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O Lugar Onde Moro ­ FLONA de Tefé

Práticas Pedagógicas em Geografia

Cristiano Quaresma de Paula

Maíra Suertegaray Rossato

Cleder Fontana

(Organizadores)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Geociências

Núcleo de Estudos Geografia & Ambiente

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É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, sem

autorização expressa dos autores ou da editora. A violação

importará nas providências judiciais previstas no artigo 102, da

Lei nº 9.610/1998, sem prejuízo da responsabilidade criminal. Os

textos deste livro são de responsabilidade de seus autores.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

ISBN: 978­85­61424­52­7

1ª Edição ­ 2016

Cláudia Luísa Zeferino Pires

Dirce Maria Antunes Suertegaray

Astrogildo Martins de Moraes

Cleder Fontana

Cristiano Quaresma de Paula

Daniele Machado Vieira

Éder Rodrigues

Elisa Caminha da Silveira Delfino

Gabriella Calixto Scelza

Helena Bonetto

Isabel Pérez Alves

Laurindo Antônio Guasselli

Luiz Alberto Morelli

Maíra Suertegaray Rossato

Mateus Gleiser Oliveira

Pablo Leandro Proença Ferreira

Pedro Saldanha Frantz

Rafael Suertegaray Rossato

Renato Barbieri

Sinthia Cristina Batista

Theo Soares de Lima

Cristiano Quaresma de Paula

Sinthia Cristina Batista

Ana Lúcia da Silva

Theo Soares de Lima

André Suertegaray Rossato

Mateus Gleiser Oliveira

Carlos Alexandre Netto

Rui Vicente Oppermann

André Sampaio Mexias

Nelson Luiz Sambaqui Gruber

De Paula, Cristiano Quaresma

O Lugar Onde Moro ­ FLONA de Tefé: práticas pedagógicas em

geografia/ Cristiano Quaresma de Paula; Maíra Suertegaray Rossato,

Cleder Fontana (Organizadores). Porto Alegre: IGEO/UFRGS, 2016.

[154.p.] il.

1.Geografia 2. Educação I. Rossato, Maíra Suertegaray. II. Fontana,

Cleder. III. Título.

Catalogação na Publicação

Biblioteca Instituto de Geociências UFRGS

Renata Cristiana Grun CRB 10/113

CDU 900

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Apresentação

Neste texto nos dirigimos ao professor, para expressar de maneira

sintética, a compreensão dos diferentes conceitos abordados nesta proposta

de ensino de Geografia da FLONA de Tefé.

O espaço geográfico constitui­se o conceito balizador da Geografia. Sua

formulação apresentou e apresenta, ainda hoje, variadas concepções. Na

perspectiva do ensino de Geografia, podemos conceber que, o espaço

geográfico é o espaço construído pelas atividades de homens e mulheres ao

longo da história. O trabalho humano imprimiu, e imprime, na superfície

natural do planeta Terra, modificações importantíssimas. Este trabalho

dependeu sempre da natureza, daquilo que ela oferece para a nossa

existência e pela forma como a utilizamos.

Então, podemos conceituar espaço geográfico como o espaço que

expressa, na sua materialidade – nas suas formas –, as transformações da

natureza pela sociedade. Essas transformações podem ser positivas ou

negativas; sendo negativas, estaremos destruindo a natureza, ou seja,

destruindo uma dimensão importante e necessária para nossa sobrevivência.

Sendo positivas permitiremos a continuidade de nossas vidas e a preservação

da natureza.

É por isso que, ao estudar Geografia, sempre tratamos de entender a

natureza e as ações humanas, em conjunto.

Assim, o conceito de espaço geográfico expressa a preocupação

primeira da Geografia, ou seja, compreender a relação da sociedade com a

natureza. Agora cabe perguntar: que natureza?

Por natureza entendemos o conjunto de feições, processos e formas de

vida que constituem o Planeta Terra, incluído o homem.

No entanto, na medida em que o homem interagiu com a natureza, foi

transformando­a. Em nossos dias, mas mesmo desde muito tempo, o

homem, em sua relação com a natureza, produziu uma “nova natureza”,

muitas vezes uma natureza artificial, como, por exemplo, os alimentos

produzidos em laboratórios. Trata­se, neste caso, de uma concepção de

natureza chamada de natureza artificial ou tecnificada.

Portanto, a presença do homem, como ser natural e, ao mesmo tempo,

como alguém oposto à natureza, promoveu, e promove, profundas

transformações na natureza em si e na sua própria natureza.

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Se consideramos, como dito anteriormente, que o espaço geográfico é

uma construção humana ao logo do tempo, cabe, também, perguntar o que é

entendido por tempo. Para Milton Santos (1997), o tempo é entendido como

processo: não é um tempo linear, pré­determinado. Este geógrafo considera

que o “mundo é um conjunto de possibilidades” e a paisagem, enquanto

materialidade do espaço geográfico, é uma “acumulação desigual de tempos”.

Este autor considera que a história é fundamental para a explicação do

espaço geográfico, pois, ao longo do tempo, os processos naturais e sociais

atuam conjuntamente, materializando­se em sucessivas paisagens.

Quando Milton Santos diz que a paisagem é a materialidade e,

também, a acumulação desigual de tempos, como podemos interpretá­la?

Para ele, a paisagem é formada de objetos construídos, pelos homens e

mulheres, nas suas mais diferentes dimensões, por exemplo, casas,

utensílios domésticos, barcos, estradas, caminhos, cidades, entre tantas

outras coisas. Assim, a paisagem, como construção também humana, pode

ser entendida como acumulação de tempos, ou seja, na paisagem ficam

registradas formas (casas, prédios, objetos diversos) construídas em tempos

diferentes. Um exemplo seriam as moradias dos ribeirinhos, cada uma foi

construída numa época, com um tipo de material, mas, todas juntas,

compõem a paisagem da comunidade. Muitas vezes, quando destruímos uma

casa, destruímos uma forma que representa outra época, em termos de

construção. Por vezes, essas formas são importantes de serem preservadas,

pois são o registro de nossas histórias.

Para entender a análise geográfica é importante compreender que nós,

enquanto professores ou alunos, podemos analisar o espaço geográfico

através de diferentes conceitos. Significa dizer que podemos ler o espaço

geográfico através de conceitos, que podem ser denominados operacionais, na

medida em que permitem focar o espaço geográfico sob diferentes

perspectivas. Estes conceitos são: lugar, paisagem, região, território e

ambiente.

Cada conceito expressa a possibilidade de diferentes leituras e, o

espaço geográfico é uma expressão conjunta de todas essas dimensões.

Fazendo uma analogia com o Disco de Newton, podemos pensar que, o

espaço geográfico é dinâmico. Sua dinâmica é representada pelo movimento

do círculo das cores. No movimento tem­se o branco, que representa o espaço

geográfico na sua totalidade. Em repouso tem­se a presença de cores

individualmente definidas, cada cor representando, por exemplo, um

conceito: território (vermelho), região (amarelo), lugar (azul), ambiente (verde)

etc. Ao girar o disco as cores se imbricam. O disco, em movimento, expressa

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a ideia de um todo, que é uno, múltiplo e complexo (SUERTEGARAY, 2000).

Esta representação é elaborada no sentido de expressar aconcepção de que o espaço geográfico pode ser lido atravésdo conceito de paisagem, e/ou região, e/ou território, e/oulugar, e/ou ambiente; sem desconhecermos que cada umadessas dimensões está contida em todas as demais.Paisagens contêm territórios e/ou regiões que contêm lugaresque contêm ambientes valendo, para cada um, todas asconexões possíveis (SUERTEGARAY, 2000, p. 31).

Em inúmeras obras geográficas, o conceito de espaço geográfico

expressou­se, ou se expressa ­ e muitas vezes se confunde ­, com os de

paisagem, região, território, lugar. Pensamos que se pode estabelecer

diferenças entre esses conceitos. É importante que, cada um de nós,

tenhamos esclarecidos os conceitos com os quais trabalhamos. Embora haja

diferenciações, todas as dimensões individualizadas na análise, a partir de

conceitos mais específicos, estão presentes no espaço geográfico em interação

e transformação.

Para exemplificar, apresentamos um texto que é, também, uma

descrição de um espaço geográfico. O texto a seguir, extraído de “Amazonas

Pátria das Águas”, de Thiago de Mello (1981, p. 71­73), sugere várias

possibilidades de leitura.

A lei do rio não cessa nunca de impor­se sobre a vida doshomens. É o império das águas. Água que corre no furor dacorrenteza, água que lava, água que leva, água que arrancaágua que oferta cantando, água que se despenca emcachoeira, água que roda no rebojo, água que vai, ainda bemque começou a baixar, mas de repente volta em repiquete,água de rio que quase não corre, um perigo quando o ventovem, ela se agarra no vento para poder voar, água parada nosilêncio do igapó...

O regime das águas é um elemento constante no cálculo davida do homem. Porque são também ciclos econômicos.Grandes vazantes significam fartas colheitas: a terra davárzea inundada é fertilizada pelo rio que lhe acrescenta emsais minerais e matérias orgânicas. É tempo de grandespescarias, tempo de bom plantar. Grandes cheiascorrespondem a duras calamidades e amargas misérias: opeixe se esconde nos lagos de remanso, aos quais se chegapelo varadouro da mata, as plantações são destruídas, ogado tem que ser levado para as alturas da terra firme ouentão é reunido as presas na “maromba” exíguo curralerguido sobre esteios acima das águas, as sucurijusespreitando; soalhos de casas fica submerso, as cobras se

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aproximam no faro de animais domésticos. Mas nãodesanima: espera pela vazante a alteia o soalho, e aproveitaa terra enriquecida pela enchente. O rio diz ao homem o queele deve fazer. E o homem segue a ordem do rio. Se não,sucumbe.

Ao analisarmos este texto, podemos fazer sua leitura através dos vários

conceitos. Assim, podemos nos perguntar: como se dá essa construção

amalgamada de homens e natureza, expressa na relação entre solo, água,

fauna, flora e seres humanos, ou seja, em seu “modo de vida”? A resposta, a

essa pergunta, poderá partir da leitura desse espaço através do conceito de

paisagem, ou seja, através da caracterização dos elementos que constituem,

por exemplo, uma paisagem, onde domina a floresta e as águas, e onde as

marcas do trabalho humano a transformam em um movimento contínuo.

Da mesma forma, poderemos perguntar: qual a relação de forças que

se estabelecem internamente ao grupo de ribeirinhos e, externamente, em

relação a outros grupos, no sentido de manter esse espaço de apropriação?

Neste caso, nossa reflexão deriva do conceito de território. Entre as perguntas

possíveis, podemos indagar sobre o que fazem os ribeirinhos para preservar

esse espaço como espaço de trabalho e sobrevivência. Há pressões externas

em relação a essa atividade? Quem as realiza?

Podemos, ainda, querer saber: qual o sentido atribuído pelos

ribeirinhos àquele espaço? O que significa, para eles, coletar, pescar e roçar?

Ou seja, aqui procura­se verificar qual é a percepção dos moradores sobre

suas atividades, seu lugar de existência, sobre seu trabalho e suas condições

de vida. Estaremos, neste caso, refletindo sobre o lugar enquanto espaço de

coexistência, buscando reconhecer o significado que ribeirinhos atribuem ao

lugar onde moram.

Podemos desejar descobrir qual o sentido dado pelos ribeirinhos àquele

espaço? O que significa para eles viver na floresta, tentar desvendar qual as

razões que emanam de uma formação/organização social mais ampla, como,

por exemplo, a formação do Estado brasileiro que lhes deu origem e fez, deste

espaço, sua moradia. Ou, ainda, buscar compreender as interferências

internacionais nesses espaços. Nesta ótica, estaremos resgatando o conceito

de lugar como centro de significados, ou o conceito de lugar como condição

objetiva de vida a partir de uma relação local­regional­nacional­global.

Podemos, também, refletir sobre as transformações positivas ou

negativas que ocorrem na natureza, e na natureza humana, a partir deste

modo de viver: coletar, pescar, roçar. Entender o ambiente em que vivem os

ribeirinhos, que problemas revelam sob esta perspectiva. Estaríamos, neste

caso, buscando decifrar a questão ambiental a partir das práticas cotidianas

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dos ribeirinhos.

Conforme conceituamos, o espaço geográfico pode ser compreendido

sob diferentes perspectivas. Para analisá­lo utilizamos diferentes conceitos,

porque estes nos permitem circunscrever a análise ao que desejamos. Assim,

se quisermos compreender a paisagem, devemos trabalhar o conjunto de

elementos que a compõe, sejam eles de ordem natural ou social.

Em relação ao lugar, devemos nos perguntar que percepção têm os

moradores do espaço geográfico onde vivem? Como se estabelecem as

relações entre os moradores, como vivem e com quem se relacionam. Para

entender o território, devemos nos perguntar quem se apropria do espaço em

estudo, e que disputas são reveladas.

No caderno de atividades, que aqui apresentamos, busca­se trabalhar

os diferentes conceitos a partir do espaço geográfico denominado FLONA de

Tefé. Cada conceito permite uma leitura diferente desse mesmo espaço e, ao

mesmo tempo, permite compreender a totalidade do espaço, na medida em

que revelam as múltiplas dimensões envolvidas. Percorremos, no texto inicial

e no caderno de atividades, o conjunto de conceitos aqui expressos, na

expectativa de fazer uma análise do espaço geográfico da FLONA, de forma

dinâmica e compreensível.

Desta forma, organizamos os capítulos e as atividades a partir dos

conceitos apontados anteriormente. Sugerimos atividades partindo do espaço

próximo – a vida em comunidade – "O Lugar em que Moramos". Na

sequência, em "A Paisagem que Construímos", tratamos da paisagem da

FLONA, seus elementos, suas mudanças ao longo do tempo e diferentes

formas de representá­la. Na continuidade no capítulo "A Natureza que nos dá

Vida", trabalhamos os elementos da natureza e suas conexões na construção

da paisagem caracterizada pela presença marcante da floresta e das águas. O

capítulo "O Ambiente em que Vivemos" apresenta as atividades que

caracterizam o modo de viver dos moradores da floresta, que são, também,

moradores da FLONA, uma Unidade de Conservação. Em "Nossa Região e

Outros Lugares", contextualizamos a FLONA no território brasileiro, na região

Norte do país e em relação a outras unidades de conservação. O capítulo,

"Vivemos em um Território" traz atividades que abordam os limites e a

caracterização do território nacional, bem como territorialidades construídas

pelos comunitários, a exemplo dos territórios pesqueiros.

Em "Vamos ler Boyrá e o Menino" é apresentada uma proposta de

trabalho a partir da leitura do livro infantil Boyrá e o Menino, que compõe

este conjunto de materiais de ensino sobre a FLONA de Tefé. O último

capítulo, "Avaliação das Atividades de Geografia", apresenta sugestões de

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como avaliar as atividades didáticas elaboradas pelos estudantes a partir das

propostas desenvolvidas, retomando os objetivos das unidades, as atividades

realizadas e os conhecimentos construídos.

No início de cada unidade, buscamos apresentar os conceitos

geográficos abordados, exemplificando de que forma o professor poderá

trabalhar a Geografia da FLONA de Tefé a partir do enfoque sugerido. O texto

relativo às questões conceituais, que aparecem nesta apresentação, e no

início dos capítulos, foi adaptado do texto de Suertegaray (2000 e 2005). Na

sequência, são apresentados os objetivos da unidade e as atividades práticas

sugeridas para o professor, descritas em detalhes.

As práticas, aqui apresentadas, estão organizadas em duas partes. A

primeira parte apresenta o título da proposta e seu objetivo. Em seguida,

aparecem as Possibilidades de trabalho a serem desenvolvidas a partir do

tema, que contêm a sequência de ações necessárias para o andamento da

proposta (desenho, conversa em roda, entrevista, boneco, painel). Cada ação

está identificada por um símbolo e tem uma explicação de como desenvolvê­

la. O professor poderá, conforme as características da turma de alunos,

manter, ou modificar, a ordem das ações propostas.

Todas as possibilidades de trabalho apresentadas podem incluir uma

única atividade, que será desenvolvida em um tempo mais longo, ou várias

atividades conectadas, que acontecem em etapas sucessivas, gradativamente

mais complexas. Portanto, as propostas das unidades estão organizadas de

modo que o professor possa trabalhá­las em sequência, construindo

gradualmente os conhecimentos e os conceitos. O professor poderá, também,

selecionar etapas das atividades que julgar mais adequadas, às

características de sua turma, e recriar uma prática a partir daí. Em alguns

casos, há exemplos de materiais a serem entregues aos estudantes,

colocados ao longo do texto principal. No item noções são apresentadas ideias

importantes relativas aos conteúdos geográficos. Os textos são direcionados

ao professor, mas podem ser adaptados e entregues aos alunos como

material de apoio. As possíveis conexões com outras áreas de conhecimento,

que abrem possibilidade para o trabalho interdisciplinar, são indicadas em

um box junto ao título da mesma. Tem­se aqui, um conjunto de sugestões

que esperamos sejam proveitosas para o ensino de Geografia no ensino

fundamental na FLONA de Tefé –AM. Uma boa leitura, um bom trabalho.

Os organizadores

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Sumário

Apresentação 3

Unidade I: O LUGAR EM QUE MORAMOS 11

1. Eu e minha família 13

2. A nossa história 14

3. Todo mundo tem uma história 15

4. Objetos que representam a nossa história 16

5. Imagens e representações de objetos 17

6. A organização da nossa sala de aula 19

7. Orientando­se na sala de aula 21

8. Localização relativa e absoluta 24

9. Sistema de coordenadas geográficas 26

Unidade II: A PAISAGEM QUE CONSTRUÍMOS 29

10. Localizando a sala de aula na escola 31

11. Minha escola na comunidade 33

12. Da sala de aula para o pátio: entendendo a paisagem 34

13. A comunidade muda: a paisagem tem um tempo 36

14. A maquete: construíndo a paisagem da comunidade 37

15. O mapa: representação da painsagem onde moro 39

16. A fotografia: representação e análise da paisagem 41

Unidade III: A NATUREZA QUE NOS DÁ VIDA 43

17. Os elementos da natureza que compõem a paisagem 44

18. Clima: o ritmo das chuvas 45

19. Construindo nosso observatório do tempo 47

20. Hidrografia: o caminho das águas 51

21. Relevo: as formas da terra 53

22. O relevo da FLONA de Tefé 56

23. Relevo e hidrografia da FLONA de Tefé 60

24. A floresta e seus usos 63

25. Vegetação e sua representação na FLONA de Tefé 65

26. Elementos da paisagem onde moro 67

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Unidade IV: O AMBIENTE EM QUE VIVEMOS 71

27. As atividades dos ribeirinhos 73

28. Roçado: o chão dá se a gente plantar 75

29. Os frutos da terra e do trabalho: a farinha de mandioca 77

30. Extrativismo: a floresta que nos alimenta 79

31. Pesca: a riqueza que vem do rio 81

32. Dia­a­dia na FLONA 84

33. Os ribeirinhos e suas atividades 86

34. Festejos na FLONA 90

35. Estamos em uma Unidade de Conservação 92

36. Estamos em uma Floresta Nacional 94

Unidade V: NOSSA REGIÃO E OUTROS LUGARES 97

37. A localização da FLONA na Região Norte do Brasil 98

38. Quem somos: nossa população 100

39. Região Norte: a população, suas atividades e paisagens 102

40. Atividades da Região Norte 104

41. Setor primário na Região Norte 107

42. O setor secundário e terciário na Região Norte 111

43. As Unidades de Conservação na Região Norte 114

44. As florestas nacionais 118

UnidadeVI: VIVEMOS EM UM TERRITÓRIO 123

45. Territórios e territorialidades: construindo o conceito 125

46. A organização do território brasileiro 128

47. O território brasileiro, sua localização e seus limites 132

48. A FLONA de Tefé é um território? 135

49. Territórios e territorialidades dos comunitários 137

Unidade VII: VAMOS LER "BOYRÁ E O MENINO" 139

50. As leituras possíveis 140

Unidade VIII: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE GEOGRAFIA 143

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UUnniiddaaddee IIO LUGAR EM QUE MORAMOS

Maíra Rossato Suertegaray

Cláudia Luísa Zeferino Pires

Helena Bonetto

O lugar é um conceito, de nosso ponto de vista, operacional em

Geografia. A Cartografia o entendia como a expressão do espaço geográfico na

escala local; a dimensão pontual. Por muito tempo, a Geografia tratou o lugar

nesta perspectiva e considerou­o como único e auto explicável.

Recentemente, o lugar é resgatado na Geografia como conceito

fundamental, passando a ser analisado de forma mais abrangente. Lugar

constitui a dimensão da existência que se manifesta através do cotidiano

compartido entre pessoas, empresas e instituições. Assim, cooperação e

conflito são a base da vida em comum (SANTOS, 1997).

Para um melhor entendimento desta concepção, precisamos pensar

que o lugar é o espaço geográfico próximo: onde moramos, trabalhamos,

enfim, onde vivemos. Neste lugar estabelecemos interações entre pessoas, na

forma de amizade, trabalho e, convivência. Ao mesmo tempo recebemos

influências externas, de outras pessoas e outros grupos que exercem

influência na nossa maneira de ser, de viver e de trabalhar. Portanto, quando

analisamos o lugar sob esta concepção devemos considerar como vivemos

num determinado local e que influências externas recebemos e quais são os

resultados dessas interferências em nossas vidas.

O conceito de lugar induz a análise geográfica a uma outra dimensão ­

a da existência. Este tratamento vem assumindo diferentes concepções. De

um lado, o lugar se singulariza a partir de visões subjetivas vinculadas a

percepções emotivas, a exemplo do sentimento topofílico (experiências felizes)

das quais se refere Yi­Fu Tuan (1975). Neste caso, quando analisamos o

lugar, enfatizamos o valor que as pessoas dão ao espaço de vivência, o

significado que o atribuem a esse lugar, o sentimento de pertencimento a

esse espaço geográfico.

O lugar pode ser lido, também, através do conceito de geograficidade,

termo que, segundo Relph (1979), refere­se às experiências que temos de

ambientes nos quais vivemos através de nossas necessidades existenciais

(localização, posição, mobilidade, interação com os objetos e/ou com as

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pessoas). Ele constitui o desenvolvimento das nossas habilidades corporais,

nossa identidade étnica e, a partir dela, o nosso estar no mundo.

Objetivos desta unidade:

• Reconhecer o lugar como um espaço de convivência, afetividade e

identidade.

• Entender o lugar como o espaço de moradia, de vivência familiar e

comunitária, enfatizando suas características e o seu significado.

• Representar objetos de nosso uso comum com a finalidade de iniciar

a aprendizagem de alfabetização cartográfica, ou seja, da leitura e elaboração

de mapas.

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Questões Norteadoras

Interdisciplinar

ObjetivoPromover a socialização dos estudantes, a partir de informações

pessoais e de suas famílias.

Língua Portuguesa, Artes Visuais e História.

Unidade I: O Lugar em que Moramos

11.. EEUU EE MMIINNHHAA FFAAMMÍÍLLIIAA

Conversa em rodaConvide os alunos a fazerem uma roda para

conversar sobre os desenhos apresentados e sobre asrespostas às perguntas norteadoras.

DesenhoSolicite aos alunos um desenho representando a sua

família e, na sequência, peça que apresente para a turma,destacando as principais questões da atividade.

Perguntas:

a) Qual o seu nome?

b) Quantos anos você tem?

c) Qual o nome da sua mãe e do seu pai?

d) Quem faz parte da sua família?

e) Quantos irmãos você tem?

EntrevistaOrganize os alunos em duplas para que um

entreviste o outro quanto às questões da atividade.Transcorrido o tempo necessário, os alunos devemapresentar­se para a turma.

Possibilidades de Trabalho

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Para a Próxima Atividade

Leitura

Interdisciplinar

ObjetivoIniciar a reflexão sobre a história do lugar e dos seus moradores.

Língua Portuguesa e História.

Texto “Dona Raimunda do Juruá”Autor Cristiano Q. de Paula

Solicite como tarefa de casa que os alunos conversem com os pais e avóssobre a história de sua família, antes e depois de chegarem na FLONA.Oriente­os, apresentando as seguintes perguntas: a) Qual o seu nome?b) Onde nasceu? c) O que fazia quando era criança? d) Quando cresceutrabalhavam onde? e) Hoje em dia trabalha em que? f) Como gosta de sedivertir? g) O que mais gosta de comer?

22.. AA NNOOSSSSAA HHIISSTTÓÓRRIIAA

Oi meninada, minha história eu vim contar:Eu sou dona Raimunda, nasci na cabeceira do Rio Juruá.Quando fiquei viúva, me mudei pra cá,Vim eu e três filhos para na FLONA morar.

No Juruá a gente trabalhava no seringal, mas já não dava maispra se sustentar,Meu pai e minha mãe nasceram no Ceará,Mas também eram pobres e não tinham como nos ajudar,Por isso viemos pra FLONA e aqui fizemos o nosso lar.

No início não tinha comunidade, estava cada um em um lugar.Igual a essas palhas na minha mão, sem serventia até setramar.As palhas viraram paneiro, bom pra trabalhar.E as pessoas juntas viraram comunidade, para conquistasalcançar.

DesenhoSolicite aos alunos que façam um desenho sobre a

história da Dona Raimunda, destacando algo que tenhachamado atenção. Quando o desenho estiver finalizado, cadaestudante apresentará para a turma o que fez. Nestemomento, questione a motivação de o estudante ter feitoaquele desenho, peça que destaque o que achou maisimportante ou interessante sobre a história lida. Incentive osestudantes a verem a personagem Dona Raimunda comoalguém próximo, que poderia ser a mãe, avó ou tia.

Possibilidades de Trabalho

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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Interdisciplinar

Língua Portuguesa, Artes Visuais e História.

33.. TTOODDOO MMUUNNDDOO TTEEMM UUMMAA HHIISSTTÓÓRRIIAA

RetomandoRelembrar a história da Dona Raimunda, para que os alunospercebam que todo mundo tem uma história.

ObjetivoRefletir sobre a história do lugar e dos seus moradores.

Questões Norteadoras

Relato das entrevistas com familiares a partir das

perguntas:

a) Nomes do (a)s entrevistado (a)s:

b) Onde nasceram?

c) O que faziam quando eram crianças?

d) Quando cresceram trabalhavam onde?

e) Hoje em dia trabalham em que?

f) Como eles gostam de se divertir?

g) O que mais gostam de comer na sua casa?

Possibilidades de Trabalho

PainelOrganize a turma em grupos de até 4 alunos, para a

construção de painéis com elementos que representam ahistória que cada um contou. Os painéis podem serconstruídos com desenhos, frases marcantes, recortes ecolagens. Os integrantes do grupo decidem o nome dopainel.

