o mercado de trabalho

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  • 8/6/2019 O Mercado de Trabalho

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    Sumrio

    Introduo. 02

    Primeira ParteO PASSADO

    I. O incio do trabalho como organizao. 03II. O Incio da era trabalhista. 03

    Segunda Parte

    O PRESENTE

    III. A situao atual, desemprego. 04IV. Quais so as causas? 05V. A falta de Instruo 06VI. Ento, o que fazer? 06VII. Educao X Tecnologia 07VIII. Flexibilizao, funcionaria? 07IX. O quarto setor, a informalidade 08

    Terceira parte

    O FUTURO

    X. Como ser o futuro? O emprego morrer? 09XI. O trabalho em casa. 10XII. A rede mundial, Internet. 10XIII. O terceiro setor, os servios. 11XIV. A terceirizao da velha economia. 12

    XV. Na falta de emprego, brasileiro vira empreendedor. 12XVI. O quinto setor, o crime. 13

    Concluso. 14

    Bibliografia. 15

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    Introduo

    N

    ingum pode descrever com exatido como sero as relaes trabalhistas dos prximos anos. A nicacerteza que passaro por profundas alteraes. A mudana ser de tal porte que se constituir na marcado comeo do sculo que est por vir, simultaneamente causa e efeito dos novos patamares em que asatividades econmicas se colocaro.

    Sem risco de exagero, pode-se dizer que o trabalho no sculo 21, comeando j neste ltimo anodo sculo 20, ter de ser visto sob uma tica to nova quanto aquela que surpreendeu o mundo na chegadada Revoluo Industrial.

    Basicamente este trabalho foi elaborado tendo em vista os antagonismos entre o passado, opresente e futuro do trabalho.

    Abordando levemente o passado, pois sem ele no entenderamos o futuro, nos remetemos idia de como toda esta complexidade de relaes trabalhistas surgiu em nossa sociedade e no Brasil.Oincio da produo em larga escala, a era do protecionismo, novas leis que valorizaram os trabalhadores.

    Em seguida temos o presente, ou pelo menos no momento em que escrevo, pois no mundo dehoje o presente quase no existe por causa da velocidade das transformaes. Sendo assim no seria demuito espanto afirmar certamente que o desemprego um dos flagelos mundiais da atualidade, inclusive

    no Brasil. Em sntese sero apresentadas as causas (tecnologia, competio, falta de instruo, etc.), o quese tem feito em vrios campos, sejam eles bom ou ruins para o trabalhador.

    Em fim, o futuro, que na verdade j est comeando. Quem saber realmente como ser ofuturo? No sabemos com certeza, mas as novas tecnologias esto a para nos dar uma pista, as relaesde trabalho contra o emprego se intensificam, a tendncia de sermos cada um uma empresa est cada diamais forte e assim evolumos (ou regredimos dependendo do ponto de vista).

    Seria quase impossvel abordar todos os assuntos relacionados ao tema, h material e assuntosuficiente para escrever no s um trabalho, mas sim vrios livros. Porm os assuntos mais importantesforam abordados, alguns com mais nfase, outros de forma mais leve, mas o cuidado foi para quetenhamos o mximo, em uma ordem o mais simples possvel.

    A coletnea de informaes e teses aqui organizadas e formuladas tem por objetivo sintetizareste to complexo tema no qual sua grandiosidade no se restringe apenas sua quantidade de assuntos,mas tambm a suma importncia para cada um de ns seja l quem somos.

    Robson Tavares

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    Primeira Parte

    O PASSADO

    I. O Incio do Trabalho como Organizao

    cerca de 100 000 anos, tudo de que precisvamos para sobreviver era caar e procriar. Depois,com mais ferramentas e armas, alcanamos certa organizao no trabalho, e outras maneiras desobreviver foram surgindo. As primeiras tecnologias de irrigao, h 12 000 anos, permitiram

    que as lavouras se fixassem, gerando excedente de alimentos, menos obrigaes de caa e mais tempopara nos especializarmos em outras tarefas - como na minerao e na metalurgia. Surgiram as primeirasvilas, e nossas necessidades aumentaram, estimulando os esforos de massa e o aparecimento de lderespara planejar e controlar o trabalho. Construmos cidades, monumentos e templos e continuamoscrescendo em quantidade de indivduos e em qualidade de conhecimento. Dominamos tcnicas demanufatura, desenvolvemos materiais, descobrimos novos mundos e sofisticamos nossas relaes sociaise comerciais at o mximo - afinal, sempre acreditamos que estamos na fronteira, no limite entre opossvel e o impossvel.

    H

    O sculo 20 trouxe a boa nova da linha de montagem, o aumento da produtividade, obarateamento e a popularizao dos produtos, mas tambm a desvalorizao das habilidades de cada umno trabalho. Fomos salvos, como h 100 000 anos, por uma ferramenta - o computador -, que modificouprofundamente nosso dia-a-dia. Mais uma vez, temos a impresso de estar no limite, no extremo do que possvel, do que razovel. A coleo de artigos e reportagens que aqui se encontra foi elaborada paralembrar que isso no verdade.

    Estamos na iminncia de uma revoluo - que, alis, antecede outra e outra, e assim por diante.Como nunca, em toda a Histria, precisamos nos preparar para o novo, para algo que no conhecemos eque chega cada vez mais rpido.

    II. O Incio da Era Trabalhista Brasileira

    urante as primeiras dcadas do regime republicano, o movimento operrio brasileiro refletiu ,em grande parte que acontecia na Europa . Foi o imigrante que vindo trabalhar como operrioem nosso pas que divulgou idias organizao operria e liderou no primeiro momento a luta

    dos trabalhadores.

