em atividades de comércio, atacado e varejo através de subsidiárias 100% controladas por estrangeiros;

o remoção de restrições por volume de vendas e ativos -- empresas de qualquer tamanho podem agora se estabelecer;

o remoção de restrições geográficas -- empresas de varejo e distribuição podem estabelecer depósitos em qualquer lugar, mas ainda sujeitas a requisitos de planejamento dos municípios e cidades em que forem localizados.

3. Políticas de Industrialização e Tecnologia

3.1 Institucionalidade

ü Responsabilidade de preparação de políticas industriais transferida no final

dos anos 1990 da Comissão de Planejamento Estatal para a Comissão de Economia e Comércio (SETC), que era tradicionalmente o orgão responsável pela supervisão e coordenação das operações de empresas estatais;

ü A orientação da SETC é observada pelos ministérios e governos de províncias no desenvolvimento dos planos setoriais e regionais.

3.2 Histórico ü Foco de crescimento colocado na industrialização desde a formação da

RPC (1949) visando elevar a renda e reduzir a pobreza da população; utilizando-se do modelo de planejamento central e do processo de industrialização da antiga URSS;

ü Esforço de industrialização até 1980 focado na indústria de base e na formação de um leque amplo de indústrias modernas, o que gerou vários problemas ambientais;

ü Início de novo estágio de desenvolvimento sócio-econômico no final nos anos 70, com a reforma de instituições e abertura para o mundo externo;

ü Rápido desenvolvimento econômico e progresso social, com crescimento do PIB de 9,5%ªª no período 1978-2000, comparado com 6,2% entre 1952-78;

ü Setor industrial aumentou de 20,8% em 1950 para 50,9% do valor do PIB em 2000 -- emprego industrial sobre o total cresceu de 7,2% em 1952 para 18,3% em 1980 e para 22,5% de um total de mais de 711 milhões de trabalhadores no ano 2000;

ü Produção atual de amplo leque de produtos industrializado – destaques: maquinário elétrico (12,5%), produtos eletrônicos (7%), químicos industriais

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(6,5%), equipamento de transporte (6,3%), têxteis (6%), alimentos (5,8%), aço (5,7% do valor da indústria);

ü Amplo programa de modernização industrial desde 1980 -- importações de maquinário e criação de 53 zonas nacionais de desenvolvimento de alta tecnologia (HTDZ), que funcionam como pólos para a difusão e inovação tecnológica.

3.3 Foco atual de políticas industriais

ü “vitalizar ativamente os cinco setores líderes: maquinários, eletrônicos,

petroquímica, automotivo e construção -- no setor de maquinário são enfatizados os equipamentos de embalagem e componentes básicos; a tecnologia de informação deve ser focada com prioridade, incluindo equipamentos de telecomunicação, micro-eletrônica e computadores”

ü “melhorar a estrutura e distribuição industrial para atender os requisitos de desenvolvimento social e econômico sustentável, eliminando gargalos para o desenvolvimento industrial, tais como escassez de energia, comunicações, transportes e suprimento de matérias-primas”

ü “promover atividades educacionais para aumentar a consciência sobre leis e questões ambientais em fábricas em empreendimentos, formulando leis e regulamentos para reduzir os problemas ambientais”;

ü desenvolver tecnologias que integrem ele trônicos, design avançado e técnicas de manufatura dentro dos maquinários”.

3.4 Desenvolvimento de PMEs

ü Rápido crescimento de PMEs, incluindo empreendimentos industriais de

propriedade coletiva e privada, com papel importante no processo de desenvolvimento econômico e industrial da China; em virtude do seu dinamismo, competitividade, pequena escala, diversidade, mobilidade de fatores e orientação comunitária; que contribuíram para aumentos expressivos na renda da população rural e na erradicação da pobreza;

ü Existem mais de 20 milhões de PMEs, que geram 60% do emprego, 30% do PIB, 50% do valor da indústria, 48% das exportações e 17% da arrecadação de impostos;

ü Foi recentemente criada uma secretaria especial dentro da Comissão Econômica e de Comércio Estatal (SETC), para cuidar e tratar especificamente de políticas industriais que assegurem o crescimento econômico e ecologicamente sustentável das PMEs;

ü Desenvolvimento de PMEs é incentivado junto às três regiões econômicas (Ocidental, Central, Oriental); com grande empenho dos líderes de províncias na promoção do crescimento destes empreendimentos menores, como forma de geração de renda, empregos e redução de desigualdades regionais;

4. Inovação e Tecnologia

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4.1 Promoção de indústrias de alta tecnologia

ü Similar a políticas dos países do Leste Asiático, com abertura para

investidores estrangeiros e suporte para firmas domésticas; ü Alavancada pelo seu grande mercado, a China tem ido além do que outros

países em desenvolvimento na adoção e promoção de padrões para produtos que competem na China com produtos controlados pelas principais empresas de eletrônicos;

ü Normas e padrões tecnológicos vistos como politizados mas pragmáticos, o que evita a imposição de custos excessivos, além de dinamizar o aprendizado de firmas chinesas que estão começando a competir nos mercados globais.

4.2 Transferência de Tecnologia ü A China tem utilizado a atração do seu enorme mercado de consumo

emergente para induzir firmas querendo entrar no mercado chinês a assinar acordos de investimento que sistematicamente inclui alguma forma de transferência de tecnologia;

ü Políticas de investimento encorajam particularmente o IED em indústrias de alta tecnologia, com ênfase nas indústrias aeroespacial, tecnologia de informação (TI) e produtos eletrônicos e de telecomunicações. Algumas empresas multinacionais de TI tem concordado em transferir tecnologias chaves, tais como o código fonte, como forma de ganhar posição de mercado;

ü Uma prática comum é usar de “acordos compensatórios”, que envolvem o estabelecimento de laboratórios, centro de pesquisa e desenvolvimento conjunto em indústrias chave tais como TI, Telecom, eletrônicos, química fina e automobilística;

ü Empresas multinacionais como a Motorola, IBM, GM e outras já construíram mais de 400 centros de pesquisa e desenvolvimento na China.

4.3 Regulamentos técnicos e padrões de produtos ü Embora apresentando progressos na adequação de seus regulamentos

técnicos em conformidade com padrões internacionais, a China coloca requisitos adicionais em setores como o automobilístico, equipamentos eletrônicos e de telecomunicações;

ü Estes padrões extras visam criar barreiras de entrada no mercado e fazem com que o custo de atendimento das normas seja mais alto para empresas estrangeiras.

4.4 Avaliação de conformidade

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ü Regulamentos vagos e procedimentos arbitrários para a avaliação de conformidade a requisitos técnicos e regulatórios são vistos como um encargo adicional para produtores estrangeiros;

ü Exigência de testes duplicados para atendimento de requisitos técnicos é comum para uma grande série de produtos, incluindo equipamentos médicos, produtos de cuidado pessoal, telefones celulares, produtos eletrônicos de consumo, entre outros;

ü Empresas estrangeiras não são autorizadas a fazer certificações conforme o selo de segurança da China (“CCC – China Compulsory Certification”) -- CCC é visto como demorado e complicado, dificultando a penetração de importados.

4.5 Tratamento fiscal diferenciado

ü Aplicação diferenciada do imposto de valor agregado (IVA), com a isenção

ou retornos do IVA para certos produtos, além de isenções de outras taxas para estimular exportações ou encorajar a entrada de IED;

ü A indústria de circuitos integrados ou de semi-condutores foi um caso particular -- taxas discriminatórias do IVA nos chips utilizados nos circuitos, com o objetivo aumentar a produção de 2 para 24 bilhões no período de 2000 a 2010;

ü Empresas de controle nacional ou com investimento estrangeiro recebiam um rebate ou retorno de IVA para os chips projetados e fabricados no país, tornando a taxa efetiva de apenas 3% -- a taxa plena de 17% era imposta para semicondutores importados, o que foi um grande incentivo para os chips de fabricação local e levou a aumentos substanciais em aumento de capacidade na China.

4.6 Subsídios e controles de preços governamentais

ü Por força dos conflitos no caso dos semicondutores, o foco da China está

sendo colocado agora na oferta de fundos especiais para pesquisa e desenvolvimento (P&D), em substituição a política de rebates de IVA -- estes fundos poderão cobrir até 50% dos custos de P&D das empresas;

ü Além disso, novos incentivos fiscais estão sendo oferecidos para fabricantes de semicondutores, com extensão de períodos de isenção total ou parcial de impostos;

ü Com estas táticas, a meta é de ter 10% da capacidade mundial de semicondutores em 2007, comparado com apenas 2% que o país tinha em 2002;

ü O sistema de subsídios de governo para a indústria inclui incentivos fiscais, acesso preferencial a crédito e capital de instituições financeiras estatais, subsídios para utilidades e condições de investimentos requerendo transferência de tecnologia;

ü Existem também sistemas de controle de preços visando restringir importações de certos produtos e serviços, incluindo produtos

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farmacêuticos, gás natural, fretes de transportes, fumo, produtos agrícolas e outros.

