o jornalismo no rádio atual: o ouvinte interfere?

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  • 7/31/2019 O jornalismo no rdio atual: o ouvinte interfere?

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    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXII Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Curitiba, PR 4 a 7 de setembro de 2009

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    O jornalismo no rdio atual: o ouvinte interfere?1

    Doris Fagundes HAUSSEN2

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul

    Resumo

    Este artigo prope-se, por meio da anlise da programao de quatro emissoras de PortoAlegre, a investigar de que maneira, efetivamente, as novas tecnologias e a maiorparticipao do ouvinte tm alterado a rotina das rdios dedicadas ao jornalismo. Asprincipais questes so: esta participao traduz-se em uma real interatividade? Em quemedida esta participao est influindo nas pautas jornalsticas? A interatividade tcnicaconverte-se em interatividade comunicativa? Entre os autores que apoiam este estudoesto Meditsch (1999), Moreira (2002) e Cebrin-Herreros (2007).Palavras-chave: rdio; ouvintes; tecnologias, cultura.

    A participao do ouvinte e as possibilidades da interatividade nas programaes

    radiofnicas tem sido tema de inmeras especulaes. Uma das principais a de que, hoje,

    o ouvinte se faz muito mais presente. No entanto, preciso uma ateno maior sobre estas

    afirmaes para se detectar de que tipo de participao est se falando. Ser de um desejo

    original do ouvinte ou da interveno de um imaginrio midiatizado, conforme

    Steinberger (2005)?3 Ou, quem sabe, de uma mescla de ambos?Neste sentido, a dimenso global do capital simblico circulante pelos meios de

    comunicao (e por outras vias), na atualidade, participa da reconfigurao das identidades

    e da construo de novos imaginrios na prpria atividade mental das pessoas (Mattelart,

    2005). Por sua vez, estes mesmos meios de comunicao - e principalmente o rdio - se

    abastecem fortemente de informaes locais para compor os seus programas noticiosos.

    Informaes estas que, por sua vez, j esto perpassadas pelo imaginrio global. Este o

    cenrio complexo em que a mdia atual desempenha o seu papel central, e no qual as

    tecnologias tm um papel estratgico, pois, conforme Lpez Garca (2004, p.8):

    1Trabalho apresentado no GP Rdio e Mdias Sonoras do IX Encontro dos Grupos/Ncleos de Pesquisa emComunicao, evento componente do XXXII Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao.2 Prof. Dr. do Programa de Ps-Graduao em Comunicao Social da PUCRS Pontifcia Universidade Catlicado Rio Grande do Sul e Pesquisadora do CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico.E-mail: [email protected] Colaborou a Bolsista de Iniciao Cientfica PUCRS/CNPq, Alice Nader Foss.3 Para Steinberger (2005:208), o ouvinte/leitor ao interagir com a mdia participa do campo jornalstico que umespao simblico em que se confrontam consumidores de notcias, produtores de notcias, mediadores (jornalistas)de notcias, concorrentes/competidores e beneficirios das notcias. Para a autora, h uma midiatizao da prpria

    mdia em sua influncia interna (de mdia a mdia, e a os jornalistas), e uma midiatizao do pensamento doouvinte/leitor. Steinberger prope uma diferenciao entre ouvinte/leitor e cidado. Este ltimo teria condiesde perceber as estratgias da mdia.

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    No cenrio digital h novas possibilidades para acomunicao local e, portanto, tambm para o jornalismolocal. um cenrio global em que aumenta a demanda decomunicao de proximidade, do singular, do diferente, parafazer realidade o sonho da diversidade globalizada. Nasociedade mundializada vivem pessoas que desejam mantercontato com as suas razes, com um lugar, com uma cultura,quer dizer, com tudo aquilo que reafirma a personalidadeprpria frente aos demais4.

    Por outro lado, na prpria vida cotidiana existe uma dialtica local-global5 na que o

    prximo desempenha um papel importante. As pessoas convivem com os outros,

    participam de associaes, tm deveres com a sua administrao local e se comunicam com

    o seu entorno, como salienta o autor. Mas, tambm, s vezes necessitam de informaoglobal, estar em outras associaes, comunicar-se com cidados de outros mbitos. De

    fato, muitos acontecimentos atualmente j so locais e globais ao mesmo tempo glocais

    (idem, p. 9). Assim, Lpez Garca conceitua o localcomo sendo um espao simblico de

    proximidade, que se instala em um lugar geogrfico e que na sociedade digital tambm

    pode limitar-se a valores compartidos por uma comunidade de pessoas que vive em

    distintas localidade do planeta.

