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Ano XXV Nº 308 abril de 2015 Xavier Jorge - O Amado Filho da Bahia De Jorge Amado são muitas as lembranças. Debito-as aos muitos fil- mes armazenados no meu subcons- ciente, filmes revistos com muita sau- dade neste início de inverno, aqui na cidade de Itapevi, onde resido. Conheci a obra de Jorge Ama- do, bem antes de conhecê-lo pesso- almente, graças ao meu vizinho que era sapateiro de profissão, na cida- de do Recife, no bairro da Torre. Vi- víamos a Segunda Grande Guerra Mundial. Em águas brasileiras, os submarinos alemães estavam afun- dando os nossos navios de passa- geiros. A revolta na capital pernambucana foi grande. Casas comerciais, de alemães, japoneses, sentiram o peso dessa revolta. Algu- mas residências também foram ‘visi- tadas’. Participei desse sentimento de indignação patriótica de nosso povo em 1942. Uma noite esse meu vizinho sa- pateiro disse-me: “Tá vendo esse li- vro, está em espanhol, vamos tentar ler juntos? Você não diga a ninguém, senão poderemos ser presos.” Era ‘A vida de Luís Carlos Prestes’, editado na Argentina pela Editora Claridad, em 1942. Eu tinha meus quinze anos, foi um curso de História política e li- terária, a poesia de Jorge contami- nou-me. Apaixonei-me pelos perso- nagens Luís Carlos Prestes e seu advogado Sobral Pinto. Como sofri com a entrega de Olga, esposa de Prestes, para os nazistas, como odiei o carrasco Filinto Müller. Com o fim da Segunda Grande Guerra Mundial, chega à redemocratização do País. Em dois de dezembro de 1945, houve as elei- ções, o general Eurico Gaspar Dutra é eleito Presidente da República, o Partido Comunista elege quatorze deputados federais e um senador, Jorge Amado é eleito deputado pelo Estado de São Paulo. Após a eleição, Jorge chega ao Recife, onde desen- volve intensa atividade política e cul- tural. Com Leonardo Moreira Leal e Jurandir Bezerra, sobrinho de Gregório Bezerra, filho de José Lou- renço Bezerra, assassinado pela po- lícia pernambucana em 1937, e ou- tros jovens comunistas, fundamos o Centro Literário Castro Alves. Era agi- tação política e politização da classe estudantil. Contando com apoio de Gregório, também eleito deputado fe- deral, convidei Jorge para falar no Centro Castro Alves. Foi uma tarde memorável. Jorge nos disse da sa- tisfação daquele encontro e que es- tava nas mãos da Juventude a obri- gação de lutar por um Brasil sem fome, sem miséria, tão constante na vida do povo brasileiro. Um ano mais tarde, no Rio de Janeiro, na Tribuna da Câmara dos Deputados, vejo Jorge denunciar o governo General Dutra, que estava fechando o Sindicato dos Estivadores e a União Geral dos Trabalhadores de Santos, estava liquidando com a liberdade de imprensa apreendendo as edições diárias da Tribuna Popu- lar, órgão do Partido Comunista. Jor- ge se manifesta veementemente con- tra o Decreto Lei 9070, do Governo Dutra, proibindo o direito de greve e protesta indignado contra a presen- ça de agentes da Delegacia de Or- dem Política e Social, nas assembleias Sindicais, ergue a sua voz contra a dissolução a tiros, do comício do PCB, no Largo da Cario- ca, feita pela polícia, com dezenas de feridos e a morte de Zélia, militante comunista. Em defesa da liberdade de cul- to, Jorge apresentou a Emenda, mas avisou ao Senador Prestes e os de- mais companheiros deputados, que não queria as suas assinaturas. É que os projetos e emendas dos par- lamentares comunistas eram quase que sistematicamente recusados, iam para a lata do lixo. Jorge contou com o apoio de Gilberto Freyre, o autor de ‘Casa Grande e Senzala’, nome de grande prestígio na Assembleia Nacional Constituinte, ele assinou a Emenda, congratulou-se com Jorge, apenas lamentando não ter sido o autor da mesma, afirmou: “Por que não pen- sei nisso?” Foi essa Emenda que garantiu a liberdade de culto em nos- so País. Em 1947, no auge da Guerra Fria, Truman o presidente america- no, exige do presidente Dutra a cas- sação do registro do Partido Comu- nista. O Tribunal Superior Eleitoral, num ato vergonhoso cassou o regis- tro. Meses após é a vez da Câmara dos Deputados capitular covarde- mente e cassar os mandatos dos parlamentares. Sem imunidades, al- guns são presos, espancados e pro- cessados, outros vão para clandesti- nidade como o Senador Luís Carlos Prestes. Jorge parte para o exílio, inicial- mente em Paris, onde com o poeta Pablo Neruda e o pintor Carlos Sclier, desenvolve intensa atividade política, sendo os mesmos expulsos do país. Ganha o prêmio Stalin da Paz, já é considerado um nome de primei- ra grandeza na literatura mundial, com as suas obras traduzidas para dezenas de idiomas, torna-se um dos escritores mais lidos e premiados do mundo. Em 1956, regressa ao Bra- sil. A ABDE – Associação Brasileira de Escritores, presidida pelo escritor Abguar Bastos, organiza um jantar em sua homenagem. Esperamos Jor- ge e Zélia que vinham de ônibus do Rio de Janeiro, mais de 150 pesso- as. O terminal era na Av. Ipiranga, um pouco antes da Av. São João. À noi- te no Clube Homes, na Av. Paulista, o jantar foi um sucesso, Jorge esta- va emocionado com o encontro tão festivo. Abraça companheiros e com- panheiras que há muitos anos não via. Chego a Salvador. Certa manhã, quase tarde, encontro o Jorge na Baixa do Sapateiro. Camisa esporti- va, por fora da calça, fumando, san- dália conga, em companhia do seu amigo ‘argentino de nascimento’, mas baiano de coração, o pintor Caribé. Era hora do almoço. Fomos almoçar numa pensão simples – mui- to simples. Quatro ou cinco mesas, todas estavam ocupadas por gente humilde, operários, trabalhadores braçais, num canto fritando peixe e fazendo os pratos a fim de que os fi- lhos servissem aos fregueses uma preta velha, de idade avançada, dou- tora na arte de cozinhar, recebe um beijo de Jorge. Sou apresentado a ela, Jorge bate um papo, com todos ao mesmo tempo. Ali é o seu mundo, sua gente, ali estão os seus perso- nagens. A pensão ficava bem no coração da ‘Cidade Alta’, próxima ao Eleva- dor Lacerda e também, dos puteiros espalhados pelos velhos e misterio- sos sobrados que Jorge conhecia como a palma da sua mão e que es- tão presentes em suas obras. Em abril de 1997, após a implan- tação de um marca passo, diante do problema da visão que se agravava, ele declarou que doravante passaria a ditar as suas obras. Um ano antes Jorge viajara para França, onde recebe o título de Dou- tor Honoris Causa, na famosa Uni- versidade de Sorbonne. Homem de sensibilidade, ape- gado aos amigos, Jorge foi pouco a pouco morrendo com a morte deles. Pierre Verger, o etnólogo e fotografo francês, o pintor Caribé, e antes a morte trágica de Dias Gomes, esses adeuses abalaram profundamente o Amado Filho da Bahia. Em 1945 passou a viver com Zélia, em 1978 casaram-se, produto desse amor, nasceram Paloma e João Jorge. Certo dia ele declarou que “Zélia foi a maior sorte que tive na vida” e fez uma declaração públi- ca de amor a ela: “A vida me deu mais do que pedi e mereci Não me falta nada Tenho Zélia e isso me basta.” Geraldo Pereira é jornalista, escritor e conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa. Geraldo Pereira divulgação Jorge Amado e Zélia Gattai