BonecoOrganize a turma em grupos de até 4 alunos, para a

construção de painéis com elementos que representam ahistória que cada um contou. Os painéis podem serconstruídos com desenhos, frases marcantes, recortes ecolagens. Os integrantes do grupo decidem o nome dopainel.

Para a Próxima Atividade

Solicite que os alunos tragam objetos que representem a história da suafamília.

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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Interdisciplinar

ObjetivoReconhecer a importância dos objetos na construção da nossa

história.

Língua Portuguesa, Artes Visuais e História.

44.. OOBBJJEETTOOSS QQUUEE RREEPPRREESSEENNTTAAMMAA NNOOSSSSAA HHIISSTTÓÓRRIIAA

Conversa em rodaSolicite aos alunos que façam um desenho sobre a

história da Dona Raimunda, destacando algo que tenhachamado atenção. Quando o desenho estiver finalizado, cadaestudante apresentará para a turma o que fez. Nestemomento, questione a motivação de o estudante ter feitoaquele desenho, peça que destaque o que achou maisimportante ou interessante sobre a história lida. Incentive osestudantes a verem a personagem Dona Raimunda comoalguém próximo, que poderia ser a mãe, avó ou tia.

RetomandoDestacar o papel do paneiro na história da Dona Raimunda. Lembrarque, para ela, o paneiro representava a sua relação com acomunidade.

Questões Norteadoras

Responda sobre o objeto que trouxe:a) Qual objeto foi escolhido?b) O que é?c) De que é feito?d) Quem fez?e) Quem usa mais em casa?f) Para que ele serve?g) Porque esse objeto é importante para sua

família?

DesenhoEscolha entre os objetos trazidos, um que seja adequado

para ser desenhado ou fotografado de frente e de cima.Coloque o objeto em cima de uma mesa e convide os alunos adarem uma volta no seu entorno para observá­lo. Peça quedesenhem ou fotografem o objeto de cima e de frente edescrevam por escrito no caderno, como ele aparece nestasduas posições.

Possibilidades de Trabalho

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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Interdisciplinar

Artes Visuais e Matemática.

55.. IIMMAAGGEENNSS EE RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÕÕEESS DDEEOOBBJJEETTOOSS

RetomandoRever os desenhos ou fotografias, bem como as descrições que foramfeitas dos objetos de frente e de cima.

ObjetivoAtravés da observação de objetos da comunidade, compreender, de

acordo com a posição do aluno, os diferentes contornos e composição deformas.

NoçõesInicie um diálogo com os alunos a partir das seguintes

questões: existem diferentes formas de ver e de representarobjetos? Imaginem vocês, ao observarem um colega de cimade uma árvore, o que vocês iriam ver? E se estivessem nafrente do colega, o que conseguiriam observar?

Ilustre o que foi dito, desenhando na lousa arepresentação do colega a partir das duas visões. Nodesenho, destaque a diferença entre os contornos dos doisdesenhos.

Agora, peça que os estudantes analisem nas imagens aseguir (Figura 1), diferentes formas e como elas se unem noscontornos. Então, apresente a próxima sequência de imagens(Figura 2), em que a representação (contorno) se dá a partirda combinação de formas.

VisãoFrontal

RepresentaçãoFrontal

VisãoVertical

RepresentaçãoVertical

Figura 1 ­ Representação frontal e vertical de objetos. Fonte: Organizada pelosautores.

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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Forma Objeto Contorno

Figura 2 ­ Representação de formas, suas combinações e seus contornos. Fonte:Organizada pelos autores.

Casa

Remo

Arvore

RegistroSolicite que os alunos registrem em seus cadernos as

respostas das seguintes questões:a) São diferentes as visões dos objetos desenhados?

Descreva quais são as diferenças que você observa. Por quesão diferentes?

b) Quando você observa o ouriço da castanha, o remoou o cesto, você os vê da mesma forma?

c) O que você entendeu por representação de umobjeto?

d) Para que serve a representação de um objeto? Emque situação precisamos representar objetos?

e) Quantas formas você vê na figura da casa? E nafigura do remo? E na figura da árvore?

f) Quando você junta duas, três ou mais formasdiferentes, quantas formas você tem?

Desenhoa) Para desenhar uma forma precisamos desenhar o seu

contorno. Desenhe o contorno de um ouriço da castanha, navisão vertical.

b) Desenhe uma árvore na visão frontal e na visãovertical.

Possibilidades de Trabalho

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Questões Norteadoras

Interdisciplinar

ObjetivoEstimular a observação dos objetos e das pessoas em sala de aula

para desenvolver a habilidade de localização e posição espacial.

Artes Visuais e Matemática.

66.. AA OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA NNOOSSSSAASSAALLAA DDEE AAUULLAA

a) Quantos somos na sala de aula?

b) Quantas mesas ou carteiras tem nesta sala?

c) Que outros objetos você identifica nesta sala?

d) Qual é minha posição na sala de aula? Na frente,

no meio ou atrás?

e) Porque escolhi esse lugar/posição/local?

f) Quem senta atrás de mim? Quem senta na frente?

Quem senta a meu lado direito, e no esquerdo?

Possibilidades de Trabalho

Desenho

Solicite aos alunos as seguintes tarefas:

a) Desenhe a sala de aula de forma que apareçam

todos os objetos identificados. Localize a sua mesa.

b) Observe seu desenho e identifique se você

desenhou os objetos na posição vertical ou frontal.

c) Desenhe a sala aula vista de cima e a divida em 4

partes, tomando como referência as posições, direita (D),

esquerda (E), frente (F) e atrás (A), considerando o aluno

voltado de frente para a lousa. Localize a sua mesa.

Se necessário, para melhor explicar a atividade,

reproduza na lousa o desenho abaixo (Figura 3), de forma a

construí­lo em conjunto com os alunos.

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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RegistroSolicitar aos alunos que, com base no desenho da sala

(visão de cima), respondam as seguintes questões e registremno caderno:

a) Você está à direita ou à esquerda da mesa do seuprofessor?

b) Que objetos você vê a sua direita? E a sua esquerda?c) Indique um colega que esteja sentado, ao mesmo

tempo, à frente e à direita.d) Indique um colega que esteja, ao mesmo tempo, atrás

e à esquerda.e) Quais colegas estão na frente à esquerda?f) Partindo da mesa do professor em direção ao fundo da

sala, dê o nome de dois colegas que estão a sua esquerda edois, a sua direita.

g) Agora faça o movimento contrário: desloque­se dofundo da sala em direção à mesa do professor e indique doiscolegas que estão a sua direita e dois, a sua esquerda.

h) O que lhe se chamou a atenção nestes doisdeslocamentos? Por que isso aconteceu?

Figura 3 ­ Planta da sala de aula com as divisões solicitadas.

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Interdisciplinar

Artes Visuais e Matemática.

RetomandoPara essa atividade, resgatar o desenho da sala de aula feito naatividade anterior.

ObjetivosConstruir os conceitos de orientação e posição relativa.

NoçõesOrientar­se é localizar­se a partir de um ponto de

referência. Existem inúmeras formas de orientação. Uma dasmais simples, e mais utilizadas, toma como referência omovimento aparente do Sol. Este movimento é dito aparenteporque é a Terra que se desloca e não o contrário.

Ao observarmos o movimento aparente do Sol ao longodo dia, verificamos que ele nasce no Leste (oriente) e se põeno Oeste (ocidente). Com base nesse movimento, pode­seidentificar os pontos cardeais e, com base neles, orientar­se.

Vamos pegar o desenho da sala de aula, feito naatividade anterior, e indicar onde o sol nasce e se põe.

Para nos orientarmos pelo Sol, devemos esticar o braçodireito para onde ele nasce, aí teremos o Leste (L). O braçoesquerdo indicará a orientação oposta, o Oeste (O). À frenteteremos o Norte (N) e às costas teremos o Sul (S). Essespontos, chamados pontos cardeais, determinam duasdireções: Leste­Oeste e Norte­Sul (Figura 4).

77.. OORRIIEENNTTAANNDDOO­­SSEE NNAASSAALLAA DDEE AAUULLAA

Figura 4 ­ Menino demonstrando a orientação a partir do nascer do Sol.

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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Os pontos cardeais não são suficientes para nosorientarmos precisamente sobre a superfície da Terra e, por isso,é necessário utilizarmos também os pontos colaterais, que sesituam entre dois pontos cardeais. Veja como encontrá­los:

• entre o oeste e o norte, há o ponto colateral noroeste(NO);

• entre o oeste e o sul, há o ponto colateral sudoeste (SO);• entre o leste e o sul, há o ponto colateral sudeste (SE);• entre o leste e o norte, há o ponto colateral nordeste (NE).

Possibilidades de Trabalho

RegistroNa figura da sala de aula, feita na atividade anterior

indique onde o Sol nasce (Leste), onde o Sol se põe (Oeste),bem como as orientações Norte e Sul (Figura 5).

Figura 5 ­ Planta da sala de aula com as indicações solicitadas.

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DesenhoDesenhe uma rosa dos ventos e indique os pontos

cardeais e colaterais (Figura 6).

Figura 6 ­ Modelo da rosa dos ventos.

RegistroAgora que sua sala de aula está orientada em relação ao

Sol, responda as seguintes perguntas:

a) Divida sua sala na metade leste e na metade oeste.

Em qual porção você está?

b) Agora, divida a sua sala na metade norte e na metade

sul. Em qual porção você está?

c) Indique um colega que está, ao mesmo tempo, na

porção norte e leste.

d) Dê o nome de um colega que está ao sul de você.

e) Dê o nome de um colega que está ao leste de você.

f) Você está em que posição em relação ao colega que

você nomeou na questão anterior?

g) Qual é a sua posição em relação à mesa do professor?

h) Se você for se deslocar rumo à porta, para que

direção será o seu trajeto?

i) Se você estiver na porta e deslocar­se até a mesa do

professor, tomará que direção?

j) Agora vamos sair da sala e ver o que temos no

entorno da escola: o que você vê a oeste da escola? E a sul?

k) Sua casa fica em qual direção, partindo da escola?

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Jogo: Caça ao TesouroProponha aos alunos uma caça ao tesouro, utilizando

os pontos cardeais e colaterais como referências para a busca.Esta atividade pode ser feita tanto no espaço da escola

quanto no entorno dela, mas é fundamental que osestudantes tenham em mãos um desenho do espaço, em planta, ondedeverão fazer as buscas devidamente orientadas, isto é, com a rosa dosventos desenhada. Dependendo do número de estudantes, organize­os emgrupos de até 4, para que busquem as pistas que levarão ao tesouro. Cadapista numerada indica a localização da pista seguinte até a culminância notesouro. As pistas deverão conter dicas para se chegar ao próximo local,utilizando­se da orientação geográfica, como por exemplo:

“A próxima pista estará num lugar – onde todo mundo se diverte muito– que fica ao norte da sua sala” ou “partindo do refeitório, ande 20 passos nadireção nordeste e depois mais 10 na direção leste. ”

Sugere­se uma atividade com cerca de 10­15 pistas, pois algumas

Interdisciplinar

ObjetivoConstruir os conceitos de localização relativa e absoluta.

Educação Física e Matemática.

88.. LLOOCCAALLIIZZAAÇÇÃÃOO RREELLAATTIIVVAAEE AABBSSOOLLUUTTAA

RetomandoRevisar o conceito de orientação, localização e posição relativa.

NoçõesNas duas propostas anteriores foram trabalhados os

conceitos de orientação e localização relativa. No primeiroexercício, a orientação foi feita a partir de pontos dereferência dentro da própria sala de aula; no segundo, aorientação foi proposta a partir da posição do Sol,identificando pontos cardeais e colaterais.

Localização relativa é a posição de um objeto emrelação a outro. Ou seja, esta posição pode mudar,dependendo do ponto de referência utilizado.

Localização absoluta corresponde à posição de umlugar em relação a um sistema de referência universalmenteaceito, como, por exemplo, o Sistema de coordenadasgeográficas que veremos na próxima proposta. Nessaatividade trabalharemos com noções deste sistema.

Possibilidades de Trabalho

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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RegistroTomando como referência do desenho da sala feito nas

atividades anteriores, problematize juntos aos alunos de queforma se poderia localizar cada mesa de forma exata. Escuteas sugestões, questione, teste com os estudantes para verificar

se o sistema indicado por eles funciona. A partir da discussão, surgirá a ideiade criar um sistema de linhas e colunas, que permite a precisa localização decada um dos colegas. No desenho da sala da aula, construa este sistema comos estudantes e peça que registrem no caderno, para que respondam àsperguntas a seguir (Figura 7).

crianças tendem a decifrá­las rapidamente. É importante, antes de iniciar ojogo, esclarecer as regras para que a atividade transcorra com tranquilidade.Por exemplo, explicar aos estudantes que as pistas são numeradas, então,ainda que encontrem uma pista com um número que não corresponde àqueleque procuram, não podem pegá­la.

Propostas como estas são importantes para desenvolver a autonomia ea colaboração entre os pares, além de colocar em prática as aprendizagensdesenvolvidas. Nestes momentos, é possível observar as dificuldades ou osavanços no entendimento das questões trabalhadas.

Responda:a) Utilizando este novo sistema de localização, qual é a sua posição na

sala de aula?b) Qual é o colega que está na carteira localizada na linha 4 e coluna C?c) Qual é o colega que está na carteira localizada na linha 5 e coluna A?d) Qual é a diferença entre o sistema de localização a partir de pontos

cardeais e colaterais e do sistema a partir de linhas e colunas? Qual permiteuma localização mais precisa dos objetos?

Figura 7 ­ Planta da sala de aula com o sistema de linhas e colunas.

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Interdisciplinar

ObjetivoCompreender o sistema de coordenadas geográficas como uma

forma de estabelecermos a localização absoluta dos objetos na superfícieterrestre.

99.. SSIISSTTEEMMAA DDEE CCOOOORRDDEENNAADDAASSGGEEOOGGRRÁÁFFIICCAASS

Retomando

Artes Visuais, Educação Física e Matemática.

Relembrar o conceito de localização absoluta.

NoçõesAs questões da aula anterior nos levam a perceber a

diferença entre estes dois sistemas de localização (relativa eabsoluta), construindo noções para compreender o sistemade coordenadas geográficas.

Este sistema está baseado na localização de objetos nasuperfície, através de pares de coordenadas, indicados pelocruzamento de linhas imaginárias que cobrem o globo,chamadas paralelos e meridianos.

Os paralelos são linhas que circundam a Terra nosentido Leste­Oeste e são traçados a partir da Linha doEquador, o paralelo inicial que divide o Planeta emhemisférios Norte e Sul. Os paralelos são linhas numeradas ea partir deles medimos a latitude.

Os meridianos são linhas que unem um polo ao outro.Em 1884, por convenção, escolheu­se que o meridiano deGreenwich (nome de uma localidade da cidade de Londres ­Inglaterra) seria o meridiano inicial, isto é, aquele que divideo planeta em hemisférios ocidental ou oeste e oriental ouleste. Os meridianos também são numerados e através delesmedimos a longitude.

Estas linhas – paralelos e meridianos – formam umsistema semelhante ao de linhas e colunas que construímosna nossa sala de aula, permitindo localizar com precisãocada lugar na superfície do planeta, o que lhe confere suaposição absoluta.

Este sistema, chamado de Coordenadas Geográficas,permite localizar objetos na superfície da Terra a partir deum par de informações ­ chamadas coordenadas geográficas­ formado pela latitude e pela longitude. Analogicamente, nonosso sistema construído em sala de aula, o lugar onde cadaaluno senta é informado pelo par de informações linha ecoluna.

Unidade I: O Lugar em que Moramos

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Possibilidades de Trabalho

Jogo: Esconde­esconde na FlorestaPara entender este sistema, vamos propor uma atividade

que tem o mesmo princípio do jogo chamado batalha naval(Figura 8). Seu objetivo é o de encontrar todos os objetosescondidos na floresta por seu adversário. Para esconder e paraprocurar o objeto escondido, o aluno terá de trabalhar compares de coordenadas, indicados por letras e números naquadrícula construída sobre o terreno onde será desenvolvido ojogo.

Os objetos escondidos foram pensados a partir dascaracterísticas do modo de viver na FLONA, como forma deaproximar ainda mais o aluno da proposta.

Preparação do jogo• Faça cópia da imagem que está na próxima página e distribua uma

para cada aluno. O jogo é desenvolvido dois a dois;• Os jogadores não podem ver o jogo do oponente;• Na área “SEU JOGO” distribua os objetos que devem ser escondidos na

floresta, marcando com um “X” os quadradinhos e respeitando o formato exatode cada objeto. Os objetos podem ser escondidos tanto na terra quanto naágua;

• Os objetos não podem se tocar, ou seja, é necessário um quadrado livreentre eles.

O jogo• Decida quem será o primeiro a jogar (pode ser no par ou ímpar);• O primeiro jogador dará as coordenadas da sua busca, fornecendo a

letra e o número equivalentes ao quadrado que selecionou para procurar oobjeto;

• O segundo jogador responderá se o local da busca é VAZIO (quando oobjeto não estiver ali), PARTE (quando acerta uma parte do objeto) ou ACHOU(quando acerta o objeto inteiro ou todas as partes do objeto);

• Quem estiver buscando deverá marcar o local na área “JOGO DOADVERSÁRIO“. Se for vazio, marque com uma bolinha para não buscar nomesmo quadradinho mais de uma vez. Se for parte, marque com X, se achou,pinte o quadrado e já coloque bolinhas ao redor, pois nenhum objeto podeencostar no outro;

• O adversário não poderá informar o tipo de objeto, somente se foiPARTE ou ACHOU. Cabe ao outro jogador descobrir através das chances debusca;

• Se a busca foi no vazio, passa a vez para o segundo jogador procurar.Se acertou o objeto (parte ou inteiro), pode tentar novamente;

• Vence quem encontrar todos os objetos do seu adversário.

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28Figura 8 ­ Tabuleiro do jogo esconde­esconde na floresta.

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UUnniiddaaddee IIIIA PAISAGEM QUE CONSTRUÍMOS

Cristiano Quaresma de Paula

Dirce Maria Antunes Suertegaray

Cleder Fontana

Cláudia Luísa Zeferino Pires

A Geografia clássica divulgou uma compreensão de paisagem como a

materialidade do espaço. Valorizando sua dimensão concreta, considerou a

paisagem o que é visível, o que a vista alcança, ou seja, o conjunto de objetos

identificados pela sua forma e sua disposição no espaço.

Podemos, também, pensar paisagem sob outra perspectiva, considerá­

la como além da forma. Troll (1950) concebia­a como o conjunto das

interações entre homem e meio. Para este autor, o estudo da paisagem

apresentava­se sob dupla possibilidade de análise: o estudo da forma

(configuração) e o da funcionalidade em constante transformação.

Para o referido autor, paisagem é algo além do visível, é resultado de

um processo de articulação entre os elementos naturais e sociais que a

constituem. Assim, deveria ser estudada na sua forma, ou o que é visível, na

sua estrutura, sua expressão de conjunto, na sua funcionalidade e na

temporalidade. Ou seja, estudar como se relacionam seus elementos e como

se modificam no tempo. Esta análise poderá ser elaborada na sua dimensão

natural (paisagens naturais) ou humana (paisagens culturais).

Esta breve consideração permite que compreendamos que, quando

utilizamos o conceito de paisagem, este nos possibilita analisar o espaço

geográfico sob uma dimensão, qual seja a da conjunção de elementos

naturais, socioeconômicos e culturais. Analisar como estes se manifestam,

concretamente, na superfície da Terra, em seu movimento.

Ao optarmos pela análise geográfica a partir do conceito de paisagem,

poderemos concebê­la enquanto forma (formação), funcionalidade

(organização) e transformação. Neste sentido, pode ser analisada como a

materialização das condições sociais de existência em um determinado local.

Nela, poderão persistir elementos naturais, embora já transfigurados (ou

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Objetivos desta unidade:

• Compreender a noção de paisagem como um conjunto de elementos

naturais e objetos construídos pelo trabalho humano. A paisagem é o

elemento visível do espaço geográfico, mas pode ser analisada a partir de sua

construção ao longo do tempo.

natureza artificializada). Este conceito privilegia a coexistência de objetos e

ações sociais através da manifestação de suas faces econômica e cultural

.

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Interdisciplinar

Ciências, Educação Física e Matemática.

RetomandoResgatar os desenhos da sala de aula, destacando que esta écomposta por vários elementos que podem ser identificados edescritos.

ObjetivoEstimular o aluno a identificar e localizar de objetos e/ou elementos

que compõem a paisagem.

1100.. LLOOCCAALLIIZZAANNDDOO AA SSAALLAA DDEEAAUULLAA NNAA EESSCCOOLLAA

Unidade II: A Paisagem que Construímos

Questões Norteadoras

a) Vamos relembrar o que compõe a nossa sala de

aula? O que está representado nos desenhos?

b) Vamos pensar em grupos de objetos? Quais são os

de uso individual dos alunos? Quais são de uso do

professor? Quais são de uso coletivo?

c) Quais outros grupos ou categorias nós poderíamos

criar, para entender a sala?

d) Vamos atribuir uma cor para cada grupo de

objetos. Assim, vamos colorir nosso desenho, onde cada

objeto deve ter a cor correspondente ao grupo.

e) Qual a cor que predomina?

f) Agora vamos pensar em toda escola? Como

poderíamos representar a escola?

g) Para entendermos toda a escola é melhor fazer a

visão frontal ou a visão vertical?

h) Na visão vertical, teríamos como identificar os

diferentes usos da escola?

Possibilidades de Trabalho

Trabalho de CampoConvide os alunos a visitarem a escola. Enfatize que

não é um passeio e por isso eles devem prestar atenção notrajeto, devendo levar seu caderno para fazerem anotações edescrições do que observarem. Durante o percurso,destaque os diferentes usos existentes da escola (salas deaula, refeitório, secretaria, pátio, biblioteca, etc.).

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DesenhoEstimule os alunos a fazerem o desenho da escola na

visão vertical. Antes de desenharem, pergunte sobre objetosencontrados no trajeto e como seriam representados na visãovertical.

FotografiaDurante o trabalho de campo, estimule os alunos a

fazerem fotografias na visão frontal dos usos da escola. Casoos alunos não tenham câmera/celular, faça você essas fotos eem aula apresente para os alunos. A visão frontal da faixadada escola é importante.

PinturaQuestione os alunos sobre os diversos usos que

poderiam ser identificados e por quais cores seriamrepresentados. É importante integrar as sugestões decategorias propostas pelos próprios alunos. Estimule osalunos a pintarem segundo as cores que, coletivamente,definiram e solicite que registrem no caderno o uso quecorresponde a cada cor.

Para a Próxima AtividadePara o desenvolvimento da próxima atividade, os alunos terão queregistrar no caderno a descrição do trajeto que fazem da sua casa até aescola. Deverão anotar as coisas que costumam observar: O que são? Sãocoisas importantes para a comunidade? Por quê?

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Interdisciplinar

Matemática e Artes Visuais.

RetomandoRelembrar a aula anterior, reconstituindo o trabalho desenvolvido emtodas as etapas: trabalho de campo, desenho da escola, definição decategorias de uso da escola, identificação dos usos e pintura dodesenho.

ObjetivoEstimular a aprendizagem da localização espacial e a compreensão

de que a escola, a casa e tantas outras coisas ou objetos compõem apaisagem onde moro.

1111.. MMIINNHHAA EESSCCOOLLAA NNAACCOOMMUUNNIIDDAADDEE

Unidade II: A Paisagem que Construímos

Questões Norteadoras

a) Sua casa é perto ou longe da escola?

b) Como você vem até a escola?

c) O que você mais gosta de observar nesse caminho?

Por quê?

d) Você encontra pessoas nesse caminho? São as

mesmas todos os dias? Para onde será que vão? Vão

trabalhar? Onde?

e) Você gosta de percorrer esse caminho? Todos os

dias? Por quê?

f) Chegando à escola, o que mais gosta de encontrar?

Possibilidades de TrabalhoDesenho

Solicite aos alunos que desenhem o caminho de suacasa até a escola. Recomende que utilizem a descrição feitano caderno, para não se esquecerem de desenhar o queobservam nesse caminho. Os objetos do caminho podem serrepresentados na visão vertical ou frontal.

Conversa em rodaEstimule o estudante a apresentar o desenho do

caminho da casa até a escola. Durante a apresentação,converse sobre os objetos representados. Questione se estãorepresentados na visão frontal ou vertical e algumas vezesfaça na lousa desenhos de como seria a visão vertical dedeterminados objetos. Incentive os estudantes aidentificarem os locais da comunidade que mais gostam notrajeto apresentado.

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Interdisciplinar

ObjetivoRefletir sobre importância da transformação das paisagens e seus

reflexos no espaço comunitário.

1122.. DDAA SSAALLAA DDEE AAUULLAA PPAARRAA OO PPÁÁTTIIOO::EENNTTEENNDDEENNDDOO AA PPAAIISSAAGGEEMM

Retomando

Ciências. História e Artes Visuais.

Rever as atividades de descrição e de ilustração do trajeto da casa àescola feito anteriormente, reconstituindo os principais aspectoscomentados e trazidos na discussão.

Unidade II: A Paisagem que Construímos

Questões Norteadoras

Com base na descrição e no desenho do trajeto de casa

até a escola, levante os seguintes questionamentos e solicite

que façam o registro das respostas no caderno.

a) Os elementos que compõem esse caminho são

naturais ou construídos pelos seres humanos?

b) Quando chamamos esse caminho de caminho da

comunidade, o que queremos dizer?

c) Seus pais e avós já falaram como era antes? O que

mudou? Quem foi o responsável por essas mudanças?

d) Esse conjunto de elementos da natureza e de objetos

construídos, que são observáveis, é o que chamamos de

paisagem. Podemos dizer que essa é uma paisagem

comunitária? Por quê?

e) Vocês acham que esta paisagem sofreu

transformações? Quem transforma a paisagem?

f) O que compõe a paisagem natural no caminho

percorrido?

g) Que outras paisagens vocês poderiam destacar (da

religião, do esporte, do trabalho, etc.)?

Possibilidades de TrabalhoTrabalho de Campo

Convide os alunos a olharem pela janela da sala de aulaou leve­os até a entrada ou pátio da escola. Pergunte aosalunos o que estão vendo, e explique que tudo o quedescrevem pode compor uma paisagem.

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RegistroSolicite que os alunos escrevam no caderno os

elementos que observam na paisagem. Mais uma vez,estimule­os a distinguir as diferentes categorias de uso(natureza, trabalho, diversão, moradia, uso individual, usocomunitário).

Desenho ou FotografiaIncentive os alunos a desenharem ou fotografarem a

paisagem que foi descrita.

Conversa em rodaIncentive os alunos a compartilharem os desenhos ou

fotografias dos elementos que registraram comocomponentes da paisagem. Identifique os elementos quetodos registraram e os que poucos lembraram. Construa, deforma coletiva, junto à turma, as categorias de elementos.Caso os alunos tenham desenhado a paisagem, poderãodestacar (contornando) nesse desenho as diversascategorias.