4.7 Compras de governo ü Regulamentos de compras governamentais estão sendo revistos visando

estabelecer regulamentos específicos por setor, que estabelece preferências para produtos e serviços domésticos, a não ser casos excepcionais;

ü Regulamentos propostos para programas de computador, o primeiro setor a ser implementado, definem o software doméstico de maneira dúbia e impõe condições restritivas sobre produtos e programas estrangeiros;

ü Regulamentos estabelecem um sistema de preferência para produtos estrangeiros que dependem de condições a serem determinadas de investimento e P&D com sub-contração de firmas chinesas, ou de outra forma sujeito a taxação especial; o que é visto como uma desvantagem substancial para fornecedores estrangeiros.

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Índia

1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.1 Política de Desenvolvimento Industrial e de Comércio Exterior

A Política Industrial até meados dos anos oitenta caracteriza-se por uma intensa intervenção governamental e a liderança do investimento estatal, a forte ênfase da política econômica na substituição de importações e na auto-suficiência A ação do governo baseava-se em: ü Política de Investimentos – Através do Industrial Development Act (IDA) o

governo criou um sistema de licenças em que era exigido a autorização governamental expressa para a realização de projetos novos de determinada escala ou já existentes com expansão considerável.

ü Incentivos Setoriais – O governo elegeu setores (metal-mecânico e

Químico) para os quais canalizou facilidades de crédito, reduziu alíquotas e limites de importação, entre outros.

ü Empresas Estatais - O governo participou diretamente no processo de

industrialização estabelecendo empresas estatais nos principais setores da economia. Os setores com gra nde participação das empresas governamentais foram carvão, petróleo, aço, fertilizantes, máquinas, entre outros.

ü Restrição à Mobilidade Setorial - Além do sistema de licenças exigidas ao

setor privado para operação, o governo estabeleceu cotas que limitavam a expansão das firmas privadas em determinados setores em favor das empresas estatais.

Recentemente o governo hindu tomou uma série de medidas aprofundando o processo de liberalização, embora uma vez mais tenham sido mantidos os objetivos globais da política industrial: auto -suficiência e ênfase regional. As principais medidas tomadas a partir de meados da década de oitenta são resumidas abaixo: ü Comércio Internacional - O governo indiano, no início dos anos 90, iniciou a

flexibilização do sistema de co tas, tarifas e regulamentação de importações. A principal medida foi a liberalização dos mercados de câmbio, facilitando o acesso a divisas estrangeiras.

ü ZPE - O governo hindu criou no início da década de oitenta as Zonas de

Processamento de Exportação (ZPE) como forma de promover o aumento das exportações. Foram concedidos incentivos fiscais, cinco anos de isenção de impostos, mais benefícios no repatriamento de lucros. Outra

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medida importante para viabilizar as ZPEs foi permitir, embora com limites, o acesso ao mercado hindu para as empresas instaladas nestas regiões.

ü Controle Estatal (Concessão de Licenças) - O governo no início da atual

década optou por abrandar fortemente o sistema de concessão de licenças para operação de empresas industriais.

Em muitos dos setores a necessidade de licenças foi eliminada, não sendo mais necessária também a exigência de autorização prévia para a expansão das atividades. A diversificação das áreas de atuação das empresas está sendo muito mais tolerada pelo governo. Investimento Estrangeiro - No que tange ao capital estrangeiro, a postura do governo hindu passou a ser de maior tolerância. Eliminou-se, em 1991, a exigência de concessão de licenças para operação na maioria dos setores industrias com exceção de dezoito deles. Em 1996, o número caiu para quinze. Removeu-se também, de forma completa, a exigência de autorização prévia para expansão de capacidade e diversificação da produção. ü Empresas Estatais - O governo optou por flexibilizar os controles e as

restrições à entrada do setor privado em determinados setores reservados ao setor público.

ü Incentivos Fiscais - Abaixo são relacionados os principais incentivos fiscais

utilizados pelo governo hindu no estímulo de setores específicos. Note que para o caso de incentivos concedidos a ZPE`s está atrelado ao desempenho exportador da firma. Este tipo de mecanismo, a rigor, não é permitido na OMC. A concessão de incentivos fiscais é autorizada na medida em que não esteja atrelada à algum tipo de performance exportadora.

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2 Capital Estrangeiro ü Foreign Exchange Regulation Act

o Liberalização do mercado de câmbio (plena mobilidade de capital) o Incentivo ao IDE para exportação de alta tecnologia o Participação estrangeira acionária em setores estratégicos

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3 Política de Comercio Exterior Pode-se dividir a evolução do comércio internacional em 3 etapas: ü 1955 a 1970, em que há uma queda da participação das exportações no

PIB; ü o período entre 1970 e meados dos oitenta, em que as exportações

aumentam significativamente no início do período e depois mantém-se em estagnação relativa, ou seja o crescimento das exportações acompanhou o PNB e;

ü período de 1985 em diante, caracteriza-se por um grande aumento das exportações. A pauta de exportação hindu é extremamente pobre em termos de bens agrícolas predominando bens manufaturados. a boa performance relativa dos manufaturados deve-se ao conjunto de incentivos à exportação concedidos pelo governo, dada a correlação existente entre a performance dos manufaturados e as políticas governamentais de incentivo à exportação.

Dados os objetivos de promoção de substituição de importações e a busca de auto-suficiência, a política comercial tornou-se um instrumento poderoso para viabilizar a produção interna de uma série de itens. A ampla utilização de cotas, tarifas, controles de câmbio e banda de preços para controlar as importações foi essencial para a viabilização da estratégia de política industrial.

Programa Requisitos Execução

Infra-estrutura; provisão de serviços de telecomunicações;

geração, transmissão e distribuição de energia,

produção/,amufatura de artigos, ou a parques industriais

Isensão de 100% dos lucros tributáveis durante os primeiros

5 anos e 30% durante os próximos 5 anos

Empreendimentos de pequena escala iniciado entre 01/04/1995

e 31/03/2002

Isensão de 30% dos lucros tributáveis

ExportaçãoIncentivo à exportação de

softwares de informática para 2008-2009

Localizadas em Zonas de processamento de exportação

(ZPEs), Zonas econômicas especiais (ZEEs),

Empreendimentos orientados à exportação (EOUs), centros de

desenvolvimento industrial ou na região nordeste

Isenção de imposto sobre os lucros

Importação de bens de capital e Insumos

Zonas de processamento de exportação (ZPEs)

Produção de hardware e software

Isenção na importação de bens de capital e

insumos/componentes

Tecnologia e P&D P&DDesenvolvimentos cientáficos

registrados no país10 anos de isenção tributária

dos lucros

Programas de incentivos

Novos empreendimentos industriais em locais

industrialmente atrasadosIncentivos Fiscais (IR)

Índia

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A Índia aderiu formalmente as normas da Organização Mundial de Comércio (OMC) em 1º janeiro de 1995. Isto implica num comprometimento do país em abrir mão num prazo mais longo dos mecanismos de proteção generalizados através de tarifas e cotas adotados no passado. O país promoveu uma gradativa liberalização do mercado de câmbio acompanhado de uma forte desvalorização da moeda local. 3.1 Incentivos à Exportação

Em 1995 o governo optou por expandir o mecanismo de incentivos à exportação através da ampliação de um sistema de importação de insumos com isenção de impostos (de importação e valor adicionado). O Advanced Licence Scheme, o esquema de promoção à exportação então adotado, consiste na concessão de licenças de importação de insumos com isenção de impostos vinculados a um determinado desempenho exportador. Os principais mecanismos utilizados para incentivar às exportações consiste em estímulos fiscais já descritos concedidos para empresas que desejem se instalar nas ZPE`s ou montar unidades voltadas à exportação. O resultado líquido em termos de reservas internacionais é avaliado em conjunto com os resultados obtidos pelas firmas em território hindu para que possam alcançar o status de Casa de Exportação (CE), Casa de Comércio (CC), Casa de Comércio com Estrela (CCE) e; Casa de Comércio Super Estrela (CCSE). Empresas que conseguem este rótulo tem direito a incentivos adicionais como, por exemplo, direito de importação de itens constantes nas Listas Negativas de comércio exterior e; importar bens de capital livres de alíquotas de importação, depreciação acelerada de ativos, isenção fiscal. 3.2 Barreiras Tarifárias: racionalização do sistema de tarifas de importação

O governo hindu está adotando um programa de racionalização da estrutura de tarifas de importação. A reforma do sistema tarifário realizada no início dos anos 90 reduziu o nível médio de tarifas ponderados pela participação dos itens no comércio de 97% por cento para cerca de 20%. 3.3 Barreiras Não-Tarifárias

Todas as importações devem ser registradas junto ao governo e devem apresentar um código que mostra sua legalidade, a menos que exista uma desobrigação legal explícita.

