º o chiarini - linguagemviva.com.br · de trovadores e violeiros, realizado em julho de 1955, em...

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Ano XXIII Nº 288 agosto de 2013 O escritor, professor, jornalista, advo gado, folclorista, político, tradutor e historiador João Chiarini faleceu há 25 anos, no dia 18 de setembro, vítima de uma parada cardíaca, em plena campanha política para o cargo de vereador. Nasceu em Piracicaba, em 17 de novem- bro de 1919, filho de Pedro Chiarini com Eulália Romero. Casado com Tita, tendo Jorge Amado e Zélia Gattai padrinhos de casamento. Joira, a única filha, também faleceu devido a problemas coronários. Bacharelou-se em Sociologia e Po- lítica, Direito e em Língua e Literatura Francesa. Justamente homenageado, após sua mor- te, com o seu nome numa escola pública de Piracicaba - Escola Es tadual Prof. Dr. João Chiarini. O Centro Cultural Martha Watts, da UNIMEP,no Es paço Memória Piracicabana, abri- ga livros, periódicos, fotografias, recortes de jor- nais e correspondência pessoal do acervo que pertenceu ao caipiracicabano. Presidente em várias gestões, fundou a Academia Piracicabana de Letras em 1972. Criou, no dia 30 de maio de 1945, o Centro de Folclore de Piracicaba, declarado de utilida- de pública pela Lei nº303, de 9 de junho de 1949, do Governo do Estado de São Paulo. Em 1988, após o falecimento de Chiarini, as atividade do Centro de Folclore de Piracicaba foram encer- radas . A folcloris ta e pesquisadora Roberta Les sa faz parte da Com issão de Reativação do Centro do Folclore de Piracicaba. Membro da Academia Santista de Letras e da Academia Rio-grandense de Letras, colabo- rou na imprensa brasileira e escreveu sobre fol- clore no jornal A Gazeta , de São Paulo, de 1948 até 1951. Em1956, durante três meses, partici- pou do programa de televisão O Céu é o Limite , onde respondeu a perguntas sobre folclore. Foi um dos fundadores da Associação Bra- sileira de Escritores e da União Brasileira de Es- critores, cuja ficha de filiação era de nº 56. Segundo Adriano Nogueira, no texto “O Po- lítico e Escritor João Chiarini”, publicado no livro Registros Literários: “Nos autos do processo (nº TRE - 483/51) existe uma longa folha de antece- dentes encaminhada pelo DOPS, na qual conta que Chiarini, em 18 de fevereiro de 1949, foi pro- curado em Piracicaba “pelos intelectuais comu- nistas Caio Prado Júnior, Jamil Haddad e Artur Neves para um movimento renovador na Asso- ciação Brasileira de Escritores, e que, de 17 a 21 de abril de 1950, participou do 3º Congresso O Caipiracicabano João Chiarini Rosa ni Abou Adal Rosani Abou Adal é escritora, jornalista, poeta e vice-presidente do Sindicato dos Escritores de São Paulo. Paulo Dantas e João Chiarini di vulg aç ão Brasileiro de Escritores, realizado em Salvador, Ba hia .” Eleito vereador, o mais votado, à Câmara Municipal de Piracicaba, pelo PSP, em 1951. . Em 1988, ano do seu falecim ento, foi novam en- te candidato a vereador, pelo Partido Socialista Brasileiro e não conseguiu se eleger. Militante do Partido Comunista, exerceu o cargo de tesoureiro do comitê de Piracicaba, em 1945, época em que Adriano Nogueira o conhe- ceu. A Livraria O Pilão, m ontada por João Chiarini em 1966, tornou-se ponto de encontro de inte- lectuais. Antes do fechamento da mesma, um dos últimos escritores que autografaram livros, em 1967, foram José Mauro de Vasconcelos e Paulo Dantas . Agraciado com a Medalha Marechal Rondon, da Sociedade Geográfica Brasileira, com a Me- dalha ImperatrizLeopoldina e recebeu diploma de sócio honorário do Instituto Histórico e Geo- gráfico de São Paulo. Planejou e presidiu o I Congresso Nacional de Trovadores e Violeiros, realizado em julho de 1955, em Salvador, Bahia. Participou como con- vidado especial do Festival de Folclore Hispano- Americano, realizado de 1955 a 1958, em Cáceres, na Espanha. Foi um dos m aiores agitadores culturais de Piracicaba e região. Restaurou a Festa do Divi- no, em 1943, promoveu a I Festa do Peixe , em outubro de 1966, e resgatou músicos e violeiros que se encontravam isolados na vasta região da Média Sorocabana. Organizou inúmeras manifestações folcló- ricas em Piracicaba e outras cidades e a vinda de pesquisadores, cinegrafistas e fotógrafos ,que documentavam o folclore, a sua Terra Natal. Pro- moveu lançamentos de livros de auto- res piracicabanos em São Paulo, entre outras cidades. Obteve o 2º prêmio, no I Concur- so de Monografias do Folclore Musical Brasileiro, da Discoteca Pública Muni- cipal da Prefeitura de São Paulo, com a monografia Cururu, em 1946. Aobra foi publicada na Revista do Arquivo Mu- nicipal de São Paulo e publicada em separata em 1947. Aprofundou-se no linguajar piracicabano em que ele o denom inou de “caipiracicabano”. Autor de Anato- mia da Viola, Festa do Divino em Piracicaba, Antologia do Cordel,Folclo- re de Piracicaba , monografias em dois volumes, e do livro de poemas Argam assa, pu - blicado postumamente pela Academia Piracicabana de Letras, cujo prefácio é de Paulo Dantas, em 1993, pela Shekinah Editora, Piracicaba (SP). Quando trabalhei no Museu da Literatura com o autor de O Menino Jagunço, em 1988, Chiarini pediu a Paulo Dantas o prefácio de Ar- gamassa. Ele escreveu dois textos e perdeu os originais da obra e as apresentações. Eu e Adriano resgatamos o livro e os prefácios, em- bora o mesm o tenha sido publicado apenas após seu falecimento. Conheci João Chiarini por intermédio do saudoso amigo e um dos fundadores deste pe- riódico, Adriano Nogueira. Então fica a lem bran- ça da viagem que fizemos - eu, Adriano, minha mãe, Paulo Dantas e a poeta Lourdes Di Túlio, quando tomei posse na Academia Piracicabana de Letras. Fomos no meu Corcel II, que se cha- mava Johnny em homenagem ao músico Johnny Alf. Paulo não deixou ninguém falar a viagem toda com sua crise logopática. Chiarini o escolheu para me saudar na solenidade de posse; bem como no jantar de confraternização no extinto Restaurante Mirante. O m esmo Johnny conduziu eu e Adriano ao enterro de João Chiarini. Chegamos na hora do s epultam ento, pois foi a prim eira vez que vi trân- sito em Piracicaba. Jamais esquecerei das cartas manuscritas, com caneta hidrocor, que João Chiarini enviava pelo correio. Eram tão festivas quanto sua alma, a marca timbrada do caipiracicabano.