    Neste cenrio complexo as emissoras de rdio constroem as suas programaes,

    investem em tecnologia e nos profissionais, sempre tendo em vista o seu objetivo maior

    que a conquista do pblico. Em Porto Alegre no diferente. O panorama do rdio na

    capital do Rio Grande do Sul indica a existncia de 32 emissoras em AM e FM. Deste total,

    cinco dedicam-se exclusivamente ao jornalismo. E sobre quatro delas que o presente

    artigo conduz a sua anlise6, dedicando maior nfase a Rdio Gacha por ser a de maior

    audincia.

    A grade de programao diria das emissoras (excetuando-se sbado e domingo por

    alterarem seus programas) mostra uma atividade dedicada quase exclusivamente informao que apresentada atravs de notcias, reportagens, entrevistas, debates e

    comentrios, sendo raros os programas que incluem msica. A seguir uma breve descrio

    de cada rdio.

    4 Lpez Garca, X. (2004).Desafios de la comunicacin local. Sevilla, CS Ediciones y Publicaciones.Traduo daautora.5 Sobre a questo do local e do global ver o artigo da autora O local e o global na produo de contedosjornalsticos de uma emissora radiofnica em AM e na WEB de Porto Alegre, apresentado no VI Colquio Brasil-Espanha de Cincias da Comunicao, realizado na Universidade Nacional de Braslia, 2008.6 Exclui-se da anlise uma das emissoras jornalsticas pelo fato da mesma ter a sua matriz (cabeceira de rede) em SoPaulo. Com isto a maior parte da programao procede daquela cidade, sendo apenas um dos programas da gradeproduzido inteiramente em Porto Alegre.

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    A Rdio Gacha AM7 (prefixo: PRC2 e potncia de 100Kw), pertence ao grupo RBS

    Rede Brasil Sul de Comunicaes8 e a sua programao basicamente de jornalismo e

    esporte. A grade conta com programas de entrevista, debates e reportagens, snteses

    noticiosas, e apresenta, ainda, servios de trnsito, agenda, informaes para o consumidor

    e informaes culturais. A Rdio Gacha AM a mais antiga das quatro emissoras

    analisadas, com data de fundao em 1927 e tendo tido diversos proprietrios ao longo de

    sua histria. O seu formato atual, de talk&news foi implantado nos anos 80, uma vez que

    anteriormente tinha uma programao mais genrica. Trata-se de uma emissora de grande

    porte e popularidade no Rio Grande do Sul e possui uma pgina dentro do site do Grupo

    (www.clicrbs.com/gaucha), com udios de programas especiais para baixar. Todos os

    programas so transmitidos pela internet (www.rdgaucha.com.br ). A rdio cabea da

    Rede Gacha SAT, com cerca de 100 afiliadas no pas e o pblico-alvo adulto (mais de 40

    anos) e de classes A/B.

    A Rdio Guaba AM, fundada em 1957, bastante popular entre os gachos, em

    especial pelo jornalismo que enfatiza notcias locais e regionais e pela programao

    esportiva. A emissora valoriza as tradies e a cultura gacha atravs de reportagens

    especiais, algumas disponveis no site da emissora (http://www.radioguaiba.com.br).

    A Rdio Band AMpertence ao Grupo Bandeirantes de Comunicao, com sede em

    So Paulo (www.grupobandrs.com.br). Sua origem est na Rdio Difusora, de 1934,adquirida pelo grupo paulista em 1982. Em 1995, a emissora reformulou a sua

    programao para dinamiz-la, dando maior nfase prestao de servio, jornalismo,

    esporte e opinio.

    Tambm pertencente ao Grupo Bandeirantes de Comunicao, aBand News FM

    Porto Alegre (www.grupobandrs.com.br/bandnews ) fez sua primeira transmisso em 20

    de maio de 2005. Foi a primeira rdio de notcias 24 horas a veicular sua programao

    em freqncia modulada. A emissora possui programas locais e em rede, com notcias

    de todo o Brasil.

