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IV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO 1 E 2 DE SETEMBRO DE 2016 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA APOIO:

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IV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO

1 E 2 DE SETEMBRO DE 2016

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

APOIO:

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2016

IV Seminário de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, realizado no

período nos dias 01 e 02 de setembro de 2016.

Profª. Dra. Raimunda Nonata Monteiro

Reitora

Prof. Dr. Anselmo Colares

Vice-Reitor

Prof. Dr. Clodoaldo Alcino Andrade dos Santos

Pró-Reitor de Planejamento Institucional Profª. Dra. Geany Martins

Pró-Reitora de Administração

Prof. Dr. Thiago Vieira

Pró-Reitor da Cultura, Comunidade e Extensão

Profª. Dra. Fátima Lima

Pró-Reitora de Ensino

Prof. Dr. Sergio de Melo

Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica

Adm. Milton Melo

Pró-Reitor de Gestão de Pessoas

Prof. Dr. Raimundo Valdomiro de Sousa

Pró-Reitor de Gestão Estudantil

Comissão Organizadora

Antonio Humberto Hamad Minervino Adriângela Silva Castro

Andreia Cavalcante Pereira Carlos Manoel Rocha Melo

Daniela Bianchi Dávia Marciana Talgatti Edwin Camacho Palmino

Jéssica Tripac Miléo Câmara Luís Gustavo de Castro Canani

Marcelo Almeida Gomes Valdeth dos Santos Sousa

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Comitê Interno do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC

Antonio Humberto Hamad Minervino

Alanna do Socorro Lima da Silva

Alex Junior Freitas Cabral

Andreia Cavalcante Pereira

Bruno Apolo Miranda Figueira

Doriedson Alves de Almeida

Douglas Mota Xavier de Lima

Ednéa do Nascimento Carvalho

Frank Raynner Vasconcelos Ribeiro

Iracenir Andrade dos Santos

Izaura Cristina Nunes Pereira

Juliana Mendes de Oliveira

Kariane Mendes Nunes

Kelly Christina Ferreira Castro

Lilian Rebellato

Luciana Gonçalves de Carvalho

Rosinei de Sousa Oliveira

Soraia Valéria de Oliveira Coelho Lameirão

Suzan Waleska Pequeno Rodrigues

Waldiney Pires Moraes

Ynglea Georgina de Freitas Goch

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SUMÁRIO

• Atributos Químicos E Físicos De Solos De Cerrado No Estado Do Amapá………………………………………… 5

• Desenho E Docagem Molecular De Derivados Do Rn18, Um Inibidor Da Vif De Hiv-1…………………..… 8

• Desenvolvimento De Formulação De Uso Tópico A Base De Óleo Essencial De Lippia Alba (Mill.) N.E.

Brown (VERBENACEAE) E Sua Eficácia Na Inibição De Staphylococcus Epidermidis……………………… 11

• Influência Da Aplicação De Calcário E Gesso Nos Atributos Físicos Do Solo Em Sistema De Plantio

Direto, Região Oeste Paraense……………………………………………………………………………………………………… 14

• Obtenção de pigmento de jambo-vermelho (SYZYGIUM MALACCENSE) para desenvolvimento de

batom à base de manteiga de bacuri (PLATONIA INSIGNIS)…………………………………………………………… 17

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ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DE SOLOS DE CERRADO NO ESTADO DO

AMAPÁ

Evelly Amanda Bernardo de Sousa1 Iolanda Maria Soares Reis2

1Estudante do Curso de Engenharia Florestal do Instituto de Biodiversidade e Florestas; Bolsista PIBITI/UFOPA E-mail:[email protected]

2Professor da Unidade Instituto de Biodiversidade e Florestas Líder (ou Participante) do Grupo de Pesquisa Relação Solo Planta Atmosfera nos

Ecossistemas amazônicos E-mail: [email protected]

Resumo Conhecer os atributos químicos e físicos do solo é imprescindível para programas de adubação e correção do solo, assim como o manejo e conservação do solo. O objetivo do trabalho foi caracterizar os atributos químicos e físicos em solos sob vegetação de cerrado no estado do Amapá. As amostras de solo foram coletadas em áreas de cerrado em cinco cidades, Macapá, Tartarugalzinho, Pracuuba, Calçoene e Amapá, na profundidade de 0-0,20 m para realização das análises químicas de P, Corg, pH em H2O, Ca2+ + Mg2+, H+Al, Al3+, K+, SB, CTC, MO, m% e V%, e físicas de areia, silte, argila, densidade da partícula. De maneira geral os solos de cerrado do Estado do Amapá são de baixa fertilidade apresentando baixos valores de saturação por bases, MO, P, CTC, pH e altos valores de Al, quanto aos atributos físicos os solos apresentaram textura predominantemente média com baixa densidade de partículas. Palavras-chave: Fertilidade; análise de solo; ecossistema; bioma.

Introdução

O estado do Amapá apresenta extensas áreas de tipologia não florestal, conhecidas de

forma genérica como cerrado (VALENTE et al., 2015). O cerrado Amapaense ocupa uma

área de 986.189 ha, podendo ser classificado em cerradão, campos cerrados e vegetação

de parques, possui denso estrato herbáceo com plantas anuais e perenes, na estação

seca passa por constantes queimadas gerando perdas de espécies florestais, animais e

emissão de gases para a atmosfera (CASTRO & ALVES, 2014).