    DO ano de 1917 foi um ano especial para o movimento operrio em todo o mundo, foi o ano darevoluo socialista na Unio Sovitica. No Brasil o movimento operrio se intensificou.Tendo em vista tal poder de movimento, quando Getlio Vargas tomou o poder em 1930 fez

    vrias concesses classe trabalhadora salrio mnimo, frias remuneradas, repouso semanal,indenizao por dispensa sem justa causa, etc. Direitos estes conquistados com muito suor e sangue nopassado e que eram considerados intocveis aps a conquista, e muito desta fora se dava, como ditoacima, pela presena constante das idias socialistas que competiam de igual para igual com o sistemacapitalista, sendo assim a mximas do capitalismo como a livre competio e a livre negociaoesbarravam na possibilidade de que, se no fosse do agrado do povo, este povo poderia recair para o ladovermelho.

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    Sendo assim, a idia paternalista caia bem em um mundo fechado onde a nica competio eraentre capitalistas e comunistas.

    Segunda Parte

    O PRESENTE

    III. A situao atual, desemprego.

    os anos 90, as maiores taxas de desemprego foram verificadas em algumas regiesmetropolitanas. Essa foi, diga-se de passagem, a pior dcada para o desemprego nos ltimos cemanos. Em 1998 a taxa mdia brasileira foi de 8,3% da sua populao desempregada. A situao

    melhorou muito pouco no ano seguinte, quando 8,2% das pessoas no tinham emprego formal, e em 2000uma nova queda, que se fosse constante nos traria nimo, porm com as crises externas e a crise deenergia (racionamento e a eminncia de apages) j projetam elevao novamente nestes ndices.Somente a indstria de transformao fez desaparecer 1,4 milho de postos de trabalho, embora umaparte disso tenha migrado para o setor tercirio.

    N

    .

    Taxa de desemprego - aberto (%) - referncia: 365 dias - 6 RMs -

    Anual - IBGE/PME - Pme12_TDA12

    3

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    5

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    1980

    1982

    1984

    1986

    1988

    1990

    1992

    1994

    1996

    1998

    2000

    O Brasil, porm, no est sozinho. Em 1999, em todo o mundo havia 150 milhes dedesempregados. Os brasileiros ocupavam terceiro lugar, com seus mais de 8 milhes de desempregados,vindo logo depois da Rssia, com 9,1 milhes, e da ndia, com 40 milhes. No incio da dcada, asituao do pas era melhor, pois estava no oitavo lugar, mas em 1997 j havia chegado ao quinto posto.Esses dados foram analisados no estudo "Desemprego na economia global: Dimenso, hierarquia eevoluo no ltimo quartel do sculo 20", do economista Mrcio Pochmann, professor do Instituto deEconomia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho.

    Podemos afirmar que a economia internacional hoje funciona da seguinte maneira. Nos ltimos25 anos, o comrcio mundial subiu de meio trilho de dlares ao ano para 6 trilhes. Os preos de muitosprodutos industrializados tambm esto em queda, em funo dos ganhos tecnolgicos.

    Uma calota feita para a indstria automobilstica custava 9 dlares no comeo da dcada.Produzida por novas mquinas, seu preo caiu para 3. Um metro de brim custava 6 reais h cinco anos.Com os novos teares, o preo baixou para menos de 4. Para sobreviver nesse ambiente, as empresasperderam a bandeira da ptria e ignoram fronteiras. Transformaram-se numa fora impressionante. H

    trinta anos, existiam 7000 multinacionais. Hoje, h 39.000, com 270.000 subsidirias.

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    Essas empresas instalam suas fbricas onde o preo da mo-de-obra for mais barato e as normasque regem o sistema de emprego, mais flexvel. Trocam peas entre suas subsidirias, compram matria-prima onde o preo estiver bom.

    O Brasil ficou fora desse jogo por muito tempo. Tornou-se pesado, lento. Agora um dos

    competidores e tem de manter o corpo esguio e gil. O desemprego uma das fichas que se pagam paraentrar no jogo internacional, mas no h alternativa. Do processo de globalizao s escapam economiasarcaicas, como a cubana. Os que entram na partida correm riscos e s vezes quebram como aconteceucom os Tigres Asiticos, mas podem voltar tona com certa facilidade, como ocorreu com o Mxicodepois de 1994. J os que ficam de fora empobrecem e, no fim das contas, sacrificam muito mais suaspopulaes.

    A interligao das economias e a modernizao das empresas tm efeitos diferentes entre ospases. A sia balanou por problemas financeiros. A Europa e o Japo esto estagnados. Os EstadosUnidos, aps um perodo de pleno crescimento no qual diminuiu relevantemente sua taxa de desemprego,j d sinais de fadiga, entrando em uma recesso. A situao do Brasil no to boa quanto a dos EstadosUnidos, mas menos grave do que em outras regies no que diz respeito ao emprego.

    A situao provocada pela abertura econmica e pela modernizao da indstria ganhoucontornos mais preocupantes depois que a crise na sia obrigou o governo a tomar medidas deesfriamento da economia. O Brasil, cuja bolsa de valores era a primeira em crescimento no mundo, quetinha indstrias como a automobilstica e a de eletroeletrnicos expandindo-se a ritmo chins, de ummomento para outro caiu para um patamar zero de crescimento, com menos contrataes e maisdemisses. Alm disso, o investidor estrangeiro tornou-se mais cauteloso.

    As admisses timidamente que esto sendo efetivadas iriam continuar por mais algum tempo.Porm as expectativas novamente so esfriadas, pois com a atual situao de crise energticanacionalidade e a eminncia de apages, j se fala em crescimento da taxa de desemprego.Independente disso os analistas vem o pas como um territrio que ser reconstrudo. Havernecessidade de mo-de-obra para recuperar estradas, expandir redes de energia eltrica, construir casas,porque falta tudo no Brasil, at mesmo redes de esgoto e sistemas de transporte ferrovirio decentes, parano falar em construo de aeroportos, portos, redes de metr.

