o papel e a importÂncia dos lÍderes nas organizaÇÕes

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1 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS CEFET MG Heloísa Costa Pacheco Diório O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES Belo Horizonte Novembro/2008

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Page 1: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

CEFET MG

Heloísa Costa Pacheco Diório

O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS

ORGANIZAÇÕES

Belo Horizonte

Novembro/2008

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HELOISA COSTA PACHECO DIÓRIO

O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS

ORGANIZAÇÕES

Monografia apresentada como exigência

para finalização do Curso de Especialização

em Gestão Estratégica de Recursos

Humanos, sob a orientação do Prof. Heli

Santos de Oliveira

Belo Horizonte

Novembro/2008

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DEDICATÓRIA:

Dedico este trabalho a meu marido, meu filho, minhas irmãs e irmãos

que sempre me apoiaram com amor, carinho, compreensão e estiveram

ao meu lado em todos os momentos da minha vida.

Page 4: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

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AGRADECIMENTOS:

Agradeço primeiramente a Deus pela luz divina que norteia meus caminhos e pela

oportunidade de participar de mais esse desafio.

A minha Gerente Marina Gomide, que com sua habilidade e competência me fez

perceber a importância da Liderança na Organização.

Ao DER/MG pelo convênio com a FAPEMIG/PCRH que me possibilitou a bolsa integral,

para concretização dessa Pós-graduação em Gestão Estratégica de Recursos

Humanos.

“O mais precioso capital das empresas nos dias atuais é seu quadro de pessoa,

organizações que sabem como descobrir e cultivar talentos, que saem na frente e se

mantêm competitivas por mais tempo”.

José Pastore,

Prof. de Relações do Trabalho na USP

“Finalmente as empresas brasileiras estão se conscientizando de que são as pessoas

que constroem suas maiores vitórias e suas piores derrotas”.

Roberto Shinyashiki,

Escritor e Consultor Organizacional

“As pessoas na organização proporciona um vôo panorâmico pelos picos e vales da

área de recursos humanos”.

Thomas Wood Jr.,

FGV.ZAESP

Page 5: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

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RESUMO

A transformação é uma das características mais marcantes do ambiente empresarial no

Brasil e no mundo nos dias de hoje.

A competitividade tem imposto às organizações uma busca incessante por melhores

resultados a fim de garantir o crescimento e perpetuação no mercado. Este fato tem

levado as companhias a buscar o aprimoramento da gestão de pessoas e a

identificação/formação de líderes pró-ativos.

Diante disso, a GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS nas organizações tornou-se

um fator de competitividade e excelência.

Este trabalho trata de pesquisar o papel dos lideres nas Organizações e as qualidades

necessárias para que se consiga uma liderança eficiente das equipes de trabalho

dentro das Organizações.

A liderança é uma habilidade notória e de suma importância para os chefes e gerentes

de empresas no desenvolvimento de suas atividades diárias. Nos últimos anos, o

conceito de liderança vem passando por significativas transformações, evoluindo em

conjunto com as mudanças tecnológicas por que passam as organizações.

As últimas décadas foram caracterizadas pela aplicação da liderança como gestão,

como uma liderança para fazer acontecer. A idéia do líder autoritário (chefe) foi deixada

de lado, A liderança é intrínseca a cada um, e deve ser aplicada ao longo de sua

carreira, evidentemente, cada qual dentro de suas responsabilidades. A liderança para

uma vida sustentável deve ser eficaz, organizada e de acordo como o meio social em

questão. A liderança como forma de aplicar a experiência prática e o conhecimento

administrativo é um fator fundamental e determinante para que os gerentes obtenham

êxito e o conseqüente sucesso dentro das organizações. Este trabalho apresenta de

forma co-relacionada, conceitos teóricos e suas transformações com o passar dos

anos, com casos reais de sucesso de liderança, que servem de exemplo até hoje às

organizações, de pesquisadores, escritores e dirigentes, grandes pesquisadores e

estudiosos também nos ajudam a conhecer e desenvolver um pouco mais da habilidade

de como colocar em prática este tema tão instigante e discutido.

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1- Organizações 2 - Pessoal 3 - Liderança 4 - Competências 5 - Conflitos

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO

2. JUSTIFICATIVAS

3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 4. METODOLOGIA

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL 5.1 O CONHECIMENTO DA ORGANIZAÇÃO 5.1.1 INSTRUMENTO PARA CONHECER A ORGANIZAÇÃO 5.1.2 A CULTURA ORGANIZACIONAL 5.1.3 O CAPITAL INTELECTUAL DAS ORGANIZAÇÕES 5.2 CONCEITO DE ANÁLISE ORGANIZACIONAL 5.2.1 ANÁLISE E DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL 5.2.2 FOCO DA ANÁLISE ORGANIZACIONAL 5.2.3 ENFOQUES DA ANÁLISE ORGANIZACIONAL 5.3 ANÁLISE ORGANIZACIONAL E A FUNÇÃO DE COMANDO 5.3.1 OS OBJETIVOS DO GRUPO ORGANIZACIONAL 5.3.2 AS METAS ORGANIZACIONAIS 5.3.3 OS PROBLEMAS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES 5.3.4 ORGANIZAÇÕES E COMPETÊNCIAS 5.3.5 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

5.4 O ELO ENTRE AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES 5.5 A ERA DO CONHECIMENTO E O MOMENTO

5.5.1 GESTÃO DO CONHECIMENTO 5.5.2 OBJETIVOS DE CONHECIMENTO 5.5.3 GESTÃO DE TALENTOS HUMANOS

5.6 O CONCEITO DE PODER E COMANDO DE PESSOAS

6 O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES 6.1. O LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES 6.1.1 ASPECTOS DA PERSONALIDADE DO LÍDER 6.1.2 PODER E INFLUÊNCIA

Page 8: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

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6.2 ABORDAGEM SITUACIONAL 6.3 O GRUPO COMO CENTRO DE LIDERANÇA 6.4 FATORES QUE INFLUENCIAM O EXERCÍCIO DO COMANDO 6.5 CULTURA DA ORGANIZAÇÃO 6.6 TIPOS DE LÍDERES E ESTILOS DE LIDERANÇA 6.6.1 MODELOS DE LIDERANÇA 6.6.2 COMPARAÇÃO ENTRE ESTILOS DE LIDERANÇA 6.7 ANÁLISE DE CONFLITOS

7 CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 APRESENTAÇÃO

O processo de gestão nas Organizações, sejam elas públicas ou privadas, vem

sofrendo rápidas mudanças em função da necessidade de adequação às exigências

atuais do mercado.

A globalização, a queda de fronteiras econômicas, a fragilidade dos limites político-

geográficos, o ritmo frenético das inovações tecnológicas e as bruscas mudanças de

todos os aspectos empresariais, tem desafiado as organizações, em nível mundial, a

responder rapidamente, com eficiência e eficácia, as necessidades do mercado, sob

pena de perderem competitividade e por em risco as sobrevivências das organizações.

A excelência na gestão de pessoas seja de funcionários, colaboradores e ou parceiros,

vem se tornando fator diferencial de competitividade de sucesso entre as empresas,

Isto porque estamos vivendo a era do conhecimento, as quais privilegiam o intelecto,

através da busca e da retenção de profissionais competentes, pró-ativos e que saibam

trabalhar em equipe.

Por mais que a tecnologia avance, o ser humano sempre estará na linha de frente,

decidindo o que, quando e onde aplicar o conhecimento adquirido.

Neste contexto, o capital humano, ou seja, os profissionais da empresa passam a ter

grande peso – as inovações tecnológicas, mesmo mantendo sua importância, tendem a

perder impacto diante da freqüência e rapidez das mudanças.

Desta forma, reconhecendo a importância da gestão estratégica de pessoas nas

organizações, este trabalho propõe-se a discutir e refletir os aspectos relevantes das

lideranças nas organizações, o novo perfil dos lideres, a administração de conflitos e os

agentes desmotivadores das equipes de trabalho.

Toda e qualquer organização depende, em maior ou menor grau, do desempenho

humano para o seu sucesso. Por esse motivo desenvolve-se e organiza uma forma de

atuação sobre o comportamento que se convencionou chamar de modelo de Gestão de

Pessoas.

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O conceito de Gestão de Pessoas foi construído sobre as bases da otimização dos

recursos, quando as pessoas eram vistas como parte do funcionamento da

engrenagem. “otimizar máquinas, equipamentos, materiais, recursos financeiros e

"pessoas” sempre foi seu grande objetivo” (Fischer, 2001:19). A emergência do termo

“gestão de pessoas", segundo Fischer, envolve transformações significativas e

estruturais.

O tema Gestão de Pessoas é que se tenha a oportunidade de se desenvolver, uma vez

que sabemos que o adulto é agente do seu próprio desenvolvimento (VERGARA,

2007:09).

Embora os conceitos de administração e de gestão sejam utilizados como sinônimos,

em geral considera-se a ‘gestão’ uma ação para a qual há menor grau de

previsibilidade sobre o resultado do processo a ser gerido.

Isso acontece porque gestão implica considerar o caráter humano, ou seja, uma relação

em que se admite que ambas as partes sejam conscientes e possuem vontade própria.

O termo “gestão de pessoas” não é um modismo ou um jargão do dicionário

administrativo.

Na verdade, ele implica no reconhecimento dos interesses e valores tanto da instituição

quanto do grupo e relaciona-se ao modelo sistêmico de relações menos diretivas. Que

prevê senso ético, autonomia e responsabilidade nas decisões.

Desta forma, a gestão estratégica de pessoas passou a ser um importante foco

diferencial para obtenção de resultados pelas empresas estatais e do setor privado,

constituindo fato importantíssimo no desenvolvimento e crescimento das organizações

em geral.

Gerir equipes de trabalho significa constantemente ter que interagir com pessoas,

significa conciliar, ou pelo menos tentar a mediação entre interesses dissidentes,

percepções divergentes, necessidades especificas, relações incongruentes, gastos e

estilos peculiares, emoções ambíguas e expectativas diversas.

Enfim, gerir pessoas implica em administrar conflitos, competências, qualidades

pessoais e potenciais humanos.

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2 JUSTIFICATIVAS

Nos tempos globalizados, de processos informatizados e concorrência acirrada, as

organizações públicas e privadas passaram a necessitar ainda mais de sistemas de

gestão eficientes e lideranças competentes, para extrair o melhor de suas equipes e

competências.

Desta forma, torna-se necessário mostrar o papel dos líderes dentro das organizações,

sua fundamental importância no contexto atual, o perfil das lideranças, a administração

de conflitos e os aspectos comportamentais para obter a excelência na gestão

estratégica das equipes de trabalho.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Identificar as principais qualidades dos gestores de pessoas, principalmente a

liderança, incluindo aspectos de competências, negociação, administração de conflitos,

criatividade e ética profissional.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Mostrar a importância das lideranças dentro das Organizações e os modelos atuais de

liderança, suas qualidades e características.

Ampliar a percepção e a consciência dos dirigentes das organizações para a

importância dos líderes na gestão estratégica de pessoas.

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4 METODOLOGIA

O capítulo 1 trata da apresentação da monografia, abordando aspectos da

administração atual, a rápida evolução da tecnologia e da informatização e a

necessidade atual de gerir de forma estratégica as pessoas, buscando atingir o topo de

suas potencialidades e capacitação.

No capítulo 2 faz-se a justificativa do trabalho.

O capítulo 3 descreve os objetivos da monografia.

O capítulo 4 discorre sobre a apresentação da monografia.

O capítulo 5 descreve sobre a fundamentação teórico-conceitual destacando-se os

aspectos das organizações produtivas nos dias atuais, seus objetivos e características.

A ação comunicativa no contexto organizacional e os problemas de comunicação que

normalmente ocorrem nas organizações.