Conhecer os atributos químicos do solo é imprescindível para programas de adubação e

correção do solo, assim como na seleção de espécies mais adaptadas a determinado

local (MELÉM JÚNIOR et al, 2006). Carneiro et al, (2009) ressalta a importância de se

analisar o conjunto desses atributos principalmente em solos de cerrado a fim de

estabelecer relações entre tratamentos, uma vez que sua avaliação é importante visando

a conservação sustentável do ecossistema.

________________________________

Projeto: Valores de Referência de Qualidade para Metais Pesados em solos do Estado do Amapá

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O objetivo deste estudo foi caracterizar os atributos químicos e físicos em solos sob

vegetação de cerrado no estado do Amapá.

Metodologia

Os solos foram selecionados pela representatividade e distribuição das áreas de cerrado

dentro do estado do Amapá, com mínima ou nenhuma ação antrópica, sendo

selecionadas 5 (cinco) cidades como áreas de amostragem: Macapá, Tartarugalzinho,

Pracuuba, Calçoene e Amapá, sendo coletadas três amostras em cada cidade.

Em cada local de coleta foi delimitada uma área de 30 m x 30 m (900 m²), foram

coletadas na profundidade de 0-0,20 m, cinco amostras simples (em caminhamento zig

zag), homogeneizadas, para formar uma amostra composta.

O solo foi seco ao ar e peneirado a 2 mm de malha, para obtenção de TFSA, após este

procedimento determinou-se os teores de: P, Corg, pH em H2O, Ca2+ + Mg2+, H+Al, Al3+,

K+, e calculou-se SB, CTC, MO, m% e V%, como análise física determinou-se os teores

de areia, silte, argila, densidade da partícula (DONAGENA, 2011).

Resultados e Discussão

As amostras coletadas apresentaram-se em grande maioria como sendo solos ácidos

com pH variando minimamente de 5,2 a 5,7 como ocorrido nos trabalhos de PAYE et al

(2010), indicando tal condição como favorecedora de solubilização e mobilização de

nutrientes e metais pesados na solução do solo. A CTC variou entre 2,9 e 7,7 cmolc/dm³.

A saturação de bases (%) apresentou valores muito baixos, variando de 2 a 13 %,

indicando que são solos distróficos. A MO teve valores variando de baixo a médio ficando

entre 9,65 e 37, 24 g/kg. P não apresentou variação significativa na camada superficial do

solo. Santos et al (2012), indicaram que solos de cerrados são limitados pela sua

fertilidade, baixa CTC, V% e levadas quantidades de alumínio e baixa quantidade de MO.

A acidez potencial H+Al, e saturação por alumínio apresentam valores elevados, como os

encontrados por Gomide et al (2011) ao estudar solos com voçorocas de Minas Gerais.

As amostras possuíam de 27 a 150 g/kg de argila, seus teores de areia variaram entre

154 e 661 g/kg com um teor de silte acima de 189 g/kg. Deste modo a fração textural de

acordo com a SiBCS predominante nas áreas analisadas foram franco-arenosa seguida

da franco-siltosa, todas de textura média.

A densidade de partículas nas amostras analisadas não apresentou variação significativa,

embora os solos analisados serem de áreas distintas. Figueiredo et al (2008), não

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observou variações na densidade de partículas, atribuiu estes resultados a fatores como

manejo e pouca ou nenhuma diferença entre as classes de solo estudadas.

Conclusões

De maneira geral os solos de cerrado do Estado do Amapá são de baixa fertilidade

apresentando baixos teores de saturação por bases, MO, P, CTC, pH e altos teores de Al,

quanto aos atributos físicos os solos apresentaram textura predominantemente média

com baixa densidade de partículas.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Universidade Federal do Oeste do Pará pelo fomento á

pesquisa, a Embrapa Amapá e ao pesquisador Nagib Jorge Melém Júnior.

Referências

CARNEIRO, M. A. C.; SOUZA, E. D. DE; REIS, E. F.; PEREIRA, H. S. AZEVEDO, W. R.

Atributos Físicos, Químicos e Biológicos de solo de Cerrado sob Diferentes Sistemas de

Uso e Manejo. Revista Brasileira Ciência do Solo, 33:147-157, 2009.

CASTRO, G. S. A; ALVES, L. W. R. Cerrado Amapaense: Estado da Arte da Produção de

Grãos. Documentos 81. Embrapa. Julho, 2014.

FIGUEIREDO, C. C.; SANTOS, G. G. PEREIRA, S.; NASCIMENTO, J. L.; ALVES

JÚNIOR, J. Propriedades Físico-Hídricas em Latossolo do Cessado sob Diferentes

Sistemas de Manejo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.13, n.2, p.

146-151, 2009.

GOMIDE, P. H. O.; SILVA, M. L. N.; SOARES C. R. F. S. R. Atributos Físicos, Químicos e

Biológicos do Solo em Ambientes de Voçorocas no Município de Lavras – Mg. Revista

Brasileira de Ciência do Solo, 35:567-577, 2011

MELÉM JUNIOR, N. J.; FONSECA, I. C. B.; BRITO, O. R.; DECAENS, T.; CARNEIRO, M.

M.; MATOS, M. F. A.; GUEDES, M. C.; QUEIRZO, J. A. L.; BBARROSO, K. O.

Caracterização da Fertilidade dos Solos do Estado do Ampá. Fertbio. Bonito, 2006

SANTOS, G. G.; SILVEIRA, M. P.; MARCHÃO, L. R. PETTER, A. F.; BECQUER, T.

Atributos químicos e estabilidade de agregados sob diferentes culturas de cobertura em

Latossolo de cerrado. Revista Brasileira de Engenharia Agricola e Ambiental. Campina

Grande. V. 16, n. 11, p.1171-1178, 2012.