    H setores em que a atividade econmica apenas comeou, caso da telefonia celular ou daexplorao, refino e transporte de petrleo, liberados pela lei que aboliu o monoplio da Petrobrs. Existetambm o campo vasto e desperdiado do turismo e das atividades de entretenimento. De acordo com umestudo da Bain & Company, consultoria empresarial americana com escritrio em So Paulo, o empregoem atividades de entretenimento pode crescer 70% nos prximos dez anos, se as coisas se ajustarem e notivermos mais sustos de surpresa. A prpria modernizao industrial, que est demitindo, capaz degerar empregos indiretos mais tarde, pois produzir renda e consumo. "As tecnologias que economizammo-de-obra provocam demisso onde ocorrem, mas podem criar oportunidades de trabalho em outrasreas em diferentes modalidades", diz o economista Jos Pastore, um dos maiores especialistas ememprego e trabalho do pas.

    IV. Quais so as causas?

    s novas exigncias mordem de um lado. As mquinas e os programas de computador mordem dooutro. No cho da fbrica, o operrio viu a instalao do tear a jato, quinze vezes mais veloz doque a sua velha mquina. No dia seguinte recebeu o chamado do departamento de pessoal. A

    fbrica ficou melhor, mas ele procura uma colocao que parece cada vez mais rara. No escritrio, ogerente do almoxarifado perdeu o lugar para um software que trabalha melhor e mais rpido. Uma lojafunciona hoje com metade dos caixas se estiver equipada com leitores de cdigo de barras. As pessoaslem que a economia est melhor, mais produtiva, com preos em queda e bilhes de dlares aportando

    para erguer empresas e tudo isso verdade. Do outro lado, vem o faco operando sem parar. O novo

    A

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    padro econmico mundial de alta eficincia, baixo custo, tremenda competio. O Brasil mergulhou decabea nessa nova era a da internacionalizao ou globalizao da economia como foi dito anteriormente,muito rapidamente e ainda est com a pele ardendo.

    O mergulho foi assustador. Se ele j no perdeu o emprego para um cdigo de barras, est

    ameaado por exigncias desconhecidas. Querem que fale ingls fluente, pois o manual, o cliente ou ofornecedor estrangeiro. Esperam, ou melhor, exigem que saiba lidar com computador, seja criativo,flexvel, inquieto. Isso quando no perguntam ao candidato a uma vaga se ele, por acaso, teve ainteressante experincia de viver alguns anos no exterior.

    O mundo do trabalho sofre impactos de todos os lados. O pas entrou em regime de privatizaoem 1991, com a venda da Usiminas. Conforme dizia o governo, no dava mais para carregar empresasdeficitrias nem havia dinheiro para moderniz-las. Cerca de 50.000 pessoas perderam o emprego noprocesso de privatizao das sete maiores estatais. Dez anos atrs havia 1 milho de bancrios. Sobraram470.000. Ocorreu tambm a pancada da abertura comercial. De um momento para o outro, as importaessubiram de 20 bilhes de dlares ao ano para um volume trs vezes maior. Os produtos importadosmodificaram a economia de dois modos. Foraram as empresas brasileiras a baixar seus preos (e seuscustos) e devastaram setores sem capacidade de concorrncia. As fbricas de calados do Rio Grande do

    Sul empregavam 91.000 pessoas em 1993. Sob o impacto das importaes, s restam 60.000 ocupados.H seis anos, a indstria txtil empregava 2,1 milhes de trabalhadores. Estarrecedor: pelas contas dehoje, 1,3 milho de operrios do pano foram para a rua nesse perodo.

    O que mais sacrifica o emprego a competio. De tudo o que se importa, cerca de 70% sonovas mquinas, matrias-primas e componentes. A indstria brasileira passa por uma ducha derenovao como nunca se viu. Teve de se modificar para no desaparecer diante de produtos estrangeirosque surgiram no horizonte com preo muito mais baixo. E, muitas vezes, qualidade melhor.

    V. A Falta de Instruo.

    utro fator de extrema relevncia o que constata os nmeros do IBGE, um retrato dramtico darealidade do trabalhador brasileiro. Segundo o Instituto, 36 milhes de brasileiros em idade detrabalhar tm s o 1 grau completo ou nem isso. Essa populao equivale a quase a metade de

    toda a fora de trabalho do pas e coloca para a sociedade um enorme problema. Para garantir asobrevivncia, muitos deles ainda conseguem emprego na economia informal com algum xito. Para osoutros, o horizonte desolador. Isso porque as empresas, com a modernizao, j no precisam tanto defora fsica, que o que eles tm a oferecer se no forem educados. O Brasil ainda tem uma vantagem aoferecer a esses trabalhadores, por uma ironia de seu passado recente. Durante mais de uma dcada, ogoverno abandonou estradas, viadutos, deixou ruas se esburacarem. Assim que a economia voltar acrescer, isso tudo vai ser consertado e haver trabalho para essa massa de gente. O problema saberdurante quanto tempo eles podero sobreviver custa desses servios. E o desafio, para o pas, evitarque continue crescendo a populao de subtrabalhadores.

    O

    O problema atual, criado pela economia remodelada, justamente a gerao de empregos. Asvagas esto reaparecendo, como demonstram as contas da Fiesp, do Dieese, e a anlise do Ipea. A questo que uma massa enorme de desempregados no est apta a ocup-las . Para quem s completou o 1 grauest difcil achar trabalho de qualidade apenas razovel. Isso fica evidente quando se investiga o interiordos ndices de desemprego. Cerca de 90% dos que esto de braos cruzados no completaram o 1 grau.Para os que tm universidade, a dificuldade muito menor. Apenas 3% dos desempregados tm formaouniversitria. E mesmo esses enfrentam desafios.