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Ano XXV Nº 308 abril de 2015

Xavier

Jorge - O AmadoFilho da Bahia

De Jorge Amado são muitas aslembranças. Debito-as aos muitos fil-mes armazenados no meu subcons-ciente, filmes revistos com muita sau-dade neste início de inverno, aqui nacidade de Itapevi, onde resido.

Conheci a obra de Jorge Ama-do, bem antes de conhecê-lo pesso-almente, graças ao meu vizinho queera sapateiro de profissão, na cida-de do Recife, no bairro da Torre. Vi-víamos a Segunda Grande GuerraMundial. Em águas brasileiras, ossubmarinos alemães estavam afun-dando os nossos navios de passa-geiros. A revolta na capitalpernambucana foi grande. Casascomerciais, de alemães, japoneses,sentiram o peso dessa revolta. Algu-mas residências também foram ‘visi-tadas’. Participei desse sentimento deindignação patriótica de nosso povoem 1942.

Uma noite esse meu vizinho sa-pateiro disse-me: “Tá vendo esse li-vro, está em espanhol, vamos tentarler juntos? Você não diga a ninguém,senão poderemos ser presos.” Era ‘Avida de Luís Carlos Prestes’, editadona Argentina pela Editora Claridad,em 1942. Eu tinha meus quinze anos,foi um curso de História política e li-terária, a poesia de Jorge contami-nou-me. Apaixonei-me pelos perso-nagens Luís Carlos Prestes e seuadvogado Sobral Pinto. Como sofricom a entrega de Olga, esposa dePrestes, para os nazistas, como odieio carrasco Filinto Müller.

Com o fim da Segunda GrandeGuerra Mundial, chega àredemocratização do País. Em doisde dezembro de 1945, houve as elei-ções, o general Eurico Gaspar Dutraé eleito Presidente da República, oPartido Comunista elege quatorzedeputados federais e um senador,Jorge Amado é eleito deputado peloEstado de São Paulo. Após a eleição,Jorge chega ao Recife, onde desen-volve intensa atividade política e cul-tural. Com Leonardo Moreira Leal eJurandir Bezerra, sobrinho deGregório Bezerra, filho de José Lou-

renço Bezerra, assassinado pela po-lícia pernambucana em 1937, e ou-tros jovens comunistas, fundamos oCentro Literário Castro Alves. Era agi-tação política e politização da classeestudantil.

Contando com apoio deGregório, também eleito deputado fe-deral, convidei Jorge para falar noCentro Castro Alves. Foi uma tardememorável. Jorge nos disse da sa-tisfação daquele encontro e que es-tava nas mãos da Juventude a obri-gação de lutar por um Brasil semfome, sem miséria, tão constante navida do povo brasileiro.

Um ano mais tarde, no Rio deJaneiro, na Tribuna da Câmara dosDeputados, vejo Jorge denunciar ogoverno General Dutra, que estavafechando o Sindicato dos Estivadorese a União Geral dos Trabalhadoresde Santos, estava liquidando com aliberdade de imprensa apreendendoas edições diárias da Tribuna Popu-lar, órgão do Partido Comunista. Jor-ge se manifesta veementemente con-tra o Decreto Lei 9070, do GovernoDutra, proibindo o direito de greve eprotesta indignado contra a presen-ça de agentes da Delegacia de Or-dem Polít ica e Social, nasassembleias Sindicais, ergue a suavoz contra a dissolução a tiros, docomício do PCB, no Largo da Cario-ca, feita pela polícia, com dezenas deferidos e a morte de Zélia, militantecomunista.

Em defesa da liberdade de cul-to, Jorge apresentou a Emenda, masavisou ao Senador Prestes e os de-mais companheiros deputados, quenão queria as suas assinaturas. Éque os projetos e emendas dos par-lamentares comunistas eram quaseque sistematicamente recusados,iam para a lata do lixo.

Jorge contou com o apoio deGilberto Freyre, o autor de ‘CasaGrande e Senzala’, nome de grandeprestígio na Assembleia NacionalConstituinte, ele assinou a Emenda,congratulou-se com Jorge, apenaslamentando não ter sido o autor da

mesma, afirmou: “Por que não pen-sei nisso?” Foi essa Emenda quegarantiu a liberdade de culto em nos-so País.

Em 1947, no auge da GuerraFria, Truman o presidente america-no, exige do presidente Dutra a cas-sação do registro do Partido Comu-nista. O Tribunal Superior Eleitoral,num ato vergonhoso cassou o regis-tro. Meses após é a vez da Câmarados Deputados capitular covarde-mente e cassar os mandatos dosparlamentares. Sem imunidades, al-guns são presos, espancados e pro-cessados, outros vão para clandesti-nidade como o Senador Luís CarlosPrestes.

Jorge parte para o exílio, inicial-mente em Paris, onde com o poetaPablo Neruda e o pintor Carlos Sclier,desenvolve intensa atividade política,sendo os mesmos expulsos do país.

Ganha o prêmio Stalin da Paz,já é considerado um nome de primei-ra grandeza na literatura mundial,com as suas obras traduzidas paradezenas de idiomas, torna-se um dosescritores mais lidos e premiados domundo. Em 1956, regressa ao Bra-sil. A ABDE – Associação Brasileirade Escritores, presidida pelo escritorAbguar Bastos, organiza um jantarem sua homenagem. Esperamos Jor-ge e Zélia que vinham de ônibus doRio de Janeiro, mais de 150 pesso-as. O terminal era na Av. Ipiranga, umpouco antes da Av. São João. À noi-te no Clube Homes, na Av. Paulista,o jantar foi um sucesso, Jorge esta-va emocionado com o encontro tãofestivo. Abraça companheiros e com-panheiras que há muitos anos nãovia.