O capítulo 6 descreve sobre o papel e a importância do líder nas organizações,

aspectos comportamentais e a personalidade do líder, o poder, a influência e a

abordagem situacional. Os tipos de líderes e estilos de liderança, descrevendo os

estilos de liderança estratégica, gerencial, visionária e a análise e administração de

conflitos pela liderança.

O capítulo 7 trata das conclusões sobre gestão estratégica de pessoas quanto aos

aspectos da liderança de Equipes de Trabalho e as considerações finais.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL

Nas décadas de 1970 e 80, um novo critério de efetividade foi introduzido na

modelagem dos sistemas de gestão de recursos humanos; seu caráter estratégico na

visão de Tichy, Fombrum e Devanna, era que a gestão de recursos humanos deveria

buscar o melhor encaixe possível com as políticas empresariais e os fatores ambientais.

Para isso, os planos estratégicos dos vários processos de gestão de recursos humanos

seriam derivados das estratégicas corporativas da empresa.

É imprescindível que a instituição tenha clareza de sua missão e que esta possa

ser compartilhada por todos os membros e parceiros e compreendida por eles.

A gestão de pessoas deve estar inserida na gestão do próprio negócio e para isso é

preciso pensar a Empresa como um Sistema Integrado em todas as suas instâncias.

Isso traz à empresa uma nova forma de gerenciar diversas forças.

Para melhor esclarecer a importância de se ter uma visão geral da empresa é

importante definir todos os seus bens tangíveis e intangíveis seguindo a classificação

de Moggi (1999), há quatro níveis de valores qualitativamente diferentes que são:

Os recursos: São os contingentes físicos, materiais e humanos. Este nível é tangível e

pode ser medido.

Os processos: Compreendem os fluxos vitais da empresa, como fluxos de matéria-

prima, peças semi-acabadas, peças prontas, documentos, informações, pessoas,

dinheiro.

O nível dos processos tem as seguintes características: os fluxos são racionais, lógicos,

calculáveis e previsíveis.

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As relações: acontecem entre as pessoas. A estrutura informal terá os seus elementos

neste nível como: expectativa, esperança, decepções, harmonia e conflitos, estilos de

liderança, poder e comunicação. Não são visíveis como os recursos, nem lógicos ou

racionais como os processos. São sensíveis, sutis, não racionais e não podem ser

sistematizados como nos primeiros níveis.

A identidade: considera a história, a cultura, os valores e missão da empresa. Seus

paradigmas e princípios perante o mundo enquadram-se neste nível. Não ocupa

espaço ou tempo. Está no nível da consciência e intuição. É a essência da organização.

Nesta abordagem construtiva e integradora – embasada na visão holística – estes

níveis fazem parte do todo organizacional e a gestão do negócio considera tais níveis

partes integrantes do mesmo sistema.

As empresas excelentes são aquelas que, além de cuidar de recursos, processo e

desenvolvimentos das pessoas, também conseguem trabalhar as competências básicas

dos ambientes de negócios. Isso, contudo, leva-nos a ressaltar a importância de se ter

em mente que cada nível vai exigir das pessoas habilidade diferentes.

Saber lidar com as novas informações, estar comprometido com o auto

desenvolvimento e com a constante captação de técnicas, são as bases de uma

empresa que valoriza o aprendizado – das empresas que aprendem. Este é um

processo de mudanças com a perspectiva da identidade, de onde vêm as

transformações mais profundas.

“As empresas mais lucrativas são as que utilizam o talento humano, em vez de

suprimí-lo com controles estúpidos”.

Stephen Covey – Consultor e

Escritor

Page 15: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

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Nesse sentido, a organização que aprende, promove as ações que permeiam a vida

organizacional, não só no que tange ao desenvolvimento do próprio negócio –

responsabilidade de todos – como também o desenvolvimento das pessoas, tais como:

Comunicação e colaboração: a comunicação flui em todas as direções, trabalha-se

em grupo, existe colaboração da equipe.

Solução de Problemas: sabe-se reconhecer, definir e implementar soluções criativas

aos problemas, gerando novas idéias e checando resultados.

Conhecimento Tecnológico: utiliza-se tecnologia para que haja conexão com a

equipe, através de pesquisas e benchmarking.

Desenvolvimento de Liderança: promove-se uma atitude pró-ativa do

desenvolvimento da carreira, o que extrapola apenas um plano de treinamento.

Na empresa que aprende, existe uma cultura baseada na mudança, tem-se a

preocupação em tornar o centro de referência, ou seja, um lugar de construção de

conhecimento, onde há espaço para as inovações.

A visão holística possibilita que a empresa como um todo tenha integrados sentimentos,

missões, percepções que definem a identidade da Empresa. Alguns conceitos

sintetizam e regem a empresa com visão holística como:

� A estrutura é baseada em pessoas.

� O cliente é o centro do negócio.

� O trabalho do grupo prevalece.

� O espírito de cooperação rege a empresa.

� A transparência permite que as pessoas conheçam e participem das estratégicas

e das metas da empresa.

� A gerência tem habilidades técnicas, humanas e conceituais.

� A comunicação flui em todos os sentidos.

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� A motivação vem do atendimento às necessidades.

� Os talentos são valorizados.

� Lucratividade e meio-ambiente são compatíveis.

� As oportunidades são potencializadas.

5.1 O CONHECIMENTO DA ORGANIZAÇÃO

A estrutura ou modelo organizacional delineia as características do modelo de gestão

de pessoas dominante na empresa.

Para gestores profissionais de tomada de decisões, o conhecimento da organização –

principalmente daquela em que atuam – é mais do que um exercício teórico. Para eles,

conhecê-la e orientá-la é requisito essencial de sobrevivência.

5.1.1 Instrumentos para conhecer a organização

Uma estrutura departamental, explicitamente orientada para cadeia de comando e

controle, implica um modelo igualmente segmentado e restritivo. À iniciativa limitada, à

ordem superior, ao manual de procedimentos, à ação voltada para os objetivos setoriais

sem perspectiva sistêmica nem do conjunto da empresa corresponde determinada

forma de remunerar, capacitar e recrutar pessoas.

Por outro lado, uma estrutura matricial, por unidades de negócios ou em rede, demanda

práticas de recursos humanos através das quais se perceba a empresa como uma

totalidade. A remuneração não pode estar vinculada exclusivamente ao cargo ocupado,

o processo de treinamento deve incentivar a visão sistêmica da organização e o

recrutamento deve ser feito dentro de um perfil de competências que atendam ao

conjunto da corporação, e não são as demandas da unidade em que a pessoa irá atuar.

Page 17: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

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De uma maneira genérica, os instrumentos de trabalho de uma organização são

denominados ANÁLISE ORGANIZACIONAL.

5.1.2 A cultura organizacional

A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças

estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por

todos os membros da organização. Ela refere-se ao sistema de significados

compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais.

Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização. A

essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus

negócios, a maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia

ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso

por seus funcionários com relação à empresa. A cultura organizacional representa as

percepções dos dirigentes e funcionários da organização e refere-se a mentalidade que

predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das

pessoas.

Parece evidente também quanto à cultura organizacional interfere e, ao mesmo tempo,

recebe a influência do modelo de gestão de pessoas de uma organização. Edgar

Schein, um dos autores mais citados nessa área, define a concepção de trabalho e o

valor conferido ao ser humano como pressupostos nucleares e fundamentais da cultura

de um grupo. Um dos principais papéis do modelo de gestão é reforçar e reproduzir

esses pressupostos na cultura organizacional, diferenciando e moldando padrões de

comportamento.

É relativamente fácil perceber isso no dia-a-dia das organizações. Nas empresas,

aqueles que trabalham em determinadas áreas ou profissões são considerados seres

humanos diferentes dos outros. É assim que engenheiros são valorizados que

profissionais de escritório em empresas metalúrgicas e de mineração – como

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demonstrou Fleury (1986) em seu estudo sobre a cultura organizacional de uma das

maiores empresas brasileiras desse setor de atividade.

A cultura organizacional vai estar presente de maneira explicita através da missão,

objetivos, visão da empresa, por exemplo, ou de forma implícita no modo de vestir, na

maneira de comunicar, no layout dos escritórios, etc.

Wagner III (2000) aponta quatro importantes funções da cultura organizacional: dar aos

membros uma identidade organizacional, facilitar o compromisso coletivo, promover a

estabilidade organizacional e moldar o comportamento ao ajudar os membros a dar

sentido a seus ambientes.

Assim a cultura organizacional irá determinar grande parte dos comportamentos intra-

organizacionais como: as relações interpessoais, a comunicação, processo produtivo, a

busca da qualidade, entre outros e passando a exercer a função de “manter,

resguardar e engrandecer a organização” (FISCHER, 1996 P.68).

5.1.3 O Capital intelectual das organizações

Desde os primórdios, o capital intelectual manifesta-se em todas as ações da vida, nas

decisões e até mesmo na sobrevivência da espécie humana, e é a partir de bem pouco

tempo que as organizações e seus administradores vêm percebendo a sua influência e

suas implicações nos resultados empresariais. Os ativos intangíveis, como as

qualificações das pessoas, a tecnologia da informação e os incentivos à inovação, por

exemplo, podem desempenhar papel preponderante na criação de valor para a

empresa. Os sistemas tradicionais de mensuração não foram concebidos para lidar com

a complexidade desses ativos, cujo valor é potencial, indireto, dependente do contexto.

Os ativos baseados no conhecimento devem ser avaliados com extrema cautela,

porque seu impacto sobre o destino de qualquer negócio é tremendo. Para Sveiby

(2000) muito mais do que contribuir para a valorização total da empresa, o

conhecimento é a base da sua estrutura interna e externa. Para poder competir e

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enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais exigente, as empresas têm que

investir em recursos humanos. Drucker (1996) diz que os meios de produção, a base

tradicional do capitalismo, estavam, agora, nas cabeças e mãos dos trabalhadores.

O capital humano é a capacidade necessária para que os indivíduos ofereçam

soluções aos clientes. Este capital é necessário a uma organização, pois ela é a fonte

de inovação e renovação Quanto maior for a qualidade do seu capital humano, maior

tenderá a ser a eficácia da empresa frente aos seus clientes e concorrentes.

O capital estrutural é o valor que pertence à empresa. Fruto da inteligência humana e

baseia-se em pessoas dispostas a compartilhar, que é um ato voluntário. A liderança é

fundamental para o sucesso de sua gerência. Quanto mais se coloca capital intelectual

no capital estrutural, a organização tende a viver mais. É uma forma de socializar o

talento.

O capital de cliente é o valor dos relacionamentos de uma empresa com as pessoas

as quais negocia. STEWART (1998) acrescenta que é o capital de cliente que valoriza

os relacionamentos de uma empresa com as pessoas com as quais faz negócios e

conclui que o capital intelectual não é criado a partir de partes distintas dos vários

capitais, mas do intercâmbio entre eles.

O conceito de capital intelectual parece pecar pela inadequação da expressão, pois

parece paradoxal ligar-se o que por natureza é inerte e objeto de sofrer ação (o capital)

com o que por natureza é imaterial e agente de movimento (o intelecto), mesclando-se

fatores que de fato convivem nas células sociais, mas que possuem naturezas

diferentes.

O que na realidade existe é uma influência intelectual sobre o capital, não parecendo

adequado, pois o uso da expressão “capital intelectual” como um conceito científico ou

até mesmo empírico.

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Ainda hoje existem empresas, pessoas e organizações que escolhem produzir com

ações individuais, mas isso deve ser alterado com urgência, para que o conhecimento e

a informação não fiquem nas mãos de uma única pessoa, pois a saída desta pessoa da

organização pode implicar em amnésia organizacional. Por isso, as organizações não

devem deixar que o conhecimento fique nas mãos de uma única pessoa e vai embora

quando esta sair da empresa, causando prejuízo frente aos seus clientes e

investidores. Hoje o que está em moda é a palavra “time”. Muitas empresas estão

adotando e investindo nisso, pois um time possui objetivos comuns para atingir um

resultado. E, para isso, seus componentes precisam ter afinidades e competências que

se complementam.