Para a Próxima Atividade

Solicite, para a próxima aula, que o aluno traga fotografias antigas dacomunidade.

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Interdisciplinar

ObjetivoTrabalhar a transformação da paisagem ao longo do tempo.

1133.. AA CCOOMMUUNNIIDDAADDEE MMUUDDAA::AA PPAAIISSAAGGEEMM TTEEMM UUMM TTEEMMPPOO

Ciências. História e Língua Portuguesa.

Unidade II: A Paisagem que Construímos

Questões Norteadoras

a) Pegue o desenho ou a fotografia da paisagem quevocê tirou na aula anterior. Hoje ela continua igual? Por quê?

b) Nos períodos de cheia e de seca, essa paisagemcontinua a mesma? Por quê?

c) Quem trouxe fotografias antigas da comunidade? Apaisagem é a mesma? O que é possível ver nas fotografias? Oque mudou?

d) Quais as diferenças entre “como era antes” e “comoé hoje”?

e) Vamos tentar colocar essas fotos antigas em ordemtemporal, para compreendermos como a paisagem dacomunidade foi sendo transformada?

f) Como o homem transforma a paisagem? Como anatureza transforma a paisagem?

Possibilidades de Trabalho

RegistroSolicite que os alunos escrevam uma carta, contando

para um familiar idoso como é a paisagem hoje. Peça quecontenha as principais transformações que ocorreram e ospapéis do homem e da natureza nessas mudanças.

DesenhoMotive os alunos a olharem as fotos antigas que

trouxeram, comparando­as com a foto ou com o desenho daúltima aula. Então, solicite que façam uma ilustração decomo imaginam que será a mesma paisagem daqui a 10 ou 20anos. Depois de pronto o desenho, peça que elaborem umtexto, descrevendo esta paisagem no futuro. O que mudou?Por que mudou? Como você vê estas mudanças?

Para a Próxima AtividadePara a próxima atividade, solicite que os alunos tragam material comocaixas pequenas (por exemplo de fósforo), papel, barro/argila, gravetos,galhos (pequenos de árvores), cola, lápis de cor etc.

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Interdisciplinar

Matemática e Artes Visuais.

ObjetivoConstruir uma maquete que represente a comunidade ou parte dela,

atentando para noções de proporção.

1144.. AA MMAAQQUUEETTEE:: CCOONNSSTTRRUUIINNDDOO AAPPAAIISSAAGGEEMM DDAA CCOOMMUUNNIIDDAADDEE

Unidade II: A Paisagem que Construímos

Maquete da Comunidade

Existem várias formas de representar a paisagem dolugar onde moramos. Nós já exercitamos algumas, como otexto (descrição), o desenho e a fotografia. Hoje vamospropor a construção de uma maquete que deve ter aparticipação de todos.

A maquete será um modelo da comunidade detamanho reduzido, de forma que seja possível representaros principais elementos que compõem a paisagemcomunitária.

Possibilidades de Trabalho

Trabalho de campoOrganize, com os alunos, uma visita à comunidade,

para que observem e registrem os principais objetos (casa,escola, plantas, etc.) que deverão representar na maquete.Uma alternativa é o uso de uma imagem aérea dacomunidade (como as extraídas no Google Earth:https://www.google.com/earth/).

DesenhoDivida a turma em grupos de até 4 alunos. Peça aos

alunos para desenharem a comunidade, na visão vertical,em um papel pardo. Assim, poderão identificar todos osobjetos que irão compor a maquete.

Montagem da MaqueteNos mesmos grupos, oriente os estudantes a

desenvolverem as etapas abaixo.a) Planejamento: separe o material que será

necessário para a confecção dos elementos a seremcolocados na maquete. Por exemplo, o número de caixaspequenas que serão utilizadas para representar as casas, a

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caixa maior para fazer a escola, galhos para simular asárvores, etc. Durante este processo, lembre aos alunos que éimportante tentar manter a proporção entre os tamanhosobjetos. Problematize esta questão, comparando os tamanhose formas dos elementos a serem representados. Após aseparação dos materiais, inicie a confecção destes elementos:forre, desenhe e pinte os objetos.

b) Construção da maquete: desenhe sobre uma basemais rígida (cartão, isopor, madeira) as ruas e caminhos dacomunidade e posteriormente cole os objetos construídosconforme suas localizações na comunidade.

ExposiçãoReserve um local na escola para a exposição das

maquetes dos alunos. Cada maquete deve ter a identificaçãodos alunos que fizeram, valorizando a sua construção. Osalunos poderão convidar seus pais e amigos para conhecerema sua maquete no horário de entrada ou de término dasaulas. Neste momento, também podem explicar a paisagem dacomunidade.

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Interdisciplinar

Matemática e Artes Visuais.

RetomandoA partir da maquete confeccionada na aula anterior, retome com osalunos que esta é uma representação reduzida da comunidade e queexistem diversas formas de representação dos espaços.

ObjetivoPromover o entendimento de mapas como representações feitas a

partir das pessoas e de seus objetivos.

1155.. OO MMAAPPAA:: RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDAAPPAAIISSAAGGEEMM DDEE OONNDDEE MMOORROO

Unidade II: A Paisagem que Construímos

Construção de Mapas

Na atividade, que agora apresentaremos, propõe­se aconstrução de um mapa, partindo­se da maquete elaboradanos momentos anteriores. Para iniciar o trabalho com osmapas, registre na lousa as questões abaixo e solicite queos estudantes respondam­nas no caderno. Se preferir, estadiscussão pode ser feita no grande grupo ou mesmo nosgrupos de trabalho da maquete. É importante ter em mãosexemplos de mapas para mostrar aos alunos.

a) O que é um mapa? Vocês já viram muitos mapas?b) Vocês acham que os mapas são representações da

visão frontal ou da vertical?c) Quando vocês veem a maquete de cima, que

formas observam? Vamos exercitar, tentando reproduziralguns objetos da maquete vistos de cima?

d) O que vocês escolheriam representar no mapa, apartir da maquete? Explique por que escolheram esseselementos?

Possibilidades de Trabalho

DesenhoSolicite aos alunos que desenhem em uma folha de

papel a maquete, que seu grupo elaborou, a partir da visãovertical. O desenho deve conter todos os objetos ou aquelesque foram selecionados pelos estudantes.

Conversa em rodaApós o desenho pronto, analise junto aos alunos o

mapa feito, levando­os a perceber que objetos diferentespodem ter o mesmo contorno, por exemplo, um quadrado,

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Legenda

Cor Objeto

Vermelho

Roxo

Casa

Escola

ou um círculo. É hora, então, de questionar o aluno: queobjeto é esse? E esse outro? Eles estão representados com omesmo contorno? Como vamos fazer para diferenciá­los eidentificá­los?

LegendaQuando um mapa tem muitas formas semelhantes, é

necessário fazer algumas distinções entre elas. Estas podemser através de símbolos, que destacam particularidades (porexemplo, colocar uma cruz para representar a igreja),tamanho, para identificar maior intensidade de algumainformação (por exemplo, fazer maiores as castanheiras maisprodutivas) ou cores, que podem distinguir categorias (porexemplo, nas construções, as casas têm uma cor e escolastêm outra). Esse sistema de símbolos e cores, que nosauxiliam a ler o mapa, chamamos de legenda.

A tarefa agora é construir uma legenda para o mapa dogrupo, conforme o modelo:

RegistroSolicite aos alunos que respondam as seguintes

questões e registrem no caderno suas respostas.a) Qual a diferença entre uma maquete e um mapa?b) Qual o nome da sua comunidade? Esse pode ser o

título da maquete e do mapa? Coloque um título (dê umnome) ao seu mapa.

c) A maquete e o mapa representam toda a comunidadeou parte dela? Por quê?

d) O que foi representado na maquete e no mapa? Quala importância dessas representações para você e para suacomunidade?

e) Tudo que representou da comunidade é importantepara todos? Tem coisa que observou na comunidade, mas nãorepresentou? Por quê?

f) Olhando para a maquete e para o mapa, aponte o quegostaria de melhorar na comunidade? Por quê?

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Interdisciplinar

Artes Visuais, Ciências e Língua Portuguesa.

RetomandoRevisar as outras formas de representação da paisagem que jáforam empregadas nas atividades anteriores: maquete e mapa.

ObjetivoEstimular a observação e a descrição, a partir da noção de

paisagem.

1166.. AA FFOOTTOOGGRRAAFFIIAA:: RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOOEE AANNÁÁLLIISSEE DDAA PPAAIISSAAGGEEMM

Unidade II: A Paisagem que Construímos

Fotografia

Conversa em rodaSolicite aos alunos, que apresentem para o grupo as

fotos tiradas nas últimas aulas, explicando aos colegas o

que quiseram representar. Mostre a fotografia escolhida por

você e explore os elementos ali presentes. Oriente este

debate, fazendo aos estudantes as seguintes questões:

a) Quais são os elementos que aparecem nas

fotografias?

b) Na análise de fotografias, podemos distinguir os

elementos que estão na frente (primeiro plano) daqueles que

estão atrás (segundo plano). Quais estão no primeiro e no

segundo plano das suas fotografias?

Escolha uma fotografia da comunidade para

trabalhar com a turma ou utilize as imagens e desenhos

produzidos pelos alunos nas atividades anteriores.

A foto é uma representação da paisagem em um dado

instante. As paisagens podem mudar com o tempo, como

vimos nas fotografias antigas ou do passado. Estas

também, nos permitem entender a comunidade no

presente.

Possibilidades de Trabalho

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Registro

Solicite aos alunos que escolham uma das fotografias

trabalhadas anteriormente e realizem as questões a seguir:

a) Faça uma descrição detalhada da paisagem da foto

escolhida;

b) Informe os objetos que você observa nesta foto;

c) Classifique os elementos observados como naturais e

construídos, de uso individual e de uso coletivo;

d) Crie outras categorias para distinguir os objetos,

como os usos que os comunitários fazem, ou seja, para

produzir alimentos, para abrigo, para

deslocamento/transporte, para lazer, etc;

e) Você descreveu e analisou uma paisagem na

fotografia. O que seria uma paisagem na sua opinião?

f) A sua casa e a sua escola fazem parte da paisagem da

sua comunidade?

g) Como você explica a origem dessa paisagem?

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UUnniiddaaddee IIIIIIA NATUREZA QUE NOS DÁ VIDA

Mateus Gleiser Oliveira

Éder Luís da Silva Rodrigues

Dirce Maria Antunes Suertegaray

Isabel Pérez Alves

Natureza é o conjunto dos elementos que nos rodeiam e que não foram

construídos pelo trabalho humano, e sim, pela sua própria dinâmica e

história, como o clima, relevo, água, solo, vegetação e animais. Esse conjunto

de elementos, que identificamos como natureza, são denominados de bióticos

(os que envolvem a vida animal e vegetal, incluindo o homem como espécie

animal) e abióticos (os que envolvem os elementos como água, rochas, solos,

ar).

Os seres humanos, desde sua origem histórica, ao se relacionarem com

a natureza, transformam­na, ou seja, produzem uma “nova natureza”, como,

por exemplo, as plantas híbridas, os alimentos geneticamente modificados, as

transformações genéticas dos animais.

Se considerarmos em conjunto só os elementos naturais que

caracterizam um determinado espaço, podemos defini­lo como paisagem

natural, ou seja, o conjunto de elementos naturais ­ clima, relevo, água, solo,

vegetação e animais ­ que apresentam características diferentes em cada

local. Estas são paisagens onde predominam elementos naturais. Nelas o

trabalho humano não se realiza, ou quando se realiza, é pouco expressivo,

não promovendo alterações significativas. Portanto, a presença do homem,

como ser natural e, ao mesmo tempo, como alguém oposto à natureza,

promoveu e promove profundas transformações na natureza em si e na sua

própria natureza. O homem modifica paisagens naturais e constrói paisagens

culturais a partir de suas diferentes formas de organização social.

Objetivos desta unidade:

• Compreender os conceitos de natureza e de paisagem natural.

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Interdisciplinar

ObjetivoCompreender que muitos dos elementos que compõem a paisagem

são naturais e que se relacionam, influenciando a vida dos ribeirinhos.

1177.. OOSS EELLEEMMEENNTTOOSS DDAA NNAATTUURREEZZAA QQUUEECCOOMMPPÕÕEEMM AA PPAAIISSAAGGEEMM

Ciências e Língua Portuguesa.

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

LeituraApresente aos estudantes este trecho de texto extraído

do livro Mormaço na Floresta, de Thiago de Mello, 1981, p.73.Os complementos, entre parênteses, foram feitos pelosautores.

É o Amazonas e o ciclo das águas. Tempo das “primeiraságuas, quando o rio dá sinal de quem tem vontade de crescer.Tempo de enchente, tempo de vazante. É o regime das águascondicionando e transformando a vida do homem (e da mulher)amazônida ao longo das etapas do ano. Não só no interior dasflorestas, na beira dos rios. Também nas cidades e nosprincipais centros da região – o homem (e a mulher) sofre osefeitos, generosos e adversos, da subida ou da descida daságuas. Na sua casa, na sua comida, no seu trabalho de cadadia. O regime das águas é um elemento constante no cálculo davida do homem (e das mulheres).

Possibilidades de TrabalhoConversa em rodaA partir da leitura do texto, discuta com os alunos e

registre as ideias sobre as questões a seguir:a) Quais são os elementos naturais que mais

influenciam a vida dos moradores do Amazonas?b) Aqui na FLONA você também observa o que é

relatado no texto?c) Você já observou a subida e descida das águas? Por

que as águas dos rios sobem e descem?d) Quando sobem, o que acontece com as áreas baixas,

por exemplo, as várzeas?e) As águas das cheias promovem efeitos bons e ruins

para os ribeirinhos. Que efeitos são esses?f) Que outros elementos fazem parte da natureza e que

não foram citados pelo autor? Como eles interferem na vidados moradores?

Retomando

Revisar as representações de paisagem, ressaltando os elementos“naturais”.

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Interdisciplinar

Matemática.

RetomandoA partir da identificação dos elementos que constituem a natureza –clima, relevo, água, solo, vegetação e animais – e de sua importânciana vida dos comunitários, destaque que será iniciado um conjunto deatividades para melhor entendimento de cada um desses elementos.

ObjetivoReconhecer as características do clima de onde moro, identificando

dois de seus principais elementos: a temperatura e a pluviosidade ao longodo ano.

1188.. CCLLIIMMAA:: OO RRIITTMMOO DDAASS CCHHUUVVAASS

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

Questões Norteadoras

Analisando um climogramaO climograma é um gráfico que representa dados

sobre a chuva precipitada e a temperatura registrada numdeterminado local, em um determinado tempo. Estarepresentação tem dois eixos, um vertical e um horizontal,as informações dos dois eixos estão relacionadas. Cada eixotem a sua unidade de medida. O eixo horizontal indica otempo, expresso em meses, e o vertical tem duasinformações: à direita, a temperatura medida em grausCelsius (°C) e, à esquerda, a quantidade de chuva(pluviosidade) registrada em milímetros (mm). A linhaindica a temperatura e as colunas indicam as chuvas. Paracada local do mundo esse gráfico será diferente. Assim,analisando o gráfico, podemos ver o quanto choveu ecomparar com a temperatura média do mês, ou verificarcomo foi a distribuição das chuvas em um ano, ou, ainda,quais são os valores da temperatura nesse período.

Inicie um debate com os estudantes, solicitando quepensem sobre o tempo meteorológico ao longo do ano.Questione sobre as mudanças no tempo. Se necessário, dêcomo exemplo as estações extremas.

a) Como vocês observam e descrevem o tempometeorológico ao longo do ano? Existem diferenças?

b) Você acha que o clima do local onde vivemos édiferente ou igual a outros locais do Brasil? Justifique e dêexemplos, se possível de um lugar que você conheça.

Possibilidades de Trabalho

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Conversa em rodaCom a finalidade de sintetizar o conteúdo, retome com

os alunos as respostas das perguntas anteriores, buscando, apartir delas, analisar com detalhes os dados do climograma.Nesta conversa, destaque que, no gráfico de Tefé, a

temperatura muda bem pouco ao longo dos meses, já a chuva varia umpouco mais. Em maio/junho ocorre o pico da enchente, pois, como seobserva no gráfico, desde outubro vem sendo acumulada água da chuva. Jáem setembro/outubro é o pico da vazante, visto que esta resulta de mesesseguidos em que as chuvas são reduzidas.

Registroa) O que você observa em relação à temperatura? E, em

relação à chuva, o que pode ser dito?b) Há variação nas chuvas, durante o ano, em Tefé?c) Há períodos mais secos (vazante) e outros mais

úmidos (cheias)?Com base no climograma:d) Qual o mês que mais choveu em Tefé? Quanto?e) Quais os meses que menos choveu em Tefé? Quanto?f) Houve grande variação na temperatura média dos meses? Justifique.g) E em relação às temperaturas, indicam calor ou frio?h) Você vê semelhanças entre o que observa no gráfico e o texto de

Thiago de Mello lido anteriormente? Quais são elas?

Observe o climograma de Tefé (Figura 9) e preencha, na tabela, o valoraproximado da temperatura e da chuva medidos por mês, como foi feito parao mês de janeiro.

Figura 9 ­ Climograma de Tefé, AM. Fonte: organizado pelos autores. Fonte:Climate­Data (2014)

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Chuva (mm) 250

Temperatura(ºC)

26

Tabela 1 ­ Dados de temperatura e de chuva mensais de Tefé, AM.

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Garrafa pet 2lRecipientemilimetrado

Estilete etesoura Caneta

Interdisciplinar

Matemática.

RetomandoRelembrar o climograma da aula anterior.

ObjetivoConstruir instrumentos que permitam monitorar o tempo

meteorológico na comunidade – com ênfase na chuva – e fazercomparações com outros locais.

1199.. CCOONNSSTTRRUUIINNDDOO NNOOSSSSOOOOBBSSEERRVVAATTÓÓRRIIOO DDOO TTEEMMPPOO

Noções

Construção de pluviômetro: o pluviômetro é uminstrumento utilizado para coletar e medir a água da chuva.Ele pode ser construído de maneira fácil, com instrumentosdisponíveis em qualquer casa.

Na atividade anterior, destacamos a importância dasmedidas de temperatura e de chuva (pluviosidade) paracompreender o clima. O gráfico estudado, o climograma, éfeito a partir destas duas informações.

Assim, para elaborar um climograma, precisamos deuma tabela com registros de temperatura e de chuva. Atemperatura pode ser medida com auxílio de umtermômetro. A pluviosidade pode ser medida com umpluviômetro.

Hoje, como atividade prática, vamos construir umpluviômetro e um climograma. Observa­se, entretanto, queessas duas atividades são sugestões para que sejamdesenvolvidas com alunos de maior faixa etária, queestejam no final do Ensino Fundamental (9º ano) ou noEnsino Médio.

Possibilidades de Trabalho

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

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Como fazer

Passo 1­ Corte a garrafa pet no gargalo em 7 cm, para que seja

feito um funil.­Inverta a parte cortada, posicionando­o na boca da

garrafa.

Passo 2­Encha com água o recipiente milimetrado.­Encha a garrafa pet com a água, prestando atenção:

para cada 10 ml que você colocar marque a quantidade nagarrafa, com caneta para se construir uma ESCALA.

Professor, para fins didáticos considere que cada 1mililitro equivale a 1 milímetro. Contudo, caso queira o valorser exato, pode calcular o volume pela formula:

v= π .r2.h, onde v=volume, π= 3,14, r=raio, h=altura

Passo 3­Depois de milimetrar a garrafa inteira, retire a água.­Com a garrafa vazia coloque o funil.Posicione a garrafa em ambiente externo, plano e com

boa exposição à chuva.

Como utilizar o pluviômetroApós sua instalação, pode­se proceder de duas maneiras:a) Registrar os dados durante uma semana, no mesmo horário ­ antes

da aula, recreio, depois da aula, etc.b) Caso houver interesse, o procedimento pode ser repetido ao longo

do ano, em diferentes meses, para comparar a mudança que ocorre.

Data da coleta Milímetros de chuva

Tabela 2 ­ Modelo de tabela para preenchimento dos dados do pluviômetro

A média do mês é o resultado da soma dos registros diários divididopelo número de dias do mês.

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Elaboração de climogramaComo já vimos anteriormente, climograma é um

gráfico que registra a temperatura e quantidade de chuvaem um período de tempo, num determinado local.

Para construir um climograma, precisamos de dadosde chuva e de temperaturas. A tabela, a seguir, registraesses dados para quatro cidades brasileiras.

Fonte ­ Climate­Data (2014)

Para a construção do climograma, divida a turma emduplas ou trios. Cada grupo ficará responsável pelaelaboração do gráfico de um dos locais. A escolha do local aser representado pode ser feita por sorteio.

Os climogramas (Figura 10) deverão ficar assim:

Figura 10a ­ Climogramas de Tefé e Cabrobó. Fonte: Climate­Data (2014)

Tabela 2 ­ Dados de temperatura e de chuva mensais.

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Figura 10b ­ Climogramas de São Paulo e Uruguaiana. Fonte: Climate­Data (2014)

Conversa em rodaApós a elaboração, proponha a discussão entre as

diferenças que podem ser percebidas através dos gráficos.Oriente seus alunos para a interpretação dos gráficos,enfatizando as características do clima em Tefé, como ocorremas variações de temperaturas, os regimes das chuvas.

RegistroSolicite que elaborem um texto apresentando suas

conclusões, tomando como base as seguintes perguntas:a) Em que cidade chove mais e onde chove menos?b) Qual a cidade que tem temperaturas mais baixas?c) Qual cidade tem as temperaturas sem muita variação

no ano todo?d) O que considera importante registrar sobre o gráfico

de Cabrobó/ PE e de São Paulo/SP?e) Como você descreveria o clima de Tefé/ AM? E o de

Uruguaiana/ RS?

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Interdisciplinar

História.

ObjetivoIdentificar os elementos que compõem a hidrografia da FLONA de

Tefé, bem como a relação da mesma com a vida comunitária local,entendendo hidrografia como a descrição do conjunto dos corpos d´agua deum local.

2200.. HHIIDDRROOGGRRAAFFIIAA:: OO CCAAMMIINNHHOODDAASS ÁÁGGUUAASS

Questões Norteadorasa) Os rios, na FLONA de Tefé, apresentam o mesmo

volume ou quantidade de água durante todo o ano? O quehá de diferente? Estas mudanças influenciam no dia­a­dia?

b) Por que dizemos subir ou descer o rio? Subimos edescemos para onde? Existiriam outras formas de dizeristo?

c) Quais os nomes que os ribeirinhos dão aosdiferentes cursos d`água presentes na FLONA de Tefé,considerando seu tamanho?

d) Qual a importância dos rios para a vidacomunitária: para os deslocamentos, para o trabalho, paraa alimentação, para a diversão?

Possibilidades de Trabalho

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

Mapa mentalPeça que os alunos elaborem um mapa mental, ou

seja, um desenho que expresse, a partir da sua percepção,como se distribuem os rios e os lagos que estão próximosda comunidade. Após construído o desenho, questionesobre o que há de diferente em cada mapa. Faça, emconjunto com os alunos, uma listagem dos rios e dos lagosindicados em cada mapa, individualmente. Elabore umúnico mapa síntese de toda a turma, contemplando omáximo de elementos possíveis. Este mapa pode ser feitona lousa, mas é importante que fique registrado em papelpardo ou em outra folha grande, para que todos consigamvê­lo.

Conversa em rodaNo mapa coletivo, feito anteriormente, solicite que os

estudantes identifiquem o rio principal, os rios menores(igarapés) e os lagos com seus nomes. Desenhe, no mapa,flechas indicando a direção do fluxo da água dos rios.

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Identifique onde deságuam os rios, quais são maiores e quaissão menores.

Junto com os estudantes, observe o climograma deTefé, identifique os períodos de menor e de maior quantidadede chuva, e descreva o que acontece com os rios e os lagosnesse período do ano.

DesenhoSolicite que os alunos escrevam textos ou que façam

desenhos expressando a importância dos rios para a vidacomunitária. Formule questões­problemas como estímulopara a produção do material. Por exemplo: os comunitáriosusam os rios para quê? Que futuro imaginam para osmesmos (que usos gostariam que fossem dados aos rios)? Oque estão dispostos a fazer para que isso aconteça?

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Interdisciplinar

História.

ObjetivoIdentificar, caracterizar as diferentes unidades do relevo e as

possíveis as atividades comunitárias nelas desenvolvidas.

2211.. RREELLEEVVOO:: AASS FFOORRMMAASS DDAA TTEERRRRAA

NoçõesO que entendemos como relevo? De modo geral,

podemos compreender o relevo como um conjunto de formasque se sobressaem na camada mais superficial da Terra (crostaterrestre). Essas formas vão sendo esculpidas ao longo dotempo por forças internas e externas. Terremotos e vulcões emerupção são exemplos de forças internas que destroem ereconstroem as formas de relevo.

As forças externas, porém, são aquelas que, no nossodia­a­dia, podemos observar com mais clareza. Você sabequais são? Você já observou que o fluxo dos rios, as cheias esecas estão sempre moldando o relevo? Chuvas intensas,ventos fortes também atuam modificando as formas da Terra.E nós, pessoas em comunidade, somos uma força externatambém? Também moldamos o relevo?

A variação de altitude é um fator importante para definire nomear as formas de relevo. Aqui na FLONA observamosvárias formas, como: várzea, pé de terra firme, terra firme, etc.Fazemos usos diferentes destas formas, conforme suascaracterísticas. O que fazemos na várzea? E na terra firme?

O relevo pode ser representado em uma folha de papelem mapas. Mas como representar diferentes alturas em umplano? Observe a figura 11.

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

Figura 11 ­ Curvas de nível representadas em uma mão. Elaboração: AndréRossato, 2015.

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À esquerda da figura, vemos uma mão fechada sobre aqual são desenhadas linhas na parte da mão que, ao dobrar,elevou­se (articulação com os dedos). Essas articulações,quando a mão está fechada, formam elevações, formas emrelevo.

Observe agora o lado direito da figura 11; a mão estáaberta, o que aconteceu com a elevação ou as formas emrelevo? Ficaram planas e o desenho que circulava as elevaçõesaparece como um conjunto de linhas circulares. Faça esseexercício com a sua mão e verifique se ocorre o mesmo.

Agora observe a figura 12 a seguir. Na sua partesuperior, observamos um relevo arredondado que podemoschamar de morro.

Figura 12 ­ Curvas de nível representadas no papel. Elaboração: André Rossato,2015.