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Page 1: º o Chiarini - linguagemviva.com.br · de Trovadores e Violeiros, realizado em julho de 1955, em Salvador, Bahia. Participou como con-vidado especial do Festival de Folclore Hispano-Americano,

Ano XXIII Nº 288 agosto de 2013

O escritor, professor, jornalis ta, advogado, folcloris ta, político, tradutor ehis toriador João Chiarini faleceu há

25 anos , no dia 18 de setembro, vítima de um aparada cardíaca, em plena campanha políticapara o cargo de vereador.

Nasceu em Piracicaba, em 17 de novem-bro de 1919, filho de Pedro Chiarini com Eulá liaRom ero. Casado com Tita, tendo Jorge Am adoe Zé lia Gattai padrinhos de casam ento. Joira, aúnica filha, também faleceu devido a problemascoronários . Bacharelou-se em Sociologia e Po-lítica, Direito e em Língua e Literatura Francesa.

Justamente homenageado, após sua mor-te, com o seu nome numa escola pública dePiracicaba - Escola Es tadual Prof. Dr. JoãoChiarini. O Centro Cul tural Martha Watts, daUNIMEP, no Es paço Memória Piracicabana, abri-ga livros, periódicos , fotografias , recortes de jor-nais e correspondência pessoal do acervo quepertenceu ao caipiracicabano.

Presidente em várias gestões, fundou aAcademia Piracicabana de Letras em 1972.

Criou, no dia 30 de maio de 1945, o Centrode Folclore de Piracicaba, declarado de utilida-de pública pela Lei nº 303, de 9 de junho de 1949,do Governo do Estado de São Paulo. Em 1988,após o falecimento de Chiarini, as atividade doCentro de Folclore de Piracicaba foram encer-radas . A folcloris ta e pesquisadora Roberta Les safaz parte da Com issão de Reativação do Centrodo Folclore de Piracicaba.

Mem bro da Academ ia Santis ta de Letras eda Academia Rio-grandense de Letras, colabo-rou na im prensa bras ileira e escreveu sobre fol-clore no jornal A Gazeta , de São Paulo, de 1948até 1951. Em1956, durante três meses, partici-pou do program a de televisão O Céu é o Limite ,onde respondeu a perguntas sobre folclore.

Foi um dos fundadores da Associação Bra-sileira de Escritores e da União Brasileira de Es-critores, cuja ficha de filiação era de nº 56.

Segundo Adriano Nogueira, no texto “O Po-lítico e Escritor João Chiarini”, publicado no livroRegistros Literários: “Nos autos do processo (nºTRE - 483/51) exis te uma longa folha de antece-dentes encaminhada pelo DOPS, na qual contaque Chiarini, em 18 de fevereiro de 1949, foi pro-curado em Piracicaba “pelos intelectuais comu-nis tas Caio Prado Júnior, Jam il Haddad e ArturNeves para um movim ento renovador na Asso-ciação Brasileira de Escritores, e que, de 17 a21 de abril de 1950, participou do 3º Congresso

O Caipiracicabano João ChiariniRosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é escritora, jornalista,poeta e vice-presidente do Sindicato

dos Escritores de São Paulo.

Paulo Dantas e João Chiarini

di vulgação

Brasileiro de Escritores , realizado em Salvador,Bahia.”

Eleito vereador, o mais votado, à CâmaraMunicipal de Piracicaba, pelo PSP, em 1951. .Em 1988, ano do seu falecim ento, foi novam en-te candidato a vereador, pelo Partido SocialistaBrasileiro e não conseguiu se eleger.

Militante do Partido Comunis ta, exerceu ocargo de tesoureiro do comitê de Piracicaba, em1945, época em que Adriano Nogueira o conhe-ceu.

A Livraria O Pilão, m ontada por João Chiariniem 1966, tornou-se ponto de encontro de inte-lectuais. Antes do fechamento da mesma, umdos últimos escritores que autografaram livros ,em 1967, foram José Mauro de Vasconcelos ePaulo Dantas .

Agraciado com a Medalha Marechal Rondon,da Sociedade Geográfica Brasileira, com a Me-dalha Imperatriz Leopoldina e recebeu diplomade sócio honorário do Instituto His tórico e Geo-gráfico de São Paulo.

Planejou e pres idiu o I Congresso Nacionalde Trovadores e Violeiros, realizado em julho de1955, em Salvador, Bahia. Participou como con-vidado especial do Festival de Folclore Hispano-Americano, realizado de 1955 a 1958, emCáceres , na Espanha.

Foi um dos m aiores agitadores culturais dePiracicaba e região. Restaurou a Festa do Divi-no, em 1943, prom oveu a I Festa do Peixe, emoutubro de 1966, e resgatou músicos e violeirosque se encontravam isolados na vasta região daMédia Sorocabana.

Organizou inúmeras manifes tações folcló-ricas em Piracicaba e outras cidades e a vindade pesquisadores, cinegrafistas e fotógrafos , quedocumentavam o folclore, a sua Terra Natal. Pro-

m oveu lançam entos de livros de auto-res piracicabanos em São Paulo, entreoutras cidades .

Obteve o 2º prêm io, no I Concur-so de Monografias do Folclore MusicalBrasileiro, da Discoteca Pública Muni-cipal da Prefeitura de São Paulo, coma monografia Cururu, em 1946. A obrafoi publicada na Revista do Arquivo Mu-nicipal de São Paulo e publicada emseparata em 1947.

Aprofundou-s e no l inguajarpiracicabano em que ele o denom inoude “caipiracicabano”. Autor de Anato-mia da Viola, Festa do Divino emPiracicaba , Antologia do Cordel, Folclo-re de Piracicaba, monografias em dois

volum es, e do livro de poemas Argamassa, pu -b licado pos tum amente pe la AcademiaPiracicabana de Letras, cujo prefácio é de PauloDantas, em 1993, pela Shekinah Edi tora,Piracicaba (SP).

Quando trabalhei no Museu da Literaturacom o autor de O Menino Jagunço, em 1988,Chiarini pediu a Paulo Dantas o prefácio de Ar-gamassa. Ele escreveu dois textos e perdeu osoriginais da obra e as apresentações. Eu eAdriano resgatamos o livro e os prefácios, em-bora o mesm o tenha sido publicado apenas apósseu falecimento.

Conheci João Chiarini por intermédio dosaudoso am igo e um dos fundadores deste pe-riódico, Adriano Nogueira. Então fica a lem bran-ça da viagem que fizem os - eu, Adriano, m inhamãe, Paulo Dantas e a poeta Lourdes Di Túlio,quando tom ei posse na Academia Piracicabanade Letras . Fom os no m eu Corcel II, que se cha-mava Johnny em homenagem ao mús ico JohnnyAlf. Paulo não deixou n inguém falar a viagem todacom sua crise logopática. Chiarini o escolheupara me saudar na solenidade de posse; bemcomo no jantar de confraternização no extintoRes taurante Mirante.