Chego a Salvador. Certa manhã,quase tarde, encontro o Jorge naBaixa do Sapateiro. Camisa esporti-va, por fora da calça, fumando, san-dália conga, em companhia do seuamigo ‘argentino de nascimento’,mas baiano de coração, o pintorCaribé. Era hora do almoço. Fomosalmoçar numa pensão simples – mui-

to simples. Quatro ou cinco mesas,todas estavam ocupadas por gentehumilde, operários, trabalhadoresbraçais, num canto fritando peixe efazendo os pratos a fim de que os fi-lhos servissem aos fregueses umapreta velha, de idade avançada, dou-tora na arte de cozinhar, recebe umbeijo de Jorge. Sou apresentado aela, Jorge bate um papo, com todosao mesmo tempo. Ali é o seu mundo,sua gente, ali estão os seus perso-nagens.

A pensão ficava bem no coraçãoda ‘Cidade Alta’, próxima ao Eleva-dor Lacerda e também, dos puteirosespalhados pelos velhos e misterio-sos sobrados que Jorge conheciacomo a palma da sua mão e que es-tão presentes em suas obras.

Em abril de 1997, após a implan-tação de um marca passo, diante doproblema da visão que se agravava,ele declarou que doravante passariaa ditar as suas obras.

Um ano antes Jorge viajara paraFrança, onde recebe o título de Dou-tor Honoris Causa, na famosa Uni-versidade de Sorbonne.

Homem de sensibilidade, ape-gado aos amigos, Jorge foi pouco apouco morrendo com a morte deles.Pierre Verger, o etnólogo e fotografofrancês, o pintor Caribé, e antes amorte trágica de Dias Gomes, essesadeuses abalaram profundamente oAmado Filho da Bahia.

Em 1945 passou a viver comZélia, em 1978 casaram-se, produtodesse amor, nasceram Paloma eJoão Jorge. Certo dia ele declarouque “Zélia foi a maior sorte que tivena vida” e fez uma declaração públi-ca de amor a ela:

“A vida me deu mais do que pedie mereci

Não me falta nadaTenho Zélia e isso me basta.”

Geraldo Pereira é jornalista,escritor e conselheiro

da Associação Brasileirade Imprensa.

Geraldo Pereira

divulgação

Jorge Amado e Zélia Gattai

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Página 2 - abril de 2015

Raquel Naveira

Raquel Naveira é escritora, poeta,professora universitária e mem-

bro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras edo Pen-Clube do Brasil.

A um canto da sala da casade minha infância, bemjunto à porta que se abria

em duas folhas, ficava uma pequenamesa. Sobre ela, uma toalha de ren-da e uma moringa de barro com umcopo servindo de tampa, semprecheia de água fresquinha. Era umconvite para quem chegasse ou sa-ísse, naquelas tardes abafadas equentes de Mato Grosso. Um presen-te de hospitalidade: água para o visi-tante, soberana das maravilhas. Mai-or das riquezas. Mais preciosa do queas pérolas, pois de que valeriam parao beduíno sedento? Sorvia-se a cadagole um pouco de pureza e bênção.Que sabor inesquecível tinha aquelaágua.

Havia todo um processo: amoringa fora lavada, depois foi colo-cada água dentro dela com um pu-nhado de açúcar e folhas de laranjei-ra até encharcar o barro, que rouba-ria o calor do líquido, deixando-o sem-pre frio. A água ficava doce, doce. Pa-recia ter vindo de um lago onde a lualeitosa se banhava inteira. Dentro damoringa morava uma aurora branca.Palavras úmidas boiavam emflutuações de desejos e sentimentossecretos. Se um peixe fosse jogadodentro dela, certamente ressuscitariae se tornaria imortal, nadando comofaísca entre as paredes de limo. To-mar daquela água era momento depausa e carícia. Era tirar toda amar-gura do coração.

Quando quero lembrar de algoque me encha de sabedoria, sinto ogosto daquela água da moringa. Meusorriso fica claro, os meus gestos flu-ídos e as notas de um cântico de pazpingam em gotas dos meus lábios.

Vi um cântaro parecido sobre osombros da mulher samaritana, numaimagem cor de sépia, pendurada so-bre o sofá de couro, numa outra casa

portuguesa, a dos meus bisavós,Maria e Antônio, na rua Treze deMaio. Quando eles partiram, eu ti-nha uns sete anos. As recordaçõesficaram vivas em minha memória. Oquadro mostrava o poço no desertoe um encontro essencial: a mulhersamaritana e Jesus. Jesus se reve-la como o Senhor da Água Viva di-zendo: “ - Aquele que beber da águaque lhe darei não terá mais sede. Aágua que eu lhe darei se tornará nelefonte de água a jorrar em vida eter-na.”

Meu bisavô amava essa passa-gem e contava com lágrimas nosolhos:

- A samaritana teve o privilégiode oferecer água ao Mestre, águada bilha.

Água é mesmo energia e forçanova. Desoladora a situação queestamos vivendo com problemas deabastecimento de água, reservató-rios em níveis baixos, seca no Nor-deste, enchentes no resto do terri-tório, crise no sistema Cantareira. Épreciso urgente mudar nossa rela-ção com a água. Pontos de água sãolugares sagrados. Alguém disse quenão existe amor em São Paulo. Éda água que nascerá o amor. Há umsalmo que diz: “Junto aos rios daBabilônia, nos assentamos e chora-mos”. A água é objeto de súplica.Clamemos a Deus para que ele es-cute nosso grito e envie os seusaguaceiros. Que venham chuvas deprimavera. Que o orvalho que façaromper flores improváveis no asfal-to.

Só aquela água da moringa sa-ciava a terra seca da minha alma.Eu me orientava para a porta com ofaro de uma corça. Dentro dela bri-lhavam luzes e cacos de estrelas.

ÁGUA DA MORINGA

Revisão - Aulas Particulares

Profa. Sonia Adal da Costa

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

divulgação

Homenagem a um EditorLinguagem Viva em 2015 presta

homenagem em seus editoriais aescritores, editores, livreiros e pessoasque contribuem para o engrandecimentodas nossas Letras e Cultura.

O escritor e editor João Scortecci éo homenageado do mês em virtude doDia do Autor e do Editor, comemoradoem 18 do corrente.

Em abril também são celebrados oDia Internacional do Livro Infantil, 2, emhomenagem ao escritor dinamarquêsHans Christian Andersen; Dia Nacionaldo Livro Infantil, 18, data de nascimentodo escritor, editor e jornalista MonteiroLobato no ano de 1882; Dia Mundial doLivro e do Direito de Autor, 23, em razãodo falecimento de Cervantes no ano de 1930.

Em janeiro o destaque foi o voto de jubilo ao jornal, pela Câmarados Vereadores de São Paulo, da vereadora Edir Sales; Na edição defevereiro foi Marigê Quirino Marchini, poeta, escritora, tradutora ecolaboradora do LV, um ano do seu falecimento; Em março foi VeraStefanov, presidente do Sindicato dos Bibliotecários no Estado de SãoPaulo, em comemoração ao Dia do Bibliotecário.