Um time de trabalho é fundamentado em um conjunto de indivíduos, que associados

buscam uma ação comum, com um determinado fim.

As características do time estão relacionadas à sua maneira conjunta de visualizarem

objetivos e a produção de trabalho, seguindo sólidos atributos de:

- Mecanismo de trabalho – conduzindo discussões para chegar a um acordo sobre

como serão organizadas e realizadas tarefas específicas;

- Liderança afetiva – usado o senso de propósito e atitudes assegurando os objetivos,

e se compartilhada entre os membros, todos estarão comprometidos com o resultado

final;

- Relacionamento interpessoal – usando princípios primordiais e básicos (confiança,

cooperação e participação no processo de troca de informação, sentimentos e opiniões)

para um grupo que estará se pactuando, informalmente e abertamente por todos: a

manutenção permanente do bom relacionamento interpessoal;

- Relacionamento com a Empresa – usando a visão macro organizacional

(conhecimento geral da atividade da empresa) fundamental e necessária para qualquer

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time, é que procurará conhecer como e onde sua tarefa especifica comprometem e

cooperam com objetivos de outros times e com a organização.

A empresa é como uma árvore: se as suas raízes (o capital intelectual) forem fortes e

bem estruturados, onde haja junção do conhecimento de todos os que formam uma

organização, esta empresa irá dar bons frutos, ou seja, sua copa, suas folhas serão

bonitas e com isso atrairá clientes e fornecedores.

A Empresa voltada para o futuro deve manter-se atenta às mudanças internas e

externas que afetam seu ambiente. Portanto deve adaptar-se rapidamente a estas

mudanças de ambiente, possuindo a capacidade de alterar estratégias, planos de

marketing e produção, além da própria estrutura, garantindo que sua gestão mantenha-

se sempre atualizada para enfrentar os desafios, incertezas e instabilidades dos

cenários competitivos futuros. Esta dinâmica constitui-se na essência do aprendizado

organizacional.

Em algumas empresas isto implica em mudanças profundas, passando a ser um

enorme desafio quando nos deparamos com organização de sucesso, porém, os

cenários ensinam que o sucesso de hoje não garante a sobrevivência da Empresa no

futuro.

Capital intelectual é a soma de capital estrutural e humano, indica a capacidade de

ganhos futuros de um ponto de vista humana, capacidade de criar continuamente e

proporcionar valor de qualidade superior. Isto abrange todos os conhecimento de uma

empresa, relacionados às pessoas, projetos, patentes (registros) metodologias

sistemáticas, políticas e relacionamentos.

O Capital Estruturado é riqueza que existe na Empresa, quando os funcionários (capital

humano) vão para casa. Inclui marcas, manuais, estruturas organizacionais e listas de

clientes.

O Capital Intelectual alia as competências individuais ao conhecimento coletivo,

interligado para o desenvolvimento da organização. Diferentemente de outros recursos,

o Capital Intelectual apresenta dificuldades de quantificar, medir ou classificar o seu

valor, sendo um desafio para a gestão do conhecimento. Por que isto? O conhecimento

tem relação direta com a experiência das pessoas e com as informações adquiridas ao

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longo do tempo. Complicado será garantir a utilização do conhecimento armazenado, e

a consciência do papel do capital humano e sua importância como participante afetivo

nos processos de Gestão do Conhecimento.

Em uma Organização existem algumas variáveis pertinentes ao tipo de negócio e o

respectivo setor da economia para compor o seu Capital Intelectual, tais como:

• Variáveis para o cumprimento de suas metas e missão;

• Variáveis relacionadas de modo a se obter um conjunto finito e priorizado;

Variáveis de uma análise crítica desta seleção de varáveis quanto à viabilidade de

mensuração, que inclui a avaliação das fontes de informação. Esta mensuração do

Capital Intelectual pode ser útil para a gestão de uma Organização que trata o

conhecimento como principal recurso de seu negócio.

5.2 CONCEITO DE ANÁLISE ORGANIZACIONAL

Trata-se de um processo de coleta, sistematização e interpretação de dados para se

obter o conhecimento de uma Organização.

5.2.1 Análise e diagnóstico organizacional

Estes dois conceitos guardam, entre si, a relação de processo-produto, isto é: o

Diagnóstico Organizacional é o próprio resultado da Análise Organizacional. Na prática,

é impossível se fazer tal separação, que, aliás, tem cunho meramente didático e formal.

5.2.2 Foco da análise organizacional

A Análise Organizacional conduz ao estudo dos conteúdos das mais relevantes para a

compreensão de seu objetivo;

Page 23: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

23

Os mais importantes são:

- o histórico das organizações;

- os seus valores grupais;

- os seus esquemas de poder;

- as regras de conduta vigentes no seu interior;

- a estrutura e o funcionamento da organização.

5.2.3 Enfoques da análise organizacional

Atualmente têm-se três formas de abordagem à Organização:

- Grupo humano;

- Teoria dos Sistemas;

- Processos compostos por funções que harmonizam dentro de uma Estrutura.

Uma parte substancial daquilo que tem refletido, pesquisado e escrito sobre as

Organizações, tem como foco principal o fato de serem elas os Grupos Humanos.

A “Organização” não existe em si mesma, mas é formada a partir de pessoas, sem as

quais ela se reduz a uma simples coleção de móveis, máquinas, e documentos

arquivados. Enquanto Grupos Humanos, as Organizações assumem características

bastante especiais.

Uma das tendências encontradas na literatura sobre a Análise Organizacional

caracteriza-se pela aplicação do “modelo dos sistemas” às Organizações.

Uma Organização pode ser definida como um conjunto estruturado de componentes

autônomos e independentes que interagem de acordo com um plano para atingir um

determinado fim. Toda Organização produz seus bens ou serviços combinando e

processando insumos, sejam eles tangíveis ou intangíveis.

Ao fim do processo Analítico, deve-se chegar ao conhecimento:

Page 24: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

24

- Dos rumos da organização;

- Das suas necessidades gerais;

- Das suas forças e fraquezas, e,

- Das suas prioridades.

5.3 ANÁLISE ORGANIZACIONAL E A FUNÇÃO DE COMANDO

Na verdade, a função de comando exercida dentro das organizações produtivas cumpre

a finalidade de definir rumos e estabelecer prioridades para o atendimento das

necessidades gerais do negócio.

Daí resulta que todo gestor é, necessariamente, um Analista Organizacional que,

mesmo sem saber, utiliza-se – bem ou mal – de instrumentos de compreensão e

previsão do negócio em que trabalha.

5.3.1 Os objetivos do grupo organizacional

Na maioria das vezes os objetivos do Grupo Organizacional são fixados sem levar em

conta as expectativas e desejos individuais ou coletivos dos seus componentes.

Em uma organização, o processo decisório do qual surgem os objetivos é sempre uma

clara manifestação de exercício do Poder, no qual as opções são tomadas ou por ato e

vontade daqueles que tem condições de controlar o comportamento das demais, ou por

simples reação forçada pelas contingências às quais a Organização está submetida.

Caso o Empreendimento seja gerido por alguma preocupação de envolvimento dos que

dele participam, depois de fixados os objetivos e definidas as metas a alcançar no

tempo, faz-se um trabalho de comunicação e persuasão, de forma a comprometer o

maior número possível de pessoas no atingimento do estado organizacional desejado.

O grupo organizacional hierarquicamente caracteriza-se em linhas gerais da seguinte

forma:

Page 25: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

25

• Finalidade da Estrutura Hierárquica

Encontra-se aqui uma das grandes contradições do grupo organizacional, pois todos

eles procuram conferir um caráter de funcionalidade e serviço à sua hierarquia.

Na verdade, porém, encontra-se com extrema freqüência casos de utilização da

estrutura hierárquica como forma de amortecimento de tensões interpessoais,

acomodação de interesses, ou ainda, aproveitamento de oportunidades.

• Rigidez

O grupo organizacional classifica-se como rígido na sua estrutura hierárquica, funciona

como o chamado “princípio-do-chefe”.

• Renovação

O grupo organizacional tem uma hierarquia auto-renovada, cujo “lócus” decisório

encontra-se nela mesma, ainda que os seus pontos superiores situem-se fora da

Organização, como por exemplo, acontece nas burocracias estatais e multinacionais.

5.3.2 As metas organizacionais

Possivelmente, a exigência de objetivos não garante à Organização a passagem de seu

estado atual para seu estado desejado.

É preciso que o atingimento destes objetivos as faça paulatinamente, pela condução do

grupo a estágios intermediários e sucessivos no tempo.

Esses estágios intermediários e sucessivos no tempo são as Metas Organizacionais.

A função de comando se expressa de maneira crítica na fixação as metas que,

sucessivamente atingidas no tempo, garantirão a sobrevivência e o desenvolvimento do

negócio.

Page 26: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

26

Porém, fixar metas e orientar esforços para seu atingimento é uma das maiores

dificuldades do gestor. As metas são permanente fonte de conflitos, posto que sua

concepção entram fortemente os estilos de gestão, as expectativas individuais, bem

como a percepção individual de prioridades.

Acontece que, o exercício da função de relacionamento interpessoal, isto é, em uma

intricada rede de Comportamentos Humanos.

A comunicação em sentido lato abrange não somente a verbalização, mas qualquer

forma de transmissão de informação, como a escrita, o silêncio, a música, a arte, a

pintura, os gestos, a postura, entre outros.

Aristóteles quando ensinava sobre a retórica apontava a necessidade de olharmos para

três dimensões: quem fala, o discurso e a audiência.

A comunicação já é um processo muito complexo, mas quando explorada sob a

perspectiva organizacional, o número de variáveis interferentes multiplica-se e algumas

ganham uma maior relevância como a cultura da organização e a relação entre o

emissor e o receptor ou como também é comum nas organizações se vêem no

imperativo de reestruturarem sua comunicação (seja ela interna ou social) adotando um

padrão moderno aproximando suas ações e o discurso empresarial, em busca de um

patrimônio de caráter simbólico constituído pela imagem, reputação, credibilidade,

legitimidade e aceitação.

5.3.3 Os problemas da comunicação nas organizações

Diante da comunicação organizacional, emerge os problemas de comunicação.

Habermas (1989) propõe que os problemas de comunicação surgem por uma situação

de fala distorcida, onde os participantes do ato comunicativo encontram-se em posições

desiguais de poder e conhecimento de informações, onde no âmbito prático encontrar-

se-á a complacência a idéias errôneas e falsas opiniões.

Page 27: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

27

Freud, baseado a teoria psicanalítica, demonstra que, através de mecanismos

inconscientes (como condensação e deslocamento), os desejos dos indivíduos são

transmitidos no ato comunicativo através dos lapsos, tiradas espirituosas, chistes,

piadas, esquecimentos e troca (de nome, horário, etc.).

Uma Organização de grande porte utiliza pelo menos 10 meios de comunicação, com a

intenção de se complementarem e podem-se dividir, em três dimensões, uma virtual,

indireta e de surgimento recente através de meios de comunicação como e-mail, chats

e intranet; pelo ambiente hierárquico, formal e burocrático, utilizando-se como meios:

reuniões, quadros de aviso, memorandos e telefone e através da dimensão simbólica,

autêntica e velada da comunicação informal dos comportamentos contraditórios e da

sexualidade no trabalho.

5.3.4 Organizações e Competências

O conceito de competência no contexto organizacional começou a ser elaborado sob a

perspectiva do individuo. McClelland (1973), publicou o artigo: Testing for Competence

rather than Inteligence que, de certa forma, iniciou o debate sobre competências entre

os psicólogos e administradores nos Estados Unidos. A competência segundo este

autor, é uma característica subjacente a uma pessoa que pode ser relacionada com

desempenho superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação. Ele

diferencia, assim, competência da tríade aptidões/habilidades/conhecimentos.