    VI. Ento, o que fazer?

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    elos clculos de Jos Pastore, para absorver a massa de desempregados j existente e arrumartrabalho para os candidatos que chegam ao mercado a cada ano cerca de 1,5 milho de pessoas, a economia precisaria crescer ao ritmo de 5% ao ano, durante uma dcada. Alm de investir

    maciamente em educao, o qual foi um fator negligenciado durante dcadas porque no sepensava nelecomo ingrediente econmico importante. Mas em matria de crescimento o Brasil j foi um tigre e agora

    voltou a ser um jogador de respeito. Ajustou sua indstria, limpou o seu sistema financeiro, adaptou-se aojogo econmico mundial, mas muito ainda se tem por fazer.

    P

    VII. Educao X Tecnologia

    uitos se apressam em dizer que a tecnologia s destri empregos. Isso no seria verdade. Hpases que usam intensamente as tecnologias modernas e, no entanto, apresentam taxas dedesemprego muito baixas como os Estados Unidos (5,5%); o Japo, (3,2%); e os Tigres

    Asiticos (2% em mdia). Por outro lado, pases da Europa que fazem a mesma coisa, tm taxasescandalosas como a Alemanha (10%); a Frana (12%); a Itlia (13%); a Blgica (14%); e Espanha

    (23%).

    MEssas discrepncias sugerem que, para conviver pacificamente com os seres humanos, as novas

    tecnologias exigem mudanas institucionais importantes - especialmente na legislao trabalhista e naeducao. Quando a contratao e a dispensa so flexveis - como nos Estados Unidos, Japo de Tigres -os estragos so bem menores. Quando se d o inverso, como na Europa, o desastre conhecido.

    A "precarizao do emprego" atinge quase 50% da nossa fora de trabalho. Sim, porque alm deinvestirmos pouco no setor produtivo, o Brasil tem uma legislao trabalhista no adaptada realidade enossos trabalhadores tm apenas 3,5 anos de escola, em mdia.

    A qualidade da nossa fora de trabalho 14% menor do que a mdia da Amrica Latina, 39%inferior a da Argentina e 45% mais baixa do que a mdia dos pases desenvolvidos (IPEA/PNUD,Relatrio sobre o Desenvolvimento Humano no Brasil, Braslia: 1996). Esse relatrio conclui que "oprincipal determinante do menor nvel de rendaper capita do Brasil em relao aos pases desenvolvidos a menor qualidade relativa da fora de trabalho brasileira" (pg. 27).

    Nosso governo no chegado a idias de catstrofes (talvez por isso seja pego de surpresa).Mas, preciso olhar atentamente para essa realidade a fim de se encaminhar medidas concretas para gerarmais postos de trabalho para o nosso povo, pois a tecnologia no perdoa.

    A tecnologia e a globalizao so inevitveis. Nesse quadro, a educao essencial paratrabalhar - e o que vem sendo feito nesse campo to louvvel quanto insuficiente e o que se fez at omomento foi irrisrio frente ao tamanho do problema.

    Tem que se agir com mais afinco e mais velocidade. A deteriorao do quadro do trabalho oestopim para a deteriorao de toda a sociedade. Os sinais j so evidentes na marginalidade, corrupo edesencanto pelo pas.

    VIII. Flexibilizao, funcionaria?

    ados recentes do Ministrio do Trabalho mostram que os trabalhadores com carteira assinada eintegrantes do mercado formal da economia tiveram um ganho real de salrios, depois do PlanoReal, da ordem de 11% enquanto que os que no tm carteira assinada e fazem parte da grandeD

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    parcela do mercado informal, tiveram um aumento real de 24% sendo que os autnomos chegaram aquase 40%.

    Ou seja, os ganhos do pessoal que trabalha na ilegalidade crescem mais depressa dos quetrabalham legalmente. No a toa que o mercado informal j chegou a 55% da nossa fora de trabalho - o

    que um nmero vergonhoso quando comparado com as naes mais avanadas que registram bemmenos de 10% de pessoas trabalhando ilegalmente.

    A reverso desse quadro um problema complexo. Gerar empregos custa muito caro. No Brasil,os investimentos necessrios para criar um posto de trabalho na dcada de 70, no chegavam a US$ 10mil. Na dcada de 80, isso passou a US$ 15 mil e hoje ultrapassa a casa dos US$ 30 mil. Isso porque asnovas tecnologias e os requisitos para proteo ambiental custam muito. Alm do mais, a revoluotecnolgica est permitindo aos seres humanos produzirem muito, com pouca mo de obra.

    Alm do problema dos investimentos, o Brasil enfrenta a extrema rigidez das nossas leistrabalhistas. Somos um pas de tudo ou nada. Ou se contrata com todos os direitos ou se contrata semnenhum direito. Mas o tema est longe de um consenso. Comea a surgir na literatura especializada tesesegundo a qual a Europa, a despeito do grande esforo de flexibilizao legal que fez ao longo das

    dcadas de 70-80, no consegue sair de taxas de desemprego que ultrapassam a casa dos 10%. Ento, oque adiantou flexibilizar?

    Entre os que condenam a flexibilizao das leis trabalhistas, Joo Antnio Felcio, secretrioadjunto da Central nica dos Trabalhadores, uma das vozes mais fortes. Ele entende que o modeloeconmico adotado a partir dos anos 90 acabou repercutindo no mercado de trabalho. Assim, para tornara produo nacional mais competitiva o empresariado precisaria reduzir seus custos de mo-de-obra e osencargos sociais, passando a exigir maior flexibilizao das relaes. Mas, segundo o sindicalista, a novalegislao no deve trazer benefcios ao trabalhador, assim como no aumentar a oferta de empregosnem estender os direitos trabalhistas conquistados para maior nmero de pessoas.

