o perfil da administraÇÃo financeira das pequenas e

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQillSA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO o PERFIL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE MARCO NASCIMENTO DA CUNHA Rio de Janeiro 2002

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQillSA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

o PERFIL DA ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA DAS PEQUENAS E

MÉDIAS EMPRESAS

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

MARCO ANTÔN~O NASCIMENTO DA CUNHA Rio de Janeiro 2002

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

E

TÍTULO

o PERFIL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR:

MARCO ANTÔNIO NASCIMENTO DA CUNHA

APROVADO EM 14 /02 /2002 .1

::>-s~ ~ "). JOSÉ ANT~UP~ LIVEIRA PH.D EM PLANEJAMENTO

PH.D EM BUSINESS ADMINISTRA TION

III

Dedico este trabalho a minha esposa

Alexandra, por seu amor, compreensão e

incentivo, presentes em todos os momentos

desta caminhada, mesmo na distância.

IV

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me guiar neste caminho, pela sua proteção, e por permitir a

realização de um desejo pessoal.

A toda minha família, que me incentivaram a realizar este curso.

A minha esposa Alexandra e minha filha Letícia, pela compreensão nos

momentos de ausência.

A meu pai Roberto, por seu esforço dispensado à nossa empresa, nos

momentos de minha indisponibilidade.

A minha mãe Gilda, por seu carinho e especial incentivo.

Ao professor José Carlos Franco de Abreu Filho, por sua orientação, sua

amizade e, especialmente, pela compreensão nas minhas dificuldades .

Aos professores Istvan Karoly Kasznar e José Antônio Puppim, por suas

participações na banca e valorosas contribuições ao trabalho.

A todos os professores do curso de Mestrado Executivo da Escola

Brasileira de Administração Pública e Empresarial da Fundação Getúlio

Vargas, pelo conhecimento compartilhado.

Aos colegas do mestrado, por transformarem uma difícil tarefa em

momentos de alegria e descontração, e por suas colaborações em nossos

estudos e trabalhos.

Aos funcionários do ISAEIFGV pela amizade, atenção e auxílio

dispensados.

A Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa, por seu apoio

institucional e operacional na realização da pesquisa de campo.

v

ÍNDICE

A GRAD ECIMENTOS .................... ........................... .................................................. ............ IV

ÍNDICE ...................................................................................................................................... V

ÍNDICE DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS ............................................ ................... VII

ÍNDICE DE TABELAS ....... . ............................................. ...................................... .............. VII

ÍNDICE DE GRÁFICOS ....................................................................................................... VII

ÍNDICE DE FIGURAS ..................... .................. .................... .... .............. ...... ....................... VII

RESUMO ................................................................ .. ........... .... .... ... . ..... ... ............... ... ........... VIII

ABSTRACT ........................................................................................................................... VIII

CAPÍTULO I .................................................................................................................... 10 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10

1.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................ ................ ............ 10 1.2 - JUSTIFICATIVA .................................................... .. .... .............. ....................... 11 1.3 - OBJETIVOS ................ .. .... .. ......................... ........................... .......................... 12 1.4 - APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 13

2 - METODOLOGIA .......................................................................................................... 14 2.1 - CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................... 14 2.2 - A AMOSTRA ............................................................................................. ....... 14 2.3 - DEFINIÇÃO DE PEQUENA E MÉDIA EMPRESA ............................................ 15 2.4 - O TERMO "ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA APROFUNDADA" ................... 15 2.5 - INCLUSÃO DE EMPRESAS DE GRANDE PORTE NA PESQUISA .................. .. 16 2.6 - DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA .................................................. ................ .... 16 2.7 - O PROBLEMA .................................................................... ............ .. .... ............ 16 2.8 - A HIPÓTESE ........................................................................ .. .......... ................ 17 2.9 - LIMIT AÇOES DO ESTU DO .............................................................................. 17

CAPÍTULO 11 .................................................................................................................. . 19 3 - REVISãO DA LITERATURA .................................................................. .. .... .............. . 19

3.1 - A IMPORTÂNCIA DA PEQUENA E MÉDIA EMPRESA .................................... 19 3.2 - As DIFICULDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS ......................... 21 3.3 - As ESPECIFICIDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS .................... 22 3.4 - METODOLOGIAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .. ................................ 24

CAPÍTULO III ........................................................... .... ....................................... .. ......... 37 4 - DESCRIÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO ........ .................... ...... ...... ...... ...... .............. 37

4.1 - APRESENTAÇÃO .. .. .................. .. ..................................................................... 37 4.2 - As QUESTOES .... .. .... ........ .. .... ....... ..... .. .. .................................................. ....... 38 4.3 - CONTRADIÇOES POSSÍVEIS .............................................. .... ......................... 40 4.4 - DESCRIÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA ..................................................... 40

5 -RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO .............................................................. . 43 5.1 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR SETOR ..................................................... 43 5.2 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR PORTE ..................................................... 47 5.3 - CONTRADIÇOES ENCONTRADAS ................................................................... 50 5.4 - AUTO-A VALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DA EMPRESA .................. .... .................. 52 5.5 - FATORES QUE DIFICUL TAM A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................. 53

6 - CONCLUSÕES DA PESQUISA DE CAMPO .............................................................. 55

VI

CAPÍTULO IV .................... .. .. .... ....... ....... .... ...... ... ........ ... .... ....... ... ....... .... ...... ... .... ......... 60 7 - ATRIBUINDO NOTAS ÀS EMPRESAS .. .. ........ ... . .... .. .... . .. .. ... .... .. .. .. ... .... . ..... .. .. .... ... .. 60

7.1 - APRESENTAÇÃO .................. ...... ... ............. ... .. ..... .. .. .. ... .. ... .... ...... . ... .. .... ......... 60 7.2 - CONCLUSÕES DA METODOLOGIA PROPOSTA .. .. .. . .... .... ..... .. ........................ 63 7.3 - COMPARANDO AS NOTAS CALCULADAS COM A QUESTAO N° 29 ... ......... 65

CAPÍTULO V .............................................................. .................................. ................... 68 8 - CONCLUSÕES ............... ..................................... . ............ . ... . .. ..... ..... . . .. .................. .... . 68 9 - SUGESTÕES TÉCNiCAS .. .. . ...... .. ... .. ..... .......... .. .... . ................................. . ..... ... ..... .... .. 70

CAPÍTULO VI .. .. .. .. ... .... ... ...... ....... ... .. ....... .... .... ........ ....... .. .... ... .................... ............ .... .. 71 10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFiCAS .......... ..... .... . .. . .... ... .. .......... . .......................... .. ... 71 ANEXO I ........... .... . .................................... . ................................................................. ... ... 74

Q UESTIONÁRIO APLICADO NAS EMPRESAS ..... . ........... . ............ .. ...... ................. . ... 74 ANEXO lI .. .. ... ..... . ... .. .. .. .. ... .. ...... . .. .. .............. ..... .. .. .. ..... ..... . .... .. ............. . .................... .. .... . 79

TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE PESQUISA .................. .. ................. .. ...... ....... 79 ANEXO IH .. .......... ................. .... ........ .. ... ............ ..... .. ........ ... ..... ................................... .. .... 87

GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR SETOR DE ATIVIDAD E ...... .. . 87 ANEXO IV .. ..... .... ....... .... .. ... .... ... ...... ... .... ... ... ... ..... .. ... .. ................. ...... ... .... .. .. .... ........ .. ... ... 91

GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR PORTE .. .................................. 91 ANEXO V .. .. ... .... .. ..... .. .. .. ... .. ... .... .. .......... .. .. .... ... .... ..... ...... .... .... ...... .. .. ......... ............... ...... . 95

CONTRADIÇÕ ES ENCONTRADAS NA PESQUISA ................. .. .......... ..... .. .. ....... ... .. .. . 95

VII

ÍNDICE DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS

ÍNDICE DE TABELAS:

TABELA 1 : ESTRATIFICAÇÃO DAS EMPRESAS RESPONDENTES AO QUESTIONÁRIO .......... .......... 41 TABELA 2: IDADE MÉDIA DAS EMPRESAS PESQUISADAS ....... .. . . .. . .. .. . . .. . .. . .. ... ...... .. ........... . .. . . . . . 42 TABELA 3: MÉDIAS DOS NÚMEROS DE EMPREGADOS NAS EMPRESAS PESQUISADAS .... ... . ... .... . . 42 TABELA 4: FREQÜÊNCIA DO NÚMERO DE CONTRADIÇÕES ENCONTRADAS . ... . ..... . ..... ..... .... ... .. . 51 TABELA 5: RESULTADOS DAS QUESTÕES N° 25,26 E 27 . .. .. .... .... ........... ........ ............. ...... .... .. 52 TABELA 6: RESULTADOS DA TABULAÇÃO PONDERADA - QUESTÃO N° 30 ..... ...... ................ ... . 53 TABELA 7: RESULTADOS DA TABULAÇÃO PONDERADA - SETOR SERVIÇO ..... . . . .... . . . .. . . .... .. .. . . . . 54 TABELA 8: RESULTADOS DA TABULAÇÃO PONDERADA - SETOR INDÚSTRIA ... .. . . .. . ........... . . . ... . 54 TABELA 9: RESULTADOS DA TABULAÇÃO PONDERADA - SETOR COMÉRCIO .. ..... ............. ....... . 54 TABELA 10: NOTAS ATRIBUÍDAS PELAS EMPRESAS . .. .. ........ . . . ... .... .. ..... . ... . .. . . . .. . . . ....... .. . .. . . .. . .. 61 TABELA 11 : MÉDIAS DAS NOTAS POR ESTRATO PESQUISADO .... . ...... . . . . . . .. .. . . . . . .. . .... . .... . .. .. . . ... .. 62 TABELA 12: ESCALA DE PONTUAÇÃO PROPOSTA . . .. . .. ..... ....... .. .. ...... . .. ..... .. ...... . . . ... . . .. . .. .. .. .. . .. . 62 TABELA 13: FREQÜÊNCIA DAS NOTAS ESTRATIFICADAS POR PORTE .. . . .. .. . .. .. .. .. .. . . . ..... .. . . ..... . ... 62 TABELA 14: FREQÜÊNCIA DAS NOTAS ESTRATIFICADAS POR SETOR .... . . ....... . .. .. . .... .. . . .. . . . .. .. .... 63 TABELA 15 : FREQÜÊNCIA DAS NOTAS ESTRATIFICADAS POR PORTE (%) ............... ....... ... .... ... . 64 TABELA 16: OCORRÊNCIA NAS NOTAS AUTO-ATRIBUÍDAS COM AS AFERIDAS, POR PORTE .. .... .. 65 TABELA 17: OCORRÊNCIA NAS NOTAS AUTO-ATRIBUÍDAS COM AS AFERIDAS, POR SETOR ........ 66

ÍNDICE DE GRÁFICOS:

GRÁFICO 1: PERCENTUAL DE CONTRADIÇÕES ENCONTRADAS . .. .. . ... .... .. . . . . ...... ... ... ..... . ..... . .... . . 51 GRÁFICO 2: PROPORÇÃO DAS NOTAS POR SETOR ... .. ....................... . .. . .......... . . . ............. .. ... . . .. . 63 GRÁFICO 3: PROPORÇÃO DAS NOTAS POR PORTE ... .. ... ....... ... ... .. . .... . . .. ... . . .. . .. . . . . ... .. ... . . . . .. .. ... .. . 64 GRÁFICO 4: POSIÇÃO DAS EMPRESAS QUANTO AO USO DA ADM. FINANCEIRA, POR SETOR . . .. . . 67 GRÁFICO 5: POSIÇÃO DAS EMPRESAS QUANTO AO USO DA MM. FINANCEIRA, POR PORTE . ... . . 67

ÍNDICE DE FIGURAS:

FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ......................... ... . . . .. .. . .... 30 FIGURA 2: COMPOSIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL. . . . . .. ... .... ...... . . .. ........ . .... . . . ........... . .. . .. ... 28 FIGURA 3: REPRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL. .. .. .. ...... ..... . .... .. .... . . . ... . . .. .... .. ... ... . .. 29 FIGURA 4: ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES ....... . ..... ... . ........ . . .. . ....... . .. . . ......... .. .. .... .. . . . .. 31

VIII

RESUMO

Este trabalho aborda o uso da administração financeira nas pequenas e médias empresas. Procurou-se discutir as principais metodologias propostas nas referências bibliográficas

sobre o tema, e verificar, através do resultado de uma pesquisa de campo, a realidade encontrada nas empresas. Através dessa, buscou-se investigar os conhecimentos

aplicados em suas rotinas administrativas e as variações nos padrões gerenciais entre

empresas de diferentes portes e setores de atuação, no que se refere à área pesquisada.

O estudo contemplou os principais temas que envolvem a administração financeira,

analisando as áreas da tesouraria, fluxo de caixa, demonstrações financeiras, análise de

balanços, custos e análise de investimento. Foram também objetos desse estudo a atenção

dispensada à contabilidade, a forma como as empresas avaliam sua administração e os

fatores que influenciam na implementação de uma administração financeira adequada.

Foi proposta ainda uma metodologia de atribuição de notas às empresas, que objetiva

demonstrar o desempenho da administração financeira das empresas pesquisadas.

As conclusões deste estudo demonstram as principais falhas encontradas na gestão

financeira das pequenas e médias empresas. Na comparação por porte, as pequenas empresas apresentaram graves problemas em sua administração, com uma melhora

significativa nas médias empresas. Os resultados comprovam que mesmos pequenas

empresas podem ter uma administração financeira adequada; porém, apresentam um

grande número de empresas ineficientes nessa área, principalmente nos setores do

comércio e serviço. O estudo comprovou que as empresas pesquisadas - mesmo as de

médio porte - podem melhorar sua gestão financeira, principalmente através da aplicação

das metodologias de análise de balanços e de projeções financeiras .

IX

ABSTRACT

This work approaches the use of financiai administration in small and medium-sized

companies. We attempted to discuss the main methodologies which are proposed in the

bibliography available about the subject, and to verify, through the results of field

research, the reality in the companies surveyed. Trough this survey, we tried to investigate the knowledge applied in their administrative routines and the variation in

management pattems amongst companies of different sizes and in different sectors of action, regarding the researched area.

This study observed the main themes which involve financiai administration analyzing

the treasury areas, cash flow, financiai statements, balance analysis, accounts, costs and

investment analysis. The attention given to accounts was also subject of study, that is

how companies evaluate their administration, and the factors which influence the

implementation of adequate financiai administration. This work also pro poses a methodology of giving companies marks, which aims at demonstrating the researched

companies ' financiai administration performance.

The conclusions of this study pointed out the main weaknesses found in small and

medium-sized companies' financiai management. When comparing different size

companies, for example, the small ones presented serious problems in their

administration, an aspect which is greatly improved in the medium-sized ones. In spite of

showing a great number of companies with inefficient management, mainly in the

commerce and service sectors, the results of this work prove that even small companies

can have adequate financiai administration. This study proved that the companies surveyed - even the medium-sized ones, can improve their financiai management, mainly through the use of balance analysis and financiai projection methodologies.

10

CAPÍTULO I

l-INTRODUÇÃO

1.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO

As pequenas e médias empresas são importantíssimas para o país, do ponto de vista

econômico e social, devido a sua capacidade de geração de empregos e distribuição de renda,

bem como a sua aptidão para a formação de empreendedores e de mão-de-obra. Constituem­

se na maioria absoluta de empresas do território, respondendo por 98% dos estabelecimentos

empresariais e 60% dos empregos urbanos no Brasil, consolidando-se em todos os setores da

economia.

Atualmente, as empresas têm sofrido com o aumento da competitividade, com uma

conjuntura econômica de instabilidade, além das dificuldades de adaptação às mudanças

exigidas por um ambiente cada vez mais complexo, do ponto de vista tecnológico e

organizacional. Esse contexto é particularmente hostil para a sua sobrevivência, atingindo as

empresas de um modo geral, independente do setor, porte ou tempo de atuação. Uma parcela

expressiva dessas empresas não consegue sobreviver, pois não possui os conhecimentos

necessários para uma gestão competitiva.

Nos aspectos de competências administrativas, destacamos a gerência financeira das

organizações, devido à importância das informações financeiras nas decisões administrativas

e ao fato de a maioria das ações implementadas em um negócio, independente de qual área

administrativa for, possivelmente ocasionar reflexos - positivos ou negativos, nas finanças da

empresa.

Administração financeira é o processo de identificação, mensuração, análise,

preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras, utilizado pela

administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização, visando

assegurar o uso apropriado de seus recursos e maximizar os resultados.

11

Porém, muitas empresas têm dificuldades de gerir adequadamente essa área da

administração, comprometendo sua lucratividade, competitividade e até mesmo sua

sobrevivência. Nem sempre as empresas apresentam um sistema de controle e administração

financeiro, por mais simples que seja. Sua implantação depende de uma mudança de atitude

não só da direção da empresa, como também das pessoas envolvidas. Isso fica muito mais

evidenciado na pequena empresa, onde o pensamento geral é que a aplicação das teorias

administrativas só funciona para grandes corporações.

Este estudo se propôs a pesquisar empresas de pequeno e médio porte, analisando

como elas são geridas financeiramente, estabelecendo um perfil dessa administração, fazendo

comparações entre portes diferentes e setores de atuação, evidenciar aspectos relevantes sobre

o tema e destacar possíveis fatores que influenciam a implantação de uma correta

administração financeira nas empresas.

1.2 - JUSTIFICATIVA

Na última década, o Brasil vivenciou uma grande mudança no meio empresarial. Com

o advento da globalização e estabilização da nossa moeda, mudou-se a realidade empresarial:

setores até então estáveis e lucrativos perderam espaço para novas tecnologias, novas formas

de produção e de comercialização. Conseqüentemente, houve um aumento da competição

interna, exigindo esforços por parte das empresas para se manterem atuantes no mercado,

provocando inclusive o desaparecimento de empresas tradicionais. Diante dessa situação, as

empresas perceberam a necessidade de serem altamente competitivas, exigindo maiores

conhecimentos e novas competências para que possam sobreviver.

Nesse sentido, tem-se dispensado muita atenção às micros e pequenas empresas,

buscando subsidiá-las de conhecimentos para que possam crescer e evoluir. Porém, é

incomum encontrar estudos sobre as empresas que se encontram em um estágio intermediário,

ou seja, aquelas que, embora não estejam mais na fase inicial, não possuem uma

administração totalmente adequada e profissional. Este estudo procura esclarecer como

funciona a administração financeira de empresas de pequeno e médio porte situadas neste

estágio intermediário.

12

Apesar de existirem diversas obras que discorrem profundamente sobre o correto

gerenciamento financeiro, poucos autores abordam a prática das pequenas e médias empresas

quanto a esse gerenciamento, existindo assim uma lacuna nessa área. Este estudo se justifica,

portanto, por contribuir com a produção teórica sobre a situação da administração financeira

destas empresas, disponibilizando subsídios para outros estudos sobre o tema.

Na prática diária das empresas brasileiras, o estudo poderá contribuir com informações

que possam fomentar o uso da administração financeira, tornando-as mais competitivas e

lucrativas, gerando maior riqueza para seus proprietários e colaboradores, e

conseqüentemente, para a toda a comunidade.

1.3 - OBJETIVOS

o objetivo principal deste trabalho é analisar a administração financeira das pequenas

e médias empresas brasileiras, verificando os conhecimentos dessa área aplicados na gestão

das referidas empresas, destacando suas limitações e distorções.

Os seguintes objetivos secundários foram propostos:

1. Contextualizar as pequenas e médias empresas.

2. Discorrer sobre as principais ferramentas da administração financeira.

3. Estabelecer um perfil da administração financeira em empresas de pequeno e

médio porte, analisando como elas são geridas nessa área.

4. Destacar as ferramentas da administração financeira que são usualmente utilizadas

nas empresas, identificando os temas que ainda podem ser considerados

problemáticos;

5. Analisar as diferenças da administração financeira entre empresas dos setores de

Comércio, Indústria e Serviços, bem como entre as de pequeno e médio porte.

6. Contextualizar os fatores que dificultam a implantação de uma gestão financeira

eficaz nas empresas.

7. Evidenciar aspectos relevantes sobre o tema.

13

Procurou-se, ainda, determinar indícios que comprovem em qual das seguintes

possibilidades as empresas pesquisadas estão inseridas, quanto ao uso da administração

financeira:

l. As empresas que dizem não utilizar as ferramentas da administração financeira.

2. As empresas que dizem não utilizar tais ferramentas, porém o fazem .

3. As empresas que dizem utilizá-Ias e realmente o fazem.

4. As empresas que dizem utilizá-Ias, porém não o fazem .

1.4 - APRESENTAÇÃO

o trabalho analisou a administração financeira das pequenas e médias empresas,

verificando os conhecimentos dessa área aplicados em sua gestão. Procurou-se esclarecer

como as empresas têm gerido as áreas da tesouraria, fluxo de caixa, demonstrações

financeiras, análise de balanços, custos, análise de investimento e contabilidade. O estudo

procurou também demonstrar quais são as principais dificuldades encontradas pelas empresas

na gestão de suas finanças, analisando os fatores que influenciam a implementação de uma

administração financeira adequada.

Foram atribuídas notas às administrações financeiras das empresas pesquisadas,

baseadas nas respostas obtidas no questionário. Através dessas, foi possível avaliar a

quali.dade da administração financeira das empresas pesquisadas, além de permitir uma

comparação das notas aferidas entre os setores e portes, e com a auto-avaliação das empresas

sobre sua gestão financeira.

O estudo apontou as principais falhas encontradas na gestão financeira das pequenas e

médias empresas. As pequenas apresentaram uma grave situação: controles simplificados na

tesouraria, inconsistências nos valores relatados nas demonstrações financeiras, previsões

inadequadas no fluxo de caixa, não existência de orçamentos e controles sobre os

investimentos, entre outros problemas encontrados. Nas médias empresas, a pesquisa

demonstrou uma melhor administração financeira, porém essas apresentam ainda algumas

inadequações, principalmente relacionadas ao uso do balanço patrimonial e suas análises.

14

2 - METODOLOGIA

2.1 - CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Este trabalho é classificado como um "estudo ou pesquisa descritiva", que consiste em

observar e descrever um fenômeno, permitindo visualizar uma situação e, muitas vezes,

classificar e categorizar as variáveis ou as observações. Tem como objetivo principal

descrever as características de determinada população ou fenômeno e estabelecer possíveis

relações entre variáveis.

"Os estudos descritivos, também chamados de pesquisas ad-hoc, como di= o próprio

nome, procuram descrever situações (..) a partir de dados primários, obtidos

originalmente por meio de entrevistas pessoais (..), relacionando e confirmando as

hipóteses levantadas na definição do problema de pesquisa (..) " (Samara, 2002)

"São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo, levantar as opiniões,

atitudes e crenças de uma população. " (Gil, 1996)

2.2 - A AMOSTRA

É importante ressaltar que este trabalho é de cunho exploratório, conduzido através de

amostra não-probabilística por cotaI , portanto. os resultados não permitem generalizações a

respeito da população estudada. As empresas foram selecionadas de forma não aleatória,

buscando compor uma amostra estratificada que represente eqüitativamente os setores de

serviços, comércio e indústria.