Há também a confirmação de que o sentido da palavra competência tem a sua origem

associada às mudanças ocorridas a partir da década de 80, que levaram ao aumento

da complexidade do trabalho e à necessidade crescente de se lidar com as

contingências.

Conforme Dutra e Hipólito e Silva (1998), competência é um conjunto de qualificações

que permite que um indivíduo tenha um desempenho superior em situação de trabalho.

Levy-Leboyer (1997), defende que as competências estão vinculadas a uma tarefa,

uma atividade determinada ou a um conjunto de atividades. Elas são conseqüências da

Page 28: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

28

experiência e constituem saberes articulados, integrados entre elas e, de alguma forma,

automatizados, na medida em que a pessoa competente mobiliza este saber no

momento oportuno, sem ter necessidade de consultar regras básicas nem de perguntar

sobre as indicações de tal ou qual conduta.

Buscando uma síntese para o conceito, pode-se observar no trabalho de Bitencourt

(2001), que as competências estão relacionadas basicamente a um dos aspectos

seguintes: desenvolvimento de conceitos, habilidades e atitudes (formação);

capacitação (aptidão); práticas de trabalho, capacidade de mobilizar recursos (ação);

articulação de recursos (mobilização); busca de melhores desempenhos (resultados);

questionamento constante (perspectiva dinâmica); processo de aprendizagem individual

no qual a responsabilidade maior desse processo deve ser atribuída ao próprio

indivíduo (auto-desenvolvimento). Relacionamento com outras pessoas (interação).

Dentro dessa perspectiva, entende-se competência como um conceito que engloba o

auto-desenvolvimento, práticas voltadas ao ambiente externo da empresa e auto-

realização.

5.3.5 Gestão por competências

A gestão de competências tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente

corporativo. A tríade formada por Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (C.H.A.)

abrange o profissional em todos os aspectos de sua atuação. Quando a empresa

consegue entender quais elementos da tríade CHA necessita para atingir suas metas,

ela tem em mãos um poderoso ferramental para promover a melhoria de seus

colaboradores, em função destas competências.

O sucesso na implementação deste tipo de gestão depende de uma metodologia de

estudos de processos, aliada a um mapeamento das competências que estes exigem.

Só assim é possível definir a tríade CHA que cada funcionário (ou grupo destes)

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29

necessita, estabelecendo critérios claros para avaliação, promoções e bonificações,

além de treinamentos específicos, que visem melhorar a performance individual.

Saber os requisitos de competências para cada posição nos processos da empresa

possibilita entender a adequação de cada colaborador a sua função. Neste escopo, a

Avaliação 360º mostra-se como a ferramenta mais adequada, pois ela obtém

informações sobre um funcionário, de diversas fontes internas e externas, tornando

possível mapear as pessoas da organização.

A gestão de competências permite o contínuo aperfeiçoamento dos Conhecimentos,

Habilidades e Atitudes de cada colaborador, alinhando isto aos requisitos de suas

funções, dentro do processo da empresa. Ela leva em conta o fator humano, que

permeia todas as atividades organizacionais.

A introdução de novos conceitos de gestão surge como exigência de renovação das

técnicas de realização e controle sobre o trabalho em um contexto em crise de

eficiência, evidenciada por conflitos de modernidade em alguns aspectos (por exemplo:

uso intenso de tecnologias modernas de processo de produção) e de atraso em outros

(por exemplo: sistema de gestão de recursos humanos criados há meio século). Neste

sentido, o sucesso e a sobrevivência das organizações, são funções de seu

comportamento em relação às mais diversas forças, tanto de seu ambiente interno

quanto externo e, para ajudá-las a serem bem sucedidas nestas relações, a gestão

eficaz de pessoas torna-se imprescindível.

Em resposta a esse cenário e considerando os conceitos de competência, surge o

modelo de gestão empresarial por competência para a gestão das Organizações, com

um grande apelo retórico de seus defensores.

Para Fleury e Fleury (2000), o conceito de competências organizacional tem suas

raízes na abordagem da Organização como um portfólio de recursos (recurse based

view of the firm). Esta abordagem considera que toda empresa tem um portfólio: físico

Page 30: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

30

(infra-estrutura), financeiro, intangível (marca, imagem, etc.). organizacional (sistemas

administrativos, cultura, organizacional) e recursos humanos. Nessa ótica, a definição

das estratégias competitivas deve começar com um entendimento profundo das

possibilidades estratégicas dadas por esses recursos. Aqui a vantagem competitiva é

derivada da exploração das oportunidades e tendências encontradas no mercado e nos

competidores. A competitividade da organização é determinada pela inter-relação

dinâmica entre as competências organizacionais e a estratégia competitiva.

Dessa forma, as competências são formadas a partir de recursos e as estratégias são

elaboradas a partir de grupos de recursos (competências essências); a implantação da

estratégia gera novas configurações de recursos e novas competências que, por usa

vez, irão influenciar novamente a formulação de estratégia.

Zarfian (2000) distingue diversos conteúdos em relação às competências

organizacionais que acabam por configurar áreas de desenvolvimento de competências

para as pessoas:

a) competência sobre processos, que são conhecimentos sobre o processo de

trabalho;

b) competências técnicas, que são os conhecimentos específicos sobre o trabalho

que deve ser realizado;

c) competências sobre a organização, que dizem respeito, a saber, organizar os

fluxos de trabalho;

d) competências de serviço, que buscam aliar a competência técnica a avaliação

do impacto que este produto ou serviço terá sobre o consumidor;

e) competências sociais, que dizem respeito ao saber ser, incluindo atitudes que

sustentam o comportamento das pessoas.

Page 31: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

31

Podemos então, dizer que a organização possui diversas competências

organizacionais, localizadas em diversas áreas.

5.4 O ELO ENTRE AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES

Como já vimos, todos os processos presentes na empresa deve ter foco no processo de

mudanças. Segundo Boog (1999), as pessoas criam elos de identificação com a

Empresa. Isso acontece quando a essência do individuo encontra-se com a essência

da Empresa, nos valores, na cultura ou no caráter da empresa, o que permite ao

individuo se ver cumprindo sua missão de vida através da empresa.

Com isso, têm-se das pessoas – sejam funcionários ou colaboradores da Empresa:

Motivação: há a sensação de bem-estar no ambiente de trabalho. O indivíduo sente-se

respeitado como ser humano e pode expressar seus sentimentos.

Dedicação: É resultado do primeiro fator na esfera do fazer e do agir.

Sentimentos de Segurança: é a relação que existe com a segurança de salários e

benefícios. E também o que insere a Empresa dentro do contexto do mercado dando

uma perspectiva real.

Ainda, considerando dificuldades e complexidades envolvidas nesse processo, uma

visão estratégica de treinamento e comunicação prevê o desafio de se desenvolverem

ações conjuntas para promover motivação, dedicação e empregabilidade.

Page 32: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

32

5.5 A ERA DO CONHECIMENTO E O MOMENTO EMPRESARIAL

A competitividade exige a preparação organizacional para o novo cenário global.

Depois das últimas duas décadas de desenvolvimento do potencial da informática e de

ferramentas técnicas, desfrutamos de todas as vantagens e recursos.

A agilidade ou maior eficiência de um equipamento não traz mais mudanças como já

fizeram e as próximas grandes diferenças irão ficar sob responsabilidade dos

profissionais.

Além disso, hoje os consumidores têm fácil acesso aos produtos e opções ilimitadas de

escolha e alternativas. Avaliam-se facilmente vantagens e desvantagens dos produtos

num mercado aberto e transparente.

As empresas precisam desenvolver sua capacidade de inovação e da geração de

novas idéias, que passa a ser, então, um dos maiores ativos da Empresa.

Desenvolver o pensamento estratégico, pesquisar o ambiente, a concorrência e todas

as fontes de informação, serão determinantes para a Empresa entender e se impor nos

mercados em que atua.

Isso deve ser responsabilidade de todos e deve motivar a Empresa a buscar a parceria

entre áreas de recursos humanos, especificamente através de suas estratégias de

treinamento, e da área de comunicação, uma vez que são áreas relacionadas ao clima

e às mudanças organizacionais.

5.5.1 Gestão do conhecimento

Hoje em dia, o mundo globalizado nos oferece milhares de informações divulgadas e

acessíveis através de diversos meios. Ter controle, facilidade de acesso e manter um

gerenciamento integrado sobre essas informações passou a ser um diferencial para

Page 33: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

33

que se possa atingir objetivos desejados e atualmente, gerenciar as informações

passou a não ser mais suficiente, e de uma maneira integrada e relacionada, passou-

se a falar de gerenciamento ou Gestão de Conhecimento. Entende-se por

conhecimento a informação interpretada, ou seja, o que cada informação significa e que

impactos no meio cada informação pode causar, de modo que a informação possa ser

utilizada para importantes ações e tomadas de decisões. Sabendo como o meio reage

às informações, pode-se antever as mudanças e se posicionar de forma a obter

vantagens e ser bem sucedido nos objetivos a que se propõe.

Em uma definição resumida pode-se dizer que Gestão do Conhecimento é um processo

sistemático, articulado e intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e

apropriação de conhecimentos, com o propósito de atingir a excelência organizacional.

5.5.2 Objetivos do conhecimento

� Tornar acessíveis grandes quantidades de informação corporativa, compartilhando

as melhores práticas e tecnologias;

� Permitir a identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e informações

ligados a qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos (Memória

Organizacional);

� Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o estabelecimento de

vantagens competitivas;

� Dar vida aos dados, tornando-os utilizáveis e úteis, transformando-os em informação

essencial ao nosso desenvolvimento pessoal e comunitário.

� Organiza e acrescenta lógica aos dados de forma a torná-los compreensíveis.

- Conhecimento explícito: trata da experiência profissional de cada pessoa, somada

ao seu histórico de aprendizado e formação, etc. Pode ser medido e identificado e

principalmente difundido e divido.

Page 34: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

34

- Conhecimento implícito: associados à personalidade, não é facilmente medido. Está

relacionado a habilidades, atitudes, talento individual e é de difícil e complexa

transmissão.

5.5.3 Gestão de talentos humanos

A Gestão do conhecimento, ou como algumas Empresas preferem a Gestão de

Talentos Humanos, inclui gerir as competências, a motivação, criatividade, posturas e

atitudes, educação e todas as outras questões organizacionais.

Cabe a essa liderança desenvolver ambientes em que haja clareza de expectativas,

acesso aos recursos necessários para a realização do trabalho, uso das melhores

habilidades de cada profissional, reconhecimento, estimulo ao desenvolvimento,

sintonia com a missão de Empresa, compromisso com a qualidade, espaço aberto ao

crescimento e aprendizado.

Os líderes devem ser como consultores que facilitam o acesso às metodologias de

aprendizado e não ao conteúdo. Lideram, na verdade, o processo do aprender a

aprender, dando ênfase aos aspectos comportamentais e disponibilizando as pessoas

para as mudanças, o que é em si mais importante do que as soluções técnicas.

O cerne da questão do conhecimento organizacional é que ele deve ser compartilhado

e institucionalizado.

O importante é atrair, reter e maximizar a equidade intelectual disponível dentro da

Empresa como acredita Boog (1999).

Sensibilizar e estimular as Empresas a trabalhar de forma integrada é um dos grandes

desafios, pois valores e serviços tornam-se fundamentais. Outro desafio é influenciar as

pessoas a colocarem o seu conhecimento, as experiências de trabalho disponível na

rede interna.

Isso somente será possível se os funcionários não se sentirem ameaçados.

Page 35: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

35

À liderança cabe identificar os elementos que geram conhecimento, incentivar a criar

valores. Cabe ainda multiplicar estas práticas, criando um ambiente aberto ao

desenvolvimento de idéias ou a reorganização das que já se tem há tempo.