O m es mo Johnny conduziu eu e Adriano aoenterro de João Chiarini. Chegamos na hora dos epultam ento, pois foi a prim eira vez que vi trân-s ito em Piracicaba.

Jamais esquecerei das cartas manuscritas,com caneta hidrocor, que João Chiarini enviavapelo correio. Eram tão festivas quanto sua alma,a m arca timbrada do caipiracicabano.

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Página 2 - agosto de 2013

Rodolfo Konder

Rodolfo Konder é jornalista, escritor, Diretor da ABI em São Pauloe membro do Conselho Municipal de Educação (Câmara de Nor-

mas, Planejamento e Avaliação Educacional).

Nuvens escuras pairam sobre os céusda Educação no Bras il. No Bras il e nom undo. As críticas aqui se multiplicam .

Cobram de todos os governos uma revoluçãogerencial e de prioridades , inclus ive na administra-ção do dinheiro disponível, como advertem oscolunis tas Mailson da Nóbrega e Gus tavo Iosephe.E pesquisas recentes confirmam o fracasso do sis-tema brasileiro de ens ino.

A cons trução de uma dem ocracia estável, só lida e duradoura depen-de da modernização de corações e m entes e da subs tituição de hábitos epos turas , “escrevi no Jornal da ABI”. Percebemos o nascimento de mu-lheres e homens do futuro quando os comportamentos começarem amudar quando os preconceitos, a insensibilidade e o autoritarismo com e-çarem a desaparecer, não som ente das leis , mas da prática cotidiana, narelação mais íntima entre hom ens e m ulheres, adultos e crianças , jovense idosos. Então, estaremos nos reeducando efetivamente, já que só háaprendizado quando há mudança de com portamento, com o ens inava B.F.Skinner.

Outra lição : “devemos atrelar o nosso arado a uma estrela”, comoadvertiu Ralphi Valdo Emerson. A nação precisa sonhar. E a educaçãoserá sempre um eterno fracasso, se não perseguir um sonho, se nãobuscar sua estrela.

Recentem ente, a vis ita do Papa Francisco ao Bras il, sublinhando aim portância essencial de se trabalhar e pensar detidam ente no passadoe no futuro, duas áreas esquecidas num mundo atordoado pelo presente,pelo im ediatismo e pela urgência, contribuiu m uito para se esboçar um apauta para a educação. Entre diferentes ques tões igualm ente fundamen-tais, o Papa enalteceu a presença e a participação ativa dos jovens , rea-firm ou a im portância dos idosos , com sua experiência e sabedoria, e lem-brou que sem os jovens e os idosos a hum anidade caminha para o abis-mo.

Os lúcidos pronunciam entos do Papa Francisco reforçam a convic-ção de que é preciso mudar o s is tema educacional. “Mais do que verbas ,é urgente uma completa revisão das instituições educativas vigentes . Acom eçar pela reeducação dos educadores ” (José Arthur Giannotti).

EDUCAR É LIBERTAR

No homem – escreveu RalphWaldo EMERSON - , a memória éuma espécie de espelho, que, tendorecebido a imagem dos objetos queo rodeiam, é tocado de um sopro devida, e os dispõe numa nova ordem.Os fatos passados não permane-cem aí inertes, porém uns se apa-gam, e outros brilham de tal sorteque, subitamente, vemos um novoquadro, composto de ações memo-ráveis.

José Castelo ( in o Estado, 8/4/2000, Caderno 2) nos diz que quan-do um esc ritor decide rememorarseu passado, já não pode mais sa-ber se os conteúdos que af loramreferem-se a eventos reais ou a f ic-ções que envolveram, ou até toma-ram o lugar, de fatos.

Lygia Fagundes Telles acreditaque entre memória e f icção existeum sistema de vasos comunicantes,por meio do qual asideias c irculam –lembranças trans-f ormando-se emficções e, no movi-mento oposto, mascom a mesma in-tensidade, f icçõesconvertendo-se emrecordações.

Nossa memó-ria – diz um perso-nagem de Guy deMaupassant em um de seus con-tos – é um mundo mais perfeito doque o universo: ela devolve a vidaàquilo que não existe mais.

Vejam o que encontrei, há al-gum tempo, perambulando pelomundo da minha memór ia.

Encontrei as amoreiras planta-das por meu pai, no terreiro que f i-cava em frente ao nosso rancho decapixinguí, cober to com tabuinhasem formato de telhas. Na vasta fo-lhagem carregadas de amoras, osperiquitinhos verdes desatavam omatinal ensaio sinfônico, comendofestivamente... Às vezes, deixavamcair algumas amoras madurinhas,para que eu participasse do solenebanquete, como convidado de últimahora. E continuavam numa tagareli-ce musical sem fim!

MEMÓRIA E FICÇÃORaymundo Farias de Oliveira Encontrei, também, os ninhos

de xexéus dependurados como co-adores de café simetricamente dis-tr ibuídos na ramagem da árvoremajestosa, próxima ao nosso ran-cho.

Plumagem negra, com penasvermelhas no lado inferior das asas,eles me extasiavam com seus fre-néticos abraços aéreos, carregadosde amor, e uma cantoria diária muitovivaz, antes de internarem-se nosninhos tec idos com muita paciên-cia, delicadeza e arte.

Revi os casais de papagaios,em doce promiscuidade com ospares de maracanãs adornando olímpido céu azul com seus voosserenos sob o olhar atento do velhosol. Cantavam e cantavam semparar, devassando o silêncio cósmi-co. Voavam para bem longe, riscan-do o espaço infindo e, depois, re-gressavam na maior alegr ia dosdias estivais daquele tempo. Era umvaivém que intrigava minha curiosi-

dade infantil diante damata verdejante.

Contemplei o caf e-zal de exuberante verde-garrafa vestindo o chãoescuro avermelhado,como se a terra houves-se se ensopado de san-gue e suor derramadopor meu pai na lutaheroica de cada dia.

Revi, também, osuntuoso pé de ipê que

floria, pontualmente, todos os anos,bem pertinho do rancho. Ele enfei-tava a clareira onde eu brincava commeus boizinhos feitos de maxixe epalitos de fósforos usados – inven-ção de minha mãe. Que boiadinhamansa e silenciosa e como eu gos-taria de ter meus boizinhos de vol-ta, à sombra do ipê!

E agora parece que es tou aouvir um mugir dis tante, muito dis-tante, inundando o silêncio da pai-sagem misteriosa e fantástica queficou desenhada no abismo de mi-nha memória.

Para mim, memória e f icçãoandam de mãos dadas f lanando poraí.

Raymundo Farias de Oliveira éescritor, poeta, cronista e procu-

rador do Estado aposentado.