"As amostras não-probabilísticas são selecionadas por critérios subjetivos do

pesquisador, de acordo com sua experiência e com os objetivos do estudo. (. .) a

quantidade a ser entrevistada é aleatória. " (Samara, 2002)

"É importante ressaltar que as amostras obtidas pelas técnicas não-probabilísticas

não permitem a inferência sobre o universo, pois, nesses casos, é desconhecido o erro

cometido na escolha dos elementos que/arão parte da amostra. " (Samara, 2002)

I Segundo Samara (2002), nas amostras não probabilísticas por cota, o pesquisador procura uma amostra que se identifique em alguns aspectos com o universo.

15

2.3 - DEFINIÇÃO DE PEQUENA E MÉDIA EMPRESA

As expressões "pequena empresa" e "média empresa" são geralmente utilizadas de

forma variada e não discriminada, sem uma definição e cuidado quanto aos seus respectivos

significados. Vários indicativos já foram utilizados para estabelecer a medida do tamanho de

uma organização sem poderem ser considerados corretas e definitivos - exemplos comuns são

os números de empregados e do montante financeiro de vendas. Essa falta de precisão e

consenso para a definição de critérios é fortemente relacionada à diversidade dos tipos de

empresas que operam em diferentes segmentos de mercado. Uma empresa pode ser

considerada grande em relação a seus concorrentes, mesmo que ela seja considerada pequena

em relação a outras empresas que atuam em outros ramos da economia, de acordo com suas

vendas ou seu número de empregados. Em outras circunstâncias, uma mesma organização

pode ser considerada pequena segundo seu número de empregados e grande segundo suas

vendas, ou vice-versa.

Nesse contexto, a variável "número de pessoas ocupadas" tem sido considerada a de

mais fácil entendimento e mensuração, e vem sendo adotada pelo Serviço Brasileiro de Apoio

às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE. Assim, será adotada neste estudo a classificação

do SEBRAE, que utiliza parâmetros diferentes para empresas industriais e para as empresas

de comércio e serviços. São classificadas como pequenas empresas industriais as que possuem

de 20 a 99 empregados, e como médias as que possuem de 100 a 499 empregados. No setor

de comércio e serviços, as empresas que possuem de 10 a 49 empregados são consideradas

pequenas; as médias possuem de 50 a 99 empregados.

2.4 - O TERMO "ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA APROFUNDADA"

Na pesquisa, foram propostas grandes áreas de estudo, com questões relacionadas ao

mesmo tema, como por exemplo "tesouraria". Foi atribuído o nome de "Administração

financeira aprofundada" a uma dessas grandes áreas, por contemplar ferramentas mais

avançadas, que tratam do tema com maior detalhamento. O termo aprofundar, segundo

16

dicionário MICHAELIS significa "investigar a fundo ". Logo, a palavra aprofundada, dele

derivada, é apropriada para caracterizar a grande área proposta.

2.5 - INCLUSÃO DE EMPRESAS DE GRANDE PORTE NA PESQUISA

Apesar do trabalho ter objetivado estudar empresas de pequeno e médio porte, foram

incluídas na pesquisa empresas de grande porte, para uma melhor discussão quanto as

variações nos gerenciamento entre empresas de diferentes portes, nas análises do questionário .

2.6 - DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Este estudo aprofundou-se na questão do correto gerenciamento dos recursos

financeiros, com ênfase na utilização de modelos matemáticos amplamente conhecidos -

especificamente as demonstrações financeiras , na utilização de índices financeiros e na

existência de previsões para a solvência dos passivos existentes a curto e médio prazo.

Foram também levantadas informações sobre os controles das transações com

numerários, os conhecimentos sobre custos, bem como procurou-se saber qual a importância

dada à contabilidade pelas empresas.

2.7 - O PROBLEMA

As pequenas e médias empresas utilizam eficazmente a administração financeira,

gerenciando os seus recursos financeiros de forma a produzir uma melhor lucratividade,

minimizando riscos e remunerando seus investimentos? Existem alterações significativas nos

gerenciamentos financeiros entre empresas de diferentes portes ou setores de atuação?

17

2.8 - A HIPÓTESE

As pequenas e médias empresas, mesmo as que possuem algum tipo de gerenciamento

financeiro, não aplicam em sua totalidade as principais metodologias de administração

financeira, o que as toma menos lucrativas, mais instáveis e, conseqüentemente, compromete

sua competitividade em seu mercado de atuação.

2.9 - LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A metodologia empregada na pesquisa foi baseada na abordagem teórico-empírica,

fazendo-se uso da análise da bibliografia mais rekvante, consubstanciada com uma pesquisa

de campo desenvolvida junto às empresas selecionadas. Nesse aspecto, tendo em vista que a

bibliografia relaciona conceitos econômico-financeiros que são encontrados nas mais

diferentes formas na prática da administração financeira nas empresas, todas as vezes que foi

necessário mencionar os componentes das demonstrações financeiras, estes foram

conceituados sob o ponto de vista da contabilidade.

As análises aqui efetuadas permitem descrever as características das empresas da

região estudada, quanto à sua administração financeira. A pesquisa foi realizada na região sul

do estado do Paraná. Todas os questionários respondidos são de empresas sediadas na cidade

de Ponta Grossa, razão pela qual classificamos este estudo como "local" .

Neste estudo, procurou-se buscar informações acerca do conhecimento dos

empresários sobre os aspectos da administração financeira aplicados em suas empresas.

Porém, apesar de nos questionários as respostas poderem indicar que as técnicas ali

apresentadas são aplicadas, não existem garantias de que efetivamente as mesmas estão

inseridas na rotina administrativa das empresas pesquisadas. Isso possivelmente ocorre em

função de os entrevistados sentirem-se incomodados em responder que não conhecem ou não

aplicam as técnicas contidas no questionário. O fato de o trabalho estar relacionado à

Fundação Getúlio Vargas, entidade considerada pelo meio empresarial como referência no

tema admin istração, vem reforçar esta possibilidade. Foram inseridas relações entre questões

18

que apontam possíveis inconsistências nas respostas, indicando quais questionários podem ter

apresentado esta situação.

Embora o trabalho esteja relacionado à administração financeira, o que possibilitaria

incluir na discussão tópicos como o sistema bancário - fontes e custos de capital, sistema

tributário e política econômica, os mesmos não foram contemplados em função de serem

externos as atividades da empresa, restando ao empresário sofrer as suas conseqüências -

positivas ou negativas, não existindo poder direto de mudança por parte dos mesmos nessas

questões. Assim, este estudo se ateve as questões diretamente relacionadas a ações dos

empresários em suas administrações.

19

CAPÍTULO 11

3 - REVISÃO DA LITERATURA

3.1 - A IMPORTÃNCIA DA PEQUENA E MÉDIA EMPRESA

Quando publicou "A riqueza das nações", em 1776, Adam Smith descreveu uma

economia em que os pequenos negócios locais eram virtualmente as únicas entidades

econômicas. O capitalismo moderno teve inicio com essas pequenas empresas. Cresceu a

partir de negociantes e seus servos, que viajavam pelo interior do país, vendendo mercadorias

à nobreza. Gradualmente, foram minando a autoridade dos nobres, na medida em que a

riqueza, e, em seguida, o poder deslocaram-se para suas mãos. As pequenas empresas que, por

fim, eles vieram a formar, tornaram-se o alicerce primordial do desenvolvimento econômico

das nações industrializadas dos nossos dias.

A pequena empresa presta uma visível contribuição ao espírito empresarial. Vê-se

hoje, nas pessoas, a vontade de se tornarem empresárias. Muitas delas estão colocando em

prática suas idéias em vários ramos de negócio, desencadeando assim um surto criativo

empresarial. Em pesquisa mundial feita pela GEM Reports - Global Entrepreneurship

Monitor, citada pela revista Exame (2001), o Brasil aparece como o país com a maior relação

entre o número de habitantes adultos da população que criam negócios próprios: 1 em cada 8

contra 1110 nos Estados Unidos; 1/25 na Alemanha; 1/33 na Inglaterra e 1/100 no Japão.

O brasileiro é um dos povos mais empreendedores do mundo, conforme reportagem da

revista Veja (2002). Segundo a reportagem, um em cada quatro brasileiros economicamente

produtivos é dono de uma empresa. São mais de 18 milhões de pessoas que ganham a vida

como empresários. Os pequenos empreendedores, suas famílias e empregados formam um

contingente estimado de 60 milhões de pessoas.

"Os empreendedores são os heróis populares da moderna vida empresarial. Eles

fornecem empregos, inlrodu::.em inovações e estimulam o crescimento econômico. (..)

A cada ano, milhares de indivíduos (..), de adolescentes a cidadãos mais velhos.

inauguram novos negócios por conta própria e assim fornecem a liderança dinâmica

que leva ao progresso econômico. " (Longenecker, 1998)

20

Confonne descrito por OLIVEIRA (2000), de acordo com dados publicados pelo

Sebrae, no Brasil, as micros, pequenas e médias empresas constituem um universo de

aproximadamente 4 milhões de estabelecimentos. Respondem por 98% dos estabelecimentos

empresariais, mais de 60% dos empregos urbanos no Brasil, 48% da produção nacional e 21 %

do produto interno bruto. O autor cita ainda o último levantamento realizado pelo IBGE, de

1994, no qual esse estrato de empresas representa 99,6% do total de empresas industriais,

comerciais e prestadoras de serviço.

"Como parte da comunidade empresarial, as pequenas empresas contribuem

inquestionavelmente para o bem estar econômico da nação. Elas produ::em uma parte

substancial do total de bens e serviços. Assim sua contribuição econômica geral é

similar àquela das grandes empresas. " (Longenecker, 1998)

A economia mundial está passando por uma nova transição, comparada à revolução

industrial. Nesse contexto de mudanças, segundo SOLOMON (1986), a pequena empresa

sempre foi um dos recursos ocultos dos países, um catalisador inesperadamente poderoso, na

transição de uma era de fábricas com chaminés, voltadas para a produção em massa, para a

aurora de uma era de economia global, intimamente interligada, impulsionada por tecnologias

do conhecimento.

SOLOMON (1986) destaca que a contribuição da pequena empresa foi mais notável

nas indústrias inovadoras e deslumbrantes de alta tecnologia. Nas últimas décadas, o

pioneirismo dos pequenos empresários - muitos dos quais foram à falência - fez

contribuições que abalaram a indústria através da comercialização de aplicações altamente

revolucionárias, das tecnologias que estão impulsionando a atual transição econômica.

Incluem-se nessas tecnologias equipamentos (hardware) e programas (software) de

computadores pessoais, desenho assistido por computador - CAD, manufatura assistida por

computador - CAM, robótica, telecomunicações e biotecnologia.

LONGENECKER (1998) listou alguns exemplos de novos produtos criados pelas

pequenas empresas no século XX: fotocópia, insulina, penicilina, helicóptero, motor a jato,

entre outros.

"As pequenas empresas prestam contribuições singulares a nossa economia.

Fornecem uma parte desproporcional de novos empregos necessários para uma força

de trabalho em crescimento. São responsáveis pela introdução de muitas inovações e

originam avanços científicos (..). As pequenas empresas atuam como concorrentes

econômicas vigorosas e desempenham algumas funções nos negócios com mais

experiência que as grandes empresas. " (Longenecker, 1998)

.lcn.IU I tliA MAtClU Ht:NttIUUt ~IMUN~t..

fUIlDACAO GETUUO VARGAS

21

3.2 - As DIFICULDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Segundo DENARDIN (2002), o Brasil é o país com o maior índice de abertura de

empresas por necessidade, em pesquisa realizada pelo GEM Reports. Isto significa que os

novos empreendedores brasileiros não abrem seus negócios baseados em ações (projetos)

planejados, e sim, por falta de opção de ganhos para seu sustento. Esta situação explica em

parte as dificuldades sofridas pelas novas empresas, bem como o alto índice de mortalidade

que essas apresentam.

"A crise econômica fe= com que o Brasil apresentasse neste ano a maior taxa de

empreendedorismo por necessidade - por falta de opções no mercado de trabalho.

Significa que 56% das pessoas que abriram o negócio próprio neste ano fi=eram isso

porque não tinham outra opção de vida. .. (Denardin, 2002)

Outra situação que explica a realidade brasileira, é a mudança em seu meio

empresarial sofrida nos últimos anos. Com o advento da globalização e estabilização da nossa

moeda, surgiu uma nova realidade: setores até então estáveis e lucrativos perderam espaço

para novas tecnologias, formas de produção e de comercialização. Além disso, as empresas

têm sofrido com o aumento da competitividade, com uma conjuntura econômica de

instabilidade e dificuldades de adaptação às mudanças exigidas por um ambiente cada vez

mais complexo, do ponto de vista tecnológico e organizacional.

"(..) com o desenvolvimento tecnológico, o crescimento das organi=ações e a

complexidade do ambiente econômico, verifica-se por parte das pequenas empresas

certa dificuldade no entendimento e na gestão dos negócios. " (Oliveira, 2000)

"(...) as empresas são férteis em riscos. Os mercados mudam rapidamente de rumo, e

essas mudanças geralmente são alimentadas pelas novas tecnologias e pela

concorrência acirrada, interna e externa. " (Teló, 2001)

Sobre a globalização, SOLOMON (1986) escreve:

"Esta transição econômica está condu=indo a uma reestruturação fundamental dos

negócios e das estratégias comerciais de longa data. As organi=ações comerciais

precisam ser reestruturadas para que possam se adaptar mais eficientemente ao ritmo

acelerado das mudanças das tecnologias e dos mercados. Nas indústrias em rápida

evolução, a lucratividade depende em escala cada ve= maior, de um retorno muito

rápido dos investimentos iniciais, antes de as condições de tecnologia e de mercado

tornarem um determinado produto obsoleto. " (Solomon, 1986)

22

Nesse contexto, as pequenas, principalmente, e as médias empresas encontram-se

perante uma situação desafiadora, pois nelas há uma fusão de fatores que dificultam a

administração do negócio, envolvendo a falta de profissionalização dos tomadores de decisão

e das pessoas nelas inseridas, a limitação do capital e da estrutura administrativa, comparadas

às grandes empresas com as quais concorrem numa economia aberta de mercado. Além disso,

o Brasil é um país que pouco oferece as novas empresas, situação esta comprovada no

relatório GEM - Global Entrepreneurship Monitor de 2002.

"(..) o Brasil está na 34° posição no oferecimento de condições favoráveis aos

empreendedores. Os principais fatores que atrapalham são a dificuldade de acesso e

o custo do capital, afalta de políticas adequadas à realidade dos empreendedores, a

alta carga tributária, o excesso de exigências legais e fiscais para a abertura de

empresas e afalta de capacitação para o negócio escolhido. " (Dernardin, 2002)

Daí a necessidade dessas empresas, extremamente importantes para o

desenvolvimento sócio-econômico do país, adotarem ferramentas que auxiliem a garantia de

sua competitividade.

3.3 - As ESPECIFICIDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Diante de um mercado altamente exigente, espera-se que as empresas, mesmas as

pequenas e médias, possuam uma estrutura administrativa adequada, com controles das

rotinas administrativas, responsabilidades definidas e aplicação de ferramentas de gestão,

dentre as quais destacamos as relacionadas à administração financeira.

Porém, a cultura da pequena empresa predominante no Brasil, dificulta sua

modernização e adequação aos novos tempos. A predisposição do pequeno empresário de não

buscar informações relevantes e pertinentes, tanto no ambiente interno como no externo, é

característica das pequenas empresas. Tais informações são vistas por ele como algo de difícil

acesso, por isso exerce a gerência de seu negócio de forma habitual, fundamentada em suas

experiências. Conforme descrito por LEONE (1999), essa administração simplificada pode

responder às exigências imediatas dos gestores, porém compromete seu desempenho e

competitividade.

23

"Tal estrutura não é desejada por elas em virtude da complexidade e do custo da

mesma; por isso, adotam estruturas simples e de menor custo que respondam de

maneira apropriada às exigências momentâneas dos proprietários, de suas famílias e

dos empregados. " (Leone, 1999)

Nas pequenas empresas, normalmente, as decisões são tomadas pelo proprietário,

detentor dos meios de produção, que se sente conhecedor do negócio e se julga capacitado

para gerenciá-lo de acordo com seu estilo. A estrutura organizacional normalmente

encontrada nessas empresas é, de modo geral, classificada como simples, centralizadora, com

coordenação por supervisão direta.

"A tomada de decisão é baseada na experiência, no julgamento ou na intuição do

proprietário-dirigente e, na maior parte do tempo, dentro de uma ótica operacional

de curto pra=o. " (Leone, 1999)

Nos aspectos financeiros , a pequena empresa tem problemas para separar os recursos

pessoais e da empresa, e, normalmente, é gerida de forma simples, sem controles consistentes.

Devido à falta ou precariedade de sistemas de planejamento financeiro, apuração de

resultados e outros procedimentos contábeis e de orçamento, os números obtidos e analisados

pelos administradores podem não estar lhes fornecendo informações precisas, situação esta

comprovada pela pesquisa de campo, descrita no Capítulo m.

"A administração da pequena empresa é essencialmente pessoal. Quanto menor for o

negócio, mais informal será a contabilidade, onde os recursos comerciais e pessoais

se confundem. " (Solomon, 1986)

Para LEONE (1999), as pequenas e médias empresas são caracterizadas por um nível

de maturidade organizacional muito baixo. Os processos de planejamento e de controle são,

geralmente, pouco formalizados e quantificados. De acordo com esses processos maturativos,

os aspectos dos controles financeiros se apresentam com estruturas simplificadas inicialmente,

passando para controles mais efetivos, principalmente na área da tesouraria e, posteriormente,

numa empresa mais madura, implementando-se uma administração financeira.

OLIVEIRA (2000) afirma que, dadas as suas características, as pequenas empresas, na

sua maioria, não planejam a curto nem a longo prazo. Não planejam, dentre outros itens, as

vendas, os estoques, as compras, as despesas, as receitas, os custos, os lucros, e o caixa da

empresa. Por isso, tais empresas estão sempre tentando resolver os problemas quando eles

aparecem, não procurando prevê-los nem se programando para evitá-los.

24

Diante do exposto, percebe-se que as pequenas empresas necessitam rever seus

métodos administrativos, os quais abrangem estrutura, pessoas e tecnologia empregada. A

mudança organizacional é fator fundamental para mantê-las competitivas e atuantes em um

mercado altamente instável, tendo-se a cautela de levar em consideração particularidades que

tornam-nas diferentes da grande corporação.

"A boa administração é fator determinante da sobrevivência e sucesso. A má

administração - e não a economia, a concorrência, a inconsistência dos clientes ou o

a::ar - é o fator que determina o fracasso. " (Oliveira, 2000)

3.4 - METODOLOGIAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Administração financeira é o processo de identificação, mensuração, preparação,

análise, interpretação e comunicação de informações financeiras, utilizadas pelas empresas

para planejamento, avaliação e controle dentro da organização, visando assegurar o uso

apropriado de seus recursos.

As empresas brasileiras começaram a se conscientizar da importância da gestão

financeira devido ao aumento da competitividade, exigido pela abertura de mercado e

globalização da economia. Tal exigência engloba as empresas de um modo geral,

independente do setor, porte ou tempo de atuação.

"A administração financeira tem sido de importância crescente para as empresas de

pequeno e médio porte. O sucesso empresarial demanda cada ve= mais o uso de

práticas financeiras apropriadas. " (Solomon, 1986)

As análises financeiras são realizadas a partir de demonstrações elaboradas pela

contabilidade ou por gerentes financeiros para esse fim . Apesar de haver uma grande

heterogeneidade entre as finanças de diferentes empresas, existe um padrão dessas

demonstrações, aceito por muitos autores, dentre os quais destacamos GITMAN (1997), HOJI

(2000), MA T ARAZZO (1998), ROSS (1995) e SANTOS (2000). A mesma situação se

apresenta em relação a temas como custos e índices financeiros, entre outros. Serão então

apresentados os principais modelos e metodologias de administração financeira, nesta revisão

de literatura.

25

Para BRASIL (1999), apesar de ser uma instituição socioeconômica, a empresa pode

ser avaliada de forma mais objetiva pela via econômico-financeira, porque envolve os pontos

passíveis de serem quantificados. Segundo PEREZ JUNIOR (1997), os controles financeiros

representam instrumentos cujo objetivo é proporcionar à administração informações

confiáveis e oportunas, que lhe possibilitem obter maior segurança em cada processo de

decisão e medir a eficiência com que as operações vêm sendo conduzidas.

"Controle significa tomar conhecimento de determinada realidade, compará-la com o

que deveria ser em termos ideais, identificar oportunamente os desvios e adotar

providências no sentido de corrigir estes desvios. " (Pere= Junior, 1997)

"A análise de balanços permite obter informações a partir das demonstrações

financeiras, com afinalidade de subsidiar a tomada de decisão. " (Santos, 2000)

HOJI (2000), GITMAN (1997), ROSS (1995), entre outros, estabelecem que os

demonstrativos financeiros devem incluir a demonstração de resultados, o balanço

patrimonial, e a demonstração das origens e aplicação de recursos. Além deles, o fluxo de

caixa é também considerado pelos autores como essencial para administrar eficientemente as

finanças das empresas. Essa situação é corroborada por SANTOS (2000) e LONGENECKER

(1998), que dizem:

"Para efeito de análise, são indispensáveis as seguintes demonstrações financeiras:

balanço patrimonial; demonstração de resultados; origens e aplicação de recursos. "

(Santos, 2000)

"Os três demonstrativos ( .. ) tipicamente mais comuns nas pequenas empresas são:

demonstração de resultado, balanço patrimonial e o demonstrativo do fluxo de

caixa. " (Longenecker, 1998)

De modo muito amplo, pode-se dizer que os vários balanços e demonstrações

financeiras e contábeis permitem que se façam as análises de liquidez e de lucratividade,

buscando-se conhecer sua evolução e quais suas ligações com a estrutura dos negócios.

Permite também, identificar, por análise comparativa, em que pontos houve deterioração no

desempenho da organização.

"A contabilidade financeira é uma técnica utili=ada para produ=ir sistemática e

estruturalmente informações quantitativas (expressas em unidades monetárias) das

transações que uma entidade econômica reali=a, bem como de certos fatos

econômicos identificáveis e quantificáveis que a afetam, com o objetivo de facilitar

para os diversos interessados a tomada de decisão em relação a ela. " (Gubba, 1999)

26

3.4.1 - Contabilidade gerencial

Do ponto de vista do empresário, os dados contábeis só interessam se ajudarem na

tomada de decisão. As práticas contábeis até então vigentes, nas quais se buscava somente o

atendimento da legislação e da valorização dos estoques, não mais satisfazem as necessidades

das pequenas e médias empresas. A contabilidade tem, portanto, que interagir mais com o

setor gerencial e operacional da empresa e agilizar a coleta e o fornecimento de informações

aos executivos das empresas.