Observe que foram traçadas linhas em torno dessemorro, da mesma forma que como foram feitas nas elevaçõesdo desenho na mão. Cada linha dessa tem um valor dealtitude, por exemplo, 100m, 200m, 300m e 400m. Quandovamos representar esse morro num mapa, por exemplo,precisamos projetar sua forma num plano (folha de papel).Observe o desenho dessa representação na parte inferior dafigura 12. Ela apresenta as linhas desenhadas em torno domorro, em uma folha. Podemos ver, então, que, no plano,temos o morro representado por um conjunto de linhasfechadas, de forma circular, em que cada linha indica umaaltura do relevo. A essas linhas damos o nome de curvas denível.

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Possibilidades de Trabalho

Confecção de maqueteUma maquete é uma representação reduzida do

relevo, da paisagem natural ou da paisagem construída pelotrabalho humano. No capítulo anterior, construímos amaquete da comunidade (casas, caminhos etc.), agoravamos fazer uma maquete do relevo de duas comunidadesda FLONA. É possível propor aos alunos, com maior faixaetária, a construção de uma maquete do relevo.

Primeiramente, organize­os em grupos, de até 4estudantes, e solicite que o grupo faça um desenho decomo é o relevo de sua comunidade.

Em uma caixa, com terra ou barro, os integrantes dogrupo deverão reproduzir o terreno desenhado na folha.Solicite, também, que desenhem ou representem, namaquete, os rios de sua comunidade e localizem duascomunidades em posições diferentes, mas às margens domesmo rio.

Feito isso, peça que façam a comparação do desenhocom a maquete feita pelo grupo. Explique como serepresenta uma forma de relevo numa superfície plana.

Conversa em rodaCom a turma reunida, medie a discussão, começandopela localização da montante para jusante do riorepresentado. Pergunte:a) Quando você anda de canoa, costuma dizer quesobe ou que desce o rio? Quando você sobe o rio, vai

em direção à nascente ou à foz do rio?b) Quando você desce, vai em que direção?É importante esclarecer aos alunos que, quando

subimos um rio, podemos também dizer que vamos paramontante e, quando descemos, vamos para jusante. Ditoisto, questione:

c) Agora que você já sabe o que significa nascente,foz, subir, descer, montante e jusante, observe a maquete eindique: qual comunidade está à montante e qual está àjusante considerando a suas posição em direção ao rio?

d) Quantos tipos de relevo você identifica na suamaquete? Considere a diferença de altitude, por exemplo.Identificar a várzea, o pé de terra firme, a terra firme, etc.

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Interdisciplinar

ObjetivoCaracterizar as diferentes unidades do relevo e as relações destas

com a hidrografia, exercitando a interpretação de mapas na escala daFLONA de Tefé.

2222.. OO RREELLEEVVOO DDAA FFLLOONNAA DDEE TTEEFFÉÉ

Matemática.

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

Questões Norteadoras

Nas últimas atividades, aprendemos que é possívelidentificar e representar, de diferentes formas, a hidrografia e orelevo onde a nossa comunidade está situada.

Hoje, vamos estudar a hidrografia e o relevo no contextoda FLONA de Tefé.

Para a atividade, vamos trabalhar como mapa daHidrografia e o mapa do Relevo da FLONA de Tefé, que foiutilizado pelo ICMBio na construção do Plano de Manejo(Figuras 13 e 14).

Mostre para a turma os dois mapas, dando um tempopara que os estudantes encontrem o local aproximado dacomunidade.

Possibilidades de Trabalho

Comparando mapasTome como base a maquete, construída anteriormente, e

o mapa do relevo da FLONA de Tefé e questione:a) Quais as formas ou unidades de relevo você observa no

mapa?b) Essas formas ou unidades são as mesmas que você

representou?c) Faltou alguma unidade na sua maquete?d) A unidade que faltou não faz parte da sua

comunidade?e) Porque você acha que essa unidade não faz parte da

sua comunidade?f) Você já entendeu o mapa de relevo da FLONA de Tefé,

já identificou as formas ou unidades de relevo nesse espaço?Agora, comparando a maquete com o mapa de hidrografia

Retomando

Reconstituir as últimas atividades, em especial o mapa mental quefizeram da hidrografia e a maquete de representação do relevo.

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da FLONA de Tefé, pergunte:g) Quais os principais rios que banham a FLONA de

Tefé?h) Sua comunidade fica às margens de qual rio?i) Observe o relevo e o percurso do rio que banha a

sua comunidade, indicado no mapa. Em que unidade derelevo nasce esse rio?

j) Como são chamados os rios menores, quedesembocam em grandes rios?

k) Como você utiliza esse rio? E sua família?l) Você gosta de viver próximo aos rios? Por quê?

RegistroAgora é hora de escrever. Solicite aos alunos uma

produção textual sobre suas aprendizagens acerca dorelevo e da hidrografia da FLONA de Tefé. As perguntasfeitas no exercício anterior podem orientar a escrita destetexto. Não esqueça de lembrá­los de retomar como o climainfluencia na dinâmica das águas e, portanto, na sua vida,de seus pais e da comunidade.

Conversa em rodaTendo como base a tarefa anterior, proponha ou

aborde questões como:a) Quais são as relações entre as unidades de relevo e

a hidrografia?b) Que unidades de relevo é possível visualizar na

época de seca? E na época de chuva? Como você explicaessas diferenças?

d) Você conseguiria relacionar algumas atividadesque você ou seus pais fazem em diferentes unidades derelevo, por exemplo, onde estão os roçados? Onde é feita acaça? Onde estão construídas as casas e a escola? Ou acomunidade?

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Figura 13 ­ Mapa de Hidrografia da FLONA de Tefé.

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Figura 14 ­ Mapa de Relevo da FLONA de Tefé.

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Interdisciplinar

ObjetivoRelacionar as diferentes unidades do relevo com as feições

hidrográficas.

2233.. RREELLEEVVOO EE HHIIDDRROOGGRRAAFFIIAADDAA FFLLOONNAA DDEE TTEEFFÉÉ

Ciências.

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

Noções

Vamos trabalhar com outra forma de representar oselementos da natureza, o bloco diagrama. Um bloco diagramaé uma representação tridimensional que nos permitevisualizar o relevo, em relação a sua forma e também emrelação aproximada a sua altitude.

O bloco diagrama, a seguir (Figura 15), representa deforma muito simples as unidades de relevo que compõe aFLONA de Tefé e a denominação dos diferentes corpos d’águaque caracterizam a sua hidrografia. No quadro, você observaque o relevo está representado no bloco diagrama por letras eos diferentes cursos e corpos d’água por números. Essequadro nos permite identificar e entender o que estárepresentado, num bloco diagrama ou mesmo num mapa. É oque se denomina legenda.

Possibilidades de Trabalho

Conversa em rodaDistribua cópias do bloco diagrama anterior, solicitando

aos estudantes que o observem com atenção, pararesponderem as questões apresentadas na sequência.Inicialmente deixe que explorem a imagem silenciosamentepor alguns minutos. Depois, analisando a imagem juntamentecom a turma, oriente a observação.

Chame atenção para a observação dos rios. É possívelperceber que eles parecem árvores. Os rios maiores seramificam. Esses conjuntos de rios, maiores e menores, quese ligam entre si, é o que se denomina de rede hidrográfica.

Uma rede hidrográfica drena uma determinada porçãode terra e é separada de outra rede hidrográfica por umaporção de terra mais elevada, chamada de interflúvio. Quandofalamos de bacia hidrográfica, estamos nos referindo às terrasque são drenadas pelos seus respectivos rios.

Após esta explicação, peça que respondam por escrito:

Retomando

Relembrar brevemente as atividades de clima e relevo.

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a) Quantas bacias hidrográficas você observa nodiagrama?

b) Observe a legenda e indique como se denominamos rios menores?

c) Observe a várzea ou planície aluvial, como indica alegenda. Que outros tipos de corpos d’água estão presentesna várzea ou planície aluvial?

d) O que significam estirão e furo?e) Essas feições hidrográficas, quando navegamos,

são muito úteis, por quê?f) No bloco diagrama não aparece uma feição

hidrográfica muito importante, o parana. Desenhe umparana no diagrama e explique seu significado.

g) Delimite, no diagrama, com uma linha tracejada(­ ­ ­ ­), o limite de cada bacia hidrográfica.

Trabalho de campoNa continuidade vamos estudar outro elemento da

paisagem: a vegetação. Para isso, proponha umacaminhada nas proximidades da comunidade, paraobservar o relevo e recolher material para o estudo davegetação (coletar folhas, frutos etc). Para essa caminhada,elabore, antecipadamente (coletiva ou individualmente), umquadro de registro de informações a serem coletadasdurante o percurso, como por exemplo:

Unidade de

Relevo

Característica

do Relevo

Uso do

Relevo

Espécies de

Plantas

Característica

da Planta

Uso da Planta

Várzea

Pé de terra

firme

Terra firme

Quadro 1 ­ Unidades de relevo e vegetação: características e usos.

Para a Próxima Atividade

O quadro e as amostras coletadas devem ser armazenadas para apróxima atividade.

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Figura 15 ­ Bloco Diagrama das Unidades de Relevo

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Interdisciplinar

Ciências.

ObjetivoIdentificar os diferentes tipos de vegetação do local onde vivemos e, a

partir dos seus usos, a importância da mesma para a vida comunitária.

2244.. AA FFLLOORREESSTTAA EE SSEEUUSS UUSSOOSS

Questões Norteadorasa) Como é a vegetação do local onde você vive?

b) Qual a importância dela na sua vida?

c) Imagine a sua vida sem a vegetação do local onde

vive. O que seria diferente?

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

RetomandoRecuperar a caminhada de estudo. Reconstituir o trajeto feito,destacando, a partir das anotações, o que foi observado e resgataras amostras coletadas.

Possibilidades de Trabalho

Conversa em roda

Convide um morador da comunidade, que seja

conhecedor da floresta, para falar com os estudantes sobre

os locais onde ocorrem as plantas e sobre seus usos

(alimentação, saúde, artesanato).

Retorno à maquete

Proponha que os estudantes, a partir do quadro

elaborado durante a caminhada na aula anterior,

relacionem as plantas coletadas com o relevo e a paisagem

onde ocorrem. Complemente a maquete do relevo já

elaborada, colocando as amostras coletadas das plantas

devidamente identificadas nas unidades de relevo onde

foram encontradas.

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Painel

Proponha a confecção de cartazes com as amostras

coletadas. Estes cartazes podem apresentar a descrição das

plantas e seus usos. Estimule­os a pensar sobre a utilidade

delas, questionando: alguma delas é usada para confecção de

objetos? Ou alimentos? Você ou sua família fazem uso de

chás ou algum tipo de tratamento de saúde a partir delas?

Este trabalho pode ser feito em grupos ou

individualmente. Ao final, organize a apresentação dos

trabalhos, que pode ser feita de forma oral para os colegas

e/ou através de exposição na escola.

Conversa em roda

Coletivamente, com elementos da vegetação (folhas,

frutos, etc.), proponha à turma a preparação de uma comida

ou bebida, que poderá ser consumida no intervalo ou ao final

da aula. Nesse momento, retome a importância da vegetação

para a vida comunitária.

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Interdisciplinar

Ciências.

ObjetivoIdentificar os diferentes tipos de vegetação, a partir da interpretação

de mapas na escala da FLONA.

2255.. VVEEGGEETTAAÇÇÃÃOO EE SSUUAARREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO NNAA FFLLOONNAA DDEE TTEEFFÉÉ

Questões NorteadorasNa última atividade, aprendemos sobre a vegetação

que está presente na comunidade. Hoje, vamos estudar avegetação no contexto da FLONA de Tefé.

Para a atividade, trabalharemos com o mapa davegetação da FLONA de Tefé, que foi utilizado pelo ICMBiona construção do Plano de Manejo (Figura 16).

Apresente o mapa para a turma, dando um tempopara que os estudantes encontrem o local aproximado dacomunidade. A partir da observação, pergunte quais são asrelações que podem ser estabelecidas entre a vegetação,sua proximidade de rios e as unidades de relevo.

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

Possibilidades de Trabalho

Analisando o mapa de vegetação da FLONA de TeféA partir da observação detalhada do mapa da FLONA

de Tefé, responda as questões:a) Leia a legenda. O que está representado na legenda

é semelhante ao que você conhece sobre a vegetação de suacomunidade?

b) Porque denominamos Mata de Várzea ou Igapó? E Mata de TerraFirme?

c) O que é extraído da Mata de Várzea? Cite alguns tipos de vegetaisutilizados pelos comunitários;

d) A castanha é colhida da castanheira. Onde ocorre a castanheira?Explique quando e como é feita a coleta da castanha?

e) Qual a relação que você pode fazer entre relevo e cobertura vegetalda FLONA de Tefé? (Para essa questão, apresente aos alunos o mapa derelevo da FLONA de Tefé, anteriormente trabalhado).

RegistroSolicite uma produção textual sobre a vegetação da

FLONA de Tefé, com ênfase para os tipos de vegetaçãoencontrada, as espécies mais comuns e o uso que os

ribeirinhos fazem dos frutos ou fibras dessas espécies.Peça aos alunos que façam a leitura do texto que escreveram,

comparem com as ideias apresentadas pelos colegas e destaquem aspectoscomuns e diferentes.

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Figura 16 ­ Mapa da Vegetação da FLONA de Tefé.

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Interdisciplinar

Artes Visuais.

ObjetivoIdentificar os elementos naturais e humanos que fazem parte da

paisagem da FLONA e entender como se relacionam.

2266.. EELLEEMMEENNTTOOSS DDAA NNAATTUURREEZZAA DDAAPPAAIISSAAGGEEMM OONNDDEE MMOORROO

Questões Norteadoras

Apresente aos alunos cópia do bloco diagrama (Figura14) e solicite que o descrevam, tomando como base asperguntas que vêm na sequência.

a) Quais são os principais elementos que compõem apaisagem representada? Quais são de origem natural e quaissão os construídos pelos comunitários?

b) A representação dessa paisagem seria em período deseca ou de cheia, na FLONA de Tefé? Por quê?

c) Observe os cursos d’água e suas denominações e,conforme sua vivência na FLONA de Tefé, indique quais sãosuas características.

d) Em que parte do relevo estão localizados acomunidade e o roçado? Como é chamada essa parte dorelevo e que tipo de vegetação recobre essa porção doespaço?

e) Que outras formas de relevo você identifica napaisagem da FLONA?

f) Que tipo de vegetação recobre essas outras formas derelevo?

Unidade III: A Natureza que nos Dá Vida

Possibilidades de Trabalho

RetomandoRetornar às atividades anteriores de clima, relevo, hidrografia evegetação, para estabelecer relações entre.

DesenhoSolicite um desenho da paisagem da FLONA em

período de cheia. Para desenvolver essa atividade, vocêprecisará utilizar o bloco diagrama (Figura 17).

Peça aos alunos que comparem esse desenho com ofeito com o bloco diagrama e indiquem as diferençasconsideradas importantes. Oriente­os, indagando: vocêobservou que, num mesmo lugar, a paisagem muda de umperíodo para outro? Indique algumas diferenças entre o

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período de seca e o de cheia na FLONA de Tefé.Antes de iniciar a descrição do bloco diagrama, retome

os elementos da natureza que compõem a paisagem da FLONAde Tefé, dialogando com os alunos de forma coletiva.

RegistroApós a descrição e comparação entre o bloco diagrama e

o desenho elaborado pelos estudantes, solicite que respondamno caderno:

a) Por que, durante o ano, existem dois períodos: um decheia e outro de seca? Que fenômeno produz essa diferença?

b) Os dias de cheia, e os dias de seca, na FLONA deTefé, são diferentes para você? Quais são essas diferenças?

c) Agora, com base na observação do bloco diagrama ede seu desenho, escreva um texto sobre a FLONA de Tefé esua paisagem.

d) Para concluir, escreva o que é uma paisagem.

Conversa em rodaRetome a discussão com os alunos ao final da atividade.

Faça uma síntese do conteúdo aprendido, complementandocom as informações que considerar relevante.

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Figura 17­ Bloco Diagrama Natureza.

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UUnniiddaaddee IIVVO AMBIENTE EM QUE VIVEMOS

Dirce Maria Antunes Suertegaray

Cristiano Quaresma de Paula

Mateus Gleiser Oliveira

A Geografia, na sua origem, compreendia o estudo do homem e de seu

meio. O meio constituía­se no entorno, identificado como natureza. Assim, a

natureza passou a ser compreendida como o entorno, do qual o homem

dependia como ser natural, ao mesmo tempo em que o transformava,

também, como ser social.

Para Bertrand (1968), o conceito de meio define­se em relação a

alguma coisa, portanto, impregnado de um sentido ecológico. Nesta

perspectiva, o ambiente pode ser lido como algo externo ao homem, cuja

preocupação seria estudar o funcionamento dos sistemas naturais.

Disto derivou a ideia de ambiente, onde o homem é compreendido

como natureza ou como um ser biológico, exclusivamente. Entretanto,

Gonçalves (1989), em sua crítica ao conceito de meio ambiente, propõe uma

visão de ambiente por inteiro, ou seja, considerá­lo nas suas múltiplas

facetas, não sendo mais possível conceber ambiente como equivalente a

natural. O ambiente por inteiro, como se refere, implica em privilegiar o

homem como sujeito das transformações, sem negar as tensões que ocorrem

entre essas dimensões: a social e a natural.

Na atualidade, os geógrafos compartilham conceitos diferentes de

ambiente. Há aqueles cuja ótica ambiental privilegia os impactos causados

na natureza pelo homem ou pela sociedade. Há outros que incluem o homem

socialmente organizado, ou seja, não o consideram exclusivamente natural e

sim, como um ser social que é produto e produtor de várias tensões

ambientais.

Quando estudamos ambiente em Geografia, deveríamos ser capazes de

pensar quais os impactos provocados pela nossa sociedade na natureza. Que

ambiente resulta desses impactos e, mais, quem são os grupos humanos

afetados por essas transformações?

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Objetivos desta unidade:

• Compreender as atividades desenvolvidas na FLONA de Tefé pelos

ribeirinhos, na sua relação com os ciclos da água, por exemplo,

demonstrando a influência dos aspectos naturais, de sua dinâmica na vida

dos comunitários, seja ao longo do ano, seja em suas atividades diárias.

• Refletir sobre o ambiente em que vivem, suas práticas e a

conservação da natureza.

• Promover a compreensão sobre como é o modo de viver dos

ribeirinhos, que permite a conservação da natureza local e faz com que a

FLONA de Tefé não apresente significativos impactos naturais, mantendo­se

como um ambiente saudável, sem poluição e sem desmatamento intensivo.

• Compreender o espaço geográfico onde moram, entendendo porque

esse local tornou­se uma unidade de conservação – a FLONA de Tefé.

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Inicie a proposta, relembrando, de forma sucinta, as

atividades do capítulo anterior, que permitiram a

compreensão da natureza na FLONA. Destaque que, agora,

a ideia é entender as atividades que os ribeirinhos realizam

e que, de alguma forma, transformam a natureza. Solicite

que os estudantes falem sobre essas atividades.

a) Quais são as principais atividades dos ribeirinhos?

b) Já acompanharam seus pais no roçado, no

extrativismo e na pesca?

Para melhor entender as atividades dos ribeirinhos,

proponha a elaboração de um gráfico do ciclo anual da

produção. Saliente que esta atividade será realizada em

casa, então é preciso prestar muita atenção nas orientações

que serão dadas em aula.

Apresente o rascunho do gráfico do ciclo anual da

produção (Figura 18), elaborado em conjunto com os

ribeirinhos da FLONA de Tefé. Observe as informações

contidas neste gráfico e como elas foram organizadas.

Interdisciplinar

Matemática.

RetomandoLembrar a atividade sobre clima, reconstituindo as característicasdos períodos de cheia e de seca, bem como suas épocas deocorrência.

ObjetivoCompreender as atividades desenvolvidas pelos ribeirinhos,

considerando o ciclo das águas enchentes (cheia) e vazantes (seca).

2277.. AASS AATTIIVVIIDDAADDEESS DDOOSS RRIIBBEEIIRRIINNHHOOSS

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

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Possibilidades de Trabalho

Elaboração de Gráfico do Ciclo Anual da ProduçãoEsta atividade, como já informado, será elaborada em

casa. Distribua para cada estudante uma folha de papel.Nesta folha, o estudante deve desenhar um círculo e

dividi­lo em 12 partes iguais, onde cada uma corresponderá aum mês do ano. Para exemplificar o procedimento, reproduzao gráfico na lousa e, com os estudantes, marque, com coresdiferentes, os períodos de cheia e de seca.

Com este desenho em mãos, o estudante perguntará aseus pais o período (em meses) em que eles realizam asatividades de plantio da mandioca, de extração do açaí, dacastanha, da andiroba e da copaíba, bem como o melhorperíodo para pesca.

Para colocar essas informações no gráfico, o aluno deveescolher cores diferentes para cada atividade, pois, assim, eleestá construindo uma legenda. Coloque as informações nográfico, considerando os meses que correspondem aoextrativismo de cada produto. No caso da agricultura, doplantio até a colheita das principais produções. E, no caso dapesca, o melhor período.

Figura 18 ­ Rascunho do gráfico do ciclo anual da produção da FLONA de Tefé.Elaboração: Grupo NEGA/UFRGS, gestores e ribeirinhos da FLONA, 2012.

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Interdisciplinar

Língua Portuguesa.

RetomandoResgatar a proposta de construção do ciclo anual da produção,reconstituindo as etapas de elaboração (passo­a­passo).

ObjetivoIdentificar os principais cultivos produzidos pelos ribeirinhos e a

época do ano em que eles ocorrem.

2288.. RROOÇÇAADDOO:: OO CCHHÃÃOO DDÁÁ SSEE AA GGEENNTTEEPPLLAANNTTAARR

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

Para iniciar a atividade, retome a construção dográfico do ciclo da produção, destacando que é muitoimportante compreender o trabalho na FLONA. Saliente opapel da agricultura no ciclo anual da produção, listando, apartir da contribuição dos estudantes, os principais cultivosdos roçados. Questione­os sobre onde estão localizados osroçados da comunidade, incentivando as conexões com asunidades de relevo, trabalhadas no capítulo anterior.

Conversa em rodaCom a turma novamente reunida, discuta como

aparece a agricultura nos gráficos. Questione quando osprincipais cultivos são plantados e colhidos.

RegistroProponha que os estudantes se reúnam em duplas ou

trios para olharem os gráficos dos ciclos das atividades, queelaboraram em casa juntamente com seus pais oufamiliares. Peça que analisem com cuidado, verificando sehá semelhanças e diferenças nas informações colocadas eque registrem suas conclusões na forma de texto.

Possibilidades de Trabalho

Ciclo anual da produçãoEm um papel ou papelão grande, construa um

gráfico de ciclo da produção, que represente a síntese dasinformações trazidas pela turma. Neste gráfico, marquesomente os meses do ano em que se trabalha nos roçados(do plantio até a colheita). Não esqueça de diferenciar, nalegenda, as cores dos diferentes produtos agrícolas.

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CançãoApresente aos alunos a canção popular “O chão dá". É

importante distribuir cópias da letra da canção, para que osestudantes possam acompanhá­la enquanto é tocada.

OO cchhããoo ddáá

O chã dá, se a gente plantar, se a gente não planta ochão não dá (2X)

Este meu chão é o chão que a gente pisa/ é o chão quemoraliza/ sem brigas/ sem ambição/ Só ele tem uma cidade

diferente/ é a capital da mente/ é o chão do coração

O chã dá, se a gente plantar, se a gente não planta ochão não dá (2x)

A gente planta uma semente de alegria/ e no decorrerdo dia já começa a germinar/ a planta cresce em flores de

felicidade/ dá em grande quantidade/ dá mais que peixe nomar

O chã dá, se a gente plantar, se a gente não planta ochão não dá (2x)

Plantei amor num buraco bem profundo/ dei amor pratodo mundo/ ainda tenho amor pra dar/ E ainda mais plantei

um pé de esperança/ que quando o vento balança/ quasearranca do lugar

O chã dá, se a gente plantar, se a gente não planta ochão não dá (2x)

Após a escutarem a música, retome a leitura da letra,interpretando o texto. Faça perguntas aos alunos, instigando­os a comentarem a canção, a interpretarem aquelas palavras.Exemplos de questionamentos: sobre o que se refere amúsica? O que você entende quando o autor diz: “o chão dáse a gente plantar” ou “plantei amor no meu coraçãoprofundo”? O que o autor sugere que a gente plante? Soliciteaos alunos que escrevam um pequeno texto sobre sua análiseda música.

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Interdisciplinar

Língua Portuguesa.

RetomandoRevisar a produção da mandioca no ciclo da anual da produção.

2299.. OOSS FFRRUUTTOOSS DDAA TTEERRRRAA EE DDOOTTRRAABBAALLHHOO:: AA FFAARRIINNHHAA DDEE MMAANNDDIIOOCCAA

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

Inicie a atividade, tocando a música que encerrou aaula anterior. Funcionará para motivar os estudantes namobilização dos conhecimentos construídos a partir damúsica.

Indague, entre os alunos, quem trabalha comprodutos da agricultura que são comercializados. Queprodutos são esses? Quais são para o consumo da família(também chamados de produtos de subsistência). Na lousa,faça um quadro distinguindo os produtos que sãocomerciais e os que são de subsistência, a partir do diálogocom os alunos.

Na sequência, pergunte sobre os produtos daagricultura que podem ir direto para a panela ou prato esobre aqueles que precisam ser transformados oubeneficiados antes de serem comidos. Utilize, comoexemplo, a mandioca recém colhida e a farinha demandioca. Qual a diferença entre as duas? Destaque quehá um longo processo de trabalho necessário paratransformar a mandioca em farinha.

Possibilidades de Trabalho

Trabalho de campoPara compreender melhor o processo de

beneficiamento dos produtos da agricultura, a proposta éorganizar uma visita, com os estudantes, a uma casa dafarinha. Para esta atividade é necessário que o professortenha combinado previamente, com um comunitário, todasas etapas da visita e qual seu objetivo. Antes, é essencialesclarecer aos alunos o que será feito durante a visita, quemateriais terão de levar e estabelecer algumas combinaçõespara que o trabalho de campo transcorra comtranquilidade.

ObjetivoEntender e identificar as etapas do processo de beneficiamento de

farinha de mandioca.

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RegistroDurante a visita, os estudantes devem tomar nota do

passo­a­passo da produção da farinha e de quaisinstrumentos são utilizados no processo. Podem, também,fazer perguntas ao comunitário, que explicarão processo,registrando as respostas em um diário. Desenhos efotografias, além da escrita, são recursos importantes paraenriquecer o registro de informações.

Conversa em rodaVoltando para a sala de aula, converse sobre o trabalho

de campo. Questione os estudantes sobre o processo e osinstrumentos empregados na produção da farinha. Além dosabor, o que diferencia esses dois produtos (mandioca efarinha)? Quais são os outros produtos da mandioca? Salienteque o trabalho dos ribeirinhos, no longo processo de produçãoda farinha, resulta em um maior valor comercial do produto.