Lygia Fagundes Telles

di vulgação

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Página 3 - agosto de 2013

Depois de anos no Rio deJaneiro, trabalhandocomo radialis ta veio

para São Paulo o poeta CíceroAcaiaba. Fizemos boa amizade eassinei a apresentação de algunsde seus livros. Mas aqui não f icou.Voltou para a terra natal, Varginha(MG). Não se aquietou. Continuoua escrever e publicar suas poesiaslír icas e humanas. Irrequieto, bemrelacionado, criou, com escritoresda terra, um concurso anual depoes ias em Varginha e convidavaum bom número de julgadores .Intelectuais do Rio, de São Paulo,de Minas e da própria cidade. Tudopago. Os concursos anuaistrans formavam-se em pequenosfestivais. Cada um uma pequenaFlip . Melhor hotel, passeios, teatrolotado para a festa dos vencedores.Ampliei o meu número de amigos.

Perto, em Três Corações ,residia a excelente romanc is taMartha Antieiro. Soube, certa vez, daminha presença em Varginha e, nãopodendo deslocar-se para lá, pediuao Cícero Acaiaba que me levassea sua cidade. Eu já conhecia aMartha e elogiei-a em artigo.

Para lá nos mandamos .Martha, cr iatura doce e simples,recebeu-nos em sua casa. Extasiei-me com um belo salão envidraçado,visão panorâmica para uma áreaverdejante, em declive, que me deuligeira sensação de estar voando enão em ter ra f irme. De tudoconversamos, menos de literatura.Ela discor reu muito sobrejardinagem, hob by a que sededicava com esmero.

Admirei os belos quadros nasparedes da casa. Diante de umdeles des lumbrei-me. Pintura aóleo, primitivista, enorme, assinadopor G. Silva. Informou-me Marthaque era um pintor da terra. Elogieitanto o quadro que ela me ofereceu:“Pode levar. É seu.” Não aceitei.Além de conv idar-me para passaruns dias em Três Corações garantiuque conseguiria, com o artista, umquadro para mim. A gradeci opresente, a acolhida, voltei paraVarginha e depois para São Paulo.

Caio Porfírio Carneiro

Meti-me na minha vida corrida e osmeses passaram.

Um dia, telef onou-me umaamiga de Martha, residente em SãoPaulo, e me informou que ela memandara uma encomenda. Era umgrande quadro de G.Silva. Pus -lhebela moldura. A gradeci muito.Enfeita ele, com outros quadrosmenores , a sala de entrada daminha res idênc ia.

Soube depois que a jardinagemlevou-a à doença, através deadubos. E lá se foi a querida amiga,a grande escritora. Depois, anosdepois, lá se foi também o poetaCícero A caiaba.

E agora, mirando o belo quadrode G.Silva, sinto ao meu lado,mirando-o também, os doisqueridos amigos.

Quando os Lutos já nãocabiam na dimensãodo dia a dia, resolv i

transpô-los ao papel. Já não haviatanto espaço na minha esquife in-terior. Tive que sair do Luto à Luta.Foi aí que nasceu o “Lutos diários”,meu 3º livro de poemas, uma ten-tativa de renascer a partir de cica-tr izes . Para cada exper iência deluto que tive só aumentou a cons-ciência de redobrar a força. O so-fr imento não apenas destrói, eleerige. Só não devemos legá-lo aotempo.

O professor Chico V iana,pref ac iador do liv ro,captou bem a minhainquietude quando es-creveu que esta nascede entender o mundo,mas sobretudosuportá- lo. Sim, umaagonia para com omundo, porém nãocom o próprio “Eu”.

Mas, afinal, emque consiste a dor doenlutado? “Ter sido ar-rancado de uma por-ção de coisas sem sairdo lugar: eis uma des-crição precisa e pun-gente do estado ps í-quico do enlutado. A perda de umser amado não é apenas perda doobjeto, é também a perda do lugarque o sobrevivente ocupava juntoao morto. Lugar de amado, de ami-go, de f ilho, de irmão”, diz a psica-nalista Maria Rita Kehl em apresen-tação do livro “Luto e Melancolia”,de Freud.

A necessidade de ser enlutadoLeo Barbosa Um luto nunca cessa por com-

pleto. O que acontece é uma com-preensão diante do túmulo, mas ja-mais uma aceitação. Aí está o cor-po se deteriorando, o que podemosfazer além de exprimir nosso sofri-mento? Somos impotentes diante daimpossibilidade de retroceder.

Mia Couto reconhece: “mor toamado nunca mais para de morrer”.O luto não nasce apenas da mortedo corpo, mas também de um va-zio, quando um sentimento que nospreenchia é tomado por uma decep-ção, desilusão e medo exacerbado.Ir à luta é a tentativa de completaresse vácuo tão assíduo.

É grande o desafio de ressus-citar todos os dias. Chegar ao amor,

vencer o egoísmo,apaziguar a indiferen-ça. O luto, quandobem assimilado, nosf az reconhecer oquanto somos vulne-ráveis, o tanto queainda temos a percor-rer. Depois de pas-sarmos por esse es-tágio, poderemos vol-tar com uma f acemais autêntica. Não épor acaso a seme-lhança entre as pala-vras “luto” e “luta”.

Um homem nãocaminha sem seus

lutos e lutas diár ias. Por mais quese esforce para combatê-los, sem-pre virão à tona e o impulsionarão auma força criadora se ele tiver sa-bedoria para utilizar esses pesaresa seu favor. A infelicidade é mais fá-cil de ser alcançada, mas quem dis-se que ela não pode ser fértil? É noseu avesso que buscaremos a fon-te tão cara a nós. Inverter a ordemdepende da pulsão vital que possuí-mos, e muitas vezes não sabemoster.

Outro Luto e outra Luta se apro-ximam. Haverá combate? Todo Lutoé morte? Isso dependerá do quantode poesia teremos, da força, do ta-manho do caixão para carregar oQuotidiano. Cremos: um Luto se f in-dou, mas esse não é o f im.

Leo Barbosa é professorescritor e poeta.

[email protected]

Cícero Acaiaba eMartha Antieiro

Caio Porfírio Carneiro é escritor,crítico literário e membro do

Instituto Histórico e Geográficode São Paulo.

di vulgação

Cícero Acaiba

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Página 4 - agosto de 2013

O poeta, dizem, não morre, ele vai encantar estrelas. Ainda há pouco

um poeta/amigo/irmão, OmarKraüss, partiu para encantar estre-las.

Uma dorzinha funda que inco-moda, entojada, invade-me o peito.Uma sensação de vazio, vazio quese sabe, nada o preencherá, é aconsciência da extensão de “umnunca mais”. De repente soube dapar tida de outro amigo poeta, oMuralha, e também Joanyr Oliveira,e a gora meu companheiro de lutasem Taguatinga, o poeta, advogado,grande orador e amigo Leão Som-bra do Norte Fontes, grande Leãodo Norte, pomposo até no nome,com seus ternos impecáveis , aiseparávem bemgala de luxo comonos tempos de antanho, pura vai-dade, não necessidade, o seu amorpor Castro Alves, sua voz ainda res-soa nos salões de Taguatinga” :Estamos em pleno mar” e desfiavaverso por verso o Navio Negreirocomo nunca dantes visto, e igualLeão sei que nunca mais ouvirei.Talvez o saudosismo me venha deter ido ver uma peça intitulada Na-vio Negreiro que f icou muito a de-ver ao autor, o grande A ntonioFrederico de Castro Alves que mor-reu na f lor dos seus 24 anos e semais vivera seria com cer teza ab-soluta o maior poeta brasileiro detodos os tempos, o Navio Negreiroele o compôs aos 22 anos, por issoacho que para declamar aquele po-ema é preciso Venia , não pode ser”às talaveiras ,” como diz ia minhamãe.