"A contabilidade, como sistema de informações, caracteri=a-se por registrar todas as

transações ocorridas nas organi=ações, constituindo-se num grande banco de dados. "

(Oliveira, 2000)

De acordo com ASSEF (1999), a finalidade fundamental da contabilidade é fixar o

estado atual de um conjunto de riqueza vinculado a determinada empresa, acompanhar essa

riqueza em suas mutações, determinar-lhe estados sucessivos e demonstrar as causas de suas

variações específicas e quantitativas.

ASSEF (1999) complementa: a quantificação contábil, através dos diversos

demonstrativos, tais como Balancetes, Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados,

entre outros, mostra a situação da empresas após as diversas operações realizadas, em um

determinado período de tempo. A Contabilidade transforma essas operações em registros

organizados através da quantificação em moeda. Se bem elaborados e utilizados, são de

grande valia para o empresário.

"Estes relatórios, osfamosos Balancetes, Balanços Patrimoniais e Demonstrativos de

Resultados. podem, se bem explorados pelo empresário. apresentar informações das

mais valiosas. " (Asse/, 1999)

Porém, é comum nas pequenas empresas a contabilidade ter funções apenas fiscais e

tributárias, sendo a administração financeira realizada por relatórios elaborados para esse fim.

"A contabilidade fiscal trata da apuração dos mais diversos impostos, seus

recolhimentos nas datas apropriadas e do aproveitamento dos créditos incidentes em

alguns tributos. " (Asse/, 1999)

Segundo OLIVEIRA (2000), para cumprir seu papel como fonte de informações, a

contabilidade deve acercar-se de características fundamentais à administração, tais como: ser

útil, oportuna, clara, íntegra, relevante, flexível, completa e preditiva (fornecer indicadores de

tendências), além de ser direcionada à gerência do negócio.

27

3.4.2 - Tesouraria

Para HOJI (2000), a tesouraria, basicamente, é responsável pelo planejamento,

controle e movimentação dos recursos financeiros da empresa. Os principais controles

internos da tesouraria são disponibilidades, aplicações financeiras , empréstimos e

financiamentos, contas a pagar e contas a receber. Além desses controles, também são

consideradas atribuições da tesouraria: talões de cheque, cheques cancelados, cheques

devolvidos, tarifas bancárias, fundos fixos de caixa, etc.

Direta ou indiretamente, todas as áreas da empresa mantêm algum tipo de vínculo com

a área da tesouraria. Quase todos os atos praticados por outras áreas acabam transformando-se

em contas a pagar ou a receber e, conseqüentemente, transitam pela tesouraria.

"A tesouraria é uma das áreas mais importantes em uma empresa, pois,

praticamente, todos os recursos financeiros que giram na empresa transitam por

ela. " (Hoji, 2000)

3.4.3 - Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa identifica a situação do caixa da empresa no curto e médio prazo,

influenciado pelas políticas de prazos de compras e vendas, e permite à empresa realizar

provisões de recursos para solver os compromissos assumidos .

Segundo LONGENECKER (1998), o fluxo de caixa apresenta as variações da posição

de caixa da empresa ao longo de um determinado período de tempo. Contém as principais

entradas e saídas de caixa periódicas, o estoque inicial de dinheiro da empresa e o saldo

estimado de caixa para o final do período projetado. É elaborado a partir das entradas de

dinheiro na empresa (por receitas de vendas, empréstimos, etc.) e saídas de dinheiro da

empresa (por compras, despesas operacionais, devolução de empréstimos, etc.). Essas

entradas e saídas de dinheiro são reconciliadas no orçamento de caixa, que envolve previsões

de recebimento e gastos para um período de tempo pré-determinado.

Para SANTOS (2001), a principal finalidade do fluxo de caixa é informar a capacidade

que a empresa tem para liquidar seus compromissos financeiras a curto prazo. Além disso, o

fluxo de caixa também auxilia:

1- No planejamento de contratações de empréstimos e financiamentos.

2- No planejamento das aplicações das sobras de caixa, visando maximizar o rendimento.

28

3- Na avaliação de impactos financeiros ocasionados por aumento de custos ou de vendas.

"Uma das tarefas mais árduas da área financeira é dimensionar o fluxo de caixa da

empresa, composto basicamente por contas a pagar e receber. O fluxo de caixa mede

as necessidades futuras de recursos, a capacidade de pagamento pontual dos

compromissos assumidos, bem como a disponibilidade para investimentos. " (Asse/.

1999)

"O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem por objetivo

fornecer estimativas da situação de caixa da empresas em determinado período à

frente . .. (Santos, 2001)

3.4.4 - Balanço patrimonial

Conforme descrito por ASSEF (1999) e corroborado por LONGENECKER (1998),

HOJI (2000) e SANTOS (2001), entre outros autores, o balanço patrimonial é formado pelo

Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. O Ativo é composto basicamente pelos bens e

direitos da empresa, tais como caixas, bancos, imóveis e veículos, equipamentos, mobiliários,

estoques de produtos, e contas a receber. O Passivo compreende basicamente os valores que a

empresa deve a terceiros, tais como contas a pagar, fornecedores, salários a pagar, impostos a

pagar, entre outros. O Patrimônio Líquido é a diferença entre o ativo e o passivo de uma

empresa, e representa os investimentos realizados por seus sócios no negócio.

"É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa - Ativo, assim

como as obrigações - Passivo Exigível, em determinada data. A diferença entre Ativo

e Passivo é chamada patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos

proprietários da empresa, quer através de recursos tra=idos de fora da empresa, quer

gerados por esta em suas operações e retidos internamente . .. (Matara==o, 1998)

Bens e Direitos

}

Capital de Terceiros

}

Capital Próprio

Figura 1: Composição do Balanço Patrimonial

Fonte: Longenecker(1998)

29

Segundo HOJI (2000), no balanço patrimonial, as contas representativas do ativo e do passivo devem ser agrupadas de modo a facilitar a análise da situação financeira da empresa, e apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez para o ativo, e de exigibilidade para o passivo. A figura 03 representa graficamente o conceito aqui descrito.

Figura 2: Representação do Balanço Patrimonial.

Fonte: Longenecker (1998)

o balanço patrimonial demonstra a posição econômico-financeira da empresa, em uma

determinada data. Juntamente com a demonstração de resultados, é possível avaliar os

resultados obtidos pela empresa em um período de tempo, analisando como eles se refletiram

no balanço.

"O balanço patrimonial mostra a posição financeira da empresa em uma data

específica . .. (Longenecker, 1998)

"Os balanços patrimoniais podem ser considerados como fotografias da empresa em

determinadas datas. " (Brasil, 1999)

"O balanço patrimonial é uma das mais importantes demonstrações contábeis,

através do qual podemos apurar a situação patrimonial -financeira de uma empresa

em determinado momento. " (Asse/. 1999)

Para MA T ARAZZO (1998), é interessante notar que o Ativo mostra o que existe

concretamente na empresa. Todos os bens e direitos podem ser comprovados por documentos,

tocados ou vistos. Por outro lado, o Passivo Exigível tem valor líquido e certo no que se refere

àquelas dívidas assumidas junto a terceiros, como bancos, fornecedores, empregados, etc.

30

3.4.5 - Demonstracão de resultados

o relatório de demonstrações de resultados apresenta os resultados financeiros

provenientes das operações da empresa.

"A demonstração de resultado do exercício, (..) constitui-se no relatório sucinto das

operações reali=adas pela empresa, durante determinado período de tempo, no qual

sobressai o resultado líquido do exercício, lucro ou prejuí=o. " (Asse/. 1999)

A demonstração de resultado mostra o resultado das operações da empresa em um

determinado período de tempo. (Longeneck.er, /998)

Segundo HOJI (2000), a demonstração de resultados do exercício é uma demonstração

contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do

patrimônio líquido entre duas datas. Ela deve ser apurada de forma dedutiva, isto é, inicia-se

com a receita operacional bruta e dela são deduzidas custos e despesas, para apurar o lucro

líquido, conforme apresentado na figura 01 :

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO: UMA VISÃO GERAL

Figura 3: Representação da Demonstração de resultados.

Fonte: Longenecker(1998)

MAT ARAZZO (1998) apresenta a Demonstração de Resultados por um outro ângulo:

31

"A Demonstração de Resultados do Exercício é uma demonstração dos aumentos e

reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas

representam normalmente aumento do Ativo, através do ingresso de novos elementos,

como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentando o

Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam redução do

Patrimônio Líquido, através de um do aumento do Passivo Exigível." (Matara==o,

1998)

3.4.6 - Análises através de índices

As demonstrações financeiras também são utilizadas para a construção de índices, os

quais medem a posição financeira da empresa e seu desempenho sob vários aspectos.

"Os demonstrativos financeiros servem como base para cálculo de índices

financeiros. Esses índices podem ser utili=ados para responder a importantes

perguntas sobre a performance financeira da empresa. " (Longenecker, 1998)

"Índice representa uma relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações

financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação patrimonial,

econômica oufinanceira da entidade. " (Pere= Junior, 1997)

"As demonstrações contábeis e financeiras de uma empresa também podem servir

para a construção de índices, destinados a medir a sua posição financeira e os níveis

de desempenho em vários aspectos. " (Asse/. 1999)

Segundo MA T ARAZZO (1998), os índices são divididos em índices que evidenciam

aspectos da situação financeira e índices que evidenciam aspectos da situação econômica. Os

índices da situação financeira, por sua vez, são divididos em índices de estrutura de capitais e

índices de liquidez, conforme o esquema seguinte:

ESTRUlURA

Situação Financeira < LI QUI DEZ

Situação Econômica --... ~ RENTABILIDADE

Figura 4: Aspectos revelados pelos índices.

Fonte: Longenecker (1998)

32

Segundo SANTOS (2000), embora existam incontáveis índices, os mais importantes e

imprescindíveis, que podem ainda ser decompostos em outros, são os três seguintes:

endividamento geral, liquidez corrente e rentabilidade sobre o patrimônio. MATARAZZO

(1998) corrobora com essa afirmativa com a seguinte opinião:

Liquidez corrente:

"Certos índices como Participação de Capitais de Terceiros, Liquide= Corrente e

Rentabilidade do Patrimônio Líquido. são usados por praticamente todos os

analistas. " (Matara==o, 1998)

Em linguagem econômica quando classificamos um bem quanto à sua liquidez,

referimo-nos à facilidade que temos para transformar este bem em dinheiro disponível no

momento presente. Sobre liquidez, escreve GITMAN (1997): "A liquidez de uma empresa é

medida pela sua capacidade de satisfazer suas obrigações a curto prazo, na data de

vencimento. A liquidez refere-se à solvência da situação financeira da empresa."

Para HOn (2000), na maioria dos casos o índice de liquidez corrente é considerado

como o melhor indicador da capacidade de pagamento da empresa. Segundo SANTOS (2001)

e ASSEF (1999), o índice de liquidez corrente indica a capacidade da empresa para liquidar

seus compromissos financeiros de curto prazo.

Endividamento geral:

Considerando que os recursos são sempre escassos e não provêm do nada, toma-se

fator importante analisar se o capital próprio existente é adequado ao investimento proposto.

Quando uma empresa utiliza capital de terceiros, passa a ter parte de seu fluxo de caixa

comprometido com o pagamento de juros e, dependendo da participação desse capital,

dificilmente o negócio se desenvolverá.

ASSEF (1999) SANTOS (2001) e HOJI (2000) concordam em dizer que este índice de

endividamento geral mede a formação da composição do ativo total da empresas,

relacionando os capitais de terceiros com os recursos totais obtidos para o financiamento do

ativo. ASSEF (1999) diz: "quanto maior este índice, maior será a vulnerabilidade da empresas

a oscilações de juros sobre o capital de terceiros, e em linguagem financeira dir-se-á que a

empresa está mais alavancada ". Para G ITMAN (1997), a estrutura ótima de capital é aquela

que equilibra os fatores de retomo e risco num contexto que maximiza a riqueza do

proprietário.

33

Rentabilidade sobre patrimônio:

Em linguagem simplificada, definimos rentabilidade como sendo um percentual do

valor aplicado sobre seus ativos, que renda lucros. A rentabilidade está sempre relacionada a

riscos; portanto, ao investir em um setor de alto risco, é natural que o empresário exija

recompensa por esse risco. A lucratividade de um negócio deve remunerar o empreendedor

pelo risco do empreendimento e, por isso, deve ser superior, por exemplo, a uma aplicação em

caderneta de poupança, na qual o risco é mínimo. Se o negócio considerado não tiver essa

lucratividade superior, é preferível que o empreendedor aplique seu dinheiro no mercado

financeiro e não desenvolva o empreendimento.

A rentabilidade do capital próprio pode ser conceituada como sendo o grau de êxito

econômico obtido por uma empresa em relação ao capital nela investido. Esse índice

demonstra quanto rende o capital aplicado na empresa pelos proprietários. Para SANTOS

(2001), é o parâmetro de avaliação da eficiência do capital próprio.

"Mede a capacidade de retorno obtido pela empresa, derivado de suas operações. "

(Assej, 1999)

3.4.7 - Análise gerencial de custos

O papel a ser desenvolvido por um sistema de custos em uma pequena empresa não

difere muito em relação ao desempenhado na grande empresa; isto é, a responsabilidade de

um sistema de informação de apoio à decisão de forma a auxiliar a empresa na busca pela

melhor utilização de recursos para o alcance da eficácia empresarial.

Segundo ASSEF (1999), existem vários métodos de custeamento de produtos e

serviços, utilizados na formação de preços, com conseqüências bastante distintas para a

análise dos resultados. É bastante comum encontrarmos resultados completamente diferentes

entre os métodos; assim, devemos optar pelo critério que possa melhor identificar a

lucratividade da linha de produtos.

Para SANTOS (2001), a apuração, análise e controle de custos geram informações

necessárias à tomada de decisões, como precificação, definição da carteira de produtos e

serviços, além da avaliação econômica de novos projetos de investimentos.

34

"Portanto, um sistema de custeio eficiente pode ser a chave de sucesso de um

empreendimento, já que representa a ferramenta de auxílio para o gestor tomar

decisões objetivando: determinar o custo dos produtos como um dos critérios da

fixação de preços; analisar a rentabilidade das diversas atividades e produtos da

firma, avaliar os estoques; determinar a estrutura de custos dos produtos e compará­

la com a concorrência; reali=ar simulações variando as condições de compra de

matérias primas, etc, para empregar os recursos onde produ=am melhores resultados.

Com estes dados, ocorre a melhoria na qualidade das decisões tomadas pela

empresa, o que aumenta sua competitividade. " (Motta, 2001)

3.4.8 - Ponto de equilíbrio

Ao aplicar a análise de custo-volume-lucro, a empresa estará usando um processo de

planejamento, para definir, por exemplo, sua produção ótima, além de estar se aprofundando

nos comportamentos dos custos, em função de variáveis que influenciam seus resultados.

Essa aplicação fará com que procure o ponto de equilíbrio que, quando encontrado, poderá

fazer projeções para cima ou para baixo e verificar quais serão as reações dos custos em

função dessas mudanças.

PEREZ JUNIOR (1997) descreve a análise do ponto de equilíbrio baseado na relação

custo-volume-resultado, correspondendo a um volume de produção (ou atividade) em que o

lucro operacional é nulo, ou seja, em que as receitas e despesas operacionais se igualam. Para

ASSEF (1999), o ponto de equilíbrio operacional deve servir de base para várias simulações

em seu negócio, entretanto não pode ser entendido como meta única da empresas, pois indica

o nível mínimo de receitas para cobrir os custos totais de suas atividades.

"O ponto de equilíbrio operacional identifica o nível mínimo de receitas necessário

para o cumprimento de todos os compromisso da empresas." (Asse! 1999)

"A análise do ponto de equilíbrio permite determinar o volume de vendas capa= de

proporcionar lucro =ero, aquele ponto em que a receita da empresa iguala o custo

lotaI. " (Santos, 2001)

3.4.9 - Análise de investimentos

É bastante comum o empresário receber dicas e sugestões, normalmente antes de

iniciar seu projeto de novo negócio, ou ampliar outros já existentes, sobre a necessidade de

planejar seus investimentos, buscando atingir rentabilidades comparáveis aos recursos

35

aplicados. Existem vários métodos de avaliação de retorno sobre investimentos. Para

SANTOS (2001), o Valor Presente Líquido (VPL) é o método preferido pelos autores de

livros sobre finanças. Na prática empresarial, todavia, a Taxa Interna de Retorno (TIR)

desfruta de uma maior aceitação.

O Valor Presente Líquido (VPL) mostra se o projeto, descontado a determinada taxa

de juros, é ou não atrativo ao investidor; e a Taxa Interna de Retorno (TI R) indica a

rentabilidade auferida, ao longo de períodos de análise do projeto.

A Taxa Interna de Retorno (TI R) é definida como a taxa de desconto que leva o valor

atual calculado das entradas futuras de caixa a se igualar ao investimento inicial realizado.

3.4.10 - Orçamento

"As decisões de investimentos devem ser tomadas com base em informações

cuidadosamente analisadas, pois comprometem os recursos de uma empresa por

longo tempo e seu retorno efetivo pode ser somente estimado no presente, o que gera

incerte=as . .. (Hoji, 2000)

Se planejar é estabelecer com antecedência as opções a serem executadas, justifica-se

a elaboração de orçamentos, que deve resultar em beneficios, definidos e tangíveis,

diretamente relacionados com as funções básicas da administração.

ASSEF (1999) ressalta a importância da utilização de orçamentos, que servem, na

opinião do autor, para que o empresário possa visualizar a situação futura de seus lucros

possíveis, e, se entender que estes não cobrirão adequadamente os investimentos já realizados

ou a realizar, para implementar mudanças em suas estratégias operacionais ou financeiras com

a antecedência necessária.

"Quanto maior o pra=o de visuali=ação das informações, melhor será a avaliação de

seu negócio . .. (Asse/, 1999)

Nesse sentido, a não existência de um orçamento pode acarretar dificuldades

financeiras para o pagamento de fornecedores, empréstimos, entre outras obrigações,

comprometendo o crédito da empresa e chegando, em alguns casos mais graves, a colocar em

risco o andamento do negócio.

O orçamento estabelece um modo pelo qual os objetivos financeiros podem ser

alcançados. É, portanto, uma declaração do que deve ser feito com os recursos financeiros no

futuro. Para GITMAN (1997), ao definir o orçamento, o empresário estará fornecendo roteiro

para atingir objetivos da empresa. Além disso, esse instrumento oferece uma estrutura para

36

coordenar as diversas atividades da empresa e atua como mecanismo de controles,

estabelecendo um padrão de desempenho, contra o qual é possível avaliar os eventos reais.

Corroborando essa idéia, PEREZ JUNIOR (1997) descreve os objetivos principais do

orçamento: a) projetar de forma integrada e estruturada o resultado econômico-financeiro de

um processo de planejamento; b) controlar o desempenho diante dos objetivos e metas

definidas. Segundo esse autor, a elaboração do orçamento é tarefa de toda a organização,

sendo cada área responsável por alcançar determinadas metas, que deverão estar

harmonizadas com os objetivos da entidade como um todo.

Foram aqui apresentados, conceitualmente, as principais metodologias e modelos

matemáticos utilizadas pelas empresas na administração financeira, de acordo com os autores

estudados. Para informações detalhadas a respeitos desses temas, sugerimos a leitura das

referências bibliográficas sobre o assunto.

37

CAPÍTULO IH

4 - DESCRIÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO

4.1 - APRESENTAÇÃO

o questionário foi elaborado de forma a contemplar as principais áreas que envolvem

a administração financeira, esclarecendo como as empresas têm gerido as suas finanças.

Foram incluídas no questionário questões relacionadas às áreas da tesouraria, fluxo de caixa,

demonstrações financeiras, análise de balanços, contabilidade, custos, e análise de

investimento.

o questionário está dividido em cinco grandes áreas principais. São elas:

1. Tesouraria.................................................................... Questões n° I, 2, 3 e 4

2. Fluxo de caixa............................................................. Questões n° 5, 6, 7, e 17

3. Demonstrações financeiras.... ...... ......................... ...... Questões n° 10, 12, 13 e 14

4. Administração financeira aprofundada... ..... ...... ...... ... Questões n° 18, 19, 20, 21, e 22

5. Auto-avaliação da situação da empresa.... ...... .. .. .. .. .... Questões n° 25,26,27,28, e 29

Além das grandes áreas, o questionário ainda contempla:

a. Contabilidade.... .... .................. .................................... Questões nO 8 e 9

b. Custos.......... ............................................................... Questões n° 15 e 16

c. Fatores que dificultam a implantação da administra-

ção financeira............................................. ...... ...... .. .. . Questão n° 30

d. Outros temas........................ .. ..... .. ...... ......... .. .... .... ..... Questões n° 11, 23 e 24

As respostas foram analisadas dentro das grandes áreas e também isoladamente, de

acordo com os diagnósticos possíveis levantados.

38

4.2 - As QUESTÕES

As perguntas n° 1, 2, 3 e 4 são ligadas ao tema tesouraria. Procuram esclarecer se as

empresas possuem em sua administração controles adequados para as transações com

numerários, e se essa área é organizada o suficiente para permitir um gerenciamento da rotina

diária com segurança. As conciliações (ou fechamentos) permitem ao gestor acompanhar se

todas as entradas ou saídas de numerários foram documentadas. Controles efetivos evitam as

perdas nas empresas, como por exemplo possíveis inadimplências. A referida área é também

importante por fornecer dados para as demonstrações financeiras .

As questões n° 5, 6, 7 e 17 contemplam o tema fluxo de caixa - previsto e realizado.

Procuram esclarecer se existem relatórios históricos das movimentações financeiras,

imprescindíveis tanto para a elaboração de projeções futuras do fluxo de caixa como de

demonstrações financeiras. Questionam qual a periodicidade que as empresas analisam o

fluxo de caixa realizado e se fazem projeções da situação do caixa, num espaço de tempo

mínimo suficiente para se adotar cuidados afim de evitar que a empresa precise tomar

recursos para suprir seus pagamentos em curto prazo. A questão nO 17 procura esclarecer se as

empresas utilizam o fluxo de caixa na sua administração financeira.

As questões n° 8 e 9 relatam o tratamento dispensado à contabilidade pelas empresas.

Demonstram a periodicidade das relações empresa - contabilidade e, principalmente, se a

mesma é utilizada para a administração financeira ou se é considerada como necessária

apenas para fins de ordem fiscal e tributária.

As questões n° 10, 12, 13 e 14 discorrem sobre a existência e coerência de

demonstrações financeiras nas empresas. A questão n° 10 expõe quais relatórios são utilizados

na administração financeira pelas empresas. A questão n° 12 procura esclarecer se as

empresas utilizam a metodologia do cálculo do ponto de equilíbrio. As questões n° 13 e 14

procuram demonstrar a coerência dos relatórios utilizados pelos gestores, uma vez que os

itens encargos sobre folha, imobilizado e depreciação comumente são incluídos de forma

distorcida nas demonstrações financeiras.