A inovação é um empreendimento, e como tal, demanda ser inspirada, protegida,

nutrida com autonomia e recursos como: tempo, pessoas e capital.

5.6 O CONCEITO DE PODER E COMANDO DE PESSOAS

Existem múltiplas e inúmeras tentativas de verbalização sintética do conceito de poder.

Para os propósitos da Análise Organizacional, e ainda que ocorrendo o risco de

simplificar demasiadamente a abordagem, pode-se dizer que:

Poder é a capacidade que um indivíduo possui de controlar o comportamento de

outrem, independemente da vontade deste.

Factualmente, nas organizações produtivas, todo poder emana do subgrupo que detém

o controle sobre os meios de produção: os donos do capital nas sociedades

capitalistas; a facção que o controla o Estado nas sociedades coletivistas.

Uma forma alternativa de exercer, indiretamente o poder é a detenção de

conhecimentos técnicos necessários à operação e à administração do

empreendimento.

O exercício de poder pela detenção de conhecimentos técnicos não requer que o

indivíduo receba qualquer tipo de delegação pelos que controlam os meios de

produção.

Outra forma de controlar o comportamento de pessoas no interior da organização é

estar próxima daqueles que detêm o poder.

Page 36: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

36

O exercício de poder por proximidade é o que mais conturba a vida da Organização,

posto que, obviamente trata-se de uma forma não explicita e, freqüentemente,

camuflada, de deter controle sobre o comportamento de terceiros.

O exercício de poder pelo controle de informação freqüentemente deriva para a

formação de subgrupos mais ou menos secretos, os quais, para manter seu esquema

de influenciação sobre os tomadores de decisão, apelam para comportamentos anti-

sociais ou para a supervalorização de informações pouco relevantes, ou, ainda, para a

pura e simples manipulação dos dados aos quais têm acesso privilegiado.

Dada à extrema instabilidade de seus arranjos sociais, há também uma grande

mobilidade nos Centros decisórios das Organizações Produtivas.

Mesmo nas Empresas Privadas em que o poder emana do controle sobre os meios de

produção, a capacidade do mercado de sancionar a organização faz com os Centros

Decisórios estejam em permanente atenção a seus desejos e manifestações.

Sendo assim, a única garantia de estabilidade é a capacidade de perceber,

compatibilizar e atender expectativas.

Vale dizer: Toda a estabilidade no exercício do poder deriva de quem o exerce e presta

ao grupo organizacional.

Em seu sentido genérico, “comando é o atributo, ou potencialidade de quem tem

Poder”. Significa, portanto, algo que distingue os membros da organização que têm a

capacidade de controlar, formal e diretamente, o comportamento dos demais.

No sentido mais restrito, “comando designa o atributo efetivo de determinados postos

dentro da estrutura organizacional”.

Page 37: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

37

A idéia central que orienta qualquer estudo sobre comando na Organização Moderna é

a articulação de pessoas nos processos.

A organização tem em seu interior um conjunto claro de atividades, sem as quais seus

produtos não são produzidos. De cada uma desta atividades, deriva uma série de

tarefas afins, as quais devem necessariamente ser executadas, para que todo o

Sistema Organizacional funcione conforme seus padrões.

Ocorre que tarefas são executadas por pessoas que necessitam de orientação para

fazê-lo. E, daí, a função do comando: Um conjunto de trabalhos voltados para orientar

os esforços das diversas pessoas que intervêm ao longo do processo produtivo.

Para que tal conteúdo de trabalho tenha êxito àquele que o exerce é dada à autoridade

sobre os que lhe são subordinados.

O comando de pessoas significa levar os subordinados a emitirem na situação de

trabalho apenas os comportamentos que são considerados adequados pela

organização.

Sendo assim, a ação de comando trata de persuadir, ou obrigar, os integrantes de uma

dada força de trabalho a fazerem, respectivamente o que a Organização espera que

façam, no momento oportuno e conforme o padrão de desempenho.

6 O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES

Os modelos de Organizações mudaram pouco em um século, os indivíduos eram

anteriormente vistos como peças de engenharia passíveis de perfeição, exatidão e

eficiência total. Administração implicava no controle respaldado no poder da autoridade.

Assegurava que os erros jamais acontecessem. Este modelo tornou-se caro em termo

de controle e inibidor da criatividade por desprezar o conhecimento explicito.

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38

Em outro momento, as constantes e rápidas mudanças sociais e econômicas

procuravam nas pessoas, a busca de respostas e soluções nas suas habituais fontes

de liderança, sem, contudo, obtê-las satisfatoriamente , posto que o Líder não é o todo

poderoso, dono da única verdade, nem tão pouco um mago ou sábio com fórmulas

prontas e respostas a todas as perguntas, porém dele se exige compreender que a

formação não esta no poder e sim onde esta a consciência (CHIAVENATO, 2002)

Durante várias décadas os especialistas em Comportamento Humano investiram

tempo, talento e dinheiro procurando identificar quais os trações dominantes na

personalidade do Líder, com o objetivo de ter um quadro de forma a identificar com

clareza o “líder nato”, bem como treinar aqueles que tivessem potencial para a

liderança.

A liderança, por sua vez, consiste na capacidade de influenciar as pessoas em

diferentes situações e contextos. Ocorre em grupos de diversos segmentos, onde o

processo de comunicação entre as pessoas funciona como norte para consecução dos

objetivos almejados. De acordo com Guimarães (2002), o papel da liderança nas

organizações fundamenta-se, em síntese, em articular as necessidades demandadas

das orientações estratégicas em harmonia com as necessidades dos indivíduos,

orientando as necessidades de ambas as partes na direção do desenvolvimento

institucional e individual.

Quando exercida com excelência a liderança estimula o comprometimento dos

indivíduos, conduzindo-os a altos desempenhos, o que certamente gera resultados

positivos crescentes para a organização.

A liderança exerce influência direta sobre as pessoas, quando da sua aceitação.

Impulsiona o grupo liderado aos objetivos da Empresa, o que certamente promoverá

ações para tornar a equipe eficaz e preparada para o desafios. Neste contexto, os

lideres devem sempre buscar dar assistência e orientação à sua equipe, preocupando-

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39

se com seu desenvolvimento, com a auto-estima do grupo, com o senso de realização

das pessoas, escolhendo os melhores caminhos e melhores soluções para o bem estar

daqueles que nela trabalham e colaboram.

Na busca da excelência empresarial, verdadeiros lideres estão adotando um novo

modelo de gestão, através da prática de filosofias de trabalho, que preconizam levar os

indivíduos a um estado de alta motivação no ambiente organizacional.

6.1 O LÍDER NAS ORGANIZAÇÕES

Garantir o funcionamento de uma estratégia competitiva é tornar todos os

colaboradores da organização seus donos. É colocar em prática as ações que muitas

vezes só exprimem valor no papel ou nas apresentações pirotécnicas. Para isso a

liderança tem papel fundamental na construção da missão organizacional,

disseminação dos objetivos, metas e meios para se atingir os resultados esperados,

cabendo ao principal líder da empresa, o presidente, assumir tal responsabilidade. É o

presidente da empresa quem deve ter a disposição para efetuar escolhas e enfrentar os

conflitos decorrentes das mesmas.

Como toda estratégia está baseada em escolhas e estas sempre carregam restrições, é

preciso que o líder entenda e defina quem fica de fora do jogo e como a empresa irá

lidar com essa condição, inclusive no caso de clientes.

A estratégia exige comando e para liderá-la é preciso ter a capacidade de atrair e

conduzir seguidores. Por isso, o líder carrega o peso de definir e tornar executáveis as

estratégias de competitividade que a empresa irá utilizar para garantir a sustentação de

seus resultados ao longo do tempo.

Cabe-lhe a incumbência de influenciar seus colaboradores e de alinhar seus

respectivos processos com os objetivos propostos pela organização. Daí é fácil

Page 40: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

40

compreendermos a importância do líder como agente de direcionamento organizacional

e das pessoas como executoras dos processos principais decorrentes deste

posicionamento.

Alinhar os processos aos objetivos da empresa, juntamente com o desenvolvimento das

competências essenciais é a base para a implementação bem sucedida de uma

estratégia. Trata-se de liderança, alinhada a ações educacionais eficazes que

incorporarão a estratégia à cultura organizacional.

Duas habilidades básicas devem estar presentes nos líderes para tornar eficaz a

implementação de estratégias: as habilidades humanas e as habilidades conceituais.

As habilidades humanas representam a capacidade de interagir com as pessoas,

comunicar-se de forma clara, motivando os colaboradores e valorizando os resultados

obtidos. As habilidades conceituais referem-se à capacidade de olhar o todo, ter uma

visão sistêmica dos processos e de suas interações com o meio externo (mercado,

clientes, governo...).

A transição entre as visões da alta direção e sua realização tem sido o principal desafio

das empresas. Se por um lado diretores e presidentes de empresas estão sensíveis à

fazer algo diferente mediante as pressões do mercado, as mudanças ou novos

posicionamentos ficam estancados apenas no discurso inicial, às vezes inflamado, mas

sem nenhuma eficácia.

O mesmo pode acontecer com as estratégias: tudo muito bonito nas primeiras reuniões,

mas pouco efeito prático sobre os processos.

Existem duas características nas lideranças que devem ser combinadas para que a

implementação da estratégia competitiva seja efetiva. A primeira é a característica do

líder de idéias, cuja capacidade de articulação e de carisma é muito alta. Tem grande

poder de mobilização das pessoas, mas encontra dificuldade em executar as ações, em

estabelecer os “comos”.

Page 41: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

41

Em contrapartida, existem líderes com extrema capacidade de executar projetos,

mesmo que não sejam inspirados ou tenham o melhor discurso. Sua principal

habilidade é a de “pôr a mão na massa”, “fazer acontecer”.

Estas duas características são importantes na implementação de uma estratégia,

porém, a predominância do estilo “pôr a mão na massa” é a mais eficaz neste caso.

Nesta óptica a liderança é um processo contínuo de escolhas que permitem a

Organização, atingir os seus objetivos, num ambiente interno e externo hostil e em

constante mutação.

6.1.1 Aspectos da personalidade do líder

Esta abordagem enfatiza os atributos pessoais dos líderes. Alguns traços individuais

que parecem estar relacionados ao sucesso da liderança são alto nível de energia,

tolerância ao stress, maturidade emocional, integridade e autoconfiança.

A maturidade emocional significa que um líder é menos autocentrado, tem mais

autocontrole, tem emoções mais estáveis e é menos defensivo.

A integridade significa que o comportamento da pessoa é mais compatível com os

valores expressos e que a pessoa é honesta e digna de confiança.

A autoconfiança torna um líder mais persistente na conquista de objetivos difíceis,

apesar de problemas e reveses iniciais.

A motivação é um aspecto da personalidade relacionada à eficácia do líder. Segundo

McClelland e Boyatzis (1982) identificam três motivos para a liderança:

Page 42: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

42

• Necessidade de poder – gosto de influenciar as pessoas e eventos, procura

de disposições de autoridade;

• Necessidade de realização – gosto por alcançar um objetivo desafiador ou

realizar uma tarefa difícil, ambicionar sucesso a carreira;

• Necessidade de aplicação – gosto por atividades sociais e procura por

relacionamentos próximos das pessoas.

6.1.2 Poder e influência

O poder de um líder é importante, não apenas para influenciar subordinados, mas

também para influenciar colegas, superiores e pessoas fora da organização. A

liderança surge pelo uso de poder e de influência exercidos por uma pessoa num

grupo.