    O perfil das programaes

    7A emissora comeou a transmitir a sua programao tambm em FM, a partir de maio de 2008, na freqncia FM93,7 mHz.8 O Grupo RBS uma empresa de comunicao multimdia que opera no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, tendosido fundado em 1957. O Grupo foi pioneiro no modelo regional de televiso e a mais antiga afiliada da RedeGlobo. Atualmente conta com mais de 5,7 mil colaboradores e possui sucursais multimdia e escritrios comerciais,alm do Rio Grande do Sul, no Paran, em So Paulo, no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e MatoGrosso do Sul. A RBS conta com 18 emissoras de TV aberta, duas emissoras de TV Comunitria (TVCOM), o Canal

    Rural, 26 emissoras de rdio, oito jornais, dois portais na internet (clicrbs e hagah), uma editora (RBS Publicaes),uma gravadora (Orbeat Music), uma empresa de logstica (viaLOG), uma empresa de marketing e relacionamentocom o pblico jovem (Kzuka) e uma fundao (Mauricio Sirotsky Sobrinho). Fonte: www.rbs.com.br/quem_somos/

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    As quatro emissoras analisadas dedicam-se ao jornalismo. Entre elas, a Rdio

    Gacha a maior, tanto em nmero de jornalistas quanto de investimento tecnolgico e de

    cobertura informativa. Os formatos jornalsticos preponderantes nas quatro so

    equivalentes: reportagens, entrevistas, notcias, debates e comentrios. A diferena maior

    reside no fato de duas delas Gacha e Guaba serem do Rio Grande do Sul, com as

    cabeceiras das redes situadas em Porto Alegre. J a Bandeirantes AM e a Band News

    pertencem ao grupo de So Paulo e, com isto, tm uma feio mais nacional em suas

    informaes (principalmente a Band News FM).

    Tendo em vista este panorama, para este artigo privilegiou-se a anlise na Rdio

    Gacha que, como foi salientado, a maior das quatro e com o ndice de audincia

    tambm mais elevado. Observando-se a configurao tecnolgica desta emissora

    equipamentos, o site, a presena na web, pode-se dizer que a mesma est perfeitamente

    ajustada a parmetros globais nesta rea (faz inclusive transmisso digital). Pela sua

    capacidade tecnolgica, portanto, est em condies de atender tanto a um pblico local,

    como nacional e internacional.

    Noutro sentido, analisando-se os contedosabordados pela emissora, observa-se

    que h um predomnio de notcias nacionais, seguidas pelas locais e regionais. No entanto,

    o enfoque das notcias nacionais, na maioria das vezes, tem a ver com questes que dizemrespeito ao estado do Rio Grande do Sul. Ou seja, a prioridade para as questes regionais

    como um todo. Por ltimo vm as questes internacionais.

    Por outro lado, analisando-se cada um dos programasseparadamente percebe-se

    que h uma estrutura que d forma totalidade da programao. O programa Gacha

    Atualidade(das 8h s 9h30m) aborda mais as questes nacionais, principalmente de poltica

    e economia. Neste sentido, os trs jornalistas que o comandam so desta rea. O programa

    seguinte, Polmica(das 9h30m s 10h30m), seleciona o principal tema do dia para o debate,

    e, em geral, so questes regionais. O prximo o Chamada Geral (das 11h s 12h, e das

    17h s 18h) que, pela sua estrutura, trata mais de temas locais, do cotidiano da cidade. Na

    seqncia, Gacha Reprter (14h s 16h) aborda principalmente notcias de poltica, tanto

    regionais quanto nacionais. Gacha Entrevista (16h s 17h) um programa de entrevistas

    culturais que aborda temas da agenda do que ocorre na cidade (local, portanto).

    Em relao aos programas especificamente de notcias, o Correspondente e o

    Notcia na Hora Certa, o nmero de notcias divulgado repete a tendncia da programao

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    como um todo: h um predomnio das notcias nacionais (com cunho regional), seguidas

    pelas regionais e locais, propriamente.

    Quanto aosgneros jornalsticosmais utilizados pela emissora, alm dos noticiosos,

    propriamente, esto em primeiro lugar as entrevistas (por telefone ou na prpria emissora),

    seguidas pelas reportagens, alm dos debates e comentrios radiofnicos. Todos os

    programas tm, alm dos apresentadores, equipes de produtores e reprteres envolvidos, e,

    a maioria utiliza a interatividade com os ouvintes, atravs de mensagens de celular, resposta

    a e-mails, recados de telefone e do mural do site.