"Para efeito de análise, são indispensáveis as seguintes demonstraçõesjinanceiras:

Balanço patrimonial;

Demonstração de resultados;

Origens e aplicação de recursos. " (Santos, 2000)

39

"O fluxo de caixa mede as necessidades futuras de recursos, a capacidade de

pagamento pontual dos compromissos assumidos, bem como a disponibilidade para

investimentos. " (Asse/. 1999)

As questões n° 15 e 16 tratam do tema custos e ilustram se as empresas possuem

algum modelo de gestão de custos na sua administração financeira.

As questões n° 18, 19, 20, 21, e 22 vêm demonstrar uma administração financeira mais

aprofundada, e são esperadas respostas corretas de empresas que possuem uma administração

financeira mais aprimorada. A questão nO 18 trata da análise de investimento e procura

esclarecer se as empresas fazem esse tipo de análise antes de efetivarem novos investimentos.

A questão nO 19 comprova se as empresas elaboram demonstrações financeiras projetadas e os

resultados futuros. A questão n° 20 discorre sobre a utilização de índices financeiros na

administração financeira das empresas, tema ligado à análise de balanços. A questão n° 21

esclarece se as empresas possuem um orçamento, alocando os recursos de acordo com os

objetivos da empresa. A questão n° 22 é talvez a de maior importância para as empresas, por

abordar a remuneração do capital próprio - patrimônio líquido.

"Embora existam incontáveis índices, os mais importantes e imprescindíveis que

podem ainda ser decompostos em outros são os três seguintes:

Endividamento geral (PE/AT);

Liquide= corrente (A C/PC) ;

Rentabilidade (LUPLj. "(Santos, 2000)

A questão n° 11 consta no questionário para avaliar os entrevistados, testando seus

conhecimentos efetivos sobre o tema, por possuir uma "resposta errada" - a letra "C".

A questão n° 23 demonstra a política da empresa em relação a sua capitalização

financeira, uma vez que esclarece o tratamento dado aos lucros aferidos pela mesma.

A questão n° 24 demonstra se as empresas procuram informatizar sua administração

financeira. Por ser elevado o grau de complexidade dessa área na gestão, é esperado o uso da

informatização.

As questões n° 25, 26, 27, 28, e 29 relatam como as empresas se vêem quanto à

situação financeira, margem de lucro e rentabilidade do seu patrimônio, e ao risco atribuído

ao negócio. Mostram, também, como elas auto-avaliam sua administração financeira.

A questão n° 30 procura esclarecer a opinião dos entrevistados quanto aos fatores que

dificultam a implantação de uma administração financeira nas empresas.

40

4.3 - CONTRADIÇÕES POSSÍVEIS

Algumas questões estão inter-relacionadas, sendo possível encontrar contradições nas

respostas em alguns questionários. Esses inter-relacionamentos foram previstos para serem

utilizados como filtros, evitando incoerências quando da análise dos resultados. As respostas

que estão inter-relacionadas a outras questões são:

• Questão n° 09: Resposta "O" - Existem respostas que, se esta estiver assinalada, é

obrigatório assinala-Ias.

• Questão n° 10: Resposta "A" - Existem respostas em diversas questões que, se

assinaladas, é obrigatório que esta também esteja.

• Questão n° 10: Resposta "B" - Existem respostas em diversas questões que, se

assinaladas, é obrigatório que esta também esteja.

4.4 - DESCRIÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA

Foram enviados aproximadamente 100 questionários2, tendo respondido a eles um

total de 43 empresas. O alto índice de retorno para este tipo de pesquisa foi conseguido em

função da participação ativa da Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa, através de

cartas de apresentação da pesquisa enviadas juntamente com o questionário, bem como com

ligações efetuadas pela mesma, buscando apoio dos empresários ao retorno da pesquisa.

As empresas selecionadas para a pesquisa foram estratificadas de acordo com duas

características: setores de atuação - comércio, indústria e serviços; e tamanho - pequena

empresa (EPP), média empresa (ME), e grande empresa (GE), em acordo com a metodologia

adotada. As empresas pesquisadas são em sua maioria absoluta nascidas e desenvolvidas na

cidade de Ponta Grossa - PR, incluindo todas as de pequeno porte. A tabela O 1 demonstra a

estratificação das empresas respondentes:

2 O número de questionários enviados é menor do que o considerado adequado. A quantidade está diretamente relacionada a real possibilidade de retorno por parte das empresas pesquisadas.

41

Tabela 1: Estratificação das empresas respondentes ao questionário.

Número de empresas que responderam ao questionário:

EPP ME GE TOTAL

Comércio 9 5 2 16

Indústria 8 4 1 13

Serviço 8 3 3 14

TOTAL 25 12 6 43

De acordo com a metodologia proposta, a amostra é considerada pequena para os

padrões estatísticos. Porém, devido ao fato das empresas pesquisadas serem de setores

considerados muito relevantes para a nossa economia, pode-se atribuir uma representatividade

adequada, para os objetivos deste trabalho, à amostra. As empresas pesquisadas contemplam

os seguintes setores 3:

Comércio - Supermercado, Farmácia, Vestuário, Alimentício, Autopeças, Padaria, Ótica e

relógios, Madeiras, Livraria e papelaria, Cosméticos, Agropecuária, Produtos para

marcenaria, Móveis e eletrodomésticos.

Indústria - Vassouras, Compensados, Aquecedores, Móveis esportivos, Moagem de Café,

Materiais de construção, Agroindústria, Luminosos, Metalúrgica, Peças automotivas, Móveis

de aço, Papel.

Serviços - Rádio, Recapadora de pneus, Escritório de advocacia, Escola de 10 e 20 graus,

Maquinários agrícolas, Hospitais, Retífica de motores, Foto, Transportadora, Transportes

urbanos, Pesquisas de mercado.

A idade média das empresas está descrita de acordo com a estratificação proposta na

tabela 02. A média geral é de 28 anos, e ilustra a premissa deste estudo de pesquisar empresas

de pequeno e médio porte, as quais já superaram os estágios iniciais de sua implantação,

possuindo - espera-se, uma administração mais adequada e profissional. Um ponto a ser

destacado é o fato de as idades médias das empresas subirem de acordo com o porte das

mesmas e também a realidade de levarem muitos anos para atingir portes maiores.

3 Alguns setores tiveram mais de uma empresa na amostra.

42

Tabela 2: Idade média das empresas pesquisadas.

Idade média das empresas pesquisadas (anos) 4:

EPP ME GE MÉDIA 5

Comércio 24 31 38 28

Indústria 18 38 46 25

Serviço 20 36 50 30

MÉDIA 4 21 34 45 28

o número médio de funcionários das empresas pesquisadas consta na tabela 03, de

acordo com a estratificação proposta. Destaca-se que o setor indústria possui um número

maior de empregados, mesmo nas pequenas empresas. Nas grandes empresas, a metodologia

prevê que, nos setores de comércio e serviço, são consideradas empresas de grande porte

aquelas que possuem mais de 100 funcionários. Porém na amostra a média apresentada para

esses setores foi respectivamente de 510 e 532 empregados, muito acima do mínimo

estabelecido pela metodologia.

Tabela 3: Médias dos números de empregados nas empresas pesquisadas.

Média de número de empregados nas empresas pesquisadas 6:

EPP ME GE

Comércio 24 65 510

Indústria 38 161 7 500

Serviço 26 80 532

Geral 29 95 514

4 Algumas empresas não responderam a este item. S Corresponde à média aritmética de todas as empresas que responderam a este item neste estrato. 6 Algumas empresas não responderam a este item. 7 A média do número de empregados do setor indústria neste porte é significativamente maior em função da metodologia utilizada.

43

5 - RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

Visando facilitar a compreensão dos dados aqui analisados, os resultados foram

apresentados com valores aproximados aos obtidos na pesquisa, porém não prejudicando a

correta avaliação da realidade encontrada. Os resultados foram analisados dentro dos dois

extratos propostos: por setor e por porte.

5.1 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR SETOR

5.1.1 - Tesouraria:

As respostas da área da Tesouraria demonstram que as empresas pesquisadas mantêm

um controle adequado, caracterizando-se assim como empresas possuidoras de uma

administração organizada nesta área, controlando e documentando suas transações com

numerários. Destaca-se a existência de controles mais efetivos no setor Indústria do que nos

setores Comércio e Serviços.

Na questão n° 1, todas as empresas do setor Indústria possuem controles adequados ou

totais. Nos setores Comércio e Serviços, uma pequena parcela - 6 das 43 empresas

pesquisadas - respondeu possuir apenas controles parciais. Na questão n° 2, todas as empresas

pesquisadas responderam existir normas e padrões para as transações com numerários. Nas

questões n° 3 e 4, todas as empresas do setor Indústria controlam adequadamente suas contas

a pagar e a receber, incluindo o controle sobre a inadimplência de clientes. Nos setores

Comércio e Serviços, em média um quarto das empresas apresentam controles básicos sobre

as conta a pagar e receber, com algumas empresas do setor Serviço desconhecendo seus

índices de inadimplência de clientes.

5.1 .2 - Fluxo de caixa:

Nos aspectos relacionados ao fluxo de caixa, não foi detectada grande variação entre

os três setores, os quais apresentam algumas deficiências referentes aos históricos não

disponíveis de forma organizada, à falta de um prazo maior de visualização do fluxo de caixa

44

futuro e à passividade quanto aos prazos de pagamento estabelecidos por seus fornecedores. O

ponto positivo apresentado é a periodicidade das análises do fluxo de caixa realizado.

5.1.3 - Demonstrações financeiras :

Na questão n° 10, as respostas demonstram que os itens fluxo de caixa e

demonstrações de resultados são as ferramentas mais utilizadas. No item balanço patrimonial,

somente metade das empresas o utilizam em sua gestão, e no relatório de origens e aplicações

de recursos, apenas 40% utilizam-no. A situação encontrada nesta questão deixa claro que as

empresas operam mais com o fluxo de caixa e demonstração de resultados, deixando as

análises e acompanhamentos relacionados ao balanço em segundo plano.

A questão n° 12 trata de uma ferramenta muito importante para a gestão financeira - o

ponto de equilíbrio. No setor Indústria todas as empresas utilizam dessa ferramenta, enquanto

que algumas do Comércio e boa parte do Serviço não a utilizam. Novamente aparece a

situação de que o setor Indústria possui uma administração financeira melhor do que os

demais, sendo essa situação corroborada pelas questões seguintes.

Na questão n° 13, as empresas do setor Indústria consideram em suas demonstrações

financeiras todos os encargos sobre a folha de pagamento. No setor Comércio a maioria

considera todos os encargos, porém algumas consideram somente os principais e outras não

consideram ou consideram somente quando ocorre a saída dos recursos do caixa. No setor

Serviço, a maioria das empresas considera todos os encargos, sendo que 20% delas

consideram somente os principais.

Na questão n° 14, quase a totalidade das empresas do setor Indústria contabilizam ou

consideram todos os seus bens imobilizados, provavelmente onerando adequadamente suas

demonstrações de resultados com os custos de depreciação. No setor Comércio, apenas

metade das empresas o fazem; e, no setor Serviço, somente 65%. Essa distorção impacta

diretamente nos lucros constantes nas demonstrações financeiras das referidas empresas, uma

vez que não estão onerando as mesmas com a depreciação do imobilizado, bem como na

rentabilidade, por o ativo da empresa estar menor do que a realidade.

45

5.1.4 - Administração financeira aprofundada:

A questão n° 18 analisa se as empresas fazem estudos de viabilidade econômica, antes

de efetivarem investimentos. As respostas apontam uma situação problemática, visto que

apenas 14% das empresas utilizam as metodologias tradicionais para esses estudos, e 20% não

realizam estudo de nenhuma natureza. Pode-se perceber que a grande maioria das empresas

efetiva investimentos sem a garantia de que haverá um retorno mínimo necessário para

justificá-los. O ponto positivo foi que dois terços das empresas fazem algum tipo de

acompanhamento.

A questão nO 19 também apresenta uma situação inadequada, com apenas 30% dos

setores Comércio e Serviços elaborando periodicamente projeções financeiras . A exceção é o

setor Indústria, novamente com melhor gerenciamento sobre os demais, com 60%.

A questão nO 20 é de suma importância para as empresas, com análises através de

índices econômico-financeiros provenientes dos dados do balanço patrimonial. Neste quesito

a situação é ainda pior, pois 40% do setor Comércio e 55% do setor Serviços não utilizam

índices em seu gerenciamento. Além disso, apenas 24% do setor Comérc io e 15% do setor

Indústria utilizam o índice de rentabilidade sobre o patrimônio, possivelmente a resposta mais

importante da pesquisa. O ponto positivo está novamente no setor Indústria, com 85%

utilizando algum tipo de índice em seu gerenciamento.

A questão n° 21 corrobora a situação até aqui apresentada, com o setor Indústria

possuindo uma gestão mais avançada, em comparação com os demais setores. Neste item,

aproximadamente 40% do setor Comércio e 60% do setor Serviços elaboram orçamentos,

contra 85% do setor Indústria.

A questão n° 22 procura esclarecer se as empresas acompanham a rentabilidade dos

investimentos de seus sócios e também apresenta uma situação falha, com as empresas não

prevendo qual o retorno mínimo esperado para seu patrimônio. Apenas 12%, 54% e 21 % das

empresas, respectivamente nos setores Comércio, Indústria e Serviços, estimam um retorno

mínimo, com o agravante de que grande parte dos mesmos não acompanham essa

remuneração nem "a posteriori" .

46

5.1.5 - Contabilidade

A questão nO 8 avalia a freqüência com que as empresas analisam os balancetes

contábeis, e a pesquisa demonstrou que as empresas analisam os mesmos apenas uma vez ao

ano ou, no máximo, a cada três meses. Isso pode ser entendido como: ou é dada uma atenção

adequada ao tema, ou a contabilidade é deixada de lado na gestão, sendo provavelmente

realizada exclusivamente para fins fiscais e tributários. Novamente, o setor Indústria aparece

mais adequado, com 85% das empresas pesquisadas analisando os balancetes no máximo a

cada trimestre, sendo que a maioria delas o fazem mensalmente.

A questão n° 9 comprova os resultados da questão anterior, com algumas empresas

assumindo que a contabilidade é realizada exclusivamente para fins fiscais . Por outro lado,

23% das empresas consideram a situação contábil como a realidade financeira da empresa,

enquanto 14% a usam esporadicamente para analisar a sua situação financeira. O ponto

positivo é que 70% das empresas disseram possuir análises da situação financeira, 23%

através da contabilidade e 47% através de relatórios elaborados para esse fim.

5.1.6 - Custos

As questões n° 15 e 16 analisam as empresas sobre o tema Custos: 75% das respostas

indicaram que realizam análises de lucratividade por produto/serviços ou linhas de

produtos/serviços. Apenas uma pequena parcela das empresas não possui metodologias de

análise de custos. Entre estas, o Custeio direto, o Centro de custos e o Custo-volume-lucro são

as mais utilizadas, seguidas pelo Custo padrão e Custeio ABC. As respostas a essas questões

indicam que, neste quesito, as empresas estão controlando seus custos, o que possibilita a elas

uma melhor performance.

5.1.7 - Outros temas.

A questão n° 23 procura esclarecer qual a estratégia da empresa frente à sua

capitalização proveniente dos lucros aferidos e apresenta uma situação polarizada entre

aquelas que estão sempre reinvestindo pelos menos parte de seus lucros, e as que só

reinvestem seus lucros se a empresa estiver necessitando. Esta última situação impede o

crescimento das empresas, visto que dificilmente elas poderiam aumentar sua participação no

mercado em que atuam sem investimentos para suportar esse crescimento.

47

A questão n° 24 trata da informatização desta área da administração, considerada

desejada por permitir controles mais efetivos e maior facilidade de organização dos dados.

Como esperado, 86% das empresas controlam essas informações através do uso de

computadores.

A questão n° 11 foi incluída na pesquisa para servir de "filtro" ao conhecimento dos

empresários, existindo uma resposta "errada" -letra "C". Assinalaram a resposta "errada", em

média, 15% das empresas pesquisadas.

5.2 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR PORTE

A análise estratificada por porte é mais rica que a anterior, existindo variações

significativas entre as empresas de diferentes portes. Percebe-se nitidamente que as pequenas

empresas possuem uma administração financeira menos elaborada e que as médias empresas

têm um melhor desempenho, apresentando uma administração financeira aprimorada.

5.2.1 - Tesouraria

Nos aspectos da tesouraria, as empresas apresentam um gerenciamento adequado, com

algumas falhas nas pequenas empresas. Na questão n° 1, um quarto das empresas de pequeno

porte possuem controles apenas parciais. Nas de médio e grande porte, todas possuem

controles adequados ou totais. Na questão n° 3, novamente um quarto das empresas de

pequeno porte possuem controles básicos, contra quase a totalidade das de médio e grande

porte, que têm controles efetivos. Nas questões de n° 2 e 4, praticamente todas as empresas

pesquisadas possuem controles adequados, existindo normas e procedimentos pré­

estabelecidos e controles sobre as contas a pagar e a receber.

5.2.2 - Fluxo de caixa

Quanto à empresa possuir históricos de suas atividades financeiras, a questão n° 5

indica que 60% das pequenas, 75% das médias e 100% das grandes empresas possuem tais

históricos, de forma organizada. Nos aspectos de fluxo de caixa realizado, 80% das pequenas,

48

90% das médias e todas as empreS(lS de grande porte realizam esse relatório. A questão n° 7

não apresenta diferenças significativas entre os portes, com quase todas as empresas

pesquisadas elaborando fluxo de caixa projetado, sendo porém que somente 75% das mesmas

utilizam essas projeções antes de efetivarem novos compromissos financeiros, como

demonstrado na questão n° 17. Um ponto negativo é o baixo índice de existência de históricos

nas pequenas empresas .

5.2.3 - Demonstrações financeiras

A questão n° 10 explicita de forma contundente as diferenças entre a administração

financeira das empresas de pequeno, médio e grande porte. Os relatórios mais util izados são o

Fluxo de caixa e a Demonstração de resultados. A distorção aparece na pequena empresa,

com apenas 56% das empresas utilizando a demonstração de resultados, contra todas dos

demais portes, que a utilizam. Na utilização do balanço e demonstrações de origens e

aplicação de recursos, os índices das pequenas empresas são mais baixos ainda, com 36% e

32% respectivamente, indicando que essas empresas precisam melhorar sua administração

financeira. As médias e grandes empresas possuem índices mais altos e apresentam condições

de melhorar, principalmente buscando a análise dos balanços, imprescindível para uma boa

administração financeira, mas que 25% das médias e 17% das grandes empresas não utilizam.

O relatório de origens e aplicações de recursos apresentou uma média de 40% das empresas

utilizando-o, o que permite concluir que essa não é uma metodologia difundida nas empresas.

A questão n° 12 demonstra uma boa utilização da metodologia do cálculo do ponto de

equilíbrio, com 85% das empresas utilizando a metodologia. Não utilizam dessa ferramenta

apenas algumas empresas de pequeno porte e todas as empresas de grande porte do setor

Serviços, situação inesperada, porém que pode ser explicada pelo fato de duas das três

empresas pesquisadas possuírem características que as diferem do restante da população: uma

sendo sem fins lucrativos e a outra constitui um monopólio local.

A questão nO 13 mostra que a maioria das empresas considera todos os encargos sobre

a folha de pagamento, indicando uma boa consistência neste item; apenas uma pequena

parcela das pequenas empresas apresenta problemas quanto a essa questão. Na questão n° 14

apenas metade das pequenas, contra a maioria das médias e todas as grandes empresas

contabilizam todos os seus bens do ativo permanente, controlando-os melhor e onerando

corretamente suas demonstrações de resultados com a depreciação dos mesmos. Novamente

49

as pequenas empresas apresentam problemas na sua administração financeira, omitindo

dados, situação que pode mascarar os resultados, tanto na lucratividade, como na

rentabilidade da empresa.

5.2.4 - Administração financeira aprofundada

Na questão n° 18, 60% das pequenas, 83% das médias e todas as grandes empresas

projetam resultados antes de efetivarem novos investimentos. Novamente as pequenas

empresas aparecem com o menor índice para a questão, ratificando a situação de má

administração financeira nas mesmas.

A questão n° 19 não apresenta diferenças significativas entre os portes, e os resultados

demonstram que, neste quesito, as empresas possuem um bom gerenciamento.

A questão n° 20 trata das anál ises financeiras através de índices, com destaque para a

rentabilidade sobre o patrimônio, talvez o índice mais importante da administração financeira,

se analisado isoladamente. É nesse índice que aparece o maior problema apresentado na

pesquisa, pois apenas 12% das pequenas, 25% das médias e 50% das grandes empresas

utilizam o mesmo em sua administração financeira. Além disso, as pequenas empresas pouco

utilizam os índices de Liquidez Corrente e Endividamento Geral, situação que melhora nas

médias e grandes empresas, porém está longe de poder ser considerada ideal. O resultado que

melhor espelha essa situação inadequada é que 68% das pequenas, 33% das médias e 17% das

grandes empresas não utilizam índices em seu gerenciamento.

As questões n° 21 e 22 não mostram grandes diferenças entre os portes, e novamente

aparece uma situação de inadequação por parte das empresas: 42% delas não elaboram

orçamentos e 72% não analisam previamente a rentabilidade a ser obtida em seu próximo

exercício.

5.2.5 - Contabilidade

Na questão n° 8, destaca-se que 44% das pequenas empresas analisam os balancetes

contábeis apenas uma vez ao ano; em contrapartida, 92% das médias os analisam no máximo

a cada três meses e todas as grandes empresas fazem esta análise mensalmente. Na questão n°

9, ressalta-se que 12% das pequenas, 33% das médias e 50% das grandes empresas

consideram a situação contábil como a sua real situação financeira, demonstrando que a

50

contabilidade é na maior parte da empresas utilizada apenas para fins fiscais e tributárias. Do

ponto de vista da análise da situação financeira das empresas, 60% das pequenas, 75% das

médias e todas as de grande porte utilizam ou da contabilidade ou de relatórios elaborados

para esse fim em seu gerenciamento.

5.2.6 - Custos

Nas questões n° 15 e 16, 73% das pequenas e médias empresas, e todas as grandes

possuem cálculos de custos por produto/serviço ou linha de produtos/serviços. Apenas 16%

das pequenas e médias empresas não possuem algum tipo de sistema de custos. Neste item,

podemos considerar a administração financeira das empresas pesquisadas como satisfatórias.

5.2.7 - Outros temas

Na questão n° 11 , os resultados esclarecem melhor do que os apresentados na

estratificação por setores, pois a resposta errada aparece assinalada somente por pequenas

empresas, o regime de competência, mais adequado para as análises, aparece em 16% das

pequenas, 33% das médias e 50% das grandes empresas, enquanto que o regime de caixa

aparece em 40% das pequenas e 33% das médias empresas, não sendo utilizado nas grandes

empresas. As questões de n° 23 e 24 não apresentam resultados que diferem da análise

realizada na estratificação por setor.