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Projeto: EXPLORANDO O MODO DE LIGAÇÃO DO RN18 NA VIF DE HIV-1 POR DINÂMICA MOLECULAR, DOCAGEM MOLECULAR CEGA E ENERGIA LIVRE DE INTERAÇÃO.

DESENHO E DOCAGEM MOLECULAR DE DERIVADOS DO RN18, UM INIBIDOR DA VIF DE HIV-1

João Marcos Galúcio1 Kauê Santana da Costa2

1Estudante do Curso de Biotecnologia/IBEF; Bolsista PIBITI/UFOPA. E-mail: [email protected]

2Professor do Programa de Biotecnologia/IBEF. E-mail: [email protected] Resumo O Fator de Infecção Viral (Vif) é uma proteína do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), fundamental para a infectividade e replicação virais. O RN18 é um inibidor conhecido da atividade da Vif. Porém, os detalhes do respectivo mecanismo inibitório não são conhecidos. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo obter insights sobre seu modo de ligação através de métodos computacionais como Docagem Molecular e Dinâmica Molecular. A partir desses dados, foram desenhados e docados análogos na estrutura remodelada do complexo UB-E3-ligase com a proteína antirretroviral A3G. Todas as moléculas analisadas foram submetidas a filtros físico-químicos de predição in silico da biodisponibilidade oral e de parâmetros de toxicidade, como o LD50. Os resultados sugerem que o RN18 inibe a função da Vif ao interagir em uma cavidade próxima ao motivo 161PPLP164, essencial para a infectividade do HIV-1, interrompendo a interação A3G/Vif. Os análogos e derivados considerados obtiveram scoring superior ao do RN18 e compartilham as melhores poses na cavidade C, além de conservar as interações hidrofóbicas pi-alquil com P162 e L163. De modo geral, os resultados ajudam a explicar o mecanismo pelo qual o inibidor e, possivelmente, suas moléculas derivadas, interferem na formação do complexo Vif-E3 ubiquitina-ligase e, consequentemente, podem inibir a degradação da A3G. Adicionalmente, os testes in silico demonstraram, com poucas exceções, propriedades físico-químicas favoráveis ao posterior desenvolvimento de drogas. Palavras-chave: Vif, docagem molecular, RN18, simulações de dinâmica molecular.

Introdução O Fator de infecção viral (Vif) é uma proteína multifuncional expressa no Vírus da

Imunodeficiência Humana (HIV) e em vários outros lentivírus (BOGERD et al., 2006), que

desempenha múltiplas funções, entre as quais está a degradação induzida das proteínas

citidina desaminases APOBEC3, de ação antirretroviral (ZHOU et al., 2012). Para tal, a Vif

sequestra o complexo E3 ubiquitina ligase, que leva à poliubiquitinação das APOBECs e

degradação mediada pelo proteossomo 26S. (JÄGER et al., 2012). Dentre os compostos

de atividade antagonista contra a Vif, o RN18 tornou-se o mais pesquisado (NATHANS et

al., 2008; ZHOU et al., 2013). No entanto, seu mecanismo molecular exato de ação é

obscuro. Descobrir o modo de ligação de moléculas no biorreceptor é crucial para o

entendimento das bases moleculares de ação e modificação e otimização de protótipos;

nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi elucidar o modo de ligação do RN-18 na Vif

complexa às proteínas EloB, ELoC, Cul5, APOBEC3 e CBF-beta através de métodos

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Projeto: EXPLORANDO O MODO DE LIGAÇÃO DO RN18 NA VIF DE HIV-1 POR DINÂMICA MOLECULAR, DOCAGEM MOLECULAR CEGA E ENERGIA LIVRE DE INTERAÇÃO.

computacionais e desenhar moléculas de maior afinidade e especificidade de ligação à

Vif. Metodologia

As proteínas celulares EloB, EloC, CBF-beta e Cul5 e a região N-terminal da

proteína A3G foram modeladas por modelagem comparativa no programa Modeller.

(FISER; SALI, 2003) O modelo teórico da A3G foi docado com a Vif complexada utilizando

o programa RosettaDock. (RAVEH et al., 2011) Simulações de dinâmica molecular foram

realizadas no pacote AMBER nas formas holo e apo da Vif (CASE et al., 2005). O RN-18

foi docado em três cavidades na Vif utilizando-se o algoritmo MolDock Optimizer, no

programa MVD (DE AZEVEDO, 2010). Modificações estruturais na estrutura da RN18

foram feitas de modo a aperfeiçoar a afinidade de ligação na Vif e estas moléculas foram

docadas, juntamente a 3 moléculas desenhadas por Ali et. al (2012).Para analisar a

biblioteca de moléculas obtida, foram utilizados as ferramentas FAF-Drugs 3 (LAGORCE

et al., 2015), Osiris (SANDER et al., 2009), Chemicalize (SOUTHAN, 2013) e Protox

(DRWAL et al., 2014). Resultados e Discussão

O RN18 inibe a função da Vif interagindo em uma cavidade (C) próxima ao motivo 161PPLP164, essencial para a estabilidade da Vif (figura 1A). Observou-se uma pontuação

MolDock de -147,26; o RN18 interage com 161PPLP164 através de três interações

hidrofóbicas do tipo pi-alquil e duas ligações de hidrogênio com P162 e L163. Após 68 ns

de simulação de DM, verificou-se que a estrutura da Vif, quando ligada com as proteínas

celulares e na ausência de RN18, mostra-se estável. Da mesma forma, a presença do

RN18 em diferentes cavidades durante 30 ns de DM mostra aumento na estabilidade do

complexo. Porém, o RMSD da Vif com o RN18 docado na cavidade C mostra que a

estabilidade é interrompida após 28 ns de DM e é causada pela perda de interação entre

o motivo 40YRHHY44 da Vif com A3G N-CDA. Foram analisadas 8 moléculas derivadas e

3 análogos do RN18 desenhados por Ali et al., 2012. Todos obtiveram pontuação Moldock

superior à do RN18 e todas demonstraram as melhores poses na cavidade C, com modos

de ligação similares ao do inibidor. Em especial, a molécula A4 obteve pontuação de -

178,5. Quantos aos filtros físico químicos para biodisponibilidade oral adotados, índice

Druglikeness, dose letal média em roedores e efeitos toxicológicos como o potencial

carcinogênico das moléculas, houveram raras inadequações entre as moléculas

analisadas.