Esta abordagem se respalda em duas teorias imprescindíveis para a pesquisa de uma

liderança eficaz e são elas:

• O Poder e a Eficácia do Líder – French e Raven (1960) distinguem 05 tipos de

poder:

1. Poder de recompensa: que é a capacidade de uma organização oferecer

incentivos positivos para um comportamento desejado. O poder de recompensar um

funcionário é definido por sanções formais inerentes a um papel de superior;

2. Poder de coerção: onde a organização pode punir um funcionário por

comportamento indesejado. Essa capacidade de punir é também por sanções

formais inerentes a uma organização;

3. Poder legítimo ou da posição: está ligado ao conceito de autoridade, isso significa

que o funcionário acredita que o poder que a organização tem sobre ele é legítimo;

Page 43: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

43

4. Poder do especialista ou do conhecimento: toda a fonte de poder está

relacionada com a experiência percebida, o conhecimento ou a habilidade de uma

pessoa;

5. Poder pessoal ou referente: é um poder mais abstrato, que tem como fonte as

qualidades pessoais de referência, um funcionário pode admirar o outro, pode querer

ser como essa pessoa e pode querer que ela goste dele.

• Teoria da Relação Líder-Membro – essa teoria postula que os líderes diferenciam

seus subordinados em termos de:

1. Competência e habilidade;

2. Grau de confiança que eles merecem;

3. Motivação para assumir maior responsabilidade na unidade.

6.2 ABORDAGEM SITUACIONAL

A abordagem situacional enfatiza a importância de fatores contextuais, tais como a

autoridade e o discernimento do líder, a natureza do trabalho realizado pela unidade do

líder, as atitudes em termos de fatores situacionais que promovem a ocorrência da

liderança.

A teoria do Caminho-Meta, de House (1971), vem dizer que os líderes motivam um

melhor desempenho dos subordinados agindo de maneira que os influencie a acreditar

que os resultados importantes podem ser alcançados por meio de um esforço

concentrado. Aspectos da situação, como a natureza da tarefa, o ambiente de trabalho,

os atributos subordinados determinam a quantidade de otimização de cada tipo de

comportamento do líder para melhorar a satisfação e o desempenho dos subordinados.

A teoria afirma que um líder precisa ser capaz de manifestar quatro estilos de

comportamento:

Page 44: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

44

1. Diretivo, o líder fornece diretrizes específicas aos subordinados sobre

como eles realizam suas tarefas, devem fixar padrões de desempenho e dar

expectativas explicitas de desempenho;

2. Prestativo, o líder deve demonstrar interesse pelo bem-estar dos

subordinados e mostra-se acessível a eles como indivíduos;

3. Participativo, o líder deve solicitar idéias e sugestões dos subordinados e

incentivar sua participação em decisões que os afete diretamente;

4. Orientado para realizações: O líder deve fixar objetivos desafiadores e

atrativos para assim promover o desempenho no trabalho e encorajar altos

níveis de realização.

Estas abordagens, embora todas elas expliquem o processo de liderança

diferentemente, têm pontos em comum, ou seja, têm características que convergem

Segundo Yuki (1994), as diferentes linhas de pesquisa têm em comum:

� A importância de influenciar e motivar, pois um líder tem como atividade principal,

tentar influenciar as atitudes e comportamentos das pessoas que envolvem na

organização, motivando-as a dar o seu melhor na realização das tarefas;

� A importância de manter relacionamentos eficazes, ou seja, a importância de

estabelecer relacionamentos cooperativos por altos níveis de confiança e lealdade

mútua;

� A importância de tomar decisões, o líder momentaneamente toma decisões, estas

não implicam só a própria pessoa como todo o grupo, é necessário, portanto que ao

tomar decisões sejam as mais acertadas e que implique correr menos riscos

possíveis.

Page 45: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

45

6.3 O GRUPO COMO CENTRO DE LIDERANÇA

Contudo, o apreciável investimento em pesquisas para compreender o fenômeno da

liderança permitiu que se disfocasse o centro de observação para o grupo.

No instante em que as pesquisas passaram a enfocar àquele membro do grupo que faz

a proposta mais plausível para a satisfação das necessidades individuais e coletivas ali

presentes.

Assim, o líder é aquele que consegue:

- Captar as necessidades individuais;

- Equacionar a satisfação das necessidades individuais dominantes;

- Visualizar objetivos e estratégias para a satisfação das necessidades individuais

dominantes;

- Comunicar ao grupo os objetivos e estratégias;

- Estimular o grupo a perseguir tais objetivos segundo as estratégias propostas.

Tão logo os objetivos tenham sido atingidos e as necessidades individuais satisfeitas

cessam as condições antecedentes ao exercício da liderança.

Normalmente não existe nenhuma relação entre liderança e comando. Como a

liderança emerge do grupo e o comando é designado discricionário dos que controlam

os meios de produção, o mais freqüente é se encontrar situações em que estes dois

papéis se confrontam.

No âmbito das relações interpessoais, que ocorrem no ambiente de trabalho e à

margem da organização, prevalece muito mais os objetivos pessoais do que os

organizacionais posto que, no referido território, os segundos somente serão

considerados se não prejudicarem o alcance dos primeiros.

Page 46: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

46

É aqui que cessa todas as formas de exercício de poder via a influenciação dos

tomadores de decisão, para emergir em alternativa o controle do comportamento

através da liderança.

A liderança é essencialmente, um conjunto de fenômenos de natureza grupal, onde o

“líder” nada mais é do que aquele que consegue orientar o Grupo na busca de

satisfação para as suas necessidades.

Como tais necessidades se alteram no tempo segundo as contingências que afetam a

vida e o Grupo, o exercício da liderança é algo de situacional e, portanto, transitório.

Assim, a liderança flutua de uma pessoa para outra, mais segundo as necessidades do

Grupo e menos em decorrência de características firmes e definidas das pessoas.

De qualquer forma, o líder, até mesmo por força de suas funções, controla

efetivamente, o comportamento de seus liderados.

Aí está, usualmente, uma fonte de “conflito de poder” dentro da Organização, pois nele

se tem, de fato, o potencial confronto entre duas exigências bastante distintas: a dos

Detentores dos Meios de Produção (comando) e as do Grupo Humano (liderança).

Quando estas duas exigências se contradizem e chegam ao impasse, somente a

negociação, envolvendo, necessariamente, a concessão de ambas as partes, consegue

superar o conflito.

6.4 FATORES QUE INFLUENCIAM O EXERCÍCIO DO COMANDO

O exercício efetivo do comando varia substancialmente em função de que o exerce.

Nota-se em qualquer organização que algumas formas de exercício de comando são

melhores e mais bem sucedidas de que outras.

Page 47: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

47

Sendo assim, tem-se que tal exercício é também resultado de estilos pessoais que são

aceitos, ou, rejeitados, a depender:

- Da personalidade do comandante;

- Da cultura da organização;

- Do momento presente da organização;

- Do conteúdo de trabalho dos subordinados;

- Do perfil dos subordinados.

6.5 CULTURA DA ORGANIZAÇÃO

A evolução histórica do Grupo Organizacional através dos tempos vai cristalizando um

Quadro de Comportamentos Básicos que é, explícita ou implicitamente, exigido de

todos que queiram viver produtivamente no Grupo.

Particularmente, quando o Estilo Individual de Comando afronta valores e tradições do

Grupo, têm-se a emergência de uma situação permanente do conflito que compromete

toda a eficácia da Ação de Comando.

“Para encontrar a paixão no trabalho é necessário líderes capazes de criar um

sonho”. Robert Roldan – Sócio da Accenture e Especialista em Perfomace Humana

A cada instante de sua vida, a Organização está submetida a dois conjuntos distintos

de pressões:

As de origem externa e a origem interna.

Estes dois conjuntos de influências se conjugam para apresentar ao Grupo

Organizacional, obstáculos e desafios que devem, necessariamente, ser superados.

Page 48: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

48

Quanto maiores forem as suas restrições sócio-econômicas e educacionais, maiores

serão as exigências de controle, bem como de orientação direta por parte dos que

exercem o comando.

A utilização das habilidades de supervisão tem como meta permanente o ajuste das

realidades organizacionais e individuais, dentro da faixa de limite assumida pelo grupo

organizacional.

Cabe ao supervisor, de forma contínua e dinâmica, compatibilizar interesses e obter

resultados significativos para ambos os pólos da relação de trabalho.

Dessa forma, o supervisor utiliza-se de dois grandes instrumentos:

- De seu próprio estilo de comando;

- De sua capacidade de negociação.

6.6 TIPOS DE LÍDERES E ESTILOS DE LIDERANÇA

Os tipos de lideres e os estilos de liderança são peças fundamentais no estudo dos

comportamentos do líder independentemente das suas características pessoais

relativamente aos seus subordinados. Pode-se dizer que a tipologia do líder está mais

ligada a traços da personalidade enquanto que os estilos de liderança estão mais

ligados ao que o líder faz.

Existem três tipos de líderes: • Líder autocrático – é o líder que decide tudo, sem dar qualquer liberdade ao grupo

de intervir.

Fixa com rigidez todo o processo de organização do trabalho desde a distribuição de

tarefas até os resultados. O líder é dominador, considera as pessoas como unidades

de trabalho.

Page 49: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

49

• Líder democrático – todas as diretrizes são debatidas pelo grupo até que se

chegue à decisão. É o grupo que decide autonomamente os procedimentos e

tarefas a realizar vem com a sua forma de organização para que os objetivos sejam

atingidos.

• Líder liberal – é aquele que dá liberdade completa nas decisões grupais e

individuais. A participação do líder é mínima e incide sobre a sua sugestão e poder

Acrescentar algo ao grupo, dando liberdade ao grupo para controlar as tarefas e

participação dos seus elementos.

A liderança está ligada às competências de inteligência e a sua relação causal sobre o

clima de trabalho e o desempenho; o que permite categorizá-lo em seis estilos de

liderança, quatro deles ressonantes e dois dissonantes.

- Ressonantes: o visionário, o conselheiro, o relacional, o democrático;

- Dissonantes: o pressionador e o dirigista.

• Estilo Visionário – canaliza as pessoas para visões e sonhos partilhados, tem

um efeito fortemente positivo e é apropriado quando ocorrem mudanças que

exigem uma nova visão ou quando é necessária uma orientação clara;

• Estilo Conselheiro – relaciona os desejos das pessoas com os objetivos da

Organização, tem efeito muito positivo e apropriado quando é necessário ajudar

um empregado a ser mais eficiente, melhorando suas capacidades de longo

prazo;

• Estilo Relacional - cria harmonia melhorando o relacionamento entre as

pessoas, tem efeito positivo e é útil para resolver conflitos no grupo, motivar nos

períodos difíceis e melhorar o relacionamento entre as pessoas;

Page 50: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

50

• Estilo Democrático – valoriza o contribuo de cada um e obtém o empenho das

pessoas através da participação, tem um efeito positivo e é apropriado quando o

intuito é conseguir a adesão ou consenso;

• Estilo Pressionador – facilita em atingir os objetivos difíceis e estimulantes, tem

um efeito muito negativo, pois freqüentemente mal executado, é bastante útil

quando se pretende levar uma equipe competente e motivada a produzir

resultados de elevada qualidade.

• Estilo Dirigista – acalma os receios dando instruções claras em situações de

emergência, tendo um efeito muito negativo, porém é imprescindível em

situações de crise, pois facilita a solução de determinado conflito quando se trata

de subordinados difíceis.

Page 51: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

51

Líderes

Estratégicos Líderes Visionários Líderes Gerenciais

• Combinam, em sinergia,

liderança gerencial e

liderança visionária.

• Enfatizam o

comportamento ético e

decisões baseadas em

valores.

• Supervisionam

responsabilidades

operacionais (rotineiras)

e estratégicas (longo

prazo)

• Formulam e

implementam estratégias

para impacto imediato e

manutenção de metas de

longo prazo.

• Possuem expectativas

grandes e otimistas em

relação à performance

de seus superiores,

pares subordinados e

deles próprios.

• Valem-se de controle

estratégico e financeiro,

dando ênfase ao

estratégico.

• São pró-ativos, moldam idéias,

mudam o que as pessoas

pensam ser desejável, possível

e necessário.