5.3 - CONTRADIÇÓES ENCONTRADAS

Como previsto, diversos questionários apresentaram contradições, sendo a maioria

delas das pequenas empresas: 14 dos 25 questionários respondidos por elas mostraram ao

menos uma contradição. As principais contradições encontradas são relacionadas às técnicas

da administração financeira que necessitam para sua aplicação de pelo menos um dos

demonstrativos financeiros constantes na questão n° 10, porém, esses demonstrativos não

foram assinalados nos questionários com as referidas contradições, num total de 14

ocorrências.

51

Além dessas contradições, dois questionários apresentaram outras relacionadas à

contabilidade, uma vez que marcaram ser a mesma considerada a situação real da empresa e

não assinalaram o uso das demonstrações de resultados e balanços patrimoniais. No número

de ocorrências, 6 pequenas, 2 médias e 1 grande empresa apresentaram até duas contradições

em seus questionários. Porém, nas pequenas, 7 empresas apresentaram 3 ou mais

contradições, atingindo o máximo de 6 contradições em um mesmo questionário.

A tabela 04 ilustra o número de questionários com contradições para cada quantidade

de contradições encontradas em um mesmo questionário:

Tabela 4: Freqüência do número de contradições encontradas.

Ocorrências EPP ME GE

00 IX 3 1 O O

,~ 2X 3 1 1 Z O 3X 4 O O ,... E--00 4X 1 O O ~ ~ O 5X 1 O O o Z 6X 1 O O

Na comparação entre os portes das empresas, as pequenas empresas apresentaram 52%

de questionários com contradições, contra 16,7% das médias e grandes empresas. Essa

comparação é demonstrada no gráfico 01:

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Contradições encontradas

EPP ME GE

I_ Percentual de contradições I Gráfico 1: Percentual de contradições encontradas.

52

5.4 - AUTO-AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DA EMPRESA

As questões de n° 25, 26 e 27 buscaram traçar o perfil das empresas em sua auto­

avaliação, quanto à sua administração financeira . A primeira pergunta sobre a situação

financeira de modo geral, a segunda trata da margem de lucro e a terceira aborda a

rentabilidade sobre o patrimônio. Essas questões não foram analisadas nos estratos propostos,

apenas no total da amostra, e os resultados estão demonstrados na tabela 05:

Tabela 5: Resultados das questões n° 25,26 e 27.

QUESTÃO 25 QUESTÃO 26 QUESTÃO 27

TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Muito boa 2 4 ,7% O 0,0% 1 2,3%

B Boa 18 41,9% 10 23,3% 8 18,6%

C Razoável 19 44,2% 23 53,5% 21 48,8%

D Ruim 3 7,0% 8 18,6% 10 23,3%

E Péssima 1 2,3% 2 4,7% 3 7,0%

Os resultados apresentam uma estabilidade das empresas, na questão n° 25 - situação

financeira, com apenas 9,3% em situação "ruim" ou "péssima", e 46,6% em situação "boa" ou

"muito boa". Na questão n° 26, a situação piora um pouco em relação a anterior, com 23,3%

possuindo margem de lucro inadequada, e apenas 23,3% com margem "boa" ou "muito boa".

Por último, no item mais importante, a rentabilidade sobre o patrimônio, 30,3% das empresas

consideram sua remuneração sobre o patrimônio insuficiente - "ruim" ou "péssima", e 20,9%

disseram possuir uma rentabilidade "boa" ou "muito boa" . Em todas as três questões, a

classificação mais assinalada é a "razoável", com 44,2%, 53,5% e 48,8% respectivamente

para as questões de n° 25, 26 e 27.

A questão n° 28 apresentou uma falha no questionário enviado por meio eletrônico (e­

mail), não podendo ser analisada corretamente. Por isso, foi descartada neste estudo.

53

5.5 - FATORES QUE DIFICULTAM A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Os dados da questão n° 30 foram tabulados de acordo com a metodologia proposta por

Samara (2002), através da tabulação ponderada simples. Os resultados estão apresentados na

tabela 06.

Tabela 6: Resultados da tabulação ponderada - questão n° 30.

RESULTADO GERAL

Quais as maiores dificuldades para um. FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES

implantaçào adequada de uma admini!- C+I IMPORTANTÂNCIA C-I C+I IMPORTANTÃNCIA C-I traçA0 financeira I 2 3 4 5 SOMA PCSI PC41 PC31 PC21 PCIl RESUL.

A Falta de conhecimento na área de

22 12 6 3 O 43 110 48 18 6 O 4,23 administraçAo financeira

B NAo saber como aplicar o conhecimento

14 12 6 9 2 43 70 48 18 18 2 3,63 na rotina diária da empresa

C Os prováveis custos de manter um

9 13 10 10 1 43 45 52 30 20 1 3,44 sutema desta natureza

D Nio possuir os recursos necessários 16 11 10 5 1 43 80 44 30 10 I 3,84

Esta metodologia prevê a utilização de pesos para cada resposta, sendo atribuída uma

escala com peso 5 para a resposta "mais importante" até 1 para a "menos importante". Os

cálculos são feitos item a item, com as freqüências de cada resposta multiplicadas pelos

respectivos pesos, somados e o total sendo dividido pela freqüência total. Os resultados

demonstram que o item "falta de conhecimento na área de administração financeira" - 4.23

pontos, é classificado como o mais influente na implantação de uma administração financeira,

seguido por "não possuir os recursos necessários" - 3.84 pontos. É importante ressaltar que

este último item não está restrito aos recursos financeiros, mas sim a todo e qualquer recurso

que venha a ser necessário para a administração financeira: mão de obra qualificada, sistemas

de informação - informatizados ou não, rotinas internas de documentação, arquivos, etc. O

item "não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa" - 3.63 pontos, vem

em seguida; e é classificado como menos importante o item "os prováveis custos de manter

um sistema desta natureza" - 3.44 pontos.

Na estratificação por setor, os resultados alteram significativamente, com o setor

Serviço apresentando a menor mudança, apenas invertendo a importância dada às respostas

"b" e "c". No entanto, para o setor Indústria, o item mais importante passa a ser "não possuir

os recursos necessários", seguido dos itens "falta de conhecimento na área de administração

54

financeira" e "não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa",

praticamente empatados. Destaca-se no setor Comércio que os itens "falta de conhecimento

na área de administração financeira" e "não saber como aplicar o conhecimento na rotina

diária da empresa" são os mais importantes, com 4.63 e 4.06 pontos, respectivamente. Os

resultados estratificados por setor estão apresentados nas tabelas 07, 08 e 09, a seguir.

Tabela 7: Resultados da tabulação ponderada - setor Serviço.

SETOR - SERVIÇO

Quais as maiores dificuldade.! para uma FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES

implantação adequada de uma admini .. J±L IMPORTANTÂNCIA . (-j (+j IMPORTANTÂNCIA (-J traçA0 financeira I 2 3 4 5 SOMA P(Sl P(4} P(3l P(2j P(ll RESUL.

A Falta de conhecimento na área de

6 3 4 I O 14 30 12 12 2 O 4,00 adminutração financeira

B NAo saber como aplicar O conhecimento

2 4 O 6 2 14 10 16 O 12 2 2,86 na rotina diária da empresa

C Os prováveis custos de manter um

3 6 2 2 I 14 15 24 6 4 I 3,57 sutema desta natureza

D NAo possuir os recursos necessários 4 3 6 O I 14 20 12 18 O I 3,64

Tabela 8: Resultados da tabulação ponderada - setor Indústria.

SETOR - INDÚSTRIA

Quai ... maior .. dificuldade. para um. FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES

implantação adequada de uma admini .. (+) IMPORTANTÂNCIA (-) (+) IMPORTANTÂNCIA (-) tração financeira I 2 3 4 5 SOMA P(5) P(4) P(3) P(2) P(I) RESUL.

A Falta de conhecimento na área de

5 5 I 2 O \3 25 20 3 4 O 4,00 administracio financeira

B NAo saber como aplic:ar O c:onhedmento

6 I 5 I O \3 30 4 15 2 O 3,92 na rotina diária da empresa

C Os prováveis custos de manter um

3 3 3 4 O 13 15 12 9 8 O 3,38 sistema desta natureza

D NAo possuir os recursos necessários 7 6 O O O \3 35 24 O O O 4,54

Tabela 9: Resultados da tabulação ponderada - setor Comércio.

SETOR - COMÉRCIO

Quais as maiores dificuldades para um FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES

implantação adequada de uma admini> (+) IMPORTANTÂNCIA (-) (+) lMPORTANT ÂNCIA (-)

traçA0 financeira I 2 3 4 5 SOMA PIS) P(4l P(3l P(2l P(I) RESUL.

A Falta de conhecimento na área de

lt 4 1 O O 16 55 16 3 O O 4,63 adminutraçi\o financeira

B NAo saber como aplicar o conhecimento

6 7 1 2 O 16 30 28 3 4 O 4,06 na rotina diária da empresa

C Os prováveis custos de manter um

3 4 5 4 O 16 15 16 15 8 O 3,38 sutema desta natureza

D Nio possuir 05 recursos necessários 5 2 4 5 O 16 2S 8 12 10 O 3,44 . ,

55

6 - CONCLUSÕES DA PESQUISA DE CAMPO

Apesar de terem idade média de 21 anos, as pequenas empresas apresentam uma

administração financeira irregular, com falhas em diversas áreas, conforme descrição a seguir.

A exceção é o setor Indústria, no qual mesmo as pequenas empresas apresentam uma

administração financeira significativamente melhor. As principais falhas encontradas na

administração financeira das pequenas empresas8 são:

1. Controles mais simplificados nos aspectos da tesouraria, com conseqüências na correta

documentação das transações ocorridas, e aumentando a possibilidade de perdas.

2. Problemas com a organização e disponibilidade dos dados históricos das transações

financeiras.

3. Fluxos de caixa projetados para curto prazo, baseados principalmente nas transações já

efetuadas.

4. Má utilização das demonstrações financeiras, priorizando o fluxo de caixa.

5. Inconsistências nos valores das depreciações utilizadas nas demonstrações de resultados.

6. Falta de correta documentação dos ativos permanentes no balanço da empresa.

7. Falta de um planejamento de seus investimentos, os quais são realizados sem a garantia de

que terão retomo financeiro adequado.

8. Baixa utilização de demonstrações financeiras projetadas.

9. Não utilização de índices econômico-financeiros na administração financeira.

10. Pouca utilização de orçamentos.

11. Não acompanhamento da remuneração do seu patrimônio líquido.

12. Atribuição de função apenas fiscal-tributária à contabilidade, que é pouco utilizada para

análises financeiras.

13 . Não reinvestimento dos lucros na empresa, o que dificulta seu crescimento e,

possivelmente, prioriza o aumento do patrimônio pessoal dos sócios.

14. Falta de domínio dos conhecimentos da administração financeira.

8 Ressalva-se desta situação o setor lndústria, ao qual não podemos atribuir os problemas listados nos itens 1, 4, 5, 6, 9, 10 e 12.

56

Quanto ao fato de as pequenas empresas possuírem controles mais simples, estes estão

condizentes com a própria administração das mesmas, normalmente realizada de forma

simplificada, com o proprietário gerindo essa área.

"Em ra=ão de suas características, naturais, essas empresas não apresentam

condições que lhes permitam conservar uma estrutura administrativa sofisticada. Tal

estrutura não é desejada por elas em virtude da complexidade e do custo da mesma;

por isso, adotam estruturas simples e de menor custo que respondem de maneira

apropriada às suas fracas necessidades (..) " (Leone, 1999)

Em relação à maior utilização do fluxo de caixa e demonstração de resultados frente

ao balanço patrimonial, essa situação possivelmente ocorre devido porque o setor da

tesouraria constitui a fonte de informação dos dois primeiros, enquanto que o balanço

patrimonial precisa ser elaborado com informações complementares, algumas não

acompanhadas na rotina das empresas, ou não disponíveis de forma organizada.

"Durante anos, a administração financeira da pequena e média empresa foi

meramente executiva, consistindo basicamente em receber e pagar e, por isso, era

considerada uma simples extensão da administração geral. " (Santos, 2000)

Nos aspectos da contabilização dos ativos permanentes, comumente os proprietários

das pequenas empresas não separam seus bens pessoais dos bens da empresa e, em muitos

casos, o negócio só é viável em função destes.

"(..) há uma simbiose entre o patrimônio social e do dirigente. Seu patrimônio

pessoal é, normalmente, posto a serviço da empresa, de maneira que o dirigente

arrisca seu próprio capital. " (Leone, 1999)

Os itens 7 e 11 são oriundos possivelmente dos objetivos não prioritariamente

financeiros dos empreendedores, quando investem em seus negócios. Apesar de buscaram

retorno financeiro, eles se contentariam com um pró-labore mensal que permitisse sua

subsistência pessoal, situação corroborada pelo item 13.

Os itens 3 e 10 indicam que as empresas preocupam-se mais com o curto prazo, ao

menos nos aspectos financeiros, praticamente não elaborando projeções futuros de nenhum

tipo.

Quanto à pouca importância dada à contabilidade pelas pequenas empresas, esta tem

como prováveis causas principais:

57

1. A existência do programa Simples, facilitando os aspectos fiscais e tributários .

2. A possível sonegação, buscando uma vantagem competitiva necessária à sobrevivência da

empresa.

3. Ao fato de ser economicamente vantajoso terceirizar essa parte da administração, com

custos baixos para uma contabilidade que visa apenas os aspectos fiscais e tributários,

situação esta reforçada pelo item "a".

Finalizando, os itens 8, 9 e 14 comprovam que a falta de domínio sobre o assunto

prejudica significativamente a administração financeira das empresas pesquisadas. Os pontos

positivos encontrados nas pequenas empresas foram :

1. Nos aspectos da tesouraria, ainda que de forma simplificada, as pequenas empresas

apresentam controles sobre as transações que envolvem numerários.

2. Controlam periodicamente seus fluxos de caixa.

3. Calculam seu ponto de equilíbrio.

4. Apresentam consistência nos valores dos encargos trabalhistas nas demonstrações

financeiras.

5. Dizem possuir análises financeiras , principalmente através de relatórios elaborados para

esse fim .

6. Calculam a lucratividade por produtos/serviços ou linha de produtos/serviços.

7. Possuem algum tipo de controle sobre seus custos.

8. Possuem sistemas informatizados na sua administração financeira.

Nas médias empresas, a administração financeira é melhor do que nas pequenas,

porém apresenta ainda algumas distorções, relacionadas principalmente com a não utilização

plena do balanço patrimonial e suas ferramentas associadas, como o demonstrativo de origens

e aplicações dos recursos e índices econômico-financeiros, com destaque a rentabilidade

sobre o patrimônio. Além destas situações, outros itens considerados problemáticos são a não

realização de orçamentos e a atribuição à contabilidade de uso somente fiscal-tributário . Nos

demais itens, as médias empresas apresentam uma boa gestão financeira, possivelmente

proporcionando controles considerados adequados a suas necessidades. As principais falhas

encontradas na administração financeira das médias empresas são:

58

1. Possuem baixo prazo de visualização futura em seus fluxos de caixa.

2. Nas demonstrações financeiras, 25% não utilizam o balanço gerencial, e 58,3% não

utilizam origens e aplicação de recursos em suas análises.

3. Quanto ao uso de índices econômico-financeiros, 33% não os utilizam em seu

gerenciamento, e somente 25% utilizam a rentabilidade do patrimônio.

4. Não elaboram orçamentos, 33% das empresas pesquisadas.

5. Demonstram atribuir à contabilidade função apenas fiscal-tributária.

Os pontos positivos encontrados nas médias empresas, além dos já listados nas

pequenas, foram :

1. Nos aspectos da tesouraria, possuem controles adequados ou próximos a padrões de

controladoria, existindo normas ou padrões para a autorização e documentação das

transações financeiras.

2. Possuem fluxo de caixa orçado e realizado, atualizados periodicamente.

3. Acompanham a situação contábil da empresa.

4. Controlam seus ativos permanentes na contabilidade da empresa.

5. Projetam resultados antes de efetuarem novos investimentos.

Em relação às contradições encontradas nas respostas, diante dos resultados

apresentados na amostra, pode-se perceber que muitas empresas não dominam os

conhecimentos sobre a administração financeira. Além disso, mesmo não considerando os

questionários que apresentaram apenas uma contradição - possibilitando uma margem de

erro, ainda assim teremos um número significativo de entrevistados que disseram fazer uso de

ferramentas da administração financeira, mas provavelmente não o fazem na realidade, uma

vez que não assinalaram corretamente as questões inter-relacionadas. Essa situação atinge 12

questionários no total, sendo lOnas pequenas, I nas médias e I nas grandes empresas.

Evidencia-se que nas pequenas empresas o problema é maior, situação esta corroborada com

o fato desse estrato apresentar todos os questionários com 3 ou mais contradições,

comprovando as diferenças, de acordo com o porte da empresa, entre os conhecimentos dos

gestores sobre a área investigada.

59

Nos aspectos da auto-avaliação por parte das empresas, notou-se um conservadorismo

nas respostas, com praticamente a metade das empresas respondendo às questões com a

resposta " razoável" . Essa situação pode ser considerada tendenciosa, não correspondendo

talvez à realidade, uma vez que muitos entrevistados podem ter se sentido pouco à vontade

para assinalar situações problemáticas, por constrangimento de assumir uma condição desta

natureza. Não obstante, os resultados apresentam um equilíbrio na situação das empresas, com

poucas empresas assinalando possuir problemas financeiros. A margem de lucro e a

rentabilidade sobre o patrimônio são apresentadas como adequadas na maioria das empresas.

Porém, 30% das mesmas assinalaram ter baixa rentabilidade sobre o patrimônio,

caracterizando uma deficiência em suas administrações, o que vem corroborar as conclusões

já descritas anteriormente sobre este tema.

Na análise dos fatores que influenciam a implantação de uma administração financeira

- questão n° 30, os resultados demonstram que o conhecimento sobre o tema é considerado

fundamental para viabilizar uma administração financeira. No setor Comércio, esta situação é

mais grave, pois constatou-se a dificuldade de aplicar esses conhecimentos na rotina das

empresas, item classificado como terceiro mais importante no geral.

A necessidade de prover a empresa de recursos adequados para permitir um correto

gerenciamento financeiro é considerada o segundo item mais importante, comprovando a

complexidade de um sistema de administração financeira. Os custos de manutenção de um

sistema financeiro não preocupam as empresas, provavelmente em função delas perceberem

os possíveis ganhos provenientes de uma gestão adequada dos seus recursos financeiros.

60

CAPÍTULO IV

7 - ATRIBUINDO NOTAS ÀS EMPRESAS

7.1 - APRESENTAÇÃO

Uma metodologia proposta neste trabalho é a de estabelecer "notas" às empresas, de

acordo com as respostas assinaladas nos questionários. Essa metodologia objetiva apenas

ilustrar os diferentes perfis das empresas pesquisadas.

A metodologia atribui nota " I" para as respostas consideradas ideais à questão, e "O"

as inadequadas. Nas questões que possuem mais de 2 alternativas, o valor " 1" é dividido por

N - I, sendo "N" o número de respostas possíveis. O valor encontrado "X" é atribuído para a

primeira resposta possível considerada adequada, "2X" para a segunda resposta possível, e

sucessivamente, até atingir a nota " 1" para a resposta ideal. Assim, por exemplo, uma questão

que possui três alternativas "a", "b" e "c", sendo considerada como inadequada a resposta "a"

e como ideal a "c", terá os seguintes valores:

1 Valor calculado 0.5

(N -1) (3 - 1)

Então:

Resposta "a" = 0.000 Resposta "c" = 1.000

Resposta "b" = 0.500

No caso de uma questão com 4 respostas possíveis, sendo considerada como inadequada a

resposta "a" e como ideal a "d", os valores são os seguintes:

Valor calculado 0,333 (N -1) (4 - 1)

Então:

Resposta "a" = 0.000 Resposta "c" = 0.666

Resposta "b" = 0.333 Resposta "d" = 1.000

61

As questões incluídas nesta proposta de metodologia de análise são as de n° I a n° 23,

sendo as demais não utilizadas. Todas as questões possuem nota mínima de "O" e máxima de

"1", com exceção das questões n° 1 O e 20, por possuírem possibilidade de assinalar mais de

uma resposta correta. Nesses casos, foi atribuído 0.4 pontos para cada resposta assinalada na

questão n° 1 O, totalizando valor máximo de 2.0 pontos (5 alternativas corretas possíveis); e na

questão n° 20 nota "O" para a resposta "a" e 0.5 pontos para as demais, totalizando valor

máximo de 2,0 pontos (4 alternativas corretas possíveis). As duas exceções se devem ao fato

de as mencionadas questões tratarem das demonstrações financeiras utilizadas e dos índices

utilizados, sendo possível considerar cada resposta como uma questão isolada.

Na questão n° 16 foi atribuído o valor "O" para a resposta "a" e "1" para quaisquer

outras respostas assinaladas. Neste caso, porém, o valor máximo atribuído é de " 1" ponto, por

mais que as empresas assinalassem mais de uma resposta. Isso se deve ao objetivo da questão

de determinar se existem ou não metodologias de cálculo e controles sobre custos, não sendo

relevante alguma empresa utilizar mais de uma metodologia.

Aplicando-se esta metodologia, teríamos uma escala de notas de "O" a "25" pontos.

Para simplificar a visualização das respostas, todas foram multiplicadas pelo fator 0.4,

corrigindo assim a escala de notas para de "O" a "10" pontos.

A tabela 1 O apresenta todos os resultados obtidos com a aplicação da metodologia

proposta, nas estratificações estudadas:

Tabela 1 O: Notas atribuídas pelas empresas.

EPP ME GE

Serviço 8,1 1 4,59 6,16 7,61 4,29 7,15 8,24 7,64 6,91 6,28 4,43 7,32 3,39 7,53

Indústria 7,79 7,97 6,91 7 ,05 8,61 6,23 7,41 7,93 8,84 4,69 8,15 8,05 8,64

Comércio 3,56 4,69 7,12 4,89 5,63 6,52 6,92 5,41 7,75 8,28 8,64 5,55 5,52 4,65 9,24 8,60

As médias de cada estrato estão demonstradas na tabela 11:

62

Tabela 11: Médias das notas por estrato pesquisado.

EPP ME GE Média

Serviço 5,74 7,68 6,91 6,40

Indústria 7,40 7,55 8,84 7,56

Comércio 5,58 7,34 8,01 6,44

Média 6,21 7,49 7,60 6,76

Para uma melhor demonstração da realidade encontrada, as respostas foram analisadas

dentro de uma escala. Relacionando-se esta metodologia com a questão n° 29, propomos a

seguinte escala para a classificação das pontuações, composta por 5 classes de acordo com as

alternativas possíveis na questão:

Tabela 12: Escala de pontuação proposta.