Chego em casa, tomo um ba-nho e penso em descansar, dormir,mas cadê o sono? Dirijo-me a mi-nha singela biblioteca. Detenho-mena par te das poes ias. Lerei Omar,Muralha, Joanyr, Leão? Não, aindanão. Ainda dó i muito a ausência.Deixe-os se transformarem em sau-dade. Seus livros consolar-me-ãopelos caminhos.

Não fossem esses livros a metocaiarem! Preciso de palav ra deamigo, amigo de verdade. Aqui hátantos que com seus poemas ,sei,terão uma palavra que me façasentir melhor ! Pego Joanyr, “Tem-po de Ceif ar” . É, Joanyr também

Cutucando sonoHilda Mendonça foste encantar estrelas. Ah, meu

amigo Joanyr, era melhor quandoplantavas . Ceifar me dá uma tre-menda idéia de f inalmente! Já li ereli todos os seus livros, e sei, vol-tarei a lê- los. Folheio “LutaA®mada”, vou sempre à página 101,Balões, em que Joanyr, morandonos Es tados Unidos ,correspondíamos -nos frequente-mente, e enviei-lhe um livro meu deFolclore. Ele esc reveu-me emocio-nado lembrando infância, fogueiras,balões e então compôs este poe-ma, enviou-mo antes de publicá-loem livro.

Volvo meu olhar : Taveira, meubom e grande amigo de Caratinga,João Carlos Taveira. Sempre gos-tei do seu livro “Na Concha das Pa-lavras Azuis”. Amo este livro, gosta-ria de tê-lo escrito. Versos curtos,enxutos, mas que nos dizem tanto.Outro dia meu amigo/irmão/conf i-dente, Júlio César Arraes, residen-te no Canadá, me disse que apósmeses de neve, branco, branco,branco, f ez-lhe lembrar o livro doTaveira: “A Aceitação do Branco”.Ainda no cantinho do Taveira passoos olhos sobre O Prisioneiro, abro-o, e vou à página 35 e leio pelaenés ima vez o poema, “O Órf ão”.Creio mesmo que nunca ninguémconseguiu traduz ir tão f ielmenteaquela sensação de vazio quandoacabamos de sepultar uma pessoaamada e voltamos para casa, aque-le nunca mais está na solidão da-quele garoto, todo mundo pro cemi-tério para enterrar o pai, e ele ali, só,“Varrendo a sala e ouvindo blues”.

Leio os t ítulos, muitos livrosguardados com carinho, e lá vêmme chamando os amigos atravésde suas letras, são tantos e tão pre-ciosos ! Danilo Gomes, saudades,e esta intrigante LUZ VERMELHAQUE SE A ZULA , do meu amigocearence Nilto Maciel! Aglaia Sou-za, doce e corajosa Aglaia, sua VidaFêmea é um liv ro corajoso.Napoleão Valadares, esse grandeamigo da A NE, Associação Nac io-nal dos Escritores, (a que tambémpertenço) , Napoleão reúne em seuslivros boa prosa, boa poesia, ahmeu bom Urucuiano.

Ei, esse aqui tem a ver comi-go pois tenho do redemoinho umtempo,ou melhor Redemoi nho doTempo, liv rinho de contos que meabriu tantas portas, me deu prêmi-

os, teve três edições esgotadas, foitraduzido para o Inglês, Espanhol ,publicados na Revista Presencias,da Argentina, tradução da grandeescritora e amiga Perpétua Flôres,alguns contos para o Francês ,ETAlivr inho danado!. E es te deFernando Mendes Viana é tambémdo tempo, Marinheiro do Tempo.Leio Noturno Terrestre, lindo, aliás,como todos os poemas deFernando, mas é que esse...tem aver com essa insônia de hoje,muitasjá tive e muitas sei,as terei.

E esse meu grande amigopiauiense Ronaldo Mousinho,comas suas A sas Para o A pogeu,J.Simões, goiano, meu afilhado lite-rár io, Helio Pereira, alma sensívelque capta tudo que vê de maneirapoética, Vili S.Andersen, Grande Vili,gaúcho, de origem norueguesa ,nãosei precisar desde quando somosamigos . Maria Braga Hor ta, es tácaminhando nas estrelas, foi poe-ta, casada com um poeta e o pro-duto deste casamento não poderiaser outro, o grande poeta AndersonBraga Horta. São os tesouros queamealhei em minha vida, os amigos,e os de Passos e Alpinópolis é mo-tivo para outro texto. Com tantascompanhias , como me sentirsó?Gus tavo Dourado, grandecordelista, Jorlando, aquele burrinhoRoncô só de olhar me f az r ir,aTibetana! Nossa ,olha ali o AstrogildoMiag com aquele porteiro metido àComunis ta!O W.Solha, com seuA rcadtch,já f iz um art igo sobreele.Tanta gente aqui a espera dereleituras,posto que a leitura eu afaço assim que recebo o livro,tantagente desse Bras ilzão,notadamente os que conhec i emBrasilia, os colegas acadêmicos daAcademia Taguatinguense de Le-tras , da Assoc iação Nacional deEscr itores ,a nossa ANE, fundadapelo escritor Almeida Fisher que meentregou em mãos o seu livro, quequando quase não se falava emtransplantes ele fez um livro sobre

um suposto transplante de cérebro,e agora há também os companhei-ros aqui de Passos da Escritores ECompanhia e os que,mesmo dis-tantes, me enviam seus livros queleio com avidez. É, uma insônia épouco. Tenho muitos e bons ami-gos, principalmente poetas, e quemtem amigos nunca está só. Amiza-des verdadeiras.

Melhor agora é tentar dormir,mas há um inquieto Pássaro no Aqu-ário, do Danilo Gomes, a me esprei-tar, olhando de soslaio, assim demansinho, como quem não quernada, sem pedir licença, ei-lo emminhas mãos. E o Pássaro borbu-lha, meneia barbatana, nada na so-lidão de minha insônia, mas brilhaescamas , vira “passarim” , perdepena e não me deixa escapar às ter-ríveis indagações: Donde vim? Paraonde vou?

Termino a noite com um liv rode Anderson Braga Horta, “Invençãodo Espanto”, como se ele, o espan-to, precisasse ser inventado. A poe-sia é um espanto, a arte é um es-panto, a vida é um espanto, viver éum espanto!

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Joanyr de Oliv eira

di vulgação

Hi lda Me ndonça é contista,poeta , folc lor is ta e membro

da Academia Ta gua tinguensede Le tra s.