    O ouvinte e o uso das tecnologias

    Se anteriormente o ouvinte participava enviando cartas ou telefonando emissora e

    a sua presena era mnima, na atualidade os recursos tecnolgicos permitem uma

    participao muito maior deste pblico. Daroit (2008)9 constatou em pesquisa realizada

    junto a um dos programas jornalsticos da rdio Gacha de Porto Alegre, o Gacha Hoje,

    que o torpedo, seguido pelo uso do telefone fixo, era um dos recursos mais utilizados pelos

    ouvintes para se comunicarem. Na sequncia, vinha o uso do orkut, do blog, e, por ltimo,

    do e-mail. O resumo apresentado pelo pesquisador foi o seguinte: mensagens enviadas

    pelos ouvintes e que foram apresentadas nos programas: por telefone celular (torpedos):49% do total; telefone fixo: 23%; Orkut: 20%; blog do programa: 9% e e-mail: 0%10.

    J em seu estudo sobre o papel do produtor no programa Gacha Reprter, da rdio

    Gacha, Severo (2009) observou que a possibilidade de participao do ouvinte no

    programa pequena. A autora constatou que, no programa de duas horas de durao,

    apenas um quadro de cerca de um minuto e meio abre espao para esta participao.

    Mesmo assim, os ouvintes podem deixar sugestes de pautas para o programa. Mas,

    durante a semana analisada, nenhuma sugesto foi registrada. A autora considera que

    manter este espao, ampli-lo e divulg-lo mais deve ser uma proposta estudada pela

    produo, j que a participao do ouvinte funciona como um retorno do trabalho

    realizado e constitui uma boa fonte de informao (idem, pg.51).

    Evidencia-se, desta forma, que o pblico, hoje, tem possibilidades tecnolgicas

    disponveis para poder se comunicar e est se utilizando das mesmas, confirmando Castells

    9Daroit, Felipe. A interatividade no programa Gacha Hoje: blog, e-mail, telefone, torpedo e orkut. Porto Alegre,Monografia de concluso de curso de Jornalismo da PUCRS, 2008.10 A pesquisa avaliou, numa semana, cinco edies do programa com um total de 9 horas e 15 minutos. Os dados

    referem-se s participaes do ouvinte que foram divulgadas no programa. No entanto, ela reflete a participao deum modo geral, ou seja, a maior utilizao das ferramentas pelos ouvintes reproduzida pelo maior uso proporcionalno programa.

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    (2007:13), quando diz que quanto mais interativa for uma tecnologia, tanto mais provvel

    que os usurios se convertam em produtores de tecnologia enquanto a utilizam. O autor

    refere-se criatividade dos usurios frente s possibilidades tecnolgicas. Criatividade esta

    que recm est sendo utilizada pelos ouvintes das emissoras estudadas, mas que j

    repercute nas rotinas das emissoras, como vai se constatar mais adiante.

    Em relao rdio na web, o tipo de pblico que eventualmente busca as emissoras

    analisadas vai encontrar a programao normal, em tempo real, e ainda, trechos dos

    principais programas editados especificamente. Tambm esto disponveis blogs de alguns

    programas e de jornalistas das emissoras com informaes extra e opinies.

    Entrevistas realizadas sobre o assunto com os profissionais responsveis pela

    coordenao dos Departamentos de Jornalismo das emissoras analisadas neste estudo

    indicam alguns dados interessantes. Na Rdio Gacha, Machado(2009)11 diz que o maior

    nmero dos ouvintes da web so gachos vivendo no exterior ou no pas, fora do Rio

    Grande do Sul, e o contato que fazem com a rdio atravs de e-mail, principalmente.

    Telefonemas e torpedos so caros e pouco prticos nestas situaes, considera o

    jornalista. Os programas que mais geram contato so os esportivos, ou quando h

    episdios relevantes, como tragdias ocorridas nos pases onde se encontram.

    Na Rdio Guaba, o cenrio semelhante: os programas mais ouvidos no exterior

    so os de esporte e, principalmente por gachos que buscam contato com os seus timespreferidos. O e-mail a ferramenta mais utilizada e os contatos, segundo Miranda(2008),12

    so para dizer, por exemplo: moro em Boston e estou torcendo pelo Grmio neste jogo.

    No caso da Rdio Bandeirantes, h tambm coincidncia em relao ao tipo de

    contato. Em geral so ouvintes do Estado, vivendo no exterior, que se comunicam por e-

    mail, mas tambm atravs de MSN e do Orkut, incentivados pelo apresentador. Os

    programas mais ouvidos tambm so os de esporte. O tipo de participao, conforme

    Vieira (2008)13 tambm do tipo Ol, sou gacho e moro em Los Angeles e escuto a

    Band News todos os dias. A coordenadora de Jornalismo das emissoras Bandeirantes,

    Civa Silveira (2008)14, observa que o contato feito por ouvintes da internet atravs do

    dispositivo presente no site das duas emissoras.