RegistroSolicite aos alunos a produção de uma narrativa ou de

um poema sobre a produção da farinha. Peça que leiam otexto para os colegas. Proponha a confecção de um varal depoemas na sala de aula. Para isso, amarre uma corda, unindodois cantos da sala e, com fitas coloridas ou prendedores deroupa, prenda os textos na corda (Figura 19). Para o varal, asfolhas de papel podem ser recortadas em formas que serelacionem ao tema da poesia.

Figura 19 ­ Exemplo de como organizar o varal de poemas na sala de aula.Fonte: http://www.grupouninter.com.br/. Acesso em 01 de março de 2016.

Para a Próxima AtividadePara a próxima atividade, peça aos estudantes que tragam de casa umproduto do extrativismo.

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Interdisciplinar

Ciências.

RetomandoResgatar a proposta de construção do ciclo anual da produção, comênfase no extrativismo.

ObjetivoIdentificar os diferentes produtos extrativistas que fazem parte da

vida comunitária.

3300.. EEXXTTRRAATTIIVVIISSMMOO:: AA FFLLOORREESSTTAA QQUUEENNOOSS AALLIIMMEENNTTAA

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

Relembre a atividade de construção do gráfico do

ciclo anual da produção que está exposto na sala.

Destaque que a atividade proposta será focada no ciclo

anual da produção extrativista na FLONA. Pergunte:

a) Vocês sabem o que é extrativismo?

b) Quais são os principais produtos do extrativismo

realizado pelos ribeirinhos da comunidade?

c) Onde é realizado o extrativismo? É perto da

comunidade? Na várzea? Na Terra Firme?

Possibilidades de Trabalho

PainelProponha à turma a construção de um painel com

os principais produtos do extrativismo. Para isso, peça queos estudantes apresentem o produto do extrativismo quetrouxeram de casa. Questione o porquê de teremselecionado tais produtos. Os produtos apresentados sãoiguais? Existem outros produtos que não foram trazidos?

A partir do que for sendo trazido e comentado pelosestudantes, vá montando o painel, seguindo o exemplo.

Elaboração de Gráfico do Ciclo Anual da ProduçãoNo ciclo de produção anual, elaborado pela turma,

marque os meses em que ocorre o extrativismo. Escolhacores que corresponderão aos principais produtos doextrativismo e marque os meses em que ocorre. O gráficodeverá contemplar as contribuições que os estudantestrouxerem de casa.

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Natureza

Como encontramos

Produto

Em que transformamos

Uso

Como utilizamos

Cipó titica Paneiro Armazenamento

Quadro 2 ­ Espécies vegetais e possibilidades de uso

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Interdisciplinar

Ciências.

RetomandoResgatar a proposta de construção do ciclo anual da produção, comênfase na pesca.

ObjetivoIdentificar e caracterizar a pesca – produtos, petrechos e acordos –

realizada pela comunidade.

3311.. PPEESSCCAA:: AA RRIIQQUUEEZZAA QQUUEEVVEEMM DDOO RRIIOO

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

a) Vocês já ouviram que a Amazônia é o lugar que,em média, mais se consome peixe no mundo?

b) Qual o peixe que vocês mais gostam de comer?c) Os pais de vocês pescam? Vocês já foram com eles

pescar?d) Como eles pescam? Redes? Zagaia?e) Quando eles costumam pescar? Onde?f) Vocês já ouviram falar em piracema? Esse é o

período em que os peixes estão se reproduzindo e por isso apesca deve ser evitada.

g) Vocês sabiam que aqui na FLONA tem Acordo dePesca? Esse acordo foi firmado através de reuniões, onde ospescadores locais e urbanos definiram regras para pescar.

Possibilidades de Trabalho

Ciclo anual da produçãoComplemente o gráfico­síntese do ciclo anual da

produção, elaborado pela turma, marcando o principalperíodo do ano para a pesca. Tal será feito a partir dasinformações apresentadas pelos estudantes, coletadas juntoaos pais, quando da construção do gráfico individual.

Conversa em rodaProponha uma reunião simulada do Acordo de Pesca.

Nesta simulação, você e seus alunos terão papeis a seremrepresentados:

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Preparação da Reunião Simulada

• O professor fará o papel do mediador (a), que

normalmente é assumido pelo representante do órgão

ambiental. No caso da FLONA, o ICMbio.

• Metade da turma representará os pescadores urbanos.

Estes, além de pescarem na área do acordo, costumam pescar

em outros lugares.

• A outra metade da turma representará os

comunitários da FLONA. Estes pescam na área do acordo,

pois suas canoas não permitem ir para locais mais distantes.

Os integrantes da reunião estarão representando seus

papeis dentro de um contexto – uma história – apresentada

seguir.

História Introdutória

Hoje estamos discutindo um acordo para a pesca do

pirarucu no Lago (criar com a turma um nome para o lago).

Os comunitários fizeram a contagem dos peixes e descobriram

que há 30 peixes no lago (como o pirarucu vem à superfície

para respirar, os pescadores criaram uma técnica de

contagem dos peixes). Estão participando do acordo 10

pescadores comunitários e 15 pescadores urbanos.

A Reunião

A partir da história, o mediador (professor) escreve na

lousa:

a) Qual é o instrumento para a pesca do pirarucu?

b) Qual é a cota de cada pescador? Ou de cada grupo?

(professor: cota é o número de peixes que se poderá pescar)

c) Se todos os peixes forem pescados, quais seriam as

consequências?

d) Pensando no futuro da pesca, quantos peixes

deveriam ficar no lago, para ser garantida a reprodução do

pirarucu?

Ao discutirem as respostas a estes questionamentos, o

mediador (professor) deve contribuir para que os alunos

compreendam as seguintes questões: o instrumento de pesca

que permite a escolha dos peixes adultos (zagaia); a

dependência dos pescadores da pesca do pirarucu (os

comunitários dependem mais do recurso que está próximo à

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Rede dos sonhos

Para finalizar a atividade, pode ser utilizada a técnica

chamada rede dos sonhos. Proponha que os estudantes

desenhem, pintem e recortem um peixe do tamanho de uma

folha de papel. Na parte de trás do peixe, o aluno deve

escrever um sonho que tiveram.

Coloque uma rede de pesca no chão da sala e peça

que cada aluno apresente o seu peixe ­ o seu sonho ­ e o

coloque sobre a rede. Quando todos tiverem exposto seus

sonhos, convide­os para que, com cuidado, todos juntos

levantem a rede.

Faça ponderações sobre o que aconteceria com os

peixes se uma das pontas da rede ficasse solta. Todos eles

cairiam. Compare a situação com a busca pela realização

dos sonhos. Assim como na rede, muitos dos nossos

sonhos individuais só são possíveis quando há um trabalho

coletivo. Peça que escrevam um pequeno texto mostrando

qual a relação desta atividade com a atividade de pesca e

seu respectivo acordo. Proponha que levem o peixe para

casa e presenteiem algum familiar, explicando como

ocorreu esta atividade.

comunidade); é necessário manter uma parte dos peixes

para continuar existindo a pesca.

Levando estes aspectos em consideração, devem ser

criadas e apresentadas propostas para a pesca do pirarucu.

Os grupos votam nas propostas e, por fim, registram o

acordo por escrito.

CançãoProponha que todos encerrem a atividade cantando a

canção popular "O pescador".OO ppeessccaaddoorr

O pescador, ele sai bem cedinho/ ele sai bemcedinho, ele vai pescar

O pescador, ele deixa a Maria/ ele deixa os filhos, elevai pescar

O pescador, ele ama o rio/ ele ama o rio, o rioAmazonas

O pescador, ele ama o rio, seus igapós, seus igarapés,os seus paranás e seus lindos lagos

Você sabe porque, ê, ê, ê/ porque debaixo da água, a,água/ não existe só boto/ mas existe também o tambaqui,o tucunaré e o pirarucu

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Interdisciplinar

ObjetivoExplicar a jornada de trabalho de seus pais em relação as atividades

de pesca, roçado e extrativismo. Também observar os momentos de lazer.

3322.. DDIIAA­­AA­­DDIIAA NNAA FFLLOONNAA

Matemática.

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

Nas últimas atividades, buscamos conhecer melhor comofunciona a agricultura, a pesca e o extrativismo. Tambémbuscamos compreender como essas atividades sãodesenvolvidas ao longo do ano.

Hoje estudaremos a rotina diária, ou seja, o que osribeirinhos fazem desde a hora que acordam até a hora em quedormem. Para isso, vamos pensar o seguinte:

Retomando

Relembrar a forma de representação das atividades em gráficos deciclos.

Figura 20 ­ Gráfico da jornada diáriado trabalho na FLONA de Tefé.Elaboração: Grupo NEGA/UFRGS,gestores e ribeirinhos da FLONA,2012.

a) Que hora vocês acordam?b) O que fazem durante o dia?

c) Isso se repete todos osdias?

d) E quando não tem aula, oque fazem nesse horário?

Abordaremos a jornada detrabalho e de lazer, seguindo esteexemplo de gráfico da jornada diáriado trabalho, elaborado em conjuntocom os ribeirinhos da FLONA deTefé (Figura 20).

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Possibilidades de Trabalho

Jornada diária de trabalho e lazerAssim como o gráfico da atividade anterior, a jornada

diária terá a forma de um círculo, que expõe o trabalho e olazer da comunidade, representando o ciclo de produção emum dia, em vez de em um ano.

Solicite, na aula anterior ao desenvolvimento destaatividade, que os estudantes elaborem, juntamente comseus pais, um gráfico da jornada diária de trabalho. Éimportante destacar, no gráfico, o período destinado aotrabalho (roçado, extrativismo e pesca), ao lazer e àsatividades domésticas.

Com base no gráfico, feito com os pais, elabore, deforma coletiva, um gráfico síntese.

Para confeccioná­lo, siga os seguintes passos:a) Desenhe um círculo em uma folha grande de papel

ou papelão;b) Divida o círculo em 24 partes, onde cada uma

corresponderá às horas do dia;c) Numere as partes, conforme as horas em um

relógio.d) Afixe o desenho em um lugar visível para todos e

pergunte aos estudantes em que hora ou período do dia ospais acordam, trabalham no roçado, pescam, fazem aextração de açaí, castanha, óleos ou outros produtos. Nãoesqueça de perguntar sobre a hora de descanso ou lazer;

e) Coloque as informações no gráfico, considerando operíodo, em horas, que corresponde ao trabalho no roçado,na pesca e no extrativismo. Para colocar essas informaçõesno gráfico, os alunos devem escolher cores diferentes paracada atividade.

f) Solicitar aos alunos que, no mesmo gráfico,registrem suas atividades, como, por exemplo, a hora daescola, de brincar, de auxiliar seus pais, etc.

g) Indique no gráfico os períodos de trabalho damulher.

h) Não esqueça da legenda do gráfico.

Conversa em rodaAnalisando o gráfico síntese, solicite que os alunos

identifiquem o período destinado a cada atividade e o tempodespendido para cada uma delas, incluindo o lazer. Queconclusões se pode chegar sobre o tempo de lazer (Eleexiste? É reduzido? É suficiente?). Questione se hádiferença entre as rotinas de trabalho do homem e damulher.

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Interdisciplinar

ObjetivoLocalizar e representar as áreas onde se desenvolvem as atividades

dos ribeirinhos.

3333.. OOSS RRIIBBEEIIRRIINNHHOOSS EESSUUAASS AATTIIVVIIDDAADDEESS

Educação Física e Artes Visuais.

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

Retomando

Reconstituir as principais atividades dos ribeirinhos e como sedistribuem ao longo do dia.

Na atividade anterior, identificamos como estãodistribuídas as atividades dos ribeirinhos ao longo do dia.Agora, vamos compreender a expressão dessas atividades, noespaço, que podem ser representadas em um mapa.

Iniciamos reconstruindo, coletivamente, o mapa dacomunidade, destacando os locais em que se realizam asatividades de roçado, de extrativismo, de pesca, de lazer, etc.Esse tipo de mapa é denominado tecnicamente de mapa deuso da terra. Num segundo momento, sugere­se comparar omapa que produzimos com o exemplo de mapa de uso daterra da FLONA de Tefé, utilizado pelo ICMBio para aconstrução do Plano de Manejo (Figura 21).

Possibilidades de Trabalho

Mapeamento das atividas dos ribeirinhosTendo trabalhado as atividades dos ribeirinhos no

tempo (ciclo anual e jornada diária), vamos concluir esteestudo com o mapeamento das atividades no espaço. Orienteos estudantes para a construção coletiva do mapa,comentando o que segue:

a) Lembre­se que o mapa é a representação da visãovertical, então, pense como os objetos seriam vistos de cima.

b) No mapa, devem ser registrados:• as principais referências da paisagem da comunidade

(rios, Igarapés, caminhos).• a escola e as moradias da comunidade.• os locais de lazer (campo de futebol, banho de rio, etc.)• as casas da farinha ou cozinha de forno.• as áreas de roçados; contorne e pinte.

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Conversa em rodaTomando como referência o mapa de uso da terra da

do Setor Baixo Curumitá (Figura 21), solicite aos alunosque observem e respondam as seguintes questões:

a) Todas as atividades representadas no mapa daturma estão, também, no mapa do Setor Baixo Curumitá?

b) Preencha o quadro comparativo dos dois mapas,indicando o que aparece representado em ambos, o que sóaparece no da turma e o que só aparece no do Setor BaixoCurumitá. Veja o quadro a seguir como sugestão.(Professor: este quadro pode ser detalhado conforme aobservação e relato dos estudantes durante a conversa,mas é importante que seja registrado no caderno de cadaum).

• as áreas de extrativismo vegetal; contorne e pinte;caso haja alguma árvore, em local específico, pode­se criarum símbolo para ela.

• em rios e Igarapés, que estão próximos àcomunidade, marque pontos onde ocorre a pesca.

c) Lembre­se que cada um destes locais e áreas,desenhados no mapa, devem ter símbolos e coresdiferentes, precisando ser identificados, na legenda, com onome da atividade (extrativismo, pesca, lazer, etc.) ou dolocal (escola, casa da farinha, campo de futebol, roçado,etc.) correspondente.

d) Oriente seu mapa geograficamente, desenhando arosa­dos­ventos. Cuide para desenhá­la conforme a posiçãoem que o Sol nasce na sua comunidade. Lembre­se doexercício que fizemos no capítulo 1 (atividade 7).

e) Não esqueça de dar um título para o mapa e deexpô­lo na sala.

AtividadesConstruções

Objetos

Presente nos doismapas

Presente só no

mapa da turma

Presente só no

mapa da FLONA

Roçado X

Quadro 3 ­ Comparação entre mapas

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c) Qual mapa expressa um espaço de maior dimensão?O que ele representa?

d) Qual mapa indica um espaço de menor dimensão?Quais elementos estão representados?

e) Qual dos mapas apresenta mais detalhes?Nesse diálogo, explique que os mapas são diferentes,

representam áreas distintas e, por isso, quanto maior for aárea representada, menor será o número de detalhes quepodemos mostrar.

Retome o mapa de uso da terra, do Setor BaixoCurumitá, e, a partir da observação dos alunos, exercite alocalização dos objetos. Peça que localizem no mapa feitopelos alunos o local onde moram. Questione: onde se situasua comunidade? Ela fica em Terra Firme ou na Várzea?Próxima ou longe do lago Tefé? Próxima ou longe da cidade deTefé? Quanto tempo, viajando de barco, você leva para ir desua comunidade até Tefé?

Em relação às atividades desenvolvidas durante o ciclodiário de produção, solicite que os alunos indiquem asatividades que estão representadas no mapa. Elas são comunsa todas as comunidades da FLONA? Por quê?

RegistroSolicite aos alunos que elaborem uma carta direcionada

a um visitante, que venha de um lugar bem diferente e quenão conheça sua comunidade, mas que está muito curiosopara conhecê­la. Nesta carta, o estudante deve, depois de seapresentar, descrever quais são as atividades desenvolvidaspelos ribeirinhos e aonde elas estão localizadas nacomunidade, tendo como base a leitura do mapa. O alunotambém precisa contar, ao visitante, qual é a importância deum mapa em sua vida, para que ele serve.

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Figura 21 ­ Mapa de uso da terra do Setor Baixo Curumitá. Elaboração: GrupoNEGA/UFRGS, gestores e ribeirinhos da FLONA, 2012.

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Interdisciplinar

ObjetivoIdentificar e valorizar os momentos de festividades, as quais

compõem a cultura dos ribeirinhos.

3344.. FFEESSTTEEJJOOSS NNAA FFLLOONNAA

Educação Física e Artes Visuais.

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Questões Norteadoras

A maioria das comunidades da FLONA de Tefé realizam

festividades comunitárias. Em algumas, celebram­se santos

da igreja católica, em outras, simplesmente festeja­se a

comunidade. Dialogue com os alunos, perguntando:

a) Qual o dia do festejo da nossa comunidade? O que se

celebra? Que atividades são realizadas nesse dia (missa,

almoço, baile etc.)?

b) Onde é realizado o festejo, quais espaços da

comunidade são utilizados?

c) Além dessas festas, vocês sabiam que há outras

atividades na FLONA que visam divertir os ribeirinhos? Quais

são?

d) Já ouviram falar na Folia do Macaco Doido, da

Comunidade São Francisco do Arraia?

Possibilidades de Trabalho

Painel

Construir um painel sobre a festa da comunidade nele

podem ser feitas ilustrações, bem como pequenos textos, que

caracterizem e expliquem a festividade: qual o motivo (por

exemplo celebração de um santo) e sua data de realização. Se

o professor tiver a informação, poderá também incluir a

programação da festividade. O painel pode ser exposto em um

lugar de maior circulação de pessoas, para ajudar a divulgar o

festejo da comunidade.

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Folia do Macaco Doido

Seguindo o exemplo da comunidade Arraia, sugira

aos alunos que realizem a folia do macaco. Organize um

momento, para que eles criem máscaras e rabos com o

material disponível. Depois de estarem devidamente

caracterizados, ou seja, fantasiados de macacos, forme uma

roda. Os macacos vão andando em círculo enquanto

cantam:

Macaquinho subiu lá no pé da bananeira

Macaquinho subiu lá no pé da bananeira

Comeu tanta banana que lhe deu tanta coçeira

A cabeçinha coça coça a cabeçinha

A cabeçinha coça coça a cabeçinha...

A música vai sendo repetida, substituindo­se a

palavra cabecinha por outras partes do corpo, descendo até

o pé (zinho). Nesse jogo, os participantes vão imitando os

macacos da floresta, reproduzindo seus sons, seus

movimentos e até suas brincadeiras (um puxando o rabo do

outro).

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Interdisciplinar

ObjetivoCompreender o que é uma unidade de conservação e identificar as

diferenças entre as unidades de proteção integral e as de uso sustentável.

3355.. EESSTTAAMMOOSS EEMM UUMMAA UUNNIIDDAADDEEDDEE CCOONNSSEERRVVAAÇÇÃÃOO

Ciências e Língua Portuguesa.

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

NoçõesO governo federal brasileiro tem a responsabilidade de

cuidar dos recursos naturais no Brasil. Para isso, ele definiuinstrumentos como o SNUC, que significa Sistema Nacionalde Unidades de Conservação.

Você já ouviu falar em Unidades de Conservação?Existem dois grupos de Unidades de Conservação: as deProteção Integral e as de Uso Sustentável.

Nas Unidades de Proteção Integral só é permitido o usoindireto, ou seja, não se pode retirar os recursos diretamenteda área. Só se aproveita os benefícios no seu entorno. Umexemplo disto é quando ocorrem as piracemas dos peixes.Estes peixes se deslocam e povoam rios do entorno e delocais mais distantes da unidade, beneficiando ascomunidades destes lugares.

As Unidades de Uso Sustentável permitem o usodireto. Nesta categoria, é possível morar, realizarextrativismo vegetal, pesca, agricultura, etc. Dentro dasUnidades de Uso Sustentável existem regras a seremseguidas para a conservação da natureza e da cultura dascomunidades. Essas regras são discutidas no Conselho daUnidade e são escritas no Plano de Manejo.

Possibilidades de Trabalho

Conversa em rodaProteção Integral ou Uso Sustentável?

Inicie esta conversa riscando, no chão, dois círculos, em

que um representa uma Unidade de Proteção Integral e o

outro, uma Unidade de Uso Sustentável. Distribua entre os

estudantes pedaços de papéis com as palavras/expressões:

residências; espécies raras ou em extinção; extrativismo;

pesca; somente pesquisa; somente visitantes; estatuto da

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comunidade; escola; uso tradicional; proibido entrar sem

autorização; conselho com participação da comunidade. Os

estudantes devem definir, a partir do que foi conversado

sobre as unidades de conservação, em qual círculo deve ser

colocada a palavra/expressão que lhe foi sorteada. Dê um

tempo para que conversem entre si e troquem ideias a

respeito do que aprenderam. Depois de todos colocarem

suas palavras nos círculos, questione se concordam com

aquela disposição, se há alguma palavra que não está no

círculo adequado. Se for o caso, faça as alterações

necessárias, sempre retomando os dois conceitos. Para

finalizar, peça que observem as características de cada

unidade e respondam: e a Floresta Nacional, em qual

círculo pertence?

É importante que esta construção fique registrada no

caderno dos estudantes.

EntrevistaExponha, para a turma, o roteiro de uma entrevista,

que deverá ser realizada com uma liderança da comunidadee apresentada na próxima atividade.

a) Como é o nome da nossa Unidade de Conservação?b) É de Proteção Integral ou de Uso Sustentável?c) Tem Plano de Manejo? Quem fez? A Comunidade

participou?d) Tem Conselho? Quem da comunidade nos

representa no Conselho?

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Interdisciplinar

ObjetivoCompreender o que é uma Floresta Nacional.

3366.. EESSTTAAMMOOSS EEMM UUMMAAFFLLOORREESSTTAA NNAACCIIOONNAALL

Ciências e Língua Portuguesa.

Unidade IV: O Ambiente em que Vivemos

Retomando

Retomar o conceito de unidade de conservação e os tipos de uso.

LeituraApresente aos estudantes o poema escrito por Heitor Neto,

morador da FLONA de Tefé. Procure fazer uma cópia para que todos

possam acompanhar a leitura.

Meus amigos me dão licença

Para minha história eu contar,

Nasci em 98

E no mulato fui morar,

Com o intuito de um dia meu pai poder ajudar,

Junto com meus irmãos o ajudasse a trabalhar,

Para que no ano futuro nós pudéssemos melhorar,

Caçar a uma vida melhor saindo daquele lugar,

Eu só tenho 13 anos e já tenho várias coisas a contar.

Depois alguns projetos em nossa comunidade começaram a chegar,

nossa vida de repente começou a melhorar,

em casa de qualidade começamos a morar,

diversas outras coisas que passamos a ganhar,

isso veio meu amigo através da associação,

em parceria com entidade de instituição

melhorou em nossa condições financeiras e na nossa profissão.

Porque ganhamos terçado, enxada e carrinho de mão,

Ganhamos também alimentos

Leite óleo e feijão,

E por cima de tudo temos muita fiscalização

Então melhorou muita a nossa situação

Isso porque moramos em unidade de conservação

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E depois de tudo isso tenho uma coisa a falar

Em minha comunidade quero pra sempre morar,

pois a FLONA é uma unidade que jamais vou abandonar

E ao mesmo tempo volto atrás

E posso até abandonar tudo

Sair de minha comunidade

Se for o caso de estudo

E mesmo se for assim eu ter que sair de lá

Tenha certeza meu amigo que

pra lá eu irei sempre voltar

pois eu amo minha comunidade e sempre vou amar.

Possibilidades de Trabalho

Conversa em rodaDepois da leitura, comente que Heitor Neto é um

jovem morador da FLONA. Nesse poema, o autor fala sobrecomo é viver em uma Floresta Nacional, o que mudou aolongo do tempo e sobre seu amor à comunidade. Pergunteaos alunos: e vocês, como se sentem morando numaFLONA? Os sentimentos são semelhantes ao de Heitor ousão diferentes?

Retome a tarefa que foi dada na última atividade,estimulando os estudantes a apresentarem suas respostas:quem vocês entrevistaram? Por quê? Em que tipo deUnidade de Conservação nós estamos? O que ela permite?Quem faz e participa da gestão?

RegistroInspirados pelo texto de Heitor Neto, motive os

estudantes a construírem um poema, um conto, umacrônica, uma música ou uma paródia sobre como é viver naFLONA. É importante, antes de iniciar o trabalho,esclarecer as diferenças entre estes gêneros textuais,trazendo exemplos para que os estudantes se sintamseguros para definir como querem fazer sua produção. Ostrabalhos poderão ser apresentados através de umapequena mostra, organizada na sala de aula ou em outroespaço da escola, aberta à visitação da comunidade escolar.

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Jovens protagonistas

Pergunte aos estudantes se conhecem um grupo de

jovens da FLONA de Tefé chamado “Jovens Protagonistas”.

Este grupo é formado por jovens que participam de diversos

espaços da gestão da FLONA, empenhados em melhorar a

educação, em relação à infraestrutura, formação de

professores, salários, entre outros. Tendo isto em mente,

organize­os, em duplas, para elaboração de uma carta

destinada aos Jovens Protagonistas, falando sobre como eles

se sentem morando na FLONA e destacando melhorias que

gostariam que ocorressem na comunidade. É importante que

os estudantes argumentem a favor destas melhorias e

expliquem porque elas são importantes.

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UUnniiddaaddee VVNOSSA REGIÃO E OUTROS LUGARES

Cristiano Quaresma de Paula

Cleder Fontana

Maíra Suertegaray Rossato

Da mesma forma que os demais conceitos, região apresenta­se como um

conceito com inúmeras variantes. Na sua etimologia (latim), a palavra indica

extensão e poder sobre uma área e foi compreendida ao longo da história sob

diferentes enfoques: como subdivisão de espaços, como espaços

administrativos limitados e hierarquizados.

Na Geografia, este conceito assume diferentes perspectivas. A Geografia

clássica concebeu região como síntese das relações entre homem e natureza,

cabendo à Geografia estudar as diferenças regionais (sendo ela própria, a

região, o objeto da Geografia), ou regionalizar (delimitar) espaços através da

diferenciação dos fenômenos.

Uma segunda forma de conceber região é entendê­la como um espaço

geográfico delimitado a partir de determinados critérios estabelecidos por quem

regionaliza. Aqui, região passa a ser um meio, ou seja, estabelecemos regiões

para alguma finalidade, em geral para fins de planejamento.

A concepção de região, mais recentemente, adquire significados

múltiplos incluindo a dimensão cultural. Nos últimos anos, pode­se observar a

possibilidade de compreender uma região pela sua construção política.

Podemos analisá­la como uma porção do espaço geográfico, que expressa uma

forma de espacialização do trabalho, por exemplo, a região de pesca. Podendo,

ainda, ser compreendida como espaço de identidade de um determinado grupo

social. Uma região, então, pode ser identificada e analisada considerando

aspectos relativos ao político, ao econômico e ao cultural.