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A autorização de importações é administrada através de uma Lista “Negativa”, ou seja, os bens constantes desta lista sofrem algum tipo de restrição à entrada e exigindo-se licença de importação. 3.4 Legislação Anti-Dumping

A legislação específica é o Customs Tariff Act de 1975. A Índia assinou o Código Anti-Dumping revisto pelo GATT (General Agremment on Trade and Tariffs) que define como duping a venda de produto a um preço abaixo daquele praticado no comércio doméstico do país exportador. 4 Política de Tecnologia A Índia possui bons quadros de técnicos e universidades bem estruturadas: ü Quase 300 institutos de nível técnico para qualificação de mão-de-obra ü cerca de 225 universidades ü bons indicadores, em termos absolutos, de técnicos e engenheiros

formados, ü Igualmente em número de cientistas ü terceira colocação em termos de profissionais.

Este corpo técnico foi importante, segundo as mais diversas interpretações, para constituir a atual base industrial indiana. O nível de gastos em P&D é relativamente baixo, comparado ao padrão de países desenvolvidos e a países com políticas agressivas de industrialização, como a Coréia, mas não em relação aos países em desenvolvimento e mesmo países como a Espanha, por exemplo. Um outro fato a ser salientado é o baixo nível de participação do setor privado no total realizado de gastos em P&D. 4.1 Propriedade Intelectual

ü A Índia não fornece garantias satisfatórias à propriedade intelectual

principalmente nos setores farmacêutico e químico. ü A legislação hindu proíbe o registro de patentes de invenções que possam

ser utilizados como remédios, alimentos, drogas e produtos químicos. ü As patentes concedidas possuem, em geral, prazo curto de validade para

padrões internacionais, e ü o processo de aprovação é extremamente burocrático e demorado. A

legislação atual prevê a aplicação de multas, sanções e prisão pela pirataria de direitos autorais.

Existem canais específicos no sistema judiciário para avaliação dos processos. O principal empecilho para uma maior eficácia da aplicação da legislação é a excessiva morosidade do sistema judiciário hindu.

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4.2 Incentivos à atividade de P&D

O governo hindu recentemente criou os seguintes mecanismos que visam incentivar a atividade de P&D das empresas privada. As seguintes despesas passam a ser dedutíveis para fins de imposto: ü gastos em aquisição de capital necessário à pesquisa científica dentro da

empresa; ü gastos realizados na pesquisa científica desde que aprovada pelo governo; ü pagamentos realizados junto a universidades para fins de pesquisa; ü contribuições realizadas ao National Laboratory, ou às universidades e

institutos de pesquisa. No caso de importação de tecnologia do exterior, o governo concedeu os seguintes incentivos: ü todo gasto incorrido na aquisição de uma patente pode ser considerado

como despesa para fins de imposto; ü todo imposto pago na aquisição de patentes anterior ao período de abril de

1998 pode ser abatido ao longo dos próximos seis anos.

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MÉXICO 1. Comércio Internacional 1.1 Acordos internacionais

ü Reciprocal Investment Promotion and Protection Agreements (APPRIs)

o acordos bilaterais concluídos com a Espanha (1995), Argentina

(1996) e Suíça (1995). o participação no MIA (Multilateral Investment Agreement) – OCDE. o Acordos com o NAFTA (MFN – Most Favoured Nation)

o Além do NAFTA, o México subscreveu mais quatro tratados ou

acordos de livre comércio, como parte da estratégia de ampliar o acesso de produtos mexicanos a mercados externos: Chile (1992); Venezuela e Colômbia – Grupo de los Tres (1995); Bolívia (1995) e Costa Rica (1995), os quais prevêem um cronograma de desgravação tarifária – mais ou menos intenso, dependendo do acordo – até 2004.

1.2 Abertura

ü Exportações de manufaturados cresceram para 12% do PIB em 1991 através das indústrias “maquiladoras” – comparado com 3% do PIB até o final dos anos 70

ü Importações de manufaturados elevaram-se de 12% em 1981 para 20% em 1991, com forte incremento dos déficits comerciais.

ü Aumento da produtividade industrial, que cresceu em torno de 4,5%ªª no período 1998-92 – aumentos mais acentuados nas indústrias automotiva (11,3%ªª), siderurgia (6,7%), máquinas e equipamentos (6,1%)

ü Neste período, a indústria mexicana passou por um processo de mudança estrutural, especializando-se na produção de insumos pesados e de alguns bens de consumo duráveis, mas dependendo cada vez mais de importações de bens de capital e de bens de consumo tradicionais.

ü Nos anos 1990 o México acumulou déficits crescentes na balança comercial, com pico atingido na crise de 1994, quando o déficit foi de US$ 53 bilhões

ü Em 2004 as exportações do México atingiram US$ 189 bilhões, dos quais mais de 80% com produtos manufaturados

2. Política de Desenvolvimento Industrial e de Comércio exterior (Programa de Política Industrial y Comércio Exterior)

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2.1 Institucionalidade

o COMPEX – Comissão Mista para Promoção de Exportações –

principal órgão de coordenação entre o setor público e as associações empresariais na elaboração de políticas de exportação

o SECOFI – Secretaria de Comércio e Fomento Industrial – coordenação de Programas de Setores Produtivos, com participação dos bancos de desenvolvimento e de representantes dos setores produtivos na elaboração de diagnósticos setoriais e fixação de metas dos programas formais por setores

o Conselho Nacional da Micro, Pequenas e Média Empresa o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CONACYT)

2.2 Desenvolvimento Regional

ü Programa de Industrialização Fronteiriça: Sistema produtivo das “Maquilarias” (criada em 1965)

ü Zonas de processamento de Exportação – ZPE’s (região Norte) • Indústria eletro-eletrônicos • Montagem de aparelhos elétricos • Montagem de peças e veículos de transporte

2.3 Desenvolvimento Setorial

ü Programa de Empresas Integradoras (1993) o Petroquímica o Minerais o Maquilas

ü Programas de setores produtivos – Couro, calçados,Têxtil,

confecção, Móveis, Artigos esportivos, Bicicletas, Siderurgia, Indústria paramédica

2.4 Desenvolvimento da MPE´s

ü Conselho Nacional da Micro, Pequenas e Média Empresa –

presidido pelo SECOFI, com participação de outras áreas do setor público, de acordo com as esferas de competência (Secretaria da Fazenda, Secretaria do Trabalho, NAFIN, BANCOMEXT) e diversos organismos empresariais (Conselho Coordenador Empresarial, Confederação das Câmaras Industriais, etc), com atribuições de coordenar medidas de apoio para promover a competitividade e as exportações diretas e

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indiretas das MPMEs, fomentar mecanismos de assessoria técnica especializada e estimular a associação entre essas empresas.

2.5 Financiamento ao Investimento Produtivo

ü PRONAFIDE – Programa Nacional de Financiamento do Desenvolvimento – meta principal de atingir taxa de investimento de 25% do PIB para sustentar crescimento médio anual de 5%, através da adoção de instrumentos para aumento da poupança pública e privada (reforma do sistema de pensões, reforma do sistema financeiro, esforço fiscal, atração de IED).

ü NAFIN (Nacional Financeira) – banco de fomento público, com diversos programas de financiamento voltados para o investimento produtivo, modernização industrial, garantias de créditos para PMEs, entre outros.

3. Comércio Exterior 3.1 Promoção de Exportações

ü Serviços de informação, assessoria e capacitação em comércio exterior.

o Programas especiais de apoio a devedores o Programa de Garantias e Avais o Programa de Crédito Internacional

Programa México Exporta

3.2 Desenvolvimento de mercados ü Programas de Fomento às Exportações :

o PITEX -- importação temporal para produzir artigos de exportação

o ALTEX (Empresas Altamente Exportadoras) -- programa das maquilas,

o DIMEX -- devolução de impostos de importação aos exportadores

o ECEX – programa de empresas de comércio exterior o FEMEX -- Feiras Mexicanas de Exportação

4. Tecnologia

ü Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CONACYT) –

formulação de programas para o fortalecimento da interação entre os setores industriais e as instituições de pesquisa e tecnologia, apoio

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às empresas de base tecnológica e criação de mecanismos de difusão tecnológica juntos à PMEs.

4.1 Financiamentos

ü Fundo para o Fortalecimento de Capacidades Científicas e Tecnológicas -- promover a criação de infra-estrutura tecnológica que permita proporcionar serviços especializados de P&D às empresas. O fundo apóia a criação de centros científicos e tecnológicos privados, que atendam as necessidade de grupos de empresas com interesses comuns, através do estabelecimento de capacidade genéricas.

ü Fundo de Pesquisa e Desenvolvimento para a Modernização

Tecnológica -- programa conjunto CONACYT-- NAFIN, que aloca recursos e financiamento integral a projetos de P&D em fase pré-competitiva, assumindo os risco de projeto

ü Programas específicos do NAFIN para inovação e tecnologia

ü Financiamento à Modernização Industrial – projetos de

desenvolvimento tecnológico, incluindo: design, protótipo de máquinas e equipamentos, planta piloto, laboratórios de controle qualidade

ü Modernização Tecnológica para PMEs (assistência técnica) 4.2 Incentivos Fiscais

ü dedução de fundos destinados a gastos com P&D tecnológico até

o limite de 1,5% da renda que o contribuinte obtenha no exercício fiscal.