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Projeto: EXPLORANDO O MODO DE LIGAÇÃO DO RN18 NA VIF DE HIV-1 POR DINÂMICA MOLECULAR, DOCAGEM MOLECULAR CEGA E ENERGIA LIVRE DE INTERAÇÃO.

Conclusões

Esse trabalho forneceu indícios computacionais que são compatíveis a dados

experimentais disponíveis sobre a molécula RN18 (NATHANS et al., 2008) e que ajudam

a explicar o mecanismo pelo qual o RN18 interfere na formação do complexo Vif-E3

ubiquitina-ligase e inibe a degradação da APOBEC3G. O desenho e a docagem de

moléculas análogas revelou moléculas com bom potencial como candidatas à fármacos.

O próximo passo deverá ser a realização de simulações de Dinâmica Molecular

envolvendo as moléculas análogas ao RN18, de modo a obter mais informações sobre

seu modo de interação com a Vif.

Referências BOGERD, H. P. et al. APOBEC3A and APOBEC3B are potent inhibitors of LTR-retrotransposon function in human cells. Nucleic Acids Research, v. 34, n. 1, p. 89–95, 2006. CASE, D. A. et al. The Amber biomolecular simulation programs. Journal of Computational Chemistry, 2005. DE AZEVEDO, W. F. MolDock applied to structure-based virtual screening. Current drug targets, v. 11, n. 3, p. 327–34, mar. 2010. DRWAL, M. N. et al. ProTox: A web server for the in silico prediction of rodent oral toxicity. Nucleic Acids Research, v. 42, n. W1, 2014. FISER, A.; ??ALI, A. MODELLER: Generation and Refinement of Homology-Based Protein Structure Models. Methods in Enzymology, 2003. HE, Z. et al. Characterization of Conserved Motifs in HIV-1 Vif Required for APOBEC3G and APOBEC3F Interaction. Journal of Molecular Biology, v. 381, n. 4, p. 1000–1011, 2008. JÄGER, S. et al. Vif hijacks CBF-β to degrade APOBEC3G and promote HIV-1 infection. Nature, v. 481, n. 7381, p. 371–5, 2012. LAGORCE, D. et al. FAF-Drugs3: a web server for compound property calculation and chemical library design. Nucleic acids research, v. 43, n. W1, p. W200–7, 2015. NATHANS, R. et al. Small-molecule inhibition of HIV-1 Vif. Nat Biotechnol, v. 26, n. 10, p. 1187–1192, 2008. RAVEH, B. et al. Rosetta FlexPepDockab-initio: Simultaneous folding, docking and refinement of peptides onto their receptors. PLoS ONE, v. 6, n. 4, 2011. SANDER, T. et al. OSIRIS, an entirely in-house developed drug discovery informatics system. Journal of Chemical Information and Modeling, v. 49, n. 2, p. 232–246, 2009. STANLEY, B. J. et al. Structural insight into the human immunodeficiency virus Vif SOCS box and its role in human E3 ubiquitin ligase assembly. Journal of virology, v. 82, n. 17, p. 8656–63, 2008. THOMSEN, R.; CHRISTENSEN, M. H. MolDock: a new technique for high-accuracy molecular docking. Journal of medicinal chemistry, v. 49, n. 11, p. 3315–21, jun. 2006. XIAO, Z. et al. Characterization of a Novel Cullin5 Binding Domain in HIV-1 Vif. Journal of Molecular Biology, v. 373, n. 3, p. 541–550, 2007. ZHOU, X. et al. Characterization of the interaction of full-length HIV-1 Vif protein with its key regulator CBF-B and CRL5 E3 ubiquitin ligase components. PLoS ONE, v. 7, n. 3, 2012.

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DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO DE USO TÓPICO A BASE DE ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia alba (Mill.) N.E. Brown (VERBENACEAE) E SUA EFICÁCIA NA