Objetivos desta unidade:

• Compreender a FLONA de Tefé como uma unidade de conservação

(UC), que se encontra juntamente com outras unidades inseridas na região

Norte do Brasil, visando a compreensão das singularidades da FLONA e, ao

mesmo tempo, as semelhanças desta UC em relação aos seus aspectos

naturais, sociais e econômicos, além daqueles relativos ao modo de viver dos

amazônidas (moradores da região amazônica).

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Interdisciplinar

3377.. AA LLOOCCAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA FFLLOONNAA NNAARREEGGIIÃÃOO NNOORRTTEE DDOO BBRRAASSIILL

Artes Visuais.

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

ObjetivoConhecer a localização e as particularidades da FLONA de Tefé­AM

no contexto regional brasileiro.

Questões Norteadoras

a) Quais são e como são delimitadas as regiõesbrasileiras?

b) Quais são as diferenças observadas entre as regiõesbrasileiras no que se refere aos aspectos naturais e aosconstruídos?

c) Quais são as diferentes funções/atividadeseconômicas que cada região apresenta?

d) Em relação ao modo de vida das pessoas, comopodemos perceber as diferenças regionais (músicas/ritmos,alimentos, sotaque/palavras regionais etc.)?

e) O que a FLONA de Tefé­AM tem de igual e dediferente em relação à região norte/amazônica?

f) Qual a importância de delimitar regiões para conheceros lugares?

Possibilidades de Trabalho

Elaboração de mapasA tarefa aqui é elaborar um mapa do Brasil com a

delimitação das regiões brasileiras, definidas pelo IBGE, e alocalização da FLONA de Tefé­AM neste contexto. Você podesolicitar que cada estudante desenhe o seu próprio mapa, oupode entregar um mapa mudo (assim chamamos os mapasque não trazem informações), apenas com o contorno doslimites do Brasil. A partir daí, explique o que são as regiões ecomo foram feitas as divisões regionais brasileiras, solicitandoque as mesmas sejam registradas nos mapas. Peça que osestudantes marquem no mapa a localização da FLONA deTefé­AM. Em qual região brasileira está localizada a FLONA?Mapas iguais a esse podem ser construídos, para, porexemplo, registrar aspectos regionais:

• Diferenças regionais naturais (aspectos climáticos,fauna, flora, relevo etc.).

• Diferenças regionais econômicas (tipos de atividades e

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99

intensidade das mesmas; a presença e importância docampo e das cidades).

• Diferenças regionais culturais (músicas/ritmos,alimentos/comidas; palavras/expressões regionais).

É importante frisar que os mapas devem apresentarlegendas (adequando o uso de cores ou símbolos), título eorientação, conforme já estudado.

Conversa em rodaA partir dos mapas confeccionados, organize os

alunos em grupos, de até 4 indivíduos, para que possamdebater sobre os aspectos observados nas diferentes regiõesdo país. Retome as respectivas localizações eparticularidades regionais, problematizando as principaisquestões propostas para o tema. Elabore outras quesurgirem no processo de realização das atividades. Após aconversa, solicite que cada grupo faça uma produçãoescrita com as conclusões a respeito do tema.

Noções complementaresAs regiões e a escala geográficaA elaboração dos mapas, e a demarcação das

particularidades regionais, podem ser a base para aapresentação do problema da escala geográfica. Assim,nesse momento, é oportuno problematizar e diferenciar oque é o local, o regional e o nacional. Isso pode ser feito emforma de conversa, bem como de forma escrita, semprebuscando frisar que, quando nos aproximamos da escalalocal, aumentamos o nível de detalhamento do que se estáestudando.

.

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100

Interdisciplinar

3388.. QQUUEEMM SSOOMMOOSS:: NNOOSSSSAAPPOOPPUULLAAÇÇÃÃOO

História.

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

ObjetivoConhecer a localização e as particularidades da FLONA de Tefé­AM

no contexto regional brasileiro.

Questões Norteadoras

a) Qual é a origem das pessoas que vivem na FLONA de

Tefé­AM e na região Norte?

b) Quais populações já viveram e quais vivem na região

da FLONA e na região Norte?

c) Que mudanças são possíveis observar na composição

da população (quem eram essas pessoas, seus hábitos, seus

costumes, suas línguas, etc)? Por que tais mudanças

aconteceram? Elas trouxeram melhorias para a vida na região

Norte?

d) Por que, com passar do tempo, alguns povos foram

reduzidos (inclusive diminuindo o seu número efetivo de

pessoas e de áreas que ocupavam), abandonaram/viram seus

costumes, crenças e hábitos serem transformados/perdidos?

Possibilidades de Trabalho

Conversa em rodaAtravés da reconstituição das atividades do capítulo 1,

problematize a origem dos respectivos familiares de cada umdos alunos, questione sobre os povos que já viveram na regiãoda FLONA e na Amazônia. Como era seu modo de viver, quelíngua falavam e que hábitos tinham?

EntrevistaCom o objetivo de conhecer a origem dos atuais

moradores da FLONA, elabore, de maneira coletiva, um roteirode entrevista. Ele deverá ser dirigido, preferencialmente, àspessoas mais idosas das comunidades e deve questionar asorigens dos seus familiares (de onde vieram e quando vieram),seus hábitos e trajetórias de vida até se estabelecerem naFLONA. Todas as questões devem ser devidamente registradasno caderno. A realização da entrevista será indicada comotarefa de casa e retomada para a elaboração da próximaatividade.

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PainelPara a realização desta proposta é necessário que os

estudantes tenham pronta a entrevista solicitada naatividade anterior.

A partir das informações coletadas, juntamente comos alunos, elabore um quadro para organizar asinformações em uma classificação da população da regiãoda FLONA e arredores, por exemplo, população originária(indígena), migrantes dos seringais e população atual.

Para caracterizar tais populações, você pode sugerirtemas como: a rotina diária; ocupação e instrumentosutilizados no trabalho; palavras e línguas faladas;vestimentas; alimentação; suas moradias; suas festas eseus cultos religiosos etc.

Definidos os temas, construa o quadro como oexemplo a seguir.

Rotina

diária

Ocupação

instrumentos

de trabalho

Língua e

palavras

faladas

Vestimentas Alimentação Características

das moradias

Festas e

cultos

religiosos

População

original

(indígena)

Migrantes

seringais

População

atual

Este quadro, quando pronto, mostrará um panoramado modo de viver das respectivas populações, contribuindopara que os estudantes compreendam as suas própriasorigens.

A partir disso, proponha que os alunos, organizadosem grupos, produzam cartazes, ilustrando ascaracterísticas de cada uma dessas populações.

RegistroApós a realização dessas tarefas, considerando as

populações estudadas, questione e solicite que registrem,no caderno, como imaginam que seja a população daFLONA no futuro.

Quadro 4 ­ Caracterização da população da FLONA de Tefé, AM.

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Interdisciplinar

3399.. RREEGGIIÃÃOO NNOORRTTEE:: AA PPOOPPUULLAAÇÇÃÃOO,, SSUUAASSAATTIIVVIIDDAADDEESS EE PPAAIISSAAGGEENNSS

Artes Visuais.

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

ObjetivoIdentificar e compreender a relação entre a população, as atividades

econômicas e a construção das paisagens na região Norte.

Questões Norteadoras

a) Quais são as principais atividades econômicasdesenvolvidas na região Norte?

b) Sobre as cidades grandes na região Norte e aprodução industrial, por que existem essas cidades? O quelevou as pessoas para elas?

c) Qual é a relação entre o crescimento populacional, asatividades econômicas e as paisagens?

d) Sobre a região Norte e as riquezas naturais: quais sãoos recursos de uso comunitário e quais são aquelesexplorados em atividades comerciais, inclusive, empresariais?

e) Pensando nas atividades econômicas desenvolvidasna região Norte, como conservá­las?

Possibilidades de Trabalho

Elaboração de mapa pictóricoMapas pictóricos são mapas que apresentam

pictogramas. Os pictogramas são ícones ou símbolosutilizados, há muito tempo, para representar informaçõesespaciais. A elaboração destes mapas possibilita, aos alunos,construir seu próprio sistema de representação, aotrabalharem, neste caso, com elementos das regiões comoreferência. A confecção dos mapas requer uma organizaçãoprévia, que informaremos a seguir. Antes de iniciar o trabalhopropriamente dito, organize os alunos em grupos de até 4pessoas e distribua para os grupos uma cartolina ou pedaçode papel pardo.

Organização dos temasEm um mapa do Brasil desenhado em um quadro

branco, em papel pardo ou em cartolina, coletivamente,delimite a abrangência da região Norte. Questione e listequais são as atividades econômicas que predominam nessaregião, buscando identificar as suas respectivas distribuições

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no mapa. Tente demarcar, também, áreas comtransformações nas paisagens, como áreas de cidades, dedesmatamento e de produção agrícola.

Concluída esta primeira etapa, defina temas para osmapas pictóricos, a partir do que foi listado e delimitado nopapel. Antes de sortear os temas entre os grupos, faça umabreve explicação sobre o que são os mapas pictóricos, arelação entre o que está sendo representado, a sua forma esua localização. Alguns exemplos de temas são:desmatamento, cidades, atividades econômicas.

Confecção dos mapasDepois de entendido o que é um mapa pictórico, cada

grupo receberá um tema para representar no seu mapa.Nas folhas brancas ou cartolinas já entregues, solicite queos alunos elaborem seus mapas.

Socialização dos mapasAo final do trabalho, solicite que cada grupo

apresente o seu mapa para os demais colegas. Na ocasião,você pode retomar as principais questões do conteúdo,demarcando as transformações na paisagem e adistribuição da população. Questione os alunos se a atualdistribuição destes usos corresponde aos que elesgostariam/esperariam que fossem dados para os recursosnaturais encontrados na Amazônia.

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Interdisciplinar

4400.. AATTIIVVIIDDAADDEESS DDAA RREEGGIIÃÃOO NNOORRTTEE

Matemática.

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

ObjetivoIdentificar as principais atividades realizadas na Região Norte do

Brasil, estabelecendo comparações com a FLONA.

Questões Norteadoras

Inicie esta etapa reconstituindo com os alunos asprincipais atividades realizadas na FLONA de Tefé. Indague seessas atividades também são realizadas em outras localidadesdo Estado do Amazonas e na Região Norte.

Uma possibilidade para estudar as atividades de umaregião é analisar os setores da economia. A importânciaeconômica desses setores é avaliada enquanto ProdutoInterno Bruto (PIB). Este expressa o quanto o setor contribuicom a economia, na geração de riqueza para o país.

Vamos destacar algumas atividades que compõem ossetores da economia na Região Norte.

Possibilidades de Trabalho

Conversa em rodaPergunte aos estudantes:a) Vocês sabem o que são os setores da economia?A partir das respostas, avalie se não é importante fazer

um breve esclarecimento acerca do tema, para que osestudantes possam seguir dialogando com mais segurança.

Explique que a economia de um país pode ser divididaem setores (primário, secundário e terciário), conforme osprodutos, formas de produção e recursos utilizados. O setorprimário está relacionado à utilização de recursos danatureza. Podemos citar como exemplos de atividades

Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário

Agricultura Indústria Transportes

Extrativismo Energia Turismo

Pecuária Comércio

Quadro 5 ­ Setores da economia e respectivas atividades

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econômicas do setor primário: agricultura, mineração,pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça. É o setorprimário que fornece a matéria­prima para a indústria. Asexportações de matérias­primas não geram muita riquezapara os países com economias baseadas neste setor, poisestes não possuem valor agregado como ocorre, porexemplo, com os produtos industrializados.

O setor secundário é aquele que transforma asmatérias­primas em objetos industrializados (roupas,máquinas, automóveis, alimentos, eletrônicos, casas, etc).Como há conhecimentos tecnológicos agregados aosprodutos do setor secundário, o lucro obtido nacomercialização é significativo.

O setor terciário está relacionado ao comércio e àprestação de serviços. Os serviços são trabalhos executadospor pessoas ou por empresas a terceiros, para satisfazerdeterminadas necessidades. Como atividades econômicasdeste setor econômico, podemos citar: educação, saúde,telecomunicações, serviços de informática, seguros,transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação,turismo, serviços bancários e administrativos, transportes,etc.

A partir da explicação, peça que opinem:b) Quais são as diferenças que vocês observam entre

os setores da economia? De qual setor você acha que osmoradores da FLONA dependem mais?

c) Quais atividades do setor primário ocorrem naFLONA? Quais elementos são necessários para a realizaçãodessas atividades?

d) Quais atividades do setor secundário vocês sabemque ocorrem na FLONA ou no entorno?

e) Fale sobre o setor terciário. Para existir o setorterciário, quais outros setores devem estar fortalecidos? Porquê?

RegistroProponha a elaboração de um quadro onde os alunos

possam preencher as atividades de cada setor que integrama produção dos itens da primeira coluna. Observe osexemplos.

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Produtos Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário

Banana da Terra

Hidratante deCastanha

ExtrativismoIndústria deCosméticos

Loja, Revista

Sorvete de Açaí

FrangoCongelado

AviárioInsdústria de

alimentosSupermercado

Viagem de BarcoTefé ­ Manaus

Mandioca

Viagem de AviãoTefé ­ Manaus

Óléo de Copaíba

Quadro 6 ­ Processos de Produção

Farinha deMandioca

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Interdisciplinar

História e Matemática.

RetomandoRelembrar os setores da economia e suas principais atividades.

ObjetivoIdentificar e caracterizar as principais atividades do setor primário

realizadas na Região Norte do Brasil, estabelecendo comparações com aFLONA.

4411.. SSEETTOORR PPRRIIMMÁÁRRIIOO NNAARREEGGIIÃÃOO NNOORRTTEE

Questões Norteadoras

Destacaremos, nesta proposta, as principaisatividades que compõem o primeiro setor da economia naRegião Norte. Contudo, é importante relacionar essasatividades com aqueles que os ribeirinhos realizam naFLONA.

Assim, em um primeiro momento, vamos trabalharem grupos organizados por tipo de atividade: agricultura,extrativismo e pecuária. Na conclusão, cada grupo iráapresentar as ideias discutidas para o resto da turma.

Possibilidades de Trabalho

Conversa em rodaDivida a turma em três grupos. Cada um deles irá ler

um dos textos referentes as atividades econômicas do setorprimário na Região Norte e discutirá as questões a seguir,fazendo registros organizados no caderno, tendo em vista aapresentação das conclusões aos colegas. Se os gruposficarem muito grandes, há o risco de o trabalho não serrealizado de forma adequada. Neste caso, pode haver maisde três grupos com a repetição das atividades econômicas.Esta ação não inviabiliza o trabalho, pelo contrário, umavez que serão mais estudantes refletindo sobre o tema.

Grupo AgriculturaExiste grande diversidade de cultivos agrícolas na região Norte do país.

Alguns cultivos são herança da cultura indígena, como a mandioca. Existem,também, alimentos que antes eram colhidos no extrativismo e que tambémpassaram a ser plantados, como açaí e cupuaçu. Contudo, existem cultivosque foram introduzidos através da colonização, ou seja, trazidos por

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

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migrantes de outras regiões e países.Além da agricultura comercial familiar, as monoculturas vêm

crescendo na região Norte, como exemplifica a soja. Monocultura é o plantiode um único produto, em grande escala, voltado para o mercadointernacional em função de que, geralmente, possui alto valor econômico. Noestado do Tocantins, por exemplo, as características do solo não eramfavoráveis a muitos cultivos, mas a tecnologia permitiu mudar essascaracterísticas do solo, fazendo avançar a monocultura.

Essa grande área, por onde se expande a agricultura empresarial,forma o que se chama de fronteira agrícola. Essas áreas preocupam asociedade porque ela observa o aumento do desmatamento e a redução dabiodiversidade, sentindo os impactos dessa natureza conforme ela étransformada.

A partir da leitura e discussão do texto, respondam:a) Qual é a importância da agricultura na FLONA?b) Vocês sabem a diferença entre agricultura comercial familiar e

agricultura de subsistência? Dê exemplos de produtos que sãocomercializados e de produtos que só são utilizados na alimentação dasfamílias na FLONA.

c) Para as monoculturas são necessárias extensas áreas sem árvores ea utilização de produtos para a correção do solo e proteção contra pragas.Quais são as consequências da chegada das monoculturas para a natureza epara as comunidades?

d) Como diz no texto, a soja é um dos principais produtos dasmonoculturas na região Norte. Mas, nos roçados da FLONA, plantam­semuitos outros produtos. Qual tipo de agricultura tem maior diversidade dealimentos e garante a satisfação das necessidades alimentares nacomunidade onde você mora?

Grupo ExtrativismoDo ponto de vista da contribuição econômica da região Norte para a

economia nacional, o extrativismo já foi a principal atividade do setorprimário, mas vem perdendo essa importância nos últimos anos.

A borracha (látex) já foi um importante produto do extrativismo, nofinal do século XIX e início do século XX, por isso se diz que na regiãoocorreu o Ciclo da Borracha. Isso trouxe muitos migrantes, de outras regiões,para trabalhar nos seringais. Hoje, porém, esse produto não é mais a baseeconômica da região.

Atualmente, a madeira é o principal produto do extrativismo vegetal naregião Norte. É importante destacar que o extrativismo realizado porempresas é diferente daqueles realizados pelas comunidades, nos quaisexistem outras regras de manejo.

O extrativismo animal, por sua vez, é representado pela caça e pelapesca. A Floresta Amazônica é rica em biodiversidade animal, e entre ospeixes mais pescados se destacam o tambaqui, o tucunaré e o pirarucu. O

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excesso da pesca comercial ameaça a permanência de alguns peixes, como opirarucu, que é o maior peixe de água doce do mundo.

O peixe é a principal fonte de proteína na região Norte. Isso quer dizerque a carne do peixe é um importante alimento na região, o que em outrasregiões seriam as carnes de gado, de suíno e de frango. O consumo de peixena região Norte, e, mais precisamente, na Floresta Amazônica, é o maior domundo. Nos anos de 2002­2003, a Pesquisa de Orçamento Familiar,realizada pelo IBGE, mostrou que a aquisição anual de pescado, por pessoana região Norte, era de 25 kg, a maior do país. O estado do Amazonas,consumia, anualmente, 50 kg por pessoa.

Além disso, ocorre um último tipo de extrativismo, o de minerais, comoa prospecção de ouro, diamantes, alumínio, estanho, ferro, etc. O municípiode Coari, por exemplo, vem se tornando um importante produtor de petróleodo país.

A partir da leitura e discussão do texto, respondam:a) Qual é a importância do extrativismo na FLONA?b) Muitas pessoas que hoje vivem na FLONA vieram do Nordeste para

trabalhar nos seringais. Atualmente, a borracha ainda é um importanteproduto do extrativismo? Quais produtos do extrativismo vêm da Floresta?

c) Estamos em uma Floresta Nacional, então, obedecendo adeterminadas regras, pode ser permitido o corte de madeira. O queaconteceria se não houvesse regras ou se estas fossem desrespeitadas? Quaisseriam as consequências disto?

d) Os pescados das comunidades são os mesmos citados no texto daregião Norte? Os conflitos com pescadores comerciais na FLONA foramresolvidos como?

Grupo PecuáriaA abertura de grandes eixos de transporte, como as rodovias que ligam

a região Norte a outras regiões, como Centro­oeste e Sudeste, vemestimulando a instalação de grandes projetos agropecuários, pois facilitou adistribuição desses produtos.

A pecuária intensiva, principalmente de bovinos, ocorre em grandespropriedades. O capital, recurso financeiro que sustenta essa atividade, égeralmente de empresários de outros países que exploram, no Brasil, essapossibilidade econômica.

O avanço da pecuária leva ao desmatamento de grandes áreas defloresta para o cultivo de pastagens. Isso muda toda a dinâmica da natureza,empobrecimento do solo e perda de biodiversidade. Como se pode perceber, éum cenário muito parecido com o da fronteira agrícola. Enfim, um exemplode tal avanço é a criação de búfalos no Estado de Roraima e na Ilha doMarajó, que atualmente é a maior do país.

A partir da leitura e discussão do texto, respondam:a) Qual é o principal fator que dificulta o avanço da pecuária nos

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municípios que compõem a FLONA?b) Quais as características da pecuária intensiva?c) Quais as consequências, que você observou no texto, do avanço da

pecuária intensiva?d) Imagine que um grande projeto de pecuária intensiva será

desenvolvido no entorno da FLONA. Qual é sua opinião sobre isso? Explique.

PainelEstimule que cada grupo faça um painel, com desenhos

e frases, que expresse suas aprendizagens sobre o assuntotrabalhado. Após a construção do painel, cada grupo deveráapresentar, para a turma, o tema estudado. O painel poderáser exposto na sala ou na escola.

RegistroSolicite que os alunos, em casa, leiam os textos que não

foram estudados pelo seu grupo e que respondam asquestões, registrando no caderno.

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Interdisciplinar

História e ciências.

RetomandoRelembrar os setores da economia e suas principais atividades.

ObjetivoIdentificar e caracterizar as principais atividades do setor secundário

e terciário na Região Norte do Brasil, estabelecendo comparações com aFLONA.

4422.. OO SSEETTOORR SSEECCUUNNDDÁÁRRIIOO EETTEERRCCIIÁÁRRIIOO NNAA RREEGGIIÃÃOO NNOORRTTEE

Leitura

Como já conversamos anteriormente, as principais atividades do setorsecundário, na Região Norte, estão relacionadas às indústrias e à geração deenergia.

IndústriasAs principais indústrias da região Norte estão voltadas para o

beneficiamento dos produtos do extrativismo e da agricultura.A maior expressão industrial da região é a Zona Franca de Manaus.

Nela estão cerca de 500 indústrias, que foram instaladas graças a incentivosdo governo, como isenção de impostos.

EnergiaApesar da maior parte dos rios da região Norte estar em planícies,

alguns são utilizados para a geração de energia hidroelétrica, através degrandes empreendimentos que visam atender as demandas de centrosurbanos e industriais. Sua instalação e funcionamento gera enorme debate,devido os impactos ambientais e sociais que provocam, pois atingem espéciesanimais e vegetais importantes para a biodiversidade e afetam os modos deviver dos povos tradicionais da floresta, como indígenas, ribeirinhos, e etc.

No setor terciário, destacam­se atividades de transporte, turismo ecomércio.

TransporteOs rios são os principais meios de transporte na região Norte,

principalmente na Amazônia central. A vasta rede hidrográfica favorece o usodos corpos de água para o transporte hidroviário, de pessoas e de produtos.

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

Faça cópia do texto a seguir e entregue aos estudantes,solicitando a leitura.

Setores Secundários e Terciários na Região Norte doBrasil

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Outra característica da região Norte é a presença de aeroportos nascidades maiores. Sendo uma região tão extensa, com imensos estados comoPará e Amazonas, o transporte aéreo é uma alternativa para quem precisadeslocar­se mais rapidamente.

As rodovias na região Norte, diferentemente de outras regiões doBrasil, não são tão expressivas. Já as ferrovias são um importante meio detransporte de minerais.

TurismoA Floresta Amazônica, sendo a maior floresta tropical do mundo, e rica

em biodiversidade, atrai turistas brasileiros e do exterior interessados emsuas belezas naturais. Assim, são cada vez maiores as opções de ecoturismo,ou seja, de atividades turísticas que proporcionam uma maior aproximaçãocom a natureza, como passeios de barco, hotéis em unidades de conservação,etc.

Também é grande o interesse dos turistas na cultura dos povos dafloresta, sobretudo dos indígenas. Soma­se, a isso, o interesse pela culturapopular dos moradores da região, que se expressa em diversas festas quedestacam a cultura local.

ComércioAs atividades comerciais, como em todo Brasil, também, estão

presentes na Região Norte. Nas maiores cidades existe um elevado número delojas, de diversos tipos, e supermercados. Além do comércio local, existemlojas de grandes redes nacionais e estrangeiras.

Entretanto, permanece, na região, a cultura do mercado popular. Esteintegra comerciantes locais que vendem alimentos extraídos da floresta oucultivados nos roçados e artesanatos.

Possibilidades de Trabalho

Jogo: Caça­palavrasSobre o setor secundário e terciário, levando em conta

os textos acima, proponha uma atividade com caça palavras,jogo em que o estudante deve encontrar palavras que estãoescondidas no meio de várias letras. Os caça­palavras podemter dificuldades diferentes, já que dependem do tamanho daquadrícula, da disposição das palavras (horizontal, vertical ediagonal) e da possibilidade de existir palavras escritas de tráspara frente.

Ao construí­lo espalhe palavras significativas paracompreensão dos setores secundário e terciário. Distribua

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Conversa em rodaColetivamente, peça que os estudantes se

posicionem, avaliando quais seriam os pontos positivos enegativos da instalação de empreendimentos, como oslistados no quadro seguinte, na FLONA ou em seu entorno.Este quadro pode ser construído na lousa ou em papel paracompor um painel.

para os alunos a folha com o jogo e informe a primeirapalavra a ser encontrada. Quem encontrar a palavraprimeiro, comunica aos colegas, que devem, nessemomento, virar a folha e parar a busca. O estudante queencontrou a palavra recebe um determinado número depontos e escolhe um dos colegas para falar sobre a palavraencontrada, reconstituindo aprendizagens. Os colegasavaliarão se a fala do escolhido está de acordo com o que foitrabalhado e, em caso positivo, ele também receberápontos. Levando em conta as palavras dispostas no jogo,repita a dinâmica pelo número de vezes que entendernecessário.

Atividade Pontos Positivos Pontos Negativos

Indústria

Energia

Transporte

Turismo

Comércio

Quadro 7 ­ Pontos positivos e negativos dos empreendimentos

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Interdisciplinar

4433.. AASS UUNNIIDDAADDEESS DDEE CCOONNSSEERRVVAAÇÇÃÃOONNAA RREEGGIIÃÃOO NNOORRTTEE

Língua Portuguesa, Artes Visuais e Ciências.

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

Objetivoscompreender a região amazônica como área de interesse ambiental

e de instalação de unidades de conservação.

Noções

Na região Norte encontra­se a maior parte da FlorestaAmazônica brasileira. A região natural onde ela se encontra éecologicamente chamada de Bioma. Para conservar a Floresta,o governo, que é responsável pelos recursos da natureza,criou, através de leis, diversas unidades de conservação naregião. Lembra­se de quando estudamos as unidades deconservação?

Nas unidades de proteção integral não é permitida apresença de comunidades. Busca­se preservar abiodiversidade da fauna e da flora. Contudo, dascomunidades tradicionais indígenas e não indígenas jáestudadas, no Brasil, 60% vivem no bioma amazônico.

Por isso, existem as que permitem a presença decomunidades. Essas são chamadas de unidades de usosustentável.