ü dedução de fundos destinados a programas de capacitação até o limite de 1% da renda anual.

ü os contribuintes poderão optar por aplicar um crédito fiscal de gastos e investimentos adicionais em P&D, sempre que os gastos não sejam provenientes dos fundos mencionados anteriormente; o crédito fiscal será de 20% da diferença entre o montante de gastos no exercício atual e a média de gastos nos três exercícios anteriores.

ü na amortização de ativos fixos, permite -se uma dedução máxima de 35% para equipamentos destinados diretamente à investigação de novos produtos ou desenvolvimento tecnológico.

ü também é possível a dedução imediata de 94,4% de gastos com equipamentos destinados diretamente ao desenvolvimento tecnológico (excetuando-se mobiliário, automóveis, ônibus, caminhões, tratores e aviões

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CHILE

1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.1 Características gerais

A análise da pauta exportadora chilena aponta os setores industriais com maior inserção internacional: o de processamento de madeira e papel e celulose.

1.2 Desenvolvimento Regional Através de incentivos fiscais, o governo oferece incentivo para instalação de projetos relacionados à indústria automobilística ou localizados em regiões do extremo norte e sul do país

• Zona Franca de Iquique (ZOFRI): apenas IVA é cobrado caso o destino do produto seja o Chile

2. Comércio Internacional

• Acordos bilaterais e blocos econômicos para cooperação comercial com redução tarifária: Mercosul, EU e Nafta

3. Política de Desenvolvimento Industrial e de Comércio exterior

3.1 Institucionalidade Desempenham papel importante na economia chilena: ProChile, Fundación Chile e Corfo (Corporación de Fomento). ü ProChile

A ProChile, criada em 1974, é um organismo vinculado ao Ministério das Relações Exteriores encarregado de fomentar e dar apoio às exportações não tradicionais chilenas. ü Fundación Chile

A Fundación Chile foi criada em 1976 através de um acordo com a empresa americana ITT (International Telegraph and Telephone). As atividades iniciais estavam voltadas à busca e desenvolvimento de novos produtos ligados às vantagens comparativas chilenas com potencial exportador.

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ü Corfo A Corporação de Fomento, Corfo, foi criada em 1939 e teve um papel destacado na evolução da economia chilena. A ação da Corfo até a década de setenta caracterizou-se pela intervenção direta em uma série de setores da economia chilena. Atualmente a Corfo é responsável pela concessão de linhas de crédito e subsídios à atividade de pesquisa em diversos setores importantes da economia.

4. Desenvolvimento Setorial

4.1 Indústria de Processamento de Madeira

A indústria de processamento de madeira é um caso de êxito exportador. A concessão de subsídios ao reflorestamento por parte do governo chileno a partir da década de sessenta contribuiu para estimular a performance do setor nas décadas seguintes quando as plantações maduraram. Agências privadas e governamentais tiveram papel importante no desenvolvimento de alguns projetos no setor. Do lado do governo, a Corfo procurou auxiliar as firmas desta indústria através da promoção de seminários, treinamento e pesquisa que tinham por objetivo facilitar o acesso à tecnologia. Do lado privado, a ASUN (Aserraderos Unidos) e ASIMAD (Associación de Industriales de la Madera). A primeira é uma agência formada pelas empresas do setor com o objetivo de auxiliar as pequenas empresas na comercialização e colocação dos produtos nos mercados internacionais, bem como adequar os produtos às normas de qualidade internacional. A segunda consiste numa associação formada por empresários de porte médio que visa minimizar o custo de comercialização das empresas em conjunto. O grande desafio para a indústria consiste em transitar de uma produção baseada apenas em produtos de baixo valor agregado e com pouca intensidade tecnológica para ramos mais elaborados das mesmas.

4.2 O Setor de Celulose e Papel

A indústria de celulose e papel no Chile é um exemplo de reestruturação produtiva vitoriosa em direção às commodities industriais A análise da experiência chilena no setor de papel e celulose justifica-se pelas seguintes razões: ü forte crescimento da produção, das exportações e do coeficiente exportado

a partir da década de setenta;

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ü o sucesso do setor iniciou-se num período de fortes alterações no ambiente e política econômica chilena (abertura comercial e reformas liberalizantes).

Este também é um caso em que os encadeamentos são limitados, sendo pequena a demanda por máquinas e equipamentos derivada do setor, e muito pequeno o avanço em termos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). O esforço principal é concentrado na manutenção das vantagens comparativas na área florestal e na produção da matéria prima da celulose. Quanto à organização do processo de produção, o esforço de pesquisa consiste em adaptar a maquinaria às condições locais.

4.3 Comércio Exterior

A política de exportação chilena não centrou-se especificamente na promoção de setores ou atividades específicas. Os principais mecanismos utilizados foram incentivos tributários, facilidades de financiamento, redução de custos de transporte e política macroeconômica consistente com uma taxa de câmbio real favorável às exportações, e a busca de novos mercados através de acordos bilaterais de redução de tarifas. Os principais mecanismos de incentivos às exportações utilizados pelo Chile podem ser classificados em aduaneiros, tributários e financeiros.

O principal mecanismo aduaneiro utilizado consiste na desoneração da tarifa de importação de insumos se comprovada a utilização para a produção de bens direcionados ao mercado externo. O governo chileno também permite a armazenagem de insumos em locais autorizados e concede redução do IVA nas exportações. Os incentivos de IVA também são concedidos às "exportações" de serviços, sendo, nesse caso, o turismo o beneficiário principal. O governo chileno criou um sistema de drawback simplificado para incentivar as exportações não tradicionais.

5. Barreiras Tarifárias e Não Tarifárias e Mecanismos de Salvaguardas

O sistema tarifário chileno vem ganhando um grau crescente de complexidade à medida que o país avança na estratégia de promoção de acordos bilaterais de comércio. Durante o processo de abertura econômica grande parte das barreiras não-tarifárias existentes foi removida.

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6. Tecnologia As análises sobre o tema reconhecem avanços importantes realizados no período recente no que tange ao montante de recursos aplicados e à participação do setor privado em C&T. Ressaltam, contudo, que o Chile tem ainda de superar uma série de obstáculos para ter uma política tecnológica a altura de suas necessidades. A Instituição pública chilena com competência legal para propor a política nacional de C&T é o Conselho Nacional de Investigación Tecnológica (CONICYT) vinculado administrativamente ao Ministério da Educação. Isto tem direcionado a ação da Conicyt para a promoção, ampliação e a melhora da qualidade da pesquisa científica e Tecnológica no país. Mais recentemente, a Instituição tenta promover uma maior integração entre as atividades desenvolvidas no âmbito da academia com o setor privado. Existe uma preocupação em fazer com que a Universidade responda mais diretamente às necessidades do setor privado em termos de produção de bens e serviços. Cabe à Corfo ocupar o espaço existente no atendimento às necessidades de inovação e serviços tecnológicos e capacitação para a realização de P&D no nível da firma.

7. Financiamentos

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A Corfo, como já foi dito, é responsável pela concessão de linhas de crédito e subsídios à atividade de pesquisa em diversos setores importantes da economia. Em 1992 o Ministério da Economia criou um programa ambicioso de pesquisa estabelecendo linhas de créditos com a finalidade específica de financiar C&T. Foram criados três fundos destinados ao financiamento de projetos ligados ao desenvolvimento tecnológico e científico. São eles: ü Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fondecyt) ü Fundo de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fondef) ü Fundo Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Produtivo (Fontec).

Apesar do esforço considerável realizado para aumentar a quantidade de recursos alocados a C&T, o Chile ainda tem de superar uma série de deficiências estruturais para montar um sistema de inovação capaz de atender satisfatoriamente às demandas por melhoria de qualidade, capacitação tecnológica e maior agregação de valor que um processo de desenvolvimento acelerado exige. As carências do sistema de C&T chileno podem ser resumidas em: ü quantidade de recursos relativamente baixa aplicada em C&T; ü pequena participação privada nos projetos; ü ausência de coordenação e de uma política pública para o tema e; ü escassez de recursos humanos qualificados.