    Defensores da flexibilizao, como o socilogo Jos Pastore, da Universidade de So Paulo,

    acreditam que uma parcela dos que hoje encontram dificuldade para entrar ou se recolocar no mercado detrabalho teria mais chances se as regras fossem outras. que as empresas, com a aprovao dossindicatos, poderiam passar a contrat-los com encargos sociais menos onerosos e mais flexveis. Oscontratos seriam mais realistas, na opinio do socilogo, o que facilitaria a incorporao no mercadoformal de trabalho de profissionais autnomos, subcontratados, terceirizados, etc.

    IX. O Quarto Setor, a informalidade.

    vnculo de emprego hoje bem diferente do que existia h no mais de dez anos, comenta LuizGonzaga Bertelli, do Centro de Integrao Empresa-Escola (CIEE). Hoje, ele explica, os novos

    profissionais trocam a carteira assinada, que teoricamente garante aposentadoria e assistnciamdica oficiais, 13o salrio, frias e Fundo de Garantia por Tempo de Servio, por novos contratos, emque pesam mais as ofertas de seguro-sade, plano de carreira, bnus salariais por desempenho, etc. "Omercado de menos vnculo e mais terceirizao", resume.O

    Como uma parcela grande da populao perdeu seu emprego formal a partir da primeira metadedos anos 90, sobrou-lhe a alternativa do trabalho informal aquele sem carteira assinada, o famoso "porconta prpria", caracterizado por condies precrias de segurana e, muitas vezes, remuneraoinsatisfatria. Nos anos 90, para cada dez empregos criados, somente dois eram assalariados, com registroformal.

    O resultado que hoje se calcula que quase 60% da fora de trabalho viva na informalidade."Esse nmero absurdamente alto, chega a ser obsceno", admite Jos Pastore, para quem a expanso da

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    informalidade sem a devida contrapartida de contribuio seguridade social constitui um grave foco dedficit pblico que pode comprometer a economia.Hoje, de cada dez brasileiros, seis esto fora dosistema previdencirio, confirma o governo federal. De um total de 64,8 milhes de brasileiros queconstituam a populao ocupada em 1997, apenas 27,9 milhes eram filiados previdncia. Entre os23,8 milhes de trabalhadores por conta prpria, o nmero baixa para 4,4 milhes de filiados.

    Terceira Parte

    O FUTURO

    X. Como ser o futuro? O emprego morrer?

    um nmero da Revista Fortune (19/09/94) fez um resumo dos estudos na rea trabalhista paraanunciar uma estrondosa revoluo para o incio do prximo milnio - tempo em que osempregos completaro o seu desaparecimento.

    NO qu os seres humanos vo fazer? Como ganharo a vida? Os referidos estudos mostram que oatual conceito de "emprego" refere-se a uma posio fixa, na qual a pessoa exerce uma atividadeespecfica, de forma contnua, numa mesma empresa. isso que vai acabar. O trabalho do futuro no ternada de fixo, especfico, contnuo ou concentrado numa empresa. Ao contrrio. Com o avano aceleradodas novas tecnologias e com a individualizao das demandas, as grandes empresas, com raras excees,sero foradas a atomizar sua produo, subcontratando atividades para pequenas empresas e paraprofissionais autnomos.

    Nesse novo mundo, o trabalho ser dispensado. Os trabalhadores deixaro de ser os "donos dosempregos". Eles vo se transformar em provedores de servios, engajados em projetos que tero comeo,meio e fim. Nesses projetos, os seus colaboradores sero demandados a executar vrias tarefas,

    distncia ou em locais diferentes e sempre com muita criatividade e periodicidade varivel.

    Isso atingir tambm os chefes. Alis, a chefia uma categoria que j entrou num aceleradoprocesso de extino. No mundo da flexibilizao do trabalho no haver lugar para grandes hierarquias.Os trabalhadores multifuncionais vo se reportar uns aos outros. As informaes sero amplamentedisseminadas. Todos os que trabalham em determinado projeto conhecero as virtudes e os limites dasempresas, das tecnologias e dos seus companheiros.

    O emprego vai morrer para a maioria dos trabalhadores. Estes trabalharo por contratos, emprojetos finitos, junto a os mais variados grupos que demandarem seu talento. Terminado um projeto, elespassaro para outro, no mesmo ambiente ou em ambiente diferente. Alguns sero mais mveis; outrosusaro intensamente a fibra tica e outras formas de transmisso de idias e comandos. Ser o mundo dotele-trabalho. Todos sero mais donos do seu tempo.

    E como ficaro as licenas, frias e aposentadoria? J nas primeiras dcadas do prximo milnio,tudo isso vai virar pea de museu porque, no novo mundo do trabalho, desaparecer a relao desubordinao entre empregadores e empregados. Isso ocorrendo, desaparecer quem concede licenas,frias e aposentadoria.

    No Brasil, a morte do emprego vai demorar. Mas a preparao das novas geraes de trabalhadorestem de comear j. No novo mundo do futuro s haver lugar para quem for educado. Os demais seroparias. O trabalhador desqualificado valer cada vez menos. E no haver lei, constituio, partido ousindicato que venha a ter fora para reverter essa tendncia.

    Da mesma maneira como a economia - e, por conseqncia, o universo do trabalho - vai se

    modificando com rapidez cada vez maior, tambm as carreiras profissionais so hoje, e sem dvida

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    continuaro sendo nos prximos anos, algo cada vez mais dinmico. Queira voc ou no, perceba ou no,sua vida profissional est em mutao. E, para que ela mude a seu favor, fundamental antecipar osrequisitos profissionais que estaro sendo exigidos daqui para frente, e que iro influir efetivamente nesseprocesso de mudanas.