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Indicador Profissional

Petrônio Cinque

É na grande escala modal en-toada pelo sitar e no expressivo si-lênc io dos af etos / aqui, naintersecção entre os f ios descone-xos da vibravida, selva-f loresta-de-serto-mosaico – que os sons re-compostos por Alberto Marsicanocrescem e se alargam, incessan-tes como a luz de uma f ermata –na invenção de volumes róseos etranslúcidos - tênue estranheza decompassos novos - no livre tear daaurora sempre-sempre e mais ago-ra – quando mais liv res, dançam,em mosaico viandante – cé lulasmelódicas, melismas e f luxos sono-ros inominados entretecem um vá-cuo de paradoxos minimilimétr icose transitam por rotas sem portas,germinam por limites quase re/des/feitos. Como o enredo na rede pedeo toque dos dedos e o intacto lumi-nar reabre sobre os olhos uma hi-pótese transcromática – neste f lu-xo – hoje, revejo o amigo, mes trede mestres, cuja trajetória estéticae humana não parece ter tido umcomeço – mas somente um sem-pre. Marsicano - o Mestre em cujacompanhia alargamos fronteiras. Novasto entrelaçamento de culturas eidiomas, uma pira acesa: o sagra-do fogo do humor abençoando diá-logos e ideias. O adolescente entu-siasmado com os estudos de vio-lão migrou para o sitar indiano, ga-nhando mundo e estudou na Univer-sidade de Benares, tornando-se dis-cípulo de Ravi Shankar e de KrishnaChakravarty – de quem sempre noscontava, sorrindo, histórias incríveis– e tornou-se Mestre. Filósofo gra-duado pela USP, músico, poeta, tra-

RAGA MOSAICÓSMICO PARA ALBERTO MARSICANOBeatriz H. Ramos Amaral dutor, ensaísta, professor, escritor

legou-nos uma obra tãomultif acetada e genial como cadaum de seus objetos es tét icos .Introdutor do sitar indiano clássicono Brasil – um dos maiores músi-cos do mundo em seu instrumento– Mars icano teve o trabalho reco-nhecido e recebeu homenagem es-pec ial do governo da Índia, nocinquentenário da independência dopaís , em 1997. Seus discosBenares, Impressionismos, Ragado Cer ra do, Quintessênci a ,Eletric Sitar e Sitar Hendrix (indi-cado ao Prêmio Grammy) reve-lam o universo extraordinariamentehíbrido em que inseriu a nobreza, aelegância e a delicadeza de seu ins-trumento, em transmigrante f luxosonoro de culturas. O encontro comHaroldo de Campos marcou umaamizade/parceria especial e nos le-gou o belíssimo CD Isto não é umlivro de viagem. Jus tamente porintermédio de Haroldo de Campos,ainda nos anos oitenta, conheci pes-soalmente Marsicano, cujo trabalhojá acompanhava – época em euestudava música erudita (v iolãoclássico) . E nos tornamos amigos-irmãos , entusiasmando-nos mutu-amente a cada projeto. Juntos, rea-lizamos leituras poéticas a partir demeados dos anos 1990, e celebra-mos o nasc imento de vários demeus livros (Planagem/1998, Alqui-mia dos Círculos /2003, Luas deJúpiter /2007, A TransmutaçãoMetalinguís tica na Poét ica deEdgard Braga/2013). Juntos home-nageamos Haroldo de Campos emvárias edições da HORA H e naGaláxia Haroldo, no TUCA, na Livra-ria da Vila, na Casa das Rosas. Jun-tos gravamos o CD Ressonâncias,lançado em 21 de agosto de 2010 –

coincidentemente há exatos trêsanos – contendo poemas de dois demeus liv ros conjugados aosbelíss imos ragas e às improvisa-ções especiais de seu sitar. A ativi-dade poética de Mars icano – elemesmo um poeta de raraexpress iv idade, autor deIdiomalabarismos e Sendas So-lares, o levou à prática da tradução.E Marsicano, com tear verbal demestre, traduz iu Bashô, Blake,Wordsw or th, Shelley, Keats .Rimbaud por ele mesmo e Ji mM orrison por ele mesmo são ou-tros exemplos de suas extraordiná-rias traduções. Marsicano tambémpublicou A Música Clássica da Ín-dia, Conversas com Gaudí, entreoutros. Em parceria com John Mil-ton, publicou O Olho Imóvel pela

Força da Harmonia, contendo tra-duções de William Wordsw or th .Como esc ritor, também presenteouos leitores com suas Crôni ca sM arsicanas. Em seus muitos pro-jetos desenvolv idosconcomitantemente, iniciados, con-cebidos, interrompidos – a presen-ça constante de talentos jovens queidentif icava com sua antena única.Neste caleidoscópio demulticriativos mov imentos, trans/circula a luz de Alberto Marsicano,que agora atinge e conquista o tem-po dos inf initos. Sempre.

Beatriz H. Ramos Amaral époeta, ensaísta e autora de ATransmutação M etalinguísticana Poética de Edgard Braga.

Beatriz H. Ramos Amaral e Alberto Marsicano

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Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura, promovido pelaSecretaria de Es tado de Cultura, por meio da Superintendência dePublicações e do Suplemento Literário, está com inscrições abertas atéo dia 15 de outubro para as categorias Jovem Escritor Mineiro – BDMGCultural, romance, conjunto de obra e poesia. Os interessados poderãoinscrever um original inédito, por categoria, em quatro vias, digitados empapel A4, fonte Times New Roman, c orpo 12, espaço 1,5, encadernado,sob o uso de pseudônimo. Os romances deverão ter no máximo 49páginas; os poemas, no mínimo 25 e no máximo 50 páginas. Premiação:categoria Conjunto da Obra, R$ 120 mil; Jovem Escritor Mineiro – BDMGCultural, R$ 42 mil; Ficção (romance) , R$ 25 mil; e Poesia, R$ 25 mil. Osoriginais deverão ser enviados para o Suplemento Literário de MinasGerais, Avenida João Pinheiro, 342, Bairro Centro, Belo Horizonte - MG -30130-180. Edital e ficha de inscrição: http://w w w.cultura.mg.gov.br/.In for m açõe s: Tels .: (31) 3269-1141, 3269-1143. E-mail:[email protected].