INIBIÇÃO DE Staphylococcus epidermidis Diana Santos da Silva1

Rosa Helena Veras Mourão 2

1 Estudante do Curso de Farmácia do Instituto de Saúde Coletiva (ISCO); Bolsista PIBITI/CNPq E-mail:[email protected]

2 Coordenadora do Laboratório de Bioprospecção e Biologia Experimental E-mail: [email protected]

Resumo Lippia alba (Mill.) N.E. Brown, é uma espécie aromática, rica em óleo essencial (OE) que possui considerável ação antibacteriana frente a cepas de Staphylococcus sp. Com o propósito de avançar no desenvolvimento de produtos fitoterápicos, o objetivo deste, foi desenvolver uma formulação de uso tópico contendo OE de L. alba e avaliar a sua eficácia na inibição de Staphylococcus epidermidis. Folhas da planta foram coletadas na comunidade São Raimundo em modelo de Arranjo produtivo de Plantas Medicinais (APL), e o OE obtido por hidrodestilação, tendo seus componentes químicos analisados por CG-EM. No desenvolvimento da formulação foi empregada base aniônica e incorporado o OE a 10% e então submetida a testes de centrifugação, análise de características organolépticas, pH, viscosidade e espalhabilidade em 24 horas, 30, 60 e 90 dias a 5, 25 e 40 ºC. O OE de L. alba é rico em citral (59%). A formulação a 5 e 25 ºC apresentaram boa compatibilidade não sendo observado mudanças quanto à cor, homogeneidade, pH, espalhabilidade e viscosidade. Porém a 40 ºC estes parâmetros foram alterados após 60 dias. O halo de inibição da formulação para S. epidermidis foi de 16±1,73 mm a 5 ºC, 7,16±0,28 mm a 25 °C e sem efeito a 40 ºC. O armazenamento do creme foi um fator limitante na sua ação antimicrobiana. Palavras-chave: creme aniônico; antimicrobiano; plantas aromáticas. Introdução

Lippia alba (Mill.) N.E. Brown, também conhecida como erva cidreira,

(Verbenaceae) é bastante utilizada pela população brasileira para diversos fins

terapêuticos. Apresenta alto teor de óleos essencial (OE) e seu aroma característico estar

relacionado aos constituintes químicos predominantes no OE (CASTRO et al., 2004). A

grande variabilidade morfológica e química da espécie permite diferenciá-la em vários

quimiotipos, de acordo com os constituintes majoritários do OE (MATOS, 1996;

JANNUZZI, 2006).

Em Santarém-Pará, L. alba é utilizada por comunidades tradicionais e vem sendo

cultivada em Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais (APL). Diante disso, o objetivo

desse trabalho foi desenvolver e avaliar a estabilidade de uma formulação tópica à base

de OE de L. alba e avaliar a sua capacidade em inibir o crescimento de S. epidermidis.

Metodologia

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Amostras de L. alba foram coletas na comunidade São Raimundo (S 02º26’35.7” e W

054º54’54.2”) Santarém, Pará (APL). O OE foi obtido das folhas trituradas manualmente

por hidrodestilação (MING et al., 1996). As características organolépticas do OE foram

determinadas por meio da comparação direta do óleo e a densidade relativa determinada

pelo método do picnômetro. A análise química do OE foi realizada em um sistema GCMS-

QP2010 Ultra (Shimadzu Corporation, Tokyo, Japan) equipado por um cromatógrafo

gasoso acoplado ao espectrômetro de massa, que inclui um banco de dados das

bibliotecas Willey, NIST, ADAMS e FFNSC 2.

A formulação semissólida (creme) de uso tópico foi preparada com a incorporação de

10% de OE a uma base aniônica (Lanette®). Todos os cuidados de boas práticas de

fabricação foram tomados no preparo do creme. Sendo em seguida, separada em

amostras de 20g e acondicionadas em frascos estéreis opacos com vedação e submetida

a testes de centrifugação e estudos de estabilidade com analise das características

organolépticas (cor e odor), pH, viscosidade (BRASIL, 2007) e espalhabilidade nos

tempos de 24 horas, 30, 60 e 90 dias armazenadas a 5, 25 e 40 °C. Como controle, foi

utilizado amostras contendo somente a base sob as mesmas condições.

A ação antibacteriana do OE, controle e do creme frente à Staphylococcus

epidermidis foi realizada pelo método de difusão em poço, conforme preconizado pela

Farmacopéia Brasileira, 4ª ed., 1988. O teste foi realizado em triplicata.

Resultados e Discussão

L. alba coletada em Santarém modelo de APL, apresenta alto teor em OE (3%),

coloração amarelo e odor característico de seu composto majoritário o citral (neral 26,98%

e geranial 32,44 %) o qual caracteriza a espécie como quimiotipo citral. A densidade

relativa do OE foi de 0,82 g/mL a 25 °C.

O creme utilizando a base aniônica Lanette® e OE de L. alba a 10% após a

preparação apresentou-se homogenea indicando uma boa interação entre a base e o OE.

Mantendo-se estáveis quando armazenada a 5 e 25 °C após 90 dias. Porém, quando

submetida ao armazenamento de 40 °C apresentou alterações na cor e odor após 60

dias. Houve também uma redução no pH de 3,77±0,02 para 3,22±0,05 e uma diminuição

significativa (p≤5) na viscosidade de 25,766 mPa.s em 30 dias para 14,400 mPa.s após

60 dias. Cordeiro e colaboradores (2013) ao avaliar estabilidade de géis dermatológicos

contendo OE de Zingiber oficinalle Roscoe (gengibre) observaram alterações moderadas

quanto às características de estabilidade das formulações a 40 °C durante 90 dias de

análise. Isso pode ser devido à instabilidade dos óleos essenciais a altas temperaturas.

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Após 90 dias da formulação mantida a 5, 25 e 40 °C foi realizada a atividade

antimicrobiana frente a cepas de Staphylococcus epidermidis, o creme a 5 e 25° C

apresentou halo de inibição de 16±1,73 e 7,16±0,28 mm respectivamente, sem efeito a 40

°C. Esse resultado estimula a continuidade dos estudos, pois vários efeitos

farmacológicos têm sido atribuídos ao OE de L. alba e dentre estes efeitos, a atividade

antibacteriana do OE tem sido estudada (OLIVEIRA et al., 2006).

Conclusões

Lippia alba, quimiotipo citral, cultivada em Santarém, Pará (APL), apresenta alto

teor de óleo essencial e quando incorporado a uma formulação como uma base aniônica

Lanette, é estável em temperaturas abaixo de 40 °C e apresenta atividade antimicrobiana

frente a cepa Staphylococcus epidermidis. Estudos complementares são necessários de

forma a garantir a eficácia e segurança do produto.