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BRASIL

1. Características Gerais do ambiente Sistêmico

1.1Características gerais 1.1.1 Dos anos 60 aos 80 O papel do Estado na industrialização foi fundamentalmente estruturante, dando condições à atração do capital estrangeiro e também do capital privado nacional, e proporcionando a infra-estrutura necessária. O investimento bruto do setor público, que era responsável por 25 % da formação bruta de capital fixo em 1955, passou a representar 39 % em 1962 e cresceu até 44% em 1979: ü O principal componente que assegurou o dinamismo econômico ao longo

das três décadas do pós-guerra foi o alto grau de “solidariedade orgânica” entre as atividades produtivas das empresas estatais e multinacionais:

ü O Estado fornecia e garantia o mercado interno com insumos básicos e economias externas a baixo custo;

ü as grandes empresas estrangeiras, em processo de expansão à escala internacional, utilizavam tais facilidades para instalação e expansão no mercado interno;

ü O setor privado nacional encontrava diversas oportunidades nas atividades que o dinamismo e a expansão da economia criavam;

ü Os instrumentos de política, via de regra operavam no sentido de subsidiar direta ou indiretamente as importações consideradas essenciais;

ü Imposição de barreiras pelo governo ao longo das últimas décadas – com destaque para as barreiras não-tarifárias, notadamente nos períodos próximos à crise da dívida da década de 80;

ü Adoção de esquemas de proteção e estímulo a determinados setores, através dos créditos subsidiados do BNDES e incentivos fiscais e financeiros concedidos por órgãos, agências governamentais e bancos estaduais de desenvolvimento, com destaque para o papel desempenhado pelo CDI – Conselho de Desenvolvimento Industrial – até o início dos anos 80;

ü Limitação ao acesso do investimento estrangeiro direto em determinados setores.

Os mecanismos acima descritos forma complementados por outros que visavam a economia de divisas frente ao estrangulamento das contas externas e à crise da dívida externa – como foi durante os anos 80 -, entre eles políticas de restrições às importações (neste caso restrições quantitativas às importações bem como a introdução dos “regimes especiais de importação”) e o condicionamento à obtenção de índices mínimos de nacionalização para acesso a incentivos fiscais e creditícios de instituições oficiais.

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Período (1974-1983) II PND - Instalação de setores para complementar o segmento pesado da indústria. A substituição de importações promovida na segunda metade dos 70 pelo II PND foi liderada pelo investimento público em conjunto com o capital privado internacional e nacional nos setores de bens de capital e bens intermediários. ü Resultando em uma extraordinária transformação industrial:

o O setor industrial cresceu, em média, 9,5% entre 1965 e 1980; o Acima da média dos países desenvolvidos (4,7%) e dos países em

desenvolvimento (6,6%); o Abaixo apenas da Coréia do Sul (19%), Singapura (11,4%) e

Indonésia (10,2%) A estrutura industrial brasileira tinha alcançado em 1980 um alto grau de integração intersetorial e diversificação da produção.

ü Os complexos químico e metal-mecânico (incluindo bens de capital, bens

de consumo durável e o setor automobilístico), que representavam 47,5% da produção industrial total em 1970, dez anos depois seriam responsáveis por 58,8%.

ü A estrutura industrial resultante não era significativamente diferente da maior parte das economias da OCDE.

Quanto às exportações, a política industrial adotou regimes explícitos ou políticas de promoção através de incentivos fiscais e creditícios após meados dos anos 60: ü Regulamentação do regime de drawback; ü Isenção do pagamento do IPI e do ICM incidente sobre as exportações de

manufaturados; ü Criação do Finex – Fundo de Financiamento Direto ao Exportador.

A partir de 1970 foram adotados incentivos mais agressivos:

ü Criação do crédito-prêmio do IPI e do ICM; ü O programa BEFIEX de incentivos à exportação (da Comissão para

Concessão de Benefícios Fiscais a Programas Especiais de Exportação); ü Política de minidesvalorizações cambiais para conferir uma maior

regularidade na rentabilidade da exportação. Apesar de importantes, estes mecanismos de incentivos às exportações passaram a ser gradualmente desativados ao longo da década de 80, dadas as restrições financeiras do setor público, que determinaram o desmantelamento do sistema de incentivos fiscais e financeiros não só às exportações, mas também ao investimento industrial No final dos 80 foi adotada a– NPI (1988) - Nova Política Industrial, que tinha como principais objetivos:

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ü modernizar a estrutura industrial, ü dar suporte tecnológico às firmas para que estas pudessem aumentar a

produtividade e ü contribuir para o desenvolvimento regional através da criação das ZPEs

(Zonas de Processamento de Exportação). A NPI não se materializou na prática, pois baseava-se em dois instrumentos:

ü uma política de incentivos ü uma reforma na política comercial.

Os incentivos seriam administrados pelos Programas Setoriais Integrados (PSI’s), com exceção dos incentivos à P&D, de responsabilidade dos Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI’s). Os incentivos beneficiavam a aquisição de bens de capital e de matérias-primas, bem como a compra de partes e componentes para o setor industrial. A reforma na política comercial, o principal instrumento da NPI, não teve êxito e a reforma das tarifas, elaborada pelo Conselho de Política Aduaneira – CPA, foi apenas parcialmente implementada. A redução nas tarifas, entretanto, foi significativa mas meramente simbólica, não significando uma mudança do padrão de proteção vigente, já que as barreiras não-tarifárias continuaram basicamente as mesmas. É preciso observar ainda que ao final do governo Sarney várias medidas foram tomadas para simplificar o aparato legal e institucional, procurando introduzir um certo grau de liberalização dentro do ambiente de política industrial setorial. Estas mudanças representaram um marco importante para a simplificação do processo de importações, mas a mudança de muito maior alcance viria a ocorrer no governo seguinte. 1.1.2 A Política Industrial e de Comércio Exterior: 1990-1992 Com o início do governo Collor, em 1990, a trajetória da política comercial e industrial brasileira passaria por uma mudança radical com a introdução da PICE – Política Industrial e de Comércio Exterior (Medida Provisória n.º 158 de 15 de março de 1990 e Portaria n.º 56 do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento- MEFP). As medidas propostas eram ambiciosas e visavam estabelecer um novo modelo:

ü de produção e crescimento para o País, ü novas formas de incorporação do progresso técnico, ü de mecanismos de financiamento, ü relações salariais, ü intervenção do Estado e ü inserção da economia no cenário internacional.

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A PICE significava uma ruptura na trajetória das políticas anteriores “ao deslocar seu eixo central de preocupação da expansão da capacidade produtiva para a questão da competitividade”. A política industrial estaria voltada para maximizar a taxa de crescimento da produtividade e estimular a competição. Para tal, a PICE procurou definir duas linhas de ação: ü estimular a competitividade das firmas nacionais, e ü aumentar a exposição das indústrias nacionais à competição interna e

externa. Nas prioridades da PICE cabem os seguintes destaques: ü reforma da política de importação, que consistia em reintroduzir a tarifa

aduaneira como instrumento básico de proteção em substituição às barreiras não-tarifárias, a redução progressiva desses níveis de proteção tarifária, a eliminação de incentivos e subsídios, bem como a revogação da isenção e redução tributária dos Regimes Especiais de Importação e o fortalecimento de mecanismos de defesa da concorrência;

ü reestruturação competitiva da indústria através de mecanismos de coordenação, de instrumentos de apoio creditício e de fortalecimento da infra-estrutura tecnológica;

ü apoio à capacitação tecnológica para o fortalecimento de segmentos potencialmente competitivos e desenvolvimento de novos setores através de maior especialização da produção;

ü maior exposição da indústria à competição internacional, processo que seria progressivo e planejado, possibilitando maior inserção no mercado externo, melhoria de qualidade e preço no mercado interno e aumento da competição em setores oligopolizados e;

ü capacitação tecnológica da empresa nacional, através de proteção tarifária seletiva às indústrias de tecnologia de ponta e apoio à difusão das inovações nos demais setores.

Quanto aos mecanismos adotados pela PICE, estes podem ser divididos em dois grupos: ü os mecanismos de apoio à competição ou de liberalização comercial, e ü os mecanismos de competitividade propriamente ditos:

o PCI – Programa de Competitividade Industrial voltado para o desenvolvimento dos setores de tecnologia de ponta e para a reestruturação dos setores industriais com condições de alcançar padrões internacionais de qualidade e preço. De acordo com o programa, o governo deveria fomentar a competitividade na indústria em três níveis: estrutural, setorial e empresarial;

o PBQP – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade; e o PACTI – Programa de Apoio à Capacitação Tecnológica da Indústria.

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É muito importante registrar que, na prática, esse segundo grupo de mecanismos da PICE, isto é, as medidas previstas para a área da competitividade, não foram implementadas, seja devido ao retorno da crise macroeconômica, seja pela impossibilidade de se conciliar, na prática, complexos objetivos nos campos estrutural, setorial e empresarial da indústria, com o empenho de liberalização do governo. Desta forma, o que restou de fato de uma formulação de política industrial foi somente o seu lado "externo", vale dizer, sobretudo, a abertura econômica, esta sim uma política seguida à risca e integralmente implementada. Desequilibrada em função disto, a política econômica e industrial do período ao menos adotou em paralelo a esta rápida e profunda abertura, uma política cambial que procurava evitar o atraso do câmbio. A promoção da competição deu-se por: ü remoção dos sistemas de proteção e incentivos, ü Eliminação de controles que regulavam a entrada de firmas e produtos no

mercado; ü Eliminados instrumentos de socorro a firmas, como em linhas de crédito do

BNDES; ü Prosseguimento à desativação de controle de preços; ü Início do programa de privatização de empresas estatais; e ü Promulgação de leis de proteção ao consumidor, de regulação do poder

econômico e defesa da concorrência.