Administracão fimmrpira Notas

Muito boa 8.01 - 10.0

Boa 6.01 - 8.00

Razoável 4.01 - 6.00

Ruim 2.01 - 4.00

Péssima 0.00 - 2.00

As notas foram tabuladas, dentro de cada estratificação, de acordo com a escala

proposta, e os resultados estão expostos nas tabelas 13 e 14:

Tabela 13: Freqüência das notas estratificadas por porte

ESCALA PONTOS EPP ME GE

Muito boa 8.01 - 10.0 5 4 4

Boa 6.01 - 8.00 8 7 2

Razoãvel 4.01 - 6.00 10 1 O

Ruim 2.01 - 4.00 2 O O

Péssima 0.00 - 2.00 O O O

63

Tabela 14: Freqüência das notas estratificadas por setor

ESCALA PONTOS Serviço Indústria Comércio

Muito boa 8.01 ·10.0 2 5 4

Boa 6.01 ·8.00 8 7 4

Razoável 4.01 ·6.00 3 1 7

Ruim 2.01 ·4.00 1 O 1

Péssima 0.00·2.00 O O O

7.2 - CONCLUSÕES DA METODOLOGIA PROPOSTA

Conforme apresentado nas tabelas 13 e 14, a metodologia permitiu uma melhor

visualização dos perfis da administração financeira nas empresas pesquisadas. Nas pequenas

empresas, o setor Comércio apresenta as piores notas, com 7 notas "razoável" e 1 nota

"ruim", seguido pelo setor Serviço, com 3 notas "razoável" e 1 nota "ruim". No setor

Indústria, a metodologia corrobora os resultados apresentados anteriormente, destacando um

melhor gerenciamento financeiro, com apenas 1 nota "razoável" e média de 7.40 pontos,

contra médias de 5.74 pontos e 5.58 pontos, respectivamente, dos setores de Serviço e

Comércio. O gráfico 02 apresenta os resultados obtidos na estratificação por setor, em

percentual.

60.0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Sel'.4ço

Percentagem de notas por setor

Indústria

I_ Muito Boa _ Boa _ Razoá\el o Ruim _ Péssima 1

Gráfico 2: Proporção das notas por setor.

Comércio

Na estratificação por porte, as diferenças entre o gerenciamento financeiro são ainda

mais visíveis, com um crescimento na proporção das notas "Muito boa", respectivamente

20% das pequenas, 33,3% das médias e 66,7% das grandes empresas. Comparando-se as

64

pequenas com as médias empresas, tem-se que 52% das primeiras possuem notas "Muito boa

ou Boa", contra 91 ,7% das segundas, demonstrando uma melhora significativa na

administração financeira quando o porte da empresa aumenta. Agravando a situação da

pequena empresa, 8% possuem uma nota "ruim", abaixo de 4.00 pontos. A proporção de

empresas com pontuação máxima de 6.00 pontos cai de 48% nas pequenas empresas para

8,3% nas médias, comprovando que estas possuem uma administração financeira melhor que

aquelas. A tabela 15 e o gráfico 03 apresentam os resultados obtidos na estratificação por

setor, em percentual.

Tabela 15: Freqüência das notas estratificadas por porte (%)

ESCALA

Muito boa

Boa

Razoável

Ruim

Péssima

80 ,0%

70 ,0%

6 0 ,0%

50 ,0%

40 ,0%

30 ,0%

20 ,0%

10 ,0%

0 ,0 %

PONTOS

8.01 - 10.0

6.01 - 8.00

4.01 - 6.00

2.01 - 4.00

0.00 - 2.00

EPP

EPP ME GE

20,0% 33,3% 66,7%

32,0% 58,3% 33 ,3%

40,0% 8,3% 0,0%

8,0% 0,0% 0,0%

0,0% 0,0% 0,0%

Percentagem de notas por porte

ME

I_ Muito Boa _ Boa _ Razoável O Ru im _ Péss ima 1

Gráfico 3: Proporção das notas por porte.

GE

Podemos concluir que as pequenas empresas apresentam um grande número de notas

baixas, o que significa que apresentam graves problemas em sua administração financeira.

Nas médias empresas as notas são melhores e passam a ter equivalência entre os setores,

demonstrando uma melhor administração financeira. O setor Indústria apresenta notas

melhores mesmo na estratificação das pequenas empresas, com notas equiparáveis às das

médias empresas. O fato demonstra que esse setor impõe um maior conhecimento da

administração financeira em sua gestão.

65

As médias gerais foram de 6.24, 7.52 e 7.92, respectivamente para as pequenas,

médias e grandes empresas. Tais médias comprovam que, à medida que as empresas

aumentam seu porte, vão aprimorando suas administrações financeiras.

A vantagem desta metodologia é medir de forma geral a administração financeira das

empresas pesquisadas, uma vez que as mesmas podem possuir bons resultados em

determinadas áreas e maus resultados em outras. Com a pontuação, estabelece-se uma média

de todas as áreas propostas da administração financeira, permitindo comparações mais

facilitadas entre as empresas.

7.3 - COMPARANDO AS NOTAS CALCULADAS COM A QUESTAO N° 29

Uma das vantagens desta escala foi permitir uma comparação entre a classificação

calculada pela metodologia para cada empresa com a classificação assinalada pela mesma, na

questão n° 29 do questionário de pesquisa. As respostas indicaram uma das seguintes

situações:

1. Empresas cuja administração financeira foi assinalada em uma classificação menor do que

a calculada pela metodologia.

2. Empresas cuja administração financeira foi assinalada em uma classificação igual à

calculada pela metodologia.

3. Empresas cuja administração financeira foi assinalada em uma classificação maior do que

a calculada pela metodologia.

Os resultados foram tabulados em percentuais e estão demonstrados nas tabelas 16 e

17, por estratificação:

Tabela 16: Ocorrência nas notas auto-atribuídas com as aferidas, por porte.

EPP ME GE

Atribuiu nota menor 32,0% 50,0% 50,c)%

Atribuiu nota igual 36,0% 41,7% 50,0%

Atribuiu nota maior 32,0% 8,3% 0,0%

66

Tabela 17: Ocorrência nas notas auto-atribuídas com as aferidas, por setor.

Serviço Indústria Comércio

Atribuiu nota menor 21,4% 69,2% 31,3%

Atribuiu nota igual 64,3% 23,1% 31,3%

Atribuiu nota maior 14,3% 7,7% 37,5%

Conforme demonstrados na tabela 16, 32% das pequenas empresas atribuíram uma

classificação maior em relação à calculada, indicando que elas muitas vezes não

compreendem as limitações de suas administrações financeiras, contra 8,3% das médias

empresas. Na comparação por setor - tabela 17, 37,5% do Comércio apresentou a mesma

situação descrita acima, contra 14,3% do setor Serviço e 7,7% do setor Indústria. Neste

último, destaca-se que 69,2% das empresas atribuíram uma classificação menor em relação à

calculada, o que demonstra consciência das empresas do setor de que sempre podem melhorar

sua administração.

Numa outra opção de comparação com a mesma base de dados, foi possível

determinar uma segunda classe de respostas, as quais podem denotar uma das situações

especificadas a seguir:

1. As empresas que dizem utilizar a administração financeira e realmente o fazem.

2. As empresas que dizem não utilizar a referida administração, porém o fazem.

3. As empresas que dizem não utilizá-Ia.

4. As empresas que dizem utilizá-Ia, porém não o fazem.

As empresas que assinalaram as respostas "muito boa" e "boa" foram consideradas

como empresas que utilizam a administração financeira, e as demais como empresas que não

a utilizam, e contrapostas com a classificação determinada através das notas aferidas na

metodologia. As respostas encontradas foram tabuladas em percentuais e comparadas por

setor e porte. Os resultados encontrados estão demonstrados nos gráficos 04 e 05 , a seguir:

70,0%

60,0%

50 ,0%

40,0%

30,0%

20 ,0%

10,0%

0,0%

67

Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira

• As empresas que dizem utilizar e realmente o fazem

• As empresas que dizem não utilizar, porém o fazem

o As empresas que dizem não utilizar

• As empresas que dizem utilizar, porém não o fazem

Serviço Indústria Comércio

Gráfico 4: Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira, por setor.

70 ,0%

60 ,0%

50 ,0%

40 ,0%

30 ,0%

20 ,0%

10,0%

0,0%

Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira

• As empresas que dizem utilizar e realmente o fazem

• As empresas que dizem não utilizar, porém o fazem

o As empresas que dizem não utilizar

o As empresas que dizem utilizar, porém não o fazem

EPP ME GE

Gráfico 5: Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira, por porte.

Na análise relativa à posição das empresas quanto ao uso da administração financeira,

as pequenas empresas apresentaram os maiores índices de distorções: 28% delas informaram

que utilizam da administração financeira, porém as notas demonstram outra realidade,

situação esta apresentada por apenas 8,3% das médias empresas. Além disso, 20% das

pequenas empresas assumiram não possuir uma administração financeira satisfatória. Nas

empresas de médio porte destaca-se o alto índice de empresas que indicaram que não utilizam

corretamente a administração financeira, porém obtiveram notas que demonstram possuir uma

boa gestão nessa área. Na comparação por setor, novamente aparece o Comércio com os

maiores problemas, o setor Indústria com uma melhor situação e o setor Serviço como sendo

o mais coerente nessa posição.

Esses resultados corroboram as análises já comentadas, com o setor Comércio

apresentando as maiores distorções, e os setores Indústria e Serviço sendo mais coerentes em

sua auto-avaliação. A mesma conclusão podemos atribuir às empresas de pequeno e médio

porte, com as de pequeno porte apresentando as maiores distorções e as médias empresas com

respostas mais coesas.

68

CAPÍTULO V

8 - CONCLUSÕES

A administração financeira demonstra ser complexa operacionalmente, com diversas

ferramentas disponíveis, conforme descritas na revisão da literatura. Isso implica em maiores

recursos para sua viabilização, fato apontado na pesquisa, com a grande maioria das empresas

necessitando da informática nessa área, e o item "não possuir os recursos necessários" sendo

classificado como segundo mais importante entre os fatores que influenciam a implementação

de uma gestão financeira. Diante disso, a complexidade pode ser considerada como uma das

principais causas da não utilização da administração financeira aprofundada nas empresas,

pois a torna difícil e, conseqüentemente, onerosa de ser implementada. Apesar disso, as

empresas deveriam investir em um sistema desta natureza, pois os benefícios provenientes da

gestão financeira pagariam seus custos e conduziriam a um aumento da lucratividade e

rentabilidade, no médio e longo prazo.

A provável principal causa, que juntamente com a complexidade, dificultam a

implementação da administração financeira, é a falta de conhecimento nessa área. Esse é, sem

dúvida, o maior empecilho para a utilização da mesma, situação comprovada pela pesquisa

em diferentes momentos. Nos fatores que dificultam a implementação da administração

financeira, o item "falta de conhecimento na área" é classificado como mais importante pelas

empresas. Outro fato que evidencia essa situação é o número de questionários com

contradições, nos quais os entrevistados demonstram não dominar o assunto, assinalando

diversas respostas erroneamente. As pequenas empresas são a maioria das que apresentaram

essa distorção. Nessa análise, a maior parte das empresas assinalou acompanhar as suas

finanças através de relatórios, assumindo, portanto, uma posição de possuir uma gestão nesta

área. Esta situação foi questionada na metodologia proposta, comparando-se as notas aferidas

com a classificação auto-assinalada na questão n° 29. Os resultados demonstraram que 28%

apresentaram distorções em suas posições. Grande parte do setor Comércio assinalou possuir

uma administração financeira, mas as notas apresentam outra realidade.

Na comparação entre portes, as médias empresas demonstraram possuir uma gestão

financeira significativamente melhor, apresentando porém algumas pequenas distorções,

69

relacionadas à não existência do balanço patrimonial e à não utilização de índices nas suas

análises financeiras. Já as pequenas empresas apresentaram falhas em praticamente todas as

áreas pesquisadas, as mais graves nas demonstrações financeiras e na administração

financeira aprofundada. Apesar das limitações demonstradas pelas pequenas empresas, ficou

evidenciada que as mesmas muitas vezes não compreendem as ineficiências de sua gestão,

situação percebida pelas notas auto-atribuídas maiores que as aferidas na metodologia

proposta. Esse fato , aliado ao não conhecimento das ferramentas da administração financeira

e seus benefícios, faz com que diminuam as possibilidades de busca da gestão financeira.

Porém, foi comprovado na pesquisa que o porte não poder ser considerado como a causa das

pequenas empresas não administrarem corretamente seus recursos financeiros, pois diversas

empresas desse estrato apresentaram notas "boa" e até "muito boa" em suas administrações

financeiras .

Na comparação por setores, o setor Indústria possui uma melhor gestão na área em

questão, apresentando, mesmo as pequenas, menos falhas que os demais setores. As notas

aferidas pelo setor Indústria são na maioria "boa" ou "muito boa", comprovando essa situação.

Nos setores Comércio e Serviço, a situação é parecida nas empresas de pequeno porte: ambos

apresentam graves falhas em suas gestão, descritas nas conclusões da pesquisa de campo.

Porém, ao compararmos as notas aferidas entre as empresas desses setores, percebemos que o

Comércio possui as piores notas, caracterizando-se como o setor com as maiores

ineficiências na administração financeira.

De forma geral, na avaliação dos resultados da pesquisa, as áreas da tesouraria, fluxo

de caixa e custos demonstraram estar sendo geridas satisfatoriamente, independente de setor

ou porte, com apenas algumas ineficiências que não comprometem a gestão financeira. Como

esperado, a contabilidade é vista mais com fins fiscais e tributários do que como uma

ferramenta para a administração, capaz de ajudar as empresas em seu gerenciamento. Os

maiores problemas na administração financeira das empresas pesquisadas estão localizados

nas áreas das demonstrações financeiras e administração financeira aprofundada. Na primeira,

há uma priorização do fluxo de caixa e demonstração de resultados, relegando-se o balanço

patrimonial e o relatório de origens e aplicação de recursos. Na segunda, as empresas limitam

suas anál ises, não elaborando projeções futuras , orçamentos, bem como apresentando pouca

utilização de índices financeiros. A rentabilidade dos investimentos realizados e a realizar não

é acompanhada corretamente, inexistindo garantias de que o retorno financeiro sobre os

mesmos sejam os mínimos necessários para justificá-los. Além disso, em diversas empresas

70

não existem políticas de re-investimento dos lucros, limitando seu crescimento e aumentando

sua dependência de recursos de terceiros, onerosos financeiramente.

Finalmente, este estudo comprovou ser a hipótese proposta verdadeira, visto que as

empresas não vêm aplicando em sua totalidade as principais metodologias da administração

financeira. Conseqüentemente, podem apresentar dificuldades em crescer ou mesmo se

manter num mercado considerado altamente competitivo, pois o correto gerenciamento da

aplicação de seus recursos financeiros viabilizaria uma maior solidez, lucratividade e

rentabilidade ao empreendimento.

9 - SUGESTÕES TÉCNICAS

Por este estudo ter sido realizado localmente e com uma amostra não probabilística,

recomenda-se que seja reaplicado em trabalhos futuros sobre o tema, em outras cidades e

regiões do país, buscando esclarecer se as respostas aqui apresentadas são igualmente

encontradas em novas amostras, validando ou não os resultados encontrados nesta pesquisa.

O tema complexidade da administração financeira é recomendado para novas análises,

buscando-se assim subsidiar as empresas sobre os meios de disponibilizar nas suas rotinas as

informações necessárias para uma implementação da administração financeira.

Esclarecer as empresas de pequeno porte sobre as principais metodologias ligadas ao

tema e principalmente sobre os benefícios da gestão financeira é uma ação que poderia

melhorar o desempenho das empresas brasileiras e diminuir o índice de mortalidade das

mesmas.

Difundir uma cultura empresarial de buscar retomo financeiro sobre os investimentos

realizados nas empresas é uma necessidade urgente para a realidade do nosso país.

Este estudo poderá servir como fonte de informações para trabalhos sobre os temas

administração financeira e pequenas e médias empresas.

Os resultados desse trabalho devem ser apresentados às empresas pesquisadas e outras

da mesma região, para que possam aprimorar suas administrações financeiras e permitir novos

estudos, fortalecendo os conhecimentos empíricos e teóricos, numa relação permanente.

71

CAPÍTULO VI

10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AL VES-MAZZOTII, Alda Judith; GEW ANDSZNAJDER, Fernando. O método nas

ciências naturais e sociais. São Paulo: Editora Pioneira, 2000.

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Paulo: Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 29, n° 4,

outubro/dezembro, 1994.

BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos - aplicação em empresas modernas.

Porto Alegre: Editora Bookman, 2002.

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72

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HOJI, Masakazu. Administração financeira - uma abordagem prática. 2a Edição. São

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HORNGREN, Charles. Introdução à contabilidade gerencial. 5a Edição. Rio de Janeiro:

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KARAM, Miriam. Brasileiro torna-se empreendedor por "necessidade", aponta estudo.

Valor Econômico, São Paulo, 14 novo 2002. Caderno Brasil, p. A4.

LEONE, Nilda Maria Guerra. As especificidades das pequenas e médias empresas. São

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MA T ARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços. 5a Edição. São Paulo: Editora

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MICHAELIS. Pequeno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora Companhia

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MOTTA, Flávia Gutierrez; ESCRIVÃO FILHO, Edmundo. Métodos de custeio adotados

por pequenas empresas: como esta decisão é tomada? São Paulo: Revista de Contabilidade

- CRC/SP, ano V, n° 16, junho, 2001.

OLIVEIRA, Antonio Gonçalves et aI. A utilização das informações geradas pelo sistema

de informação contábil como subsídio aos processos administrativos nas pequenas

empresas. Curitiba: Revista da FAE, v. 3, n° 3, setembro/dezembro, 2000.

PADOVEZE, Clóvis Luís. O papel da contabilidade gerencial no processo empresarial de

criação de valor. Brasília: Revista Brasileira de Contabilidade, ano XXVIII, n° 116,

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PEREZ JUNIOR, José Hernandez et ai. Controladoria de gestão - teoria e prática. 2a

Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1995.

___________ . Contabilidade de custos para não contadores. São Paulo:

Editora Atlas, 2000.

73

RAUPP, Elena Hahn. A contabilidade gerencial num contexto de mudanças: formulações

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ROSS, Stephen A. et aI. Administração financeira . São Paulo: Editora Atlas, 1995.

SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos. Pesquisa de marketing - conceitos e

metodologia. 33 Edição. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2002.

SANTOS, Edno Oliveira. Administração financeira da pequena e média empresa. São

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SANTOS, Vilmar Pereira. Manual de diagnostico e reestruturação financeira de

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SEBRAE: Coletânea estatística da micro e pequena empresa. Brasília: Sebrae, 1998.

SILVA, Christian Luiz. Empreendedor brasileiro: da necessidade e esperança à realidade

de mercado. Gazeta Mercantil, São Paulo, 18 novo 2002. Caderno Região Sul, p. 4.

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STEVENSON, Willian. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Editora Harbra,

1986.

TELO, Admir Roque. Desempenho organizacional: planejamento financeiro em empresas

familiares . Curitiba: Revista da FAE, v. 4, n° 1, janeiro/abril, 2001.

ANEXO I

QUESTIONÁRIO APLICADO NAS EMPRESAS

AdministraçOo Financeira nas Empresas de Peq~eno e Médio Porte

Objetivos:

./ O objetivo deste estudo é pesquisar o perfil da gestão financeira das pequenas e

médias empresas, identificando os fatores críticos que influenciam positiva ou

negativamente na situação financeira das mesmas .

./ Os resultados deste estudo poderão contribuir para determinar estratégias para

fomentar a aplicação de uma administração financeira eficaz nas empresas

brasileiras, tornando- as mais competitivas e lucrativas .

Apresentação:

O questionário não é extenso, e deverá ser respondido preferencialmente pelo

principal executivo da empresa. As respostas deverão ser escolhidas como aquelas que

mais se aproximam da realidade da empresa, de acordo com a opinião de respondente .

A ênfase é nas técnicas de administração financeira que sejam aplicados no dia a dia

das empresas. Não serão perguntadas informações consideradas de caráter confidencial

ou estratégico.

Pedimos a máxima franqueza quando responder as perguntas . Lembre-se: a

entrevista será utilizada apenas para um estudo sobre o assunto. As análises e

conclusões deste trabalho serão enviadas para todas as pessoas que responderem ao

questionário. Acreditamos que desta forma poderemos estar retribuindo o apoio pelas

valiosas informações prestadas, bem como aumentando a percepção acerca da dinâmica

do tema.

Para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos adicionais, contatar com Marco Antonio

Cunha, que estarei a disposição a qualquer horário. Meu telefone celular é: 9972-6146.

Muito obrigado.

Dados da empresa:

Entrevistado: _____________________________________________________________ _

Cargo: ___________________________________________________________________ _

Empresa* : ________________________________________________________________ _

Ano de fundação: ______________ _ N° de funcionários : _____________ _

Ramo de atividade : L __ } ComércioL __ } Indústria L __ } Serviços

Assinatura:

* o preenchimento do nome da empresa é opcional

74

75

1. Existe um controle financeiro geral da empresa - incluindo o caixa e contas bancárias, nos quais são

controladas e documentadas todas as transações financeiras? São feitos fechamentos (conciliações e

checagens) e relatórios destes controles ?

A Não existe

B Controle parcial - sem normas ou padrões ou fechamentos

C Controle adequado, com procedimentos pré-estabelecidos e fechamentos

D Controles totais, próximos aos padrões de controladoria

2. Existem normas ou padrões pré-estabelecidos para a autorização e documentação das transações envolvendo

numerários? (autorização de pagamentos, conferências de caixas, prestação de contas dos pagamentos

efetuados, controladoria, etc.)

I: I I Não

Sim

3. Em relação às contas a pagar e a receber, existem controles e relatórios que possam demonstrar a real situação

e posição das mesmas ?

A Não existem controles

B Controles básicos, sem detalhes destas informações

C Relatórios e controles efetivos

4. A empresa conhece os índices de inadimplência e atrasos de seus clientes?

I: I I Não

Sim

5. A empresa possui os histórico das vendas, despesas, fornecedores e investimentos dos últimos meses ?

A Não

B Sim, porém a informação não está disponível de maneira organizada e/ou pré-formatada

C Sim, e existem relatórios onde estão disponíveis estes dados, a qualquer momento

6. Com que periodicidade são analisados os resultados entre os recebimentos (entradas de recursos) e

pagamentos de despesas e fornecedores (saídas de recursos) ?

A Não é feito este acompanhamento

B Esporadicamente

C Periodicamente

7. Com que antecedência a empresa projeta a situação futura (cf base nos dados históricos, por exemplo) das

necessidades e/ou disponibílidades financeiras futuras :

A Não projeta

B Projeta de acordo com as compras e vendas realizadas

C Faz projeções para até 90 dias, atualizando esporadicamente

D Existem projeções prevendo a situação acima de 90 dias, atualizadas periodicamente

8. Com que freqüência são analisados os balancetes contábeis ?

A Anualmente

B Semestralmente

C Trimestralmente

D Mensalmente

76

9. A contabilidade procura lhe orientar sobre a situação da empresa, ou, a empresa procura a contabilidade para

lhe pedir esta análise ?