Agradecimentos

A CAPES, MS e CNPq pelo apoio financeiro e aos produtores de plantas

medicinais da comunidade São Raimundo bem como, a farmácia de manipulação

Meliponaio pelo apoio na produção da formulação.

Referências

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de controle de qualidade de

produtos cosméticos/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Anvisa, p.

130; 2007.

CASTRO, H.G. et al., Contribuição ao estudo das plantas medicinais: metabólitos

secundários. 2.ed. Visconde do Rio Branco: UFV, 2004.

CORDEIRO M.S.F et al., Desenvolvimento tecnológico e avaliação de estabilidade de

gel dermatológico a partir do óleo essencial de gengibre (Zingiber oficinalle

Roscoe) Revista Brasileira Farmácia 94 (2): 148-153, 2013

FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 4ª ed. São Paulo, 1988

JANNUZI, H. Caracterização de dezesseis acessos de Lippia alba (Mill) N. E Brown,

no Distrito Federal. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária,

Universidade de Brasília, 2005, 54p. Dissertação de Mestrado.

MING, L.C et al., Influência de diferentes níveis de adubação orgânica na produção

de biomassa e teor de óleos essenciais de lippia alba (Mill.)N.E.Br. Verbenaceae.

1992. 206p. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal do

Paraná, Curitiba.

OLIVEIRA D.R et al., Estudo etnofarmacológico de dois Lippia espécies de

Oriximiná, Brasil. Journal Ethnopharmacology 108 : 103-108, 2006

MATOS, F. J. A. As ervas cidreiras do Nordeste do Brasil. Estudo de três quimiotipos

de Lippia alba (Mill) NE Brown (Verbenaceae) parte II Farmacoquimica, Brazilian

Journal of Pharmacognosy, 77,137-141, 1996.

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INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E GESSO NOS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO, REGIÃO OESTE

PARAENSE

Paulo Henrique da Silva Gomes1

José Augusto Amorim Silva do Sacramento2

1Estudante do Curso de Agronomia do Instituto de Biodiversidade e Florestas; Bolsista PIBITI/UFOPA [email protected];

2Professor do Instituto de Biodiversidade e Florestas Grupo de Pesquisa Relação Solo Planta Atmosfera em Ecossistema

Amazônico E-mail: [email protected]

Resumo

A conversão da floresta nativa em áreas de agricultura tem influenciado a adoção de técnicas de manejo como correção do solo via aplicação de calcário e gesso agrícola. Objetivou-se determinar a influência da aplicação superficial de calcário e gesso nos atributos físicos do solo. O experimento foi conduzido em área Experimental da Embrapa Amazônia Oriental, município de Belterra. O solo da área é um Latossolo Amarelo Distrófico textura muito argilosa. Os tratamentos avaliados foram: Calcário zero x Gesso zero; 1000 de calcário x 500 de gesso; 2000 de calcário x 1000 de gesso e 4000 de calcário x 1000 de gesso. A Amostragem realizada em minitrincheiras (60 x 60 x 60 cm) nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60 cm. Os atributos físicos avaliados foram: densidade do solo, densidade de partícula e porosidade total. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A utilização de calcário e gesso em Sistema de Plantio Direto contribui para a manutenção de níveis de porosidade total aproximados aos encontrados em sistemas de florestas nativas, viabilizando sistemas de cultivo após conversão da floresta nativa, na região oeste do Pará. Palavras-chave: Calcário, gesso, plantio direto; atributos físicos. Introdução

A região norte aumentou substancialmente sua participação no cenário

nacional do agronegócio de grãos, passando de 0,22 % na safra 96/97, para 0,9 % na

safra 14/15, representando um incremento aproximado de 400 %, o que demonstra

que o processo na região é irreversível, (CONAB, 2015).

O sistema de cultivo praticado é o convencional, que se caracteriza pela

utilização intensiva da mecanização, que somado ao monocultivo deixa o solo exposto,

abrindo espaço para a degradação, causada, principalmente, pela erosão.

A substituição da floresta nativa por sistemas agrícolas tradicionais promove

alterações tanto na dinâmica de aporte de resíduos orgânicos quanto na sua taxa de

decomposição e perdas efetivas (Nunes et al., 2011).

A adoção de técnicas conservacionistas como o sistema de plantio direto e a

combinação de dosagens de calcário e gesso nas lavouras brasileiras, vem garantindo

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a viabilidade dos cultivos, a sustentabilidade dos ecossistemas (Bonini e Alves, 2012),

pela maior infiltração de água no solo e a redução de perdas ocasionadas pela erosão.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da aplicação superficial de

calcário e gesso nos atributos físicos do solo, em sistema de plantio direto, na Região

Oeste paraense.

Metodologia Amostras de solo foram coletadas em área cultivada com milho em sistema de

plantio direto (SMPD), com cinco tratamentos:(C0G0) – (zero kg de calcário e zero kg

de gesso); (C1G1) – (1.000 kg de calcário/500 kg de gesso); (C2G2 – (2.000 kg de

calcário/1.000 kg de gesso); (C4G2) – 4.000 kg de calcário/1.000 kg de gesso); Área

da floresta nativa (FNA). A Amostragem foi realizada em minitrincheiras (60 x 60 x 60

cm) nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60 cm, em esquema fatorial com

três repetições.

Obteve-se a densidade do solo em g/cm³, através do método do anel volumétrico,

medindo este, 4,6 x 5,0 cm, com volume total de 83 cm³, conforme a equação:

Ds = a/b.