Além destas, existem as Terras Indígenas. Esse é umdireito adquirido com a elaboração da Constituição Brasileira.Por isso, as terras indígenas podem estar sob unidades deproteção integral, já que nenhuma lei é maior do que aConstituição.

Possibilidades de Trabalho

Interpretação de mapasDistribua cópia dos mapas (Figuras 22 e 23) aos alunos

e solicite a análise dos mesmos. Depois de observarematentamente a eles, peça que respondam as questões que vemna sequência.

Interdisciplinar

ObjetivoCompreender a região norte como área de interesse ambiental e de

instalação de unidades de conservação.

Noções

Possibilidades de Trabalho

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Mapa 1

Figura 22 ­ Mapa das Unidades de Conservação da região Norte.

a) A área da FLONA de Tefé é definida como unidadede proteção integral ou de uso sustentável? O que issosignifica?

b) Qual tipo de unidade de conservação aparece maisna Região Norte? Por que você acredita que isso aconteça?

c) A área tracejada indica a presença de TerraIndígena. Geralmente essas terras estão em que tipo deunidade? Qual e por quê?

Figura 23 ­ Mapa das Unidades de Conservação vizinhas à FLONA de Tefé.

Mapa 2

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a) Próximo da FLONA de Tefé, há que tipo de unidadede conservação: proteção integral ou uso sustentável?

b) Você já ouviu falar nessas unidades de conservaçãovizinhas? Quais são as Reservas de DesenvolvimentoSustentável (RDS) e Reservas Extrativistas (RESEX)?

c) Observe o mapa e indique o que as Reservas deDesenvolvimento Sustentável (RDS), as Reservas Extrativistas(RESEX) e as Florestas Nacionais (FLONAS) têm em comum?

FotonovelaA proposta escolhida, com o objetivo de construir uma

síntese das aprendizagens construídas anteriormente, será acriação de uma fotonovela. Fotonovelas são novelas emquadrinhos, que utilizam, no lugar de desenhos, fotografias,de forma a contar, sequencialmente, uma história. Afotonovela apresenta uma narrativa que utiliza em conjunto afotografia e o texto verbal (Figura 24). Como nas histórias emquadrinhos, cada quadro da sequência corresponde a umacena da história, neste caso, uma fotografia com a mensagemtextual.

Figura 24 ­ Exemplo de uma fotonovela criada por alunos.Fonte:http://criticartes.blogspot.com.br/. Acesso em 10 de março de 2016.

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Para desenvolver esta proposta, organize os alunosem grupos de até 4 estudantes. Explique qual será oproduto da atividade, indicando quais são as principaiscaracterísticas de uma fotonovela. Solicite que criem eregistrem, nos seus cadernos, uma narrativa – não esqueçado título – a partir do tema trabalhado nesta atividade: aregião amazônica como área de interesse ambiental e asunidades de conservação. Depois de criada a história, quefuncionará como roteiro, solicite que, numa folha branca,façam um storyboard, isto é, um guia visual (sequência dedesenhos) narrando as principais cenas do que serácontado. Os storyboards são desenhos rápidos e compoucos detalhes, que tem como objetivo transpor as cenasdo roteiro para quadros.

A partir daí os alunos terão de montar as cenasregistradas no storyboard e fotografá­las. Depois de todosos grupos terem feito suas fotos, imprima­as e entregue aosgrupos para que possam montar a fotonovela. Ressaltamosque, nesta etapa, as fotografias ainda não estarão com osdiálogos, então, os alunos poderão fazer os balões com ostextos e colar sobre a foto. Distribua um pedaço de papelpardo ou de cartolina para que os alunos montem suafotonovela. A montagem também pode ser feita na forma depequenos livretos, se for de interesse dos alunos. Se osestudantes tiverem acesso a computadores, é possível fazera colocação dos balões de diálogo e montar a sequência dascenas em programas de edição de texto.

Depois de prontas, as fotonovelas, proponha que osgrupos apresentem para turma, ou que façam circular asproduções entre eles, para que possam ler e comentar. Se aturma quiser, estes trabalhos podem ficar expostos na salade aula ou mesmo em outro espaço da escola.

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118

Interdisciplinar

4444.. AASS FFLLOORREESSTTAASS NNAACCIIOONNAAIISS

Ciências, Artes Visuais e Língua Portuguesa.

Unidade V: Nossa Região e outros Lugares

ObjetivoConhecer a distribuição das Florestas Nacionais no Brasil e na

Região Norte. Estudar o zoneamento e os respectivos usos possíveis naFLONA de Tefé, AM.

Noções

No Brasil, existem diversas Florestas Nacionais(FLONAS) e a maioria delas está localizada na Região Norte.De maneira geral, as FLONAS devem servir para promover ummanejo múltiplo e sustentável dos recursos florestais. Paratal, são desenvolvidas técnicas de produção que promovamesses usos, focando especialmente nos produtos doextrativismo.

Estimula­se, junto a isso, a existência, dentro da áreada FLONA, de pesquisas científicas, de ações de educaçãoambiental e de atividades de lazer. O manejo deve, também,contribuir para recuperar áreas degradadas – como regiõesdesmatadas ou rios poluídos ­ e para preservar a diversidadede animais e plantas.

Todas as informações da FLONA, e as regras de uso,constam em um documento chamado Plano de Manejo. Umadas informações principais é sobre o zoneamento, que definemodalidades de uso.

Possibilidades de Trabalho

Interpretação de mapasPara que os estudantes possam fazer a análise dos

mapas (Figuras 25 e 26), entregue cópias destes materiais aeles, solicitando que observem com atenção e respondam asperguntas que vêm a seguir.

Retomando

Relembrar no mapa de localização das Unidades de Conservação.

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Mapa 1

Figura 25 ­ Mapa da Distribuição das Florestas Nacionais do Brasil.

a) Qual é a Região brasileira onde tem mais FlorestasNacionais Federais? Qual é aquela que tem menos?

b) Lembram quando estudamos as atividadeseconômicas e vimos que a madeira é o principal produto doextrativismo vegetal na Região Norte? Você acha que issotem relação com a maior presença de FLONAS na região?Por quê?

c) Através de qual documento é possível controlar ocorte de árvores nas FLONAS, para evitar o excesso dedesmatamento?

No Plano de Manejo da FLONA de Tefé, há ozoneamento da unidade. O mapa 2 (Figura 26) apresenta aFLONA dividida em zonas, onde existem diferentes regrasde uso.

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Figura 26 ­ Zoneamento da FLONA de Tefé

Mapa 2

FanzineCom o objetivo de identificar e caracterizar os diferentes

espaços dentro da FLONA de Tefé (Zona Populacional, Zona deUso Florestal Comunitário, Zona de Preservação e Zona deAmortecimento), propomos a elaboração de fanzines junto aosestudantes.

A palavra fanzine vem da contração da expressão eminglês fanatic magazine, que significa revista de fãs. Sãopublicações feitas por pessoas que gostam de determinadostemas. Desta forma, existem fanzines sobre temas diversos:

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ficção­científica, música, literatura, culinária, entre outros.Estes temas, dentro do fanzine, podem ser abordados dediferentes maneiras, como contos, poesias e quadrinhos,por exemplo (Figura 27).

Figura 27 ­ Exemplo de um fanzine artesanal: capa e página interna.

Fonte: http://cristinabottallo.art.br/ Acesso em 11 de março de 2016.

Existem diferentes formas de fazer um fanzine. Nossaproposta, aqui, é confecciona­los artesanalmente. Para isso,os estudantes podem ser agrupados em duplas ou trios.Inicie explicando o que é um fanzine e questionando sobrecomo a turma poderia criar fanzines para explicar, de formamais divertida e diferente, as diferentes zonas dentro daFLONA de Tefé. Este é um tema importante para osribeirinhos, então, é essencial trazer o debate para sala deaula, para incentivar os estudantes a desenvolvereminstrumentos de informação comunitária, neste caso, osfanzines.

Com as duplas e trios formados, distribua folhasbrancas, canetas coloridas, revistas para recorte, colas etesouras para a confecção do material. Combinepreviamente quais serão os materiais utilizados e peça queos estudantes que tragam de casa. Circule nos grupos,pergunte sobre suas ideias, complemente se acharnecessário. O formato do fanzine fica a critério do grupo,

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podendo­se utilizar a quantidade de folhas que preferir, atémesmo uma folha dobrada ao meio em forma de folheto.Chame a atenção que, assim como em jornais e revistas, nãopode faltar no fanzine o expediente, isto é, um espaço com osdados da publicação e os nomes dos integrantes do grupo:autores dos textos, entrevistadores, ilustradores, cartunistas eprofessor orientador. Os textos podem ser ilustrados porcartuns, desenhos, quadrinhos, fotos ou bricolagens. Éimportante, como este será um material que circulará entre oscomunitários, que seja feita uma revisão do texto escritoquanto aos aspectos ortográficos.

Depois de prontos, faça algumas fotocópias dos fanzinesproduzidos para que os alunos possam distribuir nacomunidade. É possível organizar, com a turma, um momentopara fazer o lançamento dos fanzines. Para isso, é necessárioorganizar previamente este lançamento, definindo data e localpara realizar o evento, bem como fazer a divulgação entre oscomunitários.

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UUnniiddaaddee VVIIVIVEMOS EM UM TERRITÓRIO

Dirce Maria Antunes Suertegaray

Maíra Suertegaray Rossato

Cristiano Quaresma de Paula

Quando analisamos o espaço geográfico, a partir do conceito de

território, privilegia­se o político, a dominação ou a apropriação.

Historicamente, o território, na Geografia, tem sido definido e delimitado

pelas relações de poder. No passado da Geografia, Ratzel (1899), ao tratar do

território, vincula­o ao solo, enquanto espaço ocupado por uma determinada

sociedade. Nesta concepção, o território enquanto estado­nação é o exemplo

mais comum.

Observa­se que, historicamente, o conceito de território associa­se à

ideia de um espaço definido por seus limites, seus recursos naturais e sua

população socialmente organizada.

Contemporaneamente, fala­se em complexidades territoriais,

entendendo­o como campo de forças ou teias (redes) de relações sociais.

Segundo Souza (1995), territórios são relações sociais projetadas no espaço.

Por consequência, estes espaços concretos formam­se e/ou dissolvem­se de

modo muito rápido, podendo ter existência regular, porém periódica,

permanecendo o mesmo substrato material em diferentes ações territoriais.

Em breves considerações, o que queremos frisar é a ótica analítica do

conceito de território. Este norteou, na Geografia, perspectivas analíticas

vinculadas à ideia de poder sobre um espaço e seus recursos, o poder na

escala do Estado­nação. Entretanto, hoje podemos pensar territórios em

outras escalas, como espaços apropriados por diferentes grupos sociais.

Mais recentemente, este conceito indica possibilidades analíticas que

expõem apropriações do espaço. Esta flexibilização do conceito permite tratar

de territorialidades como coexistência de grupos, por vezes num mesmo

espaço físico em tempos diferentes. Trata­se de uma dimensão do espaço

geográfico que desvincula as relações sociais da relação direta com a

dimensão natural do espaço, extraindo, deste conceito, a necessidade de

domínio ­também dos recursos naturais­, como se indica a concepção

clássica de território. A natureza, enquanto recurso associado à ideia de

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território, já não é mais a abordagem predominante.

Estas novas territorialidades apresentam­se como voláteis e

constituem parte do tecido social, expressam uma realidade, mas não

substituem, em nosso entender, a dominação política de territórios em

escalas mais amplas. Devendo essas, quando explicadas e não somente

descritas, serem inseridas em espaços e escalas de maior abrangência.

Podemos, ainda, conceber o território quando analisamos espaços cuja

apropriação se fez através da ocupação e organização comunitária. Esta

forma de entendimento do território está vinculada as chamadas populações

originárias e tradicionais, ou seja, as populações que habitam historicamente

um espaço e que, a partir de suas formas de organizar a produção de

alimentos e da vida, constituem um modo particular de viver. No Brasil,

temos muitos exemplos deste tipo de território. O dos ribeirinhos é, entre

outros, um exemplo de territorialidade.

Objetivos desta unidade:

• Construir as noções de território e territorialidade, a partir do

entendimento das características organizativas de cada um desses conceitos.

• Caracterizar o Brasil como um território considerando sua extensão,

limites e sua organização em relação ao poder, expresso nas atribuições do

poder executivo, legislativo e judiciário.

• Entender o território de pesca dos ribeirinhos a partir do conceito de

territorialidade.

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125

Interdisciplinar

Educação Física.

ObjetivoConstruir noções (limite, regras, estratégias) para entendimento do

conceito de território e de territorialidades.

4455.. TTEERRRRIITTÓÓRRIIOOSS EE TTEERRRRIITTOORRIIAALLIIDDAADDEESS::CCOONNSSTTRRUUIINNDDOO OO CCOONNCCEEIITTOO

Questões Norteadoras

a) O que você considera como limite da sua escola?b) Todas as pessoas podem entrar nos limites da

escola a qualquer momento?c) Existem regras na escola? Dê exemplos de algumas

delas.d) Para que servem estas regras?e) Por que devemos seguir determinadas regras?

Possibilidades de Trabalho

Jogos corporaisDesenvolva a parte inicial desta proposta no pátio ou

em área externa da escola. Apresente, aos estudantes, umpequeno circuito dos dois jogos (Jogo 1 e Jogo 2) e depoisquestione­os, a partir dos elementos que permeiam oconceito de território e de territorialidades. Explique oobjetivo dos jogos dentro da proposta, explicite o que devemobservar enquanto jogam e procure organizar a participaçãode todos.

Unidade VI: Vivemos em um Território

Jogo 1: O TerritórioEste privilegia o contato físico entre os estudantes, que serão

organizados em equipes. As funções de ataque e defesa são solicitadassimultaneamente, por isso, é preciso diversificar as ações que desequilibramcomo: puxar, carregar, empurrar, virar, esquivar, desviar e resistir.

Primeiramente, delimite um território (quadrado ou círculo) com umgrupo de defensores do lado de dentro, e outro grupo, do lado de fora, quetentará entrar. Nos grupos, os defensores se organizam livremente, pensandona melhor estratégia para impedir a conquista de seu território. Aqui, oimportante é se deslocar de maneira eficaz, impedir a invasão do adversário,ser atento e ágil para surpreender o outro. Várias rodadas podem ser feitas,trocando as ações entre os grupos, que atuarão ora na defesa, ora no ataque.

O conceito de território, trabalhado no jogo, é o clássico, em que oespaço é fisicamente apropriado e ocupado por um grupo de pessoas, emvirtude da necessidade de posse de recursos naturais para a conquista de

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sobrevivência. Quando há disputa do espaço físico com outro grupo, a defesaterritorial é exercida diretamente pelos membros da coletividade.

Jogo 2: De quem é a floresta?Para desenvolver o jogo, escolha ou sorteie um estudante para ser a

onça e os demais serão as queixadas. As queixadas demarcarão dois espaçospara serem seus territórios protegidos, locais onde a onça não as alcançará.A onça também terá de definir seu espaço de descanso. Ambos, paraencontrarem comida, precisam percorrer a floresta. Para esta atividade, umaparelho de som, com dois tipos de canções, pode ser utilizado: uma bemsuave e calma e outra acelerada e agitada.

Um fundo sonoro calmo, com as queixadas caminhando, marca o iníciodo jogo. Elas espalham­se pela floresta, procurando tranquilamente suacomida. A onça está descansando neste momento. De repente, o som muda ea agitação toma conta. Este é o sinal para as queixadas rapidamenteretornarem ao seu espaço protegido, pois a onça saiu para se alimentar e asqueixadas são sua presa. As queixadas capturadas são levadas, pela onça, aoseu espaço de descanso, mas somente quando o som mudar. Essasqueixadas tornam­se onças, e sairão à caça na próxima rodada. As rodadasse sucedem até que não sobrem mais queixadas.

Embora simples, o jogo auxilia a construir a ideia de que diferentesterritorialidades podem ocupar um mesmo espaço, em momentos distintos.Este conceito é mais atual, e não está ligado necessariamente à ocupaçãofísica permanente do espaço, como no conceito clássico, construídoanteriormente. A floresta é ocupada pelos dois grupos em momentosdiferentes, para que queixadas e onças possam, dali, retirar seu alimento.Cada grupo tem seu espaço onde o outro não avança, mas compartilhamespaços comuns, podendo disputá­los, em caso de enfrentamento. Nestasituação, quem é mais forte (onça), apropria­se do espaço, fazendo dele suaterritorialidade. É importante destacar que as queixadas, embora maisfracas, estão em maior número e podem ter diferentes estratégias desobrevivência.

Conversa em rodaDepois de terminado o jogo, organize­os em roda, no

pátio, ou retorne para a sala de aula, para conversar sobre aatividade. Questione­os sobre as impressões a respeito dosobjetivos e das estratégias utilizadas. As questõesapresentadas poderão ser registradas na lousa. Pergunte:

Sobre o jogo "O Território":a) Qual é o objetivo do jogo?b) Quem são os "donos" do espaço disputado?c) Que motivos poderiam levar grupos de pessoas a

disputarem espaços comuns?

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127

d) Qual seria a sua estratégia de defesa do território?Por quê?

e) Qual seria a sua estratégia para invadir e ocupar oterritório? Por quê?

Sobre o jogo "De quem é a Floresta, afinal?"a) Qual é o objetivo do jogo?b) Qual seria a sua estratégia para se alimentar se

fosse uma queixada? Por quê?c) Qual seria a sua estratégia para se alimentar se

fosse uma onça? Por quê?d) Qual é o espaço comum ocupado por queixadas e

onças?e) Todo o espaço é ocupado por eles ao mesmo

tempo?f) Como acontece a ocupação?g) Os dois grupos ocupam o espaço da floresta em

igualdade de condições? Por quê?h) Dê exemplos de outros jogos que abordam disputa

ou ocupação de territórios. Descreva como se joga.O registro posterior, das conclusões, poderá servir

como instrumento de avaliação, pois mostrará asreconstituições feitas pelos estudantes, as relaçõesestabelecidas e as antecipações para elaborar asestratégias. Ao trazer outros exemplos de jogos, osestudantes estarão fazendo comparações e generalizações,indicando a construção, ou não, dos conceitos trabalhados.

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Interdisciplinar

4466.. AA OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃOO DDOO TTEERRRRIITTÓÓRRIIOOBBRRAASSIILLEEIIRROO

Artes Visuais.

Unidade VI: Vivemos em um Território

ObjetivoCompreender que o lugar onde moramos está inserido no território

nacional e participa de diferentes espaços organizacionais entre eles oregional, estadual e o municipal.

Noções

De maneira simples, podemos dizer que, quandofalamos de território, estamos nos referindo a uma parcela dasuperfície terrestre, que dizemos nosso solo. Portanto,território é o espaço que tem recursos naturais a seremutilizados, que é ocupado por uma determinada sociedade,que é delimitado e organizado a partir de leis e normas,elaboradas e controladas pelo poder político. Além disso, comoo território tem uma extensão, ele tem limites que sãocontrolados pelo poder central, ou seja, o poder do Estadonacional. Por isso, dizemos que o Brasil é um territórionacional, uma nação ou um Estado­Nação. O territóriobrasileiro, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), está dividido em 5 regiões geográficas:Norte, Nordeste, Centro­Oeste, Sudeste e Sul. Cada regiãoagrupa estados ou unidades da federação, que estão divididosem municípios.

A Floresta Nacional de Tefé está situada na RegiãoNorte do Brasil, no estado no Amazonas (AM). Para entender aorganização política dos estados, tomemos como exemplo oestado onde moramos, o Amazonas. Este, como os demaisestados, está organizado em três poderes: o poder executivo ­que governa ­ na pessoa do governante e de sua equipe; opoder legislativo ­ que cria e fiscaliza as leis ­ desempenhadopelos deputados estaduais; e o poder judiciário – que julga ocumprimento das leis. Os municípios se organizam daseguinte forma: o poder executivo, desempenhado peloprefeito e sua equipe; o poder legislativo, exercido pelosvereadores; e o poder judiciário, representado pelos juízes. Osrepresentantes do poder executivo e legislativo são escolhidospelo povo, através dos votos, em um processo democrático. Osdo judiciário, por concurso público.

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Possibilidades de Trabalho

Atividades com mapasPara que os estudantes possam desenvolver a proposta

a seguir, entregue cópias dos mapas (Figura 28 e 29),solicitando que realizem, com atenção, o que é pedido.

Figura 28 ­ Mapa com a delimitação das regiões e dos estados brasileiros.

O mapa acima representa o território brasileiro. Eleestá dividido em estados e regiões, e é chamado mapamudo, pois não traz outras informações além doscontornos. Solicite que, organizados em duplas, osestudantes:

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130

a) Pintem os estados que correspondem à Região Norte.Para saber quais são os estados que fazem parte, estimule osestudantes a pesquisarem essas informações em livros deGeografia.

b) Localizem a FLONA de Tefé, no estado do Amazonas.c) Destaquem os estados em que nasceram seus pais e

avós. Estas informações podem ser buscadas nas atividadesrealizadas no primeiro capítulo deste livro.

d) Criem uma legenda para identificar: o territóriobrasileiro, a região Norte, o estado do Amazonas, ondenasceram seus pais.

e) Deem um título para o mapa elaborado.

Figura 29 ­ Mapa dos municípios que compõem a FLONA.

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131

Este mapa apresenta os cinco municípios quecompõem a FLONA de Tefé: Tefé, Coari, Alvarães, Uarini eJuruá. Em qual município nós moramos? Peça que osestudantes identifiquem o município no mapa.

RegistroRegistre, no quadro, algumas perguntas e solicite que

as façam como tarefa de casa. Para desenvolve­la, poderãoperguntar aos seus pais ou pesquisar em jornais.

a) Qual o nome do governador do estado? Há algumdeputado estadual que é da nossa região?

b) Qual o nome do prefeito do nosso município?Conhece algum vereador? Qual é o seu nome?

c) Complete o quadro indicando o nome doresponsável atual pelos serviços públicos que utilizamos.

Estado Município

Escola

Posto de Saúde

Polícia

Quadro 8 ­ Serviços e responsabilidades

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Interdisciplinar

4477.. OO TTEERRRRIITTÓÓRRIIOO BBRRAASSIILLEEIIRROO SSUUAALLOOCCAALLIIZZAAÇÇÃÃOO EE SSEEUUSS LLIIMMIITTEESS

História.

Unidade VI: Vivemos em um Território

ObjetivoLocalizar, caracterizar e estabelecer os limites do território brasileiro

na América do Sul.

Questões Norteadoras

Nosso assunto, agora, é caracterizar o territóriobrasileiro, considerando sua localização na América do Sul,seus limites e sua extensão.

Para iniciar as atividades, solicite que os estudantes seorganizem, em pequenos grupos, e pensem sobre algumascaracterísticas que explicam porque o Brasil é um território.Questione e registre as respostas na lousa. Retome os jogoscorporais, realizados em outra atividade, para reconstituir oconceito de território. Compare, juntamente com os alunos, asrespostas dadas pelos grupos com o conceito de territórioconstruído e verifique quais as semelhanças e diferençasobservadas.

O Brasil é um país de dimensões continentais, ou seja,possui uma extensa área territorial, a quinta maior entre ospaíses do mundo, ficando atrás da Rússia, Canadá, EstadosUnidos e China. Localizado na América do Sul, a compõe comoutros 12 países. A América do Sul é um subcontinente quecompreende a porção meridional da América. Sua extensão éde 17.819.100 km², abrangendo 12% da superfície terrestre e6% da população mundial. O nosso país ocupa quase metadeda área territorial da América do Sul (cerca de 48% doterritório).

Possibilidades de Trabalho

Atividades com mapasPara construir a noção de um território brasileiro,

precisamos contextualizá­lo no continente americano.

Apresente o mapa da América do Sul (Figura 30) e questione

se os estudantes conhecem o nome (ou informações) de outros

países que, junto com o nosso, formam este grupo que se

situa ao sul da América. Indique, no mapa, os nomes que

forem surgindo, de modo a completar as informações básicas:

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a) Nome de países;

b) Oceanos que banham o continente.

Peça que pintem o território brasileiro no mapa.

Chame a atenção para as dimensões do Brasil,

proporcionalmente aos outros países e em relação ao

espaço que ocupa no território americano.

Solicite, aos estudantes, que tracem uma linha

pontilhada entre o Brasil e os países vizinhos. Essa linha é

denominada de limite. Observe que, dos 12 países sul

americanos, nosso país não é vizinho, ou seja, não faz

limite, somente com o Equador e com o Chile.

Figura 30 ­ Mapa da América do Sul.

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134

Assim como os estados e municípios, um país tem seu

poder instituído pelo voto. O poder executivo nacional, ou

seja, aquele que governa o Brasil, é desempenhado pelo (a)

presidente da república. O poder legislativo, aquele que cria as

leis, é composto por deputados federais e senadores.

Solicite aos estudantes que pesquisem:

a) Quem é o (a) presidente do Brasil?

b) Você já ouviu falar em algum deputado federal ou

senador da nossa região?

Solicite que os estudantes escrevam uma carta, ao

presidente do Brasil, contando onde você mora, descrevendo

características desse lugar, como vivem os ribeirinhos e quais

são as principais necessidades que desejariam que fossem

reconhecidas, e atendidas, pelo governo brasileiro.

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Interdisciplinar

Língua Portuguesa.

ObjetivoIdentificar e caracterizar a FLONA de Tefé como uma unidade de

conservação constituída pelo governo brasileiro com objetivo deconservação da natureza.

4488.. AA FFLLOONNAA DDEE TTEEFFÉÉ ÉÉ UUMM TTEERRRRIITTÓÓRRIIOO??

Noções

Quando estudamos o local onde moramos,percebemos que desde algum tempo esse local passou a sedenominar FLONA de Tefé. Na continuidade, aprendemosque esse local é também o lugar onde moramos, ondeestabelecemos nossos vínculos de trabalho, de convivênciae afetivos. Gostamos de morar aqui, muitos de nósnasceram aqui, nossos pais vivem e trabalham na FLONA enossos avós, embora possam ter vindo de outros lugares,adaptaram­se, criando um modo de viver na floresta.

A FLONA de Tefé é uma Unidade de Conservaçãocriada pelo governo brasileiro. O território brasileiro tem umconjunto de UCs que foram instituídas, em diferentesgovernos, para conservar a natureza e seus recursos.

As unidades de conservação possuem um conjuntode regras. Como as unidades de conservação estãodelimitadas, quem está no seu interior deve respeitar essasregras. A FLONA de Tefé é uma unidade de conservaçãofederal e, portanto, está sob responsabilidade do Estado,através do Ministério do Meio Ambiente. Contudo, nessesterritórios, onde estão comunidades tradicionais, o governocompartilha o poder com elas. Assim, participam da gestãoatravés do conselho e por meio da criação de normas, comoos planos de manejo. Sob esta perspectiva, a FLONA de Tefépode ser considerada um território.