    11 Machado, Andr, Coordenador de Jornalismo substituto da Rdio Gacha ( no perodo de frias de CludioMoretto, titular). Depoimento Alice Nader Foss, Bolsista de Iniciao Cientfica. Porto Alegre, 8/1/2009.12 Miranda, Atades, Coordenador de Jornalismo da Rdio Guaba. Depoimento concedido a Alice Nader Foss,Bolsista de Iniciao Cientfica. Porto Alegre, 19/12/08.13 Vieira, Felipe, jornalista da Rdio Bandeirantes. Depoimento concedido a Alice Nader Foss, Bolsista de Iniciao

    Cientfica. Porto Alegre, 17/12/2008.14 Silveira, Civa, Coordenadora de Jornalismo da Rdio BandNews FM. Depoimento a Alice Nader Foss, Bolsistade Iniciao Cientfica. Porto Alegre, 16/12/08.

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    Os registros acima referem-se participao dos ouvintes morando no exterior. J a

    participao dos habitantes do interior do Estado ou da prpria cidade apresenta

    caractersticas diferentes, principalmente no referente tecnologia. Neste caso, as

    ferramentas mais utilizadas so o telefone e o torpedo por celular, por serem de custo mais

    baixo e mais rpidas, alm de indicarem que nem todos os participantes utilizam

    computadores. No caso das rdios Bandeirantes, por exemplo, Silveira (2008, dep.cit.)

    destaca que a Band News, que tem um pblico mais qualificado (classes A e B) recebe

    diversos e-mails, por ser um pblico que tem mais acesso s tecnologias. J na Band AM, o

    telefone e o torpedo ainda so maioria por serem mais simples e no exigirem

    computador.

    Na Band News, segundo Silveira (idem), o ouvinte gosta de opinar. A opinio o

    contedo da maior parte dos contatos, so ouvintes que querem comentar os fatos/notcias

    e, como conseqncia, escutar seu nome e opinio lidos no ar pelo apresentador. Para a

    coordenadora, tambm existem casos de denncias e sugestes, mas no so to

    expressivos se comparados aos nmeros de torpedos, ligaes e e-mails opinativos.

    Em relao aos ouvintes do interior do Estado, no caso da rdio Guaba, Miranda

    (dep.cit.) diz que a internet ajuda a democratizar o sinal da emissora, mas no interior, o

    que mais funciona ainda o bom e velho rdio. Os ouvintes participam enviando

    sugestes, comentrios e fazendo denncias que, dependendo do teor e da consistnciapodem virar pautas. Neste caso, a ferramenta de contato mais utilizada o torpedo SMS,

    que uma tecnologia barata, acessvel e fcil de usar. As ligaes telefnicas esto

    presentes, mas em menor escala, assim como os e-mails.

    O significado desta participao do ouvinte junto s emissoras pode ser explicado,

    em parte, pelas prprias caractersticas do rdio e da internet, conforme destaca Cebrin

    Herreros (2007, pg. 286):

    O rdio um meio de representao do pblico. O rdiotem uma concepo massiva frente concepopersonalizada da internet. O veculo na internet perde suacaracterstica de meio massivo de comunicao social, masadquire outras modalidades que podem orientar-se para umservio e um acesso pblico de intercmbio entre todos osparticipantes, com diversas possibilidades: foros, chats,listas, correios eletrnicos, blogs, navegaes por diversostemas15.

    15CEBRIN HERREROS, M. (2007).Modelos de radio, desarrollos e innovaciones. Del dilogo yparticipacin ala interactividad. Madrid, Editorial Frgua. Traduo da autora.

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    Neste sentido, a interatividade nas emissoras analisadas, um recurso que foi

    sendo introduzido aos poucos e que na atualidade, como se pode observar, se faz bastante

    presente. exceo dos programas noticiosos, que pelas suas caractersticas de rapidez e

    sntese no so os mais indicados, todos os demais utilizam alguma forma de participao

    do ouvinte. Sobre a questo, interessante salientar ainda a opinio de Cebrin Herreros

    (2007, pg. 12):

    Se nas mudanas anteriores destacou-se a melhora e aampliao dos contedos radiofnicos, agora se observa amodificao no prprio processo do modelo decomunicao. uma mudana radical que vai da difuso comunicao, ao dilogo e usos compartilhados com aaudincia de informaes, experincias e relatos. umamutao que contagia todos os contedos e d entrada aoutras modalidades de relaes com a audincia atmodificar a funo dos usurios ao permitir o intercmbiode papis de emissores e receptores nos processosinterativos.