Em abril o homenageado é o editor, escritor, poeta, gráfico e livreiroJoão Scortecci. Diretor-Presidente do Grupo Editorial Scortecci desde1982, editor do Portal Amigos do Livro, Diretor do Espaço Scortecci edocente da Escola do Escritor.

João Scortecci nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1956 e reside emSão Paulo desde 1972. Exerceu os cargos de Conselheiro deHumanidades, da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) ,Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, de 1997 até 2006; diretor da UniãoBrasileira de Escritores, em três gestões e Diretor Adjunto; e de Vice-Presidente Administrativo e Financeiro da Câmara Brasileira do Livro,em três gestões. É membro do GEDIGI e do GE-EDITORIAL daABIGRAF - Associação Brasileira da Indústria Gráfica.

É autor de 13 livros como A Maçã que Guardo na Boca, poemas,2014, coautor do livro Guia do Profissional do Livro - Informaçõesimportantes para quem quer escrever e publicar um livro - , entre outrasimportantes obras.

Pelos serviços que vem prestando ao escritor e sua valiosacontribuição para o engrandecimento da Literatura e da Cultura do País,Linguagem Viva presta homenagem ao parceiro, cliente e amigo JoãoScortecci. Fica nosso agradecimento pela sua colaboração ao longodos 25 anos de história do jornal.

João Scortecci

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Página 3 - abril de 2015

Execuções Cível Família Trabalhista

Rua Major Basílio, 441 - Cjs. 10 e 11 - Mooca - São PauloTel.: (11) 2601-2200 - [email protected]

OAB - SP 47239

Roberto ScaranoAdvogado

Morreu tão moço, aoscinquenta e três anos,vítima de câncer retal.

Um cavalheiro, um gentleman. Tra-tava a todos com grande cordiali-dade. Nunca alterava a voz e a pos-tura, o sorriso amigo iluminando-sesempre nos olhos azuis.Pernambucano de Vitória de San-to Antão, onde nasceu em 1924,Osman da Costa Lins, era de tipofísico que lembrava ascendênciaholandesa, que talvez nem possu-ísse. Separou-se da primeira espo-sa e filhos, veio para São Paulo,transferido do Banco do Brasil,onde exercia alta função, e aqui secasou com a escritora Julieta deGodoy Ladeira.

Encontramo-nos pela primei-ra vez nos idos dos anos sessen-ta, na Livraria Francisco Alves, jus-tamente no lançamento do livro decontos do escritor Jorge Medauar– A Procissão e os Porcos. Eu doCeará e ele de Pernambuco, tra-vamos logo uma boa amizade.

Escritor refinado, digno dessenome, preocupado com o valor daspalavras e com o andamento for-mal de uma história, trabalhavaseus textos exaustivamente e comgrande cuidado. Mas aceitava, dis-cutia e ouvia com atenção escrito-res de outras tendências literárias,como eu, que quando lancei meulivro de estréia – Trapiá -, de con-tos regionais, até certo ponto su-perados no tempo, ele o saudoucom elogios discretos e anteviu emmim – palavras dele – um grandecontista ao longo da minha carrei-ra. Só não gostava de folclore, em-bora nascido e criado num Estadoriquíssimo no gênero. Repetia cla-ramente:

- Folclore não me entra.Lembro-me que um dia, numa

viagem ao Rio de Janeiro, visitei,em companhia do escritor HenriqueL. Alves, a Editora José Olímpio.Encontramos lá, por acaso, algunsescritores discutindo vivamente,entre eles Otto Lara Rezende eCiro dos Anjos. É que havia umimpasse: a comissão julgadora nãochegava a uma decisão para o Prê-mio José Olímpio de Literatura, seiria para Nove Novena, de Osman

Caio Porfírio Carneiro

OSMAN LINS - INOVADOR LITERÁRIO

Caio Porfírio Carneiro é escritor,contista, romancista, historiadore membro do Instituto Histórico

e Geográfico de São Paulo.

Lins, se para Veranicode Janeiro, de BernardoÉlis. Obras completa-mente diferentes eopostas em concepção,estrutura, linguagem,tudo. Nove Novena erauma inovação sofistica-da. Não era livro paraqualquer leitor. Veranicode Janeiro resistia e per-sistia em um regionalis-mo cáustico e meio sa-tânico, marca do seu au-tor.

Chegando a SãoPaulo, telefonei aoOsman:

- Rapaz, o teu livroestá lá na José Olímpionuma luta feroz com umde contos do BernardoÉlis. Não sei o que vaisair dessa briga de foi-ce no escuro.

Ouvi o seu riso:- Está bem. Vamos

esperar.Ganhou o livro do

Bernardo Élis. O Osmannão demonstrou ne-nhum abatimento por isto. Sabia ab-sorver com paciência filosófica qual-quer golpe recebido. Tanto quenuma visita de Bernardo Élis a SãoPaulo, no meio da conversa lhe per-guntei:

- Quer conhecer o Osman Lins?- Claro. Como é que eu faço?Liguei para o Osman, no Ban-

co do Brasil:- Osman, sabe quem está co-

migo? O Bernardo Élis. Quer mar-car encontro com você.

- Traga-o aqui agora, Caio. Es-pero vocês no corredor do quartoandar.

- Vamos lá, Bernardo. O Osmanestá te esperando.

Lá estava ele sozinho no gran-de corredor de gabinetes fechados.Abraçaram-se e sentamo-nos numconjunto de poltronas. Foi uma con-versa longa e amigável entre os dois,que terminou com o convite doOsman:

- Vá amanhã no meu aparta-mento, à noite. Vou receber unsamigos. O Caio sabe onde é.

Era hábito do Osman realizaressas reuniões noturnas, com bebi-das e salgadinhos. Eram

freqüentadores constantes o JoséPaulo Paes, o José Geraldo Vieirae a Maria de Lourdes Teixeira.Osman mantinha com os dois últi-mos uma amizade afetiva. Reuniaamigos das mais diversas tendên-cias literárias, completamente dife-rentes da sua, só para um bate-papo descontraído. Neste ponto,era um escritor eclético, nadaexclusivista.

Mas o Bernardo Élis não pôdecomparecer e ele lamentou muito.

Guardo do Osman, escritor fa-moso, respeitabilíssimo, além daamizade, a gratidão de citar o meunome em todos os ensaios e arti-gos que publicou sobre o conto bra-sileiro.

Morreu com a mesma posturade escritor digno como viveu. Che-gou a abandonar o seu empregono Banco do Brasil e de professorna Universidade da cidade deMarília, interior do Estado, para sededicar às letras em tempo integral.E, muito doente, perguntou ao mé-dico de quantos dias de vida dis-punha ainda porque precisava re-visar uns originais.