A densidade de partícula foi obtida a partir da determinação do volume de álcool

necessário para completar a capacidade de um balão volumétrico, contendo solo seco

em estufa, conforme a equação:

Dp = a/50 ï b.

A porosidade total foi obtida através do princípio da determinação do volume total

do solo ocupado por água e ar, aplicando-se a equação:

PT = 1 ï Ds/Dp.

Os dados (Ds, Dp e PT) foram submetidos à análise de variância (ANOVA). As

médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade utilizando o

software ASSISTAT Versão 7.7 beta (2011) (Silva e Azevedo, 2009), em esquema

fatorial 5 x 5 x 3.

Resultados e Discussão Tabela 1 – Médias de Interação entre o tratamento A(colunas) - (doses de calcáro

e gesso) e tratamento B (linhas) - (profundidades), para o atributo densidade do solo em área experimental no município de Belterra.

Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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Tabela 2 - Médias de Interação entre o tratamento (A) (colunas) - (doses de calcáro e gesso) e tratamento (B) (linhas) - ( profundidades), para o atributo porosidade total do solo em área experimental no município de Belterra.

Não foi aplicado o teste de comparação de médias porque o F de comparação

não foi significativo.

Conclusões Os tratamentos, interagiram positivamente com sistema de produção adotado

para a área (SPD), reduzindo riscos de compactação e erosão; Os tratamentos

influenciaram na manutenção dos níveis de porosidade total aceitáveis para a prática

da agricultura.

Agradecimentos Ao meu orientador pelo incentivo e socialização de seus conhecimentos; Ao

CNPq pelo incentivo financeiro; À Ufopa pela estrutura, sem a qual este trabalho não

seria possível.

Referências BONINI, C. S. B.; ALVES, M. C. Qualidade física de um Latossolo Vermelho em

recuperação há dezessete anos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e

Ambiental, v. 16, n. 4, p. 329–336, 2012.

CONAB. Avaliação da safra 2006/2007, décimo primeiro levantamento, 24p. acesso

em ago. 2007 <disponível em http://www.conab.gov.br/conabweb>

EMPRESA BRASILEIRADE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA Centro

Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análises de solos. 2. ed.

Revisada. Rio de Janeiro, 2011.

NUNES, R. S.; LOPES, A. A. C.; SOUZA, D. M. G.; MENDES, I. C. Sistemas de

manejo e os estoques de carbono e nitrogênio em Latossolo de Cerrado com a

sucessão soja-milho. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 35, p. 1407-

1419, 2011.

SILVA, F. DE A. S. E.; AZEVEDO, C. A. V. de. Principal components analysis in the

software assistat-statistical attendance. In: World congress on computers in agriculture,

7, Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009.

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OBTENÇÃO DE PIGMENTO DE JAMBO-VERMELHO (SYZYGIUM MALACCENSE)

PARA DESENVOLVIMENTO DE BATOM À BASE DE MANTEIGA DE BACURI

(PLATONIA INSIGNIS)

Bruna Carvalho Cantal de Souza1

Kariane Mendes Nunes2

1Estudante do Curso de Farmácia do Instituto de Saúde Coletiva; Bolsista PIBITI/UFOPA . E-mail: [email protected].

2Professora do curso de Farmácia do Instituto de Saúde Coletiva, UFOPA. E-mail: [email protected]

Resumo O presente trabalho buscou obter e caracterizar pigmento orgânico de Jambo (Syzygium malaccense) para produção de batom à base de manteiga de Bacuri (Platonia insignis). Foi realizado o processamento dos frutos para obtenção da droga vegetal a partir das seguintes etapas: 1. Coleta; 2. Sanitização; 3. Descascamento; 4. Secagem e 5. Pulverização. A droga vegetal foi caracterizada através de procedimentos com metodologias disponíveis na Farmacopeia Brasileira (2010): Determinação de perda por dessecação (8,66%), determinação de substâncias extraíveis por álcool (37,5%), teor de cinzas totais (4,16%) e insolúveis em ácido (0,42%) e granulometria (moderadamente grosso). Posteriormente, o pigmento foi extraído do pó obtido através de percolação, com solvente álcool 70, e em seguida, rotaevaporado. O pigmento foi caracterizado através de prospecção fitoquímica para identificação da presença de compostos fenólicos (positivo), flavonoides (negativo), taninos (negativo) e antocianinas (positivo). Para incorporação do pigmento na formulação, foi escolhida a metodologia de 3 fases à quente e 1 a frio, mostrando resultado satisfatório a aplicação de pigmento orgânico oriundo de jambo-vermelho em fitocosméticos. Palavras-chave: Jambo-vermelho; Syzygium malaccense; Bacuri; Platonia insignis; pigmento orgânico. Introdução

A presença de excipientes potencialmente tóxicos em produtos cosméticos tornou-

se um grande gargalo para indústria de cosmética. Metais pesados como Chumbo (Pb) e

Cádmio (Cd) estão na lista nos principais ingredientes que podem ocasionar efeitos

adversos aos consumidores à longo prazo por serem aplicados diretamente sob pele,

mucosas ou proporcionarem a ingestão. Estes metais podem depositar-se no corpo e

causar patologias como câncer, perturbações neurológicas, desordens no aparelho

reprodutor, etc. (MONNOT, 2015).

Em vista disso, os consumidores têm mostrado interesse em produtos

desenvolvidos a partir de componentes naturais e de forma sustentável (MIGUEL, 2012),

o que torna a biodiversidade da floresta amazônica uma alternativa promissora na busca

por matérias primas naturais no desenvolvimento de produtos cosméticos ecologicamente

corretos e seguros.