    Ainda segundo o autor, a mudana est ocorrendo no apenas na tecnologia,

    mas tambm, nos processos comunicativos, nos contedos e nas linguagens, quer dizer,

    nos elementos internos e de contato com os usurios (idem)16. No entanto, precisosalientar o que foi dito pelos coordenadores de jornalismo das emissoras analisadas: o tipo

    de participao tambm vinculado diretamente s condies econmicas do pblico.

    Quanto mais acessvel e de menor custo for a tecnologia, maior o seu uso. Isto determina

    tambm o tipo de participao do ouvinte, no esquecendo Castells (2007, pg.392), quando

    lembra que as limitaes de acesso ao sistema se convertem em um grave problema social

    que, em geral, combina-se com outras fontes de desigualdade.

    O contedo: o prximo e o distante

    A anlise dos contedos divulgados pelas emissoras de rdio leva

    obrigatoriamente, na atualidade, ao tema da articulao local/global. Neste sentido,

    retomando a questo da Rdio Gacha de Porto Alegre e analisando-se de uma maneira

    16 Um exemplo ocorrido na Rdio Gacha foi durante a conversa entre dois comentaristas esportivos que reclamavam

    dos torpedos enviados pelos ouvintes, em relao s observaes dos mesmos sobre determinada partida de futebol.Os comentaristas se sentiam invadidos pelas mensagens e consideravam que, na atualidade, estavam se policiandomais sobre o que diziam, devido ao retorno recebido.

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    mais ampla a articulao local/global na programao da emissora, percebe-se que a mesma

    provm tanto da poltica mais ampla da rdio que se situa num grupo que se prope a ser

    regional, quanto na tecnologia utilizada, na construo da programao e na abordagem

    dos contedos selecionados. A opo por ser regional, principalmente num Estado como o

    Rio Grande do Sul que possui uma identidade cultural forte, num contexto cada vez mais

    globalizado, indica uma opo (alm da mercadolgica) que no representa apenas uma

    tendncia geral. Determina uma caracterstica, conforme Oliven (1992) que mostra que

    para esta comunidade, para ser brasileiro preciso antes ser gacho17. Ou seja, a emissora

    privilegia uma percepo mais ampla sobre o pblico a que se destina.

    Na relao entre a mdia e o regionalismo, portanto, observa-se, conforme

    Cunha (2008)18, que os mercados locais/regionais tm se apresentado como nichos de

    mercado culturais que permitem o crescimento de empresas e de conglomerados

    direcionados para as culturas regionais, considerando-se a idia de que o regionalismo

    um espao de cruzamento, no qual se encontram fluxos globais e vivncias locais.

    Segundo a autora, estes mercados regionais constituem uma oportunidade para as

    `culturas hegemnicas perifricas imaginarem, reconstrurem e fortalecerem um espao

    pblico cultural regional (idem).

    Neste sentido, portanto, pode-se dizer que no caso da rdio estudada, a

    questo global situa-se no mbito da prpria estratgia da emissora que, emboradisponha, tecnologicamente, da possibilidade de oferecer uma programao dirigida a um

    pblico mais amplo, opta por privilegiar os ouvintes locais/regionais, mesmo em sua

    programao na web. Com isto, atende a uma das caractersticas especficas do meio

    radiofnico, o da proximidade com a sua comunidade, mas, ao mesmo tempo, mantm os

    anunciantes locais que lhe do basicamente a sustentao econmica19.

    Observa-se, desta forma, que no caso analisado, h uma estratgia empresarial

    muito clara e objetiva. Mas preciso levar-se em conta, ainda, que estas estratgias incluem

    uma viso bem mais abrangente que, no caso de grupos como o da RBS, percebe o rdio

    17 Para Oliven (1992, p. 128), para os gachos, s se chega ao nacional atravs do regional, ou seja, para eles s possvel ser brasileiro sendo gacho antes. Para o autor, a identidade gacha uma expresso de uma distinocultural, uma busca de diferenciao dos demais brasileiros. Sobre este tema, consultar Haussen, D.F. (2004). Rdio eIdentidade Cultural Gacha.Actas do VI Congresso Lusfono de Cincias da Comunicao. Covilh, Universidadeda Beira Interior.18 Cunha, Isabel Ferin. Palestra proferida no Seminrio Teorias da Globalizao, Mdia e Identidades. Porto Alegre,PPG em Comunicao Social/PUCRS, agosto de 2008.19 Embora no tenha sido objeto de estudo deste artigo a publicidade veiculada na emissora, constatou-se que ela

    dispe de um grande nmero de anunciantes, principalmente locais e regionais, mas que inclui tambm algunsinternacionais. Esta publicidade tanto divulgada atravs de jingles como de forma bastante presente atravs dalocuo dos radialistas responsveis pelos programas.