Unidade VI: Vivemos em um Território

Possibilidades de Trabalho

EntrevistaConvide um líder da comunidade para que os

estudantes possam entrevistá­lo. Organize previamente esta

visita, fazendo o convite com antecedência e compondo, de

forma coletiva, o roteiro da entrevista. A seguir estão

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136

listadas algumas sugestões que podem orientar o roteiro.

a) Você, que vive na FLONA, poderia citar algumas

normas ou sugestões de uso que resultaram da criação da

FLONA?

b) Quem criou essas normas?

c) Por que foram criadas?

d) Como funciona a gestão da FLONA? Qual o papel do

Conselho?

e) O Plano de Manejo é o documento que delimita e

expõe as regras de uso do território da FLONA. Como ele foi

construído?

f) Quais as principais regras do Plano de Manejo da

FLONA de Tefé?

RegistroRetome as respostas das entrevistas e convide os

estudantes a fazerem uma síntese das respostas, através defrases, desenhos, colagens, etc. Esta produção poderá ser feitaem grupos de até 4 alunos.

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137

Interdisciplinar

Artes Visuais.

ObjetivoConstruir a noção de território e de territorialidade dos comunitários

a partir do exemplo dos acordos de pesca.

4499.. TTEERRRRIITTÓÓRRIIOOSS EE TTEERRRRIITTOORRIIAALLIIDDAADDEESSDDOOSS CCOOMMUUNNIITTÁÁRRIIOOSS

Questões Norteadoras

Para construir a ideia de territorialidades devemos

ter em mente que, significa compreendemos a existência de

diferentes grupos de pessoas ocupando um mesmo espaço,

geralmente em momentos distintos. Este conceito é mais

atual e não está ligado necessariamente à ocupação física

permanente do espaço, como no conceito clássico,

construído anteriormente. Quando existe o reconhecimento,

pelos comunitários, de exclusividade de determinada área

para um grupo, estabeleceu­se um território.

Vamos refletir sobre a territorialidade da pesca, uma

atividade fundamental entre os ribeirinhos:

a) Qual é o principal recurso natural para que ocorra

pesca?

b) Existem limites de áreas de pesca?

c) Na FLONA de Tefé, pode­se pescar?

d) Na FLONA de Tefé, qualquer pessoa pode pescar?

e) Que problemas os pescadores das comunidades da

FLONA enfrentam?

f) Esses problemas são resolvidos? De que forma?

Unidade VI: Vivemos em um Território

Possibilidades de Trabalho

PainelPara identificar as características das

territorialidades da pesca ribeirinha vamos partir daidentificação de diversos aspectos, que permitirãoreconhecer o território de tal prática. Com auxílio da turmavamos construir, na lousa, nossa compreensão do que é umterritório de pesca, partindo da comparação com ascaracterísticas do território nacional. Veja o quadro aseguir.

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138

Territórios/

Catacterísticas

Espaço ocupado

pela população

Recursos

naturais

Leis e normas Limites

Território

Nacional

Constituiçãoe outras Leis

Territórios da

Pesca

(territorialidade)

Acordos dePesca, Leis

Quadro 9 ­ Território Nacional e Território da Pesca

RegistroApós a elaboração do quadro, solicite o registro das

seguintes questões:a) Em relação à pesca, você sabe se existem normas

para pescar, isto é, um Acordo de Pesca?b) Você sabe quem criou essas normas?c) Por que essas regras são necessárias?d) Poderíamos dizer que existem territórios pesqueiros?e) O que seria um território pesqueiro?f) Na FLONA de Tefé, qual é a característica desse

território?g) O território pesqueiro tem outros usos pelos

comunitários? Quais são esses usos?Tomando, como base, as respostas dadas, solicite aos

alunos que registrem, no seu caderno, o que entenderamsobre território e territorialidade. Peça que apresentem suasconsiderações e que debatam sobre os conceitos. Registre, nalousa, as construções conceituais da turma.

Atividades com mapasCom base na construção do conceito de territorialidade,

a partir do exemplo da pesca, solicite que esta seja ampliada,através da elaboração de um mapa pictórico dasterritorialidades dentro da comunidade do estudante. Paraisso, é importante que o aluno inicie seu trabalho com umcroqui da área a ser representada, incluindo asterritorialidades identificadas. Se houver dificuldades, para aidentificação destes espaços, faça um levantamento deinformações junto à turma e registre na lousa.

É importante relembrá­los sobre o que caracteriza ummapa pictórico (atividade 39, capítulo 5) e quais elementosdevem aparecer nele (título, legenda, orientação).

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UUnniiddaaddee VVIIIIVAMOS LER BOYRÁ E O MENINO

Maíra Suertegaray Rossato

Este capítulo apresenta uma proposta de trabalho, a partir da leitura

do livro “Boyrá e o Menino”, que compõe esse conjunto de materiais,

produzidos pelo Núcleo de Estudos de Geografia e Ambiente (NEGA/UFRGS),

em parceria com o ICMBio.

O livro, de autoria de Maíra Suertegaray, ilustrado por Carla Pilla e

editado pela Compasso Lugar­Cultura, surgiu da ideia de trazer a Geografia

para as narrativas, e de transformar as curiosidades e as inquietações dos

jovens leitores em histórias. “Boyrá e o Menino” nasceu da curiosidade sobre

o peixe­boi, animal tão interessante e importante no ambiente da floresta, do

encantamento pelas escolas dentro das comunidades ribeirinhas e do desafio

de viver na floresta sem degradá­la. O menino representa todos os meninos e

as meninas que constroem a história das comunidades, preocupados com o

futuro da floresta. Durante a produção do livro, autora e ilustradora

buscaram contribuições para tornar esta uma história mais próxima das

pessoas que vivem na FLONA, para que os leitores se reconheçam e se

orgulhem dos caminhos por eles construídos.

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Interdisciplinar

5500.. AASS LLEEIITTUURRAASS PPOOSSSSÍÍVVEEIISS

Língua Portuguesa e Ciências.

Unidade VII: Vamos ler Boyrá e o Menino

ObjetivoLer e interpretar o texto e as imagens, identificando os elementos

principais da narrativa. Estabelecer relações entre a narrativa e suasexperiências na FLONA.

Questões Norteadoras

Apresente aos alunos o livro “Boyrá e o Menino”. Deixe­os manusear o livro, folhear, observar e comentar asilustrações e o texto. Depois de ler, e conversar com a turmasobre o livro, proponha que reconstituam a história, edestaquem alguns elementos considerados importantes, como:quem são as personagens da história? Onde se passa ahistória? Quando a narrativa acontece? Essas perguntasauxiliam a reorganizar o que foi lido, contextualizando ahistória e as questões apresentadas no enredo.

Após esta conversa, dedique um tempo de aula para otrabalho com as ilustrações. Especialmente nos livrosinfantis, texto escrito e ilustração dialogam, complementam­se, são parceiros na construção da história, e a ilustração, àsvezes, desempenha um papel central!

Uma possibilidade de leitura é a de decomposição erecomposição da imagem, permitindo que o leitor reconstruaseus significados, atribua outros, estabeleça relações, com asua vida e com outras imagens. Este tipo de exercício ampliao horizonte das crianças e desenvolve habilidades que, maistarde, serão mobilizadas para a leitura de mapas, imagens,gráficos, etc. (SILVA et al, 2013).

Para exemplificar esta sugestão, selecione uma imagemdo livro, como a da página 7 (Figura 31).

Figura 31 ­ Boyrá e o Menino de autoria de Maíra Suertegaray, ilustração deCarla Pilla, editado pela Editora Compasso Lugar Cultura em 2015.

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Conversa em rodaAuxilie os estudantes na observação, encaminhando

algumas perguntas:a) O que e quem aparece nesta ilustração?b) Como vocês acham que ela foi feita?c) Que materiais foram utilizados para fazer esta

ilustração?d) Vocês perceberam que não aparecem os rostos das

pessoas? Por quê?Esses são apenas alguns exemplos de questões que

podem ser formuladas para explorar a observação daimagem. São perguntas que propiciam a formulação deinferências, permitindo uma leitura mais atenta econsciente, que possibilita o desenvolvimento de hipótesesexplicativas.

RegistroApós estas explorações de imagens, peça aos

estudantes que registrem, no caderno, algumas questõessobre o livro para serem respondidas. É importante que osalunos tenham tempo para se dedicar a esta tarefa. Elapode ser feita em duplas, para estimular o diálogo e a trocade ideia entre os pares. Abaixo estão postas algumassugestões de questionamentos a partir da leitura. Éimportante destacar que tais questões podem serreformuladas a partir do que for surgindo no debate, ouadaptadas conforme a faixa etária dos estudantes. Estesquestionamentos contribuem para que os alunos reflitamsobre seu cotidiano, na Unidade de Conservação, a partirdas relações que podem ser estabelecidas com a narrativa.Você pode utilizar todas as questões sugeridas ouselecionar aquelas que preferir.

• Destaque as personagens da história. Quais são assuas características?

• Onde se passa a história? Como é este lugar?• Quando ­ em que tempo­ a narrativa acontece?• Como é a rotina do menino?• Quais são os problemas ambientais citados na

história?• Existe algum problema, como este, na sua

comunidade?• Por que os serradores, assim como alguns outros

“ores” da floresta (pescadores e caçadores), só entendiam a

Possibilidades de Trabalho

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sua própria linguagem?• Quem são os povos da floresta? De que forma eles se

relacionam com o lugar em que vivem?• Por que o menino conseguia entender os animais?• Explique como a tarefa da escola ajudou o menino a

convencer os serradores a pararem de cortar as árvores.• Qual a relação entre o ouriço e o corte das árvores?• Por que a água é importante para a floresta?• O menino desafiou os serradores a imaginarem o que

aconteceria com seus filhos, quando a floresta estivessediferente ou quando acabassem as árvores. O desafio, agora, épara você: imagine e desenhe como seria a vida das famíliasdaqueles serradores, no futuro, se eles continuassem a cortaras árvores.

• Desenhe a floresta a partir do ponto de vista dosserradores e do ponto de vista do menino. Há diferenças?

• O pai do menino passou por uma mudançaimportante. Que mudança foi essa?

• Como você vê a floresta? Ela é importante? Por quê?• Como você imagina o futuro da floresta? O que a sua

comunidade está fazendo para contribuir com esse futuro?• Você acredita que o sonho do Boyrá possa se tornar

realidade? Por quê?• A autora não deu nome ao menino da história. Para

ela, esse menino representa todos os meninos e meninas quevivem nas comunidades e constroem um caminho emharmonia com a floresta.

• Que nome você daria a esse menino?• Se você pudesse encontrá­lo para conversar sobre a

aventura vivida por ele, que perguntas faria?• Você poderia ser o menino da história? Conhece

alguma história parecida com aquela vivida pelo menino?• Qual foi a ilustração do livro que mais gostaste? Por

quê?• Agora é a sua vez! Crie uma narrativa contando um

dia da sua vida na FLONA. Você pode escolher um momentoespecial ou falar das suas atividades cotidianas. Depois depronta a história, você pode ilustrá­la.

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UUnniiddaaddee VVIIIIIIAVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE

GEOGRAFIA

Dirce Maria Antunes Suertegaray

Maíra Suertegaray Rossato

A discussão sobre o que avaliar, e como fazer a avaliação dos

estudantes na escola, é algo que está sempre em pauta nos debates docentes.

Pesquisas e enfoques mais recentes indicam a importância de analisar os

estudantes em seus processos e caminhadas individuais, isto é, considerar a

caminhada do estudante em relação a ele mesmo, considerando seus saberes

prévios, mas sem esquecer as construções básicas e necessárias de cada

momento de sua escolaridade.

Nesse sentido, a avaliação respeita as etapas escolares, asnecessidades dos sujeitos e as peculiaridades quecaracterizam as circunstâncias do entorno social, o quesignifica estar atento para os espaços e os tempos em quevivem os implicados (SILVA et al, 2013, p. 95).

A avaliação é um instrumento de acompanhamento e de tomada de

decisões, portanto, deve indicar caminhos para o docente, que, por sua vez,

deve estar atento a esses sinais, corrigindo e retomando trajetórias sempre

que necessário, com o intuito de constituir um espaço de construção efetiva

dos estudantes. Desta forma, a avaliação é constante, acontece em todas as

etapas de desenvolvimento das propostas e não se manifesta só através da

análise de trabalhos entregues, mas, também, das observações de interações

entre os estudantes (durante os trabalhos em grupo, durante os jogos), de

suas colocações em debates e de sua conduta em atividades fora da sala de

aula, como os trabalhos de campo, por exemplo.

A presente proposta de material, para uso na FLONA de Tefé­AM, por

propor atividades que podem ser adequadas pelo professor, no momento de

preparação das suas atividades docentes, sugere a possibilidade de trabalhar

em contato com outras disciplinas curriculares, porém, centra­se na

Geografia. Assim, no momento da avaliação é fundamental acompanhar o

desenvolvimento do estudante em relação a sua capacidade de localizar,

representar, enumerar, descrever, compreender os problemas locais, bem

como associá­los com os regionais, e conectar as condições de vida local com

os conhecimentos da dinâmica natural. Todos esses pontos, antes de serem

avaliados como ponto de chegada, devem ser percorridos, por cada um dos

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estudantes, levando em conta seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e de

comprometimento com a dinâmica coletiva do espaço pedagógico,

especialmente no caso de turmas multisseriadas.

Para fazer a avaliação, em Geografia, existe um conjunto de

habilidades fundamentais que se espera que os estudantes desenvolvam ao

longo de seu processo de escolaridade. Conforme a etapa em que estão, o

desenvolvimento destas habilidades será mais ou menos complexo e

detalhado, de forma mais ou menos autônoma, dependendo do seu

desenvolvimento cognitivo. Tais habilidades são recorrentes nas práticas

pedagógicas propostas, e devem ser verificadas e caracterizadas pelo docente

na sua avaliação. São elas:

• Observa com atenção objetos e fenômenos e os descreve com

detalhes;

• Registra as informações que escuta ou lê com clareza;

• Compara informações, identificando semelhanças e diferenças;

• Ouve com atenção aquilo que é falado durante a atividade;

• Expressa curiosidade sobre aquilo que vê e ouve;

• Investiga as curiosidades que tem;

• Relaciona as aprendizagens anteriores com as novas;

• Associa os conteúdos estudados com informações adquiridas em

outras fontes (TV, Rádio, Jornal ou contatos diretos com as pessoas do local

onde vive);

• É criativo na maneira de se expressar e utiliza diferentes linguagens

(música, desenho, mímica, jogos teatrais, pintura, etc);

• Interage com os colegas, professora e demais pessoas;

• Trata com respeito as pessoas com quem se relaciona;

Em relação ao conteúdo geográfico é importante que o professor avalie

a capacidade do aluno de:

• Compreender suas origens étnicas e suas histórias. Compreender a

sua história local e regionalmente.

• Orientar­se espacialmente, localizar­se.

• Distinguir objetos construídos e elementos constituintes da natureza.

• Compreender as noções e ou conceitos de lugar, paisagem, região,

território e ambiente.

• Entender diferentes formas de representação do espaço geográfico, o

desenho, a maquete, o bloco diagrama, o mapa, ou a imagem e a fotografia.

• Localizar seu espaço de moradia, na região e no território brasileiro.

• Entender outras formas de conceber território.

• Apreender o significado de UCs e de gestão participativa.

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Na sequência retomaremos, de forma resumida, os objetivos das

unidades e das propostas desenvolvidas, destacando quais as construções

conceituais que se esperam dos alunos a partir delas.

I O Lugar em que moramos

Objetivo da unidade

Entender o lugar como o espaço que se apresenta para nós como

espaço de moradia, de vivência familiar e comunitária, enfatizando suas

características e o seu significado. Representar objetos de uso comum, com a

finalidade de iniciar a aprendizagem de alfabetização cartográfica, ou seja, de

leitura e elaboração de mapas

Atividades

Para o desenvolvimento desta unidade foram sugeridas 9 atividades.

Estas são atividades que podem ser construídas com crianças que estão nos

primeiros anos do ensino fundamental, e orientam o professor para uma na

reflexão com o aluno sobre seu lugar na família e, também em relação a

comunidade. Permitem resgatar a história das famílias das comunidades com

o objetivo de reconhecer­se nelas e de desenvolver atitudes de respeito e

solidariedade com colegas e demais comunitários.

As atividades 1,2,3 e 4 estão voltadas para o reconhecimento do aluno,

da família e de suas origens.

As atividades 5,6,7,8, e 9 têm como objetivo desenvolver habilidades de

localização, orientação e representação de objetos, no papel. Estas são

fundamentais para a compreensão inicial do que seja representar objetos, ou

seja correspondem ao início da alfabetização cartográfica.

Sugere­se ao professor, conhecedor de sua turma, que avalie e

selecione as atividades que melhor se adequem aos alunos.

Avaliação das atividades

A avaliação de desempenho poderá ser conduzida através da

observação da participação, da relação e convívio entre os alunos e suas

compreensões em relação à localização, à situação, à orientação e à

representação do lugar onde moram e de objetos em diferentes situações,

como, por exemplo, na sala de aula, na escola e na comunidade.

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II A Paisagem que construímos

Objetivo da unidade

Esta unidade tem como objetivo compreender a noção de paisagem,

como um conjunto de elementos naturais e de objetos construídos pelo

trabalho humano. A paisagem é o elemento visível do espaço geográfico, mas

pode ser analisada a partir de sua construção ao longo do tempo.

Atividades

As atividades sugeridas foram construídas de maneira gradativa,

partindo da escola como um elemento da paisagem. São atividades que

podem ser desenvolvidas com crianças que estão no final do ensino

fundamental.

As atividades de 11 a 13, orientam a compreensão da sala de aula

posição, orientação na escola, a escola na comunidade e a paisagem da

comunidade enquanto história de construção humana, ou seja, construída

pelos seus moradores.

As atividades 14 e 15 dão continuidade a alfabetização cartografia,

inserindo elementos da paisagem na representação em maquetes e mapas.

A atividade 16 introduz a compreensão de representação através da

fotografia da paisagem, de sua descrição e caracterização.

Avaliação das atividades

A avaliação do desempenho poderá ser conduzida no sentido de avaliar

a compreensão, pelos alunos, da noção de paisagem e de seus elementos

constituintes, das formas de representação e, neste caso, do entendimento da

legenda como elemento fundamental na leitura de maquetes e mapas.

III A Natureza que nos dá vida

Objetivo da unidade

Esta unidade tem como objetivo a compreensão, pelo aluno, de

natureza, paisagem e paisagem natural.

Atividades

Este conjunto de atividades apresenta um grau de compreensão mais

complexo e, dependendo da avaliação do professor, poderá ser trabalhado

com alunos dos anos finais do ensino fundamental.

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As atividades 17, 18 e 19 oferecem a possibilidade de compreensão,

pelos alunos, dos elementos da natureza e das noções de natureza e

paisagem, considerando­se o clima. Sugere atividades de construção de

equipamentos simples, de medição de chuvas (observatório do clima), além

da construção de um gráfico, leitura e interpretação dos resultados.

As atividades de 20 a 24 desenvolvem a noção de relevo e suas formas

de representação, em curvas de nível, em maquetes e bloco diagrama,

estabelecendo, nesta última, a relação do relevo com a hidrografia.

As atividades 24 e 25 caracterizam a vegetação, como mais um

elemento da natureza, e seus usos pelos ribeirinhos.

As atividades 25 e 26 retomam a representação em bloco diagrama,

estimulando o aluno a compreender de, forma integrada, os elementos da

natureza na constituição de uma paisagem (natural).

Avaliação das atividades

A avaliação poderá ser conduzida no sentido de verificar a

compreensão dos alunos em relação aos elementos da natureza,

considerando­se (relevo, clima e vegetação) a caracterização desses elementos

e a identificação de feições particulares, seja de relevo ou de hidrografia, bem

como algumas variedades de espécies vegetais e de seus usos pelos

ribeirinhos.

Neste momento, o aluno poderá ser avaliado quanto a sua

compreensão sobre a noção ou conceito de paisagem e suas formas de

representação.

IV O ambiente que vivemos

Objetivos da unidade

Quando estudamos ambiente, em Geografia, deveríamos ser capazes de

pensar quais os impactos provocados pela nossa sociedade na natureza, que

ambiente resulta desses impactos e, mais, quais são os grupos humanos

afetados por essas transformações.

O objetivo desta unidade é compreender, através do reconhecimento

das atividades, de trabalho e de lazer dos ribeirinhos, o sentido atribuído,

pelos alunos, à preservação da natureza e que impactos uma natureza

degradada pode provocar em suas vidas. E, ainda, refletir sobre suas

práticas em relação com o espaço que habitam, uma unidade de

conservação.

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Atividades

Tratam­se de atividades mais complexas, que o professor pode adaptar

para os últimos anos do ensino fundamental ou primeiro do ensino médio.

As atividades de 27 a 32 permitem, ao aluno, compreender as

atividades desenvolvidas na FLONA de Tefé: pesca, roçado e extrativismo,

além da produção e o trabalho necessário para os ribeirinhos suprirem suas

necessidades fundamentais.

A atividade 33 resgata a representação em mapas, estimulando sua

leitura para compreensão da distribuição espacial das atividades praticadas

pelos ribeirinhos. Exercita a leitura de legenda e compreensão do mapa como

representação.

A atividade 34 resgata as atividades de lazer como momentos

importantes de festa, de convívio e de compartilhamento entre os ribeirinhos.

Valoriza a noção de comunidade.

As atividades 35 e 36 introduzem a compreensão de situação espacial

da FLONA, promovendo a compreensão da localização das comunidades, na

FLONA de Tefé como uma Unidade de Conservação.

Avaliação das atividades

A avaliação desta unidade pode ser centrada na compreensão dos

alunos sobre as atividades e o trabalho que caracterizam o dia a dia dos

ribeirinhos, e do lazer como possibilidade de fortalecimento de laços afetivos

e comunitários.

É importante também considerar, na avaliação, a compreensão dos

alunos, de forma mais ampliada, do espaço que habitam, ou seja, uma

Unidade de Conservação. Distinguir o que significa uma Floresta Nacional de

outras unidades, introduzindo a noção de ambiente, enquanto possibilidade

de preservação da natureza para garantir seu espaço de vivência.

V Nossa região e outros lugares

Objetivos da unidade

O objetivo desta unidade consiste em estabelecer a articulação espacial

da FLONA de Tefé com outros espaços, ou seja, espaços mais amplos, no

caso, a Região Norte, visando comparar as atividades locais com as

desenvolvidas no conjunto regional. Busca, também, compreender o

significado de região.

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Atividades

Tratam­se de atividades mais complexas que o professor pode adaptar

para os últimos anos do ensino fundamental ou primeiro do ensino médio

As atividades de 37 a 42 apresentam conteúdos referentes às

atividades que caracterizam a região Norte do pais.

As atividades 43 e 44 estabelecem relação entre a FLONA de Tefé e

unidades de conservação em escala regional e nacional.

Estas estão centradas na análise de mapas e visam, entre outros

requisitos, capacitar o aluno na elaboração e/ou análise de mapas, em

diferentes escalas.

Avaliação das atividades

A avaliação poderá ser centrada no entendimento da localização da

FLONA na escala regional e nacional, nas características semelhantes entre a

FLONA e a Região Norte e no entendimento do conceito de região

(homogênea). Da mesma forma, o entendimento da FLONA como uma

unidade de conservação entre outras, em escala regional e nacional.

VI Vivemos em um território

Objetivos da unidade

Compreender que o lugar onde moramos está inserido no território

nacional e que participa de diferentes espaços organizacionais, entre eles o

regional, o estadual e o municipal

Atividades

A atividade 49 é relativa a localização e caracterização do território

brasileiro, em relação à América Latina. Já a questão 48 refere­se à FLONA

de Tefé enquanto unidade de conservação inserida no território nacional. Na

questão 49, trabalha­se com a noção de território sob outra perspectiva, ou

seja, o território da pesca.

Avaliação das atividades

A avaliação do professor poderá ser feita mediante o acompanhamento

das atividades, bem como da participação dos alunos nas discussões e

formulações coletivas, em sala de aula, buscando verificar a compreensão e o

desenvolvimento de habilidades como leitura de mapas e de entendimento de

localização e de limites, seja do Brasil no contexto da América Latina, seja da

FLONA como UC no território brasileiro. Na avaliação é interessante perceber

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o entendimento dos estudantes em relação à noção de território.

VII Vamos ler Boyrá e o Menino

Objetivos da unidade

Ler e interpretar o texto e as imagens, identificando os elementos

principais da narrativa. Estabelecer relações entre a narrativa e suas

experiências na FLONA.

Atividades

Esta unidade foi organizada em uma única atividade, que envolve

leitura e interpretação de texto escrito e, também, de imagens.

São propostos questionamentos que partem de uma análise mais

direcionada à história do livro, buscando a identificação dos elementos

principais (personagens, lugar e tempo em que se passa a história) e

observando com detalhes as ilustrações, para o desenvolvimento de reflexões

sobre seu cotidiano na Unidade de Conservação, a partir das relações que

podem ser estabelecidas com a narrativa.

Avaliação das atividades

Ao refletir sobre as questões propostas, os estudantes mobilizam os

conhecimentos que trazem de suas vivências, estabelecendo conexões com

aqueles construídos a partir da leitura da história e das propostas

apresentadas neste volume. As perguntas procuram trabalhar com as

habilidades de reconstituição de ideias, estabelecimento de relações,

desenvolvimento de justificativas, de hipóteses e de antecipações de cenários,

a partir de situações a que têm acesso.

O professor poderá avaliar as produções dos alunos de forma contínua,

desde suas contribuições nos debates, passando pela conduta durante o

desenvolvimento do trabalho (engajamento, dedicação, cooperação com a

turma ou com seu parceiro) até sua produção escrita e gráfica. A partir das

respostas, observe o processo de construção de conhecimento, o nível de

detalhamento com que o estudante reconstitui dados, fatos e conceitos e a

consistência das relações estabelecidas.

Chegamos ao final deste segundo volume. Nosso desejo aqui foi

apresentar, de forma ampla, um conjunto de atividades que podem ser

escolhidas para ser desenvolvidas em sala de aula, em diferentes anos do

Ensino Fundamental.

Ao professor cabe avaliar a pertinência das questões e utilizá­las a

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partir da forma organizativa de seu trabalho.

Não, necessariamente, estamos propondo uma sequência rígida: o que

apresentamos é um conjunto de questões ora mais simples, ora mais

complexas, que se associam aos conteúdos que são, normalmente,

trabalhados pelo professor em Geografia ou em áreas afins.

Muitas das atividades poderão ser desenvolvidas em conjunto com

professores de outras áreas, como Português, Matemática, História, Biologia

e Artes Visuais.

Enfatizamos, nesta proposta, o estudo da FLONA. É muito importante

conhecer o lugar onde se mora para, a partir dele, descobrir outros. Amplia­

se, assim, o conhecimento sobre si e o mundo.

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