A Não existe esta necessidade, a mesma é realizada apenas para fins fiscais

B Esporadicamente são analisadas as demonstrações contábeis com estes fins

C A empresa analisa sua situação através de relatórios financeiros elaborados para estes fins

D A análise da situação contábil da empresa é realizada periodicamente, e esta é considerada a

provável situação financeira de empresa

10. Assinale quais dos relatórios abaixo a empresa util iza em suas análises financeiras (marque quantas alternati­

vas forem necessárias) :

A Demonstração de resultados / Apuração de lucro

B Balanço patrimonial

C Demonstração de origens a aplicação de recursos

D Fluxo de caixa

E Outros - Quais:

11. A empresa utiliza regime de caixa ou competência em suas análises financeiras ?

A Caixa

B Competência

C Não são seguidas estas metodologias

D Ambas as metodologias

12. A empresa calcula seu ponto de equilíbrio?

I: I I Não

Sim

13 . A empresa considera em suas análises financeiras os valores dos custos sobre a folha de pagamento (13 sal.,

férias, impostos, etc.) ?

A Não considera ou considera de acordo com a saída dos recursos do caixa

B Considera os encarqos principais

C Considera todos os encargos, de acordo com a legislação e sindicato, e/ ou provisiona os recursos

14. São contabilizados todos os bens do ativo permanente e existem critérios para a depreciação do imobilizado?

I: I I Não

Sim

15. É analisada a lucratividade por produto / serviço ou linha de produtos / serviços?

I: I I Sim

Não

16. A empresa possui ou elabora um sistema de custos , visando conhecer os custos efetivos de seus produtos ou

serviços ? Qual metodologia (marque quantas alternativas forem necessárias) ?

A Não possui

B Custeio direto

C Custeio ABC

D Centro de custos

E Custo padrão

F Custo-volume-Iucro

G Outros . Quais:

77

17. Como a empresa determina o prazo de pagamento de fornecedores?

A Quem determina é o fornecedor

B De acordo com a situação financeira para os prazos dados pelo fornecedor

C De acordo com análise do fluxo de caixa e/ou estratégia de capital de giro

118. A empresa analisa a viabilidade econômica de seus investimentos:

A Não faz um acompanhamento desta natureza

B Realiza um controle "a posteriori" do resultado

C Faz estudos de viabilidade sem metodologia específica

D Realiza estudos de viabilidade através de metodologias tradicionais (TIR, Pay-Back, VPL, etc)

119. São estimados os resultados futuros com base em demonstraçôes financeiras projetadas ?

A Não

B Sim, esporadicamente

C Sim, periodicamente

20. A empresa utiliza índices financeiros para seu gerenciamento ? Quais ?

A Não

B Liquidez corrente - AC/PC

C Endividamento geral - PE/AT

D Rentabilidade sobre patrimônio - LL/ PL

E Outros. Quais :

21 . A empresa elabora um orçamento geral, pré-determinando as prioridades para a alocação dos recursos ?

I: I I Não

Sim

I 22 . É realizado um acompanhamento da remuneração do capital próprio investido na empresa ?

A Não

B Sim, porém a remuneração é acompanhada "a posteriori"

C Sim, existe uma análise prévia e estima-se um mínimo esperado para o período

23. A empresa prevê o re-investimento de uma proporção dos recursos gerados (lucro) para sustentação do

negócio ou são distribuídos estes lucros entre os sócios ?

A Não reinveste - os sócios retiram a maior parte dos lucros

B Reinveste somente quando a empresa necessita

C Distribui uma parte aos sócios e reinveste todo o restante na empresa

24. A empresa possui algum software para o controle e/ ou gerenciamento financeiro ?

I: I I Não

Sim

25. Como você avalia a atual situação financeira de seu negócio?

A Muito boa

B Boa

C Razoável

D Ruim

E Péssima

78

26. Como você avalia a sua margem de lucro líquido ?

A Muito boa

B Boa

C Razoável

O Ruim

E Péssima

27 . Como você avalia o retorno sobre o patrimônio (investimento total) em sua empresa?

A Muito boa

B Boa

C Razoável

O Ruim

E Péssima

I 28. Como você classificaria o risco atual de seu negócio ?

A Muito alto

B Alto

C Médio

O Baixo

E Muito baixo

29. Como você avalia a administração financeira de seu negócio?

A Muito boa

B Boa

C Razoável

O Ruim

E Péssima

130

. Identifique qual, na sua opinião, as maiores dificuldades para uma implantação adequada de administração 1

financeira nas pequenas e médias empresas (enumere do mais importante (1), ao menos importante (5»:

A Falta de conhecimento na área de administração financeira

B Não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa

C Os prováveis custos de manter um sistema desta natureza

O Não possuir os recursos necessários (mão de obra qualificada e/ou sistemas de informaçôes e/ ou

dinheiro, entre outros)

E Outros - Quais :

79

ANEXO 11

TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE PESQUIS A

1. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

Sen'iços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL

A O

B I I I 3

C I I I I I 5

D I I I I I 1 6

Indústria

A O

B O

C I I I I I I 6

D I I I I I I I 7

Comércio

A O

B I I I 3

C I I I I I I I I 8

D 1 I I I I 5

2. PEQ UENA MEDIA GRANDE TOTAL

S erviços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 1 11 1 J I 14

Indústri .

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I I I I I I I 1 I 1 I I I J I I I I 1 I 1 I 1 I I \3

Comércio

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I I 1 I 1 I I I 1 I 1 1 I 1 I 16

3. PEQ UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Seniços EMPRESA EMPRES A EMPRES A GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I 1 I I 1 I 1 I I I I I I I I I I I I 4

C I I I I I 1 I 1 I I I I I I 1 I I 1 I I 1 I 1 I 1 10

Indústria

A I I I I I I I 1 I I I I I I I O

B J I I I I I I I I I I I I I I O

C 1 I 1 I 1 I 1 I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I 13

Comé rcio

A I I I I I I I I 1 I I I I I I O

B I I 1 I I 1 I I I I I I I I I I I I 3

C I I I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 13

4. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

Seniços EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2

B I I I I I I I I I I I I I I I I L I 1 I I I I I I I 1 12

Indústria

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 I 1 I I 1 I I \3

Comércio

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 16

80

5. PEQUENA MED IA GRANDE TOTAL

Serviço! EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I I 1 I 1 I 1 I I I I I I I I 3

C 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I I I I 1 I 1 I 1 I I 1 J 1 J 1 11

Indústri.

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B 1 I I I 1 I I 1 I I I I 1 I I I I I I 4

C I 1 I 1 I I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I 1 I 1 I 1 I I 9

Comércio

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B 1 I 1 I I I I I I 1 I 1 I 1 I I 1 I I I I 6

C I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I I I 1 I I 1 I 1 1 I 1 I 10

6. PEQUENA MED IA GRANDE TOTAL

Servi ços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I 1 I I I I 1 I I 1 I I I 1 I I I I I 4

C 1 I I 1 I 1 I 1 I I 1 I I I 1 I I 1 I I 1 I 1 I 1 10

Indústria

A I I I I I 1 I I J 1 I I I I I J 1

B I I I I I I I I I I I I I I I O

C 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 12

Comércio

A I I I I I I I O

B 1 I I I I I I I 1

C I 1 1 1 1 1 1 1 J 1 I 1 1 1 I 1 I 1 1 I 1 I 15

7. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

Se rviços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL

A O

B 1 1 1 1 1 1 1 7

C 1 1 1 3

D 1 1 1 1 4

Indústri .

A O

B 1 1 1 1 1 5

C 1 1 1 3

D 1 1 1 1 1 5

Comércio

A 1 1

B 1 1 1 1 1 1 1 1 8

C 1 1 1 1 1 5

D 1 1 2

8. P~UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Se rviços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL

A 1 1 1 1 4

B 1 1

C 1 1 2

D 1 1 1 1 1 1 1 7

Indústri a

A 1 1 2

B O

C 1 1 2

D 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9

Comércio

A 1 1 1 1 1 1 6

B O

C 1 1 1 3

D 1 1 1 1 1 1 1 7

81

9. PEX)~A MEDIA GRANDE TOTAL

Serviço! EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.

A 1 1 1 B 1 1 1 C 1 1 1 1 1 1 1 7

D 1 1 1 3

Indústria

A 1 1

B O

C 1 1 1 I I I I I I 9 D I I I 3

Comércio

A 1 I I I 4

B I I I I 4

C I I I I 4

D I I 1 I 4

la. P~UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Sen'içoJ EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.

A I I 1 I I I I I I I la B I I I I I I I 7

C I I I I I I I 7

D I I I I I I 1 I I I I 11

E I I I I 4

Indústria

A I I I I I I 1 I I I la B I I I I I I I I 8 C I I I I I I 6

D I I I I I I I I 1 I I 1 12

E I I 1 Comércio

A I I I I I I I I I I I I 12 B I I 1 I 1 I I I 8

C I I I 3

D I I I I I I I I I I I I 1 I I 15

E I I

11. P~~A MEDIA GRANDE TOTAL

Seniços EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.

A 1 I 1

B 1 1 I I I 5

C 1 I I 3

D I I I 1 4

Indústria

A 1 1 1 I 4

B I I 1

C 1 I 1 D 1 I I 1 1 5

Comércio

A I I I I I I I I 8 B I I 1 I 4

C I I

D I I 1 3

12. P~~A MEDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.

A I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 I 1 5

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 9

Indústria

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I 1 I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I 1 I I I 1 I I 13

Comércio

A I I I I I I I I I I I I J I I I I 1

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 I I I 14

82

13. P~UENA MEDIA GRANDE TOTAL

S erviços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL

A I I I I I I I I I I I I ~ I I O

B I I 1 I I 1 I I I 1 I I I I I I I I 3

C 1 I 11 I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 11

Indústri .

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I I I I I J L I I I I I O

C 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 13 Comércio

A 1 I 1 I I 1 I I I I I I I I I I I I 3

B I I I I I I I I 1 I 1 I I I I I I 2

C I I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I I I 1 I 1 J 1 J 1 1 I 1 I 11

14. P~UENA MEDIA G RANDE TOTAL

Se rviços EMPRES A EMPRESA EMPRESA GERAL

A I 1 I I I 1 I 1 I I 1 I I 1 I I I I I I 5

B 1 I I 1 I 1 I I I 1 I I I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 9 Indústri .

A I I I I I 1 I I I I I I I I I I 1

B 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 12

Comércio

A 1 I 1 I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I I I I I I 8

B I I 1 I I I 1 I I I I I 1 I 1 I 1 I 1 1 I 1 I 8

15. P~UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL

A 1 I I I 1 I I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I 1 I 1 10

B I 1 I 1 I I 1 I I I I I I I 1 I I I I 4

Indústri a

A 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I I 1 I 1 I I 10

B 1 J I J 1 1 I I I I 1 I I 1 I I I I 3

Comércio

A I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 1 I 1 I 13

B 1 I I I I I I 1 I I I I I 1 I I I I 3

16. P~UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Se rviços EMPRESA EMPRES A EMPRES A GERAL

A 1 1 1 3

B 1 1 1 1 1 5

C 1 1 2

D 1 1 1 1 1 1 6

E 1 1 2

F 1 1

G O

Indústri a

A O

B 1 1 2

C 1 1

D 1 1 1 1 1 5

E 1 1 2

F 1 1 1 1 1 1 6

G 1 1

Comércio

A 1 1 1 3

B 1 1 1 1 1 5

C 1 1 2

D 1 1 2

E 1 1 1 1 4 F 1 1 1 1 4 G 1 1

83

17. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

Serviço! EMPIilliA EMPIilliA EMPIilliA GffiAL

A I I I I I I I I I I I I I I . I I I 2

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 9

C I I I I I L I I I I I I I I I I I J 3

Indústri.

A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 4 B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5

C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 4 Comércio

A I I I I I I I I I I I J I L I I I I I J 5

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5

C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 6

18. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPIilliA EMPRESA EMPRESA GffiAL

A I I 2

B O

C I I I I I I I I I I 10

D I I 2

Indústria

A I I I 3

B I I

C I I I I I I I 7

D I I 2

Comércio

A I I I I 4

B I I 2

C I I I I I I I I 8

D I I 2

19. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

SeniçoJ EMPIilliA EMPIilliA EMPIilliA GffiAL

A I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I 5

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5

C I I I I I I I I I I I I I I I I I I 4

Indústria

A I I I I I I I I I I I I I I I I 2

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I 3

C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 8

Comércio

A I I I I I I I I I 6

B I I I I I I I I 5

C I I J I I I I I 5

20. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

Se rviços EMPIilliA EMPIilliA EMPIilliA GffiAL

A I I I 1 I I I I I 9

B I I I I 4

C I I 2

D O

E I I

Indústria

A I I I 3

B I I I I I I 6

C I I I I I I 6

D I I I 3

E I 1 2

Comércio

A I I I I I I I I I I 10

B I I I I 4

C I I I I 4

D I I I I I I 6

E I I

84

2 1. PEX)UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Se rviços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 6

B I I I I I I I I I I I I I 11 I 1 I I I I I I 8

Indústri.

A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 11

Comércio

A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 10

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 6

22. PEX)UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Servi ços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 10

B I I I I I I I I I I I I I I I I

C I I I I I I I I I I I I I I I I I 3 Indústri .

A I I I I I I I I I I I I I 4

B I I I I I I I I I I I 2

C I I I I I 1 I I I I I I I I I I 7

A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 2

Comércio

B

C

23. PEX)UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL

A I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5

C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 9

Indústria

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 8

C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5

Comércio

A I I I I I I I I I I I I I I I O

B I I I I I I I I I I I I I I I 1 I I I I J 6

C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 10

24. PEX)UENA MED IA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL

A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 12

Indústria

A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 11

Comércio

A I I I I I I J I I I I L I I I L J 2

B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 14

25. PEX)UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRESA EMPRES A EMPRESA GERAL

A O

B I I I I I I I 7

C I I I I I 5

D I I

E I I

Indústri .

A I I

B I I I I I 5

C I I I I I 5

D I I 2

E O

Comércio

A I I

B I I I I I I 6

C I I I I I I I I I 9

D O

E O

85

26. PEQUENA MIDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRESA EMPRESA EMPRESA GERAL

A O

B I I I I I 5

C I I I I 4

D I I I J

E I I 2

Indústri.

A O

B I I I J

C I I I I I I I 7

D I I I J

E O

Comércio

A O

B I I 2

C I I I I I I I I I I I I 12

D I I 2

E O

27. PEQ UENA MIDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL

A O

B I I I I I 5

C I I I I I 5 D I I

E I I I J

Indústria

A I I

B I I

C I I I I I 5

D I I I I I I 6

E O

Comércio

A O

B I I 2

C I I I I I I I I I I I II

D I I I J

E O

28 PEQ UENA MIDIA GRANDE TOTAL

Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL

A I I

B I I I I I 5

C I I I I I 5

D I I I J

E O

Indústria

A O

B I I I I 4

C I I I I I I I 7

D I I

E I I

Comércio

A O

B I I

C I I I I I I I I I I I II

D I I I I 4

E O

86

29. PEQ UENA MEDIA GRANDE TOTAL

Seniços EMPRESA EMPRESA EMPRES A GERAL

A O

B I I I I I I I I I t I 11

C I I 2

D I I

E O

lndústria

A O

B I I I I I I I I 8

C I I I I I 5 D O

E O

Comérci o

A I I

B I I I I I I I I 8

C I I I I I I I 7

D O

E O

30. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL

Sen'i ços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL

A 2 I 3 3 4 2 I 3 I 3 2 I I I 28

B I 4 4 4 5 2 4 2 2 4 4 I 2 5 44

C 2 2 I 2 3 I 2 5 4 I 3 2 4 2 34

D I 3 2 I 2 I 3 I 3 2 5 3 3 3 33

E I 5 4 I 5 16

Indústri.

A I 4 2 I I 2 2 4 3 2 I I 2 26

B 4 t 2 I I 3 3 I 3 I I 3 3 27

C 3 3 2 I 2 4 4 3 2 I I 4 4 34

D 2 2 I I 2 I I 2 I 2 I 2 I 19

E O

Comércio

A 2 I I I 2 2 I 3 I 2 I I I I I I 22

B I 2 2 2 2 I I 4 2 3 2 I I I 2 4 31

C 3 3 I 4 2 3 2 I 4 4 4 2 3 I 3 2 42

D 4 4 I 3 I 4 I 2 3 I 3 3 2 I 4 4 41

E O

87

ANEXO 111

GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR SETOR DE ATIVIDADE

Existe um controle financeiro geral da empresa - incluindo o caixa e contas COMÉRCIO IIIVÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL 1. bancárias , nos quais são controladas e documentadas todas as transações

financeiras ? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existe O O,OOA. O O,OOA. O O,OOA. O O,OOA.

B Controle parci~ - sem normas ou padrOes ou fechamentos 3 18,8% O O,OOA. 3 21,4% 6 14,0%

C Controle adequado, com procedimf!f1tos pré-estabetecidos e fechamf!f1tos 8 50,0% 6 46,2% 5 35,7% 19 44,2%

D Controles totais, próximos aos padrões de controladoria 5 31 ,3% 7 53,8% 6 42,9% 18 41,9%

Existem normas ou padrões pré-estabelecidos para a autorização e documentação COMÉRCIO IIIVÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL 2. das transações envolvendo numerários? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA. O O,OOA. O 0,0% O 0,0%

B Sim 16 100,0% 13 1OO,OOA. 14 100,0% 43 100,0%

Em relação às contas a pagar e a receber, existem controles e relatórios que COMÉRCIO INDÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL 3. possam demonstrar a real situação e posição das mesmas? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existem controles O O,OOA. O O,OOA. O 0,0% O O,OOA.

B Controles básicos, sem detalhes destas informações 3 18,8% O O,OOA. 4 28,6% 7 16,3%

C Relatórios e controles efetivos 13 81 ,3% 13 1OO,OOA. 10 71,4% 36 83,7%

COMÉRCIO INDÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL 4. A empresa conhece os indices de inadimplência e atrasos de seus clientes?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA. O O,OOA. 2 14,3% 2 4,7%

B Sim 16 100,0% 13 1OO,OOA. 12 85,7% 41 95,3%

A empresa possui os históricos das vendas, despesas, fornecedores e investimentos COMÉRCIO IIIVÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL 5. dos últimos meses? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA. O O,OOA. O 0,0% O O,OOA.

B Sim, porêm a informação não está disponivel de maneira organizada 6 37,5% 4 30,8% 3 21,4% 13 30,2%

C Sim, e existem relatórios onde estão disponiveis estes dados, a qualquer momento 10 62,5% 9 69,2% 11 78,6% 30 69,8%

Com que periodicidade são analisados os resuttados entre os recebimentos e COMÉRCIO INDÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL 6. pagamentos de despesas e fornecedores? TOTAL % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não é feito este acompanhamento O O,OOA. 1 7,7% O 0,0% 1 2,3%

B Esporadicamente 1 6,3% O 0,0% 4 28,6% 5 11,6%

C Periodicamente 15 93,8% 12 92,3% 10 71,4% 37 86,0%

Com que antecedência a empresa projeta a situação futura das necessidades e/CXJ COMÉRCIO INDÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL 7. disponibilidades financeiras MlKêIs: TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não projeta 1 6,3% O O,OOA. O O,OOA. 1 2,3%

B Projeta de acordo com as compras e vendas realizadas 8 50,0% 5 38,5% 7 50,0% 20 46,5%

C Faz projeçOes para até 90 dias , atualizando esporacicamente 5 31 ,3% 3 23,1% 3 21,4% 11 25,6%

D Existem projeções prevendo a situação acima de 90 dias , atualizadas periodicamente 2 12,5% 5 38,5% 4 28,6% 11 25,6%

COMÉRCIO INDÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL 8. Com que freqüência são analisados os balancetes contábeis?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Anualmente 6 37,5% 2 15,4% 4 28,6% 12 27,9%

B Semestralmente O O,OOA. O O,OOA. 1 7,1% 1 2,3%

C Trimestralmente 3 18,8% 2 15.4% 2 14,3% 7 16,3%

D Plensalmente 7 43,8% 9 69,2% 7 50,0% 23 53,5%

88

A contabilidade prOC1l'8 lhe orientar sobre a situação da empresa, ou, a empresa COMÉRCIO INDÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL 9. prCClr8 • contabilidade para lhe pedir esta análise?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A NAo existe esta necessidade, a mesma é realizada apenas para fins fiscais 4 25,0% 1 7,7% 2 14,3% 7 16,3%

B Esporadicamente sêo analisadas as demonslraçOes contábeis com estes fins 4 25,0% O O,O"Á> 2 14,3% 6 14,0%

C :.:,::a analisa sua situação através de relatórios financeiros elaborados para 4 25,0% 9 69,2% 7 50,0% 20 46,5%

D A ~ise da situação contábil da empresa é realizada periodicamente, e esta é considerada a orovável situaeão financeira de em.".,.. 4 25,0% 3 23,1% 3 21,4% 10 23,3%

Assinale quais dos relatórios abaixo a empresa utiliza em suas análises financeiras COMÉRCIO IN:>ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL 10. (marque quantas altemati-vas forem necessárias): TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Demonstração de resultados I AplnIçAo de lucro 12 30,8% 10 26,3% 10 25,6% 32 74,4%

B Balanço patrimonial 8 20,5% 8 21,1% 7 17,9% 23 53,5%

C Demonstração de origens a aplicação de reclX"SOS 3 7,7% 6 15,8% 7 17,9% 16 37,2%

O Fluxo de caixa 15 38,5% 12 31,6% 11 28,2% 38 88,4%

E Outros· Quais : 1 2,6% 2 5,3% 4 10,3% 7 16,3%

COMÉRCIO III[)ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL 11 . A empresa utiliza regime de caixa ou competência em suas anáiises financeiras?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Caixa 8 50,0% 4 30,8% 2 14,3% 14 32 ,6%

B Competência 4 25,0% 2 15,4% 5 35,7% 11 25,6%

C Nilo silo seguidas estas rnetodologias 1 6,3% 2 15,4% 3 21,4% 6 14,0%

D Ambas as metodologias 3 18,8% 5 38,5% 4 28,6% 12 27,9%

COMÉRCIO IN:>ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL 12. A empresa calcula seu ponto de equilibrio?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Nilo 2 12,5% O O,O"Á> 5 35,7% 7 16,3%

B Sim 14 87,5% 13 100,0% 9 64,3% 36 83,7%

13 A empresa considera em suas análises financeiras os valores dos custos sobre a COMÉRCIO IN:>ÚSTRlA SERIIlÇOS GERAL . folha de pagamento (13 sal., férias , impostos, etc.)?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não considera ou considera de acordo com 8 saída dos r8ClI'SOS do caixa 3 18,8% O O,O"Á> O O,O"Á> 3 7,O"Á>

B ConsKtera os encargos principais 2 12,5% O 0,0% 3 21,4% 5 11,6%

C Constdera todos os encargos , de acordo com a legislação e sindicato 11 88,8% 13 100,O"Á> 11 78,6% 35 81,4%