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    como uma das mdias pertencentes ao seu negcio. Isto porque na atualidade com a

    internet, conforme Bolao (2007, pg.90):

    A tendncia atual de integrao vertical entre ofertantes

    de contedo, entre ofertantes de contedo e portais, ouentre estes e os fornecedores de acesso. Mas h ainda omercado das empresas que vm nestes protocolos umaforma de renovar seus equipamentos informticos eaproveitar as economias decorrentes de sua articulao emrede, visando a criao de intranets e o comrcio inter-empresarial (business to business). Neste segmento onde resideo futuro da internet, os fatores chave do sucesso j no soa integrao vertical e o tamanho, mas a inovao e aassistncia ao cliente.

    Ao se analisar uma emissora de rdio atualmente preciso, portanto, levar em

    conta este contexto, caso contrrio, corre-se o risco de se chegar a concluses que no

    contemplam a complexidade do panorama. No caso estudado, como foi visto, o grupo

    inclui inmeras emissoras radiofnicas, canais de TV, retransmissoras e dois portais na

    internet, alm de outros ramos de negcios, enquadrando-se na situao abordada por

    Bolao. E, tambm, na viso de Bustamante (2003, pg.20), quando lembra que a produo

    e o controle de contedos e servios ser a chave estratgica da era digital, tanto em seu

    sentido poltico-cultural como no que diz respeito gerao de valor agregado dos novosmercados.

    Consideraes finais

    Alm da constatao das alteraes ocorridas em relao s estratgias polticas e

    econmicas das empresas de radiodifuso na atualidade, a anlise da programao das

    quatro emissoras de Porto Alegre, com nfase na Rdio Gacha, demonstra a ampliao dacomplexidade da relao emissora/ouvintes, devido, principalmente, utilizao de novas

    ferramentas tecnolgicas. Estas trazem consigo a possibilidade da aproximao da

    audincia com a programao e, inclusive, da sua interferncia na mesma, como foi

    observado. Alm disso, conforme salienta Castells (2007, p.271) os usurios de telefonia

    mvel esto priorizando a conectividade acima da mobilidade, significando que o lugar do

    telefone mvil o prprio corpo do usurio.

    No entanto, as emissoras ainda resistem a esta aproximao temendo perder o

    controle da situao. Quando o ouvinte procura entrar diretamente via torpedo de

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    celular, incentivado pela prpria emissora e pelo baixo custo e rapidez da tecnologia, como

    conseqncia, h comunicadores sentindo-se invadidos e pouco confortveis em sua

    posio de donos da opinio. Os programas conduzidos por ncoras, que so

    fortemente opinativos (principalmente em programas de futebol), geram no ouvinte uma

    reao idntica, ou seja, ele tambm quer dar o seu parecer. E isto produz o desconforto

    do apresentador. Por outro lado, esta opinio do ouvinte tambm se apresenta bastante

    midiatizada, conforme Steinberger (2005), indicando a influncia dos prprios meios de

    comunicao no imaginrio do pblico.

    O que este fenmeno est a indicar? Em primeiro lugar, que a tecnologia, queira-se

    ou no, est aproximando o ouvinte. Em segundo, que embora esta aproximao no seja a

    ideal e ainda esteja distante da idia de Brecht do rdio de mo-dupla j se observa a

    presena maior do ouvinte no fazer radiofnico. Esta presena, no entanto, revela-se

    bastante influenciada pela prpria mdia. De qualquer forma, observa-se um cuidado maior

    por parte dos apresentadores tanto quanto necessidade de subsidiar melhor as suas

    opinies, quanto no aproveitamento das prprias pautas sugeridas pela audincia.

    Trata-se, portanto, de uma alterao ainda sutil, mas que tende a se tornar cada vez

    mais forte, principalmente pela grande fragmentao de pblico que se verifica atualmente,

    e a conseqente segmentao das programaes radiofnicas na busca de conquistar estes

    ouvintes. Este, um fato resultante do grande volume de informao disponvel, dastecnologias cada vez mais acessveis, alm inclusive, da possibilidade de cada um criar a sua

    prpria emissora na internet. Este panorama, por sua vez, leva os proprietrios das

    emissoras a investirem numa gerncia administrativa que procura equilibrar estas novas

    demandas da audincia a um novo tipo de empresa com desafios bem diferenciados,

    principalmente no que se refere presena na web, conforme indicam as pesquisas de

    Bolao (2007).