Essas medidas foram complementadas do lado externo com: ü A liberalização das áreas comercial e de investimento ü Reforma da política de propriedade intelectual.

Por outro lado, foram adotadas políticas de atração de capital estrangeiro, mediante a reforma dos dispositivos legais que regiam as operações de firmas estrangeiras, a eliminação de distinção entre firmas nacionais e estrangeiras, maiores facilidades de remessa de lucros e concessão, sob certas condições, de crédito do sistema BNDES para empresas estrangeiras. 1.1.3 A Política Industrial nos Anos de 1993 e 1994 ü Abertura Comercial como principal instrumento de política indústrial ü As Câmaras Setoriais logo tornaram-se “no locus principal para a

proposição de iniciativas de política industrial e comercial” tendo papel de destaque na discussão das estratégias a serem utilizadas.

ü estímulos para a produção de carros populares, no qual foram definidos incentivos na forma de redução de imposto, metas de produção até o ano 2000 e um acordo trabalhista.

ü Restabelecimento de incentivos à capacitação tecnológica da indústria (Lei 8.661/93)

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ü Aprovada uma nova lei de defesa da concorrência (Lei 8.844/94) e, a nova legislação sobre dumping, adequando a legislação brasileira às novas orientações do GATT (Rodada Uruguai).

ü Antecipação para outubro de 1994 da implementação da TEC – Tarifa Externa Comum – negociada entre os países do MERCOSUL.

1.1.4 A Política Industrial no Período 1995-2002 A orientação de política industrial adotada pelo novo governo que assume em 1/1/95, foi semelhante à dos anteriores (de 1990 a 1994) em um sentido: o incentivo às importações e ao investimento estrangeiro, como prioridade de política de governo, foi mantido e, na prática, ampliado sobremaneira. A diferença é que não apenas na prática, mas também ao nível da formulação, desaparecem da agenda de prioridades os temas de política industrial, de políticas de promoção e de competitividade. Dessa forma, de 1995 até 2002, predominaram ações pontuais, visando, em geral, amenizar efeitos setoriais da política macroeconômica e dos incentivos às importações. ü Benefícios Fiscais

Após o Plano Real, os estados passaram a utilizar amplamente a competência sobre o ICMS como instrumento de política de desenvolvimento local. Desde então, multiplicou-se o uso dos mecanismos de incentivos, de diferimento e de renúncia fiscal para atrair investimentos privados para seus territórios. Cabe observar que o estado mais industrializado, São Paulo, aparece como a principal exceção no contexto deste acirramento da guerra fiscal, assumindo a não-adesão e o questionamento legal da ação dos demais estados.

1.1.5 Período 2003-2005 - Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) A Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) objetiva induzir a mudança do patamar competitivo da indústria brasileira, rumo à maior inovação e diferenciação de produtos, almejando competitividade internacional. Suas ações contemplam três planos: 1.1.5.1 Linhas de Ação Horizontais ü Inovação e Desenvolvimento Tecnológico

o Aprovação da Lei de Inovação (2 de dezembro de 2004) o Reestruturação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial o Fundos Setoriais Fundo Tecnológico (FUNTEC) / BNDES o Decreto 4.928 de Incentivo à Pesquisa, Desenvolvimento e Certificação

Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE) ü Inserção Externa

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o Programa Brasil Exportador o Sistema Radar Comercial o Nova Cofins o Centros de Distribuição e Logística no Exterior

ü Modernização Industrial

o Programa de Modernização do Parque Industrial Nacional (Modermaq) o Estímulo à micro e pequena empresa o Programa de Extensão Industrial Exportadora (PEIEX) o Bônus de Certificação Inmetro/Sebrae o Programa Brasileiro de Avaliação de Conformidade e Atividades de

Metrologia o Rede Brasil de Tecnologia

ü Ambiente Institucional / Incentivo Ao Investimento o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial o Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial o Sala Especial de Atração de Investimentos o Unidade de Investimentos da APEX-Brasil o Desoneração do IPI para bens de capital o Desoneração dos bens de capital mediante redução do prazo para o

aproveitamento de crédito do PIS e da COFINS o Depreciação acelerada para bens de capital a ser descontada na

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). o Ampliação do período de apuração do IPI o Redução do Imposto de Importação para Máquinas Sem Produção

Nacional o Instituição de Regime Tributário para Incentivo à Modernização e

Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto) o Redução de gargalos portuários o Registro de empresas o Novo Recof o Regime de Despacho Aduaneiro Expresso – Linha Azul o Fórum de Competitividade de Franquias

1.1.5.2 Opções Estratégicas: ü Semicondutores

o Lei de Informática o Regime aduaneiro especial o Programa de Recursos Humanos para Microeletrônica o Projeto de lei sobre topografia de circuitos integrados o Atração de investimento

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ü Software

o Novo Prosoft (Programa para o Desenvolvimento da Indústria o Nacional de Software e Serviços Correlatos) o Ações para Exportação de Software e Serviços o Incentivo ao Desenvolvimento de Segmentos Emergentes o Inclusão digital

ü Bens De Capital o Modermaq (ver em Modernização Industrial) o Programa de Financiamento a Supridores Nacionais de

Equipamentos, o Materiais e Serviços Vinculados

ü Fármacos E Medicamentos

o Profarma o Hemobras

1.1.5.3 Atividades Portadoras De Futuro ü Biotecnologia

o Fórum de Competitividade de Biotecnologia o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA)

ü Nanotecnologia

o Programa Nacional de Nanotecnologia

ü Biomassa / Energias Renováveis o Política Nacional para Biomassa

1.1.5.4 Implementação da PITCE : A maioria dos instrumentos de Incentivos Fiscais foram apresentados na MP 252 que após ter sido anulada por não ter sido votada no prazo determinado acabou sendo incorporada na MP 255 e aprovada com os seguintes pontos principais:

ü Repes - Criação do Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação. O regime autoriza aos beneficiários, dentre outras disposições, a suspensão do PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre importação e venda de bens novos, assim como serviços destinados ao desenvolvimento, no País, de software e de serviços de tecnologia da informação.

ü Recap Criação do Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras. O regime autoriza aos beneficiários,

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dentre outras disposições, a redução a zero das alíquotas de PIS/PASEP e COFINS nas compras internas e na importação de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos destinados à incorporação no ativo imobilizado do beneficiário.

ü Incentivos à Inovação Tecnológica, dentre outras, com as seguintes medidas:

o Dedução, para efeito de apuração do lucro líquido, do valor

correspondente a soma dos dispêndios com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica

o Redução de 50% do IPI incidente sobre equipamento máquinas, aparelhos e instrumentos, destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico;

o Depreciação acelerada, para efeitos de apuração de IRPJ, das máquinas, equipamentos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica;

o Amortização acelerada dos dispêndios relativos à aquisição de bens inatingíveis, vinculados às atividades de pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica.

ü Ampliação do Limite para enquadramento de Micro e Pequenas Empresas no SIMPLES, para vigorar a partir de janeiro de 2006. Assim, será considerada micro a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00, e pequena empresa a pessoa jurídica que tenha auferido receita bruta superior a R$ 240.000,00 e inferior a R$ 2.400.000,00. A medida também modifica as regras para exclusão e manutenção de empresas no Sistema.

ü Programa de Inclusão Digital, com a redução à zero das alíquotas de

PIS/Pasep e da COFINS sobre a receita bruta de diversos produtos de informática

ü Incentivos às microrregiões da área da SUDAM e da SUDENE,

principalmente, com a concessão dos seguintes direitos: o Depreciação acelerada incentivada (depreciação integral, no próprio

ano de aquisição) de bens adquiridos no ano calendário de 2006, para efeito de cálculo do IR e da CSLL;

ü Incentivos ao setor imobiliário e de construção civil, com a adoção das

seguintes medidas: o Liberação do imposto de renda sobre a valorização do imóvel

residencial se for vendido prra a compra de outro no prazo de seis meses

o Considera a receita financeira como integrante da receita bruta, para cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda,

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bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda,

o Equalização do tratamento tributário do IRPJ e da CSLL sobre as receitas financeiras das empresas do setor imobiliário, definindo que para a determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, passa-se a aplicar o coeficiente de 12% também sobre as receitas financeiras, ao contrário do previsto na legislação atual.

ü Incentivos ao setor de laticínios com a isenção de PIS e Cofins

incidentes sobre leite em pó e diversos tipos de queijos; ü Altera-se a legislação referente ao IPI sobre jóias e gemas,

aplicando-se a esses produtos as alíquotas mínimas estabelecidas para o ICMS.