Vi-o pela última vez, em Na-tal, em 1978, onde estive para afesta de entrega do Troféu JucaPato ao folclorista Luís da CâmaraCascudo. Estava ele lá fazendoumas conferências e ficamos todosno mesmo hotel. Sabia já que o seucaso era irreversível. Pediu àJulieta para, na volta, passar emVitória de Santo Antão. Queria re-ver sua cidade mais uma vez. E emNatal só conversou conosco sobreassuntos culturais, como se fosseviver mais trinta anos.

Eu nunca conhecera uma cri-atura assim.

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Andamos bem acompanhadosrecentemente por três livros a quenão podemos ficar indiferentes eque paralisaram indisfarçavelmentea minha atenção. São leituras re-comendáveis que poderão empol-gar leitores de fino gosto, como nos-sos amigos CYRO DE MATTOS, IS-RAEL SOUZA LIMA, CÉLIODEBES e GISELDA PENTEADO DIGUGLIELMO. A saber:

1-“Amor a Roma”, amor emRoma, de Pedro Rogério Moreira– Brasília – Thesaurus - 2013

A produção de Pedro Rogério,jornalista escolado, há muitos anosradicado em Brasília (DF), se tingedo memorialismo de melhor extra-ção, gênero que, aliás, também con-sagrou, a par do ensaísmo, seuinesquecível pai, Vivaldi Moreira.

Em“Amor a Roma”, amor emRoma, Pedro Rogério glosa suasandanças e paranças em Roma,tendo como interlocutor o clássicoO Amanuense Belmiro, de Cyro dosAnjos, e encarando a “Cidade Eter-na” pelos óculos de Afonso Arinosde Melo Franco Sobrinho, a partirdo seu indispensável ensaio histó-rico-cultural Amor a Roma (em queArinos nos extasia com suas prele-ções sobre imperadores romanos,pontificados, famílias nobres, Romana Idade Média, Renascimento,monumentos históricos,logradouros, potins etc.)

Cronistas e memorialistas em excelente formaGabriel Kwak Em Roma, testando restauran-

tes (pinçados ao acaso), ponderan-do o nível das acomodações de di-ferentes hotéis, Moreira encontrouas condições psicológicas maisapropriadas para incursionar poresses livros levados na sua baga-gem de mão. Trata-se de uma re-portagem afetiva e despretensiosa,vazada no estilo ático, terso ediáfano, bebido nas fontes clássi-cas da expressão, estilo que singu-lariza a dicção do autor sem se des-pojar da sobriedade (recordo aquiconselho que sempre tenho à mãode Afonso Pena Jr.: “Azeite demaisapaga a candeia.”)

No seu diálogo interior, semprereconcilia tradição e modernidade,como o atestam obras anteriores dePedro Rogério, como O Almanaquedo Pedrim.

O autor relaciona os escritoresque cantaram Roma “sob os impul-sos muito mais do amor do que daarte. (p. 109)” e não sonega ao lei-tor a emoção que viveu na cripta daIgreja de São Francisco de Assis,compartilha os instantes prazerososnas caminhadas diárias e nos mo-mentos regados a vinho e grappa.Não esconde sua decepção ao sedar conta da morte do carvalho deTasso, a árvore em cuja sombra serefugiava o poeta épico TorquatoTasso (1544-1595). O leitor respiraa atmosfera digna de um filme deUgo Tognazzi.

No Gianicolo (colina doJanículo), Moreira nos conta quefruiu a melhor vista da cidade. E nãodeixa de resenhar sua romaria porTrastevere, o bairro romano tido porboêmio, sua flannerie pelo casariode Assis, por Nápoles, pelos restosda Roma Imperial (Coliseu,Palatino). Aqui e ali, se identificacom o funcionário público Belmiroe suas filosofanças, Belmiro, biso-nho, tímido, sonhador e introvertido,dividido entre a mesmice da suavida medíocre de burocrata de meiaidade e o amor idealizado por umaadolescente que mal conhece.Pedro Moreira reserva, ainda, sem-pre uma palavra delicada à sua ex-pedita guia napolitana, Chiara, quetem uma turbulenta vida amorosa,daí porque o autor improvisa-secomo cupido.

O diário de viagem “Amor a

Roma”, amor em Roma coloca oproustiano Pedro Moreira na van-guarda dos nossos escritores.

2 - Crônicas Pesquisas(Edgard Cavalheiro escreveu), deSílvio Tamaso D’Onofrio - SãoPaulo – Scortecci -2014

Sílvio Tamaso D’Onofrio é oguardião por excelência da memó-ria de Edgard Cavalheiro (1911-1958), o escritor e biógrafo principale definitivo de Monteiro Lobato. En-tre outras coisas, biógrafo e biogra-fado tem em comum o torrão natal:Espírito Santo do Pinhal (SP).

Em Crônicas e Pesquisas, pre-faciado por Paulo Bomfim, o autorreuniu material rico e abundante,nem sempre fácil de serentesourado e trocado em miúdos.

Mestre em Estudos Brasileirose em Filosofia pela USP (o doutora-do está in progress), Sílvio disseca,perquire todas as vertentes de Ca-

valheiro, cerca-o por todos os ma-tizes: o bancário, o acatado autorde biografias até hoje lembradas,o diretor e funcionário de diversaseditoras, o homem de rádio, oorganizador de antologias de con-tos de variada natureza. Cavalhei-ro exerceu não só a crítica literá-ria, mas comentou em jornal artesplásticas, música e teatro.

Ao seguir com lupa as pega-das do trabalhador intelectual in-cansável e do pesquisador literá-rio pinhalense, Silvio desenhou-lheo perfil, mapeando com grande arteos 58 livros e quase 1000 artigosformatados por Edgard. O autorrevive, em boa hora, relações amis-tosas próximas entre Edgard e, porexemplo, os escritores HernâniDonato e Mário Donato (aliás, nãoeram parentes), o mestre húngaroPaulo Rónai, o pintor AldemirMartins e o venerando políticoAltino Arantes.

Silvio também resgata a figu-ra do Comendador Montenegro, oportuguês que fundou Nova Louzã,vila contígua a Pinhal onde veio aomundo Cavalheiro. Montenegrofora uma espécie de patriarca deEspírito Santo do Pinhal.

3- Uma Garça no Asfalto, deClauder Arcanjo – Taubaté, SP –Editora LetraSelvagem – 2014

Estas crônicas do cearenseradicado em Mossoró (RN),Clauder Arcanjo, agora compila-das, deveriam ter sido aglutinadasem livro há muitos anos, em maisum lançamento do criterioso editorNicodemos Sena no gênero injus-tamente tido como menor. Gêneroque consagrou, por exemplo, Ru-bem Braga, Otto Lara Resende e

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Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

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Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Andreia Donadon Leal enreda-se afundada até osjoelhos nesta experiên-

cia de contar a história do encontrode Sandra, Denise, Helena e Ritacom aqueles quatro garotos “miste-riosos”, com quem conversaram-teclaram por longo tempo pelainternet. Se antes, as cartas ebilhetinhos de um pretendente, fa-ziam sonhar as meninas, emoldu-ravam rostos e vozes nos caprichosdas letras postas no papel; hoje, asredes sociais com todo o seu po-tencial virtualizante, com tantas ino-vações, ainda continuam fazendo omesmo: promovendo sonhos, pro-tegendo da timidez do primeiro con-tato e emoldurando pretendentes.Mais que diferenças, ambas, cartase redes sociais, servem para anco-rar contatos e diluir um pouco osdesejos de expansão até o outro.