    A este contexto preciso acrescentar ainda, como lembra Ferraretto (2009, p.110),

    que nas emissoras jornalsticas h o temor da concorrncia de sites informativos e, em

    termos de formao de opinio, de blogs especializados.

    Concluindo, pode-se dizer que os tempos do rdio dono da verdade e dos ouvintes

    esto assim, afastando-se gradativamente, e a gerncia deste contexto tornando-se cada vez

    mais complexa. O que no significa, necessariamente, o fim do veculo que j se encontra

    em diversos suportes - mas a necessidade de adequao do mesmo a uma realidade cada

    vez mais voltil, veloz e tecnologicamente avanada, e ainda, a uma cultura do ouvir, por

    parte do pblico, tambm diferenciada.

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    Referncias bibliogrficas

    BOLAO, C. e outros (2007). Economia Poltica da Internet. Aracaju, Editora UFS.

    BUSTAMANTE, E. (coord., 2003).Hacia un nuevo sistema mundial de comunicacin. Lasindustrias culturales en la era digital. Barcelona, Ed. Gedisa.CASTELLS, M., FERNNDEZ-ARDVOL, M, LINCHUAN QIU, J., SEY, A. (2007).Comunicacin Mvil y Sociedad. Una perspectiva global. Madrid, Ariel. Coleccin Telefnica.CEBRIN HERREROS, M. (2007). Modelos de radio, desarollos e innovaciones. Madrid, Ed.Frgua.---------------------------------- (2001). La radio en la convergencia multimedia. Barcelona, Ed.Gedisa.CUNHA, I. F. (2008). Material de palestra proferida no SeminrioTeorias da Globalizao,Mdia e identidades.Porto Alegre, PPG em Comunicao Social da PUCRS.DAROIT, F. (2008).A interatividade no programa Gacha Hoje: blog, e-mail, telefone,torpedo, orkut. Porto Alegre, Monografia de concluso de Curso de Jornalismo apresentada na

    Faculdade de Comunicao Social da PUCRS.FERRARETTO, L.A. Rdio e capitalismo no Brasil: uma abordagem histrica. In HAUSSEN,D.F. e BRITTOS, V. (2009, orgs). Economia Poltica, Comunicao e Cultura. Aportestericos e temas emergentes na agenda poltica brasileira. Porto Alegre, Edipucrs.HAUSSEN, D.F. (2004). Rdio e identidade Cultural Gacha. InActas do VI CongressoLusfono de Cincias da Comunicao. Covilh, Universidade de Beira Interior.--------------------- (2008). O local e o global na produo de contedos jornalsticos de umaemissora radiofnica em AM e na WEB de Porto Alegre. Braslia, Texto apresentado no VIColquio Brasil-Espanha de Cincias da Comunicao, UNB.LPEZ GARCA, X. (2004). Desafios de la Comunicacin local. Sevilla, CS ediciones ypublicaciones.MATTELART, A. (2005). Diversidade cultural e mundializao. So Paulo, Parbola Editorial.

    OLIVEN, R. (1992).A parte e o todo. A diversidade cultural no Brasil-Nao. Petrpolis, Vozes.SEVERO, Rafaella. O papel do produtor no programa radiofnico Gacha Reprter. PortoAlegre, Monografia de Concluso de Curso de Jornalismo, apresentada na Famecos/PUCRS, 2009.STEINBERGER, Margareth Born (2005). Discursos geopolticos da mdia. Jornalismo eimaginrio internacional na Amrica Latina. So Paulo, Cortez Editora/Fapesp/Educ.

    Entrevistas realizadas

    MACHADO, Andr. Coordenador substituto de Jornalismo da Rdio Gacha. Porto

    Alegre, 8/1/2009.

    MIRANDA, Atades. Coordenador de Jornalismo da Rdio Guaba. Porto Alegre,

    19/12/2008.

    SILVEIRA, Civa. Coordenadora de Jornalismo da Rdio BandNews. Porto Alegre,

    16/12/2008.

    VIEIRA, Felipe. Jornalista das Rdios Bandeirantes e Band News. Porto Alegre,

    17/12/2008.

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