Prêmio Literário Nacional PEN Clube do Brasil 2013 está cominscrições abertas até o dia 31 de outubro para obras publicadas de 1ºde janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2012, nas categor ias Poesia,Ensaios (de cunho crítico - teórico nos diversos campos da área deconhec imento humano) e Narrativas ( romances, contos, novelas emodalidades correlatas, inclusive, infanto- juvenil) . Os interessadosdeverão enviar três exemplares da obra para a sede social do PEN Clubedo Brasil, Praia do Flamengo, 172 / 1101, Flamengo, Rio de Janeiro - RJ- CEP 22210.Taxa de inscrição: Editoras: 180,00; autores: R$ 130,00;associados: R$ 80,00. Premiação: Os pr imeiros colocados de cadacategoria receberão, cada um, a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais),sobre a qual incidirá dedução do imposto legal, além da entrega de troféu“PEN Clube” especialmente concebido e executado pelo esc ultor CavaniRosas e certif icado de participação. Ficha de Inscrição e edital: http://w ww.penclubedobrasil.org.br

N’ A Brasileiradiante de ti, FernandoPessoa jovem, de bronzea tua esquerda vaziae a minha cadeira tambémvazia de mim

Contemplo o teu chapeupreso do ventocanalizadodesde a rua Garretpara o Chiado

Respiras o sol e a poeirado tempo e eu, o ar da vidado mito, do ser

António Ribeiro Chiadoali do ladoum tanto pândegoengraçadoestende a mão condescendentepara as nossas mãosarmadas no gesto vagode ponderação e saber

Lá ao fundo, Camõeso manto dobrado da Poesiana mão fechadarecebe de Éolo as tágides deleque misturam seu ar de glóriae a esculturaque teceu de nossa língua viva

Garret não se quis presentemas se pressentecomo brisa, sobre nóssobre o largo e as duas igrejascapaz de provocara pancada do sinoque me acorda da eternidadee me vira outra vez em carnepoeta e pequenino.

Mais um aniversário?Viva!Se o mundo não acabouem 21 de dezembro de 2012como os mayas prometeram,vivamos outra vezde bem com o planetae com o sol lançando chispas.Aqui na Terra vamos evitandoos asteroides sorrateiros...Vamos colocar na caraum largo sorriso de vencedores!Parabéns para vocêque faz anos em 2013!Que o amor e a alegriao acompanhem até o centenário,pelo menos!

OS CINCO POETAS E O VENTO(ou Geografia do Chiado)

Djalma  Allegro

Djalma  Allegro é escritor, poeta, advogado, ator, jornalistae membro do Conselho da OAB/SP.

Poema de aniversário em 2.013

Teresinka Pereira

Para Fábio Lucas - 27 de julho

Concursos

Teresinka Pereira é escritora, poeta, tradutorae presidente da International Writers.

Almeida Garrett, calçada portuguesa,no Jardim Duque da Terceira.

di vulgação

di vulgação

Camões

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Lançamentos e Livros

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Antologias:

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Notícias de Piracicaba

Edson Rontani Júnior lançará Nhô Quim - A Histór ia que eu conheço,no dia 24 de agosto, na Biblioteca Pública Municipal. O evento s erá realizadocom a premiação dos selecionados no Concursos de Mic rocontos de Humor.

A Revista da Academia Piracicabana de Letras, edição nº 7, estácirculando com textos dos 40 integrantes, notícias e homenagens. O editorresponsável  é o jornalista e acadêmico Armando Alexandre dos Santos.

O 40º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, promovido pelaPrefeitura de Piracicaba, por meio da Sec retar ia da Ação Cultural e doCEDHU Piracicaba, divulgou a lista dos trabalhos selecionados que serãoexpostos na mostra que será realizada de 24 de agosto a 20 de outubro, noEngenho Central, no link salaodehumor.pirac icaba.sp.gov.br/humor/sem-categoria/selecionados-40o-salao- internacional-de-humor-de-piracicaba/.Os jurados foram os cartunistas Pryscila Vieira, Natália Forcat, Gilmar, LucasLeibholz e Paulo Branco, o ilustrador Rafael de Lator re e o professoruniversitário Celso Figueiredo Neto. Informações: Tel.: (19) 3403-2615.w w w.salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br.

O Dia do Escritor foi comemorado em 28 de Julho, na Área de Lazerda Rua do Porto, pela Academia Piracicbana de Letras, do Sarau LiterárioPiracicabano, do Clube dos Esc ritores, do Grupo Ofic ina Literáriade Pirac icaba e do Centro Literário de Piracicaba. Integrantes e membrosdas entidades promotoras do evento participaram com poemas e textosque f oram expostos nos varais, trocaram, doaram e venderam livros,declamaram, contaram histórias e f izeram leituras de textos.

O Prêmio Escriba de Contos divulgou o resultado da 8ª edição, quefoi julgada por Armando Alexandre dos Santos, Ivana Mar ia França de Negri,Otacílio Monteiro, Henrique Borlina e Elisabete Burque. 1º Lugar: Dominogratias, de Zulmar José Lopes de Vasconcellos, Rio de Janeiro; 2º Lugar:Colecionador de pedras, de Elias Araújo Américo Brasiliense, São Paulo –SP; 3º Lugar: O terno, de André Telucazu Kondo, Jundiaí – SP; e Melhortrabalho de Piracicaba: Ao Crepúsculo, de Sebastião Aparecido Ferreira.

di vulgação

Espectros, de Cecília Meireles, 3ª edição, 80páginas, Global Editora, São Paulo.

Este é o primeiro livro da autora, publicado em1919 em tiragem muito reduzida.

A obra reúne 17 sonetos sobre f iguras históri-cas famosas como Cleópatra, Nero, Joana D’Arc,Maria Antonieta, entre outros.

O professor Alfredo Gomes, no prefácio da pri-meira edição, saudava na aluna, “o coração já su-periormente formado, a inteligência clara e lúcida,a intuição notável com que sabia expor pensamen-tos próprios e singulares até em assuntos peda-gógicos”. ISBN 978-85-260-1776-4.

Global Editora: w w w.globaleditora.com.br

O Conto Bras ileiro Hoje, coletânea,RG Editores, volume XXIII, 136 páginas, SãoPaulo.

A obra réune textos de Adolpho Marianoda Costa, Alfredo Gonçalves de Lima Neto,Alfredo Monteiro Filho, Anna Isabel GomesFusaro, Araken Vaz Galvão, Belvedere Bru-no, Celso Cezar io Motta, Djanira Pio,Enivaldo Santos do Vale, Eunice Arruda, Ge-raldo José Sant’Anna, Joaquim Cavalcantide Oliveira Lima Neto, Jurandi Ass is, LuizClér io Manente, Marcos Mairton, Maria Sil-via Carneiro, Moacir Saraiva, Nege Além,Rodolfo Konder, Rogério Ribeiro da Luz eSueli de Conti Jorge.

RG Editores: w w w.rgeditores.com.br

Gíria comum na interação em sala de aula,de Luciene Maria Patriota, Cortez Editora , Cole-ção: Linguagem & Linguística, São Paulo, 88 pági-nas, R$ 18,40. ISBN: 9788524914768.

A obra focaliza o uso da chamada gíria co-mum em sala de aula e ressalta que esse tipo delinguagem pode ser utilizado no ensino fundamen-tal e médio como um forte aliado na dif ícil tarefa detransmissão de saberes histor icamenteins tituc ionalizados.

Cortez Editora: w w w.cortezeditora.com.br

Edson Rontani Júnior

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Linguagem Viva

Página 8 - agosto de 2013

Prof. Sonia

Notícias

di vulgação

Antonio F. Costella e LedaCampestrin Costella, diretores daCasa da Xilogravura, entregaram,no dia 7 de junho, para o M. Reitorda Universidade de São Paulo, Prof.Dr. João Grandino Rodas, a escri-tura da nova versão do testamentoque lega à USP o edif ício e o acer-vo da Casa da Xilogravura, bemcomo um memorial com propos tasde parcerias entre a USP e o Mu-seu. Também estiveram presentesa Pró-Reitora de Cultura, Profa. Dra.Maria Arminda do Nasc imentoAr ruda, e o Diretor do Centro dePatr imônio Cultural da USP, Prof.Dr. José Lira.