A ansiedade das quatro meni-nas à véspera do encontro e umpouco de suas rotinas familiares,permeadas de uma leitura atenta douniverso teen atual, transporta-nospara uma história em que porçõesde poesia e de arte ajudam a tecera aventura e os riscos de descobriras coisas por si mesmas.

O enredo tem o mérito de nãoprivilegiar nenhuma das quatro me-ninas, dando-lhes a mesma atençãonos detalhes descritivos e narrati-vos, dispondo de uma linguagem“entendida” e “digna” de incorporaro universo retratado.

E assim, envolvidos pela ma-gia do ser conduzido pelo autor ex-periente, os sete capítulos de AsQuatro Meninas passam-se tão ra-

AS QUATRO MENINAS

pidamente porque também partilha-mos da ansiedade das meninas, equeremos logo saber se o encontroacontece ou não, se dará tudo cer-to, quem eram os garotos, se eramo que elas esperavam, se não eranenhuma “armadilha” das redessociais, se as mães saberão lidarcom o momento das filhas...e comisso, lemos o livro numa sóinvestida, sem titubear ou nos per-der.

Ao final saímos da PizzariaBom Gosto junto com as quatro,inundados de uma história que nosfaz relembrar nossas experiênciaspessoais e nos reinstalar momen-taneamente em nossa adolescên-cia, ou de alegrar-nos em nos ver-mos aí, imiscuídos na história, comouma destas adolescentes tãoarquetípicas.

Magna Campos

Magna Campos é Mestre emLetras pela Universidade

Federal de São João del Rei.

Elsie Lessa, que elevaram as pági-nas circunstanciais aos pináculosde arte literária.

Ouvi falar pela primeira vez emClauder, também editor de livros, aocompulsar um estudo dele sobre osanões na ficção do seu conterrâneoMoreira de Campos, há muitosanos. Os cromos da vida modernaurdidos por Clauder recuperam cir-cunstantes anônimos, como os en-graxates. As páginas de Garça noAsfalto não se afastam, portanto,dos motes, na medida do possível,amenos, como o velho hábito decomprar os jornais aos domingos nabanca próxima à Igreja Matriz (como cuidado de somente lê-los debai-xo de uma sombra longe da Cate-dral para que o templo não faça “vi-vos os pecados” do cronista, o quebaniria a “calma necessária à leitu-ra.”) Nessas bem-traçadas, Clauderflagra duas velhas que compravamdois exemplares de cada jornal, umdeles elas “plantavam” nas praçaspara que fossem recolhidos por al-gum jovem, estimulando o hábitonos moços.

A nada Clauder é indiferente,pois os temas prosaicos são a ma-téria-prima e fazem a delícia do cro-nista, cujas pensatas mediante pu-blicação em livro salvam-se daimpermanência e da efemeridadeda folha de jornal, condenada à dis-persão esquecível.

Aprendemos todos com a liçãode Terêncio: “Sou homem e nadado que é humano me é estranho.”A crônica se aproxima muito maisde um teco de prosa com o leitordo que um arrazoado pretensioso,uma catilinária sisuda. E Claudernão se despe da possível amenida-de quando comenta a adoção deum casal de coelhos na intimidadedo seu lar, persuadido por seus fi-lhos (e como os mascotes se incor-poraram ao cotidiano da família) atédeitar no papel reflexões sobre aexpressão artística, ao discorrer,num dia de digressãometalinguística, o corriqueiro emba-raço que prosadores têm em con-ceber versos e vice-versa. Afinal,nem todos são banhados pela dá-diva de serem polígrafos... Noutrapassagem, Clauder nos conduz auma velha amizade — costuradapela devoção aos livros — entreuma bancária e uma poetisa, ZilaMamede – ambas também suaschegadas. Pois, Nieta praticamen-te intuiu a cifrada morte de Zila naapatia inexplicável, numa estrelacadente, num livro aparecido aoacaso numa escrivaninha.

Atualmente, Clauder cuida depublicar em capítulos, aosdomingos, no jornal Gazeta doOeste, de Mossoró (RN) a novelaCambono, como se fora umfeuilleton.

Gabriel Kwak é escritor,jornalista e membro daAcademia de Letras de

Campos do Jordão.

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Camiseta 25 anos LVcriada por Xavier

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divulgação

Tendo publicado seu primeirolivro, "Flores do ócio", em 2013, Ale-xandre Pedro destaca-se, nanovíssima geração de poetaspaulistas surgida a partir do adven-to da internet, por uma escrita de-purada em que dizer pouco e tentarcompreender o silêncio acabam per-mitindo entender muito da condiçãohumana e de suas angústias. For-mado em Letras, comanda um blogsobre literatura, através do qual temdespertado e incentivado muitos jo-vens ao exercício da escrita.

Pode nos contar um pouco so-bre sua formação?

Bom, cheguei nadando na con-tramão, sem ao menos perceberque a contramão exercia em mim,além da física, uma placidez que,na minha ignorância, interpretava-na como sossego. Ingressei na uni-versidade, no curso de Letras, emsem ao menos saber o que viria aser um “letrado”. Não havia, até en-tão, sequer pensado na palavra li-teratura. Mas lá estava eu; sem terlido um livro sequer: onde os nomesGuimarães Rosa, Clarice,Drummond eram apenas umas pa-lavras ao vento. Desconhecidos,para mim.

Estudei em escolas públicas efiquei bastante tempo desocupadoe quando assumi continuar meusestudos, ingressando numa faculda-de, eu era um pacote vazio - impres-so. Em mim, uma data de validadejá era reminiscência.

E o interesse pela poesia,quando surgiu?

No terceiro semestre do cursode Letras, quando tudo ainda era

Alexandre Pedro e a leitura do silêncioAngelo Mendes Corrêa e Itamar Santos

uma grande charada que eu tinhaque desvendar, um professor deLinguística decidiu que a nossa tur-ma teria que, ao final do semestre,apresentar algum tipo de produção:crônica, poesia, conto… O que eramesses gêneros textuais para aque-le aluno que, de olhos vendados,tateava no escuro a palavra?