    XI. O Trabalho em casa.

    er que o trabalho por natureza uma maldio bblica da qual o homem nunca poder se

    libertar? Estas so palavras do Professor Domenico De Masi, Socilogo Italiano especialista emsociologia do trabalho, uns dos mais respeitados quando o assunto futuro do trabalho.S

    Est frase dita acima pode soar de forma ruim aos ouvidos de um desempregado. Porm se estedesempregado j pertence nova onda, no se sentira ofendido, este saber que libertar-se dotrabalho significa estar apto a outros interesses, estar apto ao cio, de uma forma conjunta ao trabalhoamenizando-o e uma destas formas o tele-trabalho, e saber ele que se bem planejado o desempregoser algo corriqueiro.

    Como a atividade profissional pode gerar felicidade? Para comear, deixando-se a pessoacumprir suas funes em casa, com o que j se evitar o stress da locomoo casa-trabalho-trabalho-casa,quase sempre cansativa e demorada. Grande parte dos empregados, mesmo no setor industrial, diz oprofessor, "poderia ficar tranqilamente em casa, bastando-lhe como instrumento de trabalho um telefone,um fax e um computador". essa a essncia do teletrabalho, que "economiza tempo, melhora a produoe aprimora a qualidade de vida".

    A idia vem do mercado americano, onde 18 milhes de pessoas j trabalham em casa em tempointegral e outros 16 milhes, em tempo parcial. No Brasil, o grande empecilho era a m qualidade da redede telefonia. Agora, com a maior oferta de linhas e a crescente capacidade de transmisso de dados,

    algumas grandes companhias estimulam funcionrios a trabalhar na prpria casa. A Kodak j montou 120escritrios domsticos. Na Shell, o trabalho a distncia deu certo e dever ser adotado por todo odepartamento de vendas at o fim do ano. A Nortel est iniciando um projeto que prev a permannciaem casa de quase metade dos funcionrios no Brasil. So iniciativas que apontam para uma renovao noconceito de escritrio conforme se viu ao longo do sculo XX.

    No setor de servios, grande parte das funes pode ser transferida para o ambiente residencial.Na teoria, o mtodo traz vantagens para todas as partes envolvidas. As empresas economizam comaluguel e os demais gastos de uma estrutura corporativa. O funcionrio ganha a chance de estar maisperto da famlia e de ser dono do prprio tempo. Na prtica, contudo, trabalhar em casa no to simples.Quem se afasta do convvio dirio com os colegas pode sentir-se abandonado.

    A Shell transformou em virtual todo o departamento de vendas, que abriga 300 dos 1 .300funcionrios da empresa no pas. Com o fechamento de nove escritrios regionais, restaram apenas os doRio e os de So Paulo, este reduzido metade. Montar cada escritrio domstico custa, em mdia, 15.000reais, mas o investimento est sendo rapidamente recuperado.

    Pesquisa realizada pela empresa AT&T nos Estados Unidos revelou que 73% dos profissionaisque trabalham em casa consideram que a mudana melhorou a vida pessoal. Na canadense Nortel, apenas3% dos 15.000 funcionrios que passaram pela experincia em todo o mundo desistiram por falta deadaptao. Estudos americanos credenciam esse alto ndice de aprovao possibilidade de trabalhar nahora em que se deseja e de resolver problemas pessoais durante o expediente. O principal resultado dissotudo o aumento de eficincia. "A produtividade de quem trabalha em casa 30% maior", afirma acoordenadora do projeto da Shell, Ellen Hartmann.

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    XII. A rede mundial, Internet.

    seria impossvel hoje se pensar em tele-trabalho sem ela, a Internet. Segundo dados da Impacta,os negcios de e-commerce no Brasil devem gerar cerca de 1,6 bilhes de dlares em 2001 -nmero que deve alcanar 2,5 bilhes de dlares em 2002 e chegar a 3,2 bilhes de dlares em

    2003. Se as contas estiverem certas, qual ser o resultado desse crescimento para o mercado de trabalho?Nos prximos quatro anos, sero 80 000 novos empregos apenas na rea de e-commerce. Acredita-se, portanto, que no faltar trabalho para profissionais altamente especializados em Internet, como e-business specialists (responsveis pela parte comercial do site), webdesigners (visual do site), webwriters(redatores de contedo), gerentes de contedo interativo (editores de contedo) e arquitetos dainformao (que determinam a maneira como a informao apresentada no site).

    E

    Em outras palavras: por mais que se fale em empregos na Internet, na velha economia quevamos continuar encontrando a maior quantidade de ofertas de trabalho. Mesmo que voc passe acomprar suas roupas pela Internet, ser preciso uma confeco para produzi-las. Nos Estados Unidos, pas

    onde a metade da populao tem acesso Internet, somente 10% dos empregos esto em empresas da Nova Economia. Na Alemanha, apenas 5%. No Brasil os dados so inconsistentes, mas poucospesquisadores srios arriscam mais de 1%. O jornal americano The Wall Street Journal observou numartigo recente que a indstria continuar existindo no terceiro milnio da mesma forma que a agriculturapersistiu ao longo da Era Industrial. E essencial at hoje.