ü Alteração das alíquotas e no sistema de recolhimento do PIS/Pasep e

da COFINS para o setor de Autopeças ü Desoneração das receitas relativas ao fornecimento de energia elétrica

produzida por fontes alternativas, com a manutenção do antigo regime cumulativo do PIS/Pasep e Cofins as receitas relativas ao fornecimento de energia elétrica produzida por fontes alternativas de energia, com base em fontes eólica, solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas, conforme definido pela ANEEL.

ü Autorização ao Ministro da Fazenda para instituir mecanismos de

ajuste da legislação sobre preços de transferência, para evitar o impacto negativo de flutuações cambiais mais significativas

ü Ampliação do prazo de recolhimento de Tributos (IRPF e IOF); ü Parcelamento dos débitos previdenciários dos municípios em até

240 meses. ü Alteração no processo administrativo fiscal, com a permissão para

criação de Turmas Especiais nos Conselhos de Contribuintes e o estabelecimento do processamento eletrônico de feitos e da súmula vinculante no âmbito da Administração Fiscal.

2. Capital Estrangeiro Já foi observado que o processo de industrialização brasileiro teve uma significativa participação do investimento estrangeiro. A política de atração de capital estrangeiro iniciada na segunda metade dos anos 50 foi ampliada com a Lei 4.390 de agosto de 1964, tornando o Brasil o país mais atraente relativamente aos demais países em desenvolvimento.

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Se até o final dos anos 70 foi significativa a participação do investimento direto estrangeiro – IDE – no desenvolvimento industrial brasileiro, a partir do início da década de 80 os fluxos de investimento direto estrangeiro se retraem. A partir do início da década de 90, tanto no plano externo, quanto no interno, as condições começam a mudar. O sistema de regulação do capital estrangeiro foi modificado no contexto de reformas estruturais que visavam a abertura da economia brasileira. Em 1991, a Lei de Informática foi alterada, com eliminação das restrições à entrada de empresas estrangeiras no setor. A partir de 1993, com a revisão da Constituição e com a aprovação de emendas constitucionais, várias das restrições ao capital estrangeiro foram sendo eliminadas. Assim, em 1994, através de uma emenda constitucional, eliminou-se a distinção entre empresa de capital nacional e de capital estrangeiro, e com isso igualaram-se as condições de acesso tanto a setores de atividade como ao crédito das agências oficiais de fomento, aos incentivos e subsídios governamentais no início dos anos 90. Ocorreu uma desregulamentação dos contratos de transferência de tecnologia e a eliminação das restrições relativas à remessa de lucro. Também com o propósito de estimular o investimento direto estrangeiro na economia brasileira, as normas de tributação foram simplificadas e instituiu-se uma alíquota única de imposto 15% para quaisquer remessa, sem restrições.

3. Política de Desenvolvimento Industrial e de

Comércio exterior 3.1 Institucionalidade Na proposição da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior de 2004, o governo brasileiro anunciou à Nação um novo marco institucional para essa política. Em abril de 2004 encaminhou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei, instituindo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial - CNDI e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI. A ABDI (que foi regulamentada pelo Decreto nº 5.352, de 24 de janeiro de 2005) define seu Conselho Deliberativo, constituído por quinze membros, com 8 representantes do Poder Executivo (MDIC, MCT, MF, MPOG, MI, Casa Civil, BNDES e IPEA) e 7 da sociedade civil (CNE, APEX-Brasil, CNC, Sebrae, CUT, IEDI e ANPROTEC). Este é um conselho bastante amplo e heterogêneo para definir diretrizes ou estratégicas de desenvolvimento industrial a serem propostas para o governo federal. Além disso, pela mesma lei que instituiu a ABDI, o governo brasileiro criou “o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial – CNDI, vinculado à Presidência da República e presidido pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e

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Comércio Exterior, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas específicas destinadas a promover o desenvolvimento industrial do País” (Artigo 18 da Lei 10.080, de 30/12/04). O CNDI é constituído por 13 Ministros e pelo Presidente do BNDES, como representantes do setor público, e mais 14 membros da iniciativa privada e dos trabalhadores. Embora a criação deste Conselho tenha sido regulamentada pelo Decreto nº 5.353, apenas em 24/01/05, informalmente ele iniciou suas reuniões em abril de 2004. 3.2 Políticas de Regulação da Concorrência A legislação brasileira anti-truste foi primeiramente regulamentada na Lei 4.137 de 1962 que criou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A consolidação de uma política de defesa da concorrência ocorreu a partir da promulgação da Constituição de 1988, que definiu a livre concorrência e a proteção ao consumidor. com a liberalização da economia e as mudanças no contexto da economia mundial como um todo, o governo brasileiro passou a incluir a preocupação com a defesa da concorrência no âmbito da política pública. A Lei 8.884 (de junho de 1994) regulou a defesa da concorrência e a repressão ao abuso de poder econômico, além da proteção ao consumidor e à propriedade intelectual. De acordo com a Lei, o Cade pode considerar como práticas abusivas: a formação de cartel; venda casada; as restrições verticais; os preços predatórios e os atos de concentração de mercados. No último caso, o Cade vem adquirindo um papel cada vez mais importante como decorrência do aumento do número de fusões e aquisições registradas no país. Com a lei de defesa da concorrência, o Cade tornou-se uma autarquia federal ligada ao Ministério da Justiça. Juntamente com a Secretaria de Direito Econômico, forma, do ponto de vista institucional, o sistema de defesa da concorrência no país. 3.3 Desenvolvimento da MPE´s Em relação às pequenas e médias empresas (PMEs), o governo procurou fortalecer a política de incentivos. Levando-se em conta que no governo Collor muitos dos incentivos às PMEs foram extintos, a política atual representa uma mudança significativa. Do ponto de vista legal, a Lei 8.864 de março de 1994, criou uma base para garantir tratamento diferenciado para micro, pequenas e médias empresas nas áreas administrativa, fiscal, de seguridade social e de trabalho. O SEBRAE é o principal instrumento de ação direcionado às PMEs. É uma instituição com ramificações em todos os estados e que tem por objetivos facilitar a difusão de informações, dar assistência técnica e gerencial às PMEs e que vem ampliando sua atuação junto às empresas.

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Outra medida importante foi a criação de um regime tributário voltado especialmente para as PMEs, o Simples (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que reduz a carga fiscal e facilita as relações das empresas com o fisco. As empresas de menor porte, incluindo o segmento industrial, basicamente só têm acesso aos recursos através das operações indiretas, via agentes credenciados do BNDES, incluindo aí bancos privados e públicos. Os agentes que operam estas linhas destinadas a MPEs avaliam como elevado o risco envolvido nessas operações, dada a assimetria de informação e as dificuldades de obter garantias das MPEs, além do maior custo operacional relativo.

3.4 Financiamento ao Investimento Produtivo No Brasil, onde o modelo de financiamento via mercado de capitais não se desenvolveu e as relações entre sistema bancário e empresas nunca constituíram uma fonte relevante de financiamento do investimento, o financiamento de médio e longo prazo dos investimentos sempre dependeu das agências oficiais de crédito. A estabilização, aliada à sobrevalorização cambial e ao alto diferencial de juros e prazos do financiamento bancário interno e externo, além das condições favoráveis de acesso ao financiamento nos mercados internacionais, também incentivou o lançamento de títulos por parte de grandes empresas brasileiras no exterior e, mediante repasses do sistema bancário, o financiamento para compra de máquinas e equipamentos estrangeiros. O crédito de longo prazo para o apoio ao setor industrial e, mais recentemente, para um leque maior de setores da economia, incluindo privatização de empresas estatais, empresas estrangeiras, setor serviços e exportações, além de operações de mercado de capitais, continua dependente do BNDES. Entre as operações ativas realizadas pelo banco destacam-se o financiamento de longo prazo, o financiamento à exportações de bens e serviços, leasing de equipamentos, o fornecimento de garantia e o fornecimento de capital de risco. O Sistema BNDES concede apoio creditício para a implantação, expansão e modernização da indústria e da infraestrutura, para a capacitação tecnológica, bem como para a reestruturação industrial e qualificação profissional. O principal fundo de poupança compulsória para o BNDES é o FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, formado a partir das contribuições do PIS/PASEP, instituído pela Lei 7988 de 11/01/90, com a finalidade de financiar o programa de seguro desemprego e de incentivar projetos geradores de empregos. 3.5 Tecnologia

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A política científica e tecnológica implantada no Brasil a partir do final dos anos 60 proporcionou uma significativa infra-estrutura tecnológica. O período de crescimento nos anos 70 permitiu a canalização de recursos orçamentários para o suporte à ciência e tecnologia, resultando em uma participação dos gastos em P & D em relação ao PIB de 0,58% em 1980. A diferença fundamental do setor industrial brasileiro em comparação aos países mais avançados e os de nova industrialização, reside no fato de que as empresas industriais brasileiras, com poucas exceções, não desenvolveram capacitação inovativa própria. Do ponto de vista tecnológico, algumas das principais características da indústria brasileira são:

ü excetuando-se alguns casos isolados, a utilização de tecnologia estrangeira durante o processo de industrialização não foi acompanhada por esforço tecnológico interno além da adaptação às condições locais e de pequenas melhorias tecnológicas;

ü existe um número excessivamente pequeno de firmas com atividades formais de P&D;

ü mesmo entre essas empresas, os gastos em P&D tendem a se concentrar em pagamento de pessoal; como conseqüência, os esforços em P&D, com algumas exceções, limitam-se a melhorias incrementais de processo e produto, não alcançando inovações mais radicais;

ü reduzido esforço de P&D leva a que as empresas tenham um conhecimento limitado e parcial de seus próprios processos produtivos;

ü as ligações técnicas externas à firma são muito tênues; isto é verdadeiro tanto para relações entre empresas quanto no que se refere a relações entre empresas e universidades e instituições de pesquisa;

ü a possibilidade do estabelecimento de relações técnicas entre empresas é dificultada pela excessiva heterogeneidade tecnológica da indústria.