Abismado frente à tarefa, resol-vi esboçar qualquer coisa e que ele,em sua competência, desvendasseessa coisa: se estaria ao menos pró-ximo de um conto, poesia ou crôni-ca, e que no decorrer do semestreele me orientasse. Acontece quequando entreguei o esboço, ele gos-tou. Chamou-me poeta. Entregouesse material para a minha profes-sora de Literatura e, juntos, criaramna universidade um concurso deescrita e me inscreveram. Em mi-nha ignorância, no dia do concur-so, em vez de de escrever um poe-ma, e devido a minha insegurançanaquilo que estava fazendo, escre-vi três. Levei bronca do fiscal desala. Mas como os três textos esta-vam na mesma folha, foram lidos.No dia da apuração, levei os trêsprêmios. Primeiro, segundo e tercei-ro lugares, no gênero poesia.

A partir daí, eu me interesseipor alguma coisa. Uma luz acendeu:era a poesia.

Acredito que a universidadetem essa função. Você não sai delá sabendo de tudo - às vezes saisem saber de nada -, mas, se vocêquiser, lá de dentro sai um rio quesegue para inúmeros horizontes.Você é quem decide se quer ou nãonadar. E eu nado.

Que autores o influenciarammais de perto?

Drummond. Com certeza,Drummond.

Li numa entrevista em que eledizia ao professor Luís Milanesi, arespeito de alguns alunos da USPque queriam autorização paramusicar seus poemas:

“Se eu não subir aos céus nasasas da poesia, subirei nas asas damúsica.”

Existe um estalo maior queesse?

Como tem sido a relação comos leitores do Cárcere do Ser, seublog, que já conta com quase 50 milacessos?

Chegamos a 60 mil acessos.(risos)

Hoje, com o avanço datecnologia, a internet é uma dasmaiores ferramentas para a litera-tura. As pessoas descobriram queo ato da escrita não é divinal. É hu-mano. E por ser humano vai embusca de saciar a sede da lingua-gem. E nos tornamos amigos alémda linguagem.

“Um pouco mais de sol - eu erabrasa.

Um pouco mais de azul - eu eraalém.”

Seu livro de estréia, “Flores doócio”, apesar do aparente desinte-resse do grande público pela poe-sia, vem tendo sucessivas tiragens.A que atribui isso?

Exclusivamente à internet.Não sou aquele que frequenta

saraus. Tenho preguiça da poesiaem boteco. Alguns me chamamantissocial. Mas não sou. Acreditoque a literatura é uma intimidade doleitor-autor com a palavra. Ainda va-mos descobrir uma forma de ler ossilêncios.

Angelo Mendes Corrêa é mestre emLiteratura Brasileira pela Universi-

dade de São Paulo (USP).Itamar Santos é mestrando em

Literaturas Comparadas de LínguaPortuguesa pela Universidade de

São Paulo (USP).

Sua poesia é muitas vezes car-regada por um ceticismo perspicazcom a condição humana. Você sedefine com um cético?

Preciso, antes, me definir comohumano.

Novos projetos para 2015?Meu segundo livro, "Cárcere do

Ser", está pronto. Estou à procurade uma editora: esta é a parte difícilda literatura no Brasil.

Participo, atualmente, junto aoutros sete escritores, do ProjetoDoam-se Palavras. Doamos e doe-mos, quinzenalmente, algumas pa-lavras aos que têm fome do verbo.Acabo de prefaciar o livro"MiniMáximas", do SamuelMalentacchi, lançado em janeiro.

Continuo tão perdido comoquando ingressei na universidade.A diferença é que agora a contra-mão é minha ciente opção. E minhadata de validade é ortografada napoesia.

Alexandre Pedro

divulgação

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LivrosDébora Novaes de Castro

AMOR

É florno cristal.É estrelanascente.É águaque corredo rioou da fontee tão purae tão frescacomo rastrosde luar.

É um tododesfeito.É um nadaabundanteque se agigantae se escondeno estojode luxolacradoe douradodo peitoda gente.

É um suspirodorido.É uma gota,uma prece,um sorrisoesboçadona facedo infinito.

É lágrimaescondidaque cantamedrosaseus ais”soluçantesnas ondasbalantesdo caramujode conchaperoladado mar.

AMOR MAIOR

É um solgrande,redondoe quente.E de repente,como dádivaceleste,uma chuvaradana secacausticantedo Nordeste.

É a luacomandandoa noite.É um derramede estrelasa despencardas alturascomo fogos de artifício,desenhandoos espaçosvaziosda vastidãodos céus.

É a explosãoestapafúrdiade cores,de dores,de prantose alegrias,que eclodeem segundose quetoma contada gente...

In: GOTAS DE SOL, DéboraNovaes de Castro, São Paulo,

Ed. Scortecci, 1984 / 1987,pp 16,17,18. Primeiro livro de

poesias da autora.

Débora Novaes de Castro éescritora, poeta, artista pláticae membro da Academia Cristãde Letras - SP, da AcademiaPaulista Evangélica de Letras- SP e da União Brasileira de

Escritores - SP.

A Patinha Deolinda, infantil de ElzaRamos Amaral (1927 - 2014), 24 páginas,R$ 35,00, RG Editores, São Paulo.

A autora, poeta, cronista, musicista, jor-nalista, relações públicas, advogada e pós-graduada em Direito Administrativo pela USP,é autora de Minha História com São Paulo,O Voo Azul da Libélula, entre outros livros.

A obra, a primeira do acervo infantil deElza A. Ramos Amaral, é uma história singu-lar da personagem principal que convida lei-tores de todas as idades às grandes surpre-sas, alegrias e descobertas.

A capa e as ilustrações são de Suzana Meyer Garcia.O livro foi lançado no dia 7 de abril, na Casa das Rosas, com mesa

de debates com as participações de Beatriz Helena Ramos Amaral (filhada autora), Maria Cecília de Salles Freire César e Suzana Meyer Garcia.Também foi lançado o cd Elza A. Ramos Amaral ao Piano. O eventocontou com a participação de Sandra Sandoval (flauta) e Elaine Tirian(piano/teclado) que interpretaram Haicai para o meu Anjo da Guarda -letra de Elza A. Ramos Amaral e música de Adelaide Pereira da Silva.

RG Editores: www.rgeditores.com.br

Água da Fonte, crônicas de Fernando Jor-ge, Editora Novo Século, 8ª edição, 260 pági-nas, Osasco, SP.

O autor, jornalista, biógrafo, advogado, bi-bliotecário e escritor, foi agraciado com o Prê-mio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, pelaobra Cala a Boca Jornalista; com o Prêmio Clio,da Academia Paulistana de História, pelo livroGetúlio Vargas e o seu tempo.

Segundo Calos Drummond de Andrade,Gostei, sim, tanto do “Água da Fonte”, que liem voz alta, para Maria Julieta, duas crônicasde seu livro. Você tem em mim um leitor cheiode admiração.