São contabilizados todos os bens do ativo pennanente e existem critérios para a COMÉRCIO INDÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL 14. depreciaçAo do imobilizado?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Nilo 8 50,0% 1 7,7% 5 35,7% 14 32,6%

B Sim 8 50,0% 12 92,3% 9 64,3% 29 67,4%

COMÉRCIO IN:>ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL 15. E analisada a lucratividade por prOOJtolserviço ou linha de produtos/serviços?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Sim 13 81 ,3% 10 76,9% 10 71,4% 33 76,7%

B Nilo 3 18,8% 3 23,1% 4 28,6% 10 23,3%

A empresa possui ou elabora um sistema de custos, visando conhecer os custos COMÉRCIO INDÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL 16. efetivos de seus produtos ou SeMços? Qual metodologia (marque quantas

alternativas forem necessárias)? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Nilo possui 3 14,3% O O,O"Á> 3 15,8% 6 14,0%

B Custeio direto 5 23,8% 2 11 ,8% 5 26,3% 12 27,9%

C CusteioABC 2 9,5% 1 5,9% 2 10,5% 5 11 ,6%

89

COMÉRCIO I t-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl 17. Como a empresa determina o prazo de pagamento de fomecedores?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Quem determina é o fornecedor 5 31 ,3% 4 30,8% 2 14,3% 11 25,6%

B De acordo com a situação financeira para os prazos dados pelo fornecedor 5 31,3% 5 38,5% 9 64,3% 19 44,2%

C De acordo com análise do fluxo de caixa elCJ<J estratégia de capital de giro 6 37,5% 4 30,8% 3 21,4% 13 30,2%

COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl 18. A empresa analisa a viabilidade econOmica de seus investimentos:

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não faz "'" acompanhamento desta nau ... 4 25,0% 3 23,1% 2 14,3% 9 20,9%

B Realiza"", controle "a posteriori" do reslitado 2 12,5% 1 7,7% O O,OOA, 3 7,OOA,

C Faz estudos de viabilidade sem melodologia especifica 8 50,0% 7 53,8% 10 71 ,4% 25 58,1%

D ~~~c~tudOS de viabilidade através de melodologias tradicionais (TIR. Pay-Back, 2 12,5% 2 15,4% 2 14,3% 6 4,0%

São estimados os res lltados futuros com base em demonstrações financeiras COMÉRCIO I t-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl 19. projetadas?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 6 37,5% 2 15,4% 5 35,7% 13 30,2%

B Sim, esporadicamente 5 31 ,3% 3 23,1% 5 35,7% 13 30,2%

C Sim, periocicamente 5 31 ,3% 8 61 ,5% 4 28,6% 17 39,5%

COMÉRCIO I t-DUSTRlA SERVIÇOS GERAl 20. A empresa utiliza índices financeiros para seu gerenciamento? Quais?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 10 40,0% 3 15,0% 9 56,3% 22 51 ,2%

B Uqlidez corrente - ACIPC 4 16,0% 6 30,0% 4 25,0% 14 32 ,6%

C Endiviidamento geral- PElAT 4 16,0% 6 30,0% 2 12,5% 12 27,9%

D Rentabilidade sobre patrimOnio - WPL 6 24,0% 3 15,0% O O,OOA, 9 20,9%

E Outros. Quais : 1 4,0% 2 10,0% 1 6,3% 4 9,3%

21 A empresa elabora"", orçamento geral. pré-determinando as prioridades para a COMÉRCIO I t-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl

. alocação dos rOCLrSos? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 10 62,5% 2 15,4% 6 42,9% 18 41 ,9%

B Sim 6 37,5% 11 84,6% 8 57 ,1% 25 58,1%

~ realizado um acompanhamento da remuneraçAo do capital próprio investido na COMÉRCIO It-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl 22. empresa?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 6 37,5% 4 30,8% 10 71,4% 20 46,5%

B Sim, porém a remuneração é acompanhada Ma posteriori" 8 50,0% 2 15,4% 1 7,1% 11 25,6%

C Sim, existe l.m8 análise prévia e estima-se Lm minimo esperado para o periodo 2 12,5% 7 53,8% 3 21,4% 12 27,9%

A empresa prevê o re-investimento de uma propoC'çAo dos reclKSos gerados (lucro) COMÉRCIO I t-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl 23. para sustentação do negócio ou são distribuidos estes lucros entre os sócios?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não reinveste - os sócios retiram a maior parte dos k.Jcros O 0,0% O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Reinveste somente qua'ldo a empresa necessita 6 37,5% 8 61 ,5% 5 35,7% 19 44,2%

C Distribui l..Illa parte aos sócios e reinveste tocto o restante na empresa 10 62,5% 5 38,5% 9 64,3% 24 55,8%

COMÉRCIO I t-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl 24. A empresa possui algum software para o controkt eJoo gerenclamento financeiro?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 2 12,5% 2 15,4% 2 14,3% 6 14,0%

B Sim 14 87,5% 11 84,6% 12 85,7% 37 86,0%

90

COMÉRCIO li'lJÚSTRlA SERVIÇOS GERAl.. 25. Como você avalia a atual situação financeira de seu negócio?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa 1 6,3% 1 7,7% O O,OOA, 2 4,7%

B Boa 6 37,5% 5 38,5% 7 50,0% 18 41,9%

C Razoável 9 56,3% 5 38,5% 5 35,7% 19 44,2%

O Ruim O O,OOA, 2 15,4% 1 7,1% 3 7,OOA,

E Péssima O 0,0% O O,OOA, 1 7,1% 1 2,3%

COMÉRCIO I i'lJÚSTRIA 26. Cemo você avalia a sua margem de lucro liquido?

SERVIÇOS GERAl..

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Boa 2 12,5% 3 23,1% 5 35,7% 10 23,3%

C Razoável 12 75,0% 7 53,8% 4 28,6% 23 53,5%

O Ruim 2 12,5% 3 23,1% 3 21,4% 8 18,6%

E Péssima O O,OOA, O O,OOA, 2 14,3% 2 4,7%

COMÉRCIO li'lJÚSTRIA SERVIÇOS GERAl.. 27. Como você avalia o retQ(no sobre o patrimOnio (investimento total) em sua empresa?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa O 0,0% 1 7,7% O O,OOA, 1 2,3%

B Boa 2 12,5% 1 7,7% 5 35,7% 8 18,6%

C Razoável 11 68,8% 5 38,5% 5 35,7% 21 48,8%

O Ruim 3 18,8% 6 46,2% 1 7,1% 10 23,3%

E Péssima O 0,0% O O,OOA, 3 21,4% 3 7,OOA,

COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl.. 28 Como você classificaria o risco atual de seu negócio?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito alto O 0,0% O O,OOA, 1 7,1% 1 2,3%

B Alto 1 6,3% 4 30,8% 5 35,7% 10 23,3%

C Médio 11 68,8% 7 53,8% 5 35,7% 23 53,5%

O Baixo 4 25,0% 1 7,7% 3 21,4% 8 18,6%

E M.ito baixo O O,OOA, 1 7,7% O 0,0% 1 2,3%

COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl.. 29. Como você avalia a administração financeira de seu negéx;io?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa 1 6,3% O O,OOA, O 0,0% 1 2,3%

B Boa 8 50,0% 8 61 ,5% 11 78,6% 27 62,8%

C Razoável 7 43,8% 5 38,5% 2 14,3% 14 32,6%

O Ruim O 0,0% O 0,0% 1 7,1% 1 2,3%

E Péssima O 0,0% O 0,0% O O,OOA, O O,OOA,

Identifique qual, na sua opinião. as maiores dificuldades para uma implantação COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl.. 30. adequada de administração financeira nas pequenas e médias empresas:

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Fatta de conhecimento na área de administração financeira 22 26 28 76

B Não saber como aplicar o conhecimento na rotina diãria da empresa 31 27 44 102

C Os prováveis custos de manter t.m sistema desta nat .... aza 42 34 34 110

O Não possur os recursos necessáios (mio de obra qualificada eloo sistemas de

41 19 33 93 informaroes elou dinheiro. entre outrosl

E Outros - Quais: O O 16 16

91

ANEXO IV

GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR PORTE

Existe um controle financeiro geral da empresa - incluindo o caixa e contas EPP ME GE GERAL 1. bancárias, nos quais são contr~ada5 e documentadas todas as transações

financeiras? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existe O 0,0% O O,OOA, O 0,0% O O,OOA,

B Controle parcial- sem normas ou padrões ou fechamentos 6 24,0% O O,OOA, O O,OOA, 6 14,0%

C Controle adequado, com procedimentos pré-estabelecidos e fechamentos 13 52,0% 3 25,0% 3 50,0% 19 44,2%

D Controles totais , próximos aos padrões de controladoria 6 24,0% 9 75,0% 3 50,0% 18 41 ,9%

Existem normas ou padrões prÉHtstabelecidos para a autorização e documentação EPP ME GE GERAL 2. das transações envotvendo numerários? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Sim 25 100,OOA, 12 100,OOA, 6 100,OOA, 43 100,OOA,

Em relação às contas a pagar e a receber, existem controk!s e relatórios que EPP ME GE GERAL 3. possam demonstrar a real situação e posição das mesmas? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existem controles O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Controles básicos, sem detalhes destas informações 6 24,0% 1 8,3% O O,OOA, 7 16,3%

C Relatórios e controles efetivos 19 76,0% 11 91 ,7% 6 100,OOA, 36 83,7%

EPP ME GE GERAL 4. A empresa conhece os índices de inadimplência e atrasos de seus clientes?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 2 8,OOA, O O,OOA, O 0,0% 2 4,7%

B Sim 23 92,0% 12 100,OOA, 6 100,OOA, 41 95,3%

A empresa possui os históricos das vendas. despesas. fornecedores e investimentos EPP ME GE GERAL 5.

dos ultimos meses? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA, O 0,0% O 0,0% O O,OOA,

B Sim, porém a informação não está disponivel de mooeira organizada 10 40,0% 3 25,0% O 0,0% 13 30,2%

C Sim, e existem relatórios onde estão disponíveis estes dados. a qualquer momento 15 60,0% 9 75,0% 6 100,OOA, 30 69,6%

Com que periodicidade são analisados os resultados entre os recebimentos e EPP ME GE GERAL 6. pagamentos de despesat. e fornecedores? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não é fetto este acompanhamento 1 4,0% O O,OOA, O O,OOA, 1 2,3%

B Esporadicamente 4 16,0% 1 8,3% O 0,0% 5 11 ,6%

C Periodicamente 20 80,0% 11 91 ,7% 6 100,OOA, 37 66,0%

Com que antecedência a empresa projeta a situação futura das necessidades e/oo EPP ME GE GERAL 7. disponibilidades financeiras futuras: TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não projeta 1 4,OOA, O O,OOA, O 0,0% 1 2,3%

B Projeta de acordo com as compras e vendas realizadas 11 44,0% 6 50,0% 3 50,0% 20 46,5%

C Faz projeç6es para até 90 dias , atualizando esporadi<:amente 7 28,0% 2 16,7% 2 33,3% 11 25,6%

D Existem projeções prevendo a situação acima de 90 dias , atualizadas periodicamente 6 24,0% 4 33,3% 1 16,7% 11 25,6%

EPP ME GE GERAL 8. Com que freqUência são analisados os balancetes contábeis?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Anualmente 11 44,0% 1 8,3% O O,OOA, 12 27,9%

B Semestral.mente 1 4,0% O O,OOA, O O,OOA, 1 2,3%

C Trimestralmente 4 16,OOA, 3 25,0% O O,OOA, 7 16,3%

D Mensalmente 9 36,0% 8 66,7% 6 100,0% 23 53,5%

92

A contabilidade procura lhe orientar sobre a situação da empresa, ou, a empresa EPP ME GE GERAL 9. pr(xa . .ra a contabilidade para lhe pedir esta análise? TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não existe esta necessidade, a mesma é realizada apenas para fins fiscais 6 24,0% 1 8,3% O O,O"A. 7 16,3%

8 Esporadicamente são analisadas as demonstraçOes contábeis com estes fins 4 16,0% 2 16,7% O O,O"A. 6 14,0%

C A empresa analisa sua situação através de relatórios financeiros elaborados para

12 48,0% 5 41,7% 3 50,0% 20 46,5% estes fins

O A análise da situação contábil da empresa é realizada periodicamente, e esta é

3 12,0% 4 33,3% 3 50,0% 10 23,3% considerada a provável situaçAo financeira de empresa

10 Assinale quais dos relatórios abaixo a empresa utiliza em suas analises financeiras EPP ME GE GERAL . (marque quantas alternati-vas forem necessárias): TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Demonstração de resultados I Apuração de lucro 14 25,9% 12 30,0% 6 100,O"A. 32 74,4%

8 Balanço patrimonial 9 16,7% 9 22,5% 5 83,3% 23 53,5%

C Demonstração de origens a aplicação de recursos 8 14,8% 5 12,5% 3 50,0% 16 37,2%

O Fluxo de caixa 21 38,9% 11 27,5% 6 100,O"A. 38 88,4%

E Outros - Quais: 2 3,7% 3 7,5% 2 33,3% 7 16,3%

EPP ME GE GERAL 11. A emPfes8 utiliza regime de caixa ou competência em suas a'láIises financeiras?

TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Caixa 10 40,0% 4 33,3% O O,O"A. 14 32,6%

8 Competéncia 4 16,0% 4 33,3% 3 50,0% 11 25,6%

C Não são seguidas estas metodologias 6 24,0% O O,O"A. O 0,0% 6 14,0%

O Ambas as metodologias 5 20,0% 4 33,3% 3 50,0% 12 27,9%

EPP ME GE GERAL 12. A empresa calcula seu ponto de equilibrio?

TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não 4 16,0% O O,O"A. 6 100,O"A. 10 23,3%

8 Sim 21 84,0% 12 100,O"A. O O,O"A. 33 76,7%

A empresa considera em suas análises financeiras os valores dos custos sobre a EPP ME GE GERAL 13. folha de pagamento (13 sal. , férias , impostos . etc.)? TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não consktera ou considera de acordo com a saKia dos recaxsos do caixa 3 12,0% O O,O"A. O O,O"A. 3 7,O"A.

8 Considera os encargos principais 4 16,0% 1 8,3% O O,O"A. 5 11,6%

C Considera todos os encargos. de acordo com a legislação e sindicato 18 72,0% 11 91 ,7% 6 100,O"A. 35 81,4%

14 São contabilizados todos os bens do ativo permanente e existem critérios para a EPP ME GE GERAL

. depreciação do imobilizado? TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não 12 48,0% 2 16,7% O O,O"A. 14 32,6%

8 Sim 13 52,0% 10 83,3% 6 100,O"A. 29 67,4%

EPP ME GE GERAL 15. Ê analisada a lucratividade por produto/serviço ou linha de produtos/serviços?

TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Sim 19 76,0% 8 66,7% 6 100,O"A. 33 76,7%

8 Não 6 24,0% 4 33,3% O O,O"A. 10 23,3%

A empresa possui ou elabora um sistema de custos, visando conhecer os custos EPP ME GE GERAL 16. efetivos de seus produtos ou serviços? Qual metodologia (marque quantas

alternativas forem necessárias)? TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não possui 4 16,0% 2 16,7% O O,O"A. 6 14,0%

8 Custeio direto 9 32,1% 1 7,7% 2 33,3% 12 27,9%

C CusteioABC 3 10,7% 1 7,7% 1 16,7% 5 11 ,6%

93

EPP ME GE GERAL 17. Como a empresa determina o prazo de pagamento de fornecedores?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Quem determina é o fornecedor 5 20,0% 5 41,7% 1 16,7% 11 25,6%

B De acordo com • situação financeira para os pnozos dados paio fornecedor 10 40,0% 5 41,7% 4 66,7% 19 44,2%

C De acordo com análise do fluxo de caixa eJou estratégia de capital de giro 10 40,0% 2 16,7% 1 16,7% 13 30,2%

EPP ME GE GERAL 18. A empresa analisa a viabilidade económica de seus investimentos:

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não faz lXT1 acompanhamento desta natlreza 7 28,0% 2 16,7% O O,OOA, 9 20,9%

B Realiza l.rn controle ~a posterion" do reslitado 3 12,0% O O,OOA, O O,OOA, 3 7,OOA,

C Faz estudos de viabilidade sem metodologia específica 14 56,0% 6 50,0% 5 83,3% 25 58,1%

D Realiza estudos de viallilidade através de metodologias tradicionais (TIR, Pay-Back, VPL etcl 1 4,0% 4 33,3% 1 16,7% 1 4,OOA,

São estimados os resuttados futuros com base em demonstrações financeiras EPP ME GE GERAL 19. projetadas? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 9 36,0% 2 16,7% 2 33,3% 13 30,2%

B Sim, esporadicamente 8 32 ,0% 2 16,7% 3 50,0% 13 30,2%

C Sim, periodicamente 8 32,0% 8 66,7% 1 16,7% 17 39,5%

EPP ME GE GERAL 20. A empresa utiliza indices financeiros para seu gerenciamento? Quais?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 17 68,0% 4 33,3% 1 16,7% 22 51 ,2%

B uquidez corrente - ACIPC 4 16,0% 6 50,0% 4 66,7% 14 32,6%

C Endividamento geral- PElAT 5 20,0% 4 33,3% 3 50,0% 12 27,9%

D Rentallilidade sobre patrimônio - WPL 3 12,0% 3 25,0% 3 50,0% 9 20,9%

E Outros. Quais : O O,OOA, 4 33,3% O O,OOA, 4 9,3%

A empresa elabora um orçamento geral, pré-determinando as prioridades para a EPP ME GE GERAL 21 .

alocação dos recll'Sos? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 11 44,0% 4 33,3% 3 50,0% 18 41 ,9%

B Sim 14 56,0% 8 66,7% 3 50,0% 25 58,1%

~ realizado um acompanhamento da remuneração do capital pr6pIio investido na EPP ME GE GERAL 22. empresa? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 14 56,0% 3 25,0% 3 50,0% 20 46,5%

B Sim, porém a remuneração é acompanhada "a posteriori" 3 12,0% 6 50,0% 2 33,3% 11 25,6%

C Sim, existe Lm8 análise prévia e estima-se um mnimo esperado para o periodo 8 32,0% 3 25,0% 1 16,7% 12 27,9%

A empresa prevê o re-investimento de uma proporção dos recursos gerados (lucro) EPP ME GE GERAL 23. para sustentação do negócio ou são distribuídos estes lucros entre os sócios? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não reinveste - os sócios retiram a maior parte dos lucros O O,OOA, O O,OOA, O 0,0% O O,OOA,

B Reinveste somente quando a empresa necessita 12 48,0% 5 41,7% 2 33,3% 19 44,2%

C Distribui lma parte aos sócios e reinveste todo o restante na empresa 13 52,0% 7 58,3% 4 66,7% 24 55,8%

EPP ME GE GERAL 24. A empresa possui algum software para o controle eJou gerenc:~ento financeiro?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 3 12,0% 3 25,0% O 0,0% 6 14,0%

B Sim 22 88,0% 9 75,0% 6 100,0% 37 66,0%

94

EPP ME GE GERAl 25. Como você avalia a atual situação financeira de seu negócio?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa 1 4,OOk O O,OOk 1 16,7% 2 4,7%

B Boa 14 56,0% 3 25,0% 1 16,7% 18 41 ,9%

C Razoável 9 36,0% 7 58,3% 3 50,0% 19 44,2%

O Ruim 1 4,0% 1 8,3% 1 16,7% 3 7,OOk

E Péssima O 0,0% 1 8,3% O O,OOk 1 2,3%

EPP ME GE GERAl 26. Como você avalia a sua margem de lucro líqutdo?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa O 0,0% O O,OOk O O,OOk O 0,0%

B Boa 8 32,0% 1 8,3% 1 16,7% 10 23,3%

C Razoável 13 52,0% 7 58,3% 3 50,0% 23 53,5%

O Ruim 4 16,0% 3 25,0% 1 16,7% 8 18,6%

E Péssima O 0,0% 1 8,3% 1 16,7% 2 4,7%

EPP ME GE GERAl 27 . Como você avalia o retorno sobre o patrimOnio (investimento total) em sua empresa?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa 1 4,0% O O,OOk O 0,0% 1 2,3%

B Boa 6 24,0% O 0,0% 2 33,3% 8 18,6%

C Razoável 13 52 ,0% 5 41 ,7% 3 50,0% 21 48,8%

O Ruim 4 16,0% 6 50,0% O 0,0% 10 23,3%

E Péssima 1 4,OOk 1 8,3% 1 16,7% 3 7,OOk

EPP ME GE GERAl 28 Como você classificalia o risco atual de seu negócio?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M..ito alto O O,OOk 1 8,3% O 0,0% 1 2,3%

B Alio 6 24,0% 2 16,7% 2 33,3% 10 23,3%

C Médio 15 60,0% 6 50,0% 2 33,3% 23 53,5%

O Baixo 4 16,0% 2 16,7% 2 33,3% 8 18,6%

E t.üto baixo O O,OOk 1 8,3% O O,OOk 1 2,3%

EPP ME GE GERAl 29. Como você avalia a administração financeira de seu negócio?

TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa O 0,0% 1 8,3% O O,OOk 1 2,3%

B Boa 17 68,0% 6 50,0% 4 66,7% 27 62,8%

C Razoável 7 28,0% 5 41 ,7% 2 33,3% 14 32,6%

O Ruim 1 4,OOk O O,OOk O O,OOk 1 2,3%

E Péssima O O,OOk O O,OOk O O,OOk O O,OOk

30 Identifique qual, na sua opinião, as maiores dificuldades para uma implantação EPP ME GE GERAl

. adequada de administração financeira nas pequenas e médias empresas: TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Falta de conhecimento na área de administração financeira 50 20 6 76

B Não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa 59 31 12 102

C Os provãveis custos de manter ln1 sistema desta natlreza 63 32 15 110

O Não possLir os recursos necessários (mão de obra qualificada elou sistemas de inror,;,ac6es e/ou dinheiro. entre outrosl 49 29 15 93

E Outros - Quais: 10 6 O 16

95

ANEXO V

CONTRADIÇÕES ENCONTRADAS NA PESQUISA

CONTRADIÇOES ENCONTRADAS NA PESQUISA

EPP ME GE

QUESTÃO RESPOSTA

RELACIONADA QUESTÃO

RESPOSTA RELACIONADA

QUESTÃO RESPOSTA

RELACIONADA 12 10A 14 IOB 14 10B 13 10A 14 IOB 20 10B 19 10AlIOB 20 10B 13 10A 18 10B 19 10AlIOB 14 IOB 18 10B 12 IOA 13 10A 12 10A 13 10A 19 10A 14 10B 12 10A 12 10A 12 10A 13 10A 20 10B 14 10B 20 IOB 10 90 13 90 14 10B 19 10AlIOB lO 90 12 10A 13 lOA 19 10A 20 IOA lO IOB 12 10A 13 10A 14 10B 19 10AlIOB 20 IOB

(J)