Ref lexõe s do Gato M urr,E.T.A. Hoffmann, Estação Liberda-de, A obra tem Murr como o gato-narrador que se dedica a produzir aprópria biograf ia com o intuito de le-gar à posteridade o registro de suafelina e brilhante passagem por estaexistência.

A 1ª Feira Literária e Musicaldo Clube Português, com o temamúsica popular,  promovida peloDepar tamento Cultural do ClubePortuguês, com apoio cultural daOrdem dos Músicos do Brasil - Re-gional São  Paulo, será realizada nodia 1 de setembro, domingo, a par-tir das 14 horas, no Clube Portugu-ês de São Paulo, Rua Turiassú, 59.Tel.: (11) 3663-5953.

A Saraiva lançou um site es-pec ial referente à vida e obra deFerreira Gullar, em parceria com oGrupo Editorial Record, com vídeos,poesias, fotos, biografia, conteúdoexclus ivo e uma loja virtual. http://w w w.livrariasaraiva.com.br/gullar/

Rosana Jatobá, jornalis ta eapresentadora, lançou Questão depele, pela Editora Novo Século. Aobra, que reúne 49 crônicas sobremeio ambiente e temas sociais ,será lançada no dia 7 de setembro,às 18 horas, na Bienal do Rio de Ja-neiro.

Leda, Prof. Dr. José Lira e Costella.

Aricy Curvello teveo poema sementes / sóflorescem / se apodrecemselecionado para o Proje-to Poesi a na Praça, daPref eitura Municipal deUberlândia (MG), que se-leciona textos e poetaspara cada praça da cida-de. O poema foi inseridoem suporte de concreto,

adesivado colorido, com acr ílicotransparente revestindo, no meio deum canteiro de f lores , na PraçaCícero Macedo. Mário Quintana,Cecília Meirelles e Lourdinha Barbo-sa também têm poemas na referidapraça.

A Casa Guilherme de Almeidapromoverá a palestra A crítica comotradução, que será prof erida porManuel da Costa Pinto, no dia 25 desetembro, das 19h às 21h, RuaMacapá, 187, Pacaembu, em SãoPaulo. O evento tem a curadoria deDonny Correia.Tel.: (11) [email protected].

A Feira do Livro Sapucaia doSul (RS), promov ida pela Prefeitu-ra, através da Secretaria de Educa-ção, em parceria com o SESC, serárealizada de 1 a 5 de outubro, nocalçadão do município. A patrona daedição será a escritora sapucaiense,Eni Allgayer.

O Prêm io Passo Fundo Zaffari& Bourbon divulgou os romancesfinalistas da 8ª edição: A noite dasmulheres cantoras, de Lídia Jorge;Barba ensopada de sangue, deDaniel Galera; Domingos sem Deus,de Luiz Ruffato; Habitante irreal, dePaulo Scott; Infâmia, de Ana MariaMachado; Lívia e o cemitério africa-no, de Alberto Martins ; O céu dossuicidas, de  Ricardo Lísias; O queos cegos es tão sonhando?, deNoemi Jaf fe; Solidão continental, de João Gilberto Noll, e Uma duas, deEliane Brum.

Luiz Paulo  Horta,  jornalis ta,advogado, musicólogo e membro daA cademia Bras ileira de Letras ,ocupante da cadeira nº 23, da Academia Brasileira de Letras, fale-ceu no dia 3 de agosto, aos 69  anos,no Rio de Janeiro,  v ít ima deum infarto   fulminante.

   Amilton Maciel Monteiro,com o soneto Moderni dade, foi ovencedor do XII Concurso NacionalPoeArt de Literatura 2013.

Murilo Mendes: o poeta bra-sileiro de Roma, de Maria BetâniaAmoroso, foi lançado pela EditoraUnesp. A autora, professora e pes-quisadora de Teoria Literária daUnicamp e livre docente na área deLiteratura comparada, recupera eanalisa as impressões deixadaspor Murilo Mendes entre os italianosde 1957 a 1975, quando viveu naItál ia.

Ana M aria Machado, presi-dente da Academia Brasileira deLetras, assinou termo de coopera-ção técnica com o Museu da Lín-gua Portuguesa, de São Paulo, queé pres idido por A ntonio Car los deMoraes Sartini.

O 24º Encontro Brasileiro deHaicai , promovido pelo GrêmioHaicai Ipê, será realizado no dia 31de agosto, das 13 às 17 horas, noCentro Cultural São Paulo, RuaVergueiro, 1000, em São Paulo.Será promovido o concurso Gran-de Desafio, categorias infantojuve-nil (até 14 anos) e adulto (15 ouacima), cujos participantes são de-safiados a escrever um haicai em20 minutos, tendo como assuntoum dos temas sorteados. Os ven-cedores serão conhecidos ao f imdo evento e receberão certif icadose liv ros . O mes tre GuetsusenKobayashi, das 15 às 15h20, pre-senteará os interessados com po-emas caligrafados em japonês .Também haverá apresentação mu-sical com os instrumentis tas kotôe shamisen.

Nossa Língua, Nossa Pátria,Editora Í thala, de Albino de BritoFreire e Leopoldo Scherner (inmemorian), coletânea que reúnematérias da coluna homônima nojornal O Estado do Paraná, mantidadurante anos pelos autores, apre-senta dica de como falar e escre-ver bem o português.

Aroldo Pere ira apresentarápoemas dos liv ros c i nemabumerangue, parangolivro, e inédi-tos do cinepoesia, com acompanha-mento de Samuel Pereira e convi-dado Jovino Machado, no dia 29 desetembro, domingo, com apresen-tações às 11 e 13 horas, na Casada Ópera / Memor ial Minas GeraisVale - Circuito Cultural, Praça da Li-berdade, em Belo Horizonte.

O Prêmio Fundação Bunge ,na 58ª edição, contemplará na áreade Crí tica Literár ia, na categor ia“Vida e Obra”, Leyla Beatriz PerroneMoisés , da Universidade de SãoPaulo; e na categoria Juventude, Ale-xandre André Nodari, da Universida-de Federal de Santa Catarina, pelotrabalho em Teoria Literária. A ceri-mônia de premiação será realizadano dia 1 de outubro, no Palácio dosBandeirantes, em São Paulo.

Le vantado do chão eMemorial do convento, romancesde José Saramago, foram lançadospela Companhia das Letras.

O 4º Salão do Livro de Pre-sidente Prudente será realizadopela Pref eitura de Presidente Pru-dente e Secretaria Municipal de Cul-tura, de 17 a 27 de outubro, no IBC– Centro de Eventos, Rua Dr. HugoLacorte V itale, 46, em Pres identePrudente (SP).