• Trabalham para aprimorar

estratégias e novas abordagens

para problemas antigos;

ocupam cargos de alto risco.

• Preocupam-se com idéias;

relacionam-se com as pessoas

de maneira intuitiva e

compreensiva.

• Sentem-se alienados de seu

ambiente de trabalho,

trabalham nas organizações,

mas não fazem parte delas; a

percepção que têm de si

próprios não vinculados ao

trabalho.

• Influenciam atitudes e opiniões

das pessoas dentro da

organização.

• Preocupam-se em garantir o

futuro da organização,

principalmente por meio de

desenvolvimento e

gerenciamento de pessoas.

• São conservadores,

adotam atitudes passivas

em relação às metas;

metas surgem na

necessidade, e não de

desejos e sonhos; metas

são baseadas no

passado.

• Consideram o trabalho

um processo facilitador

que envolve a integração

de idéias e pessoas que

interagem para definir

estratégias.

• Relacionam-se com

pessoas segundo as

funções delas no

processo de tomada de

decisão.

• Acreditam ser

conservadores e

reguladores do status

quo; a percepção que têm

de si próprio é vinculada a

organização.

• Influenciam os atos e as

decisões das pessoas

com que trabalham.

Page 52: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

52

• Utilizam e alternam o uso

de conhecimento tácito e

Explícito em relação ao

indivíduo e à

organização

• Usam padrões de

pensamentos linear e

não linear

• Acreditam na adoção de

estratégias, isto é suas

decisões estratégicas

fazem diferença em suas

organizações e ambiente

de trabalho.

• São mais lidados à

complexidade, à ambigüidade e

à sobrecarga de informações;

comprometidas com tarefas

multifuncionais e integradoras

• Sabem menos do que os

especialistas de sua área

funcional.

• São mais propensos a tomar

decisões baseadas em valores.

• Estão mais dispostos a investir

em inovações e em capital

humano e a criar e manter uma

cultura eficiente a fim de

assegurar a viabilidade em

longo prazo.

• Enfatizam o conhecimento

tácito e desenvolvem

estratégias como uma forma

comum de conhecimento tácito

que incentiva a realização de

um objetivo.

• Valem-se de pensamento não

linear.

• Acreditam na adoção de

estratégias, isto é, suas

decisões estratégicas fazem

diferença em suas

organizações e ambiente de

trabalho.

• Envolvem-se em

situações e contextos

característicos de

atividade do dia-a-dia

• Preocupam-se e sentem-

se bem com áreas

funcionais de

responsabilidade.

• São especialistas na sua

área funcional.

• Estão menos propensos a

tomar decisões baseados

em valores.

• Apóiam e adotam postura

de preço mínimo em curto

prazo a fim de aumentar a

perfomance financeira.

• Concentram-se em

gerenciar a troca e a

combinação de

conhecimento explícito e

garantem o cumprimento

de procedimentos de

operação.

• Valem-se de pensamento

linear.

• Acreditam em

determinismo, isto é, as

escolhas que fazem são

determinadas pelo

ambiente externo e

interno.

Page 53: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

53

6.6.1 MODELOS DE LIDERANÇA

Diretiva: Quando há a concentração das tomadas de decisão em um único líder. Em

geral esse modelo de líder tem dificuldade de nomear o sucessor ou definir a sucessão

e tem perfil paternalista.

Participativa: É aquele líder que faz do serviço do poder uma liderança itinerária ou

itinerante. É provisoriamente diretivo porém não definitivo.

Delegativo: Quando se elege um substituto, se está delegando o poder da liderança.

Transfere-se só a função e não a personalidade.

Coaching: É quando o líder faz a liderança como um treinador, definindo as estratégias

da equipe.

Influenciar funcionários a tomar, voluntariamente decisões, que ajudem a organização é

o aspecto mais importante da liderança estratégica.

A palavra grega ‘Strategos’ refere-se a um general no comando de um exército.

Estratégia relaciona-se às habilidades psicológicas e comportamentais que motivam um

general: a arte do general. Até 450 a.C., essa definição evolui, a fim de incluir

habilidades gerenciais, como administração, liderança, oratória e autoridade. Por volta

de 330 a.C., o termo strategos passou a significar a capacidade de empregar forças

para vencer forças inimigas e desenvolver um sistema unificado de governança global

(EVERED, 1980; QUINN, 1980; MINTZBERG e QUINN, 1996). Neste artigo, a liderança

estratégica é definida como a habilidade de influenciar outras pessoas a tomar, de

forma voluntária e rotineira, decisões que aumentem a viabilidade em longo prazo.

Page 54: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

54

A definição de liderança estratégica pressupõe a habilidade de influenciar

subordinados, pares e superiores. Também presume que o líder entenda o processo de

estratégia emergente, que alguns autores consideram mais importante do que o

processo de planejamento estratégico. (MINTZBERG, 1987a, 1987b). As decisões e as

atitudes tomadas voluntariamente por gerentes e funcionários todos os dias acabam por

determinar a estratégia emergente. Lideres estratégicos entendem esse processo e

valem-se dela para garantir a viabilidade futura de suas organizações.

A liderança estratégica pressupõe uma visão comum do que uma organização deve

ser, para que a tomada de decisões rotineiras ou o processo de estratégica emergente

sejam coerentes com essa visão. Isso implica a existência de um acordo entre os

gerentes corporativos e os gerentes de decisões sobre as oportunidades e ameaças,

dados os recursos e capacidade da organização (BARNEY, 1997).

A Liderança estratégica pressupõe que a liderança visionária e a gerencial podem

coexistir e que estão unidas, em sinergia, pela liderança estratégica.

Grande parte dos executivos exerce a liderança gerencial. Por diversas razões, as

organizações treinam seus funcionários implícita e explicitamente para serem líderes

gerenciais. Governos treinam ainda mais seus funcionários para serem líderes

gerenciais do que as empresas, devido à prestação de contas, ao grau de

diversificação, à questão da reeleição e, para a maioria dos governos, ao enorme

volume da dívida. Esses fatores levam à importância de um sistema de controle

financeiro que estimula a liderança gerencial e desestimula as lideranças estratégica e

visionária.

Líderes gerenciais adotam atitudes impessoais e passivais em relação às metas.

Metas surgem da necessidade, e não de desejos e sonhos, baseiam-se na origem das

organizações e estão intimamente ligadas à história e à cultura da organização

(ZALZNIK, 1997). Segundo Jack Welch e Robert Goizueta, já falecido, a insensibilidade

em relação ao passado é necessária (MORRIS, 1995). Lideres gerenciais são sensíveis

ao passado.

Page 55: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

55

Líderes gerenciais consideram o trabalho um processo que permite a interação de

idéias e pessoas a fim de definir estratégias e tomar decisões.

Durante esse processo, negociam, barganham e usam recompensas, punições ou

outras formas de coerção. Eles relacionam-se com pessoas de acordo com seus papéis

no processo de tomada de decisão e com a maneira pelas quais as coisas são feitas.

Líderes gerenciais podem não ter empatia e podem procurar envolver-se com outras

pessoas, mas matem um baixo comprometimento emocional nesses relacionamentos.

Precisam de ordem, e não de caos potencialmente inerente às relações humanas. Eles

vêem-se como reguladores e conservadores do status quo de suas organizações e

identificam-se pessoalmente com ele. Fortalecer e perpetuar suas instituições faz bem

ao ego desses gerentes. Por exemplo: Se as pessoas sentem que fazem parte de uma

instituição e que contribuem para o bem estar desta, podem achar que uma missão em

sua vida foi cumprida e sentir-se gratificada por terem atingido um objetivo.

No entanto, ser um líder gerencial não é ruim e que as organizações necessitam desse

tipo de liderança. É possível que um número excessivo de organizações seja

comandado por esses lideres e que não criem valor. Líderes gerenciais vão, na melhor

das hipóteses, conservarem o valor. Podem, porém, provocar redução no valor em

longo prazo, se o seu estilo predomina na organização.

Idalberto Chiaventato cita que:

A liderança é um processo chave em todas as organizações. O administrador deveria ser um líder para lidar com as pessoas que trabalham com ele. A liderança é uma forma de influência e uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional.

Mais que um gerente de pessoal, o administrador deve desempenhar o papel de um

líder, é necessário que as pessoas se vejam mais como colaborador e não como

subordinados, pois se requer sua adesão aos objetivos. Políticas e missão da Empresa,

Page 56: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

56

por isso tornam-se necessários que os gestores atuem com líderes, já que a liderança

nada mais é do que a forma de direção no prestígio pessoa e na aceitação dos

subordinados.

A liderança visionária é voltada para futuro e preocupa-se em correr risco, além disso,

liderem visionários não dependem de suas organizações para conceber uma percepção

sobre si própria. Sob a liderança de visionários, o controle organizacional é mantido por

meio da socialização do compartilhamento de visões e da conformidade com um

conjunto de normas, valores e opiniões em comum.

De certa forma, a liderança visionária é parecida com um componente inspirador da

liderança transformacional (BASS, 1985; YUKI, 1994). As organizações precisam da

liderança visionária para garantir a viabilidade em longo prazo; Entretanto,

organizações lideradas por visionários, sem a influência restritiva de líderes gerenciais,

correm mais riscos de fracassar em curto prazo. Lideres visionários estão dispostos a

arriscar: assim, podem criar valor. Visionários podem, porém investir mais em seus

objetivos do que a garantia de retorno e, dessa forma, destruir valor se não tiverem

suas ações moderadas por lideres gerenciais.

Líderes visionários buscam criatividade, inovação, desordem e a mudança do status

quo. Líderes gerenciais acham difícil aceitar o fato de que uma organização possa

passar por uma fase transitória impelida por uma visão de futuro. A organização que

esses líderes ajudaram a construir e que é parte da sua identidade está sendo

reconstruída como algo que as desagrada, pois o futuro é incerto. Sob o prisma de

líderes visionários, a instabilidade seria mais normal do que a estabilidade proposta

pela liderança gerencial. Na verdade, o ambiente que está sendo criado pelas forças

globais e tecnológicas de hoje é de mudança e complexidade. Hotter (1990) sugere que

as organizações precisam de líderes para introduzir mudanças e de gerentes para lidar

com a complexidade.

Page 57: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

57

6.6.2 Comparação entre estilos de liderança

Líderes estratégicos diferem dos gerenciais e dos visionários. Os estratégicos sonham

e tentam concretizar seus sonhos, sendo uma combinação do líder gerencial, que

nunca pára para sonhar, e do visionário que apenas sonha. Um líder estratégico

provavelmente criará mais valor que a combinação de um líder visionário e de um

gerencial.

Os gerenciais buscam a estabilidade financeira da organização em curto prazo. A

integração desses dois tipos de liderança estratégica é criar valor para a organização.

Contudo, um só individuo que combine, em sinergia, as qualidades de um visionário e

de um gerencial realizará o máximo de criação de valor para a organização.

Os líderes estratégicos destacam o comportamento ético. São raros na maioria das

organizações. Supervisionam responsabilidades operacionais rotineiras e estratégicas

em longo prazo (HAMBRICH, 1989, SCHENDEL, 1989). Formulam e implementam

estratégias para impacto imediato e preservação de metas de longo prazo a fim de

aumentar a evolução, a sobrevivência e a viabilidade organizacionais.

As organizações desenvolvem as habilidades necessárias ao exercício da liderança

estratégica (MINTZBERG, 1945), isto é, líderes gerenciais devem mostrar-se tolerantes

em relação aos líderes visionários e estratégicos quando estes criam o caos. Acabam

com a ordem, correm riscos e até quando, sem querer, destroem coisas importantes

para os lideres gerencias. Por sua vez, os líderes estratégicos precisam entender o que

os visionários e os gerenciais podem trazer para a organização e tirar proveito das

habilidades e do conhecimento de ambos.