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O jambo-vermelho é um fruto de origem da Malásia difundido no Brasil

principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Na indústria alimentícia, é aplicado na

produção de doces, corantes, compotas e polpas de suco (AUGUSTA, 2011).

A manteiga de bacuri é um resíduo vegetal produzido a partir das sementes de

bacuri descartadas na indústria alimentícia. Sua composição química é rica em ácido

graxo palmitoléico (YAMAGUCHI, 2014), que confere à manteiga alto poder hidratante e

umectante, ideal para produção de cosméticos labiais.

Buscando sanar o gargalo da indústria cosmética com a toxicidade dos cosméticos

convencionais, o objetivo deste trabalho visou a obtenção e caracterização de pigmento

orgânico oriundo do Jambo-Vermelho (Syzygium malaccense) para aplicação em

cosméticos labiais à base de manteiga de Bacuri (Platonis insignis).

Metodologia

Foram coletados frutos maduros durante o segundo semestre de 2015. Os frutos

foram lavados em água corrente, sanitizados em água clorada (200 mg/L de cloro) por 10

minutos e secos à temperatura ambiente. Posteriormente, foram descascados e as

cascas foram secas em estufa à 40ºC por sete dias. A casca seca foi pulverizada e

armazenada em copo de Bécker recoberto de papel alumínio para evitar oxidação. O

extrato foi obtido através da percolação do pó com solvente álcool 70 e rotaevaporado em

seguida.

Através de metodologias disponibilizadas pela Farmacopeia Brasileira (2010),

foram realizados processos de caracterização química e físico-química do pó das cascas

de jambo-vermelho. Foram obtidos resultados do teor de cinzas totais e insolúveis em

ácido, determinação de perda por dessecação, substâncias extraíveis por álcool e

granulometria. O pigmento rotaevaporado foi caracterizado através de prospecção

fitoquímica para identificação de compostos fenólicos, flavonoides, taninos e antocianinas.

Foram escolhidas duas formulações de batons para verificar a melhor adequação

do pigmento ao produto cosmético. A primeira compreendia duas fases: a quente (A) e a

frio (B). Os constituintes da fase A (manteiga de bacuri, cera de carnaúba, álcool

cetoestearílico, miristato de isopropila e o BHT) foram aquecidos em banho-maria à

temperatura entre 40 - 45 oC.. Em seguida, a fase B composta por óleo de rícino e

pigmento do fruto jambo, foi vertida sobre a fase A. A mistura foi homogeneizada

manualmente com auxílio de um bastão de vidro. A segunda formulação possuía quatro

fases: (A) de manteiga de bacuri, (B) pigmento, (C) EDTA, carnaúba, miristato de

isopropila e o álcool cetoestearílico e (D) óleo de rícino. As fases (A), (B) e (C) foram

aquecidas previamente em chapa aquecedora e vertidas na fase (B). Após a

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homogeneização destas fases, a fase (D) é vertida na mistura. Posteriormente, ambas

formulações foram espalhadas sobre formas para solidificação em temperatura ambiente

(25ºC ± 1).

Resultados e Discussão

Os valores de perda por dessecação obtidos (8,66%) encontram-se superiores

quando comparados aos resultados verificados por Augusta (2011), que possui as médias

da umidade do pó do jambo entre 4,22 a 7,26%. Até o momento, a literatura não dispõe

de estudos acerca do teor de cinzas totais, cinzas insolúveis em ácido e substâncias

extraíveis por álcool da droga vegetal obtida a partir do jambo-vermelho. O resultado

obtido na granulometria evidenciou um pó moderadamente grosso. O tamanho da

partícula está ligado diretamente com a escolha do procedimento de extração do

pigmento.

A prospecção fitoquimíca confirmou a presença de compostos fenólicos e

antocianinas. Augusta (2011) relata que os frutos da família Myrtaceae possui uma grande

quantidade de antocianinas concentradas em suas cascas, responsáveis estas pela cor

vermelha do fruto. Essas substâncias também são responsáveis por atividade

antioxidante, propiciando benefícios ao organismo.

A formulação de quatro fases mostrou-se a ideal para a incorporação do pigmento

à base de bacuri.

Conclusões

O pigmento de jambo-vermelho mostrou-se adequado para aplicação na indústria

cosmética como substituinte de pigmentos inorgânicos potencialmente tóxicos.

Agradecimentos

Agradeço a Universidade Federal do Oeste do Pará pelo financiamento do projeto.

Referências 1. AUGUSTA, Ivanilda Maria. Caracterização física e química da casca e polpa de

jambo vermelho (Syzygium malaccensis, (L.) Merryl & Perry). Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 30(4): 928-932, out.-dez. 2010

2. AUGUSTA, Ivanilda Maria. Extração e secagem da casca de jambo vermelho (Syzygium malaccensis, (L.) Merryl et Perry) para obtenção de corante. Orientadoras: Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto, DSc, Maria Cristina Antun Maia, DSc, Soraia Vilela Borges, DSc. Rio de Janeiro, 2011. Tese (Doutorado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos).

3. MIGUEL, L.M. A biodiversidade na indústria dos cosméticos: contexto internacional e mercado brasileiro. 2012. 259f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2012.

4. MONNOT et al. An exposure and health risk assessment of lead (Pb) in lipstick. Food and Chemical Toxicology. 80 (2015) 253–260.

5. YAMAGUCHI et al. QUÍMICA E FARMACOLOGIA DO BACURI (Platonia insignis). Scientia Amazonia, v. 3, n.2, 39-46, 2014.

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