Para Oscar Niemeyer, Fernando Jorge:você, com seu poliédrico talento literário, medá a impressão de ser um arrojado arquiteto

na arte de escrever, o dono de um estilo claro, moderno, envolvente, delinhas dinâmicas e alicerces à prova de terremotos.

Novo Século: www.novoseculo.com.br

Assinatura semestral: R$ 35,00

Assinatura anual: R$ 70,00

Tels.: (11) 2693-0392 -97358-6255

[email protected] Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000

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Notícias

Indicador Profissional

Débora Novaes de Castro,escritora, poeta e artista plástica, foiagraciada em primeiro lugar, na ca-tegoria Poesia, no 2º Concurso In-ternacional Literário da ALACIB,c o m o p o e m a A Pantaneira. É Mem-bro da Academia Cristã de Letras -SP, Academia Paulista Evangélicade Letras - SP e União Brasileirade Escritores - SP. Débora comple-tou 30 anos de estreia literária empoesias, com o livro Gotas de Sol.Na categoria contos, Maria BeatrizDel Peloso Ramos foi agraciada emprimeiro lugar, com o trabalho Acos-tamento Azul. A entrega da láureaserá realizada em sessão solene daALACIB, no dia 23 de maio de 2015,sábado, às 16 horas, no auditóriodo ICHS/UFOP, Rua Cônego Aman-do, S/N° - Fundo do Palácio dos Bis-pos, Mariana, MG.

Eltania André publicou a crô-nica Contador de Passos noE s c r i t a b l o g d o W l a d y r N a d e r . http://escritablog.blogspot.com.br/2015/04/contador-de-passos-eltania-andre-cronica.html

Fernando Jorge, escritore jornalista, lançou Água daFonte, pela Editora Novo Sé-culo.

Ruth Rocha, escritorainfanto-juvenil com mais de200 livros publicados, seráhomenageada por seus 50anos de carreira, no dia 29 deabril, a partir das 19h30, noItaú Cultural, Sala Itaú Cultu-ral, Av. Paulista, 149, em SãoPaulo. O evento apresentaráo projeto Ruth Rocha 50 anos:A Aventura de ler que reuniráum documentário dirigido porEvaldo Mocarzel; uma expo-sição que receberá a assina-tura de J.C.Serroni; e três es-petáculos de teatro, criados apartir dos livros O Reizinho

Mandão, Dois Idiotas SentadosCada Qual em Seu Barril e Romeue Julieta.

Nei Lopes, escritor, cantor ecompositor, lançou o Dicionário es-colar afro-brasileiro, pelo Selo Ne-gro Edições.

A APPERJ - Associação Pro-fissional de Poetas no Estado doRio de Janeiro - está com inscriçõesabertas até o dia 31 de julho para oFestival de Poesia Falada do Rio deJaneiro - Prêmio Francisco Igreja.Otema do concurso é livre, sendoaceitos todos os estilos poéticos. Osinteressados poderão enviar atétrês poemas inéditos, em línguaportuguesa, digitados, de no máxi-mo 30 linhas (espaços inclusive),em três vias. Serão selecionados os20 melhores textos e a premiaçãopara 1° lugar, R$400,00; 2°lugar,R$300,00; 3° lugar, R$200,00,e melhor intérprete: R$100,00. In-formações com Sérgio Gerônimo(21) 3328-4863 e Glenda Maier (21)3392-2576. Apoio:www.oficinaeditores.com.br

Viagem Magnética, obra iné-dita de Décio Pignatari, falecido em2012, foi lançada pela Ateliê Edito-rial. A peça conta, em 26 segmen-tos, sobre a vida e a obra da escri-tora e educadora Nísia Floresta(1810-1885), considerada uma pi-oneira do feminismo no Brasil.

Goytisolo Juan, escritor espa-nhol, foi agraciado com PrêmioCervantes e receberá a importân-cia de 125 mil euros. Consideradoo Nobel das letras hispânicas, dasmãos do rei Felipe VI, é autor de Asaga dos Marx, As semanas do jar-dim, Juegos de manos, Duelo en elParaíso, Señas de identidad e Juansin tierra.

O Golpe de 1964 e a Ditadu-ra Militar em perspectiva, livro or-ganizado por Jefferson OliveiraGoulart, Cé l io José Losnak,Caroline Kraus Luvizzoto e CarloJosé Napolitano, lançado pela Cul-tura Acadêmica Editora, braço daEditora Unesp, pode ser baixadogratuitamente em http://www.culturaacademica.com.br/ca-talogo-detalhe.asp?ctl_id=500 .

Carlos Pessoa Rosa lançou Avisão bipolar de um ovo de aves-truz, pela Amazon e Kindle. A prosafoi publicada em capítulos peloPNETLiteratura que, por motivostécnicos, saiu do ar. Agora édisponibilizada em duas platafor-mas pela Amazon.www.amazon.com

Claudio Naranjo, médico psi-quiatra, professor em Berkeley, in-dicado para o Prêmio Nobel de2015, lançará A revolução que es-perávamos, no dia 5 de maio, ter-ça-feira, ás 19 horas, no ColégioDante Alighieri, Alameda Jaú 1061-Jardim Paulista, em São Paulo.

Amor ao Teatro:  Sábato Magaldi,  obra com pesquisa, se-leção e organização de Edla vanSteen, lançada pela Edições SESC,reúne um compêndio de 783 críti-cas teatrais de Sábato Magaldipublicadas nos jornais O Estado deS. Paulo e Jornal da Tarde, entre1966 e 1988.

A Feira Nacional do Livro dePoços de Caldas e o Festival Lite-rário (Flipoços) serão realizados de25 de abril a 3 de maio, no EspaçoCultural da Urca, em Poços de Cal-das, no sul de Minas Gerais.www.flipocos.com/

A Pró-reitoria de Graduaçãoda Unesp, em parceria com a Cul-tura Acadêmica, disponibiliza paradownload gratuito 43 livros que po-derão ser baixados em http://www.culturaacademica.com.br/colecoes.asp?col_id=12.

Encontro com Poemas Nipo-Brasileiros, mostra bilíngue promo-vida pela Associação Cultural e Li-terária Nikkei Bungaku do Brasil eCasa Guilherme de Almeida, serárealizada de 24 de março a 22 demaio, de terça a domingo, das 10às 18 horas, Rua Macapá, 187, emSão Paulo. Tel.:  (11) 3672-1391.www.casaguilhermedealmeida.org.br

II Encontro das Academiasde Letras Jurídicas do Brasil, pro-movido pela Academia Paraibanade Letras Jurídicas e Federaçãodas Academias de Letras Jurídicasdo Brasil, será realizado, de 11 até14 de Agosto, na Cidade de JoãoPessoa, PB, durante as comemo-rações dos 38 anos da APLJ. A Aca-demia Paraibana de Letras Jurídi-cas é presidida por Ricardo Bezer-r a [email protected]

divulgação

Débora Novaes de Castro

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