    XIII. O Terceiro Setor, Os Servios.

    uem o maior empregador privado do Brasil, com exceo do setor bancrio? Quem pensou naVolkswagen, eterna campe de dcadas atrs, errou feio. O primeiro lugar atualmente do

    Carrefour. A rede de supermercados emprega 47 000 pessoas. E na segunda posio desse ranking,quem aparece? O concorrente brasileiro Po de Acar, com 45 000 empregados. O pdio se completacom o McDonald's e seus 34 000 funcionrios dos pontos-de-venda espalhados pas afora. Mas e aVolks? Detentora da marca de 46 000 empregados na dcada de 80, ela hoje amarga o quarto lugar, comuma diferena de 19 000 funcionrios em relao ao Carrefour.

    Q

    O que que isso tem a ver com conosco? Daqui por diante, muita coisa. Os dados citados acimado uma noo exata do que tem acontecido no mercado de trabalho e do que ainda devem acontecer nos prximos anos. Enquanto o setor industrial sofre o impacto dos avanos tecnolgicos, extinguindofunes e cortando mo-de-obra (vide grfico abaixo), o setor de servios - ao qual pertencem oCarrefour, o Po de Acar e o McDonald's - tem se mostrado um importante receptador de profissionais. assim em todo o mundo. em direo a ele que corre quem perdeu o emprego na indstria, quem estcomeando a dar os primeiros passos no mercado e tambm quem quer dar uma guinada na carreira.

    Transformao de Pessoal Empregado - indstria - ndice (

    mdia 1992=100) - Anual - CNI - CNI12 PEEMP12

    73

    78

    83

    88

    93

    98

    103

    1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

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    Essa ser uma das transformaes marcantes da virada econmica. Com o emprego diminuindona indstria, mas crescendo no setor de servios, que j representa mais da metade do produto internobruto, PIB. uma tendncia mundial. Nos Estados Unidos, que tm o maior parque industrial do mundo,80% do PIB vem da rea de servios. ela que est segurando parte dos demitidos da indstria brasileira.

    A boa notcia que essa proliferao de vagas j comeou. Segundo levantamento do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatstica, IBGE, de junho do ano passado a maio deste ano foram criados maisde 820 000 postos de trabalho no Brasil. Uma em cada duas novas posies foram geradas pelo setor deservios. No campo das comunicaes, esto pipocando ofertas de emprego. At 2003, segundo clculosda Agncia Nacional de Telecomunicaes, Anatel, as companhias de telefonia devem investir 60 bilhesde dlares em ampliao e melhoria das atividades. Tanto dinheiro circulando, mais a iminente liberao concorrncia, que deve acontecer a partir de 2002, significa, em mdio prazo, a gerao de pelo menos100 000 vagas diretas no setor.

    Quem ainda no se convenceu do potencial deservios deve prestar ateno em alguns nmeros. Nofinal de 2000, o setor de turismo ter impulsionado acriao de 192 milhes de empregos em todo o mundo,

    movimentando 3,6 trilhes de dlares, o equivalente a12% do PIB mundial. No Brasil, o governo previnvestimentos da ordem de 650 milhes de reais,distribudos em 24 programas de incentivo ao turismonacional. Isso vai significar o surgimento de nadamenos que 500 000 novos empregos.

    No rastro desses servios personalizados, ter vez todo tipo de atividade que facilite a vida docliente. A Atento, a maior empresa de centrais de atendimento do Brasil, apostou todas as fichas napremissa da inovao. Hoje, destaca-se pelo volume e pelo nvel de especializao dos funcionrios. Noso todos, evidentemente, mas j h mecnicos oferecendo servios de conserto de caminhes portelefone e analistas financeiros orientando correntistas de grandes bancos do lado de c da linha.

    Para garantir espao nesse cenrio, portanto, fundamental ser extremamente qualificado,competitivo, dinmico e em fina sintonia com a viso de futuro do empregador. claro, e que ningumduvide disso, que a tecnologia tambm est roubando alguns postos de trabalho no setor de servios. Porenquanto, no entanto, a demanda por profissionais e a criao de empregos esto sendo muitas vezesmaiores que a mordida de mquinas e sistemas computadorizados nas vagas do setor. Em servios, aocontrrio da indstria, a tecnologia abre espao para contrataes.

    XIV. A Terceirizao da Velha Economia.

    raduzindo para a vida prtica, as grandes fbricas podero funcionar apenas como fiscais doprocesso produtivo. Em outras palavras, a indstria dever terceirizar muitas de suas operaesnos prximos anos. Isso significa migrao de pessoal da fbrica para os parceiros. Aqueles que

    continuarem empregados sero supercapacitados. Eles sero os gestores de um novo tipo de indstria, naqual fornecedores entregaro mdulos cada vez mais completos e a rea comercial precisar venderprodutos cada vez mais personalizados. Concluso: por mais que daqui a uns anos as indstrias produzamde forma mais diversificada tecnolgica, elas continuaro precisando de pessoas para tocar a produo. Omesmo vale para todo tipo de empresa da velha economia.

    TAs empresas que sobrevivero nesse cenrio sero as que incentivarem, desenvolverem e

    gerenciarem a criatividade dentro da organizao. "Viveremos a poca da inspirao", completa JairPianucci, diretor de RH para o Brasil e Mercosul da Hewlett-Packard, empresa de tecnologia ecomputao. Segundo Melhores e Maiores, a HP uma das empresas que mais crescem no Brasil: 108%

    em 1999. "A sobrevivncia da empresa estar fundamentada totalmente no conhecimento", diz Pianucci.

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    XV. Na falta de emprego, brasileiro vira empreendedor.

    London Business School, a consultoria Ernst & Young e o instituto Kauffman divulgaram

    recentemente uma pesquisa listando os pases segundo a participao de empreendedores nasociedade. Com base em entrevistas realizadas com 800 especialistas e 43 .000 pessoas de 21

    pases, o estudo organizou um ranking de naes. Em primeiro lugar da lista est o Brasil. ParaPara efeito do trabalho, "empreendedor" aquele que j montou, estmontando ou se prepara para montar um negcio. E "negcio" para ospesquisadores tem um sentido amplo: vai do pequeno comerciante aogrande empresrio.