Para o conjunto de empresas brasileiras e para as empresas industriais, em particular, os gastos em P&D são muito baixos. De fato, o contraste entre as tendências dos países mais avançados e o caso brasileiro é muito maior no que se refere ao engajamento do setor empresarial nos esforços de P&D. Enquanto no Brasil a participação privada nos gastos em P&D gira em torno a 20%, nos países avançados é superior a 40%. No Japão, um caso singular, supera 70%. Na Coréia do Sul, outro caso muito particular, os gastos em P&D do setor privado que representavam 34% do total em 1971, evoluem para 58% em 1981 e daí para 81% em 1988. Do ponto de vista da política científica e tecnológica, a ênfase da ação do Estado até o início dos anos 90 consistiu em financiar o estabelecimento da infra-estrutura

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científica e tecnológica. Diversos programas no âmbito do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) da CAPES e do Estado de São Paulo, foram utilizados com essa finalidade. 3.5.1 Financiamentos O crédito para desenvolvimento tecnológico, é fornecido pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) que é a agência oficial de fomento tecnológico do país. Criada no início dos anos 70, essa agência que é um dos instrumentos básicos da política governamental para estimular o investimento em ciência e tecnologia, conta com recursos de dotação orçamentária do governo federal, com empréstimos do BID e com recursos do FND e do FAT. Entre as principais linhas de financiamento da FINEP destacam-se: o Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Empresa Nacional (ADTEN), através do qual a agência investe em projetos relativos ao desenvolvimento ou aperfeiçoamento de tecnologia de produtos e processos; o Apoio às Empresas de Setores Estratégicos e Base Tecnológica (ENGETEC), voltado para a melhoria da gestão das empresas, e o Apoio à Gestão de Qualidade (AGQ), que visa o financiamento da implantação de sistemas de qualidade total. A FINEP opera ainda dois programas de fomento voltado para as micro e pequenas empresas: o Apoio a Micro Empresas com Fundo de Garantia de Crédito (AMPEG), cujo objetivo é estimular o investimento em capacitação tecnológica, e o Programa de Apoio Tecnológico às Micro e Pequenas Empresas (PATME), que financia a contratação de serviços de consultoria, visando a melhoria da qualidade e da competitividade. 3.5.2 Incentivos Fiscais

No âmbito da MP 255, são os seguintes os principais Incentivos à Inovação Tecnológica: ü Dedução, para efeito de apuração do lucro líquido, do valor correspondente

a soma dos dispêndios com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica;

ü Redução de 50% do IP I incidente sobre equipamento máquinas, aparelhos e instrumentos, destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico;

ü Depreciação acelerada, para efeitos de apuração de IRPJ, das máquinas, equipamentos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica;

ü Amortização acelerada dos dispêndios relativos à aquisição de bens inatingíveis, vinculados às atividades de pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica.

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Argentina 1. Características Gerais do ambiente Sistêmico 1.1 Principais características

O país contou na segunda metade do século XX com políticas de desenvolvimento industrial focadas no desenvolvimento nacional integrado, visando uma transformação estrutural da economia, através da ISI. Teve, entre as décadas de 60 e 70, o período de maior expansão econômica de sua história, decrescendo a partir daí, chegando à década de 1990 em crise, resultando em uma queda de –7% no produto (1999). Em 2003 retoma os planos nacionais para ciência, tecnologia e inovação industrial, bem como iniciativas comerciais focalizadas na participação em blocos econômicos regionais.

2. Política Comercial

2.1 Financiamento A Argentina possui uma política de liberalização comercial autônoma e generalizada que inclui Mercosul e os demais sistemas multilaterais de comércio. Na década de 1990, a abertura comercial fez parte das reformas estruturais promovidas e consistiu na eliminação progressiva das barreiras à exportação e importação e à entrada e saída de capitais. Dentro da rodada Uruguai, há um salto qualitativo na questão dos subsídios, classificando-os em instrumentos proibidos de apoio à produção/exportação até os aceitos. Subsídios concedidos a determinadas empresas não são permitidos. São proibidos também os subsídios subordinados a resultados de exportação, bem como aos subordinados ao emprego de produtos nacionais com preferência em relação aos importados. São permitidos os subsídios não específicos, bem como os considerados associados com os bens públicos, pelo seu papel potencialmente de benefício para o conjunto social, com efeito indireto sobre as atividades produtivas. Atividades de pesquisa realizadas por empresas (ou em favor delas), assistência a regiões desfavorecidas, desde que dentro de um programa de desenvolvimento regional, e a promoção de medidas de proteção ambiental são também permitidas. 2.2 Promoção Comercial A Argentina conta com a Subsecretaria de Política e Gestão Comercial, subordinada ao Ministério da Economia e Produção, para promover o comércio exterior, articulando-o com demais organismos nacionais, privados e públicos. A

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secretaria deve também participar nas negociações comerciais internacionais, administrar os programas, regimes e procedimentos de apoio às exportações e à defesa comercial da indústria. 2.3 Defesa Comercial A média para as alíneas tarifárias estava, em 2000, em torno de 14%. Os setores que recebem tratamento especial são o automotivo, açucareiro, têxtil, de vestuário e calçados. No caso do setor automotivo, a política comercial combina -se também com uma política industrial. Um acordo entre Brasil e Argentina, no âmbito do Mercosul, previu um período de transição para um sistema de livre mercado, com limites crescentes para um desequilíbrio entre importação e exportações. Automóveis e caminhões contam com uma TEC (tarifa externa comum) de 35% e devem observar um grau de conteúdo local para peças e partes. O setor açucareiro também conta com proteção contra distorções que o mercado internacional pode causar. Produtores se opõem à liberalização do comércio de açúcar no Mercosul devido aos altos subsídios cruzados que a produção brasileira recebe. O setor têxtil conta, desde 1993, com impostos diretos de importação específicos para têxteis, vestuário e calçados originários de extrazona, satisfazendo a demanda dos produtores nacionais por um instrumento de proteção (devido ao crescente fluxo de importação de tais setores). Importações do Brasil levaram determinados setores a firmar acordos privados a fim de obter uma restrição voluntária de exportações por parte dos produtores brasileiros. Os setores afetados são: calçados, papel, avícola e siderurgia. A Comissão Nacional de Comércio Exterior (CNCE) é o órgão de controle do regime de proteção contra práticas ilegais de comércio e a Subsecretaria de Comércio Exterior é a autoridade competente para analisar casos de dumping e subsídios. 3. Política de Desenvolvimento Industrial 3.1 Institucionalidade O Estado Argentino atual entende que possui papel fundamental na economia, cabendo a ele a orientação e a promoção do desenvolvimento nacional com justiça social, recuperando a capacidade orientadora e elaborando um projeto de país federal promotor de compromissos. Nesse projeto, considera o conceito de competitividade sistêmica (não mais individual), a necessidade de investimentos em infra-estrutura e as micro e pequenas empresas, entendidas como a coluna vertebral do aparato produtivo argentino, visando o emprego atual e futuro da

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mão-de-obra argentina. Pretende atuar a partir de um novo paradigma no qual ciência, educação e tecnologia são fatores estratégicos de desenvolvimento. 3.2 Desenvolvimento regional A política de desenvolvimento regional da Argentina está focada na competitividade e desenvolvimento de pequenas e micro empresas em todo o país. Sob responsabilidade da Subsecretaria da Pequena e Média Empresa e Desenvolvimento Regional, o projeto se propõe alcançar a totalidade das MPEs que necessitem de instrumentos de capacitação, gestão de negócios e de finanças, com o propósito de aproveitar sua capacidade ociosa, gerando emprego e incrementando o consumo interno, através da substituição de importação e internacionalização das mesmas.

3.3 Desenvolvimento Setorial

O país pretende concentrar esforços nos sistemas de inovação e de política tecnológica, reconhecendo como áreas chave para o desenvolvimento a Biogenética, Softwares, Medicina e Energia Atômica. Estão envolvidos no processo o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia e suas secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva (SeCyT), o Sistema Tecnológico e Científico Nacional, o Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (CONICET) e a Agência Nacional de Promoção Científica e Tecnológica.