6.7 ANÁLISE DE CONFLITOS

A definição de conflito presume a existência de objetivos não compartilhados ou o

desejo de atingir objetivos em tempos diferentes, pelos grupos “diferenciados” e a ação

Page 58: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

58

efetiva no sentido de qualquer um desses grupos atingirem o seu objetivo e/ou impedir

que outro o faça. Como o mundo da administração é o mundo da ação, o conflito,

intrinsecamente ligado, à vida organizacional, só pode ser considerado instalado caso

haja interferência real. Se não ocorrer esse tipo de reflexo, trata-se de “clima”,

“hostilidades” etc.; conflito, não.

Gerir organizações significa interagir com pessoas a todo o momento, significa conciliar,

ou pelo menos tentar a mediação entre interesses dissidentes, percepções divergentes,

necessidades específicas, relações incongruentes, gostos e estilos peculiares,

emoções ambíguas e expectativas diversas. Enfim, gerir organizações implica gerir

conflitos.

Segundo Wagner & Hollenbek (2002), o conflito é um processo de oposição e confronto

que pode ocorrer entre indivíduos ou grupos nas organizações, geralmente decorrente

de relações de poder e competição. Para esses autores, o conflito não é

necessariamente prejudicial, podendo ser benéfico nas seguintes situações:

1. Quando é resolvido de forma a permitir discussão, ajudando a estabilizar e

integrar as relações interpessoais.

2. Quando permite a expressão de reivindicações, ajudando a reajustar recursos

valorizados.

3. Pode ajudar a manter o nível de motivação necessária para busca de motivações

e mudanças.

4. O conflito ajuda a identificar a estrutura de poder e as interdenpendências da

organização.

5. O conflito pode auxiliar na delimitação das fronteiras e as interdependências das

organizações.

Page 59: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

59

Os conflitos aumentam e tornam-se mais complexos conforme a organização social

cresce e se defronta com maior diversidade de opiniões e idéias.

A diversidade de percepções e opiniões pode ser um dos principais fatores

desencadeadores de conflitos, porem a intensificação destes decorre muitas vezes, de

disputas e distorções perceptivas. Por outro lado, a diversidade pode também contribuir

para o desenvolvimento de soluções criativas no ambiente organizacional, desde o

comportamento do líder e dos membros do grupo seja positivo em relação às

diferenças. “Para facilitar este comportamento de apoio por parte do grupo, o líder pode

encorajá-los a criar deliberadamente um clima em que se coloque a diversidade, a

discordância e a diferença como valores positivos”(LINHERT, 1979:144)

As estratégias de mediação de conflitos podem indicar caminhos facilitadores, porém

necessitam de adaptações de acordo com a situação específica. A gestão de pessoas

envolve aspectos subjetivos e até mesmo inconscientes, portanto é importante

considerar os elementos sutis envolvidos nesse processo.

Page 60: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

60

07 CONCLUSÕES

Poucas são as tarefas mais difíceis ou mais árduas, mas ao mesmo tempo tão

fascinantes como o comando de pessoas. É uma tarefa que exige muita habilidade,

bom senso, imaginação, bom humor e de certo a mesma dose de inteligência como

qualquer outro tipo de trabalho. A parte mais fascinante dessa tarefa é sem dúvida,

aquela que todos os gestores devem se propor – desprendimento, ensinamento, ajuda,

compreensão, sacrifício, etc..., em benefício de seu pessoal

O gestor de Pessoas, tenha ele o cargo de Supervisor, Chefe, Encarregado, Gerente ou

até mesmo Diretores deve ter qualidades e conhecimentos para o desempenho da

função, tais como:

- Capacidade de liderança;

- Capacidade de ensinamento;

- Integridade moral

- Capacidade de detectar pontos débeis do pessoal;

- Conhecimento de relações humanas;

- Conhecimentos específicos da função;

- Capacidade de discernimento.

Por mais complicados que sejam os subordinados, o gestor deve saber lidar com eles.

Para o gestor, não deve existir “porta fechada” no relacionamento com seu pessoal. É

obvio que o gestor pode não ter a aceitação da unanimidade da equipe, ou seja, um ou

outro pode fazer restrições em tê-lo como superior imediato, porém o gestor deve

sempre se impor como tal, buscando sempre se tornar um verdadeiro “espelho” para a

equipe, até que não ocorram mais problemas de aceitação e todos passem a

compreendê-lo e aceitá-lo na posição de comando.

Page 61: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

61

E como podemos dar bons exemplos e conseguir a aceitação da equipe?

- Tomando decisões corretas;

- Não fazendo discriminação;

- Não fazendo pré-julgamento;

- Não abusando de nossa autoridade;

- Não desenvolvendo falsidade;

- Não discutindo e nem abordando nossos problemas pessoais;

- Definindo claramente o que a organização espera do subordinado;

- Avaliando-o e detectando suas necessidades como profissional;

- Buscando a evolução profissional dos subordinados e da equipe.

Motivação para o trabalho é o impulso que leva as pessoas a trabalhar com prazer ou

satisfação, realizando-se plenamente.

Acreditamos que todas as empresas devem proporcionar as condições ideais de

trabalho, para que os funcionários mantenham-se sempre motivados, tais como:

salários condizentes, programas de benefícios, condições de trabalho, segurança, meio

ambiente, plano de carreira, sistema de comunicação eficiente, etc.

Cabe ao Gestor de Pessoas, seja ele supervisor, chefe ou líder, cuidar para que todos

esses pontos citados estejam em sintonia e harmonia em relação às equipes de

trabalho. É importante citar que cada pessoa merece uma atenção especial e o Líder

tem que ter percepção e flexibilidade necessária para impedir que agentes

desmotivadores não prejudiquem o ritmo, o resultado e o ambiente de trabalho.

Citamos abaixo alguns agentes desmotivadores:

� Políticas de administração da Organização ineficientes;

� Supervisão Técnica dos trabalhos deficiente;

� Salários, promoções e Plano de Carreira sem uma política clara e justa;

� Supervisão de Pessoa muito severa ou muito solta, privilegiando alguns e

penalizando outros;

Page 62: O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NAS ORGANIZAÇÕES

62

� Condições de Trabalho inadequadas, insegura ou insalubres (saúde, Segurança,

Higiene e Meio Ambiente);

� Dificuldades de comunicação nos vários níveis da Organização;

� Desorganização interna, aumentando a carga de trabalho devido aos retrabalhos

e ordens desencontradas, sobrecarregando os funcionários.

Para que tenhamos êxito na Gestão e Comando de Equipes, devemos seguir os

seguintes princípios:

1º As pessoas devem entender claramente o que desejamos delas;

2º As pessoas necessitam de orientação na realização de seu trabalho;

3º As pessoas devem ser elogiadas quando executam um bom trabalho;

4º As pessoas devem receber criticas construtivas quando executam um

trabalho deficiente;

5º As pessoas devem ter oportunidade de demonstrar que podem aceitar

responsabilidades maiores;

6º As pessoas devem ser estimuladas a se aperfeiçoarem;

7º As pessoas devem trabalhar em ambiente limpo e saudável.

Sempre que fizemos uma critica construtiva, devemos tomar alguns cuidados;

1º Ser impessoal (corrigir uma situação, não a pessoa);

2º Concentra-se nos fatos;

3º Escolher a hora e o lugar apropriados;

4º Ser claro e específico ao fazer crítica;

5º Ser bastante claro, calmo e buscar evitar mal entendidos;

6º Após a crítica, o ambiente de trabalho deve ficar melhor do que antes.

Sempre que recebermos uma reclamação de um funcionário, devemos;

1º Ouvi-lo atentamente;

2º Analisar os fatos, conversar com outras pessoas, se informar sobre o

assunto;

3º Buscar a solução para a reclamação;

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63

4º Dar “feedback” para o funcionário, após a tomada de providências;

5º Fazer acompanhamento do desfecho do problema até a completa solução;

6º Caso a reclamação não possa ser solucionada ou atendida (por exemplo:

aumento de salário, promoção, transferência, ajuda de custo, etc.), deve se

conversar com o funcionário e explicar claramente e detalhadamente o motivo

do não atendimento para a reclamação e, após a conversa, estar certo de

que ele compreendeu a situação.

Cada vez torna-se mais necessário identificar os diversos fatores e indicadores de

modernidade organizacional e compreender o verdadeiro conceito de Gestão

Estratégica de Pessoas e a posição do Líder dentro das organizações privadas e

governamentais.

Os tempos atuais exigem que se reconheça a necessidade de inovações nas políticas e

nas práticas de gestão de pessoas, com vistas a se estabelecer uma ambiência

organizacional favorável à atração, ao desenvolvimento e à retenção dos talentos

dotados das novas competências individuais requeridas.

Na verdade, fala-se muito em inovações organizacionais que provocam o achatamento

de estruturas,democratizam relações, enriquecem trabalhos, envolvem e comprometem

trabalhadores até então alijados de todo o processo decisório, transformando culturas

arcaicas em culturas de vanguarda. Cabe, no entanto, compreender até que ponto

essas mudanças tem resultado em uma modernidade das práticas e políticas de gestão

que privilegie a real valorização do trabalho humano e estimule relações

organizacionais mais modernas e saudáveis, favorecedoras da competência e da

competitividade.

Neste contexto, são os gestores os grandes responsáveis pela efetiva implementação

de mudanças nas organizações. Esses gestores devem exercer seu papel de líder,

despertando a motivação das pessoas em direção ao alcance das metas

organizacionais. Para tanto, as Organizações necessitam de Líderes capacitados a

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desempenhar um papel transformador no momento de transição que as mesmas

enfrentam. (CAVALCANTI, 2006).

Cada vez que defende uma idéia, age no sentido de melhorar a sorte alheia ou luta contra a injustiça, a pessoa põe em movimento uma pequenina onda de esperança; e, cruzando o caminho, uma das outras, advindas de um milhão de centros diferentes de energia e de ousadia, essas ondas formam uma corrente que pode arrebatar as mais fortes muralhas de opressão e de resistência. Robert F. Kennedy

Habilidades de liderança, relacionamento humano, administração de conflitos,

conciliação e coordenação de grupos de trabalhos são indispensáveis à condução das

atividades numa Organização e poder definir o sucesso ou o fracasso de muitos

empreendimentos.

Um gestor de pessoas trabalha, fundamentalmente, liderando equipes. Portanto,

pessoas com pouca habilidade de relacionamento interpessoal não são bons

candidatos a exercerem esse papel. Muitos gestores de empresas chegam a

este cargo por se destacarem em suas especialidades, mas são escolhidos também e

principalmente por se destacarem como bons articuladores e bons gestores de

pessoas.

A importância de se definir as habilidades para exercer a função de liderança tem

aumentado na mesma proporção da necessidade de sobrevivência das empresas e do

ritmo de competitividade gerado pela globalização dos mercados.

Hoje, diante dos fatos que descrevemos, as instituições públicas e privadas precisam

de líderes que saibam apontar a melhor direção, inspirem pelo seu exemplo e caráter,

desenvolvam e mobilizem pessoas para alavancar prosperidade. Dessa forma, as

Instituições, as Organizações e a sociedade de maneira geral, necessitam de líderes

pró-ativos, fortes pela sua autenticidade, pelos seus princípios e pelo seu compromisso

e preocupação com a melhoria das condições de vida dos seus semelhantes.

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Líderes assim estabelecem uma plataforma de relacionamento para compartilhar ideais

e realizações, estendem a colaboração além das fronteiras de seu ambiente ou

organização, fazem acreditar que grandes sonhos são possíveis de acontecer. Afinal,

continuamos precisando de homens e mulheres que tragam e sustentem esperança de

resultados significativos, cultivando valores interiores capazes de gerar grande valor

exterior.

“A medida final de um homem não é onde ele fica nos momentos de conforto e

conveniência, mas onde fica em fases de desafio e controvérsias”.

Martin Luther King Jr.

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