    A

    Para cada oito brasileiros entre 18 e 64 anos, existe umempreendedor. O ndice nacional supera o de pases como os EstadosUnidos, a Austrlia e o Canad. A explicao para esse fatosurpreendente, de acordo com os pesquisadores, encontra-se no estado daeconomia brasileira. Por aqui, lanar-se num negcio prprio no refletenecessariamente uma vocao empresarial nata. Os brasileiros, em boaparte, viram empreendedores porque esto desempregados e precisamencontrar um quebra-galho e essa varivel aumenta a concentrao deempreendedores no Brasil, jogando-o para o primeiro lugar. " como se oresultado final para o Brasil, embora positivo, ainda se devesse aos motivos errados", afirma o professorde administrao Marcos Mueller Schlemm, do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade, que foiresponsvel pela coleta de dados da pesquisa no pas. Nos Estados Unidos, a situao outra. A maior parte dos que montam um negcio decidiu faz-lo sem a presso do desemprego. Ao fazer isso,costumam abrir empresas capazes de desenvolver tecnologias prprias.

    XVI. O Quinto Setor, o Crime.

    o de se espantar que as altas taxas de desemprego brasileiras estejam lado a lado de uma taxatambm crescente, a da criminalidade. Muitos hoje esto neste mundo, ou melhor, sub-mundo epor que?NA tese simplista: h alguns anos atrs o Brasil era um pas tipicamente rural, porm com a

    tomada do crescimento industrial, a grande parte migrou para este setor, porm com o advento datecnologia, grandes massas ficaram desempregadas e novamente mudando, agora para o setor de servioso qual j tambm j est dando sinais de exausto de vagas.

    No podemos deixar de dizer que a falta de qualificao do profissional quase sempre o fatorque proporciona est dana de setores. Pois bem, com o terceiro setor no dando mais oportunidades,

    tem-se o prximo: a informalidade. E quando esta no os comportam mais ou no do os ganhossuficientemente esperados? Tem-se ento o provvel ltimo setor da economia, a criminalidade, que geralucros rpidos e altos.

    O fator desemprego no pode ser considerado como fator nico para criar um criminoso, claroque existem n fatores, desde o meio at a condio psicolgica de cada um e no estou aqui dizendoque necessariamente isto tem que acontecer, mas no podemos fechar os olhos para esta situao queinfelizmente acontece, e no se pode negar, apesar de no se saber ao certo o montante de movimentaomonetria na economia nacional.

    Principalmente em pases como o Brasil, que no do condies de erguer o cidadomais pobre em prol de um trabalho digno, este setor tem tudo para se desenvolver, desde o merocontrabando ou sonegao at aos crimes contra o patrimnio e a vida.

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    E no adianta olharmos somente para ns e pensarmos que se sou bem instrudo, falo outralngua fluentemente e tenho um MBA, minha vida est garantida; pois o quinto setor est a em fortecrescimento, que na proporo em que cresce poder ser tornar um problema de estado ou at mesmo setornar o estado, e ento a sua garantia de vida estar perdida.

    Concluso.

    No difcil chegar concluso de que o cenrio de inovao e a tendncia de maise mais inovaes, e cabe a ns nos prepararmos e estarmos atentos e extremamente ligados atudo e a todo hora.

    Sendo assim caminhamos para uma outra direo, para uma economia baseada nocapital intelectual, em que as pessoas que vo fazer a diferena do negcio. So elas que

    podero gerar novos empregos, criando novas empresas. Dinheiro real ser feito pelas empresasque investirem nas pessoas, em educao, em alta tecnologia. Quem no se adaptar estar forado jogo.

    E se estiver fora, a situao no ser a das mais favorveis, seria muito fcil para nsque temos acesso a informao dizer que basta nos instruirmos e nos qualificarmos queestaremos livres do desemprego, porm se at para ns a situao difcil, imaginemos a do

    pobre cidado, cujo grau de instruo muito baixo e vive em um pas que no lhe fornece amo necessria para tir-lo desta condio.

    Ento que fique aqui um alerta, como a crescente onda de desemprego no tender acair e a queda de natalidade no poder compensar estas taxas de desemprego, estes aspectos

    podero gerar a longo prazo, se mantivermos este modelo de capitalismo selvagem, um cenriode desemprego avassalador e insuportvel.

    Se lembrarmos que sangrentas revolues e ditaduras do passado tiveram a princpiocomo pano de fundo a precariedade de trabalho e sobrevivncia de seus povos, estaramos mais

    atentos a esta situao que talvez no seja hoje, no seja amanh, mas algum dia poderexplodir de forma imprevisvel.

    FIM

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    Bibliografia.

    Livro: DE MASI, D. O Futuro do Trabalho, 3 edio, Braslia DF , Ed. UnB 2000

    Sites: www.ibge.gov.br

    www.ipea.gov.br

    www.josepastore.com.br

    www.istoe.com.br

    www.vocesa.com.br , 08/2000

    www.veja.com.br , 11/02/98, 21/07/99, 21/06/2000, 05/04/2000

    http://www.geocities.com/des2000x/ , Desemprego.

    http://www.ibge.gov.br/http://www.ipea.gov.br/http://www.josepastore.com.br/http://www.istoe.com.br/http://www.vocesa.com.br/http://www.veja.com.br/http://www.geocities.com/des2000x/http://www.ibge.gov.br/http://www.ipea.gov.br/http://www.josepastore.com.br/http://www.istoe.com.br/http://www.vocesa.com.br/http://www.veja.com.br/http://www.geocities.com/des2000x/
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